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INTRODUÇÃO À
CONTABILIDADE
Éderson dos Santos Ramalho
FEAD
Belo Horizonte
2011
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
R165i Ramalho, Éderson dos Santos
Introdução a Contabilidade. Éderson dos 
Santos Ramalho. Belo Horizonte: EAD/Fead, 
2009.
152 p.
ISBN: 85-99419-07-2
 
I. Contabilidade-Introdução
CDU 336
Publicado por FEAD
Copyright©2011 FEAD
Diretor-Geral
José Roberto Franco Tavares Paes
Capa
Fazendo as contas (1656), Nicolaes Maes. 
Óleo sobre tela, Museu de Arte de Saint Louis. 
Coleção de Michael Talibard.
Todos os direitos reservados ao 
Sistema Integrado de Ensino de Minas Gerais – SIEMG
Rua Cláudio Manoel, 1.162 – Savassi – Belo Horizonte – MG
Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, armazenada ou 
transmitida de qualquer forma ou por qualquer meio, seja ele eletrônico, 
mecânico, fotocópia ou gravação, sem autorização do SIEMG.
Atenção: pode acontecer de algum desses sites indicados não estar mais 
disponível devido ao dinamismo que caracteriza essa fonte de informação.
A Faculdade FEAD apresenta novo projeto, fundamentado em 
aspectos metodológicos da autoaprendizagem, e inaugura os cur-
sos de graduação na modalidade a distância.
Estudar na modalidade a distância é adquirir, além de conhe-
cimento do conteúdo apresentado, competências hoje exigidas 
no campo profissional e pessoal: autonomia, interação, determi-
nação, gerenciamento da própria formação e atualização conti-
nuada.
A Instituição que se propõe formar empreendedores apresen-
ta atitude inovadora e ensina pelo próprio exemplo. O projeto 
FEAD de Educação a Distância vem sendo desenvolvido desde 
2004 e, agora, torna-se realidade.
Buscar atingir a meta da qualidade em todos os projetos edu-
cacionais é o que move a comunidade FEAD. Projeto de muitas 
mãos e mentes, trabalho conjunto de professores, coordenadores, 
funcionários, empresas parceiras e direção, na busca de produzir 
o que há de consubstancial em aprendizagem na modalidade a 
distância.
Sinta-se, em definitivo, participante e construtor deste novo 
tempo. Faça parte do seu mundo. Bem-vindo ao século XXI!
Professor José Roberto Franco Tavares Paes 
Direção-Geral
Meu nome é Éderson dos Santos 
Ramalho, moro em Belo Horizonte, 
sou casado e tenho dois filhos.
Graduei-me em Ciências Contábeis 
na PUC/MG, em 1995, fiz especializa-
ção em Contabilidade pela Pontifícia 
Universidade Católica de Minas Ge-
rais, em 1996. Cursei um mestrado em 
contabilidade pela fundação Visconde 
de Cairu/Salvador-Ba. Defendi minha 
dissertação de mestrado em 2006.
Sou professor há 9 anos. Leciono na FEAD, nos Cursos de 
Gestão de Negócios e Direito. Nesses cursos trabalho com as dis-
ciplinas de Administração Financeira e Orçamentária II e Introdu-
ção à Contabilidade. Leciono também em cursos de graduação e 
pós-graduação em outras instituições. 
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Sumário
AULA 1 • Noções básicas de Contabilidade ..............................................................................9
AULA 2 • Conceito, objetivo e campo de atuação da Contabilidade .............................................. 15
AULA 3 • Usuários das informações contábeis ........................................................................ 19
AULA 4 • Conceitos ........................................................................................................ 23
AULA 5 • Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido ........................................................................ 29
AULA 6 • Situações Líquidas Patrimoniais ............................................................................. 33
AULA 7 • Conceito e finalidade ......................................................................................... 37
AULA 8 • Contas Patrimoniais e Contas de Resultado ................................................................ 41
AULA 9 • Plano de Contas ................................................................................................ 45
AULA 10 • Balanço Patrimonial – Ativo ................................................................................. 49
AULA 11 • Balanço Patrimonial – Passivo e Patrimônio Líquido .................................................... 53
AULA 12 • Algumas demonstrações contábeis ........................................................................ 57
AULA 13 • Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) ................................................................ 61
AULA 14 • Demonstração do Valor Adicionado (DVA) ................................................................ 65
AULA 15 • Capital, Capital Social e Reservas ......................................................................... 69
AULA 16 • Capital de Terceiros de Curto e Longo Prazo ............................................................ 73
AULA 17 • Origem de recursos na entidade ........................................................................... 77
AULA 18 • Aplicação de recursos na entidade ........................................................................ 81
AULA 19 • Demonstração de origens e aplicações de recursos ..................................................... 85
AULA 20 • Fatos e atos contábeis ....................................................................................... 89
AULA 21 • Fatos permutativos, modificativos e mistos .............................................................. 93
AULA 22 • Considerações gerais sobre os grupos do Ativo e do Passivo........................................... 97
AULA 23 • Método das Partidas Dobradas ............................................................................ 101
AULA 24 • Livros Contábeis e Fiscais .................................................................................. 107
AULA 25 • Lançamentos contábeis .................................................................................... 113
AULA 26 • Contabilidade por Balanços Sucessivos .................................................................. 121
AULA 27 • Balancete de Verificação ................................................................................... 125
AULA 28 • Apuração de Resultado ..................................................................................... 129
AULA 29 • Princípios Fundamentais de Contabilidade .............................................................. 133
AULA 30 • Princípios Fundamentais de Contabilidade – Análise da minuta do apêndice da Resolução 
750/93 .................................................................................................................. 141
INTRODUÇÃO À
CONTABILIDADE
Unidade I - Noções básicas de Contabilidade
Noções básicas de Contabilidade
AULA 1
Objetivo
• Indicar os principais marcos históricos da 
Contabilidade.
• Descrever a evolução do conceito da 
Contabilidade, que passou de um sim-
ples registro dos fatos a um importante 
instrumento de gestão.
• Mostrar por que a Contabilidade é 
considerada uma ciência, listando 
algumas das características que 
permitem qualificá-la como tal.
INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
10
Introdução
A Contabilidade pode ser considerada uma das ci-
ências mais antigas do mundo. Existem diversos registros 
históricos que demonstram que as civilizações antigas já 
possuíam um esboço rústico de técnicas contábeis. Acha-
dos arqueológicos históricos mostram registros em grutas, 
ossos e outros materiais usados pelo homem há mais de 
20.000 anos, que continham, em forma de pinturas e ins-
crições, as noções de qualidade e quantidade das coisas, 
antes mesmo de o homem primitivo desenvolver a escrita 
e o cálculo, na forma como os conhecemos.
Nos tempos de hoje, o campo de aplicação da Con-
tabilidade é bastante amplo. A Contabilidade proporciona 
a seusdiversos usuários informações úteis que os auxiliam 
na tomada de decisões. Portanto, caro aluno, entender 
a evolução da humanidade em seu aspecto econômico 
auxilia o seu processo de aprendizado desta ciência tão 
antiga.
Evolução histórica 
da Contabilidade
Durante milênios, a evolução 
da Contabilidade foi lenta e este-
ve ligada à necessidade de regis-
tro da movimentação comercial. 
Os primeiros registros apareceram 
em formas de figuras pintadas nas 
paredes das grutas, evoluindo para 
tábuas de argila, usadas na antiga 
Suméria, e chegando, com o sur-
gimento do papiro, à criação dos 
chamados “livros contábeis” no 
antigo Egito, nos quais os egípcios 
registravam os fatos contábeis ocor-
ridos em um empreendimento.
A Contabilidade, tal como a 
concebemos hoje, é resultado de 
uma demorada evolução, partindo 
dos homens primitivos das caver-
nas, passando pelas principais civi-
lizações da Antigüidade até chegar 
ao mundo mercantilista atual.
Para alguns autores, a Contabi-
lidade surge com o aparecimento 
da conta, há cerca de 20.000 anos, no período denomina-
do Paleolítico Superior. Nesse período, encontramos uma 
vasta coleção de registros contábeis expressos em forma 
de pinturas rupestres (registros de natureza qualitativa e 
quantitativa) expressando a composição da riqueza ou do 
“patrimônio” de determinada pessoa ou entidade.
Assim, de forma primitiva e rudimentar, nasceu o co-
nhecimento contábil. Historiadores afirmam que a conta 
foi a primeira forma de manifestação racional do homem, 
pois serve para demonstrar e quantificar a propriedade so-
bre determinada coisa. Em um primeiro momento, o co-
nhecimento desta técnica era detido pelos escribas na Ba-
bilônia, que tinham entre suas atribuições registrar (escrita 
contábil) as atividades mercantis. Eles eram responsáveis, 
ainda, pela coleta e administração dos tributos que soma-
vam quantias expressivas de bens, tais como terrenos, re-
banhos e rendas.
O surgimento da escrita contábil justificou-se pelo 
crescimento das economias e pelo acúmulo de riquezas, 
tornando impossível depender apenas da memória de um 
escriba para exercer o controle sobre os bens. Posterior-
mente, com o surgimento do papiro no Egito, os registros 
passaram a ser realizados por meio da escrita. Este novo 
meio se apresentava mais fácil de ser manuseado e arma-
zenado, dando origem aos Livros Contábeis.
De forma paralela ao desenvolvimento do meio sobre 
o qual eram expostas as contas, passando do registro em 
tábuas de argila para o registro em papel, ocorreu o desen-
volvimento da chamada técnica contábil, que dispunha de 
mecanismos próprios para a realização do registro de for-
ma a expressar melhor a riqueza patrimonial.
Posteriormente, já na Idade Média, o desenvolvimen-
to da Contabilidade esteve intimamente ligado ao surgi-
mento do capitalismo. Sua finalidade era instituir meios de 
medir os acréscimos ou decréscimos dos capitais emprega-
dos em uma atividade comercial ou industrial.
É importante destacar uma obra publicada em 1494, 
em Veneza, pelo Frei Pacioli, considerado o pai dos auto-
res de Contabilidade, que se constitui em um dos primei-
ros impressos sobre contabilidade no mundo, a “Summa 
de Arithmetica, Geometrica, Proportioni et Proportionali-
ta”. Esta obra descreve um método empregado por merca-
dores de Veneza no controle de suas operações, posterior-
mente denominado “método das partidas dobradas” ou 
“método de Veneza”. Este método basicamente pode ser 
representado por uma equação matemática simples: para 
todo débito corresponde um crédito de igual valor e vice-
-versa. Este método, que leva a uma constante igualdade 
Suméria: antigo país da 
Mesopotâmia situado 
entre os rios Eufrates e 
Tigre.
Papiro: folha para 
escrever feita de uma 
planta chamada papiro. 
Foi criada pelos egípcios 
e era o principal meio 
para escrever utilizado 
na Antigüidade.
Tábuas de argila e papiro com 
registros contábeis.
AULA 1 • Noções básicas de Contabilidade
11
entre débito e crédito (débito = crédito), será estudado 
mais profundamente nas aulas posteriores.
Com a publicação da obra de Pacioli, deu-se origem ao 
período da literatura contábil. Cabe ressaltar que esta obra 
não foi a primeira sobre Contabilidade, pois, em 1202, 
Fibornacci já publicara “Líber Abaci”, um compêndio so-
bre cálculo comercial que demarca o limite entre a era da 
Contabilidade Antiga e a da Contabilidade Moderna.
Nos séculos seguintes à publicação do livro de Pacio-
li, a Contabilidade expandiu seus horizontes, evoluindo 
da chamada era pré-científica, quando, em 1586, Ânge-
lo Pietro formulou a primeira metodologia conceitual da 
Teoria Contábil, passando pelo surgimento das escolas de 
pensamentos científicos representadas pelo Contismo, 
Personalismo, Controlismo, Aziendalismo até chegar ao 
Patrimonialismo. 
O que caracteriza e diferencia as cinco correntes cien-
tíficas apresentadas acima é a determinação do objeto de 
estudos da Contabilidade, como veremos a seguir.
Aos poucos, a Contabilidade expandiu sua aplicação 
para instituições como o Estado e a Igreja, transforman-
do-se em um instrumento importante no desenvolvimento 
do capitalismo. No entanto, os registros contábeis eram 
considerados peças sigilosas. As técnicas e as informações 
ficavam restritas ao dono do empreendimento, não sendo 
divulgadas ao público em geral. Isto limitou, de forma con-
siderável, o desenvolvimento da ciência, uma vez que não 
existia troca de experiências entre os profissionais. 
Até o século XVIII, quase não houve evolução do 
pensamento científico da Contabilidade. Inicialmente, 
com o Contismo, o objeto de estudos da Contabilidade 
era a conta, ou seja, a preocupação central era o registro 
dos direitos e das obrigações. Com essa idéia, os pensa-
dores criaram a escola contista, que, mesmo não sendo 
considerada escola por alguns estudiosos, representou a 
primeira discussão de caráter científico da Contabilidade, 
dando início ao pensamento contábil. Entre os pensado-
res contistas, Edmundo Degranges foi um dos que mais se 
destacaram, expondo, em 1795, a teoria das cinco contas: 
mercadorias, dinheiro, efeitos a receber, efeitos a pagar, e 
lucros e perdas.
A Escola Personalista surge com a publicação da obra 
“La ragioneria scientifica e le sue relazioni com le discipli-
ne amministrative e sociali”, de um militar italiano chama-
do Giuseppe Cerboni, em 1886. Surgem, então, as bases 
científicas do pensamento contábil, que expressa uma 
nova concepção metodológica da Teoria Contábil. A par-
tir deste momento, a Contabilidade passa a se preocupar 
com as variações da riqueza e a considerar o Patrimônio 
como conjunto de direitos e obrigações. Esta escola domi-
na o pensamento contábil durante o século XIX.
Em 1909, Fabio Besta publica a obra “La ragioneria”, 
nascendo o pensamento científico da escola do controlis-
mo. Sua filosofia entende como objeto de estudo da Con-
tabilidade o controle da riqueza patrimonial. Para Besta, a 
administração econômica de uma empresa abrangia sua 
administração e controle, e a Contabilidade era entendida 
como sendo a ciência do controle 
econômico. A decadência desta 
escola ocorre a partir de 1926, na 
Itália, quando Gino Zappa apre-
senta uma nova possibilidade de 
estudar uma empresa que se cha-
maria Aziendalismo.
A idéia principal da escola 
aziendalista consistia em destacar 
que os registros e as demonstra-
ções contábeis representavam apenas um instrumento 
para registrar os fatos ocorridos no patrimônio, devendo 
ser complementados com informações adicionais, tais 
como as qualitativas, o grau de satisfação do cliente, entre 
outras. Zappa propôs uma nova classificação das contas 
patrimoniais e de resultado.
Caro aluno, observe que o principal objetivo da Con-
tabilidade era fornecer informaçõespara o proprietário 
de uma empresa, a qual geralmente pertencia a um úni-
co dono que mantinha as contas em segredo, sem adotar 
padrões uniformes para sua de-
monstração. Normalmente, não 
havia distinção entre as contas do 
proprietário e as da empresa, ine-
xistindo o conceito de exercício 
contábil, uma vez que as empre-
sas, via de regra, tinham uma vida 
curta. Desta forma, o resultado de 
suas operações era apurado apenas ao término das ativi-
dades do empreendimento. Com a evolução do pensa-
mento contábil, surgem os termos Débito, Crédito, Lança-
mentos Diários, Balanços e Demonstrações de Resultado, 
que serão tratados posteriormente.
Seguindo a linha evolutiva, o advento das Grandes 
Navegações levou ao surgimento de empresas de capital 
conjunto ou em sociedade, nas quais indivíduos reuniam-
-se em grupos para financiar um determinado empreen-
dimento (viagem). Cabe observar que cada um recebia 
direitos de participação na sociedade, proporcionais ao 
investimento realizado, assim como direitos de auferir as 
Azienda é um termo 
de origem italiana que 
representa um conjunto 
de bens (elementos ma-
teriais ou imateriais) que 
servem ao empreendedor/
empreendimento, para 
que desempenhe suas 
atividades produtivas.
Exercício contábil: Perío-
do durante o qual se quer 
analisar a variação da 
riqueza de uma deter-
minada empresa. (anual 
mensal)
INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
12
suas respectivas participações (lu-
cros) ao fim da viagem. 
Diante do cenário evolutivo 
descrito anteriormente, surge en-
tão a Escola Patrimonialista. O 
precursor desta escola foi Vincenzo Masi. Segundo ele, a 
idéia principal do patrimonialismo é que o patrimônio é 
objeto da Contabilidade e seu estudo compreende o equi-
líbrio do patrimônio de uma determinada entidade. Este 
pensamento contábil é observado atualmente para efeito 
de classificação das contas contábeis.
Como, em função de problemas enfrentados durante 
a empreitada, nem sempre sobrava dinheiro para ser divi-
dido entre os investidores, surge o cálculo e a apuração de 
lucros e perdas ao final de cada ano.
Com o passar do tempo, a Contabilidade foi se desen-
volvendo e sofrendo adaptações para atender às necessida-
des da sociedade. Ao final do Século XIX e início do XX, ela 
passa por profundas transformações em função da expan-
são da Indústria, especialmente na Inglaterra e nos EUA. 
Com o surgimento das fábricas, aumenta a necessidade de 
informações gerenciais sobre custos de produção e avalia-
ção de estoques, dando início a uma nova fase na história 
da Contabilidade. Nessa fase, há uma preocupação maior 
com os aspectos gerenciais da chamada Ciência Contábil.
À medida que a empresa comercial se desenvolve, 
aumenta a importância da Contabilidade, que passa a ser 
considerada como um instrumento importante para o de-
senvolvimento da sociedade. 
O contador, profissional que detém o conhecimento 
contábil, elabora relatórios úteis e tempestivos para auxi-
liar os proprietários a tomarem decisões. Outros usuários 
podem também ter interesse no acesso às informações for-
necidas pela contabilidade de uma determinada organiza-
ção, como os investidores, credores, governos, sindicatos 
e o fisco.
Atualmente, o mercado de trabalho para o contador 
tornou-se bastante amplo. Os profissionais que possuem 
uma visão de administração financeira ocupam altos car-
gos nas organizações, como diretores financeiros, chefes 
de departamento de contabilidade e de custos, auditores 
internos e externos. Estes profissionais têm obtido boa re-
muneração e satisfação no trabalho.
De forma gradativa, o campo de atuação da ciência 
contábil tornou-se muito vasto. A Contabilidade pode ser 
aplicada a qualquer tipo de entidade que exerça ativida-
des econômicas para alcançar determinados fins, sejam 
eles lucrativos ou não, como veremos a seguir.
A Ciência Contábil
Em 1836, a Academia de Ciências da França enten-
deu que a Contabilidade era uma ciência social. Apesar 
de utilizar métodos quantitativos, não se constitui em uma 
ciência exata, ou matemática, pois se ocupa de fatos de-
correntes da ação humana.
Em primeiro lugar, o entendimento da Contabilidade 
como uma ciência e não uma arte, ou somente um con-
junto de técnicas, passa pelo fato de que a mesma atende 
aos requisitos básicos necessários a uma ciência. São eles:
1) objeto de estudo próprio: a contabilidade se ocupa 
do estudo do patrimônio de uma determinada orga-
nização;
2) estuda os fenômenos com precisão: análise da liqui-
dez, do retorno de investimento, etc.;
3) possui metodologia própria: são utilizados os méto-
dos fenomenológico e indutivo;
4) permite projeções: orçamentos de vendas, produ-
ção, custos, etc.;
5) possui teorias próprias: teoria das Aziendas, teoria 
do lucro, teoria da liquidez, etc.;
6) possui correntes doutrinárias: contismo, personalis-
mo, aziendalismo, controlismo, patrimonialismo.
Ficou claro para você que a Contabilidade é uma ci-
ência, como o são a Física, Química e a Sociologia? Muitas 
pessoas ainda acham, erradamente, que a Contabilidade 
é só um conjunto de técnicas de registro e elaboração de 
relatórios!
Em 1836, Coffy, da Academia de Ciências da França, 
reconhece o caráter social da Contabilidade, afirmando 
que os seus métodos possuem uma verdadeira impor-
tância social. Para Sá (1999) “o homem em sociedade, o 
patrimônio do homem a serviço 
dele, o patrimônio do homem a 
serviço da sociedade parecem ser 
fortes conexões que alimentam 
uma justa classificação dos estudos 
contábeis no campo do social”.
Lucro: ganho auferido 
durante uma operação 
comercial ou no exercício 
de uma atividade econô-
mica.
Prof. Antonio Lopes de 
Sá: Mineiro e Importante 
pesquisador no campo da 
ciência contábil.
Representação gráfica das contas primitivas.
AULA 1 • Noções básicas de Contabilidade
13
Resumo
Vimos nesta aula, a linha evolutiva da Contabilidade a 
partir dos registros primitivos realizados em grutas, passan-
do pelo registro em tábuas de argila, pelos livros contábeis 
escritos e papiros, até chegar nas técnicas e teorias atuais.
Observamos, também, que a Contabilidade é uma das 
mais antigas ciências da humanidade. Ela apresenta um 
desenvolvimento contínuo ao longo da história, passando 
do simples registro de fatos acontecidos no cotidiano dos 
empreendimentos a uma poderosa ferramenta de gestão 
de negócios.
O surgimento de teorias e doutrinas contábeis, a partir 
do período medieval, até a doutrina moderna atual, mos-
tra uma sensível mudança no foco de atenção da Conta-
bilidade, que antes se preocupava com o simples registro 
dos fatos ocorridos e seus reflexos nas contas do patrimô-
nio e hoje apresenta uma preocupação com a interpreta-
ção desses fatos, gerando informações importantes para o 
uso gerencial, como previsões (orçamentos), levantamen-
tos de custos da produção e apuração de resultados das 
operações de uma determinada empresa.
Por fim, entendemos que a Contabilidade é 
considerada uma ciência social, pois, além de atender 
aos atributos básicos de uma ciência, possui como objeto 
de estudo o patrimônio, sendo este o conjunto de bens e 
direitos que tenta suprir as necessidades humanas.
Atividades
1. Como eram realizados os primeiros registros dos fatos 
ocorridos numa empresa? 
2. Discorra sobre a evolução histórica da Contabilidade.
3. Qual foi a primeira obra de Contabilidade a ser 
publicada? Quem foi o seu autor?
4. Como as grandes navegações influenciaram o 
desenvolvimento da Contabilidade na Idade Média?
5. Por que a Contabilidade pode ser considerada uma 
ciência social?
INTRODUÇÃO À
CONTABILIDADE
Unidade I - Noções básicas de Contabilidade
Conceito, objetivo e campo de 
atuação da Contabilidade
Objetivos
• Conceituar Contabilidade, descreverseus objetivos e seus campos de atuação.
• Descrever as principais técnicas utiliza-
das pela Contabilidade.
• Descrever os ramos da Contabilidade.
AULA 2
INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
16
Introdução
Depois de estudarmos sucintamente a evolução da 
ciência contábil e a entendermos como uma ciência social, 
trataremos dos seus objetivos e campo de atuação. Mas, 
primeiro, veremos o conceito de Contabilidade.
O que é Contabilidade?
De acordo com o dicionário Houaiss, Contabilidade 
pode ser definida como:
“ciência teórica e prática que estuda os métodos de 
cálculo e registro da movimentação financeira de uma firma ou 
empresa”.
Para Sá (1999) “contabilidade é a ciência que estuda os 
fenômenos patrimoniais, preocupando-se com realidades, 
evidências e comportamentos dos mesmos, em relação à 
eficácia funcional das células sociais”.
Assim, a Contabilidade é a ciência que tem a finalidade 
de captar (coletar), registrar, organizar, resumir e interpretar 
os fatos que, de alguma maneira, afetam e determinam 
as situações patrimoniais, financeiras e econômicas das 
entidades, sejam elas pessoas físicas ou jurídicas. 
Contabilidade é um sistema que permite realizar 
o registro das transações 
monetárias de uma entidade 
e relatar os eventuais reflexos 
dessas transações na situação 
econômico-financeira da mesma. 
São exemplos de transações que 
devem ser registrados: compra de mercadoria a prazo, 
pagamento de faturas, recebimento de prestações, etc.
Este registro é extremamente importante por várias 
razões. Destacamos três delas a seguir:
1) O dinamismo existente nas empresas que 
apresentam mudanças constantes nos seus quadros 
de dirigentes e do pessoal operacional exige registro 
apurado de todos os fatos ocorridos.
2) Existe a necessidade de reconstrução detalhada de 
uma transação ocorrida em exercícios anteriores e a 
comprovação de sua veracidade.
3) As informações registradas são fundamentais para a 
tomada de decisão.
Portanto, a Contabilidade é responsável pela geração 
das informações contidas no patrimônio das empresas.
Todas as empresas administram recursos para desen-
volver suas atividades, sejam recursos naturais (minas e a 
própria terra), recursos financeiros (investimentos de ca-
pitais realizados pelos acionistas e/ou financiamentos ob-
tidos) ou recursos humanos (empregados que trabalham 
nessas empresas). 
A Contabilidade se preocupa em calcular e relatar os 
valores gerados por estes recursos nas empresas. Eles refle-
tem o retorno dos investimentos realizados.
Diante do exposto, podemos conceituar a Contabi-
lidade como sendo uma ciência que tem como objetivo 
observar, registrar e relatar os fatos econômico-finan-
ceiros ocorridos dentro de um patrimônio pertencente a 
uma entidade por meio da aplicação do seu conjunto de 
princípios, normas, técnicas e procedimentos próprios.
A Contabilidade é uma ciência social que estuda o 
comportamento das riquezas integrantes do patrimônio 
em função das ações humanas.
Atividade
A empresa onde você trabalha possui um departamen-
to de Contabilidade ou contrata um escritório de Conta-
bilidade? Procure conversar com um contador e pergunte 
sobre suas atividades na empresa.
O objetivo da Contabilidade
Em primeiro lugar, temos que 
entender qual é objeto da Conta-
bilidade. O objeto da Contabilida-
de é o patrimônio administrável e 
em constante alteração dos elementos que o compõe. 
Antigamente, a Contabilidade tinha por objetivo prin-
cipal manter o dono informado sobre o lucro obtido numa 
determinada empreitada comercial. No capitalismo mo-
derno, isto não é mais suficiente. 
Novos usuários da informação, tanto no âmbito inter-
no quanto no externo das empresas, demandam, cada vez 
mais, informações de qualidade. Uma empresa deve rela-
tar suas realizações e resultados para a sociedade.
Assim sendo, além de controlar o patrimônio das en-
tidades e apurar seus resultados, a Contabilidade deve 
prestar estas informações aos diversos usuários das infor-
mações contábeis, tanto os usuários internos (aqueles que 
trabalham nas organizações) quanto os externos. Estudare-
Exercício Social: repre-
senta um ciclo produtivo 
completo. Coincide, 
normalmente, com o ano-
calendário.
Objeto: assunto sobre o 
qual versa uma pesquisa 
ou ciência.
AULA 2 • Conceito, objetivo e campo de atuação da Contabilidade
17
mos os tipos de usuários na próxima aula com mais abran-
gência.
Alguns exemplos de usuários:
- internos: gerentes, funcionários da área operacio-
nal, auditores internos;
- externos: auditores externos, fisco, investidores, 
bancos.
Assim, podemos afirmar que é objetivo da Contabili-
dade é planejar e colocar em prática um sistema de infor-
mação para uma organização, possibilitando o controle de 
seu patrimônio e fornecendo a seus administradores infor-
mações e orientações necessárias à ação administrativa. 
Seus instrumentos são o registro, a classificação, a demons-
tração, a análise e a interpretação dos fatos ocorridos, vi-
sando fornecer informações e orientação necessárias à to-
mada de decisões sobre sua variação e composição, bem 
como sobre o resultado econômico decorrente da gestão 
da riqueza patrimonial.
O objetivo principal da Contabilidade é exercer 
controle sobre os fenômenos ocorridos no patrimônio de 
uma entidade.
Para atingir os seus objetivos, a Contabilidade utiliza 
uma série de técnicas próprias:
•	 Escrituração;
•	 Demonstrações	contábeis;
•	 Análise	das	demonstrações	contábeis;
•	 Auditoria.
Vamos descrever resumidamente cada uma delas. 
Ao longo de seu curso você aprenderá como utilizar cada 
uma destas técnicas e em qual situação.
Escrituração é a técnica pela qual os fatos ocorridos 
na empresa e com efeitos no seu patrimônio são registra-
dos. 
Demonstrações contábeis servem para apresentar os 
resultados obtidos pela empresa num determinado perío-
do ou a situação do patrimônio em determinada data. São 
relatórios que agrupam e divulgam os fatos ocorridos na 
empresa. Cada relatório é feito para atender a uma finali-
dade específica.
Análise das demonstrações contábeis é a técnica 
usada para determinar a situação econômico-financeira 
de uma empresa. Demonstra a sua capacidade de paga-
mento, a sua evolução e a estrutura patrimonial, dentre 
outras medidas de desempenho.
Auditoria é a técnica usada para verificar e atestar a 
qualidade da informação prestada, podendo confirmar, ou 
não, se os demonstrativos apresentados representam a si-
tuação patrimonial de forma fiel.
Agora que discutimos os objetivos da Contabilidade 
e suas principais técnicas, vamos ver seu campo de atu-
ação.
Campo de atuação 
da Contabilidade
Tendo em vista seu objeto, o patrimônio, assim como 
seu objetivo, pode-se constatar a importância da Contabi-
lidade e a amplitude e extensão do seu campo de atuação.
O campo da Contabilidade inclui:
•		 pessoas	físicas;
•		 pessoas	jurídicas,	com	finalidades	lucrativas	ou	não;
•		 entidades	de	direito	público.
A Contabilidade se divide conforme sua área de 
atuação, dando origem aos seguintes ramos:
•	 Contabilidade Fiscal 
- integra o processo 
de elaboração de 
informações para o fisco, 
sendo responsável pelo 
planejamento tributário da 
empresa.
•	 Contabilidade Pública - 
atua no controle e gestão 
das finanças públicas. Este 
campo possui um mercado 
de trabalho crescente em 
função da Lei de Responsabilidade Fiscal, que 
impõe normas de controle mais rígidas sobre os 
governantes públicos. 
•		 Contabilidade de Custos - tornou-se muito 
importante em função da redução da taxa de 
inflação e da abertura econômica à importação 
de produtos estrangeiros. Fornece informações 
estratégicas na formação dos preços da empresa. 
•		 Contabilidade Gerencial - determina a melhorutilização dos recursos econômicos da empresa, 
através de um adequado controle dos insumos 
usados na produção.
A Lei de Responsabilidade 
Fiscal, de 01/4/5/2000, 
estabelece normas de fi-
nanças públicas voltadas 
para a responsabilidade 
na gestão fiscal, basea-
das na Constituição, ten-
do como alguns de seus 
objetivos prevenir riscos 
e corrigir desvios capazes 
de afetar o equilíbrio das 
contas públicas.
INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
18
•	 Auditoria - divide-se em Auditoria Interna (setor 
interno da empresa) e Auditoria Externa (empresas 
especialistas em Auditoria); controla e atesta a 
confiabilidade das informações contábeis e a 
legalidade dos atos praticados pelos administradores.
•	 Perícia Contábil - atua na elaboração de laudos 
em processos judiciais ou extrajudiciais. No caso de 
Perícia Contábil, trata-se de uma área de atuação 
exclusiva do contador, isto é, por lei, apenas um 
contador pode assinar uma perícia contábil.
•	 Contabilidade Financeira - é responsável pela 
elaboração e consolidação das demonstrações 
contábeis para fins externos.
•	 Análise Econômico-financeira - atua na elaboração 
de análises técnicas sobre a situação patrimonial 
de uma organização a partir de seus relatórios 
contábeis.
•	 Avaliação de Projetos - elabora e analisa projetos 
de viabilidade de longo prazo, com a estimativa 
do fluxo de caixa e o cálculo de sua viabilidade 
econômica para a empresa.
Como você pode ver, a Contabilidade tem várias áre-
as de atuação, sendo algumas estratégicas e vitais ao fun-
cionamento de uma empresa moderna, o que confere ao 
contador uma grande importância para a perpetuidade de 
uma empresa.
Atividade
Verifique, junto a uma organização, quais ferramentas 
contábeis a mesma utiliza para as tomadas de decisão.
Finalidades das informações 
contábeis
Atualmente, as finalidades da Contabilidade podem 
ser reunidas em dois grupos principais:
•	 Planejamento – são ações necessárias para a ado-
ção de modelos de gestão, elaboração de projetos, 
determinação de controles, etc.;
•	 Controle – corresponde ao conjunto ordenado 
das ações adotadas pela empresa para proteger 
seu patrimônio, verificar a exatidão dos registros 
contábeis e motivar os funcionários a obedecerem 
à política traçada pela administração.
A informação contábil indica a situação patrimonial 
e torna possível verificar o desempenho da organização, 
auxiliando-a a atingir metas pré-definidas.
Você percebe a importância do contador na vida da 
empresa? Percebe como ele assume, cada vez mais, um 
papel importante na gestão das organizações?
Resumo
Nesta aula vimos o conceito de Contabilidade, 
definimos e delimitamos os objetivos da Contabilidade e 
abordamos o seu campo de atuação.
Para atingir os seus objetivos, a Contabilidade utiliza 
técnicas próprias, como: escrituração, demonstrações 
contábeis, análise de balanços e auditoria.
Apresentamos os vários ramos da Contabilidade, 
que é uma ciência que proporciona várias opções de 
especialização.
Por fim, abordamos as finalidades das informações 
contábeis, que se dividem em dois grupos principais: 
planejamento e controle.
Atividades
1. Diante da redução da taxa de inflação e da globali-
zação dos mercados, por que a Contabilidade de 
custos tornou-se importante?
2. Considerando a inflação, o registro dos fatos ocorridos 
na empresa e com efeitos no seu patrimônio refletem a 
realidade? Como deveria ser feito?
3. Por que a Contabilidade pode ser considerada uma 
ciência social e não exata?
4. Comente as principais áreas de atuação da Contabili-
dade.
INTRODUÇÃO À
CONTABILIDADE
Unidade I - Noções básicas de Contabilidade
AULA 3
Usuários das informações contábeis
Objetivos
• Identificar os diversos usuários da infor-
mação contábil, suas necessidades e a 
capacidade da Contabilidade de supri-
las.
• Situar a Contabilidade e o profissional 
contador frente aos seus usuários e à so-
ciedade em geral.
• Compreender o atual estágio e tendên-
cias da Contabilidade.
• Descrever os diversos usuários da infor-
mação contábil.
INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
20
Introdução
Após conceituarmos e descrevermos o campo de 
atuação da Contabilidade, na aula anterior, é importante 
compreendermos que para os gestores gerenciarem 
eficientemente as suas atividades, devem planejar e 
controlar as suas ações mediante a implementação 
de projetos apropriados suportados por informações 
adquiridas das diversas áreas da empresa: operacional, 
administrativa, contábil, fiscal, comercial, etc. 
Atualmente, a informação é um fator preponderante 
para o sucesso de qualquer empresa. Assim, a informação 
contábil deve ser útil e oportuna para que possa auxiliar 
o processo de gestão e atender aos diversos usuários que 
dela necessitam. Nesta aula definiremos o que se entende 
por informação contábil, bem como seus usuários e, por 
fim, falaremos um pouco do profissional contábil.
