Buscar

07LA aula09 invalidacao lei improbidade administrativa

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Na pauta de votações do Supremo está uma questão polêmica que 
pode colocar por terra a lei que prevê punição para agentes públicos 
 
Na pauta de votações do Supremo Tribunal Federal (STF) de hoje (12) uma questão 
polêmica que pode colocar por terra a lei que prevê punição para agentes públicos 
que cometem irregularidades. A ação apresentada pelo Partido Trabalhista Nacional 
(PTN) questiona a validade da Lei 8.429/1992, conhecida como Lei de Improbidade 
Administrativa. O partido alega que a lei foi sancionada após uma tramitação 
irregular, que ignorou que o Senado teria que revisar alterações feitas ao projeto 
de lei na Câmara. 
O PTN afirma que a aprovação da lei apresentou um “vício de origem” 
desrespeitando o sistema parlamentar brasileiro que é bicameral. O delegado 
nacional do PTN e presidente do diretório regional do partido no Distrito Federal, 
Paulo Vasconcelos, disse que a intenção do partido ao apresentar a Ação Direta de 
Inconstitucionalidade (Adin) não é a de se colocar contrário à lei. 
“O que nós queremos é que a lei de improbidade seja regularizada para que 
políticos corruptos não possam invocar a nulidade dela para se livrar de punição no 
futuro”, disse Paulo Vasconcelos, que é coordenador jurídico da legenda. 
O julgamento dessa ação teve início em 2007. O ministro Marco Aurélio Mello, 
relator do processo, concordou com o questionamento da legenda. Houve 
divergência por parte dos ministros Cármen Lúcia e Ricardo Lewandowski. O 
julgamento acabou interrompido por um pedido de vista do ministro Eros Grau. O 
placar atual é de dois votos contra a ação do PTN e um a favor. Oito ministros 
ainda têm direito de votar. 
A Lei de Improbidade Administrativa vale desde 1992 e, de acordo com o Conselho 
Nacional de Justiça (CNJ), permitiu que cerca de R$ 176 milhões fossem devolvidos 
aos cofres públicos. Mais de 2 mil políticos que cometeram crimes de desvio de 
recursos públicos foram condenados. Considerando apenas os processos transitados 
em julgados, ou seja, decisões que não podem ser questionadas pelos réus, os 
tribunais federais condenaram 172 políticos e os estaduais condenaram 1.869 com 
base na lei. 
A lei prevê punições para aqueles que cometem irregularidades na administração 
pública. Crimes como enriquecimento ilícito, lesões aos cofres públicos, omissão 
que resulte em “perda patrimonial ou dilapidação dos bens” e também omissões 
que violem “os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às 
instituições” são tipificados por essa lei. Entre as punições previstas estão a perda 
dos bens, a obrigatoriedade de ressarcir valores desviados aos cofres públicos, 
perda da função pública, suspensão dos direitos políticos por até dez anos, além do 
pagamento de multas. 
 
 
Membros do MPF: Lei de Improbidade Administrativa deve ser aplicada a 
agentes políticos 
 
Cem por cento dos membros do Ministério Público Federal (MPF) que participaram 
de pesquisa de opinião, realizada entre 26 e 28 de fevereiro, consideram que a Lei 
de Improbidade Administrativa deve ser 
aplicada a agentes políticos. Para eles, a própria Constituição federal, no art. 37, 
parágrafo 4º, ao utilizar a expressão "sem prejuízo da ação penal cabível", 
distingue crime de "ato de improbidade administrativa". 
Os participantes da pesquisa também consideram que uma eventual decisão do 
Supremo Tribunal Federal (STF) pela inconstitucionalidade dessa aplicação 
representaria um retrocesso para a defesa da moralidade administrativa e o 
combate à corrupção. Apenas um voto considerou que essa decisão não teria 
repercussões. O resultado da pesquisa, realizada pelo Ministério Público Federal em 
Pernambuco (MPF/PE), por meio eletrônico, foi divulgado hoje, 28 de fevereiro. 
 
Responderam ao questionário 302 procuradores da República, procuradores 
regionais da República e subprocuradores-gerais da República, que atuam em todo 
o país. A consolidação do resultado foi realizada e certificada pelo Coordenação de 
Informática local. No âmbito federal, o MPF é um dos principais responsáveis pela 
aplicação da lei 8.429, de 2 de junho de 1991, conhecida como Lei de Improbidade 
Administrativa, prevista para os sancionar os atos ilícitos cometidos no âmbito dos 
Poderes Públicos que resultem em enriquecimento ilícito, prejuízo aos cofres 
públicos ou ofensa aos princípios da Administração Pública. As sanções previstas 
são a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a devolução dos 
recursos ilicitamente apropriados, o ressarcimento do dano causado, a proibição de 
contratar com o Poder Público e o pagamento de multa civil. Os arquivos digitais 
com as manifestações dos participantes, juntamente com o resultado consolidado, 
serão enviados ao procurador-geral da República, Antonio Fernando Sousa, e ao 
presidente.

Continue navegando