Conceitos
A informação é extraída dos dados que devem 
ser coletados e organizados. Jamil (2001) afirma que a 
informação “pode ser composta a partir de um conjunto 
de dados relevantes, em virtude de serem apresentados de 
forma que possamos compará-los, permitindo que análises 
sejam feitas”. 
Assim, a Contabilidade coleta e processa dados de 
uma empresa por diferentes meios, como demonstrações 
contábeis, documentos, livros, planilhas, listagens, 
notas explicativas, laudos, pareceres e diagnósticos. A 
informação contábil fornece aos diversos usuários:
•		 Informações	 econômicas	 e	 financeiras	 úteis	 para	
tomada de decisões;
•		 Controles	 internos	 apropriados	 para	 garantir	 que	
todos os dados coletados oriundos das operações 
do empreendimento estão sendo evidenciados e 
processados de forma correta e segura;
•		 Auxílio	 na	 elaboração	 das	 estratégias	 a	 serem	
seguidas a curto e longo prazo;
•		 Indicadores	que	serão	utilizados	para	avaliação	de	
desempenho dos funcionários;
•		 Controle	dos	custos	inerentes	à	atividade	da	empresa.
Usuários da 
informação contábil
Como visto na aula anterior, o campo de atuação da 
Contabilidade é bastante amplo, abrangendo todos os 
tipos de entidades. Durante seu curso, você, caro aluno, 
adquirirá todos as habilidades necessárias para atender às 
necessidades dos diversos usuários da informação contábil 
de uma determinada organização.
Segundo a Resolução CFC (Conselho Federal de 
Contabilidade) nº 774/94, apêndice à Resolução CFC 
nº 750/93 – que descreve os princípios fundamentais de 
Contabilidade (serão detalhados posteriormente) –, os 
usuários da informação contábil tanto podem ser internos 
como externos, com interesses diversificados. Dessa forma, 
as informações geradas pela empresa devem ser amplas 
e fidedignas, suficientes para a avaliação de sua situação 
patrimonial e das mutações sofridas por seu patrimônio, 
permitindo a realização de inferências sobre o seu futuro.
Visando possibilitar uma melhor compreensão do 
tema, podemos dividir os usuários da informação contábil 
em dois grandes grupos:
Usuários internos
Utilizam informações mais complexas e específicas da 
entidade, relativas ao processo operacional da empresa. 
Contam com uma série adicional de informações que a 
Contabilidade não disponibiliza em seus relatórios, tais 
como relatório da assessoria jurídica contendo o valor 
dos processos que poderão trazer ônus para a empresa, 
projeções de mercado, alternativas para obtenção de 
financiamentos, pesquisa de satisfação do cliente externo 
e dos funcionários, etc.
Exemplos de usuários internos da informação contábil 
referente a uma organização:
•	 Acionistas,	 sócios:	 as	 informações	 contábeis	
oferecem também uma análise de rentabilidade 
e segurança do investimento realizado (empresa), 
mediante análise das informações contábeis.Esse 
grupo de usuários toma decisões quanto ao volume 
de investimentos, retorno destes e financiamentos;
•	 Diretores,	 executivos	 em	 geral:	 a	 Contabilidade	
auxilia o processo de tomada de decisões. Fornece 
subsídios para a melhor postura do administrador 
durante os processos decisivos de uma empresa. 
Além de fornecer a posição econômico-financeira 
atual, fornece informações de status (andamento) 
de projetos, permitindo à gerência a realização de 
simulações e adequado planejamento orçamentário, 
por meio da adoção de um método de custeio 
apropriado.
AULA 3 • Usuários das informações contábeis
21
Usuários externos
Os usuários externos da informação contábil utilizam, 
principalmente, as demonstrações contábeis elaboradas 
e disponibilizadas ao público externo, mediante a 
publicação nos jornais e revistas de maior circulação. 
A obrigação da publicação das 
demonstrações contábeis é 
pertinente para algumas empresas, 
tais como a empresas de capital 
aberto S.A. Este fato não impede 
que as outras empresas (individual, 
e Ltda.) divulguem as suas demonstrações contábeis para o 
público externo. São exemplos de usuários externos:
•	 Fornecedores,	 instituições	 financeiras:	 também	
utilizam as informações contábeis analisando os 
aspectos de rentabilidade e segurança da operação. 
Esperam obter as informações necessárias para a 
realização de operações de crédito dentro de limites 
de segurança mais adequados. As informações 
contábeis possibilitam a diminuição do risco nas 
operações de crédito, por meio de análises da 
situação real da empresa.
•	 Governo:	utiliza	as	informações	contábeis	fornecidas	
pela Contabilidade para fins tributários (cobrança 
de impostos). De acordo com a publicação ou 
da apresentação dos Demonstrativos Financeiros 
das empresas, o Fisco pode exercer um maior 
controle e diminuir os índices de sonegação. As 
informações contábeis podem ser usadas também 
para elaboração de políticas econômicas por parte 
do Governo.
Como podemos observar, são várias as informações 
divulgadas pela Contabilidade, e é por intermédio delas 
que os diversos usuários obtêm informações úteis para 
planejar, controlar e a fundamentar suas decisões.
Principais grupos de usuários da informação contábil e suas 
inter-relações.
Atividade
Coloque-se na posição de um dos tipos de usuários 
apresentados nesta aula. O que você gostaria de saber 
sobre uma determinada empresa?
Tendências da Contabilidade
Com o fortalecimento da formação profissional 
do contador e à medida que este desenvolve seus 
conhecimentos relativos aos métodos quantitativos e à 
computação, podemos notar um crescimento significativo 
de sua importância nas empresas. Ao mesmo tempo, tem 
ocorrido uma grande evolução do conhecimento contábil, 
através da abordagem de novos métodos de trabalho 
e novas técnicas matemáticas, tais como a teoria dos 
conjuntos e a programação linear, aplicáveis à solução de 
problemas contábeis. Esta evolução da Contabilidade fez 
com que aparecessem novas áreas de atuação e formação 
profissional, além daquelas já citadas. Podemos destacar 
as seguintes áreas emergentes, onde existe um grande 
potencial de crescimento profissional:
•		 Contabilidade Atuarial - responsável pela 
contabilidade de fundos de pensão e empresas de 
previdência privada. 
•		 Contabilidade Ambiental - responsável por 
fornecer informações sobre o impacto ambiental da 
empresa no meio ambiente. 
•		 Contabilidade Social - dimensiona o impacto 
social da empresa, com sua agregação de riqueza 
e seus custos sociais, produtividade, distribuição da 
riqueza, etc.
•		 Contabilidade de Empresas Transnacionais - em 
função da globalização dos mercados, por meio de 
tratados e acordos internacionais que possibilitam a 
uma empresa estrangeira atuar em diversos países. 
A Contabilidade é responsável pela consolidação 
dos resultados obtidos, transformando os diversos 
dados esparsos e mundiais em informações sobre 
a situação do grupo empresarial. É um campo de 
atuação bastante promissor.
Resumo
Vimos que a informação contábil auxilia os gestores 
na tomada de decisões. Os profissionais de Contabilidade 
com formação em nível superior devem ser capazes de 
atender às necessidades de informação contábil dos 
Sociedade Anônima (S.A.): 
sociedades empresariais 
que são regidas por uma 
lei específica: 6404/76.
Órgãos de classe Outros
Investidores
Sindicatos
Bancos
Concorrentes
Funcionários
Governos
Fornecedores
EMPRESAS
INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
22
diversos tipos de usuários, tanto internos como externos: 
acionistas, governo, fornecedores, etc.
Por fim, comentamos sobre as novas tendências 
da Contabilidade em face das inovações tecnológicas, 
introdução de novos métodos de trabalho, etc.
Novas áreas estão surgindo com grande potencial 
de crescimento profissional, tais como Contabilidade 
Social e Ambiental, Atuarial e Contabilidade de Empresas 
Transnacionais.
Atividades
1. O que você entendeu sobre informação contábil?
2. Cite os principais grupos de usuários da informação 
contábil. Descreva os motivos do interesse de cada 
grupo nas informações contábeis;
3. Em sua opinião, qual a importância que a Contabilidade 
tem para os administradores da empresa?
4. Quais contribuições a Informática pode dar à 
Contabilidade?
INTRODUÇÃO À
CONTABILIDADE
AULA 4
Conceitos
Objetivos
• Conceituar Patrimônio.
• Identificar os componentes básicos que 
formam o patrimônio das empresas.
• Identificar e classificar os tipos de bens, 
direitos e obrigações.
Unidade II - Patrimônio
INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
24
Introdução
Vimos, na Unidade 1, a evolução histórica da 
Contabilidade bem como seus objetivos e áreas de 
atuação. Aprendemos que a informação contábil deve 
ser útil para os diversos usuários. Fomos apresentados 
aos princípios fundamentais da contabilidade a partir 
desta unidade, vamos discutir detalhadamente mais 
alguns conceitos relacionados ao objeto de estudo da 
Contabilidade: o patrimônio das entidades.
Empresa comercial
Uma empresa comercial é uma entidade com fins 
lucrativos.
É importante saber identificá-la. Vale lembrar que você 
compra nas empresas comerciais quase todos os dias: um 
livro novo, uma roupa, um calçado e outras coisas mais.
O que pretende essa empresa, com a atividade 
comercial que desenvolve?
Uma empresa comercial é a que compra e revende 
mercadorias com a finalidade de obter lucros. O lucro é o 
que, na verdade, vai garantir a continuidade da empresa, o 
pagamento dos empregados, o recolhimento de impostos, 
o crescimento de seus negócios, a liquidação de todas as 
suas obrigações e a remuneração do capital investido dos 
proprietários.
Saber, portanto, se está havendo algum resultado 
positivo, ou seja, algum lucro, é de importância vital para 
a empresa. E quem poderá informá-lo é a Contabilidade, 
que poderá fornecer essa informação com segurança, pois 
aí serão apuradas todas as conseqüências de compras, 
despesas e vendas.
Patrimônio
O que é Patrimônio?
A contabilidade visa, principalmente, registrar a 
movimentação dos bens, direitos e obrigações das 
empresas, bem como demonstrar a composição do lucro/
prejuízo apresentado dentro de um período. Para fazer 
isso, precisamos entender o que é Patrimônio, um dos 
pontos mais importantes do controle da própria empresa.
Vamos começar fazendo um levantamento do 
patrimônio de uma família, isto é, das coisas de que 
é proprietária, dos valores que tem a receber de outras 
pessoas e das dívidas ou prestações a pagar.
A família que escolhemos tem grande tradição na 
Contabilidade. Trata-se da família Pacioli.
PATRIMÔNIO DA FAMÍLIA PACIOLI
•	Um	carro	 90.000,00
•	Uma	casa	 500.000,00	
•	Dinheiro	em	casa	 5.000,00
•	Dinheirono	banco	 45.000,00
•	Uma	geladeira	 4.000,00
•	Uma	TV	em	cores	 12.000,00
•	Prestações	a	pagar	da	TV	 4.000,00
•	Prestações	a	pagar	da	casa	 34.000,00
•	Dinheiro	emprestado	ao	tio	João	 25.000,00
•	Notas	Promissórias	da	venda	de	um
 carro a receber de José Eduardo 30.000,00
•	Cheque	a	receber	de	José	Eduardo	 10.000,00
•	Prestações	do	carro,	ainda	a	pagar	 15.000,00
Para termos uma idéia geral dos bens, direitos e obri-
gações que relacionamos, vamos montar um quadro, dan-
do uma certa ordem a todos esses elementos. O primeiro 
passo seria dividir o quadro em dois campos: o da esquer-
da servirá para relacionarmos os bens e direitos e o da 
direita para as obrigações a pagar:
Bens e Direitos Obrigações
Bens Prestações da TV 4.000,00
Um carro 90.000,00
Prestações da 
casa
34.000,00
Uma casa 500.000,00
Prestações do 
carro
15.000,00
Dinheiro em casa 5.000,00
Dinheiro no banco 45.000,00
Uma geladeira 4.000,00
Uma TV em cores 12.000,00
Cheque a receber 
de José Eduardo
10.000,00
Direitos
Dinheiro empresta-
do ao Tio João 
25.000,00
Notas Promissórias 
de José Eduardo 
30.000,00
Total 721.000,00 Total 53.000,00
AULA 4 • Conceitos
25
O que temos no quadro anterior?
Temos três componentes distintos: bens, direitos e 
obrigações, que, no conjunto, formam o que se chama de 
Patrimônio.
 A partir desse conhecimento tão simples, poderemos 
definir patrimônio como sendo o conjunto de Bens, 
Direitos e Obrigações de uma entidade, avaliado em 
moeda. Portanto, teremos a seguinte equação:
Patrimônio = Bens, Direitos e Obrigações
Quer dizer que o patrimônio existe tanto para uma 
empresa como existe para uma pessoa ou família?
Exato, meu caro! Que o diga a família Pacioli, que tem 
um saudável Patrimônio: são R$ 721.000,00 de bens e 
direitos, contra apenas R$ 53.000,00 de obrigações.
Vamos estudar, mais tarde, cada um dos elementos 
que compõem o Patrimônio.
A diferença entre uma empresa e uma pessoa reside 
tão somente no fato de que se você não contabilizar o 
seu patrimônio particular, continuará sobrevivendo e 
existindo, mesmo com prejuízos, enquanto uma empresa 
com prejuízos sucessivos ou intercalados, mas constantes e 
relevantes, não conseguirá permanecer em atividade.
Atividade
Faça uma relação de todas as coisas ou bens de que 
sua família é proprietária. Em seguida, relacione todos 
os valores ou direitos a receber de outras pessoas e, na 
seqüência, relacione também todas as dívidas e prestações 
que tenha a pagar. Para cada coisa relacionada, defina o 
seu valor.
Elabore um quadro como o que acabamos de estudar, 
agrupando os valores de bens e direitos à esquerda e os 
valores de obrigações a pagar à direita.
Bens, Direitos e Obrigações
Quando você fez a lista solicitada na atividade anterior, 
teve dificuldade em fazer a classificação das coisas em 
bens, direitos e obrigações? Agora examinaremos cada um 
destes itens em detalhes.
Bens
Quando lhe pedimos para fazer um levantamento das 
coisas que pertencem à sua família nos referíamos aos cha-
mados Bens econômicos.
Bens econômicos são todas as coisas que, além de po-
derem satisfazer às necessidades do homem, podem ser 
avaliadas, ou seja, conhecidas por um valor em dinheiro.
Quais são os bens de uma família? 
Bens: são coisas capazes de satisfazer às necessida-
des humanas e suscetíveis de avaliação econômica.
Quando você entra em um supermercado, por exem-
plo, encontra inúmeros objetos, como balcão, vitrinas, 
prateleiras, máquinas registradoras e uma infinidade de 
mercadorias para venda. Todos esses objetos são os bens 
que o supermercado possui.
Sob o ponto de vista contábil, pode-se definir Bem 
como tudo aquilo que uma empresa possui, seja para uso, 
troca ou consumo. Para exemplificar esse conceito, consi-
deremos que a nossa empresa possua somente os seguin-
tes bens: balcão, prateleiras, vitrina, caixa registradora, 
espelho, calçados para venda (mercadorias), papel para 
embrulho, material para limpeza da loja e meio quilo de 
café. Neste caso, temos:
Bens de uso: balcão, prateleiras, vitrina, caixa regis-
tradora, espelho.
Bens de consumo: papel para embrulho, material de 
limpeza e café.
Bens de troca: calçados para venda.
Os Bens podem ser classificados de diversos modos. A 
classificação que nos interessa é aquela que os divide em:
•	 Bens	materiais	ou	bens	tangíveis;
•	 Bens	imateriais	ou	bens	intangíveis.
Bens materiais - como o próprio nome diz, são aque-
les que possuem corpo, matéria. Por sua vez, são divididos 
em:
•	 Bens móveis: podem ser removidos do seu lugar. 
Exemplos: mesas, veículos, máquinas de escrever, 
etc.
•	 Bens imóveis: não podem ser deslocados do seu 
lugar natural: Exemplos: casas, terrenos, edifícios, 
etc.
Os bens imateriais ou intangíveis - são aqueles que, 
embora considerados bens, não possuem corpo, não têm 
matéria. São determinados gastos que a empresa faz, os 
quais, por sua natureza, devem ser considerados parte do 
INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
26
seu patrimônio. Em alguns casos são difíceis de ser men-
surados, como a marca Coca Cola, por exemplo. Os bens 
imateriais mais comuns são:
•		 Benfeitorias em imóveis de terceiros: suponha-
mos que uma, loja de calçados tenha construído 
um depósito de 80m2 de área nas dependências da 
empresa, ligado à loja. Como o imóvel onde essa 
empresa está instalada é alugado, o valor gasto na 
construção do depósito será contabilizado no Pa-
trimônio desta empresa como bem imaterial, com 
o título de Benfeitorias em Imóveis de Terceiros, já 
que a benfeitoria foi feita em imóvel que não é de 
propriedade da empresa.
•		 Fundo de Comércio: suponhamos, que José tenha 
uma loja. Todos os moradores da região estão acos-
tumados a comprar na sua loja, que já existe há vá-
rios anos.
Reinaldo, seu amigo, também interessado em comér-
cio, pretende comprar a loja de José, que faz um levanta-
mento de tudo o que possui e chega à conclusão de que, 
somando os valores dos seus Bens, Direitos e Obrigações, 
o Patrimônio da sua empresa é de R$ 50.000,00.
José cobra de Reinaldo R$ 70.000,00. A diferença, de 
R$ 20.000,00, cobrada a mais, corresponde ao preço pelo 
qual avaliou o seu ponto, local de trabalho, clientela, fama, 
o tempo em que trabalhou ali. Na contabilidade de Rei-
naldo, que está comprando, esse valor de R$ 20.000,00 
será registrado como bem imaterial ou intangível, com o 
título de Fundo de Comércio.
Patentes
Se, por ventura, uma empresa inventa algum produ-
to, deve registrar a patente desse invento. A importância 
gasta com esse registro somada a todas as outras despesas 
de pesquisas necessárias à obtenção do invento será re-
gistrada, na contabilidade, como bem imaterial. Evidente-
mente, este valor será o contábil e poderá ser diferente do 
valor de mercado da invenção.
Direitos
Todos os valores que você tem a receber de alguém 
em data certa, ou não, são os chamados Direitos a receber.
Não falamos no valor que a família Pacioli tem a rece-
ber do tio João e nas notas promissórias a receber do José 
Eduardo? Esses são direitos a receber.
É normal a empresa efetuar vendas a prazo. Quando 
isso ocorre, ela não recebe no ato o dinheiro correspon-
dente à venda; receberá futuramente, porque a venda foi 
a prazo, não é mesmo? Sendo assim, a empresa fica com 
direito de receber o valor da venda no prazo determinado.
Constituem Direitos para a empresa todos os valores 
que ela tem a receber de terceiros (cliente, freguês da em-
presa, etc.).
Esses Direitos geralmente aparecem com os nomes 
dos elementos seguidos da expressão a receber.
Exemplos:
Elementos: Duplicatas a receber
 Promissórias a receber
 Aluguéis a receber
Viu como é fácil? Então,vamos conversar sobre o outro 
componente da formação do patrimônio, as Obrigações.
Obrigações
Obrigações são as dívidas contraídas pelas entidades 
físicas ou jurídicas e que deverão ser pagas no futuro. Elas 
são chamadas de Obrigações a pagar, tenham ou não 
data certa para seu pagamento.
É comum as empresas efetuarem compras a prazo. 
Quando isso ocorre, a empresa não paga a compra no ato; 
deverá pagar futuramente, porque a compra foi a prazo, 
não é mesmo? Nesse caso, a empresa fica com a obrigação 
de pagar o valor da compra no prazo determinado. 
Não tivemos, na relação que você fez, as prestações a 
pagar da TV, da casa e do carro? 
Aqui, poderemos também subdividir as obrigações a 
pagar, de acordo com a origem, em:
•	 Duplicatas	a	pagar
•	 Prestações	a	pagar
•	 Aluguéis	a	pagar
•	 Impostos	a	pagar
Quando os outros tiverem de pagar a você ou à em-
presa, diremos direitos a receber.
Quando você ou a empresa tiverem de pagar a outros, 
diremos obrigações a pagar.
Resumo
Vimos, que o conceito básico de patrimônio é: o con-
junto de bens, direitos e obrigações de uma determinada 
entidade.
AULA 4 • Conceitos
27
Detalhando um pouco mais os componentes do patri-
mônio, vimos que os Bens são coisas capazes de satisfazer 
às necessidades humanas e suscetíveis de avaliação eco-
nômica. Podem ser classificados em bens materiais e ima-
teriais. Basicamente, os bens materiais são coisas tangíveis, 
tais como veículos, imóveis, edifícios, etc. Já os imateriais 
são coisas intangíveis, ou seja, são coisas que não possuem 
corpo: marcas e patentes, por exemplo.
Os direitos para uma empresa são todos os valores 
que ela tem a receber de terceiros: direitos contra tercei-
ros obtidos por transações comerciais a prazo, etc.
As obrigações são dívidas contraídas pela empresa 
que serão pagas no futuro: salários a pagar, fornecedores, 
entre outros.
Atividades
1. Para consolidarmos o que aprendemos até agora, clas-
sifique os itens que relacionamos a seguir, definindo 
quais são bens, direitos e obrigações.
Casa Prestações a receber
Dinheiro em casa Jóias
Carnês de prestação a pagar Automóvel
Aluguéis a receber Duplicatas a receber
Vestuário Luz a pagar 
Ordenados a pagar Férias a receber
Dinheiro em sua conta bancária Impostos a pagar
2. Considerando o conceito apresentado nesta aula sobre 
bens imateriais, o que você diz sobre o conhecimento 
que as pessoas têm? Deve ser mensurado e registrado 
pela contabilidade de uma empresa? Justifique a sua 
resposta.
INTRODUÇÃO À
CONTABILIDADE
Objetivos
• Conceituar ativo, passivo e patrimônio 
líquido.
• Fazer a representação gráfica do patri-
mônio de uma pessoa ou empresa.
AULA 5
Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido
Unidade II - Patrimônio
INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
30
Introdução
Vimos, na aula anterior, que o Patrimônio é um con-
junto de bens, direitos e obrigações. Agora, discutiremos 
como é a representação gráfica dos componentes do pa-
trimônio e outros conceitos importantes para podermos 
identificar o tamanho do patrimônio de uma determinada 
empresa. Para solidificar conceitos, iremos entender como 
funcionam os lançamentos contábeis, trazendo, para isso, 
um exercício resolvido mais adiante.
Inicialmente, vamos discutir alguns conceitos básicos 
que serão necessários depois.
Ativo, Passivo e Patrimônio 
Líquido
Existe a necessidade de ressaltar dois aspectos que a 
Contabilidade leva em conta para representar adequada-
mente os elementos que compõem o Patrimônio: os as-
pectos qualitativos e os quantitativos.
Aspecto Qualitativo
Consiste em classificar os bens, direitos e obrigações. 
Os bens e direitos podem ser classificados em circulante 
e não circulante, de acordo com a facilidade para trans-
formá-lo em dinheiro, ou seja, de acordo com seu grau 
de liquidez. Já as obrigações serão classificadas de acordo 
com o grau exigibilidade (prazo para pagamento).Alguns 
exemplos comuns são os seguintes:
Bens podem ser classificados em:
	 •	 dinheiro
	 •	 veículo
	 •	 máquinas
Direitos incluem:
	 •	 duplicatas	a	receber
	 •	 promissórias	a	receber
Obrigações incluem:
	 •	 duplicatas	a	pagar
	 •	 impostos	a	pagar
	 •	financiamentos
Com esta classificação, já melhorou a idéia que se 
pode ter do Patrimônio de uma determinada empresa? 
Mas ainda não basta. Quanto possuo em dinheiro? Quan-
to possuo em veículos? Temos a necessidade de levantar o 
aspecto quantitativo do patrimônio.
Aspecto Quantitativo
Este aspecto consiste em dar a esses bens, direitos e 
obrigações seus respectivos valores, permitindo conhecer 
o valor do patrimônio da empresa. O quadro a seguir 
mostra os valores do patrimônio de uma empresa.
Patrimônio da empresa Luca S.A.
Bens:
Dinheiro R$ 5.000,00
Veículos R$ 50.000,00
Máquinas R$ 10.000,00 
Direitos: 
Duplicatas a Receber R$ 3.000,00
Promissórias a Receber R$ 2.000,00
Obrigações: 
Duplicatas a Pagar R$ 8.000,00
Impostos a Pagar R$ 12.000,00
Financiamentos R$ 50.000,00
Representação gráfica do Patrimônio
É comum representar o patrimônio mediante um 
diagrama em T. Este diagrama torna bastante fácil a 
visualização do patrimônio. Vejamos como funciona.
O T tem dois lados. No lado esquerdo, colocamos 
os Bens e os Direitos, e no lado direito colocamos as 
obrigações.
Então, a representação gráfica do Patrimônio fica 
assim:
 Bens Obrigações
 Direitos
Na representação gráfica apresentada temos, por 
convenção, de um lado os Bens e os Direitos, que formam 
o grupo dos elementos positivos, e do outro as obrigações, 
que formam o grupo dos elementos negativos. Assim, 
temos:
 Elementos positivos Elementos negativos
 Bens Obrigações
 Estoque de mercadorias Duplicatas a pagar
 Caixa (dinheiro) Financiamentos
 Veículos Impostos a pagar
 Máquinas
 Direitos
 Duplicatas a receber
 Promissórias a receber
AULA 5 • Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido
31
Os elementos positivos são denominados, ainda, 
Componentes Ativos, e o seu conjunto forma o Ativo.
Os elementos negativos são denominados Compo-
nentes Passivos, e o seu conjunto forma o Passivo.
Usando, agora, os nomes Ativo e Passivo, o gráfico 
fica assim:
 Ativo Passivo
 Bens Obrigações
 Estoque de mercadorias Duplicatas a pagar
 Caixa (dinheiro) Financiamentos
 Veículos Impostos a pagar
 Máquinas
 Direitos
 Duplicatas a receber
 Promissórias a receber
Somente após o levantamento de Bens, Direitos e 
Obrigações é que poderemos definir o valor verdadeiro 
da riqueza de uma família ou de uma empresa. É bastan-
te simples, bastando um pequeno cálculo aritmético: da 
soma de bens e direitos, você deduzirá o valor das obri-
gações.
Vamos agora retomar o exemplo da Aula 4 e fazer o 
gráfico em T do patrimônio da família Pacioli:
Patrimônio da Família Pacioli
Bens e Direitos Obrigações
Bens Prestações da TV 4.000,00
Um carro 90.000,00
Prestações da 
casa
34.000,00
Uma casa 500.000,00
Prestações do 
carro
15.000,00
Dinheiro em casa 5.000,00
Dinheiro no banco 45.000,00
Uma geladeira 4.000,00
Uma TV em cores 12.000,00
Cheque a receber de 
José Eduardo
10.000,00
Direitos
Patrimônio 
Líquido:
Dinheiro emprestado 
ao Tio João 
25.000,00
Riqueza ou 
capital
668.000,00
Notas Promissórias de 
José Eduardo 
30.000,00
Total 721.000,00 Total 53.000,00
A diferença apurada entre a soma de bens e direi-
tos (R$ 721.000,00) e a soma de obrigações a pagar 
(53.000,00) é o patrimônio líquido.
Considerando os dados contidos no quadro apresen-
tado, o valor de R$ 668.000,00 é, na verdade, a real pro-
priedade ou o valor de que a família Pacioli é proprietária 
legítima. Essa diferença que representa o valor líquido da 
riqueza ou capitalé que chamamos de Patrimônio Líqui-
do, isto é, o valor patrimonial deduzidas as obrigações. 
Este valor contábil pertence aos acionistas ou sócios. Pode-
mos representar então o patrimônio líquido pela seguinte 
equação:
Patrimônio Líquido = Ativo - Passivo
Suponhamos que a empresa FIBONACCI foi constitu-
ída em 1º/2/2011. E, para funcionar, realizou as seguintes 
operações:
1 – 1º/2/2011 – Integralização de patrimônio sendo 
R$ 300 mil em dinheiro, R$ 100 mil com uma edificação 
e R$ 100 mil no banco, totalizando R$ 500 mil.
2 – 10/2/2011 – Compra de mercadorias para revenda 
no valor de R$ 50 mil, sendo pago R$ 30 mil à vista em 
dinheiro e R$ 20 mil a prazo.
3 – 11/2/2011 – Compra de equipamentos a prazo no 
valor de R$ 20 mil.
4 – 15/2/2011 – Investimentos em pesquisa e desen-
volvimento no valor de R$ 10 mil à vista pelo banco.
CAIXA
(1) 300.000 (2) 30.000
* 270.000
EDIFICAÇÃO
(1) 100.000 (2) 30.000
* 100.000
ESTOQUES (MERCADORIA)
(1) 50.000
* 50.000
DUPLICATAS A PAGAR
(2) 20.000
* 20.000
CAPITAL SOCIAL
(Patrimônio da empresa)
Em razão da aquisição de bem 
ou direito que não é mercadoria
(1) 500.000
* 500.000
INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
32
BANCOS
(1) 100.000 (4) 10.000
* 90.000
P & D
(4) 10.000
* 10.000
EQUIPAMENTOS
(3) 20.000
* 20.000
TÍTULOS A PAGAR
(3) 20.000
* 20.000
Atividade 
Passando a utilizar os nomes técnicos Ativo (coluna da 
esquerda) e Passivo (coluna da direita), elabore uma nova 
montagem do gráfico patrimonial de sua família.
Resumo
A Contabilidade é a única fonte que poderá fornecer, 
com segurança absoluta, informações sobre a variação 
positiva ou negativa da empresa, uma vez que será através 
dela que serão apuradas todas as conseqüências de 
compras, despesas e vendas. 
Vimos que o Patrimônio Líquido indica o valor da 
riqueza ou capital de uma pessoa ou empresa. Patrimônio 
Líquido é a diferença apurada entre a soma de bens e 
direitos e a soma de obrigações. 
O Ativo, na Contabilidade, é composto de bens e 
direitos a receber.
O Passivo é composto de obrigações a pagar e 
Patrimônio Líquido.
A representação do patrimônio de uma determinada 
empresa, por convenção, determina que à esquerda são 
elencados os seus bens e direitos e à direita as obrigações.
Atividades
1. Escreva, nos espaços em branco, se as contas à 
esquerda são representativas de ativo (A), passivo (P) 
ou Patrimônio Líquido (PL).
Títulos a pagar Terrenos
Caixa (dinheiro no 
cofre da empresa)
Gratificações a 
pagar
Contas a receber Capital social
Veículos Edifícios
Salários a pagar Marcas e patentes
Dinheiro depositado 
em banco
Estoque de produtos 
para revenda
Imposto de renda 
a pagar
Comissões a pagar
Máquinas
2. Em determinado momento, o patrimônio da Temps 
Ltda. é representado por:
dinheiro em caixa: R$ 100,00
bens de venda: R$ 700,00
bens de uso: R$ 500,00
dívidas com terceiros: R$ 400,00
bens de renda: R$ 100,00
direitos: R$ 200,00
Seu patrimônio líquido é de:
3. Analise os componentes patrimoniais abaixo, da 
empresa “Delta”:
 a. Dinheiro em caixa 50.000,00
 b. Bens para revender 90.000,00
 c. Impostos a recolher 15.000,00
 d. Títulos a pagar 55.000,00
 e. Capital social 95.000,00
 f. Veículos de uso 40.000,00
 g. Dívidas com fornecedores 35.000,00
4. Com base na análise procedida, indique qual o valor da 
riqueza ou capital do proprietário da referida empresa.
 a. 95.000,00 
 b. 135.000,00 
 c. 135.000,00 
 d. 240.000,00 
 e. 240.000,00
5. A empresa FIBONACCI começou a funcionar em 
1º/4/2010 e realizou operações contábeis.
 Faça os seguintes lançamentos dos fatos contábeis em 
razonetes levantando o saldo de cada razonete.
 1º/4/2010 – Integralização do capital social no valor de 
R$ 200 mil, sendo R$ 50 mil com uma loja e R$ 150 
mil no banco
 2/4/2010 – Compra de móveis e equipamentos à vista 
no valor de R$ 20 mil.
 3/4/2010 – Com o objetivo de fortalecer, investiu R$ 30 
mil em marcas e patentes a ser pago em 60 dias.
 6/4/2010 – Reforma das instalações da loja, sendo R$ 
20 mil pago em cheque à vista.
 8/4/2010 – Comprou R$ 30 mil em mercadorias para 
revenda a serem pagas em 90 dias.
INTRODUÇÃO À
CONTABILIDADE
Situações Líquidas Patrimoniais
AULA 6
Objetivos
• Conceituar Balanço Patrimonial.
• Identificar as situações líquidas do Patri-
mônio.
• Identificar os principais elementos que 
compõem o Patrimônio Líquido.
Unidade II - Patrimônio
INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
34
Introdução
Até agora, nos limitamos a esclarecer o que é Ativo e 
Passivo e onde devem ser colocados os elementos repre-
sentativos dos bens, dos direitos e das obrigações, bem 
como a identificação da riqueza do proprietário: o Patri-
mônio Líquido. 
Agora, vamos falar um pouco mais sobre a riqueza lí-
quida de uma determinada entidade.
Situações Líquidas
Por que estudar as Situações Líquidas agora?
O Patrimônio Líquido (Ativo – Passivo) completa a re-
presentação gráfica do Patrimônio, equilibrando a balan-
ça. Assim, o total do lado esquerdo é igual ao total do lado 
direito. Entretanto, para que você possa compreender me-
lhor o Patrimônio Líquido, vamos rever alguns conceitos e 
as Situações Líquidas Patrimoniais possíveis.
Como já vimos, a soma dos valores corresponden-
tes aos elementos que representam os Bens e os Direitos 
constituem o total do Ativo:
 Bens:
 Caixa R$ 30,00
 Móveis R$ 50,00
 Estoque de mercadorias R$ 20,00
 Soma dos Bens R$ 100,00
 Direitos:
 Duplicatas a receber R$ 40,00
 Promissórias a receber R$ 10,00
 Soma dos Direitos R$ 50,00
 Soma total do Ativo R$ 150,00
Procedendo da mesma forma com os elementos que 
representam as Obrigações, temos:
 Obrigações:
 Duplicatas a pagar R$ 35,00
 Salários a pagar R$ 15,00
 Impostos a pagar R$ 30,00
 Soma total das Obrigações R$ 80,00
O total dos Bens mais o total dos Direitos menos o 
total das Obrigações denomina-se Situação Líquida Patri-
monial, logo:
 Ativo R$ 150,00
 (menos) Obrigações R$ 80,00
 R$ 70,00 = Situação Líquida Patrimonial
Bens + Direitos – Obrigações = Situação Líquida Patrimonial 
A Situação Líquida Patrimonial sempre é colocada do 
lado direito, como percebermos no quadro abaixo repre-
sentativo do Patrimônio. Ela deve ser somada às Obriga-
ções (ou subtraída das Obrigações), de modo a igualar o 
lado do Passivo com o lado do Ativo, dando-lhe forma de 
equação patrimonial. Assim:
A Situação Líquida Patrimonial é chamada também 
de Patrimônio Líquido.
Patrimônio
Ativo Passivo
Bens Obrigações 
Caixa 30,00
Duplicatas a 
pagar 
35,00
Móveis 50,00 Salários a pagar 15,00
Estoque de 
mercadorias 
20,00 Impostos a pagar 30,00
Direitos Situação líquida 70,00
Duplicatas a 
receber 
40,00
Promissórias a 
receber 
10,00
Total R$ 150,00 Total 150 ,00
Conforme vimos, o total do lado esquerdo (150,00) 
tem que ser igual ao total do lado direito (150,00). Veja: 
no Ativo temos Bens mais Direitos (= 150,00) e no Passi-
vo temos Obrigações + Situação Líquida Patrimonial = 
150,00.
O que é Balanço Patrimonial?
O balanço é a representação da posição financeira 
e patrimonial da empresa em determinado período, re-
presentando conseqüentemente uma posição estática do 
patrimônio. Segundo o art. 178 da lei nº 6404/76, “no 
balanço, os elementos que o compõem serão classificados 
de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação 
financeira da companhia”.
Obs: A partir daqui, passaremos a representar o Pa-
trimônio através do mesmo gráfico em forma de T, porém 
com o título apropriado:Balanço Patrimonial.
AULA 6 • Situações Líquidas Patrimoniais
35
Considerando que o valor total dos bens e direitos 
contidos no lado esquerdo (Ativo) tem que ser igual ao valor 
total das obrigações mais Situação Líquida do Patrimônio 
contidos no lado direito (Passivo mais Patrimônio Líquido), 
poderemos ter algumas situações líquidas do patrimônio 
que devem ser analisadas.
Situações Líquidas 
Patrimoniais possíveis
1ª) Ativo maior que o Passivo:
Exemplo:
 Bens R$ 200,00
 Direitos R$ 100,00
 Obrigações R$ 180,00
Representando graficamente essa situação, sem levar 
em conta, ainda, a Situação Líquida, temos:
 Ativo Passivo
 Bens R$ 200,00 Obrigações R$ 180,00
 Direitos R$ 100,00 
 Total R$ 300,00 Total R$ 180,00
Observe que os dois lados não têm o mesmo total. 
Logo, precisamos igualá-los. Veja:
 Lado do Ativo (+) R$ 300,00
 Lado do Passivo (–) R$ 180,00
 Diferença (+) R$ 120,00
Observações importantes:
•	 Antes	de	cada	valor	colocamos	um	sinal;
•	 O	Ativo,	contendo	Bens	e	Direitos,	é	positivo;	logo,	
sinal de mais (+);
•	 O	Passivo,	contendo,	neste	caso,	somente	Obriga-
ções, é negativo; logo, sinal de menos (–).
A diferença de R$ 120,00 é chamada Situação Líquida; 
será colocada do lado do Passivo e adicionada ao valor das 
Obrigações. Neste caso, a Situação Líquida pode ser cha-
mada de Situação Líquida Positiva, Ativa ou Superavitária.
2ª) Ativo menor que o Passivo: 
 Exemplo:
 Bens R$ 200,00
 Direitos R$ 100,00
 Obrigações R$ 340,00
Observe que, como a soma das obrigações é maior 
que a soma dos bens e direitos, a situação líquida é 
negativa.
Situação Líquida = R$ 300 – R$ 340 = – R$ 40,00
Representando graficamente, temos:
 Ativo Passivo
 Bens R$ 200,00 Obrigações R$ 340,00
 Direitos R$ 100,00 (-) Situação líquida (40,00)
 Total R$ 300,00 Total R$ 300,00
Neste caso, a Situação Líquida pode ser chamada de 
Situação Líquida Negativa, Passiva ou Deficitária.
3ª) Ativo igual ao Passivo:
Exemplo:
 Bens R$ 200,00
 Direitos R$ 100,00
 Obrigações R$ 300,00
Graficamente, teremos:
 Balanço Patrimonial
 Ativo Passivo
 Bens R$ 200,00 Obrigações R$ 300,00
 Direitos R$ 100,00
 Total R$ 300,00 Total R$ 300,00
Veja:
 Lado do Ativo (+) R$ 300,00
 Lado do Passivo (–) R$ 300,00
 Diferença – 0 – 
Neste caso, o Ativo é inteiramente absorvido pelas 
Obrigações, e a Situação Líquida é nula, inexistente.
Observe que se pretendêssemos liquidar essa empresa 
neste momento, tudo o que se apuraria com a venda 
dos Bens e recebimento dos Direitos cobriria apenas as 
obrigações, não restando nada para o proprietário.
 Balanço Patrimonial
 Ativo Passivo
 Bens Obrigações
 Direitos Patrimônio Líquido
INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
36
Até aqui, vimos Patrimônio 
Líquido como sendo simplesmente 
a diferença entre Ativo e Passivo. 
Agora, vamos entendê-lo como 
um conjunto de elementos que representam fontes de 
recursos.
O Patrimônio Líquido é composto pelos seguintes 
elementos, que serão mais detalhados nas aulas seguintes:
•		 Capital social: é fonte do grupo do Patrimônio 
Líquido, pois representa a soma dos valores que 
o proprietário investiu na empresa. É chamado 
também de capital social.
•		 Reservas de capital: correspondem à reserva de 
capital cujas origens são atividades não operacionais 
da empresa:
	 •	Reserva	de	Lucros:	são as reservas cuja origem é 
de atividade operacional da empresa. 
	 •	Ajustes	de	avaliação	patrimonial:	 representam 
os ajustes feitos nos ativos que valorizaram ou 
desvalorizaram em relação ao respectivo valor de 
mercado.
•		 Prejuízos Acumulados: o principal objetivo das 
empresas é o lucro. No final do exercício (período 
em que a empresa opera – geralmente um ano), a 
empresa pode obter lucro ou prejuízo proveniente 
das suas atividades. Os lucros do exercício e os 
prejuízos acumulados são registrados nessa conta.
Resumo
Vimos que o Patrimônio Líquido é o quarto grupo de 
elementos patrimoniais que, juntamente com os Bens, 
os Direitos e as Obrigações, completará a Demonstração 
contábil denominada Balanço Patrimonial.
O total do grupo Patrimônio Líquido é igual ao valor 
da Situação Líquida da empresa. Por fim, aprendemos 
que o Patrimônio Líquido de uma empresa é composto 
basicamente pelos seguintes elementos: capital social, 
reservas e lucros.
Atividades
O objetivo destas práticas é fixar bem as Situações 
Líquidas possíveis.
1. Represente graficamente e apure a Situação Líquida:
(A)
 1) Caixa 200,00
 2) Móveis e Utensílios 300,00
 3) Duplicatas a Pagar 170,00
 4) Veículos 30,00
 5) Salários a Pagar 20,00
 6) Duplicatas a Receber 70,00
(B)
 1) Veículos 4.000,00
 2) Móveis e Utensílios 2.000,00
 3) Máquinas 1.000,00
 4) Caixa 1.000,00
 5) Promissórias a pagar 2.000,00
 6) Impostos a pagar 5.000,00
 7) Duplicatas a pagar 7.000,00
 8) Títulos a receber 500,00
 9) Aluguéis a receber 500,00
Fonte de recursos: capital 
dos sócios, terceiros, 
lucro, etc.
INTRODUÇÃO À
CONTABILIDADE
AULA 7
Conceito e finalidade
Objetivos
• Compreender o que é conta.
• Distinguir os diversos tipos de contas.
• Perceber a importância das contas.
• Entender a finalidade da planificação das 
contas.
Unidade III - Contas
INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
38
Introdução
Na atualidade, as organizações estão buscando 
racionalizar seus métodos e processos objetivando a redução 
de custos e o melhor entendimento de suas atividades. 
Desta forma, para a concepção de 
qualquer empreendimento, torna-
se necessário o estabelecimento 
de um planejamento, envolvendo 
aspectos econômicos, financeiros, contábeis e societários.
A Contabilidade deve ser elaborada observando seus 
Princípios Fundamentais e legislações específicas e ser 
compreensível a seus diversos usuários. As informações 
divulgadas nos demonstrativos contábeis devem 
representar com fidedignidade a situação patrimonial e 
financeira da organização e ser útil ao público interessado 
em sua apresentação.
Assim, como mecanismo informacional em uma 
organização, a Contabilidade deve estabelecer normas 
de conduta e criar métodos eficazes que possibilitem 
informações amplas e exatas.
Mediante os registros contábeis, a Contabilidade 
evidencia os fatos contábeis (acontecimentos que mudam 
a composição do patrimônio). Estes registros devem ser 
feitos de maneira planificada, organizada, facilitando 
a obtenção de relatórios de interesse dos usuários. Para 
alcançar este objetivo, os registros são anotados em 
contas. A elaboração de um plano de contas será tratada 
posteriormente.
Antes de estudarmos especificamente algumas técnicas 
de elaboração de um plano de contas e compreendermos a 
sua importância nas organizações, é preciso que tenhamos 
um conhecimento sobre o conceito de conta, que será o 
embasamento para o registro contábil das modificações 
patrimoniais de uma organização.
Conceito e Finalidade
Como vimos na Unidade 1, a Escola Contista defendia 
que o objeto de estudos da Contabilidade era a conta, ou 
seja, a preocupação central era o registro dos direitos e 
das obrigações. A Escola contista representou a primeira 
discussão em caráter Científico da Contabilidade.
Segundo Lopes de Sá (1998), “conta é a expressão 
qualitativa e quantitativa, estática e dinâmica, de fatos 
patrimoniais da mesma natureza, ocorridos ou por ocorrer, 
em uma empresa ou em uma entidade.”
As contas se distinguem umas das outras por possuírem 
um objeto específico que reúne fatos de características 
próprias, iguais por sua natureza, que aparecem na 
composição do patrimônio da organização.
O título de uma conta, isto é, a designação de uma 
determinada conta, evidencia a causa para a qual foi aberta 
e o grupo devalores a que pertence, como por exemplo, 
se pertence ao Ativo ou Passivo. A identificação da conta 
é imprescindível na técnica dos registros. Como títulos de 
contas podemos citar: Duplicatas a receber e Duplicatas a 
pagar, que, por si só, dizem quem é seu objeto.
Ao criar-se uma conta, deve-se verificar a 
real necessidade e relevância de sua existência, 
principalmente quanto a sua vinculação ao fato que a 
originou, observando a relação custo x benefício de seu 
potencial informacional.
Percebe-se que as contas devem agrupar-se em 
grandes classes, subclasses, grupos e subgrupos.
Vale a pena ressaltar que cada usuário da Contabilidade 
observará grupos de contas específicos e em níveis de 
detalhamentos distintos. 
Na planificação das contas deve-se atentar para os 
Princípios Fundamentais de Contabilidade (que serão 
tratados em detalhes posteriormente) e para a legislação 
específica da empresa que os norteiam.
A conta tem uma ligação direta com o seu objeto, que 
não pode ser confundido com o de outras contas, evitando-
se a redundância ou inconsistência na informação contábil.
O objetivo, a finalidade e a natureza da empresa 
devem ser respeitados quando da definição das contas. 
Um mesmo fato patrimonial pode ser classificado de 
maneiras diversas em empresas de atividades diferentes.
O importante ao definirmos a planificação das contas 
é elaborá-la observando sua função nas empresas e 
respeitando suas atividades.
Exemplo
Tomando como exemplo o patrimônio da família 
Pacioli, notamos que os elementos patrimoniais contidos 
no Ativo e no Passivo são especificados por títulos ou 
contas contábeis patrimoniais com os seus respectivos 
valores.
Custos: gastos relativos 
à produção de bens ou 
serviços.
AULA 7 • Conceito e finalidade
39
Patrimônio da Família Pacioli
Bens e Direitos Obrigações
Bens Prestações da TV 4.000,00
Um carro 90.000,00 Prestações da casa 34.000,00
Uma casa 500.000,00 Prestações do carro 15.000,00
Dinheiro em casa 5.000,00
Dinheiro no banco 45.000,00
Uma geladeira 4.000,00
Uma TV em cores 12.000,00
Cheque a receber 
de José Eduardo
10.000,00
Direitos Patrimônio Líquido:
Dinheiro empres-
tado ao Tio João
25.000,00 Capital Social 668.000,00
Notas Promissórias 
de José Eduardo
30.000,00
Total 721.000,00 Total 721.000,00
Resumo
Podemos entender que a conta contábil representa 
os elementos patrimoniais, os quais permitem que 
sejam evidenciadas as variações ocorridas nos mesmos. 
As contas representam os registros dos fatos contábeis 
e são organizadas em grupos e subgrupos respeitando 
os princípios contábeis, que serão abordados com mais 
detalhamento na unidade 7 desta disciplina.
Atividades
1. O que são registros contábeis?
2. Qual a importância da planificação da Contabilidade?
3. O que são contas contábeis?
4. O que distingue as contas contábeis?
5. Existe um “padrão” de título de contas? Justifique.
INTRODUÇÃO À
CONTABILIDADE
AULA 8
Unidade III - Contas
Contas Patrimoniais 
e Contas de Resultado
Objetivos
• Compreender o que são contas do Ativo.
• Compreender o que são contas do Passi-
vo e Patrimônio Líquido.
• Compreender o que são contas Transitó-
rias.
• Compreender o que são contas de Resul-
tado.
INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
42
Contas Patrimoniais
A Contabilidade é uma ciência que possui como objeto 
de estudo o Patrimônio e objetiva verificar e evidenciar 
suas modificações, conforme abordamos na Unidade 1.
As empresas demonstram o Patrimônio e as 
respectivas variações por meio das Contas, efetivados nos 
registros contábeis. Desta forma, todas as transações ou 
fatos contábeis devem ser registrados nos Demonstrativos 
contábeis.
As contas se diferem umas das outras por possuir 
objeto específico, não se confundindo assim entre si, 
conforme estudamos na aula anterior, embora guardem 
algumas similaridades para fins de agrupamento. 
As contas na Contabilidade são classificadas pelo 
sistema Patrimonial, visando a dois relatórios básicos: 
o Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado 
do Exercício. Estes relatórios serão tratados mais 
especificamente adiante.
As contas patrimoniais são conhecidas por serem 
as contas que compõem a demonstração do Balanço 
Patrimonial, através da qual podemos apurar a situação 
patrimonial-financeira de uma empresa em determinado 
momento. 
As contas patrimoniais são conhecidas por serem 
as contas que compõem a demonstração do Balanço 
Patrimonial, por meio da qual podemos apurar a situação 
patrimonial-financeira de uma empresa em determinado 
momento. 
Você já sabe que o patrimônio de uma determinada 
empresa é representado pelo Ativo, Passivo e Patrimônio 
Líquido. Agora chamaremos esta mesma representação, 
por convenção, de Balanço Patrimonial.
Desta maneira, vamos discorrer sobre os grandes 
grupos de contas desta demonstração, que são as contas 
do Ativo, as contas do Passivo e as contas do Patrimônio 
Líquido. Em seguida, estudaremos o detalhamento 
das mesmas. As demonstrações contábeis, inclusive o 
Balanço Patrimonial, serão objeto de estudo de unidades 
posteriores.
Contas do Ativo
As contas do Ativo representam todos os investi-
mentos realizados pela empresa. Elas compreendem 
os bens e os valores a receber ou direitos da empresa 
evidenciados em moeda.
A conta do Ativo deve representar um poder de compra 
que pode ser realizado ou convertido em caixa ou contas 
a receber, como as mercadorias ou bens que apresentam 
um benefício relevante. Por exemplo, imaginemos que 
sua empresa adquira um automóvel. Este será registrado 
em uma conta do grupo do Ativo. Contudo, se ela paga 
determinado valor para registrar a 
marca de um produto, ela passa 
a ter o direito sobre esta marca, 
também representando um Ativo. 
Agora, imaginemos que a empresa 
venda o automóvel anteriormente 
adquirido a prazo. A empresa terá 
títulos a receber, que são também 
Ativos.
Outros exemplos de Ativos 
são:
•	 Dinheiro	guardado	no	banco;
•	 duplicatas	 a	 receber,	 proveniente	 de	 vendas	 a	
prazo;
•		 estoques	de	produtos	para	venda;
•		 estoques	para	consumo	posterior;
•		 móveis	para	uso	da	empresa;
•		 veículos;
•		 aplicações	em	outras	empresas;
•		 aplicações	financeiras;
•		 despesas	pagas	antecipadamente.
Caro aluno, é bom deixar clara a diferença entre 
duplicatas e títulos. As duplicatas são títulos que 
comprovam a obrigação de pagar devido a uma relação 
de compra e venda de mercadorias e/ou serviços dessa 
maneira, documentam obrigações de pagar ou direitos a 
receber.
Os títulos de crédito são papéis emitidos para 
representar uma obrigação conforme a legislação. As 
duplicatas são títulos que comprovam a obrigação de 
pagar, devido a uma relação de compra e venda de 
mercadorias e/ou serviços. Dessa maneira, documentam 
as obrigações de pagar ou direitos a receber.
Contas do Passivo
As contas do Passivo envolvem todos os financiamentos 
realizados pela empresa. O Passivo representa as 
obrigações, as dívidas a pagar aos credores: aqueles que 
financiam a empresa, ou seja, o capital de terceiros.
Assim, se uma empresa adquire um automóvel para 
pagamento no futuro, o registro da entrada deste bem é 
representado em uma conta do Ativo. Contudo, a empresa 
adquire uma dívida com quem lhe vendeu o bem. Esta 
dívida é representada por uma conta do Passivo.
Quando uma empresa compra a prazo mercadorias 
para revender, a propriedade da mercadoria representa 
um Ativo. Mas, ao mesmo tempo, a obrigação de pagar 
as duplicatas representativas da dívida constitui-se um 
Passivo exigível para a companhia.
Marca: denominação de 
um produto que indica 
propriedade.
Títulos a receber: Título 
de crédito que constitui 
um direito de recebimen-
to futuro.
AULA 8 • Contas Patrimoniaise Contas de Resultado
43
Outras modalidades de dívida ou obrigações que re-
presentam um Passivo para as empresas são:
•		 Duplicatas	a	pagar;
•		 salários	a	pagar;
•		 aluguéis	a	pagar;
•		 empréstimos	ou	financiamentos	a	pagar;
•		 juros	a	pagar;
•		 impostos	a	pagar.	
Contas do Patrimônio Líquido
O Patrimônio Líquido representa o registro do valor 
que os proprietários de uma empresa ou os acionistas de 
uma companhia têm aplicado no negócio. A diferenca 
entre o Ativo e o Passivo (bens e obrigacöes) é o capital 
pró- prio da empresa. Assim, o capital (patrimônio) social 
(da sociedade) representa o investimento efetuado pelos 
seus proprietários. Empregando a equacão patrimonial, 
estuda- da na Unidade 2, podemos calcular o valor do 
Patrimônio LIquido da empresa. Vejamos:
Ativo = Passivo + Patrimônio Líquido
 Total do Ativo R$ 30.000,00
 Total do Passivo R$ 23.000,00
 Total do Patrimônio Líquido ?
 R$ 30.000,00 = R$ 23.000,00 + Patrimônio Líquido
 Patrimônio Líquido = R$ 30.000,00 - R$ 23.000,00
 Patrimônio Líquido = R$ 7.000,00
Com a Lei nº 11.638/07, o Patrimônio Líquido passou 
a ser dividido em capital social, reservas de capital, ajustes 
de avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em 
tesouraria e prejuízos acumulados.
Contas Redutoras ou Retificadoras
Na Contabilidade, encontramos ainda as denominadas 
contas redutoras ou retificadoras existentes, tanto no 
grupamento do Ativo quanto no grupamento do Passivo e 
Patrimônio Líquido.
Desta forma, em ambos os casos, estas contas reduzem 
ou retificam o saldo total de seus respectivos grupamentos.
No tópico sobre plano de contas, desta unidade, 
estudaremos detalhadamente estas contas. Por hora, 
vamos citar alguns exemplos:
Entendemos que um veículo, com o passar do tempo, 
perderá valor em virtude de seu uso ou obsolescência - 
depreciação. Como ajustar esta conta? A legislação especifica 
as taxas anuais que deverão ser aplicadas no valor registrado 
a título de reconhecimento da perda do valor do referido 
bem. No caso do veículo, a legislação determina que a 
empresa deve reconhecer 20% de depreciação anualmente.
Exemplos:
 Ativo
 Veículo 20.000,00
 Depreciação (4.000,00)
Valor líquido 16.000,00 - este será o valor apresen-
tado no balanço Patrimonial
 Patrimônio – Líquido
 Capital Social 10.000
Capital a integralizar (2.000,00) – representa o 
valor que ainda não foi incorporado ao caixa da empresa 
pelos proprietários. Um (ou mais) dos sócios não aplicou, 
integralizou, totalmente ou em parte, o capital que lhe 
compete dentro da sociedade.
Contas de resultado
Em Contabilidade, conhecemos como conta de 
resultado as contas de Despesas, Custos e Receitas.
Como estudamos no tópico anterior, as contas 
patrimoniais compõem basicamente o Balanço Patrimonial. 
Agora, estudaremos as contas de resultado que compõem 
a Demonstração de Resultado do exercício.
Despesas e custos
Consideramos como despesa de uma empresa todos 
os gastos por ela desembolsados ou devidos que são 
necessários ao desenvolvimento de suas operações, ou 
seja, despesa representa todo valor que a empresa paga 
para estar em atividade, em plena operação. 
Mas há uma distinção entre gastos devidos e gastos 
desembolsados. Vejamos:
•		 Gastos	 devidos	 -	 representam	 gastos	 que	
aconteceram, ou incorreram, mas que a empresa 
ainda não pagou. Como exemplo podemos citar 
as despesas de combustível que a empresa faz 
durante o mês e cujas notas fiscais somente serão 
apresentadas para pagamento no final do mês, 
representando um gasto não desembolsado, mas já 
devido.
•		 Gastos	desembolsados	-	representam	o	pagamento	
de despesas, isto é, gastos já pagos.
Todavia, não devemos confundir despesa e 
desembolso. Nem todo desembolso representa o 
INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
44
pagamento de uma despesa, pois, por exemplo, se uma 
empresa comprar um veículo à vista, para sua utilização, 
este fato contábil representará um desembolso, porém 
não representará uma despesa, e sim um aumento do 
Ativo. Por outro lado, ao desembolsar o pagamento do 
combustível este representará uma despesa. 
Resumindo, podemos estabelecer como diferença 
básica entre desembolso e despesa o seguinte critério: 
se o desembolso provocar um aumento do Ativo ou uma 
redução do Passivo exigível, não será uma despesa. Caso 
contrário, representará uma despesa. Na nossa última aula 
desta unidade, estudaremos situações que fogem a esta 
regra, como, por exemplo, as despesas antecipadas.
Apenas para ilustração, citamos abaixo alguns 
exemplos de despesas e gastos:
	 •	salários	dos	funcionários;
	 •	aluguel	de	imóveis;
	 •	gastos	com	material	de	escritório;
	 •	gastos	com	material	de	limpeza;
	 •	comissões	de	vendedores;
	 •	despesas	de	água,	luz	e	telefone.
As contas de custos são todas as contas que 
representam as aplicações para a obtenção do produto 
ou da mercadoria, com a finalidade de atingir o objetivo 
social da empresa. Na disciplina Contabilidade de Custos, 
detalharemos mais este assunto.
Receitas
Consideramos como receita de uma empresa 
o dinheiro que ela recebe ou tem direito a receber, 
proveniente de suas operações. Sua maior fonte é 
representada pelo ingresso de recurso em função da venda 
de bens e prestação de serviços, todavia, ocorre também 
em função de ganhos provenientes de aplicações no 
mercado financeiro. 
Normalmente, o ingresso de uma receita representará 
um aumento no Ativo da empresa; contudo, devemos 
saber distinguir a diferença entre recebimento e receita. 
Vamos estabelecer o seguinte critério: se o recebimento 
provocar diminuição do Ativo ou aumento do Passivo 
exigível, não será uma receita. Não sendo esse o caso, 
então, representará uma receita. Voltaremos a tratar com 
mais detalhes das contas de resultado na Unidade 5 desta 
disciplina.
Resumo
Nesta aula estudamos os conceitos dos dois grandes 
grupamentos de contas: as contas patrimoniais e as contas 
de resultado.
Verificamos que as contas patrimoniais subdividem-se 
em: Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido, além das contas 
redutoras ou Retificadoras; e as contas de Resultado em 
despesas, custos e Receitas.
Atividades
1. O que são contas patrimoniais?
2. O que são contas de Resultado?
3. Defina e exemplifique contas do Ativo.
4. Defina e exemplifique contas do Passivo.
5. O que são contas Retificadoras ou Redutoras?
6. Pelo tema abordado nesta aula, qual a importância das 
contas contábeis?
7. Qual a importância na adoção da função e 
funcionamento da contas?
Questões para reflexão
1. Explique, com suas palavras, por que as duplicatas a 
pagar e as a receber não são costumeiramente lançadas 
na mesma conta que os títulos a pagar e os a receber 
respectivamente?
2. Você enxerga alguma diferença entre os termos 
“Demonstração” e “Demonstrativos”? Qual?
INTRODUÇÃO À
CONTABILIDADE
Unidade III - Contas
AULA 9
Plano de Contas
Objetivos
• Conceituar plano de contas.
• Compreender e diferenciar elenco, fun-
ção e funcionamento das contas.
• Diferenciar os grupamentos do Ativo, 
Passivo, Patrimônio Líquido e Resultados 
em uma planificação contábil.
• Compreender o grau de contas nos diver-
sos grupamentos patrimoniais e de resul-
tado.
INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
46
Introdução
Nas aulas anteriores estudamos sobre o significado de 
Conta para a Contabilidade, sua importância, conceito e 
características.
Além disso, estudamos os grandes grupos de contas, 
as contas patrimoniais e as contas de resultados.
Agora veremos como estruturar ou planificar um 
plano de contas.
Vale ressaltar que não existe um “padrão” de plano 
a ser seguido, pois as atividades empresariais são várias 
e cada qual possui suas peculiaridades, que devem ser 
observadas ao elaborar o planode contas.
Por isso, abordaremos de forma genérica a planificação 
contábil, objetivando consolidar os nossos conhecimentos.
Elementos básicos 
de um Plano de Contas
Vamos iniciar com os elementos básicos de um plano 
de contas:
 1) títulos das Contas;
 2) funções das Contas;
 3) funcionamento das Contas;
 4) princípios que norteiam o Plano.
Toda conta é identificada pelo seu título, que deve 
exprimir de forma clara e sintética seu objeto, ou seja, 
a natureza dos fenômenos que ela reúne. A delimitação 
deste objeto é que nos permite diferenciar uma conta da 
outra.
A estrutura que adotamos no Brasil para segregar 
as contas é regida pela Lei 6.404/76 ou Lei das S/As. e 
modificações introduzidas pela Lei 11.638/07. Uma 
empresa pode utilizar-se de planos de contas diferenciados 
para fins gerenciais, mas deve ter a Contabilidade na forma 
da legislação.
Um Plano de Contas é 
uma peça muito importante na 
técnica contábil, pois estabelece, 
previamente, a conduta a 
ser adotada na escrituração das empresas, através 
da exposição das contas em seus títulos, funções, 
funcionamento, grupamentos, etc.
Elenco, função e funcionamento 
do Plano de Contas
Um Plano de Contas não se limita, unicamente, ao 
seu elenco, isto é, à relação das contas em seus títulos. Ele 
deve abranger a descrição das funções e funcionamento 
das mesmas com o objetivo de orientar a escrituração 
fidedigna dos fatos contábeis da empresa.
O elenco é a parte mais visível no Plano de Contas, mas 
é apenas uma das partes que compõem esta peça contábil 
tão importante. O elenco deve ser uma peça flexível, 
deixando sempre margem para que novas contas sejam 
inseridas e dando ao plano a maleabilidade necessária. Ele 
é uma peça de constante consulta.
A função de uma conta é a sua ação, para que serve, 
qual o papel que desempenha na escrituração. Pode ser 
conceituada como a explicação do objeto da conta, a 
expressão descritiva da natureza dos fatos registráveis na 
conta.
Exemplo: função da conta FORNECEDORES
Esta conta destina-se ao registro de todas as 
transações efetuadas com as firmas ou pessoas que 
realizam fornecimento para a empresa. Nela registram-
se, normalmente, as faturas ou notas de fornecimento 
e os seus resgates. Tem ainda por função “o registro das 
antecipações sobre fornecimentos, quando estes forem 
feitos a prazo curto e quando não se relacionarem com 
transações que se prolonguem, necessitando de acertos 
especiais”. (Lopes de Sá, 1998)
Pela descrição detalhada da função de uma conta se 
conhece perfeitamente qual o seu objeto, ou, ainda, para 
que foi aberta.
Ao descrevermos as funções das contas, entretanto, 
precisamos nos centrar no problema com todas as suas 
minúcias e evitar que existam contas de funções duvidosas 
ou em duplicidade.
Existem, universalmente, contas clássicas e que já têm 
sua função bem caracterizada e conhecida, o que facilita 
muito o trabalho de elaboração, como, por exemplo, as 
contas de Caixa, Bancos, Clientes, Fornecedores, Estoques, 
Compras, Vendas, Despesas de administração, Despesas 
financeiras, Despesas tributárias e outras. Contudo, 
devemos estar muito atentos ao definirmos a função de 
cada conta.
O funcionamento das contas estabelece a relação 
da conta com as outras e evidencia como se comportam 
diante de seu objeto. Objetivamente, demonstra como se 
Escrituração = 
registros contábeis.
AULA 9 • Plano de Contas
47
debita a conta, como se credita, qual a natureza de seu 
saldo, quais as outras contas que normalmente com ela 
estabelecem contato nos fatos contábeis de uma empresa.
A descrição do funcionamento das contas é uma peça 
que normalmente não encontramos nos Planos de Contas, 
isto porque, na maioria dos casos, existe uma preocupa-
ção apenas na utilização do elenco das contas e não no 
conjunto do plano de contas.
Em muitos casos, adota-se também fundir o funciona-
mento com a função da conta, fazendo de ambos uma só 
peça, às vezes, de forma bem simples. Encontramos tam-
bém em outros planos apenas o elenco e o funcionamen-
to das contas. Devemos estar atentos em estruturar um 
plano de contas que atenda à necessidade informacional 
da Contabilidade, seja ela interna ou externa, e que seja 
criteriosamente elaborado e flexível.
Grau das contas 
no Plano de Contas
Grau de contas é a forma de estabelecermos a de-
pendência, a ligação entre as contas de um mesmo gru-
pamento contábil. Para começar, agrupamos as contas 
do grupamento do Ativo, do grupamento do Passivo, do 
grupamento do Patrimônio Líquido e do grupamento de 
Resultado, ou seja, os grandes grupos de contas da Con-
tabilidade.
Grandes grupos de contas:
• Ativo
• Passivo
• Patrimônio Líquido
• Resultado
Dentro de cada um destes grupamentos de contas 
fazemos uma subdivisão em grupamentos menores, mas 
sem perder o elo de dependência. É necessário analisar as 
contas de modo que a dependente tenha sempre classifi-
cação inferior à principal. Ao observarmos a estrutura dos 
grupamentos, saberemos que o somatório das contas de 
grupamento inferior corresponderá ao total das contas de 
grupamento superior.
As contas podem ser classificadas em analíticas ou 
sintéticas. As sintéticas são aquelas que representam um 
grupo de contas e podem ser divididas em subcontas. Já 
as analíticas são aquelas que podem receber lançamentos.
Atualmente, fora raras exceções, a planificação con-
tábil é efetuada em sistemas computadorizados que fa-
cilitam muito o objetivo informacional da Contabilidade. 
Contudo, devemos observar alguns critérios mínimos para 
sua elaboração:
•		 título	da	conta	bem	claro	e	identificador	do	evento	
ou fato contábil;
•		 classificação	 da	 conta	 (conta	 patrimonial,	 resulta-
do);
•		 temporalidade	 do	 saldo	 da	 conta	 (diário,	mensal,	
periódico);
•		 seqüência	 lógica	 e	 bem	 organizada	 na	 disposição	
das contas.
Uma empresa deve ter um Plano de Contas que real-
mente esclareça os fatos sucedidos em seu patrimônio em 
certo período de tempo. O número de contas e o número 
de subdivisões dependem muito das atividades de cada 
empresa e de sua técnica de negócios.
Assim, por exemplo, como primeiro grau relativo à es-
trutura, podemos atribuir um número como o identificador 
dos grupos de contas principais. Desta forma, a numera-
ção de cada conta conterá, no início, o número do grupo 
ao qual pertence. Vamos numerar os grupos principais:
1. Ativo
2. Passivo
3. Custos e despesas
4. Receitas
No segundo grau, colocamos os grupos que represen-
tam as divisões da estrutura. Por exemplo, na estrutura do 
Ativo, encontraremos:
1.1 Ativo Circulante
1.2 Ativo Não Circulante
No terceiro grau, colocamos os subgrupos que repre-
sentam as grandes divisões dos grupos. Como subgrupos 
do Ativo Não Circulante1 podemos exemplificar:
1.1.1 Realizável a Longo Prazo
1.1.2 Investimentos
1.1.3 Imobilizado
1.1.4 Intangível
Não há obrigatoriedade nisto, ou seja, a empresa 
pode ou não adotar subgrupos.
1 Um quinto grupo denominado diferido compunha o Balanço Patrimo-
nial. Com a medida provisória MP449, os itens que o compunham passa-
ram a ser baixados para o resultado ou reclassificados como intangível.
INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
48
No quarto grau, incluímos os títulos das contas que re-
presentam as divisões dos subgrupos. Por exemplo, em um 
grupo do imobilizado, podem estar inseridas as contas de:
1.1.1.1 Caixa
1.1.1.2 Bancos Conta-Movimento
1.1.1.3 Aplicações de Liquidez Imediata
E assim por diante.
Ressaltamos que o plano de contas obedece à 
necessidade da empresa, respeitando o que for obrigado 
pela legislação.
Segue abaixo modelo completo de um Plano de 
Contas.
1 ATIVO
 1.1 Ativo Circulante
 1.1.1 Disponível
 1.1.1.1 Caixa
 1.1.1.1.1 Fundo Fixo de Caixa
 1.1.1.1.2 CaixaGeral
 1.1.1.2 Depósitos Bancários
 1.1.1.2.1 Banco do Povo
 1.1.1.2.2 Banco Amarelo
 1.1.1.3 Numerário em Trânsito
 1.1.1.4 Aplicações de liquidez Imediata
 1.1.1.4.1 Banco do Povo
 1.1.1.4.2 Banco Amarelo
 1.1.2 Clientes
 1.1.2.1 Duplicatas a Receber
 1.1.2.1 Cliente A
 1.1.2.2 Cliente B
 1.1.2.2 Duplicatas a Receber - Controladas, 
Controladoras e Coligadas
 1.1.2.3 (-) Duplicatas Descontadas
 1.1.2.4 (-) Provisão para Perdas
 1.1.3 Créditos Diversos
 1.1.3.1 Títulos a Receber - Renegociações
 1.1.3.2 Títulos a Receber - Outras Transações
 1.1.3.3 Cheques em Cobrança
 1.1.3.4 Dividendos a Receber
 1.1.3.5 Bancos - Contas Vinculadas
 1.1.3.6 Impostos a Recuperar
 1.1.3.6.1 ICMS a Recuperar
 1.1.3.6.2 IPI a Recuperar
 1.1.3.6.3 Impostos sobre Mercadorias em 
Trânsito
 1.1.3.6.4 Imposto de Renda Retido na 
Fonte
 1.1.3.6.5 Imposto de Renda Pago a maior
 1.1.3.6.6 Saldo Negativo de IRPJ
 1.1.3.6.7 IRPJ Estimativa a Compensar
 1.1.3.6.9 CSLL Retida na Fonte por Órgãos 
Públicos Federais
 1.1.3.6.10 CSLL paga a maior
 1.1.3.6.11 Saldo Negativo de CSLL
 1.1.3.6.12 CSLL Estimativa a Compensar
 1.1.3.7 Outros Créditos
 1.1.3.8 (-) Provisão para Perdas
 1.1.4 Aplicações Financeiras
 1.1.4.1 Aplicações com Rendimentos Pós-fixados
 1.1.4.1 Aplicações com Rendimentos Pós-
fixados
 1.1.4.1.1 Aplicações
 1.1.4.1.2 Rendimentos
 1.1.4.2 Aplicações com Rendimentos Pré-fixados
 1.1.4.3 Títulos Estatais
 1.1.4.4 Debêntures
 1.1.4.6 Ações
 1.1.4.7 Juros a Receber
 1.1.4.8 (-) Provisões para Ajuste ao Valor de 
Mercado
 1.1.5 Estoques
 1.1.5.1 Mercadorias (compras)
 1.1.5.1.1 Calçados 
 1.1.5.1.2 Roupas 
 1.1.5.1.3 Material Esportivo 
 1.1.5.2 Mercadorias em Trânsito
 1.1.5.3 Mercadorias em Consignação em Poder de 
Terceiros
 1.1.5.5 Material de Acondicionamento
 1.1.5.6 Almoxarifado
 1.1.5.6.1.1 Peças de Reposição de 
Automóveis
 1.1.5.6.1.2 Lâmpadas e Material Elétrico
 1.1.5.6.1.3 Material de Expediente
 1.1.5.9 (-) Provisão para Ajuste ao Valor de Mercado
 1.1.6 Adiantamentos
 1.1.6.1 A Empregados
 1.1.6.3 A Fornecedores
 1.1.6.5 Importações em Andamento
 1.1.7 Despesas Antecipadas
 1.1.7.1 Prêmios de Seguros
 1.1.7.2 Assinaturas e Anuidades
 1.1.7.3 Aluguéis e Arrendamentos Antecipados
 1.2 Ativo Não-Circulante
 1.2.1 Ativo Realizável a Longo Prazo
AULA 9 • Plano de Contas
49
 1.2.1.1 Créditos Diversos
 1.2.1.1.1 Títulos a Receber - Renegociações
 1.2.1.1.2 Títulos a Receber - Outras Transações
 1.2.1.1.3 Controladas, Coligadas e 
Controladora
 1.2.1.1.4 Sócios, Administradores e Pessoas 
Ligadas
 1.2.1.1.5 Bancos - Contas Vinculadas
 1.2.1.1.9 (-) Provisão para Perdas
 1.2.1.2 Aplicações Financeiras
 1.2.1.2.1 Aplicações com Rendimentos Pós-
fixados
 1.2.1.2.2 Aplicações com Rendimentos Pós-
fixados
 1.2.1.2.3 Aplicações
 1.2.1.2.4 Rendimentos
 1.2.1.2.5 Aplicações com Rendimentos Pré-
fixados
 1.2.1.2.6 Títulos Estatais
 1.2.1.2.7 Debêntures
 1.2.1.2.8 Ações
 1.2.1.2.9 Juros a Receber
 1.2.1.2.10 (-) Provisões para Ajuste ao Valor 
de Mercado
 1.2.1.3 Empréstimos Compulsórios
 1.2.1.4 Impostos a Recuperar
 1.2.1.4.1 ICMS a Recuperar
 1.2.1.4.2 IPI a Recuperar
 1.2.1.4.3 Impostos sobre Mercadorias em 
Trânsito
 1.2.1.4 Imposto de Renda Retido na Fonte 
 1.2.1.4.5 Imposto de Renda Pago a maior
 1.2.1.4.6 Saldo Negativo de IRPJ
 1.2.1.4.7 IRPJ Estimativa a Compensar
 1.2.1.4.9 CSLL Retida na Fonte por Órgãos 
Públicos Federais
 1.2.1.4.10 CSLL paga a maior
 1.2.1.4.11 Saldo Negativo de CSLL
 1.2.1.4.12 CSLL Estimativa a Compensar
 1.2.1.5 Adiantamentos
 1.2.1.6 Despesas Antecipadas
 1.2.2 Investimentos
 1.2.2.1 Em Controladas e Coligadas - Equivalência 
Patrimonial
 1.2.2.2 Em Controladas e Coligadas - Custo 
Corrigido
 1.2.2.3 Outras Participações Societárias
 1.2.2.4 Participações por Incentivos Fiscais
 1.2.2.5 Imóveis Não Destinados ao Uso
 1.2.2.5.1 Destinados a Futura Expansão
 1.2.2.5.2 Destinados a Aluguel a 
Administradores Empregados
 1.2.3 Imobilizado
 1.2.3.1 Imóveis
 1.2.3.1 Imóveis
 1.2.3.1.1 Terrenos
 1.2.3.1.2 Construções
 1.2.3.1.3 Edifícios
 1.2.3.1.4 Instalações Elétricas
 1.2.3.1.5 Instalações Hidráulicas
 1.2.3.1.9 Outras Instalações
 1.2.3.2 Móveis e Utensílios
 1.2.3.3 Veículos
 1.2.3.4 Máquinas, Equipamentos e Ferramentas
 1.2.3.6 Recursos Naturais
 1.2.3.7 Benfeitorias em Propriedade de Terceiros
 1.2.3.8 Imobilizado em Andamento (construção; 
importação; consórcio...)
 1.2.3.9 (-) Depreciações, Amortizações e 
Exaustões Acumuladas
 1.2.3.9 (-) Depreciações, Amortizações e 
Exaustões Acumuladas
 1.2.3.9.1 Depreciações de Imóveis
 1.2.3.9.2 Depreciações de Móveis e Utensílios
 1.2.3.9.3 Depreciações de Veículos
 1.2.3.9.4 Depreciações de Máquinas, 
Equipamentos e Ferramentas
 1.2.3.9.6 Exaustões e Depreciações de 
Recursos Naturais
 1.2.4 Intangível
 1.2.4.1 Fundo de Comércio
 1.2.4.2 Marcas
 1.2.4.3 Patentes
 1.2.4.4 Direitos Autorais
 1.2.4.5 Licenças
 1.2.4.6 Propriedade Intelectual
 1.2.4.7 Nome Comercial
 1.2.4.8 Imagem
 1.2.4.9 Carteira de Clientes
 1.2.4.10 Franquia
 1.2.4.11 Direitos de Comercialização
 1.2.4.12 Direito de Uso de Software
 1.2.4.13 Direito de Uso de Telefone
 1.2.4.20 (-) Amortizações Acumuladas
2 PASSIVO
 2.1 Passivo Circulante
INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
50
 2.1.1 Empréstimos e Financiamentos
 2.1.1.1 Empréstimos Nacionais
 2.1.1.1.1 Pós-fixados
 2.1.1.1.2 Pré-fixados
 2.1.1.1.9 (-) Encargos Pré-fixados a Apropriar
 2.1.1.2 Empréstimos Estrangeiros
 2.1.1.3 Financiamentos Nacionais
 2.1.1.4 Financiamentos Estrangeiros
 2.1.1.5 Títulos a pagar
 2.1.1.6 Arrendamentos a Pagar
 2.1.1.7 Adiantamentos sobre Contratos de Câmbio 
(ACC)
 2.1.1.8 Empréstimos para Controladas, Coligadas e 
Controladora
 2.1.1.9 Juros e Encargos Apropriados a Pagar
 2.1.2 Debêntures
 2.1.2.1 Conversíveis em Ações
 2.1.2.2 Não Conversíveis
 2.1.2.3 Juros Apropriados a Pagar
 2.1.3 Fornecedores
 2.1.3.1 Nacionais - de Mercadorias
 2.1.3.2 Estrangeiros - de Mercadorias
 2.1.3.3 Nacionais - de Imobilizado
 2.1.3.4 Estrangeiros - de Imobilizado
 2.1.4 Impostos a Pagar ou Recolher
 2.1.4 Impostos a Pagar
 2.1.4.1 ICMS a Recolher
 2.1.4.2 IPI a Recolher
 2.1.4.3 Provisão para Imposto de Renda
 2.1.4.4 Provisão para Contribuição Social
 2.1.4.5 IRRF a Recolher
 2.1.4.6 Provisão para o IOF
 2.1.4.7 PIS a pagar
 2.1.4.8 COFINS a pagar
 2.1.4.9 ISS a Recolher
 2.1.4.10 Outros Impostos
 2.1.4.5 IRRF a Recolher
 2.1.4.5.1 Salários e Honorários
 2.1.4.5.2 Remuneração a Autônomos
 2.1.4.5.3 Serviços prestados por Pessoas Jurídicas
 2.1.4.5.4 Juros s/ Capital Próprio
 2.1.4.5.5 Aluguéis
 2.1.4.5.9 Outros
 2.1.5 Salários e Contribuições Previdenciárias
 2.1.5.1 Ordenados e Salários a Pagar
 2.1.5.2 Honorários da Administração a Pagar
 2.1.5.3 INSS a Recolher
 2.1.5.4 FGTS a Recolher
 2.1.5.5 Gratificações a Pagar
 2.1.5.8 Provisão p/ Férias e Encargos
 2.1.5.9 Provisão p/ 13º Salário e Encargos
 2.1.6 Obrigações Diversas
 2.1.6.1 Adiantamentos de Clientes
 2.1.6.2 Contas Correntes
 2.1.6.3 Água
 2.1.6.4 Luz
 2.1.6.5 Telefone
 2.1.6.6 Seguros
 2.1.6.9 Contas a Pagar
 2.1.7 Dividendos/Lucros e Participações
 2.1.7.1 Dividendos/Lucros Propostos
 2.1.7.2 Participações Propostasa Administradores
 2.1.7.3 Participações Propostas a Empregados
 2.1.7.6 Dividendos/Lucros a Pagar
 2.1.7.7 Participações a Pagar
 2.1.8 Outras Provisões
 2.1.8.2 Provisão para Riscos Fiscais
 2.1.8.3 Provisão para Contingências, etc.
 2.2 Passivo Não-Circulante
 2.2.1 Passivo Exigível a Longo Prazo
 2.2.1.1 Empréstimos e Financiamentos
 2.2.1.2 Debêntures
 2.2.1.3 Fornecedores
 2.2.1.4 Impostos a Pagar ou Recolher
 2.2.1.5 Salários e Contribuições Previdenciárias
 2.2.1.6 Obrigações Diversas
 2.2.1.7 Dividendos e Participações
 2.2.1.9 Outras Provisões
3 PATRIMONIO LIQUIDO
 3.1 Capital Social
 3.1.1 Capital Social Subscrito
 3.1.1.1 Ações Ordinárias - Capital Nacional
 3.1.1.2 Ações Ordinárias - Capital Estrangeiro
 3.1.1.3 Ações Preferenciais - Capital Nacional
 3.1.1.4 Ações Preferenciais - Capital Estrangeiro
 3.1.2 (-) Capital Social a Integralizar
 3.2 Reservas de Capital
 3.2.1 Correção Monetária do Capital integralizado
 3.2.1.1 Ações Ordinárias - Capital Nacional
 3.2.1.2 Ações Ordinárias - Capital Estrangeiro
 3.2.1.3 Ações Preferenciais - Capital Nacional
 3.2.1.4 Ações Preferenciais - Capital Estrangeiro
 3.2.2 Ágio na Emissão de Ações
 3.2.9 (-) Ações/Quotas em Tesouraria
 3.3 Ajustes de Avaliação Patrimonial
 3.3.1 Ajustes de Avaliação Patrimonial de Ativos
AULA 9 • Plano de Contas
51
 3.3.2 Ajustes de Avaliação Patrimonial de Passivos
 3.4 Reservas de Lucros
 3.4.1Reserva Legal
 3.4.2Reservas Estatutárias
 3.4.3 Reserva para Contingências
 3.4.3.1 Relativas ao Lucro do Ano “X”
 3.4.3.2 Relativas ao Lucro do Ano “Y”
 3.4.4 Reserva para Incentivos Fiscais*
 3.4.4.1 Doações ou Subvenções
 3.4.5 Reservas de Lucros a Realizar
 3.4.5.1 Originadas da Equivalência Patrimonial
 3.4.5.3 Originadas de Lucros a Longo Prazo
 3.4.6 Reservas Especiais
 3.4.9 (-) Ações/Quotas em Tesouraria
 3.5 (-) Ações/Quotas em Tesouraria
 3.5.1 (-) Por Resgate
 3.5.2 (-) Por Amortização
 3.5.3 (-) Por Reembolso
 3.5.4 (-) Por Negociação
 3.9 Lucro do Exercício ou Prejuízos Acumulados
 3.9.1 LUCRO DO EXERCÍCIO
 3.9.2 (-) Prejuízos Acumulados
 3.9.2.1 (-) De Exercícios Anteriores
 3.9.2.2 (-) Do Exercício em Curso
Note que as subcontas podem ser abertas com deta-
lhamento que se quiser. Assim, algumas contas de 4º grau 
podem ser abertas para detalhamento das suas subcontas2. 
Assim, também ocorre com as de 5º grau.
2 Nem sempre as subcontas apresentam todos os números da sequência, 
pois, de acordo com as necessidades (falta de utilização da subconta, 
por exemplo) alguma conta pode ter sido excluída ou substituída por 
outra.
Resumo
Nesta aula abordamos os conceitos mais importantes 
para estruturarmos, planificarmos um Plano de Contas. 
Verificamos que um Plano de Contas não se restringe, 
exclusivamente, ao elenco de contas, devendo abarcar, 
pelo menos, o funcionamento e a função das contas.
Por fim, para obtermos um bom plano contábil é 
imprescindível que ele seja adaptável às necessidades 
da empresa, seja claro e acessível aos diversos usuários, 
seja flexível permitindo inserções e exclusões, tenha 
precisão e exatidão dentro dos princípios e preceitos da 
Contabilidade, ou seja, que possa refletir a imagem fiel da 
riqueza da empresa.
Atividades
1. O que é um Plano de Contas?
2. O que compreende um elenco de contas?
3. Qual a diferença entre função e funcionamento de 
contas?
4. Qual a importância na adoção da função e funciona-
mento da contas?
5. O que podemos definir como um “ Bom plano de con-
tas “ ?
6. Você acredita que todos os planos de contas devam ser 
iguais? Justifique.
7. O que você entendeu sobre grau das contas no plano 
de contas?
8. Leia o plano de contas e tente compreender cada um 
dos termos utilizados. É possível que surjam muitas dú-
vidas. Tire-as com seu tutor ou monitor.
INTRODUÇÃO À
CONTABILIDADE
Unidade IV - Demonstrações Contábeis
AULA 10
Balanço Patrimonial – Ativo
Objetivos
• Identificar os principais grupos do Balan-
ço Patrimonial.
• Entender a finalidade do Balanço Patri-
monial.
• Identificar os subgrupos das contas do 
Ativo.
INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
54
Introdução
A Contabilidade demonstra as situações econômicas, 
financeiras, patrimoniais e os resultados de uma 
determinada empresa a vários usuários, por meio do que 
se convencionou chamar de demonstrações contábeis.
É importante ressaltar que a administração de uma 
empresa de capital aberto deveria elaborar, segundo a 
Lei das Sociedades por Ações, 
Lei. 6.404/76, atualizada pela 
Lei 10.303/01, ao término do 
exercício social (normalmente 
um ano), as seguintes demonstrações contábeis: Balanço 
Patrimonial (BP), Demonstração do Resultado do Exercício 
(DRE), Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados 
(DLPA), Demonstração das Origens e Aplicações de 
Recursos (DOAR) e as notas explicativas. Com a publicação 
da Lei nº 11.638 de 2007, houve mudança significativa 
quanto à apresentação das demonstrações contábeis. A 
partir dessa Lei, todas as empresas obrigadas a seguir a 
lei das S.A. (tanto as S.A. quanto as empresas limitadas 
tributadas pelo lucro real – Decreto-Lei nº 1.598/77 – e, 
também, as empresas que tenham receita bruta anual 
de R$ 300 milhões ou ativos totais no valor de R$ 240 
milhões. Estas passam agora a ter as mesmas obrigações 
que as S.A. no que se refere a sua escrituração, elaboração 
de demonstrações financeiras e obrigatoriedade de 
auditoria independente. 
Conforme documento publicado pelo CFC (Conselho 
Federal de Contabilidade): “9.1 – Obrigatoriedade: 
as empresas obrigadas a publicar suas demonstrações 
contábeis são as sociedades anônimas a não ser as fechadas 
com patrimônio líquido inferior a um milhão de reais de 
reais e com menos de 20 acionistas e que remetam a eles 
todos os documentos conforme art. 294 da Lei das S.A. 
(www.cfc.fipcafi.org/faq/faq.pdf.)”
A partir de agora, as demonstrações financeiras 
obrigatórias para as empresas atingidas pela Lei 6.404/78 
são: Balanço Patrimonial; Demonstrações dos Lucros 
ou Prejuízos Acumulados (DLPA); Demonstrações do 
Resultado de Exercício (DRE); Demonstrações do Fluxo 
de Caixa; Demonstração do Valor Adicionado (DVA) se 
companhia aberta.
A Demonstração das Origens a Aplicações de Recursos 
(DOAR) não é mais obrigatória, pois foi substituída pela 
DFC. Caso as empresas queiram divulgá-la, não há 
problema.
Balanço Patrimonial
É a demonstração contábil que apresenta os saldos 
das contas patrimoniais de uma forma padronizada, em 
determinada data. O Balanço Patrimonial representa a 
situação patrimonial da empresa, os prazos de realização dos 
bens e direitos, bem como as exigibilidades (obrigações). As 
contas do Balanço Patrimonial são classificadas em grupos 
e subgrupos de acordo com a sua natureza (este assunto 
será tratado com mais detalhamento na Unidade 5). Em 
suma, o Balanço Patrimonial é 
uma fotografia da empresa em 
determinada data.
Veja o que diz a Lei das 
S.A., art. 178, sobre o Balanço Patrimonial:
“Seção III”
Balanço Patrimonial
Grupo de contas
Art. 178. No balanço, as contas serão classificadas segun-
do os elementos do patrimônio que registrem, e agrupadas de 
modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação finan-
ceira da companhia.
§ 1o No Ativo, as contas serão dispostas em ordem decres-
cente de grau de liquidez dos elementos nelas registrados, nos 
seguintes grupos:
a) Ativo circulante;
b) Ativo não circulante composto por ativo realizável a lon-
go prazo, investimento, imobilizado e intangível.
§ 2o No passivo, as contas serão classificadas nos seguintes 
grupos:
a) passivo circulante;
b) passivo não circulante; e
c) patrimônio líquido, dividido em capital social, reservasde capital, ajustes de reavaliação, patrimonial reservas de lucros 
e ações em tesouraria e prejuízos acumulados.
§ 3o Os saldos devedores e credores que a companhia não 
tiver direito de compensar serão classificados separadamente”.
Na unidade anterior, estudamos sobre Conta contábil. 
Agora, vamos aproveitar o conhecimento adquirido 
para entendermos melhor a apresentação do Balanço 
Patrimonial.
Lei 6.404/76: Lei que 
normatiza as empresas 
de capital aberto (S.A.).
Natureza da conta contá-
bil: se a conta é credora 
ou devedora.
AULA 10 • Balanço Patrimonial – Ativo
55
Podemos representar os elementos agrupados ou 
contas sintéticas que compõem o Balanço Patrimonial da 
seguinte forma:
Balanço Patrimonial
Ativo Passivo + Patrimônio Líquido
Ativo Circulante
Ativo Não Circulante:
 Ativo Realizável a L.P.
 Investimentos Imobilizado
 Intangível
Passivo Circulante
Passivo Não Circulante
Patrimônio Líquido:
 Capital Social
 Reservas de Capital
 Ajuste de Avaliação Patrimonial
 Reservas de Lucros
 Ações em Tesouraria
 Prejuízos Acumulados
De acordo com o quadro acima, notamos que os gru-
pos de contas do Ativo foram elencados obedecendo a um 
critério decrescente de grau de liquidez.
Grau de Liquidez - maior ou menor facilidade de um 
determinado Bem ou Direito de ser transformado em di-
nheiro dentro de um determinado período.
No mesmo modo, os grupos de contas do Passivo fo-
ram elencados seguindo um critério decrescente de exigi-
bilidade.
Grau de exigibilidade - as contas do Passivo devem 
obedecer a ordem de vencimento das dívidas tanto a lon-
go quanto a curto prazo.
Vamos estudar agora o primeiro grupo de contas per-
tencente ao Ativo de uma empresa, o Ativo Circulante.
Ativo Circulante
O Ativo Circulante (AC) é a representação de todos 
os Bens e Direitos que a empresa espera transformar em 
dinheiro até o término do exercício social seguinte.
O artigo 179 da Lei das S/A define “as disponibilidades, 
os direitos realizáveis no custo do exercício social e 
subsequente e as aplicações de recursos em despesas 
do exercício seguinte” como contas do Ativo Circulante. 
Acrescente ainda em seu art. 178 que, no Ativo, as contas 
são elencadas em ordem decrescente de grau de liquidez. 
Dentro deste grupo, as contas de Disponibilidades são as 
primeiras a serem apresen- tadas. Este subgrupo da conta 
Ativo Circulante, segundo um determinado modelo de 
Plano de Contas (a empresa possuem os próprios planos 
de contas), representa as se- guintes contas:
•	 Caixa;
•	 Depósitos	Bancários;
•	 Numerário	em	trânsito;
•	 Aplicações	de	liquidez	imediata.
A conta Caixa inclui dinheiro e cheques que podem ser 
descontados imediatamente. Normalmente, o volume de di-
nheiro disponível na empresa deve ser o suficiente para a 
mesma quitar as dívidas imediatas e de pequeno montante.
Depósitos Bancários incluem os recursos movimen-
tados e mantidos em bancos oriundos principalmente da 
atividade operacional da empresa.
A empresa pode ter Numerário em Trânsito como 
disponibilidade. Esta conta representa, por exemplo, o di-
nheiro em trânsito remetido por uma filial, mas que ainda 
não chegou à matriz. 
E, por fim, temos a conta Aplicação de Liquidez Ime-
diata que representa as aplicações financeiras (caderneta 
de poupança, FDI, CDB, etc.) de curtíssimo prazo.
Podemos, então, apresentar, até o momento, as con-
tas do Ativo Circulante da seguinte forma:
 Ativo
 Ativo CIRCULANTE
 DISPONÍVEL
 Caixa
 Depósitos bancários
 Numerário em trânsito
 Aplicações de liquidez imediata 
Além das contas de disponibilidades, há outras do Ati-
vo Circulante. Podemos subdividir as principais em:
•	 Estoques;
•	 Contas	a	Receber;
•	 Despesas	Antecipadas.
A conta estoque representa os bens em moeda, desti-
nados à venda para recebimento a curto prazo. Esta conta 
será tratada com mais detalhamento na disciplina Conta-
bilidade de Custos 1.
As Contas a receber representam, basicamente, os 
valores que a empresa tem a receber de terceiros, origina-
dos normalmente das operações de venda a prazo. Con-
tudo, Contas a receber podem representar também qual-
quer tipo de valor a receber junto a terceiros, tais como 
empréstimos concedidos aos diretores da empresa a curto 
prazo.
INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
56
As Despesas antecipadas são gastos já quitados pela 
empresa, mas cujo bem esta ainda não recebeu ou reali-
zou integralmente um direito.
Exemplo:
•	 a	empresa	assinou	um	contrato	para	receber	sema-
nalmente uma determinada revista. Ela paga a dívi-
da integralmente à vista, mas não recebe todas as 
revistas naquele momento.
Ativo Não Circulante
Um outro grupo de contas do Ativo é o Ativo Não 
Realizável. O Ativo Não Circulante se divide em quatro 
grupos: Ativo Realizável A.L.P., investimentos, imobilizado 
e intangível, como foi visto anteriormente. Quase todas 
as contas do Ativo Circulante 
podem compor também este 
grupo, obedecendo apenas à 
questão da temporalidade, ou 
seja, contas do Ativo Circulante 
devem ser “realizadas” até o 
término do exercício seguinte.
Investimentos
De acordo com a Lei nº 6.404/76, atualizada 
conforme a Lei nº 11.638/07, o grupo do Ativo chamado 
Investimentos apresenta as participações de caráter 
permanente em outras sociedades e os direitos que não 
estão no Ativo Circulante e não são utilizados na atividade 
fim da empresa.
Imobilizado
Segundo as leis das S/A, as contas classificadas nesse 
subgrupo do Ativo Imobilizado são “os direitos que tenham 
por objeto bens corpóreos destinados à manutenção das 
atividades da companhia ou da empresa ou exercidos com 
essa finalidade, inclusive os decorrentes de operações que 
transfiram à companhia os benefícios, riscos e controle 
desses bens”.
Pela definição anterior, entendemos que neste grupo 
são elencados todos os bens que têm a função de apoiar 
o desempenho normal da empresa, ou seja, os bens 
tangíveis corpóreos e intangíveis destinados à manutenção 
da atividade da empresa. Exemplos de bens tangíveis e 
intangíveis:
Bens tangíveis (corpóreos) incluem:
•	 Veículos;
•	 Máquinas;
•	 Equipamentos.
Bens intangíveis (incorpóreos) incluem:
•	 Marcas;
•	 Direitos	e	patentes	industriais;
Diferido
A Lei nº 6.404/07 previa que aqui seriam classificadas 
“as despesas pré-operacionais e os gastos de reestrutura-
ção que contribuirão, efetivamente, para o aumento do 
resultado de mais de um exercício social e que não confi-
gurem tão somente uma redução de custos ou acréscimo 
na eficiência operacional”. A Lei nº 11.941/09 exclui essa 
conta do balanço patrimonial. As contas que aqui se clas-
sificavam normalmente. Agora, aparecem no imobilizado , 
nas contas de resultado ou no intangível.
Podemos entender, então, que as contas que repre-
sentam os recursos aplicados antes do funcionamento da 
empresa e que formarão receitas futuras são classificadas 
no Ativo Diferido. Exemplos:
•	 Gastos	de	organização;
•	 Estudos,	projetos;
•	 Gastos	preliminares	de	operação.
Intangível
A Lei das S/A prevê: “no intangível: os direitos que 
tenham por objetos bens incorpóreos destinados à manu-
tenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, 
inclusive no fundo de comércio adquirido. Aqui, se classi-
ficam inclusive contas como marcas, patentes, concessões, 
direitos autorais e não autorais.
Resumo
Abordarmos, nesta aula, as principais demonstrações 
contábeis elaboradas pela Contabilidade. Começamos 
falando sobre o Balanço Patrimonial e os grupos principais 
que compõem o Ativo de uma empresa. É importante 
ressaltar que não foram discutidas todas as contas 
possíveis, tendo em vista que cada empresa tem o seu 
próprio plano de contas. A mensuração, tanto do Ativo 
quanto do Passivo, será tratada em disciplinas posteriores.Na próxima aula, trataremos dos grupos e subgrupos do 
Passivo.
Atividades
1. As contas abaixo representam: Ativo Circulante (AC), 
Ativo Circulante Disponível (ACD) Ativo Realizável a 
Realizadas: Termo comum 
utilizado para expres-
sar a transformação de 
um bem ou direito em 
dinheiro.
AULA 10 • Balanço Patrimonial – Ativo
57
Longo Prazo (ARLP), Ativo Permanente Investimento 
(API), Ativo Permanente Imobilizado (API) e Ativo Per-
manente Diferido (APD).
•	 Empréstimos	a	diretores	(prazo	para	pagamento	da	
1ª parcela - daqui a três anos)
•	 Veículos
•	 Imóveis
•	 Marcas
•	 Caderneta	de	poupança	(resgate	a	curto	prazo)
•	 Patentes
•	 Gastos	com	reorganização	da	empresa	
•	 Ações	de	outra	empresa
•	 Dinheiro	depositado	em	banco
•	 Estoque
•	 Despesa	paga	antecipadamente
•	 Contas	a	receber
•	 Caixa
2. Qual a diferença básica entre despesa paga antecipa-
damente e ativo diferido?
3. O que significa grau de liquidez?
4. Por que as contas do AC podem ser também classifica-
das no ARLP?
Questão de Aprofundamento
1. Imagine que você é sócio de uma empresa (caso 
prefira, utilize a empresa que você trabalha). Monte um 
esboço das contas e grupo de contas que estudarmos 
nessa aula. Em seguida, elabore um plano de contas, 
colocando as contas que você acredita que devem ser 
as utilizadas por sua empresa.
INTRODUÇÃO À
CONTABILIDADE
Unidade IV - Demonstrações Contábeis
AULA 11
Balanço Patrimonial – Passivo 
e Patrimônio Líquido
Objetivos
• Identificar os grupos e subgrupos das 
contas do Passivo e Patrimônio Líquido.
INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
60
Introdução
Caro aluno, na aula passada, você foi apresentado à 
composição geral do Balanço Patrimonial e, em particular, 
os grupos e subgrupos de contas que compõem o Ativo. 
Agora, vamos falar de dois outros grupos também contidos 
no Balanço Patrimonial:
•		 Passivo	–	representa	as	obrigações	de	uma	empresa;
•		 Patrimônio	Líquido	–	representa	a	situação	líquida	
de uma empresa.
Passivo
Sobre as obrigações de uma empresa, a Lei 6.404/76 
define que:
“As obrigações da companhia, inclusive financiamentos 
para aquisição de direitos do ativo não circulante, serão 
classificadas no passivo circulante, quando se vencerem no 
exercício seguinte, e no passivo exigível não circulante, se 
tiverem vencimento em prazo maior, observado o disposto no 
parágrafo único do art. 179.”
Vamos estudar agora o primeiro grupo de contas 
pertencente ao Passivo da empresa: Passivo Circulante.
Passivo Circulante
O Passivo circulante representa as contas que serão 
pagas até o término de exercício social seguinte ou de 
acordo com o ciclo operacional da companhia, se este for 
superior a um ano.
Este grupo do Passivo Circulante, segundo um 
determinado modelo de plano de contas (as empresas 
possuem seus próprios Planos de Contas), é composto 
basicamente das seguintes contas:
•	 Fornecedores: são obrigações a pagar com empresas 
que fornecem produtos para serem vendidos;
•	 Empréstimos bancários: são empréstimos obtidos 
junto a instituições financeiras e que serão pagos até 
o término do exercício social seguinte;
•		 Salários a pagar: representa a dívida mensal 
da empresa em relação aos seus empregados. 
Corresponde à folha de pagamento (salários, 
ordenados) que por lei deve ser paga até o quinto 
dia útil do mês seguinte ao mês trabalhado;
•	 Encargos sociais a recolher: são gastos relativos 
à folha de pagamento que ainda não foram pagos 
(INSS e FGTS);
•	 Impostos a recolher: impostos referentes às vendas 
mas que ainda não foram recolhidos à Fazenda 
Pública. Exemplos: ICMS a recolher, PIS a recolher, 
Cofins a recolher, etc.
•	 Provisões para férias: a empresa pode fazer, durante 
o ano, uma provisão de dinheiro correspondente às 
férias de seus empregados;
•	 Adiantamentos de clientes: os clientes podem 
fazer um adiantamento do pagamento referente à 
compra de um determinado produto, mesmo que 
este seja entregue pela empresa no futuro. Este 
adiantamento recebido é contabilizado no Passivo 
Circulante, por assumir a característica de uma 
obrigação da empresa com o cliente, até que a 
mesma entregue o produto previsto em contrato;
•	 Contas a pagar: são obrigações a pagar 
normalmente de pequeno valor, tais como, água, 
luz, telefone, etc.
Assim, teríamos a seguinte estrutura básica do Passivo 
Circulante:
PASSIVO
PASSIVO CIRCULANTE
 •	Fornecedores
	 •	Empréstimos	Bancários
	 •	Salários	a	Pagar
	 •	Encargos	Sociais	a	Recolher
	 •	Impostos	a	Recolher
	 •	Provisões	para	férias
	 •	Adiantamento	de	Clientes
	 •	Contas	a	pagar
Passivo Não Circulante
Outro grupo de contas pertencente ao Passivo, é o 
Passivo Não Circulante a Longo Prazo. Neste grupo, são 
classifi- cadas as obrigacöes que devem ser pagas após 
o exercIcio social seguinte. Portanto, quase todas as 
contas contidas no Passivo Circulante do exemplo acima 
podem ser classificadas no Passivo ExigIvel a Longo Prazo. 
A diferenca básica é o enquadramento do prazo de 
vencimento das referidas obrigacöes.
Resultado de exercícios futuros
O art. 181, da Lei 6.404/76, definia que: “serão 
classificadas como resultados de exercIcios futuros as 
receitas de exercIcios futuros, diminuIdas dos custos e 
despesas a elas correspondentes”.
AULA 11 • Balanço Patrimonial – Passivo e Patrimônio Líquido
61
Com a publicação da Lei nº 11.941/09, o artigo 181 
da Lei 6.404/78 foi revogado. Assim, o grupo Resultado 
de Exercícios Futuros deixou de existir.
O grupo de contas Resultado de Exercícios Futuros 
gerou grandes discussões quanto a seu significado, ou 
seja, quais são as contas que podem ser classificadas neste 
grupo e em que circunstâncias? Basicamente, neste grupo 
deveriam ser reconhecidas as receitas já recebidas, mas 
que deveriam ser reconhecidas em resultados futuros 
deduzidos dos custos correspondentes.
Os saldos dos Exercícios Futuros agora devem ser 
classificados em grupo do Passivo Não Circulante em conta 
representativa da receita diferida1. De acordo com a Lei 
nº 11.941/09, o saldo existente no resultado de exercício 
futuro o saldo existente no resultado de exercício futuro 
em 31 de dezembro de 2008 deve ser reclassificado.
Resumindo, teríamos a seguinte estrutura básica do 
Passivo:
PASSIVO
PASSIVO CIRCULANTE
	 •	Fornecedores
	 •	Empréstimos	Bancários
	 •	Salários	a	Pagar
	 •	Encargos	Sociais	a	Recolher
	 •	Impostos	a	Recolher
	 •	Provisões	para	férias
	 •	Adiantamento	de	Clientes
	 •	Contas	a	pagar
PASSIVO NÃO CIRCULANTE
Patrimônio Líquido
No Balanço Patrimonial, o Patrimônio Líquido repre-
senta os recursos que pertencem aos proprietários da em-
presa. São chamados também de obrigações não exigíveis. 
Estas obrigações são representadas pela diferença entre 
Ativos e Passivos.
Discutiremos a seguir os grupos e subgrupos que 
compõem o Patrimônio Líquido de acordo com a Lei nº 
6.404/78 atualizada pela Lei nº 11.638/07 e pela Lei nº 
11941no art. 178.
•		 Capital Social: são todos os recursos destinados à 
empresa disponibilizados pelos próprios proprietá-
rios. Este grupo se divide em:
1 Receita diferida é aquela recebida antecipadamente de clientes. 
É classificada no Passivo Circulante como adiantamento de clientes.
	 •	 Capital	 social	 integralizado	 ou	 realizado:	
corresponde ao valor recebido pela empresa, 
relativo às cotas (Ltda.) ou ações (S.A.);
	 •	 Capital	 Social	 a	 Integralizar:	 corresponde	 ao	
valor ainda não recebido pela empresa. O valor 
será realizado (incorporado à empresa) em data 
posterior. Este capital advém dos proprietários no 
momento inicial da constituição da empresa.
•	 Reserva de Capital: este grupo pertencente ao 
Patrimônio Líquido representa os aumentos do 
mesmo, cujos valores advêm de atividades não 
operacionaisda empresa. Pode ser entendido 
também como valores recebidos a título de reforçar 
o capital da empresa. Exemplo: ágio na emissão de 
ações no caso de uma empresa S.A.
 A destinação das reservas de capital pode ser para:
	 •	absorver	prejuízos;
	 •	comprar	ações	(S.A.);
	 •	 pagamento	 de	 dividendo	 a	 ações	 preferenciais,	
sendo que a lei das S.A. determina que, quando o 
lucro for insuficiente para distribuir dividendos para 
os proprietários de ações preferenciais, as reservas 
de capital podem ser utilizadas para essa finalidade.
•		 Ajustes de avaliação patrimonial: segundo o 
art. 181, §3º, da Lei n. 6.404/76, “serão classificadas 
como ajustes de avaliação patrimonial, enquanto 
não computadas no resultado do exercício 
em obediência ao regime de competência, as 
contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor 
atribuído a elementos do ativo e do passivo, em 
decorrência da sua avaliação a preço de mercado”. 
Portanto, prezado aluno, podemos entender que no 
grupo do Patrimônio LIquido, os ajustes de avaliação 
patrimonial representam o ajuste feito nos ativos 
que valorizaram ou desvalorizaram em comparacão 
ao respectivo valor de mercado, enquanto não 
computados no resultado de exercícios.
 Exemplo:
 O valor contábil de um certo veículo (data de 
compra) é R$ 10.000,00. Considerando que a 
depreciação do bem seja 20% a.a., veremos que o 
valor contábil do veículo acima, passados 5 anos, 
será de: R$ 0,00. Porém, se um laudo de peritos 
reavaliar o veículo em R$ 5.000,00, este será o novo 
valor do mesmo, a ser registrado na conta ajustes de 
avaliação patrimonial, enquanto não computados 
no resultado do exercício.
INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
62
•	 Reservas de Lucros: compreende o grupo do 
Patrimônio Líquido que representa parcelas do 
lucro por determinação do estatuto, da orientação 
da administração da empresa ou da disposição da 
lei (S.A.). Esta parcela do lucro não pode ser alterada 
sem o consentimento da administração da empresa. 
 Segundo o art.199 da Lei 6404/76, a constituição 
das Reservas de Lucros se limita à: “soma dos saldos 
de Reserva Legal, Reserva Estatutária e Lucros 
Acumulados, não podendo ultrapassar o valor do 
Capital Social.”
Vamos entender um pouco sobre os principais subgru- 
pos da conta Reservas de Lucros:
•	 Reserva Legal: segundo a Lei das S.A., “do lucro 
líquido do exercício, 5% serão aplicados, antes 
de qualquer outra destinação, na constituição da 
reserva legal, que não excederá 20% do capital 
social (art. 193)”. A utilização desta reserva é 
somente para compensar os prejuízos e o aumento 
do Capital Social, que pode ser feito em qualquer 
período.
•	 Reserva Estatutária: o estatuto da empresa pode 
estabelecer a criação desta reserva desde que:
	 •	 indique	 de	 maneira	 precisa	 e	 completa	 sua	
finalidade;
	 •	estabeleça	o	máximo	do	valor	da	reserva;
	 •	determine	os	valores	exatos	a	serem	aplicados	nos	
lucros líquidos para a sua constituição.
•	 Reserva para Contingências: a finalidade da 
constituição desta reserva é um valor do lucro 
para cobrir perdas previsíveis futuras nos lucros da 
empresa. A parcela deve ser determinada pelos 
acionistas (S.A.) em assembléia geral.
 Antes de continuarmos, é importante saber que 
podemos ter uma conta denominada provisão 
para contingências, que é uma conta do Passivo. 
Não podemos confundir reserva para contingência 
com provisão para contingência. A provisão para 
contingência destina-se a cobrir as perdas que já 
ocorreram mas não foram desembolsadas, tais como 
indenizações contratuais, fiscais, etc. Já a reserva 
de contingência é uma estimativa que se destina 
a cobrir as perdas extraordinárias nos exercícios 
futuros, não previstas e que ainda não ocorreram.
•	 Ações em Tesouraria: são ações da própria 
companhia, readquiridas pela empresa e mantidas 
em seu próprio poder. O preço de aquisição pela 
empresa não pode ser maior do que o valor de 
mercado. Como regra, as companhias não podem 
comprar suas próprias ações salvo em ocasiões 
específicas. Essa conta é redutora do patrimônio 
líquido.
•	 Prejuízos Acumulados: este grupo de contas 
do Patrimônio LIquido representa o saldo atual 
dos lucros ou prejuIzos lIquidos da empresa. Esta 
conta é a ligacão entre o Balanco Patrimo- nial e 
a Demonstracão do Resultado do ExercIcio (DRE). 
Anteriormente à Lei nº 6.404/78, previa que os 
Lucros ou Prejuízos Acumulados deveriam ser 
evidenciados no Patrimônio Líquido do Balanço 
patrimonial da empresa. Com a mudança legal, 
somente os prejuízos acumulados deverão ser 
evidenciados. Os lucros acumulados não podem 
ser transferidos de um exercício financeiro para 
outro, pois devem ser distribuídos ou colocados à 
disposição dos quotistas ou da Assembleia Geral.
Resumindo, teríamos a seguinte estrutura básica do 
Patrimônio Líquido:
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
 CAPITAL SOCIAL
(-) Capital Social a Integralizar
 RESERVA DE CAPITAL
 RESERVA DE REAVALIAÇÃO
 RESERVA DE LUCROS
 Reserva Legal
 Reserva Estatutária
 Reserva para Contingência
 Reserva de Lucro a Realizar
 Reserva de Incentivos Fiscais
 PREJUÍZOS ACUMULADOS
Resumo
Nesta aula, apresentamos os principais grupos das 
contas do Passivo e Patrimônio Líquido da empresa. Vimos 
que as Reservas de Lucros representam parcelas retiradas 
do lucro para atender a exigências legais, estatutárias ou 
disposições da própria administração.
As contas do Passivo podem ser divididas em Circulante, 
Exigível a Longo Prazo e Resultado dos Exercícios Futuros. 
Não esgotamos todo o assunto, principalmente quanto à 
classificação e mensuração das contas, que serão tratados 
na disciplina Contabilidade Geral.
AULA 11 • Balanço Patrimonial – Passivo e Patrimônio Líquido
63
Atividades
1. No seu entendimento, qual a diferença entre reserva 
para contingência e provisão para contingência?
2. Pesquise sobre “Ágio na emissão de ações”.
3. O que é capital a integralizar? Exemplifique.
4. As Reservas Estatutárias podem ser constituídas obede-
cendo a quais disposições? Dê um exemplo.
5. As contas abaixo representam: Passivo Circulante (PC), 
Passivo Realizável a Longo Prazo (PRLP), Resultado de 
Exercícios Futuros (REF), Patrimônio Líquido (PL).
	 •	Salários	a	pagar
	 •	ICMS	a	recolher
	 •	Empréstimo	a	longo	prazo	(superior	a	3	anos)
	 •	Ágio	na	compra	de	ações
	 •	Reavaliação	de	veículos
	 •	Lucro	do	exercício
	 •	Aluguéis	recebidos	antecipadamente
	 •	Ações	de	outra	empresa
	 •	Compra	de	mercadorias	a	prazo	(inferior	a	um	ano)
Questão de aprofundamento
1. Faça uma pesquisa e descreva cada uma das reservas 
de lucros e suas características detalhadas.
INTRODUÇÃO À
CONTABILIDADE
Unidade IV - Demonstrações Contábeis
AULA 12
Demonstrações Contábeis
Objetivos
• Identificar os principais elementos que 
compõem a Demonstração das Mutações 
do Patrimônio Líquido, a Demonstração 
do Resultado do Exercício e a Demons-
tração de Lucros e Prejuízos Acumula-
dos.
• Entender a finalidade das notas explica-
tivas.
INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
66
Introdução
Na aula passada, comentamos que a conta Prejuízos 
Acumulados, pertencente ao grupo de contas do 
Patrimônio Líquido, é um elo de ligação entre o Balanço 
Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício 
(DRE).
Estudaremos nesta aula outros demonstrativos 
contábeis, tais como: Demonstração do Resultado 
do Exercício (DRE), Demonstração das Mutações do 
Patrimônio Líquido (DMPL), Demonstração de Lucros ou 
Prejuízos Acumulados (DLPA) e notas explicativas.
Demonstração do Resultado 
do Exercício (DRE)
Prezado Aluno, a DRE mostra, de forma organizada, 
os elementos que podem alterar o Patrimônio Líquido 
das empresas. Trata-se de um resumo ordenado das 
receitas, despesas e custos (vimos estas definições na 
Aula 8). Este resumo apresentao resultado líquido das 
operações realizadas pela empresa durante o exercício 
social para os usuários das demonstrações contábeis, ou 
seja, se a empresa obteve lucro ou prejuízo dentro de um 
determinado período.
Critérios de apresentação da DRE
A Lei 11.638/07 e 11941/09, que atualizaram a Lei 
6.404/76, determinam a forma de apresentação da DRE, 
no seu artigo 187.
Art.187 – “A demonstração do resultado do exercício 
discriminará:
I – a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das 
vendas, os abatimentos e os impostos;
II – a receita líquida das vendas e serviços, o custo das 
mercadorias e serviços vendidos e o lucro bruto;
III – as despesas com vendas, as despesas financeiras, 
deduzidas das receitas, as despesas gerais e administrativas, e 
outras despesas operacionais;
IV – o lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e 
outras despesas não operacionais;
V – o resultado do exercício antes do imposto de renda e a 
provisão para o imposto;
VI – as participações de empregados, administradores 
e partes beneficiárias, mesmo na forma de instrumentos 
financeiros, e de instituições ou fundos de assistência ou 
previdência de empregados, que não se caracterizam como 
despesa;
VII – o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu 
montante por ação do capital social. (...).”
Com o objetivo de apresentar os dados elementares 
da formação do resultado do exercício (lucro ou prejuízo) 
para os usuários, os gestores devem elaborar a DRE de 
acordo com a Lei das Sociedades por Ações (S.A.), Lei 
6.404/76.
A disciplina Contabilidade Geral mostrará com 
detalhes como elaborar a DRE. 
Apresentamos, a seguir, um exemplo simples de 
Demonstração do Resultado do Exercício.
Demonstração do resultado do exercício
Receita Bruta com vendas 100.000,00
(-) deduções (10.000,00)
= Receita Líquida com vendas 90.000,00
(-) Custos (5.000,00)
= Lucro Bruto 85.000,00
(- /+) Receitas/ despesas operacionais (2.000,00)
Lucro operacional 83.000,00
Resultado não operacional 2.000,00
Lucro antes do imposto de renda e CSL 81.000,00
Participações
(-) IR / CSL 27.000,00
Lucro Líquido do Exercício 54.000,00
Lucro por ação 5,40
As empresas que apuram o 
imposto de renda sobre o lucro, 
com base no lucro real, presumido 
ou arbitrário, devem elaborar a 
DRE trimestralmente, para que 
possam determinar os impostos devidos (IR e Contribuição 
social sobre o Lucro - CSL). As demais demonstrações 
contábeis (S.A.) podem ser elaboradas no final do ano-
calendário (01/01 a 31/12).
Portanto, a DRE é uma demonstração contábil 
dinâmica que representa uma poderosa ferramenta para 
o processo decisório da empresa.
Demonstração das Mutações 
do Patrimônio Líquido (DMPL)
Esta demonstração tem por 
objetivo mostrar, num determinado 
momento, a movimentação das 
contas que compõem o Patrimônio 
Líquido das empresas, evidenciando os seus acréscimos 
ou decréscimos durante o exercício social. A DMPL não 
Lucro real, presumido 
ou arbitrário: formas 
de apuração do lucro 
tributável.
CVM: autarquia federal 
que visa regular o merca-
do de capitais do Brasil.
AULA 12 • Demonstrações Contábeis
67
é obrigatória pela Lei das S.A., mas a sua elaboração é 
exigida pela CVM. A DMPL é muito importante para a 
elaboração de uma outra demonstração contábil, a DOAR 
(Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos), que 
veremos mais adiante e que anteriormente era obrigatória 
mas foi substituída pela DFC (Demonstrações do Fluxo de 
Caixa).
Principais movimentações nas contas 
do Patrimônio Líquido que podem ser 
evidenciadas através da DMPL
1) Aumento pelo lucro ou diminuição pelo prejuízo 
do exercício (note que no balanço patrimonial só 
evidenciamos o prejuízo e aqui demonstramos o 
lucro ou o prejuízo);
2) redução pelo pagamento de dividendos aos 
acionistas (S.A.);
3) acréscimo devido à reavaliação de ativos;
4) acréscimo ou diminuição devido a ajustes anteriores;
5) aumento de capital social com utilização de lucros e 
reservas;
6) compensação de prejuízos com reservas;
7) constituição das reservas.
Apresentaremos, a seguir, um exemplo simples da 
DMPL.
Demonstração das mutações do patrimônio 
líquido do exercício findo em 31.12.20X1
Em milhares de Reais
Descrição Capital Reservas Lucros Total
Capital Lucro
Saldo exercício 
anterior
70.000 20.000 4.000 10.000 104.000
Lucro 
distribuído 
(5.000) (5.000)
Aumento do 
capital
10.000 10.000
Lucro do 
exercício 20X 1
1.000 1.000
Saldo Final 80.000 20.000 4.000 6.000 110.000
Demonstração de Lucros ou 
Prejuízos Acumulados (DLPA)
Caro aluno, você entende que o lucro líquido do 
exercício pertence aos proprietários e que os mesmos 
decidem qual parcela deste lucro será dividida entre 
eles. Assim, esta demonstração evidencia claramente a 
constituição, movimentação e distribuição dos valores 
da conta de lucros ou prejuízos acumulados. A DLPA é 
relativamente simples. Segundo o art. 186 da Lei das S.A., 
a DLPA deve discriminar:
“I – o saldo no início do período, ajustes de exercícios 
anteriores e a correção monetária de saldo inicial;
II – as reversões de reservas e o lucro líquido do exercício;
III – as transferências para reservas, os dividendos, a parcela 
dos lucros incorporada ao capital e o saldo ao fim do período.”
É importante salientar que, de acordo com a Lei 
6.404/76, a DLPA “poderá ser incluída na DMPL, se 
elaborada e divulgada pela empresa (S.A.), para efeito de 
publicação”.
Na prática, as Sociedades por Ações (S.A.) elaboram 
e publicam somente a DMPL, pois a mesma informa a 
movimentação dos lucros ou prejuízos acumulados.
Vejamos, a seguir, um exemplo simples da DLPA.
Demonstração de lucros acumulados
Exercício findo em 31.12.X2
em milhares de Reais
SALDO EM 31/12/X1 20.000
Ajustes de Exercícios Anteriores (1.000)
Parcela de lucro incorporada ao Capital (2.000)
Lucro Líquido do Exercício 10.000
Proposta de destinação do Lucro
Reserva Legal (2.000)
Reserva Estatutária (1.000)
Dividendos a distribuir (5.000)
SALDO EM 31/12/X2 19.000
Notas explicativas
Notas explicativas são detalhamentos, 
complementações dos dados contidos nas demonstrações 
contábeis. A Lei das S.A., em seu art. 176, determina 
que “as demonstrações contábeis serão complementadas 
por Notas Explicativas e outros quadros analíticos ou 
INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
68
demonstrações contábeis necessários para esclarecimento 
da situação patrimonial e dos resultados do exercício.”
Entenda, caro aluno, que as demonstrações contábeis 
nem sempre contêm o detalhamento das contas e das 
transações, sendo necessários maiores esclarecimentos 
para facilitar a compreensão dos diversos usuários da 
informação contábil.
De acordo com o art. 176 § 5º da lei das S/A, as notas 
explicativas devem:
I – apresentar informações sobre a base de preparação 
das demonstrações financeiras e das práticas 
contábeis específicas selecionadas e aplicadas para 
negócios e eventos significativos
II – divulgar as informações exigidas pelas práticas 
contábeis adotadas no Brasil que não estejam 
apresentadas em nenhuma outra parte das 
demonstrações financeiras;
III – fornecer informações adicionais não indicadas nas 
próprias demonstrações financeiras e consideradas 
necessárias para uma apresentação adequada; e
IV – indicar:
a) os principais critérios de avaliação dos elementos 
patrimoniais, especialmente estoques, dos 
cálculos de depreciação, amortização e exaustão, 
de constituição de provisões para encargos 
ou riscos, e dos ajustes para atender a perdas 
prováveis na realização de elementos do ativo;
b) os investimentos em outras sociedades, quando 
relevantes (art. 247, parágrafo único);
c) o aumento de valor de elementos do ativo 
resultante de novas avaliações (art. 182, § 3o );
d) os ônusreais constituídos sobre elementos do 
ativo, as garantias prestadas a terceiros e outras 
responsabilidades eventuais ou contingentes;
e) a taxa de juros, as datas de vencimento e as 
garantias das obrigações a longo prazo;
f) o número, espécies e classes das ações do capital 
social;
g) as opções de compra de ações outorgadas e 
exercidas no exercício;
h) os ajustes de exercícios anteriores (art. 186, § 1o); 
e 
i) os eventos subsequentes à data de encerramento 
do exercício que tenham, ou possam vir a ter, 
efeito relevante sobre a situação financeira e os 
resultados futuros da companhia.
Resumo
Vimos, nesta aula, mais três importantes demonstrações 
contábeis: DRE, DMPL e DLPA. Todos estes relatórios são 
complementares entre si. A DRE evidencia as contas que 
compõem o resultado da empresa, lucro ou prejuízo. O 
resultado da DRE faz parte do Balanço Patrimonial através 
da conta Prejuízos Acumulados e do saldo de resultado 
do exercício apurado. Esta demonstração é bastante útil 
para o processo decisório. A DMPL e a DLPA informam a 
movimentação do lucro dentro do Patrimônio Líquido da 
empresa. E, por fim, as notas explicativas vêm complementar 
algumas informações contidas nas demais demonstrações 
contábeis. Deixamos de lado, por enquanto, a questão da 
elaboração destes demonstrativos, pois trataremos disso 
mais adiante. Todas estas demonstrações devem estar de 
acordo com a Lei das S.A. e ser acompanhadas de notas 
explicativas, visando melhorar a informação contida nas 
mesmas.
Assim, com esta aula, apresentamos as principais 
demonstrações que a Contabilidade elabora e que são 
exigidas e regulamentadas pela Lei 6.404/76.
Atividades
1. O que você entende sobre a seguinte afirmativa: “O 
resultado evidenciado na DRE faz parte do Patrimônio 
Líquido da empresa”?
2. Por que a DLPA pode ser substituída pela DMPL?
3. Elabore uma DRE com os seguintes dados:
	 •	vendas	brutas:	R$	80.000,00
	 •	deduções	de	vendas:	R$	5.000,00
	 •	custo	dos	produtos	vendidos:	R$	10.000,00
	 •	despesas	financeiras:	R$	1.000,00
	 •	alíquota	IR	+	CSL	24%
4. Elabore uma DMPL com os seguintes dados:
	 •	saldo	anterior	em	31/12/2004:
	 •	capital:	40.000
	 •	reserva	legal:	R$	20.000,00
	 •	lucro	distribuído:	R$	1.000,00
	 •	lucro	do	exercício:	R$	10.000,00
5. Sobre “Reservas”, considere as seguintes informações e 
marque a alternativa correta:
I. São registradas no Ativo permanente da empresa 
e dividem-se em reservas de capital, reservas de 
reavaliação e reservas de lucros.
AULA 12 • Demonstrações Contábeis
69
II. As reservas de capital são constituídas com as 
contribuições dos acionistas e são assim classifi-
cadas até que estejam juridicamente incorporadas 
ao capital da empresa.
III. Este grupo, pertencente ao Patrimônio Líquido, 
representa os aumentos do mesmo, cujos valores 
advêm de atividades não operacionais da empresa.
a) ( ) todas as informações apresentadas estão corretas;
b) ( ) as informações constantes dos itens II e III estão 
corretas;
c) ( ) todas as informações apresentadas estão erradas;
d) ( ) as informações constantes dos itens I e III estão 
corretas.
6. Qual é a finalidade das notas explicativas?
INTRODUÇÃO À
CONTABILIDADE
Unidade IV - Demonstrações Contábeis
AULA 13
Demonstração dos 
Fluxos de Caixa (DFC)
Objetivos
• Conceituar fluxo de caixa.
• Entender a finalidade da DFC.
• Identificar os fatores que afetam o caixa 
da empresa.
INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
72
Introdução
A Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) passou 
a ser necessária como ferramenta complementar das 
demais demonstrações contábeis. A DFC evidencia os 
recebimentos e pagamentos que transitaram na conta 
Caixa. Por ser muito útil no processo decisório, passou 
a ser obrigatória com a publicação da Lei 11.638/07. 
As companhias fechadas (as suas ações não são 
comercializadas no mercado aberto), com patrimônio 
líquido inferior a R$2.000.000 na data do balanço, não 
são obrigadas a elaborar e publicar a DFC.
Considerações gerais
Caro aluno, a princípio, você pode entender que as DFC 
somente organizam os dados relativos às movimentações 
ocorridas principalmente nas disponibilidades da empresa 
(Caixa, Bancos e Aplicações Financeiras). Contudo, 
as informações da DFC permitem que os usuários da 
informação contábil analisem:
•	 A	 capacidade	 de	 a	 empresa	 gerar	 fluxos	 de	
“caixa” (dinheiro) no futuro;
•	 a	 capacidade	 da	 empresa	 de	 pagar	 as	 suas	
obrigações;
•	 a	tendência	de	falência	ou	não	da	empresa.
Caixa e Equivalente de Caixa
Nesta aula, não estudaremos como elaborar a DFC, 
pois este assunto será tratado mais adiante. Veremos 
a seguir alguns atributos aos quais a DFC deve atender, 
com a finalidade de informar a situação líquida do 
caixa, em determinado período, bem como evidenciar as 
movimentações ocorridas nas contas caixa e equivalente 
de caixa da empresa.
Requisitos aos quais a DFC deve atender:
•	 Mostrar	ordenadamente	o	efeito	das	movimentações	
de caixa oriundas das atividades operacionais, de 
investimento e de financiamento;
•	 evidenciar,	 em	 notas	 explicativas,	 informações	
sobre as movimentações ocorridas no caixa, tais 
como: transações de investimento e financiamento 
que afetam o patrimônio da empresa;
•	 demonstrar	a	reconciliação	do	lucro	líquido	com	o	
caixa líquido da empresa, ou seja, fazer os ajustes no 
lucro líquido até chegar ao valor do caixa líquido.
Métodos de elaboração das 
DFC
De acordo com a Lei 6.404/78 as demonstrações dos 
fluxos de caixa devem indicar, no mínimo, “as alterações 
ocorridas, durante o exercício, no saldo de caixa e 
equivalentes de caixa, segregando-se essas alterações em, 
no mínimo, 3 (três) fluxos:
a) Das operações;
b) Dos financiamentos;
c) Dos investimentos.”
A demonstração do Fluxo de caixa da empresa 
pode ser feita por dois métodos: direto e indireto. Nosso 
objetivo, nesta aula, não é ensinar como elaborar o DFC, 
e sim indicar sua importância para a tomada de decisão.
Método direto – evidencia as entradas e saídas 
de dinheiro relacionadas à atividade operacional da 
empresa: recebimentos de vendas e pagamentos a 
fornecedores, trabalhadores, etc.
Método indireto –demonstra como, a partir do lucro 
líquido apurado na DRE, chegamos ao valor líquido 
apresentado na conta Caixa.
A seguir, apresentaremos os grupos que compõem a 
DFC para qualquer um dos métodos de elaboração (direto 
e indireto).
Atividades Operacionais: são relacionadas a todas as 
operações com reflexo no caixa da empresa que envolvam 
a produção e entrega de produto (gastos com funcionários, 
provisões trabalhistas, compra de estoque, etc.).
•	 Entradas:
1. Recebimentos provenientes das vendas de produtos 
e serviços, à vista;
2. recebimentos provenientes do pagamento por parte 
do cliente das compras realizadas por este a prazo;
3. recebimento de dividendos devido à participação 
em outra empresa;
4. qualquer outro recebimento que não seja 
proveniente de financiamento ou investimento: 
recebimento de indenizações por sinistros, 
recebimentos decorrentes de ações judiciais, etc.
•	 Saídas:
1. pagamento a fornecedores de matéria-prima 
utilizada na produção;
AULA 13 • Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC)
73
2. pagamento a fornecedores referente a outros 
materiais ou serviços utilizados na produção;
3. pagamento dos impostos referentes às vendas dos 
produtos.
Atividades de Investimentos: são relacionadas 
geralmente com os acréscimos ou decréscimos dos ativos 
a longo prazo (Ativo permanente), com reflexo no caixa 
da empresa, sendo utilizados na produção (máquinas, 
equipamentos, edifícios, etc.).
•	 Entradas:
1. Recebimento do capital emprestado (integralmente);
2. recebimento da venda dos Ativospermanentes;
3. recebimento pela venda das ações de outra 
empresa.
•	 Saídas:
1. Pagamento pela obtenção de ações de outras 
empresas;
2. pagamento relativo à compra de imóveis, máquinas 
e equipamentos relativos à atividade operacional.
Atividades de Financiamento: são relacionadas 
especificamente com os acréscimos ou decréscimos nas 
contas de empréstimos de credores e investidores, feitos 
à empresa. Podem representar também recursos advindos 
dos proprietários, entre outros.
•	 Entradas:
1. Venda de ações da própria empresa(S.A.);
2. empréstimos adquiridos junto ao mercado;
3. recebimento de recursos advindos de doadores.
•	 Saídas:
1. Pagamento de dividendos aos proprietários;
2. pagamento dos empréstimos obtidos.
Mas, e quanto às operações referentes a investimentos 
e financiamentos que não transitam no caixa? 
Certo, vamos lá. Existem transações que alteram os 
Ativos e Passivos mas não modificam o caixa e devem 
constar em notas explicativas. Estas anotações podem ser 
feitas tanto de forma narrativa como apresentando um 
gráfico, quadro explicativo, etc. Exemplos:
•	 bem	advindo	de	doações	exceto	em	dinheiro;
•	 troca	de	Ativos	e	Passivos	que	não	envolva	a	conta	
caixa: recebimento de um veículo a título de 
pagamento de dívida, renegociação de dívida a 
curto prazo para longo prazo.
Finalidade da Demonstração 
de Fluxos de Caixa (DFC)
Qualquer usuário da informação contábil precisa 
saber como a empresa está e ser capaz de prever seu 
futuro em termos econômicos e financeiros. A DRE 
(Demonstração do Resultado do Exercício) não atende 
plenamente a estas necessidades. Um dos motivos é que 
a composição da DRE não inclui contas que não alteram 
o caixa da empresa, como vendas a prazo, pois, apesar de 
compor o total das receitas, o recebimento destas vendas 
se dá em um outro momento.
A finalidade da DFC é fornecer aos usuários uma 
noção do planejamento executado e das decisões 
tomadas em relação às ações relativas ao caixa da 
empresa.
A DFC ajuda a responder às seguintes questões sobre 
a empresa:
•	 Qual	é	a	condição	de	pagamento	de	dividendos	em	
termos atuais?
•	 Quanto	 às	 atividades	 operacionais	 geraram	 em	
dinheiro?
•	 Qual	foi	a	fonte	de	recursos	investida	na	aquisição	
de ativos permanentes?
Pela Lei 11.638/09 a DFC, tornou-se obrigatória, 
como dito anteriormente. Além disso, a DOAR já não 
possui elaboração e divulgação obrigatórias pela lei. 
A opção da DFC como demonstração obrigatória foi 
realizada em vista de seu mais fácil entendimento pelos 
que não tem conhecimento apurado de contabilidade. Já a 
DOAR demonstra informações mais ricas, como a posição 
financeira e as tendências futuras, sendo mais analítica.
Assim, enquanto a DOAR volta-se para a 
movimentação de recursos e aplicações permanentes, ou 
de longo prazo (impacto de situação financeira calculado 
pelo CCL), a DFC se concentra no movimento dos fluxos 
de dinheiro.
Exemplo simplificado da DFC
Apresentaremos a seguir um modelo simplificado 
da DFC para que você possa visualizar melhor esta 
demonstração tão importante para a tomada de decisão.
INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
74
Vejamos o seguinte exemplo:
Em milhares de reais 2005 2004
Caixa 400 380
Saldo inicial 380 380
Acréscimos/ decréscimos 
líquidos
20 0
Considerando as informações acima, o usuário 
necessita saber a movimentação do caixa da empresa de 
forma mais detalhada. Suponha que este fluxo de caixa 
represente as seguintes atividades:
Sendo que:
•	 Atividades	operacionais:	saldo	das	vendas;
•	 atividades	 de	 investimento:	 pagamento	 relativo	 à	
compra de máquinas;
•	 atividade	 de	 financiamento:	 pagamento	 de	
empréstimo obtido.
Agora sim podemos analisar o fluxo de caixa 
do exemplo em questão, apresentando as seguintes 
interpretações:
•	 A	 fonte	 básica	 da	 empresa	 advém	 das	 atividades	
operacionais da empresa;
•	 a	 fonte	 de	 recursos	 para	 pagamento	 das	 dividas	
provém somente da atividade operacional da 
empresa.
Em milhares de reais 2005 2004
Atividades operacionais 600 500
Atividades de investimento (400) (450)
Atividades de financiamento (180) (450)
Fluxo de caixa líquido 20 0
Resumo
Vimos, nesta aula, que a DFC mostra a capacidade da 
empresa de gerar recursos. Sabemos que a principal fonte 
de recursos é o lucro. Um investidor ou qualquer outro 
interessado precisa saber de onde vieram os recursos e 
para onde eles foram, através da análise dos fluxos de caixa 
da empresa em determinado período. Conhecidos estes 
fluxos, através das atividades operacionais, atividades de 
investimento e atividades de financiamentos, o investidor 
poderá projetar ações futuras visando à maximização da 
sua riqueza. Acrescenta-se que a Lei 11.638/07 substitui 
a obrigatoriedade da DOAR pela da DFC, que é mais 
facilmente compreendida pelos usuários da informação 
de uma forma geral.
Atividades
1. Como os aumentos e diminuições da composição 
do fluxo de caixa afetam a saúde financeira de uma 
empresa?
2. O que significam as mudanças do fluxo de caixa?
3. A DFC explica as variações:
 a) ( ) no permanente
 b) ( ) no disponível
 c) ( ) no patrimônio líquido
 d) ( ) nos investimentos financeiros
4. Indique qual alternativa não afeta o caixa da empresa:
 a) ( ) venda à vista
 b) ( ) compra a prazo
 c) ( ) pagamento de investidores
 d) ( ) recebimento de clientes
5. Indique qual alternativa afeta o caixa da empresa:
 a) ( ) reavaliação do imobilizado
 b) ( ) venda de ações à vista
 c) ( ) recebimento de um imóvel em troca de 
amortização de uma dívida
 d) ( ) correção monetária do Ativo Permanente
INTRODUÇÃO À
CONTABILIDADE
Unidade IV - Demonstrações Contábeis
AULA 14
Demonstração do 
Valor Adicionado (DVA)
Objetivos
• Entender a questão da responsabilidade 
social das empresas.
• Conceituar a DVA.
• Compreender a destinação do valor adi-
cionado.
INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
76
Introdução
Caro aluno, sem termos a pretensão de esgotar o 
assunto, veremos nesta aula mais uma demonstração 
contábil: a Demonstração do Valor Adicionado ou DVA. 
Este relatório contábil trata da questão da geração de riqueza 
criada pela empresa, bem como a sua respectiva distribuição 
para os agentes que colaboram para sua geração.
De acordo com a Lei das Sociedades por Ações, a 
DVA deve indicar, no mínimo, “o valor da riqueza gerada 
pela companhia, a sua distribuição entre os elementos que 
contribuíram para a geração dessa riqueza, tais como em-
pregados, financiadores, acionistas, governo e outros, bem 
como a parcela da riqueza não distribuída.
No Brasil, as companhias abertas não são obrigadas 
a elaborar, a Demonstração do Valor Adicionado em ra-
zão das modificações propostas pela Lei 11638/07 à Lei 
6.404/78.
Responsabilidade Social 
das Empresas
Nos dias de hoje, a sociedade vem exigindo respostas 
para os problemas decorrentes do desempenho das em-
presas em termos econômicos e sociais. As empresas têm 
obrigações com a sociedade em termos de meio ambiente, 
geração de empregos, distribuição de renda entre outros.
As empresas não podem ter como objetivo apenas 
buscar o lucro, sem ter em vista vários fatores, dentre os 
quais a sua participação no crescimento social e econômi-
co de um país. Vários agentes da sociedade se relacionam 
de alguma forma com as empresas, tais como:
•	 fornecedores;
•	 financiadores	de	recursos;
•		 clientes;
•		 governo;
•		 funcionários;
•		 meio	ambiente.
A Contabilidade, num enfoque social, tem por obje-
tivo fornecer informações que permitam aos interessados 
avaliar os efeitos das operações da empresa sobre a socie-
dade que a cerca. A sociedade premia as empresas que 
adotam políticas de preservação da natureza e de bem-es-
tar para os seusempregados. Assim, a Contabilidade de-
senvolveu um relatório complementar às demais demons-
trações, visando informar a riqueza criada pela empresa e 
o seu destino. Este relatório denomina-se Demonstração 
do Valor Adicionado (DVA).
Prezado aluno, nesta aula não nos preocuparemos em 
aprofundar muito este assunto, que será visto novamente 
adiante. Abordaremos apenas os aspectos gerais para que 
você já possa ir se familiarizando com mais esta demonstração 
contábil. Para tanto, vamos começar conceituando a DVA.
Conceito
Quando falamos de valor adicionado, temos que en-
tender que a empresa está inserida no contexto da produ-
ção nacional, ou seja, ela adquire recursos (matéria-prima, 
energia, dinheiro, etc.) e os transforma em produtos que 
serão vendidos, atendendo, portanto, às necessidades da 
sociedade. É uma idéia da Economia que estamos aprovei-
tando na Contabilidade.
É importante ressaltar que o 
conceito de Valor adicionado é 
utilizado na economia para deter-
minar o PIB de um País (Produto 
Interno Bruto).
Na verdade, caro aluno, a 
Contabilidade determina o valor adicionado de uma em-
presa através da diferença entre as vendas (receitas de 
vendas menos as devoluções e abatimentos) e os materiais 
adquiridos de terceiros (matérias-primas, serviços, etc.)
Um exemplo simples do que 
estamos falando é o seguinte: su-
ponhamos que a empresa Delta 
Ltda. venda todos os seus produ-
tos num determinado período, 
obtendo uma receita total de R$ 50.000,00. Para que 
isso ocorresse, ela comprou insumos de outra empresa, 
no valor de R$ 20.000,00. Ao determinarmos o valor adi-
cionado dessa empresa em determinado período, ou seja, 
quanto a empresa gerou de riqueza, teríamos:
 Valor adicionado = vendas – materiais consumidos
 Valor adicionado = 50.000,00 – 20.000,00 
 Valor adicionado = 30.000,00
Vamos ver mais um exemplo? Considere que a indús-
tria Favos Ltda. tenha realizado as seguintes transações em 
determinado período:
 Vendas brutas R$ 2.000,00
 Insumos adquiridos R$ 1.400,00
 Mão-de-obra empregada R$ 200,00
 Remuneração dos sócios R$ 400,00
O valor adicionado seria apresentado da seguinte forma:
 Vendas brutas (total produzido) R$ 2.000,00
 (-) Insumos adquiridos (R$ 1.400,00) 
 Valor adicionado R$ 600,00
PIB é o valor monetário de 
todos os bens e serviços 
finais produzidos na 
economia no período de 
um ano.
Insumos são bens e servi-
ços utilizados na produção 
de bens e serviços.
AULA 14 • Demonstração do Valor Adicionado (DVA)
77
E quanto à mão-de-obra e à remuneração dos sócios? 
Considerando o exemplo, responderíamos que, da rique-
za gerada, uma parte irá para os sócios e a outra para o 
pagamento dos empregados. 
O que significa Renda para a Contabilidade? Athar 
(2005) entende que “no enfoque contábil, Renda é igual 
à destinação do valor adicionado”. Voltando ao exemplo 
anterior, “Favos Ltda.”, teremos:
RENDA = DESTINAÇÃO DO VALOR ADICIONADO
Salários dos empregados R$ 200,00
Remuneração dos sócios (Capital) R$ 400,00
Destinação da renda R$ 600,00
De forma simples, entendido o conceito de valor adi-
cionado, podemos então falar um pouco sobre a Demons-
tração do Valor Adicionado (DVA).
Segundo De Luca (1998), podemos conceituar a DVA 
como sendo “um conjunto de informações de natureza 
econômica. É um relatório contábil que visa demonstrar 
o valor da riqueza gerada pela empresa e sua distri-
buição para os elementos que contribuíram para sua 
geração.”
Os elementos que compõem a empresa e que contri-
buíram para a geração de riqueza dentro de um determi-
nado período são os seguintes:
•	 Empregados:	 todos	 os	 pagamentos	 relacionados	 à	
mão-de-obra (salários, férias mais os encargos sociais);
•	 financiadores:	despesas	financeiras	e	de	aluguéis;
•	 proprietários:	dividendos	pagos	aos	donos;
•	 governos:	impostos.
Você se lembra da Demonstração do Resultado do 
Exercício (DRE), vista na Aula 12? Pois bem, a DRE eviden-
cia as receitas, os custos e despesas ocorridas em um de-
terminado período. Portanto, a DRE fornece alguns dados 
para a elaboração da DVA, que seriam:
•	 Vendas;
•	 gastos com a obtenção dos produtos e serviços vendidos;
•	 gastos:	despesa	com	pessoal,	imposto	de	renda.	
Modelo completo da 
Demonstração do Valor 
Adicionado (DVA)
Um dos propósitos desta aula é apresentar a DVA em 
termos gerais. A mensuração detalhada será demonstrada 
mais adiante. Segue abaixo um modelo simples, segundo 
os conceitos até aqui apresentados. 
Demonstração do Valor Adicionado 
em 31/12/2004 da empresa Favos Ltda.
Em milhares de Reais
Receita de Vendas 20.000,00
( - ) Custo da mercadoria vendida (CMV) (4.000,00)
( - ) Despesas administrativas e de vendas (500,00)
VALOR ADICIONADO BRUTO 15.500,00
( - ) Depreciações (100,00) 
( = ) VALOR ADICIONADO LÍQUIDO 15.400,00
Receitas não relacionadas diretamente à produção 
 Financeiras 450,00
 Outras Receitas 150,00
( = ) VALOR ADICIONADO TOTAL 16.000,00
DESTINAÇÃO DO VALOR ADICIONADO 
Empregados 7.500,00 
Financiadores 2.500,00
Governos 3.400,00
Acionistas 2.600,00
No exemplo acima, consideramos que todo lucro ge-
rado foi destinado aos acionistas.
Como você pode ver, caro aluno, a DVA detalha um 
pouco mais a DRE, principalmente no tocante à distribui-
ção da riqueza gerada, sendo muito útil para os diversos 
usuários da informação contábil, tais como:
•	 Sindicatos	 dos	 trabalhadores:	 para	 traçar	 políticas	
de negociação de benefícios;
•	 financiadores:	para	analisar	a	liberação	de	recursos	
em dinheiro;
•	 governos:	com	finalidade	tributária;
•	 fornecedores	 da	 empresa:	 para	 analisar	 liberação	
de crédito.
Resumo
Apresentamos, de forma sucinta, a Demonstração do 
Valor Adicionado (DVA). Sem esgotarmos o assunto, vimos 
que a DVA é uma demonstração que visa mostrar quanto 
a empresa gerou e como distribui sua riqueza. 
A elaboração da DVA é obrigatória pela Lei das S.A. 
às empresas de capital aberto e tem o objetivo de com-
plementar as informações que podem ser obtidas junto à 
Demonstração do Resultado do Exercício (DRE). Enquanto 
a DRE visa prestar informações quase que somente para 
INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
78
os proprietários da empresa, através da determinação do 
lucro líquido, a DVA informa sobre a geração da riqueza e 
sua distribuição.
Atividades
1. Liste alguns usuários e as respectivas necessidades de 
informações que estão contidas na DVA.
2. Qual a ligação entre DVA e DRE?
3. O que você entende sobre responsabilidade social por 
parte das empresas?
4. O que a DVA identifica?
5. Podemos entender que o valor adicionado se baseia nos 
conceitos básicos econômicos do PIB (Produto Interno 
Bruto)?
6. Quem está obrigado à elaborar e publicar a DVA? 
INTRODUÇÃO À
CONTABILIDADE
Unidade IV - Demonstrações Contábeis
AULA 15
Capital, Capital Social 
e Reservas
Objetivos
• Descrever e conceituar Capital e Capital 
Social.
• Entender o que é Capital Próprio.
• Entender a constituição das Reservas.
INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
80
Introdução
A demonstração das origens e aplicações de recursos 
será estudada nas próximas aulas. Nesta aula, começaremos 
a falar sobre Capital e Reservas. Nas aulas seguintes, 
falaremos sobre os demais elementos que compõem as 
origens e aplicações dos recursos da empresa, tais como 
capital de terceiros a curto e longo prazo.
Conceito
Vimos que a Contabilidade preocupa-se, também, 
com o estudo, controle e avaliação do capital empregado 
numa determinada empresa. Mas qual o significado do 
termo “Capital”?
O conceito de Capital tem significados diferentes nas 
várias áreas em que aparece. Por exemplo: o Capital para 
a economia é visto como a soma das riquezas queserve 
para gerar novas riquezas.
Para a Contabilidade, Capital significa recursos, ou 
seja, dinheiro, riqueza, haveres, bens, fortuna. São os 
bens e direitos empregados na movimentação do negócio 
ou conjunto de elementos que constituem o patrimônio 
das empresas constituído pelos investimentos e bens 
disponíveis; é toda riqueza capaz de produzir renda.
O Capital pode ser conceituado, então, como os 
recursos, as riquezas, os bens e haveres empregados numa 
empresa. Neste caso, as obrigações assumem a posição de 
Capital, pois financiam a atividade da empresa.
Vamos explicar um pouco mais. A obrigação salários 
a pagar, em termos contábeis, é fonte de recursos em 
determinado período, pois a empresa utiliza a força de 
trabalho do empregado (recurso) durante 30 dias. 
No Brasil, o pagamento dos salários se dá até o 5º dia 
útil do mês seguinte ao trabalhado. A empresa utiliza este 
recurso ou capital para movimentar as suas operações. Com 
esse exemplo, podemos concluir que todas as obrigações 
são exemplos de recursos e, conseqüentemente, de 
capital, no enfoque da Contabilidade. Contudo, as contas 
do Ativo e do Passivo representam o Capital da empresa.
Portanto, no enfoque contábil, Capital é o Patrimônio 
da empresa.
Caro aluno, você entendeu bem o conceito de Capital 
no enfoque contábil?
Vamos reforçar o seu entendimento nos próximos 
tópicos.
Capital Social ou Nominal, 
Capital Realizado e a Realizar
O Capital Social ou Nominal é formado na 
constituição ou no início de uma entidade. É o 
investimento inicial que os sócios efetuam para possibilitar 
o início do funcionamento da entidade, constituindo o seu 
patrimônio. O Capital dos sócios colocados à disposição 
da entidade é denominado Capital Social Realizado.
No entanto, nem sempre uma sociedade é constituída 
integralizando todo o capital dos sócios. Ás vezes, quando 
os sócios não têm disponível todo o capital a ser empregado 
na sociedade, resta uma parte a ser posteriormente 
integralizada. 
À medida que se tornar disponível, o restante do 
capital a integralizar é contabilizado e passa a integrar o 
Patrimônio da empresa.
Em resumo, no momento em que uma empresa é 
constituída, os sócios atestam, mediante um contrato, 
o capital nominal que pode ser disponibilizado por eles 
imediatamente (capital social realizado) ou posteriormente 
(capital a integralizar).
Qual a diferença entre capital social e capital social 
realizado?
Resposta: Capital social é igual a capital social 
realizado mais capital social a integralizar.
Fontes de Patrimônio Líquido (PL)
O PL de uma determinada entidade pode ser originado 
das seguintes fontes:
1) investimentos efetuados pelos sócios proprietários, 
que originam ações ou quotas de participação na 
sociedade;
2) lucros que são originados dos resultados obtidos 
em suas operações e, posteriormente, colocados a 
disposição dos quotistas ou da Assembleia Geral.
Quando os sócios decidem constituir uma empresa, 
resolvem, através de instrumento jurídico próprio 
(o Contrato Social), a forma como será efetivada a 
participação de cada um, ou seja, como será constituído o 
seu capital social e como serão distribuídas as ações entre 
os sócios (participação societária).
O capital social integralizado constitui a Fonte Interna 
de recursos, uma vez que, enquanto a empresa estiver 
operando normalmente, os proprietários não podem 
AULA 15 • Capital, Capital Social e Reservas
81
retirar seu capital investido na sociedade, podendo, 
entretanto, vender a sua participação na forma de ações 
da empresa.
Assim, em um processo de continuidade das 
atividades operacionais da empresa, os recursos aplicados 
pelos proprietários na entidade, ou seja, o capital social, 
podem ser usados sem que seja necessário devolvê-los 
aos respectivos sócios. Desta forma, pode ser considerado 
como Capital Próprio da empresa, visto que não será 
devolvido aos sócios antes da eventual extinção da 
empresa ou do término de suas atividades operacionais.
É importante salientar que os lucros apurados no 
exercício não serão acumulados no patrimônio da 
empresa, e sim colocados à disposição dos sócios para 
decidirem o destino do resultado no próximo exercício (se 
será distribuído ou se será revertido em patrimônio para a 
sociedade).
Capital Próprio
Capital Próprio é o conjunto formado pelos valores 
que pertencem à própria entidade, sendo constituído por 
seu capital social mais as reservas, abatendo os prejuízos 
acumulados, até sua dissolução ou encerramento (com 
exceção dos resultados que serão ainda passíveis de 
eventual distribuição pelos sócios/acionistas). O capital 
social é um dos elementos que compõem o capital próprio.
Resumindo, o capital próprio é igual ao patrimônio 
líquido da empresa.
Reservas
São recursos que pertencem ao grupo Patrimônio 
Líquido. São valores que surgem basicamente de duas 
maneiras:
•	 Reservas	obrigatórias:	valores	que	são	retirados	dos	
resultados para ficarem retidos na empresa com um 
determinado fim (ou seja, são resultados que não 
são distribuídos aos sócios/acionistas);
•	 Reservas	 facultativas:	 são	 valores	 que	 surgem	
em função da verificação da necessidade de sua 
constituição.
Alguns exemplos:
Reservas obrigatórias Reservas de reavaliação
Reserva Legal
Segundo o art. 193 da lei 
6.404/76, a referida reserva deve 
ser constituída para proteger 
os interesses dos credores; 5% 
do lucro líquido será o valor da 
constituição desta reserva. Não 
poderá exceder 20% do capital 
social. A reserva legal poderá 
deixar de ser constituída, no 
exercício em que o saldo dessa 
reserva, acrescida do montante 
das reservas de capital, exceder 
30% do capital social.
Reservas para Contingências
Pode ser constituída em 
assembleia geral para 
compensar provável 
diminuição do lucro 
decorrente de perda, cujo 
valor possa ser estimado. Essa 
reserva, constituída sobre 
os lucros, será revertida no 
exercício em que deixarem de 
existir razões que a justifiquem.
Reservas de Incentivos Fiscais
Parcela de lucro líquido 
decorrente de doações e 
subvenções governamentais 
para investimentos.
Reservas Estatutárias
É constituída de acordo com o 
estatuto da empresa, obedecendo 
aos seguintes quesitos: a) finalidade 
da reserva; b) limite máximo do 
valor. É obrigatória conforme o 
que for estabelecido pelo estatuto 
da empresa.
Reserva de Lucros a Realizar
Constituída quando o 
dividendo obrigatório 
ultrapassa a parcela realizada 
do lucro líquido do exercício. 
E decidida em assembleia 
mediante proposta dos órgãos 
da administração.
Resumo
Vimos que o conceito de capital difere nas diferentes 
áreas do conhecimento. Para a Contabilidade, o capital 
representa todos os bens, direitos e obrigações da empresa. 
Conclui-se, então, que o capital é igual ao patrimônio da 
entidade.
Entendemos agora que o capital próprio é igual ao 
Patrimônio Líquido da empresa, ou seja, é o conjunto do 
capital social mais as variações ocorridas no PL da empresa. 
Estas variações no Patrimônio Líquido são representadas 
pelas alterações ocorridas com os resultados operacionais 
(lucro/prejuízo) bem como a sua respectiva destinação, no 
caso do lucro (reservas e distribuição do lucro).
Atividades
1. Conceitue e diferencie: Capital, Capital Social, Capital 
a Integralizar.
2. Quais são as principais fontes do Patrimônio Líquido?
3. Assinale a opção correta:
 a) O patrimônio é o conjunto de bens, direitos e 
obrigações da pessoa jurídica.
INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
82
 b) O Ativo é o conjunto de bens, direitos e obrigações 
da pessoa jurídica.
 c) As contas que, ao final de dado período, têm o total 
dos créditos superior ao total dos débitos, diz-se são de 
natureza devedora, como as contas Caixa e Duplicatasa Receber.
 d) Os saldos finais das contas do Passivo não podem ser 
credores.
 e) Quando se somam os valores lançados a débito e os 
lançados a crédito de uma conta, diz-se que a conta é 
anulada.
4. A empresa Zete Ltda. possui:
 R$ 830.000,00 em dinheiro;
 R$ 1.200.000,00 em mercadorias;
 R$ 1.000.000,00 registrado na Junta Comercial como 
Capital; dívidas no valor de R$ 970.000,00 e lucros 
acumulados de R$ 60.000,00.
 Nessa estrutura patrimonial, o valor do Capital Próprio 
é de:
 a) R$ 830.000,00
 b) R$ 970.000,00
 c) R$ 1.000.000,00
 d) R$ 1.060.000,00
 e) R$ 2.030.000,00
5. Quais são as reservas obrigatórias? E as facultativas? 
Explique cada uma consultando, para isso, a Lei 
6.404/78 atualizada.
INTRODUÇÃO À
CONTABILIDADE
Unidade IV - Demonstrações Contábeis
AULA 16
Capital de Terceiros de 
Curto e Longo Prazo
Objetivos
• Descrever o capital de terceiros;
• Compreender o Exercício Social;
• Entender os mecanismos de classificação 
de curto e longo prazo.
INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
84
Introdução
Na aula passada, vimos que 
o capital é representado pelos 
bens e valores empregados 
na movimentação do 
empreendimento, ou seja, 
é o conjunto de elementos 
que compõem o patrimônio 
das empresas constituído pelos investimentos e bens 
disponíveis. Capital é, em um conceito amplo, toda 
riqueza capaz de produzir renda.
Capital Próprio e 
Capital de Terceiros
Veremos agora uma outra classificação do capital em 
termos contábeis, capital de terceiros. Antes, resgatemos 
da aula passada o significado de capital próprio.
Capital próprio
Capital próprio se constitui na Fonte Interna de 
recursos, uma vez que, enquanto a empresa estiver 
operando normalmente, os proprietários não podem 
retirar o seu capital investido na sociedade, podendo, 
entretanto, vender a sua participação na forma de ações 
ou cotas da empresa.
Capital de terceiros
De maneira geral, podemos afirmar que Capital de 
Terceiros são os recursos originários de fontes externas à 
entidade e que são utilizados para a aquisição de ativos 
de propriedade dessa entidade. Correspondem ao Passivo 
exigível, isto é, um valor que pode ser exigido por quem 
o emprestou.
As dívidas com os bancos, as financeiras, os 
fornecedores de mercadorias, o Governo representam 
o capital de terceiros (fontes externas) empregados na 
entidade.
Assim, no capital de terceiros estão incluídos os 
recursos obtidos através de empréstimos e financiamentos 
bancários e créditos de fornecedores, bem como impostos 
a recolher.
A comparação entre o Capital Próprio e o Capital de 
Terceiros empregados revela o grau de endividamento da 
entidade. Quanto maior for o capital de terceiros (dívidas) 
em relação ao capital próprio, maior será o endividamento 
da empresa. Veja o exemplo:
BALANÇO PATRIMONIAL
Ativo Passivo
Caixa 10.000,00 Fornecedores 12.000,00
Capital de 
terceiros
Estoque 20.000,00 Contas a pagar 8.000,00
Imóvel 15.000,00
Patrimônio 
Líquido
25.000,00
Capital 
próprio
Total 45.000,00 Total 45.000,00
Conceito de Exercício Social
Podemos conceituar Exercício Social como o intervalo 
de tempo compreendido em 12 meses, após o qual as 
pessoas jurídicas devem apurar os resultados obtidos em 
suas operações, podendo coincidir, ou não, com o ano-
calendário (01 de janeiro a 31 de dezembro), de acordo 
com os termos dispostos no estatuto ou no contrato social. 
Para a legislação do imposto de renda, é chamado de 
período-base (mensal ou anual) de apuração da base de 
cálculo do imposto devido.
Periodicamente, as empresas devem divulgar e/
ou registrar suas demonstrações contábeis. A legislação 
brasileira determina que este período seja equivalente 
ao ano comercial, que vai de primeiro de janeiro a trinta 
e um de dezembro de cada ano. Sendo assim, todas as 
receitas, custos, despesas, ganhos e perdas que ocorrem 
de 01 de janeiro até 31 de dezembro do mesmo ano 
são considerados na apuração do resultado daquele ano 
(período). 
Portanto, embora o exercício social possa ser qualquer 
período de 12 meses, a Receita Federal exige que a 
elaboração e publicação das demonstrações contábeis 
com a lei (6.404/76) estejam em acordo com o ano 
calendário. Por isso, é comum fazer coincidir o exercício 
social de uma empresa com o ano-calendário.
Como o exercício social pode ser diferente do ano-
calendário, criam-se dois conceitos: de curto e longo 
prazo, um de interesse contábil (toma o exercício social 
como base) e o outro de interesse do fisco (toma o ano-
calendário como base). Veremos a seguir o significado de 
curto e longo prazos.
Renda representa o 
total dos pagamentos 
efetuados aos fatores 
de produção que foram 
utilizados na formação do 
produto/serviço
AULA 16 • Capital de Terceiros de Curto e Longo Prazo
85
Conceito de Curto 
e Longo Prazos
De maneira geral, curto prazo, para a Contabilidade, 
significa um período de até um ano após o fim do atual 
exercício social. Ao apresentar um balanço, todas as contas 
a receber e a pagar no próximo exercício (nos próximos 
365 dias), isto é, durante o exercício social seguinte ao 
atual, devem ser classificadas como curto prazo. 
Para classificar uma conta patrimonial em longo 
prazo deve ser observado um período superior ao término 
do exercício social seguinte ao atual. Por exemplo, um 
financiamento em um banco, com vencimento após três 
anos, é considerado uma dívida de longo prazo.
Você entendeu a classificação das contas patrimoniais 
em curto e longo prazos no enfoque contábil? Vejamos:
Exemplo de curto e longo prazos utilizando uma linha 
de tempo:
01/01/2003 31/12/2003 01/01/2004 31/12/2004
Exercício atual Curto prazo Longo prazo
Segundo a figura, qualquer conta a receber ou a pa-
gar que tenha vencimento superior à data de 31/12/2004 
é classificada como de longo prazo. O conceito de curto 
prazo também está relacionado com o ciclo operacional 
do empreendimento, representado na figura abaixo. 
 Compra da M.P.* Término da fabricação
 / Estocagem do produto
 Recebimento 
 das vendas
1 ano e 10 meses
Ciclo operacional
* M.P. - Matéria-prima
Imagine, por exemplo, uma determinada empresa 
que fabrique máquinas e que leve, normalmente, mais de 
um ano para concluir sua fabricação. Dizemos, então, que 
o ciclo operacional desse empreendimento ultrapassa 
um ano. Neste caso, o conceito de curto prazo passa a 
valer pelo ciclo operacional. Isto é muito comum no setor 
agrícola: as culturas apresentam diferentes períodos de 
formação até a colheita, podendo ultrapassar um ano.
De acordo com o conceito de ciclo operacional, 
verificamos que se uma empresa fabrica barcos e leva dois 
anos para construir uma balsa, em suas demonstrações 
contábeis, todas as contas relativas ao pagamento ou 
recebimento deste produto irâo considerar este período 
para classificar as respectivas contas contábeis em curto e 
longo prazos.
Ciclo Operacional compreende o período completo 
de funcionamento de uma empresa: a venda de 
mercadorias gera um crédito a receber de clientes; este 
é revertido em valor que entrará no Caixa; o caixa é, 
posteriormente, usado para pagar os fornecedores de 
mercadorias; estas são vendidas aos clientes, iniciando-
se, assim, um novo ciclo operacional.
Capital de Terceiros 
de Curto e Longo Prazos
Como vimos anteriormente, Capital de Terceiros 
representa recursos originários de fontes externas à 
entidade que são utilizados para a aquisição de Ativos de 
propriedade dessa entidade. O conjunto formado pelas 
obrigações que uma entidade tem com seus credores é 
o seu Passivo. Essas exigibilidades possuem uma data 
de vencimento. O prazo de vencimento das obrigações 
assumidas é que determina a sua classificaçãoem termos 
de prazo (curto ou longo).
As obrigações assumidas pela empresa originadas 
de operações junto a clientes com prazo de vencimento 
inferior a um ciclo operacional ou a um exercício social 
devem ser classificadas no curto prazo.
Caso as obrigações assumidas pela empresa sejam 
originadas de operações junto a clientes com prazo de 
vencimento superior a um ciclo operacional ou a um 
exercício social (dos dois o que tiver maior prazo), devem 
ser classificadas como de longo prazo.
Resumo
O exercício social para as empresas compreende 365 
dias. Para o Fisco, este período deve coincidir com o ano-
calendário vigente.
Os conceitos de curto e longo prazos são muito 
empregados na Contabilidade. As contas que representam 
créditos junto a terceiros cujo vencimento ultrapasse 
INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
86
o exercício social seguinte ou ciclo operacional são 
classificadas como de longo prazo. Caso não ultrapassem 
esse exercício ou ciclo, serão classificadas como de curto 
prazo.
Vimos, ainda, que as contas exigíveis ou do passivo 
são denominadas também capital de terceiros. Já as contas 
que integram o Patrimônio Líquido podem ser também 
chamadas de capital próprio.
Atividades
1. Quais as diferenças entre Capital Próprio e Capital de 
Terceiros?
2. Exercício Social pode ser entendido também como 
ciclo operacional? Justifique.
3. Conceitue Curto e Longo Prazo sob a abordagem contábil.
4. Dê exemplos de transações de curto e de longo prazo.
INTRODUÇÃO À
CONTABILIDADE
AULA 17
Unidade IV - Demonstrações Contábeis
Origem de recursos 
na entidade
Objetivos
• Entender sobre capital circulante líqui-
do.
• Conceituar origem de recursos.
• Identificar as principais fontes (origens) 
de recursos numa entidade.
INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
88
Introdução
Nesta aula, abordaremos primeiro o Capital Circulante 
Líquido e depois as origens de recursos na entidade. Estes 
conceitos serão fundamentais para o estudo nas próximas 
aulas, sobre a demonstração das origens e aplicações de 
recursos.
Capital Circulante Líquido
Vamos começar revendo os conceitos de Ativo 
Circulante e Passivo Circulante, estudados nas Aula 10 e 
11, respectivamente. 
Resumidamente, Ativo Circulante é a representação 
de todos os Bens e Direitos que a empresa espera 
transformar em dinheiro até o término do exercício social 
seguinte, ou seja, disponível (caixa, bancos), estoque, etc. 
O Passivo Circulante representa as contas que serão pagas 
até o término do exercício social seguinte ou de acordo 
com o ciclo operacional da companhia se este for superior 
a um ano.
Vamos agora ao Capital Circulante Líquido (CCL):
CCL representa a folga financeira que a empresa 
possui para quitar as suas dívidas de curto prazo.
A representação do CCL consiste no resultado da 
diferença entre Ativo Circulante (AC) e Passivo Circulante 
(PC), conforme a seguinte equação:
CCL = ATIVO CIRCULANTE – PASSIVO CIRCULANTE
 Exemplo: Suponhamos que a empresa Pacioli 
apresente o seguinte Balanço Patrimonial Simplificado (em 
milhares de reais):
Ativo Circulante 18.000,00
Realizável a Longo Prazo 4.000,00
Ativo Permanente 6.000,00
Total 28.000,00
Passivo Circulante 10.000,00
Exigível a longo prazo 8.000,00
Patrimônio Líquido 10.000,00
Total 28.000,00
Considerando os dados apresentados, temos que o 
CCL será calculado da seguinte forma:
= R$ 18.000,00 (AC) – R$ 10.000,00 (PC) = R$ 8.000,00
Portanto, CCL = R$ 8.000,00. A interpretação desta 
informação é a seguinte: se todas as dívidas com os 
credores da empresa vencessem no mesmo momento, 
a empresa teria condições de quitar toda a dívida de 
curto prazo e ainda sobrariam R$ 8.000,00. Esta sobra ou 
folga financeira é o que denominamos Capital Circulante 
Líquido, CCL.
Transações que afetam o CCL:
•	 compra	de	bens	permanentes	à	vista:	altera	somente	
a conta caixa do AC;
•	 venda	 com	 recebimento	 a	 longo	 prazo:	 altera	 a	
conta estoque do AC.
Transações que não afetam o CCL:
•	 Compra	 de	 Ativo	 Permanente	 com	 recursos	 dos	
sócios: altera as contas do Ativo Permanente e 
Patrimônio Líquido;
•	 venda	de	Ativo	Permanente	a	longo	prazo:	altera	as	
contas do ELP e Ativo Permanente.
Podemos concluir, então, que as transações que 
transferem do Ativo Circulante para o Passivo Circulante e 
vice-versa não afetam o CCL. Exemplos:
•	 compra	 de	 estoque:	 aumenta	 o	 Ativo	 Circulante	
(estoque) e aumenta o Passivo Circulante 
(fornecedores);
•	 pagamento	da	dívida	com	estoque:	diminui	o	Ativo	
Circulante (caixa) e diminui o Passivo Circulante 
(fornecedores);
•	 empréstimo	bancário:	aumenta	o	Ativo	Circulante	
(caixa) e aumenta o Passivo Circulante (empréstimo 
a pagar).
As contas do Ativo que não são classificadas como 
Circulante são também denominadas Ativos Não 
Circulantes (RLP e Ativo Permanente). As contas do Passivo 
que não são classificadas como Circulante são também 
chamadas de Passivo Não Circulante (ELP, Resultado de 
Exercícios Futuros e Patrimônio Líquido).
Origens de Recursos
Todos os recursos que ingressam numa determinada 
empresa normalmente passam pelo Passivo (empréstimos, 
fornecedores, etc.) e/ou Patrimônio Líquido (lucro, aporte 
de recursos na empresa por parte dos sócios, etc.). Assim 
sendo, por meio do Passivo e do Patrimônio Líquido, 
identificam-se as origens de recursos.
Caro aluno, você entendeu que as origens dos recursos 
são representadas pelos aumentos no Capital Circulante 
AULA 17 • Origem de recursos na entidade
89
Líquido (CCL)? Para sua melhor compreensão, podemos 
listar as principais fontes ou origens de recursos:
O capital próprio (Patrimônio Líquido) e de terceiros 
(Passivo) representam as fontes ou origens de recursos 
da empresa.
a) originadas pelas próprias operações da empresa:
 Oriundas dos resultados (lucros) apurados no 
período. Quando a empresa obtém lucro em suas 
operações em um determinado período, origina 
recursos que poderão ser aplicados na entidade. 
Aumenta o PL e aumenta o Ativo (caixa banco ou 
estoque...).
b) originadas pelos acionistas:
	 •	 Aumentos	 de	 Capital	 (integralizações	 no	
exercício).
 Oriundas dos aumentos de capital efetivado por 
meio de novas integralizações de capital por parte 
dos sócios acionistas.
c) originadas por terceiros:
	 •	Empréstimos	a	Longo	Prazo:
 Oriundas de operações de empréstimos contraídos 
junto a instituições financeiras com prazo de 
vencimento acima de um ciclo operacional 
(normalmente acima de um ano).
	 •	Vendas	à	vista	de	Bens	do	Ativo	Permanente:
 Oriundas das vendas de itens do Ativo Permanente, 
tais como imóveis, veículos ou máquinas que não 
seriam mais usadas em suas atividades operacionais.
	 •	Conversões	de	itens	do	Ativo	Realizável	a	Longo	
Prazo em Realizável a Curto Prazo: com o passar do 
tempo, as datas de vencimento das dívidas de longo 
prazo, vão se sucedendo, até se transformarem em 
curto prazo. A Contabilidade deve registrar esta 
conversão diminuindo a obrigação a longo prazo e 
aumentando a mesma conta a curto prazo (Passivo 
Circulante).
Caro aluno, você entendeu bem o conceito de CCL e 
origem de recursos? Vamos dar mais um exemplo.
Considere os dados do Balanço Patrimonial da empresa 
“Pacioli”, vistos anteriormente, nos quais observamos que 
a empresa obteve um empréstimo a longo prazo no valor 
de R$ 5.000,00:
Situação anterior ao lançamento do empréstimo:
Posição final considerando o lançamento do 
empréstimo:
Ativo Circulante 18.000,00 Passivo Circulante 10.000,00
Realizável a Longo 
Prazo
4.000,00
Exigível a Longo 
Prazo
8.000,00
Ativo Permanente 6.000,00 Patrimônio Líquido 10.000,00 
Total 28.000,00 Total 28.000,00
Posição final considerando o lançamento do 
empréstimo:
Ativo Circulante23.000,00 Passivo Circulante 10.000,00
Realizável a Longo 
Prazo
4.000,00
Exigível a Longo 
Prazo
13.000,00
Ativo Permanente 6.000,00 Patrimônio Líquido 10.000,00 
Total 33.000,00 Total 33.000,00
Como podemos ver, houve um aumento na conta do 
Ativo Circulante (caixa ou banco) de R$ 5.000,00 e um 
aumento nas obrigações a longo prazo (empréstimos a 
pagar) de igual valor.
Temos, então:
 CCL = AC – PC
 CCL posição anterior = 18.000,00 – 10.000,00 = 8.000,00
 CCL atual = 23.000,00 – 10.000,00 = 13.000,00
Houve um aumento no CCL, portanto a transação 
do empréstimo representa uma origem de recursos da 
empresa.
A principal origem de recurso para empresa é o lucro 
obtido como resultado de suas operações. Esse lucro, cabe 
ressaltar, não pertence a ela, mas aos seus proprietários 
(sócios ou acionistas), já que são os sócios que correm o 
risco do negócio. Caso a empresa apure prejuízo em suas 
atividades num determinado período, quem vai perder 
dinheiro são os seus sócios proprietários e não a empresa.
Como sabemos, o lucro é a remuneração do 
capital investido na empresa pelos sócios proprietários. 
Numa empresa, ocorre que todo lucro é “repassado” 
aos proprietários, via Patrimônio Líquido. No entanto, 
INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
90
apenas o lucro retido (não distribuído aos proprietários) é 
acumulado no Patrimônio Líquido, aumentando, portanto, 
o investimento dos proprietários. 
Exemplo: a empresa apresentou um lucro Líquido de 
R$ 10.000,00. As disposições vigentes na empresa deter-
minam a distribuição de lucros para os proprietários (atas 
de reuniões, força de lei, etc.), da seguinte forma:
•	 50%	do	lucro	apurado	pela	DRE	deverão	ser	distri-
buídos para os acionistas;
•	 os	outros	50%	deverão	permanecer	na	conta	de	lu-
cros acumulados (ou lucros retidos) para posterior 
destinação.
Assim, somente R$ 5.000,00 serão distribuídos aos só-
cios proporcionalmente às suas participações na empresa. 
De forma resumida, apresentamos as origens ou 
fontes de recursos que uma determinada entidade pode 
aplicar em suas atividades operacionais. Na próxima aula, 
abordaremos as Aplicações de Recursos ocorridas dentro 
da entidade.
Resumo
Vimos que o capital circulante líquido representa a 
folga financeira de uma empresa. A determinação do valor 
do CCL é alcançada mediante o resultado da diferença 
entre as contas do Ativo Circulante e passivo circulante. 
Todas as transações que envolvem contas do AC e PC não 
circulante ou vice-versa, afetam o CCL. 
As origens de recursos podem advir das atividades da 
empresa (lucro), dos acionistas (aporte de recursos) e de 
terceiros (empréstimos, etc.).
Atividades
1. Conceitue origens de recursos.
2. Identifique as principais fontes de recursos numa enti-
dade.
3. Comente sobre eventuais benefícios obtidos por uma 
entidade em conversões de itens do Ativo Realizável a 
Longo Prazo em Realizável a Curto Prazo.
4. No seu entendimento, qual a finalidade da determina-
ção do CCL da empresa?
5. Qual é a principal fonte de recursos para uma entida-
de?
6. Marque a opção correta: no Balanço Patrimonial, o 
lado esquerdo demonstra as contas do Ativo e eviden-
cia onde a empresa aplicou os recursos que obteve e 
tem à sua disposição. O lado direito representa as con-
tas do Passivo e evidencia:
a) as origens dos recursos que a empresa obteve e tem 
à sua disposição.
 b) os bens e os direitos da empresa.
 c) os bens, direitos e obrigações da empresa.
 d) a aplicação dos recursos.
INTRODUÇÃO À
CONTABILIDADE
Unidade IV - Demonstrações Contábeis
AULA 18
Aplicação de recursos 
na entidade
Objetivos
• Descrever e conceituar Aplicações de 
Recursos.
• Diferenciar a Aplicação de Recursos de 
Curto e Longo Prazo.
INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
92
Introdução
Como vimos na aula anterior, os recursos (financeiros 
ou materiais) são originados dos proprietários, fornecedo-
res, governo, bancos, financeiras, etc. Por meio do estudo 
do Passivo e do Patrimônio Líquido, podemos identificar 
as origens dos recursos.
Veremos nesta aula que o Ativo, por sua vez, demons-
tra todas as aplicações de recursos: aplicação em contas 
diversas, tais como no caixa, em estoque, em máquinas, 
em imóveis, etc.
Conceito de Aplicação 
de Recursos
Vimos, na aula passada, que o Capital Circulante Lí-
quido é o resultado da diferença entre o Ativo Circulante 
e o Passivo Circulante. Quando utilizamos ou aplicamos 
os recursos advindos do Capital de terceiros ou Capital 
próprio na empresa, estamos fazendo uma aplicação de 
recursos, se esta aplicação alterar o CCL.
Esclarecendo um pouco mais, a aplicação de recursos 
demonstra a utilização dos recursos numa determinada 
entidade.
Os recursos que são gerados pelas atividades operacio-
nais de determinada entidade, após a distribuição dos lu-
cros aos sócios, devem ser aplicados na própria empresa.
Algumas formas de 
aplicação de recursos
Existem diversas formas de aplicar os recursos de uma 
empresa, dentre elas podemos citar:
•		 Distribuição	de	dividendos	aos	proprietários.	Distri-
buição do lucro;
•		 Recursos	 aplicados	 no	 aumento	 do	 Ativo	 Perma-
nente, ou seja, aquisição de itens do Ativo Perma-
nente para uso em suas atividades operacionais, tais 
como: máquinas, veículos, imóveis, etc.
•		 Recursos	 aplicados	 na	 redução	 de	 obrigações	 ou	
exigibilidades a longo prazo para efetivar a mudan-
ça no perfil da dívida de determinada entidade.
É importante ressaltar que, quando as operações de uma 
empresa consomem Capital Circulante Líquido (folga finan-
ceira), esta operação representa uma aplicação. Isto ocorre, 
por exemplo, quando a empresa apresenta prejuízo.
Aplicações de recursos a curto 
e longo prazo na entidade
Já definimos anteriormente Capital Circulante Líqui-
do, conforme a equação abaixo:
CCL = ATIVO CIRCULANTE – PASSIVO CIRCULANTE
De acordo com o conceito já visto do CCL e 
relembrando também o conceito de aplicação de recursos, 
podemos deduzir que:
a) Sempre que houver uma operação envolvendo 
unicamente contas do Circulante (Passivo ou Ativo) 
não haverá alteração no CCL. Considere um Balan-
ço Patrimonial simplificado de uma empresa, com a 
seguinte movimentação: compra de mais estoque à 
vista, no valor de R$ 15.000,00.
Situação atual:
Ativo Passivo
Caixa 20.000,00 Contas a pagar 10.000,00
Estoque 10.000,00 Financiamento 12.000,00
A.Permanente 8.000,00
Patrimônio 
Líquido
16.000,00
Total 38.000,00 Total 38.000,00
CCL = (20.000,00 +10.000,00) – (10.000,00+12.000,00) = 
8.000,00
Considerando a aquisição do Ativo, teremos a seguinte 
posição patrimonial:
Ativo Passivo
Caixa 5.000,00 Contas a pagar 10.000,00
Estoque 25.000,00 Financiamento 12.000,00
A.Permanente 8.000,00
Patrimônio 
Líquido
16.000,00
Total 38.000,00 Total 38.000,00
CCL = (5.000,00+25.000,00) – (10.000,000+12.000,00) = 
8.000,00
Note que a empresa fez uma aplicação de seus re-
cursos na aquisição de outro Ativo Circulante, mas não 
alterou o CCL.
AULA 18 • Aplicação de recursos na entidade
93
b) Sempre que houver uma operação envolvendo 
contas do Circulante e Não Circulante haverá alte-
ração no CCL de uma determinada entidade. De 
acordo com os dados do exemplo anterior, conside-
re que a referida empresa teve a seguinte movimen-
tação: compra à vista de um imóvel no valor de R$ 
15.000,00.
Situação atual:
Ativo Passivo
Caixa 20.000,00 Contas a pagar 10.000,00
Estoque 10.000,00 Financiamento 12.000,00
A.Permanente 8.000,00
Patrimônio 
Líquido
16.000,00
Total 38.000,00 Total 38.000,00
CCL = (20.000,00 +10.000,00) – (10.000,00+12.000,00) = 
8.000,00
Considerando a aquisição do Ativo teremos a seguinte 
posição patrimonial:
Ativo PassivoCaixa 5.000,00 Contas a pagar 10.000,00
Estoque 10.000,00 Financiamento 12.000,00
A.Permanente 23.000,00
Patrimônio 
Líquido
16.000,00
Total 38.000,00 Total 38.000,00
CCL = (5.000,00+10.000,00) – (10.000,000+12.000,00) = 
- 7.000,00
Note que a empresa fez uma aplicação de seus 
recursos na aquisição de outro Ativo Circulante e alterou 
o seu CCL.
As movimentações que ocorrerem na empresa poderão 
ser classificadas como aplicações ou origens de recursos, 
considerando se as mesmas vão alterar ou não o CCL.
As aplicações de recursos em itens de Ativo de Curto 
Prazo ou Ativo Circulante não representam alterações na 
estrutura do Capital Circulante Líquido de uma entidade 
caso a forma de financiamento desses itens seja também 
de curto prazo.
Outros exemplos de 
aplicações de recursos
Considere o balanço patrimonial abaixo para os 
exemplos a seguir:
Ativo Passivo
Caixa 18.000,00 Contas a pagar 10.000,00
Estoque 10.000,00 Financiamento 8.000,00
A.Permanente 8.000,00 RLP
Financimento (LP) 2.000,00
Patrimônio 
Líquido
16.000,00
Total 36.000,00 Total 36.000,00
CCL = (18.000,00 + 10.000,00) - (10.000,00+8.000,00) = 
10.000,00
a) Pagamento de obrigações a longo prazo no valor de 
R$ 1.000,00.
Ativo Passivo
Caixa 17.000,00 Contas a pagar 10.000,00
Estoque 10.000,00 Financiamento 8.000,00
A.Permanente 8.000,00 RLP
Financimento (LP) 1.000,00
Patrimônio 
Líquido
16.000,00
Total 35.000,00 Total 35.000,00
Antes CCL = 10.000,00
Agora CCL = (17.000,00 + 10.000,00) - 
(10.000,00+8.000,00) = 9.000,00
INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
94
b) Concessão de empréstimos, a longo prazo, para Co-
ligadas e Controladas R$ 5.000,00:
Ativo Passivo
Caixa 13.000,00 Contas a pagar 10.000,00
Estoque 10.000,00 Financiamento 8.000,00
ELP RLP
Emp. Col. Cont. 5.000,00 Financimento (LP) 2.000,00
8.000,00
Patrimônio 
Líquido
16.000,00
Total 36.000,00 Total 36.000,00
ELP - Ativo realizável a longo prazo
Antes CCL = 10.000,00
Agora CCL = (13.000,00 + 10.000,00) - 
(10.000,00+8.000,00) = 5.000,00
Resumo
Vimos nesta aula que as movimentações operacionais 
que representam aplicação de Recursos em curto e longo 
prazos podem ou não provocar alterações no CCL. Se 
um evento contábil alterar contas do Circulante (Passivo 
e Ativo), o CCL não será alterado. Para que o CCL seja 
alterado, as movimentações das contas do Patrimônio 
devem contemplar contas do Circulante e não Circulante. 
Agora que já vimos os conceitos de Capital, curto 
e longo prazo, origens e aplicações de recursos, temos 
condições de apresentar, na próxima aula, a última 
demonstração contábil que a Lei das S.A. (6.404/76) exige: 
a Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos.
Atividades
1. Conceitue aplicações de recursos.
2. Identifique as principais aplicações de recursos numa 
entidade.
3. Apresente algumas movimentações contábeis que al-
term o Capital Circulante Líquido (CCL).
4. Qual a diferença de se aplicar recursos no curto ou no 
longo prazo numa entidade?
5. O prejuízo pode ser considerado como uma forma de 
aplicação de recursos? Justifique.
INTRODUÇÃO À
CONTABILIDADE
AULA 19
Demonstração de Origens e 
Aplicações de Recursos
Objetivos
• Conceituar e caracterizar a Demonstra-
ção das Origens e Aplicações de Recursos 
da empresa.
• Compreender sua utilidade.
Unidade IV - Demonstrações Contábeis
INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
96
Introdução
Caro aluno, depois de termos visto alguns 
conceitos, tais como capital próprio e de terceiros, 
movimentações que representam origens e aplicações 
de recursos, alterando, conseqüentemente, o Capital 
Circulante Líquido da empresa, veremos nesta aula, sem 
esgotarmos todo o assunto, mais uma demonstração 
relevante para a contabilidade. Segundo a lei das S.A., 
a Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos 
ou DOAR não é mais obrigatória.
Poucos países obrigam as empresas a elaborar a 
DOAR. O Brasil não mais determina, por lei, que as 
empresas S.A. elaborem a DOAR, pois foi substituída, 
pelo Fluxo de Caixa, por entender que este seja mais 
compreensível por parte dos usuários. Acreditamos que 
tanto a DOAR como a Demonstração do Fluxo de Caixa 
são demonstrações contábeis complementares e não 
excludentes.
Conceito
Segundo a Resolução 686/90 do CFC (Conselho 
Federal de Contabilidade): “A demonstração das origens 
e aplicações de recursos é a demonstração contábil 
destinada a evidenciar, em um determinado período, 
as modificações que originaram as variações no capital 
circulante líquido da Entidade.”
A DOAR deixou de ser de elaboração e publicação 
obrigatórias para as Sociedades Anônimas. Mas ainda serve 
para evidenciar as variações ocorridas no capital circulante 
líquido durante um exercício, permitindo o entendimento 
da situação de curto prazo da companhia. Assim, torna 
viável a avaliação da capacidade de pagamento das 
obrigações circulantes (de curto prazo) da empresa.
A DOAR também pode detalhar os financiamentos e 
investimentos de recursos não circulantes da companhia.
Requisitos legais de 
apresentação
Os requisitos legais de apresentação estavam contidos 
no art. 11, da Lei 6.404/76, transcrito a seguir:
1) as origens dos recursos, agrupadas em:
 a) lucro do exercício, acrescido de depreciação, 
amortização ou exaustão e ajustado pela variação 
nos resultados de exercícios futuros;
 b) realização do capital social e contribuições para 
reservas de capital;
 c) recursos de terceiros, originários do aumento 
do passivo exigível a longo prazo, da redução do 
ativo realizável a longo prazo e da alienação de 
investimentos e direitos do ativo imobilizado.
2) as aplicações de recursos, agrupadas em:
 a) dividendos distribuídos;
 b) aquisição de direitos do ativo imobilizado;
 c) aumento do ativo realizável a longo prazo, dos 
investimentos e do ativo diferido;
 d) redução do passivo exigível a longo prazo.
A Demonstração do Resultado das Origens e 
Aplicações de Recursos, de forma resumida, pode ser 
assim demonstrada:
 ORIGENS (destacando por grupo)
	 	 •	Das	operações	normais	da	empresa
	 	 •	Dos	acionistas	(ou	sócios)	da	empresa
	 	 •	De	terceiros
 ( – ) Aplicações
 ( = ) Aumento ou Diminuição do CCL.
Vimos, nas aulas anteriores, alguns exemplos de 
operações que representam as origens e aplicações de 
recursos que alteram ou não o CCL. 
Segundo o modelo da DOAR anteriormente 
apresentado, os eventos que representam as origens de 
recursos e que alteram o CCL são organizados em três 
grupos:
•	 Das	 próprias	 operações:	 resultado	 positivo	 das	
operações da empresa em determinado período 
(lucro). Este lucro deverá ser ajustado, ou seja, o 
lucro líquido deve eliminar os valores registrados 
como despesas ou receitas que não afetam o CCL. 
Exemplo: as despesas com depreciação, exaustão 
e amortização não afetam o CCL. Este valor, 
apresentado na Demonstração do Resultado do 
Exercício, deve ser ajustado no Lucro Líquido;
•	 Dos	acionistas:	 aumentos	de	 recursos	na	empresa	
por parte dos proprietários. Tais recursos aumentam 
o ativo circulante da empresa e evidentemente o 
CCL. Exemplo: um sócio resolve aplicar recursos 
próprios na empresa;
•	 De	 terceiros:	 pelos	 aumentos	 oriundos	 de	
empréstimos junto a terceiros. Exemplo: venda de 
bens do ativo permanente.
AULA 19 • Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos
97
Caro aluno, você entendeu que a DOAR é a 
demonstração da variação do CCL da empresa?
Passos básicos para a 
elaboração da DOAR
Não é objetivo desta aula ensinar detalhadamente 
como se elabora uma DOAR. Isto será visto em outras 
disciplinas mais adiante. O que faremos aqui é conceituar 
e demonstrar a utilidade como mais uma demonstração 
contábil.
Assim,não podemos deixar de mencionar alguns 
passos que devem preceder a elaboração de uma DOAR:
•	 Elaborar	 as	 demais	 demonstrações	 contábeis	
exigidas pela lei das S.A.;
•	 Determinar	 o	 capital	 circulante	 líquido	 e	 sua	
variação, que será demonstrada pela DOAR;
•	 Identificar	os	ajustes	a	serem	realizados	no	resultado	
do exercício (lucro ou prejuízo).
Resumidamente, algumas operações que devem 
constar na DOAR são:
Origens de Recursos Aplicações de Recursos
Das operações: 
•	lucro		do	exercício
•	(–/+)	ajustes
Das operações:
•	prejuízo	do	exercício
•	(–/+)	ajustes
Dos acionistas:
•	aumento	de	capital	em	valor
Remuneração dos proprietários
•	pagamento	de	dividendos
De terceiros:
•	novos	financiamentos
•	venda	de	ativos	do	perma-
nente
Aumento de ativos a longo 
prazo e ativo permanente
Exemplo simples de uma DOAR
De uma forma simples, vamos apresentar uma DOAR 
(recomendo novamente a nossa velha conhecida: a 
empresa Pacioli).
Determinação da variação do CCL da empresa Pacioli 
referente a dois períodos:
Período 2003 (1) 2004 (2) (2-1)
Ativo 
circulante
500,00 900,00 400,00
Passivo 
circulante
260,00 460,00 200,00
CCL (2-1) 240,00 440,00 200,00
A variação no CCL foi positiva, ou seja, a empresa 
obteve um aumento de R$ 200,00 no seu CCL.
A DOAR vai demonstrar esta variação mais 
detalhadamente através do modelo simples apresentado 
anteriormente.
 Origem dos Recursos
 Das operações
 Lucro Líquido 1.800,00
 Ajustes
 (+) Depreciação 400,00
 Total de recursos obtidos das operações 2.200,00
 Dos acionistas
 Aumento de capital (aporte de capital 
 feita pelo proprietário) 2.000,00
 De terceiros
 Venda de Permanente 4.000,00
 Recursos obtidos de terceiros (empréstimos) 10.000,00
 (1) Total das origens 18.200,00
 Aplicações dos Recursos
 No Ativo Permanente 
 Aquisição de imobilizado 6.000,00
 Pagamento de dividendos 12.000,00
 (2) Total das aplicações 18.000,00
 Aumento do CCL (I-2) 200,00
O exemplo simplificado acima não está considerando 
como foram obtidos os valores dos componentes dos 
grupos integrantes da DOAR. Contudo, podemos 
observar que o resultado da CCL pode ser demonstrado 
pela DOAR, tornando esta demonstração muito útil para 
a tomada de decisão. Por exemplo, ao analisarmos as 
aplicações, veremos que a empresa destinou R$ 6.000,00 
INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
98
para a renovação do seu permanente. Isto nos permite 
inferir que a empresa está preocupada com a renovação 
e manutenção do seu ativo permanente. É claro que 
devemos observar o comportamento da empresa em 
períodos passados para termos uma opinião mais segura.
Resumo
Caro aluno, vimos, nesta aula, que a demonstração 
das origens e aplicações de recursos evidencia as altera-
ções no CCL da empresa.
A DOAR é muito útil por mostrar, de forma clara, como 
a empresa obteve os recursos e como ela os aplicou.
Seguindo a tendência, tema de muita discussão no 
meio acadêmico no Brasil, a DOAR foi substituída pela 
DFC (Demonstração dos Fluxos de Caixa).
Atividades
1. Qual é a finalidade principal da DOAR?
2. A diferença entre o ativo circulante e o passivo circu-
lante define:
 ( ) o capital de giro próprio total
 ( ) o patrimônio líquido
 ( ) o capital circulante líquido
 ( ) as origens de recursos a curto prazo
3. A compra de um imóvel para uso da empresa consti-
tui:
 ( ) origem de recursos
 ( ) aplicação de recursos
 ( ) aumento do capital circulante líquido
 ( ) redução do capital próprio
4. Quando o total das origens supera o montante das 
aplicações de recursos isto significa que:
 ( ) houve uma redução do CCL
 ( ) a empresa manteve seu nível de endividamento
 ( ) houve um aumento do CCL
 ( ) a empresa está financiando seu crescimento com 
recursos próprios
5. A obtenção de financiamentos a longo prazo para as 
operações da empresa representa:
 ( ) origem de recursos
 ( ) aplicação de recursos
 ( ) redução do CCL
 ( ) aumento do passivo circulante
6. As contribuições de sócios ou proprietários para 
aumento de capital representam:
 ( ) redução do passivo circulante
 ( ) aplicações de recursos
 ( ) origens de recursos
 ( ) redução do CCL
7. Uma empresa possuía, no início do exercício, ativo 
circulante de R$ 12.000,00 e passivo circulante de R$ 
16.000,00. No final do exercício, verificou-se que o 
montante das origens de recursos foi de R$ 22.000,00 
e o total das aplicações de recursos, de $ 16.000. 
Protnto a posição do capital circulante líquido, na data 
do encerramento do exercício, será:
 ( ) positiva de R$ 18.000,00
 ( ) positiva de R$ 2.000,00
 ( ) negativa de R$ 10.000,00
 ( ) negativa de R$ 2.000,00
INTRODUÇÃO À
CONTABILIDADE
AULA 20
Unidade V - Variações Patrimoniais
Fatos e atos contábeis
Objetivos
• Descrever e conceituar os fatos e os 
atos contábeis, diferenciando-os e 
compreendendo sua aplicação no cenário 
administrativo e contábil das entidades.
INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
100
Introdução
Nas unidades anteriores, vimos diversas modificações 
na situação patrimonial da empresa através de aumentos 
ou diminuições nas contas patrimoniais. 
Notamos que existem várias transações que podem 
ou não alterar a situação do patrimônio líquido da em-
presa. A tais transações podemos chamar de fatos ou atos. 
Iniciaremos esta aula conceituando fatos e atos.
Atos administrativos
O que viriam a ser “fatos”? O que seria um “ato”?
Para responder às perguntas, vamos recorrer ao Di-
cionário Soares Amora da Língua Portuguesa que, em sua 
7ª edição, diz que ato “é aquilo que se fez, ação, obra, 
feita...”.
Ato representa uma ação, algo que se fez, um feito. 
Assim sendo, podemos afirmar que um ato representa 
uma ação.
Os atos administrativos são ações relacionadas com as 
atividades das entidades, com ou sem fins lucrativos.
Contudo, fatos são eventos que ocorrem na entidade e 
que provocam uma variação no patrimônio das empresas.
São os atos de gerência da entidade, ou seja, são os 
atos praticados pelos administradores, como, por exem-
plo, atos adotando providências ou promovendo ativi-
dades com finalidades operacionais, fazendo os recursos 
circularem, para obtenção de um resultado. 
Podemos dividir e exemplificar as operações das en-
tidades em função de suas características próprias, tais 
como:
a) Funções técnicas: relacionadas ao controle da linha 
de produção;
b) Funções financeiras: relativas ao gerenciamento de 
capitais, aos investimentos, às aplicações financei-
ras, etc.
c) Funções comerciais: relacionadas com compras, 
vendas, trocas de mercadorias;
d) Funções administrativas: relativas ao planejamento, 
à previsão, organização, coordenação e controle ge-
rencial;
e) Funções de segurança patrimonial: envolvendo a 
guarda e a proteção de bens e pessoas; e
f) Funções contábeis: exercidas por meio do registro 
das operações das entidades.
Como exemplos podemos citar:
•	 a	contratação	de	um	empregado;
•	 a	assinatura	de	contratos	diversos	junto	a	fornece-
dores e clientes;
•	 a	contratação	de	seguros;	
•	as	fianças	concedidas	em	favor	de	terceiros;
•	 os	avais	de	títulos,	quando	a	entidade,	por	meio	de	
seu titular ou de seus sócios, assina uma nota pro-
missória como avalista de uma outra entidade que 
pretenda obter empréstimo junto a uma instituição 
financeira; 
•	 o	envio	de	títulos	para	cobrança	bancária;	
•	 o	 recebimento	 ou	 a	 entrega	 de	 bens	 a	 terceiros	
como garantia de dívidas;
•	 as	hipotecas	de	bens	imóveis	ou	o	penhor	de	bens	
móveis.
Os exemplos acima são de atos administrativos que 
não provocam alterações no patrimônio de uma entidade.
Como os atos administrativos não provocam modi-
ficações no patrimônio das entidades,não precisam ser 
contabilizados. 
Fatos contábeis
Os fatos contábeis ou eventos contábeis representam 
uma variação no patrimônio das entidades.
São os fatos que ocorrem numa determinada entidade 
e provocam modificações em seu patrimônio líquido (ca-
pital próprio), devendo, portanto, ser objeto de contabili-
zação através do uso de contas patrimoniais ou de contas 
de resultado.
Caro aluno, você entendeu o conceito de fatos contá-
beis? Vamos falar um pouco mais sobre este assunto.
Várias transações ocorrem durante um determinado 
período nas empresas. Repare que, ao longo de um mês, 
existem eventos que permutam valores do mesmo ativo 
(compra à vista de imóvel) ou eventos que modificam para 
mais ou para menos o valor do patrimônio líquido (au-
mento de capital). A tais eventos, chamamos de eventos 
ou fatos contábeis.
Exemplos de fatos contábeis:
•	 Abertura	de	conta	bancária	com	valores	do	caixa	da	
empresa;
•	 empréstimo	bancário	obtido;
•	 aumento	de	capital	devido	ao	aporte	feito	pelos	só-
cios em dinheiro;
•	 pagamento	de	uma	dívida;
•	 compra	de	um	bem	à	vista	ou	a	prazo,	etc.
Resumo
Como vimos, os elementos que constituem o patri-
mônio de uma entidade sofrem variações freqüentes em 
AULA 20 • Fatos e atos contábeis
101
função, sobretudo, da atividade operacional cotidiana da 
entidade.
Os atos administrativos ocorrem rotineiramente nas 
entidades, mas não provocam alterações em seu patrimô-
nio. Eles representam ações que estão relacionadas com 
operações das empresas, com ou sem fins lucrativos.
Por outro lado, os fatos contábeis são os eventos, em 
sua maioria de natureza econômica, que provocam altera-
ções no patrimônio das entidades e que, por isso, devem 
ser registrados pela Contabilidade.
Na próxima aula, vamos falar sobre as classificações 
dos fatos contábeis.
Atividades
1. Conceitue e diferencie atos administrativos de fatos 
contábeis.
2. Os elementos que ocorrem no dia-a-dia das empresas 
e que não pro vocam modificações no patrimônio são 
denominados:
 a) atos administrativos
 b) fatos administrativos
 c) fatos permutativos
 d) fatos modificativos
3. Os sócios Pedro e José, da empre sa Xtal Ltda., assumi-
ram um aval, por meio de um título, para a empresa 
Ztec Ltda., que, por sua vez, contraiu um empréstimo 
bancário. Essa operação representa para a empresa 
Ztec Ltda. um:
 a) fato administrativo
 b) ato administrativo que não precisa ser contabilizado
 c) ato administrativo que deverá ser contabilizado nas 
contas de compensação
 d) ato administrativo que deverá ser contabilizado utili-
zando-se as contas de resultado
4. Os eventos que ocorrem de forma cotidiana nas em-
presas e que provocam modificações patrimoniais são 
chamados:
 a) atos gerenciais 
 b) fatos contábeis
 c) atos administrativos
 d) fatos administrativos que não devem ser contabiliza-
dos
5. A aquisição de mercadorias para a formação de esto-
ques representa:
 a) fato contábil
 b) fato administrativo
 c) ato administrativo
 d) nenhuma das respostas anteriores
INTRODUÇÃO À
CONTABILIDADE
Unidade V - Variações Patrimoniais
AULA 21
Fatos Permutativos, 
Modificativos e Mistos
Objetivos
• Exemplificar fatos permutativos, modifi-
cativos e mistos;
• Descrever e conceituar os fatos permu-
tativos, modificativos e mistos, diferen-
ciando-os e compreendendo sua aplica-
ção no cenário administrativo e contábil 
das entidades.
INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
104
Introdução
Como vimos na aula passada, não devemos confundir 
atos e fatos administrativos e contábeis.
Vimos que um ato representa uma ação, algo que 
se fez, um feito. Os atos administrativos são ações 
relacionadas com as atividades das entidades que não 
envolvem diretamente valores patrimoniais. Assim 
sendo, não influenciam no patrimônio, não provocam 
movimentações contábeis.
Por outro lado, os fatos contábeis são fenômenos que 
influenciam na movimentação contábil, podendo ou não 
alterar o “estado” do patrimônio. 
Nesta aula iremos apresentar a classificação ou 
natureza dos fatos contábeis.
Classificação ou natureza 
dos fatos contábeis
Os fatos contábeis classificam-se em:
a) fatos permutativos
b) fatos modificativos
c) fatos mistos
Detalharemos todos a seguir:
a) Fatos permutativos (também conhecidos como 
qualitativos ou compensativos)
 São aqueles que representam as trocas (permutas) 
entre diversos elementos do Ativo, do Passivo ou 
entre ambos simultaneamente, sem provocar 
variações no Patrimônio Líquido. Eles apenas 
promovem a permutação de elementos patrimoniais, 
isto é, envolvem somente contas de Ativo e Passivo. 
Exemplos:
•		 A	 compra	 de	 um	 veículo	 à	 vista	 –	 Essa	 operação	
apenas troca um ativo (dinheiro) por outro ativo 
(veículo). O patrimônio líquido da entidade não 
sofre alterações em função da operação.
•		 A	 aquisição	 de	 mercadorias	 a	 prazo	 –	 Provoca	
um aumento na conta do Ativo “Mercadorias” e, 
simultaneamente, na conta do Passivo Exigível 
“Fornecedores”. No entanto, o Patrimônio Líquido 
da entidade não se altera em função da ocorrência 
dessa transação. 
•		 A	aplicação	de	 recursos	em	aplicações	 financeiras	
– Ocorre uma simples transferência da conta do 
Ativo “Caixa” para a conta do Ativo “Aplicações 
Financeiras”.
De maneira geral, são operações de natureza 
qualitativa, ou seja, provocam alterações na composição 
do Ativo ou do Passivo, mas não representam, nunca, 
aumentos ou diminuições nos totais do Ativo ou do 
Passivo. Ocorre somente a “migração” ou a transferência 
de recursos alocados nas contas patrimoniais.
De forma resumida, podemos dizer que as seguintes 
situações ou fatos contábeis permutativos são possíveis:
•	 Fatos permutativos entre elementos do Ativo – 
São os fatos que envolvem somente contas do Ativo. 
Os fatos mais comuns são os que representam as 
compras ou vendas à vista, as transferências de 
recursos entre as contas do Ativo Disponível para 
outras contas do Circulante ou do Realizável a 
Longo Prazo etc.
 Exemplo:
•	 Recebimento	 de	 R$	 3.000,00,	 em	 dinheiro,	
referente a duplicata emitida para cliente.
•	 Fatos permutativos entre elementos do 
Passivo – São os fatos que envolvem somente as 
contas do Passivo. Normalmente, representam 
as transferências de recursos entre as contas do 
Passivo Exigível a Longo Prazo e as contas do Passivo 
Circulante ou as retenções efetuadas sobre as folhas 
de pagamentos.
 Exemplo:
•		Transferência	de	uma	dívida	de	curto	prazo	para	
uma dívida com vencimento de longo prazo.
•	 Fatos permutativos entre elementos do Ativo e 
do Passivo acarretando aumento no Patrimônio 
– São os fatos que envolvem as contas do Ativo e 
do Passivo simultaneamente. Como exemplo mais 
comum podemos citar as operações de compras a 
prazo.
 Exemplo:
•	Provocando	 aumento	 no	 Patrimônio:	 por	 meio	
de compra de móveis e utensílios a prazo.
•	Provocando	diminuição	no	Patrimônio:	por	meio	
de pagamento da dívida contraída pela compra a 
prazo de móveis e utensílios, em dinheiro.
Concluindo: Os fatos permutativos são aqueles que 
não provocam alterações no valor do Patrimônio Líquido 
(PL) ou Situação Líquida (SL), mas podem modificar a 
composição das contas patrimoniais.
AULA 21 • Fatos Permutativos, Modificativos e Mistos
105
b) Fatos Modificativos
 São os fatos que provocam alterações para mais ou 
para menos no Patrimônio, através da ocorrência 
de Receitas e Despesas. Ou seja, são aqueles 
que provocam alterações no valor do Patrimônio 
Líquido (PL) ou Situação Líquida (SL), podendo 
ser aumentativos (quando promovem acréscimos 
no valor do patrimônio líquido) ou diminutivos 
(quando promovem reduções no valor do 
patrimônio líquido).
 Os fatos de natureza modificativa subdividem-seem:
•	Modificativos	 diminutivos	 do	 Patrimônio	 e/ou	
PL – Quando provocam reduções no valor do 
patrimônio líquido.
 Exemplo: O pagamento de uma despesa, em 
dinheiro, no valor de R$ 1.000,00.
•	Modificativos	 aumentativos	 do	 Patrimônio	 e/
ou PL – São os fatos que envolvem uma conta 
patrimonial e uma ou mais contas de receita.
 Exemplo: Recebimento de R$ 800,00 referentes a 
receitas de aluguel de imóvel.
c) Fatos Mistos ou Compostos
 São os fatos que combinam fatos permutativos 
com fatos modificativos, podendo desta forma, ser 
aumentativos (quando combinam fatos permutativos 
com fatos modificativos aumentativos) ou 
diminutivos (quando combinam fatos permutativos 
com fatos modificativos diminutivos).
 Fatos mistos aumentativos – Os exemplos mais 
comuns são os fatos que representam o recebimento 
de duplicatas com cobrança de juros, as vendas 
de bens patrimoniais com obtenção de lucro, o 
pagamento ou a renegociação de obrigações com 
obtenção de desconto comercial, etc. Observe o 
exemplo seguinte:
 Transações – venda de estoque à vista: R$ 100.000,00
 Valor do estoque vendido (valor de produção ou compra):
 R$ 40.000,00
 Lucro obtido: R$ 60.000,00
Balanço Patrimonial da empresa Pacioli 
em 31/12/2003
Situação atual
Ativo Passivo
Caixa 20.000,00 Fornecedores 40.000,00
Contas a 
Receber
10.000,00 Financiamento 50.000,00
Estoque 80.000,00 Capital Social 30.000,00
Ativo 
Permanente
10.000,00
Total 120.000,00 Total 120.000,00
Balanço Patrimonial da empresa Pacioli 
em 31/12/2004
Situação após as transações
Ativo Passivo
Caixa 20.000,00 Fornecedores 40.000,00
Contas a 
Receber
10.000,00 Financiamento 50.000,00
Estoque 80.000,00 Capital Social 30.000,00
Ativo 
Permanente
10.000,00
Lucro 60.000,00
Total 120.000,00 Total 120.000,00
Veja que o ativo teve um acréscimo de R$ 100.000,00 
(caixa) ou troca de ativos (estoque) mas que houve aumen-
to no patrimônio da empresa mediante obtenção de lucro 
R$ 60.000,00 na operação.
Fatos mistos diminutivos – São fatos que envolvem 
duas ou mais contas patrimoniais e uma ou mais contas 
de despesas.
Os exemplos mais comuns são os fatos que represen-
tam os recebimentos de direitos com concessão de des-
contos, as vendas de bens com obtenção de prejuízo e o 
pagamento ou renovação de dívidas e de obrigações com 
pagamento de juros, dentre outros.
INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
106
O exemplo apresentado no tópico sobre fatos mistos 
aumentativos se aplica também aos fatos mistos diminutivos, 
bastando que a operação de venda apresente prejuízo.
Resumo
Os fatos contábeis são eventos que provocam 
alterações na composição do patrimônio das entidades. 
Podem ser classificados em três grupos:
a. fatos permutativos
b. fatos modificativos
c. fatos mistos
Os fatos contábeis permutativos são aqueles que 
apenas promovem a permuta de elementos componentes 
do ativo, e/ou do passivo, sem, entretanto, interferir na 
situação líquida do patrimônio da entidade.
Os fatos contábeis modificativos provocam efeitos sobre 
a situação líquida (patrimônio líquido) de uma entidade, 
podendo ser aumentativos ou diminutivos, conforme 
aumentem ou diminuam a situação líquida dessa entidade.
Os fatos contábeis mistos ou compostos são aqueles 
que combinam, ao mesmo tempo, um fato permutativo e 
um fato modificativo relacionados com a mesma operação 
ou transação. Também podem ser aumentativos ou 
diminutivos, conforme aumentem ou diminuam a situação 
líquida de uma determinada entidade.
Atividades
1. Conceitue e diferencie: fatos contábeis permutativos, 
modificativos e mistos.
2. Os fatos contábeis classificam-se, quanto às contas que 
movimentam, em:
a) normais e extraordinários
b) modificativos, permutativos e mistos
c) aumentativos e diminutivos
d) lucros e prejuízos
3. Representa um fato contábil misto diminutivo:
a) atualização do valor de um débito em decorrência 
de variação cambial
b) renovação de uma dívida com acréscimo de juros e 
correção monetária
c) venda de um bem de uso pelo seu valor líquido 
contábil
d) pagamento de uma obrigação com obtenção de 
desconto
4. Indique a operação que constitui alteração patrimonial 
modificativa aumentativa:
a) pagamento de nota promissória
b) pagamento de fornecimento de água e luz
c) compra à vista de mercadorias
d) recebimento de juros e descontos
5. O recebimento de uma receita de prestação de serviços 
dá origem a um fato contábil:
a) modificativo diminutivo
b) misto diminutivo
c) modificativo aumentativo
d) misto aumentativo
6. A venda de uma máquina por R$ 10.000,00, adquirida 
por R$ 15.000,00, constitui um fato contábil:
a) modificativo aumentativo
b) misto diminutivo
c) misto aumentativo
d) modificativo diminutivo
INTRODUÇÃO À
CONTABILIDADE
Unidade VI - Escrituração Contábil
AULA 22
Considerações gerais sobre 
os grupos do Ativo e do Passivo
Objetivos
• Diferenciar as contas classificadas como 
Circulante das de Longo Prazo;
• Ordenar as contas patrimoniais e de 
resultado nas demonstrações contábeis.
INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
108
Introdução
Esta unidade abordará todos os elementos necessários 
para a escrituração contábil dos fatos contábeis.
Vimos que existem dois grandes grupos de contas: 
patrimoniais (Balanço Patrimonial) e de resultado 
(Demonstração do Resultado do Exercício). Verificamos 
que o grupo das contas patrimoniais é composto pelas 
contas do Ativo, contas do Passivo e contas do Patrimônio 
Líquido. O grupo das contas de resultado é composto por 
contas de receitas e contas de despesas. 
Nesta aula aprofundaremos os conceitos dos 
grupamentos das contas patrimoniais com a finalidade de 
prepararmos você para as próximas aulas desta unidade, 
nas quais trataremos de escrituração contábil, ou registro 
contábil, e dos eventos que ocorrem em uma empresa.
As contas patrimoniais
Relembrando, as contas patrimoniais são compostas 
por contas do Ativo, do Passivo e do PL.
O Ativo compreende os bens e os direitos da empresa 
expressos em moeda. Representa os investimentos, as 
aplicações, a destinação dos recursos da empresa para a 
consecução de suas operações.
O Passivo compreende basicamente as obrigações a 
pagar, ou seja, os valores que a empresa deve a terceiros 
por suas transações.
O Patrimônio Líquido é representado pela diferença 
entre o valor do Ativo e do Passivo da empresa, em um 
determinado momento. São os recursos investidos ou 
disponibilizados pelos sócios ou quotistas da empresa.
Tanto o Passivo quanto o Patrimônio Líquido são 
contas que, normalmente, representam as origens dos 
recursos ou investimentos efetuados pela empresa. A 
seguir podemos visualizar um modelo de estrutura básica 
de um balanço patrimonial para melhor compreensão de 
seus grupamentos, segundo a Lei 6.404/76, ou Lei das S/A.
Para uma melhor compreensão, faz-se necessária a 
abordagem de alguns conceitos quanto à ordenação e à 
classificação das contas no balanço patrimonial.
Balanço Patrimonial
ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE
- disponível
- clientes
- créditos diversos
- aplicações financeiras
- estoques
- adiantamentos
- despesas antecipadas
- empréstimos e 
financiamentos
- debêntures
- fornecedores
- impostos a pagar ou 
recolher
- salários e contribuições 
previdenciárias
- obrigações diversas
- dividendos/lucros e 
participações
- outras provisões
ATIVO NÃO CIRCULANTE PASSIVO NÃO CIRCULANTE
- realizável a LP
- investimentos
- imobilizado
- intangível
- passivo exigível a LP
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
- capital social
- reservas de capital
- ajustes de Avaliação Patrimonial
- reservas de lucros
- (-) ações em tesouraria
- lucro do Exercícioou Prejuízos Acumulados
Conceito de Circulante e Longo Prazo
De forma geral, são classificáveis no longo prazo, tanto 
do grupo do Ativo quanto do Passivo, as mesmas contas 
classificáveis nos itens circulantes. A diferença fundamen-
tal refere-se à realização, para os itens do Ativo, ou à exigi-
bilidade, para os itens do Passivo, certa ou provável, após 
o término do exercício social seguinte, ou seja, um ano 
após o levantamento do próprio balanço. 
Por conseguinte, classificaremos no circulante os valo-
res que serão realizados e/ou exigíveis dentro do próximo 
ano a partir da data do balanço. Assim, para os itens do 
grupamento do Ativo estarão classificados no circulante os 
bens que serão vendidos dentro do próximo exercício e 
os valores que têm vencimento e serão recebidos também 
dentro dos próximos 365 dias. Para os itens do grupamen-
to do Passivo, classificaremos como circulante as dívidas 
da empresa que têm vencimento e serão pagas dentro do 
próximo ano após a data do balanço.
AULA 22 • Considerações gerais sobre os grupos do Ativo e do Passivo
109
Para um melhor entendimento, vejamos o exemplo 
abaixo:
A empresa encerrou o seu balanço patrimonial em 
31/12/2004. Então, observando os conceitos acima 
abordados, a empresa deverá classificar como Ativo 
Circulante em 31/12/2004 todas as operações cujo 
recebimento acontecerá no período de 01/01/2005 a 
31/12/2005 e no Ativo Realizável a Longo Prazo aquelas 
cujo recebimento se dará a partir de 01/01/2006. No 
Passivo, o tratamento é idêntico, ou seja, a empresa 
deverá classificar no Passivo Circulante as dívidas que 
vencem no período de 01/01/2005 a 31/12/2005, e no 
Exigível a Longo Prazo aquelas que forem exigíveis a partir 
de 01/01/2006.
Esquematizando, num gráfico, teremos:
Circulante Longo prazo
data do balanço 365 dias depois mais de 365 dias
(31/12/2004) (31/12/2005) (a partir de 01/01/2006)
Ordem de classificação 
dos itens do Ativo e do Passivo
Os itens do Ativo devem estar dispostos em ordem 
decrescente de grau de liquidez ou realização no 
balanço. Devemos entender como liquidez e realização a 
possibilidade de transformar um Ativo mais rapidamente 
em dinheiro ou moeda corrente. Desta forma, os Ativos 
que têm maior grau de liquidez devem ser apresentados 
em primeiro lugar. Esse é o motivo por que as contas do 
grupo das Disponibilidades, Caixa e Bancos aparecem em 
primeiro lugar dentro do Ativo Circulante. Assim, o Ativo 
Circulante é apresentado antes do Não Circulante. Logo 
a seguir às Disponibilidades vêm os valores a receber, 
estoque e assim sucessivamente.
Quanto aos elementos do Passivo, normalmente 
observa-se a segmentação em subgrupos, como 
Empréstimos e Financiamentos, Fornecedores, e 
Obrigações Fiscais, Obrigações Societárias, etc. Devemos 
observar, contudo, o critério de classificação em função 
da exigibilidade desta obrigação para definirmos como de 
curto (circulante) ou longo prazo.
Conceito de Ativo Permanente
Como vimos, o Ativo Circulante e o Não Circulante 
são formados por elementos patrimoniais da mesma 
natureza, distinguindo-se, a princípio, pelo vencimento 
ou data de realização. Assim, os itens do Ativo Circulante 
têm um grau de liquidez maior que os itens do Ativo Não 
Circulante. Contudo, em ambos os grupamentos, seus 
elementos serão, a priori, realizados.
Já o Ativo Imobilizado é formado por bens e 
direitos que foram adquiridos pela empresa em caráter 
de permanência, ou seja, adquiridos sem a intenção 
de revenda ou transformação em dinheiro. Exemplos: 
veículos, móveis e equipamentos, etc.
O termo Ativo Imobilizado está relacionado 
exatamente à inexistência de intenção da empresa em 
converter em dinheiro esses bens ou direitos. Isto não 
significa que a empresa nunca possa dispor dos itens 
classificados nestes grupamentos, mas, mesmo que o faça, 
esta comercialização não terá sido a razão da aquisição 
dos bens.
Como exemplo, vejamos a seguinte situação: uma 
empresa revendedora de veículos adquire um automóvel 
com a intenção de utilizá-lo na sua área operacional. 
Sabemos que a empresa adquiriu um bem e, desta 
forma, deverá classificá-lo como um Ativo. Deveremos 
classificá-lo como Ativo circulante ou não circulante? Em 
qual subconta? Para respondermos a estas perguntas e 
classificarmos corretamente este fato contábil reportaremos 
ao que abordamos no parágrafo anterior, ou seja, devemos 
nos perguntar: Qual foi a intenção da empresa ao adquirir 
este automóvel? Foi de comercialização ou imobilização? 
Como o automóvel foi adquirido para ser utilizado pela 
área operacional da empresa, verificamos que não existe 
a intenção de comercialização, ou seja, o bem não foi 
adquirido para revenda. Desta forma, devemos classificá-
lo como elemento do Ativo Imobilizado da empresa.
Contudo, quando a empresa vender esse automóvel, 
ele passará a fazer parte dos elementos do Ativo circulante 
ou de outros grupos do Ativo não circulante, dependendo 
do prazo de transformação desse bem em dinheiro.
Como já estudamos, os elementos classificados no 
grupamento do Ativo não circulante subdividem-se em 
Realizável a Longo Prazo, Investimentos, Imobilizado e 
Intangível.
Conceito de resultado 
de exercícios futuros
Este grupamento de contas, que era encontrado do 
lado direito do Balanço Patrimonial, possuía natureza de 
saldo credor. A Lei 6.404/76 regulamentava, em seu art. 
INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
110
181, que “serão classificadas como resultados de exercícios 
futuros as receitas de exercícios futuros, diminuídas dos 
custos e despesas a elas correspondentes”.
Na prática, os tipos de receitas e custos de exercícios 
futuros já eram raros, sendo mais facilmente encontrados 
nas empresas de construção e de incorporação imobiliária, 
em função da legislação do imposto de renda, que 
determina, em alguns casos, a forma de contabilização 
de determinadas transações. Este é um assunto um 
pouco mais complexo e será abordado em uma disciplina 
posterior no seu curso. 
A partir da Lei 11.638/07 e da Lei 11.941/09 
desaparece o grupo “resultado de exercício futuro”, 
devendo os saldos dessa conta serem transferidos para 
o grupo “passivo não circulante”. As receitas e despesas 
correspondentes a essa conta deverão ser lançadas na 
conta Adiantamento a Clientes, que representa uma 
obrigação a Longo Prazo da empresa.
Resumo
Nesta aula, aprofundamos o seu conhecimento sobre 
como estruturar ou classificar os fatos contábeis referentes 
às contas patrimoniais.
Revisamos que as contas patrimoniais são compostas 
pelos grupamentos do: Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido. 
Verificamos que a ordenação das contas patrimoniais 
do Balanço Patrimonial segue alguns critérios. Abordamos 
novamente a separação entre circulante e não circulante. 
Vimos que os elementos do Ativo são ordenados por ordem 
de liquidez e os do Passivo por ordem de exigibilidade.
Revimos os grupamentos de contas do Ativo não 
circulante e do Resultado de Exercícios, ressaltando que a 
última não é mais utilizada.
Atividades
1. O que são contas patrimoniais?
2. Por que existe o grupamento das contas Circulante 
tanto no Ativo quanto no Passivo?
3. O que se entende por direitos realizáveis? E obrigações 
exigíveis?
4. Qual a diferença entre as contas circulantes e as não 
circulante?
5. O que define a classificação de um fato contábil como 
item do Ativo Imobilizado? Justifique.
6. Por que a planificação contábil é importante para a 
classificação dos fatos contábeis?
INTRODUÇÃO À
CONTABILIDADE
Unidade VI - Escrituração Contábil
AULA 23
Método das Partidas Dobradas
Objetivos
• Descrever os métodos de escrituração 
contábil.
• Identificar a equação patrimonial básica 
da contabilidade.
• Conceituar causas e efeitos, no método 
daspartidas dobradas.
INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
112
Introdução
A Contabilidade está preocupada em evidenciar para 
seus usuários os fatos administrativos das empresas. Para 
tal, utilizam-se registros contábeis ou escrituração contábil.
As modificações no patrimônio são relatadas nos 
diversos demonstrativos contábeis, já estudados: balanço 
patrimonial, demonstração de resultados e outros 
demonstrativos.
 Nesta unidade veremos como as empresas 
demonstram suas relações com o meio externo e interno 
por meio dos registros contábeis. Veremos os principais 
livros contábeis exigidos por lei: o livro diário e o livro-
razão.
Método de escrituração
Em Contabilidade, método é a forma que a empresa 
utiliza para fazer o registro dos fatos contábeis ou 
escrituração contábil. Este deverá ser único para todas as 
empresas, independentemente de sua atividade ou de 
seu porte, ou seja, a metodologia para se registrarem as 
movimentações das contas contábeis deve ser adotada por 
todas as empresas, para efeito de padronização.
Mas qual é esse método? Num passado muito remoto, 
para registrar os fatos contábeis que afetavam o patrimônio 
das empresas, a Contabilidade utilizava-se do método das 
partidas simples. A sua existência, segundo estudiosos, 
foi antes do conhecimento ou da criação da figura do 
patrimônio líquido, ou do conceito de despesa e receita 
como elementos patrimoniais. Nesse método, quando se 
fazia a venda de uma mercadoria, lançava-se o registro 
apenas na conta Caixa (partida única e simples), não se 
fazendo a contrapartida em Receita.
A partir da criação da figura do Patrimônio Líquido 
na Contabilidade, o método utilizado modificou-se 
para o método das partidas dobradas. Atualmente este 
método é o utilizado universalmente pelas empresas, pois 
permite a atualização permanente dos saldos das contas 
contábeis. Com base nessa metodologia de registros dos 
fatos contábeis é que podemos elaborar as demonstrações 
contábeis.
Método das Partidas Dobradas
Este método é denominado de partidas dobradas 
porque o mesmo valor do fato contábil é lançado em 
duas contas, no mínimo, através dos débitos e créditos. 
A finalidade de se lançar em dois lugares é manter o 
equilíbrio patrimonial em situação de igualdade, ou seja, o 
total das contas do Ativo deve ser, obrigatoriamente, igual 
ao total das contas do Passivo e do Patrimônio Líquido.
Ativo = Passivo + Patrimônio Líquido, 
ou Patrimônio Líquido = Ativo – Passivo
Tal procedimento de escriturar baseia-se no princípio 
de que a todo crédito sempre corresponde um débito de 
igual valor e a todo débito sempre corresponde um crédito 
de igual valor.
Desta forma, observamos a repetição de um mesmo 
valor, ou seja, o valor do débito igual ao valor do crédito 
e vice-versa, e por esta razão o método recebeu a 
denominação de partidas dobradas. Contudo, isso não 
representa a duplicação de um valor, mas a manutenção 
da equação patrimonial básica da contabilidade, a balança 
dos débitos e créditos que devem se igualar.
Podemos concluir que o método das partidas 
dobradas resume-se nas seguintes frases:
A todo débito corresponde, pelo menos, um crédito 
de igual valor, ou a todo crédito corresponde, pelo 
menos, um débito de igual valor.
Podemos representar o conceito de débito e crédito 
utilizando também a representação gráfica da conta em 
forma de razonete.
Título da conta
 
Lado do débito Lado do crédito
A representação acima é utilizada para todas as contas 
patrimoniais e de resultado (Demonstração do Resultado 
do Exercício).
Exemplificando com dois fatos administrativos:
1) Vamos considerar que uma empresa inicie suas 
atividades com a integralização do capital social, 
em dinheiro, no valor de R$ 100.000,00. O 
registro deste fato apresenta uma origem e uma 
aplicação de recursos, um débito e um crédito, 
respectivamente. As contas envolvidas serão: débito 
na conta caixa do grupamento do Ativo e Crédito na 
conta capital social, do grupamento do Patrimônio 
AULA 23 • Método das Partidas Dobradas
113
Líquido, ambos no valor de R$ 100.000,00, ou seja, 
a condição básica da contabilidade está satisfeita: 
o total das contas do Ativo se iguala ao total das 
contas do Passivo e do Patrimônio Líquido:
 
 Ativo = Passivo + Patrimônio Líquido, ou
 Caixa = Capital Social
 100.000,00 = 100.000,00
2) No segundo fato administrativo, essa mesma 
empresa aumenta o seu capital, agora com 
Terreno = R$ 30.000,00 e Edificações = 
R$ 40.000,00. O Terreno e as Edificações representam 
um bem e, desta forma, devem ser registrados 
no Ativo da empresa, a débito e no total de R$ 
70.000,00. A contrapartida deverá ser um crédito de 
$ 70.000,00, que, neste caso, corresponderá ao 
registro na conta Capital Social desse valor. A 
equação patrimonial inicial estava assim:
 
 Bens + Direitos = Obrigações 
 100.000,00 = 100.000,00
 
 Com o novo fato, temos mais R$ 70.000,00 no lado 
esquerdo e mais $ 70.000,00 no lado direito da 
“balança”.
 
 100.000,00 + 30.000,00 + 40.000,00 = 170.000,00
 Caixa + Terreno + Edificação = Capital Social 
Podemos observar, nos exemplos acima, que o 
método das partidas dobradas preserva igualdade – uma 
equação matemática, efetivamente, não representa um 
registro em dobro, mas um registro em, pelo menos, uma 
conta a débito e outra a crédito.
Verificamos que esse método tem a preocupação de 
mostrar o fenômeno patrimonial, ou variação patrimonial, 
em sua origem e em seu destino, por convenção 
representado por contas que possuem classificação de 
natureza credora (contas do Passivo e do Patrimônio 
Líquido) e devedora (contas do Ativo), respectivamente.
Outro conceito envolvido no método das partidas 
dobradas é a relação causa e efeito dos fatos administrativos 
de uma empresa. Vejamos:
 Valor do Débito = Valor do Crédito
 Valor do Crédito = Valor do Débito
 Logo:
 Valor do Efeito = Valor da Causa
 Valor da Causa = Valor do Efeito
Pelo exemplo, a relação causa e efeito exposta 
acima ficaria assim: No primeiro fato contábil a causa é 
a constituição da empresa pelos sócios (e que se registra 
com a denominação de crédito) e o efeito, o dinheiro 
em caixa que passamos a possuir (e que se registra com a 
denominação de débito).
No segundo fato contábil a situação é similar, ou seja, 
a causa é evidenciada pelo registro do aumento do capital 
pelos sócios e o efeito, o terreno e a edificação advindos 
desse acréscimo de capital.
Por esta abordagem podemos observar que, no 
método das partidas dobradas, realmente não se trata de 
dois eventos distintos, mas de um só fato, evidenciado 
em sua dupla forma de observar, ou seja: a CAUSA e o 
EFEITO, ou a ORIGEM e a APLICAÇÃO/DESTINO e, 
complementando, o CRÉDITO e o DÉBITO.
Concluímos, assim, que é em razão disto também 
que no balanço aparecem, duplamente, em valores iguais, 
ativo e passivo.
O Ativo, representado pelos bens e direitos da 
empresa, evidencia as aplicações ou EFEITOS do uso do 
capital, e por isso suas contas são de débito ou de natureza 
devedora.
O Passivo, representado pelas obrigações, evidencia 
as ORIGENS do capital conseguido de terceiros que foram 
investidos no Ativo. Suas contas possuem natureza credora.
O Patrimônio Líquido representa uma origem 
específica, que é a de capital próprio, compreendendo 
o valor investido pelos proprietários ou acionistas da 
empresa, assim como por frutos desse recurso, a saber: 
lucros do exercício, reservas, etc.
O Passivo de Obrigações, somado com o Patrimônio 
Líquido, representa o total das causas ou origens de 
capitais e, por isso, as suas contas são de crédito. Na 
prática, encontramos a denominação genérica de Passivo 
para denominar todas as origens, ou seja, o somatório do 
Passivo de Obrigações mais oPatrimônio Líquido.
Desta forma, podemos concluir que o débito 
representa os investimentos, nos quais a empresa aplica 
o recurso obtido, e o crédito representa a origem do 
financiamento, próprio e de terceiros, do capital, o efeito 
e a causa, respectivamente.
INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
114
Vamos ver se você entendeu o conceito de débito e 
crédito para as contas patrimoniais e de resultado:
Grupo de contas Débito Crédito
Ativo Aumenta Diminui
Passivo Diminui Aumenta
Patrimônio Líquido Diminui Aumenta
Receitas Diminui Aumenta
Despesas Aumenta Diminui
•	 Quando	temos	um	acréscimo	nas	contas	do	Ativo,	
na conta de Resultado (Despesas), temos um débito 
e vice-versa.
•	 Quando	temos	um	aumento	nas	contas	do	Passivo,	
do Patrimônio Líquido ou na conta de Resultado 
(Receitas), temos um crédito e vice-versa.
Fórmulas de registros do 
método das Partidas Dobradas
A evidenciação dos fatos administrativos de uma 
empresa, utilizando-se o método das partidas dobradas, 
pode ser apresentada de quatro formas diferentes, ou 
fórmulas de registros contábeis, que representam variações 
da relação débito/crédito oriundas da complexidade das 
transações comerciais.
Tais critérios podem ser feitos tanto em escritas 
manuais como mecanizadas ou informatizadas.
•	 A	primeira	 fórmula,	 a	mais	 tradicional,	 representa	
que cada fato tem uma conta devedora e uma 
conta credora.
Exemplo: compra de um imóvel à vista no valor de: R$10.000,00
Débito na conta Caixa: R$10.000,00
Crédito na conta Imóvel: R$ 10.000,00
 Caixa Imóvel
 10.000,00 10.000,00
•	 Na	segunda	fórmula	os	fatos	possuem,	para	eviden-
ciá-los, uma conta devedora e mais de uma conta 
credora.
Exemplo: compra de estoque no valor de R$15.000,00, sendo 50% à 
vista e o restante a prazo
Débito na conta Estoque: R$15.000,00
Crédito na conta Caixa: R$ 7.500,00
Crédito na conta Fornecedores (Passivo): R$7.500,00.
•	 Na	terceira	fórmula,	os	fatos	possuem,	para	eviden-
ciá-los, uma conta credora e mais de uma conta de-
vedora.
Exemplo: compra de veículo no valor de $ 10.000,00 e imóvel no valor 
de R$ 15.000,00 a prazo. 
Débito na conta Veículo: R$10.000,00
Crédito em Contas a Pagar: R$ 7.500,00
•	 Na	quarta	fórmula,	os	fatos	possuem	diversas	contas	
credoras e diversas contas devedoras.
Exemplo: venda à vista de mercadoria no valor de – R$ 50.000,00, cujo 
valor de compra (custo) foi de R$ 20.000,00. Não consideramos os 
impostos a título de simplificação.
Débito na conta Caixa: R$ 50.000,00 
Débito na conta CMV: R$ 20.000,00
Crédito na conta Receita: R$ 50.000,00
Crédito na conta Estoque: R$ 20.000,00 (baixa da mercadoria)
Outra forma de registrarmos os eventos contábeis é 
antepormos antes dos lançamentos a crédito a letra “a”.
Caixa
7.500,00
Estoque
15.000,00
Caixa
7.500,00
Veículo
10.000,00
Imóvel
15.000,00
Contas a pagar
25.000,00
Estoque (mercadoria)
20.000,00
Custo de Mercadoria 
Vendida (CVM)
25.000,00
Caixa
50.000,00
Receita de venda
50.000,00
AULA 23 • Método das Partidas Dobradas
115
Exemplo:
Evento contábil: compra de um veículo por R$ 15.000,00
Lançamento 1:
Veículos 15.000,00
a Caixa 15.000,00
Outro exemplo:
Evento contábil: compra de um imóvel no valor de R$ 40.000,00 sendo 
R$ 30.000,00 à vista e o restante a prazo
Lançamento 2:
Imóvel 40.000,00
a Caixa 30.000,00
a Contas a Pagar 10.000,00
Não existe obrigatoriedade quanto à opção de lança-
mento contábil em suas diversas fórmulas. Na prática, o 
que observamos é que, ao utilizar um sistema informatiza-
do, muitas vezes ficamos limitados a essa variância de op-
ções de registros. Contudo, se o sistema informatizado que 
a empresa utilizar permitir, basta que tenhamos o cuidado 
de parametrizar corretamente os registros a efetuar.
Resumo
Nesta nossa primeira aula da Unidade 06, pudemos 
observar que todo o conteúdo anteriormente estudado 
é de suma importância para que a contabilidade possa 
atingir um de seus objetivos: o de informar as modificações 
ocorridas no patrimônio da empresa.
Estudamos o método das partidas dobradas, que é a 
forma como a contabilidade registra os fatos administrativos 
da empresa.
Revisamos o conceito de origem e aplicação de 
recursos, bem como dos elementos patrimoniais.
Utilizamos os conceitos de contas e razonetes para 
que os registros das transações sejam evidenciados.
Atividades
1. Qual o significado do método de partida simples?
2. Qual o significado do método das partidas dobradas?
3. Qual é a lógica do método das partidas dobradas?
4. Quais contas representam destinação de recursos? 
5. Quais contas representam origem de recursos?
6. Contabilmente, o que significa os termos causa e efeito 
das variações patrimoniais?
7. Elabore um pequeno texto justificando a utilização 
do método das partidas dobradas como ferramenta 
informacional da Contabilidade.
8. Elabore exemplos considerando as quatro formas de 
registro das partidas dobradas.
INTRODUÇÃO À
CONTABILIDADE
Unidade VI - Escrituração Contábil
AULA 24
Livros Contábeis e Fiscais
Objetivos
• Descrever a importância do registro con-
tábil nos livros fiscais e contábeis.
• Contextualizar os sistemas de escritura-
ção contábil.
• Conceituar, detalhadamente, o livro diá-
rio e o livro-razão.
• Identificar alguns livros auxiliares e fis-
cais.
INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
118
Introdução
A escrituração contábil é a forma que as empresas têm 
de relatar os seus fatos administrativos, demonstrando a 
evolução de seu patrimônio.
Podemos dizer que uma empresa que não possui 
contabilidade é uma empresa sem memória, sem as 
mínimas condições de planejar ou acompanhar seu 
crescimento. 
Como já vimos, é por meio da escrituração contábil 
que as empresas elaboram os seus demonstrativos 
contábeis.
Outro fator importante diz respeito ao aspecto legal da 
escrituração contábil, ou seja, diversas são as situações que 
a empresa poderá enfrentar ao longo de sua existência, e 
a escrituração contábil será um fator determinante para 
a solução destes casos. Como exemplos dessas situações, 
podemos citar os processos de concordata e de falência, as 
perícias judiciais, as dissidências societárias e a fiscalização 
dos órgãos oficiais.
Na prática, a denominação da escrita que abrange 
todos os acontecimentos ocorridos no patrimônio da 
empresa é conhecida como escrita comercial, geral ou 
oficial.
A escrituração contábil utiliza-se do método das 
partidas dobradas para sua execução, e tais registros são 
demonstrados nos livros contábeis. Assim, torna-se possível 
também a elaboração dos demonstrativos contábeis.
De acordo com a legislação vigente, são livros 
contábeis obrigatórios o livro diário e o livro-razão. 
Existem também os livros auxiliares ou livros fiscais, que 
controlam itens relatados no livro diário, sendo alguns 
destes obrigatórios. Exemplificando, temos: livro-caixa, 
de inventário, de entrada de mercadorias, de saída de 
mercadorias e o livro de registro de prestação de serviços, 
que estudaremos detalhadamente nesta aula.
Formalidades dos livros
A forma de controle encontrada pela Contabilidade 
prevê o registro de todos os fatos administrativos nas 
respectivas contas representativas do patrimônio.
Para fazer a escrituração contábil dos fatos 
administrativos da empresa (usando o método das partidas 
dobradas) podemos utilizar os sistemas manuscrito, 
mecanizado e informatizado.
A decisão de usar um sistema ou outro dependerá 
do porte, do ramo de atividade da legislação pertinente 
à empresa, ou seja, levará em consideração a estrutura 
da empresa, a quantidade de lançamentos e elementos 
patrimoniais a serem controlados. Para decidir qual sistema 
utilizar, os gestores da empresadevem conjugar as questões 
de rapidez e custo da informação contábil. Na prática, 
atualmente, o sistema mais utilizado é o informatizado ou 
computacional, uma vez que encontramos no mercado 
diversos pacotes de software a preços acessíveis a qualquer 
tipo de empresa.
Conforme já foi mencionado, o processo de escrituração 
contábil por partidas dobradas exige a elaboração de, no 
mínimo, dois livros contábeis principais básicos: o livro 
diário e o livro-razão. Os fatos administrativos escriturados 
no livro diário também devem estar escriturados no livro-
razão, assim como, quando necessário ou obrigatório, em 
outros livros, como os auxiliares e fiscais.
Com o advento da informática, muitos processos 
e rotinas da Contabilidade foram sistematizados, e na 
escrituração dos registros dos fatos administrativos isso se 
torna evidente. Atualmente, os registros são efetuados de 
forma integrada, ou seja, de uma só vez, otimizando assim 
o processo de gestão da empresa.
A maioria dos softwares de gestão oferecida pelo 
mercado possibilita que, ao se digitar um acontecimento, 
este seja distribuído e sistematizado, escrito em todos os 
livros obrigatórios e nos auxiliares, com as peculiaridades 
pertinentes, realizando tudo de uma só vez.
Assim, ao registrar uma compra, já se fazem os 
registros nos livro diário, no livro-razão, no livro de 
entradas de mercadorias, no controle financeiro, na conta 
do fornecedor, etc.
Livro Diário 
O diário é o principal livro contábil requerido por 
todas as empresas. Como tal, apresenta exigências formais 
peculiares, como os termos de abertura e encerramento, 
rubrica em todas as páginas, encadernação e registro 
na junta comercial ou no cartório em que estiverem 
arquivados os atos constitutivos da empresa.
O livro diário pode ser escriturado de forma 
manuscrita, mecanizada ou informatizada.
Outra formalidade quanto aos registros dos fatos 
administrativos no diário é que este deve ser escriturado 
obedecendo ao Código Comercial e às Normas Brasileiras 
de Contabilidade, devendo:
•		 ser	 escriturado	 em	 idioma	 e	 moeda	 corrente	
nacionais;
•		 não	conter	rasuras	ou	emendas;
AULA 24 • Livros Contábeis e Fiscais
119
•	 obedecer à ordem cronológica dos fatos, podendo 
ser escriturados de forma resumida ou sintética, 
diária ou mensal, os registros evidenciados em livros 
auxiliares ou fiscais;
	•		basear-se	em	documentos	que	dêem	suporte	e	que	
comprovem as operações registradas;
Além, disso:
•		 o	 livro	diário	manuscrito	deve,	 antes	do	 início	da	
utilização, ter lavrado Termo de Abertura e Termo 
de Encerramento, que serão assinados por um 
profissional habilitado e pelo dirigente da empresa, 
devendo ser registrado na junta comercial ou no 
cartório em que estiverem arquivados os atos 
constitutivos;
•		 o	livro	diário	escriturado	por	processo	mecanizado	
ou informatizado, após sua utilização, deve conter, 
na primeira e na última folhas, os respectivos Termos 
de Abertura e de Encerramento, devidamente 
assinados por um profissional habilitado e pelo 
dirigente da empresa, devendo ser encadernado e 
registrado na junta comercial ou no cartório em que 
estiverem arquivados os atos constitutivos.
Mas o que deve ser registrado em um livro diário? 
Resumidamente, o livro diário deve registrar:
•	 data da transação ou data em que ela está sendo 
registrada no livro diário;
•	 nome	 das	 contas	 que	 estão	 sendo	 debitadas	 e	
creditadas;
•	 valor	dos	débitos	e	créditos	em	cada	conta;
•	 histórico	da	transação,	descrito	de	forma	resumida.
Observe o exemplo a seguir: 
1. Em 01/12/2004, os Srs. Marcos Elísios e Jorge Duarte 
formaram uma sociedade, a Elidu Ltda., com capital 
inicial de R$ 40.000,00, cada qual participando 
com R$ 20.000,00; o valor total foi depositado em 
conta corrente do Banco Max.
2. Em 06/12/2004, a empresa comprou mercadorias a 
prazo, no valor de R$ 15.000,00 junto ao fornecedor 
Pague Menos Ltda., conforme Nota Fiscal nº. 1546.
Empresa Elidu Ltda. – CNPJ 00.999.999/0001-99
LIVRO DIÁRIO Nº. 0001 Página: 002
Data Histórico Débito Crédito
01/12/2004
Bancos – conta movi-
mento
Capital Social
Valor integralização de 
40.000 cotas do capital 
social pelos Srs. Marcos 
Elísios e Jorge Duarte, 
sendo 20.000 de cada 
um, conforme recibo nº. 
17854 do Banco Max, 
documento nº. 001.
40.000,00 40.000,00
06/12/2004
Mercadorias
Fornecedores
Aquisição de mercado-
rias junto à Pague Menos 
Ltda., Nota Fiscal nº. 
1546, com vencimento 
em 06/01/2005, docu-
mento nº. 002.
15.000,00 15.000,00
Observação: O modelo acima apresentado não é obrigatório, ou seja, 
encontramos outros modelos de apresentação do livro diário. Contudo, 
em sua essência, o livro deve conter, no mínimo, as informações aqui, 
mostradas.
Livro-razão
A escrituração do livro-razão também pode ser feita 
por processo manuscrito, mecânico ou informatizado, e 
não deve conter rasuras, entrelinhas ou qualquer indício 
que ponha em dúvida os registros.
O livro-razão possui os termos de abertura e 
encerramento e seu objetivo maior é sistematizar as contas 
patrimoniais e de resultado que compõem o patrimônio 
da empresa.
Após a escrituração, deve ser encadernado, sendo 
dispensados a autenticação e o registro na junta comercial 
ou no cartório.
No livro-razão devem ser registradas: no débito, a 
referência da conta credora correspondente, e no crédito, 
a referência à conta devedora igualmente correspondente. 
Também se evidenciam os saldos de cada conta, 
ou seja, ajustam-se os mesmos a cada lançamento feito. 
Adicionalmente, tais registros, na prática, complementam-
se com datas e outras indicações que facilitam a localização 
de elementos comprobatórios.
INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
120
Buscando os mesmos dados do exemplo do tópico anterior, vejamos como as transações são registradas no livro-razão:
Elidu Ltda. Folha: 01
Conta
Bancos – conta movimento
Data Histórico Débito Crédito Saldo D / C
01/12/2004
Valor integralização de 40.000 cotas do 
capital social pelos Srs. Marcos Elísios e 
Jorge Duarte, sendo 20.000 de cada um, 
conforme recibo nº. 17854 do Banco 
Max, documento nº. 001.
40.000,00 40.000,00 D
Elidu Ltda.
Conta
Capital Social
Data Histórico Débito Crédito Saldo
01/12/2004
Valor integralização de 40.000 cotas do 
capital social pelos Srs. Marcos Elísios e 
Jorge Duarte, sendo 20.000 de cada um, 
conforme recibo nº. 17854 do Banco 
Max, documento nº. 001.
40.000,00 40.000,00
Elidu Ltda.
Conta
Mercadorias
Data Histórico Débito Crédito Saldo
06/12/2004
Aquisição de mercadorias junto à Pague 
Menos Ltda., Nota Fiscal nº. 1546, com 
vencimento em 06/01/2005, documento 
nº. 002.
15.000,00 15.000,00
AULA 24 • Livros Contábeis e Fiscais
121
Elidu Ltda. Folha: 01
Conta
Forncedores
Data Histórico Débito Crédito Saldo D / C
06/12/2004
Aquisição de mercadorias junto à Pague Menos 
Ltda., Nota Fiscal nº. 1546, com vencimento em 
06/01/2005, documento nº. 002.
15.000,00 15.000,00 C
Como podemos verificar pelos modelos de diário e 
razão acima, o livro diário segue uma ordem cronológica, 
dia a dia ou mês a mês, e o livro-razão segue uma ordem 
sistemática, ou seja, conta a conta, embora seguindo tam-
bém, em cada registro a ordem cronológica.
Livros Fiscais
Os livros fiscais, a princípio, são elaborados para aten-
der a formalidades inerentes à fiscalização dos órgãos das 
esferas do governo federal, estadual e municipal. Para se-
rem considerados como auxiliares da escrituração contá-
bil, devem ser registrados no órgão público competente. 
Podemos citar como exemplos de livros auxiliares ou fis-
cais:
•		 Livro	Caixa	–	Tem	a	finalidade	de	registrar	as	entra-
das e saídas de numerário(entendido como dinhei-
ro em espécie e movimentação bancária). Os re-
gistros devem ser efetuados em ordem cronológica, 
por isso; pode este livro ser utilizado como auxiliar 
do livro diário, devendo, nesse caso, atender a to-
das as formalidades exigidas. 
•		 Livro	de	 Inventário	 –	 Tem	como	objetivo	 registrar	
os bens de consumo, as mercadorias, as matérias-
-primas e outros materiais que se achem estocados 
nas datas em que forem levantados os balanços da 
empresa.
•		 Livro	 de	 Entrada	 de	Mercadorias	 –	 Destina-se	 ao	
registro, em ordem cronológica, das mercadorias 
adquiridas e recebidas pelas empresas. Devemos 
também registrar as entradas de bens de qualquer 
espécie, inclusive os que se destinam a uso ou 
consumo.
•		 Livro	de	Saída	de	Mercadorias	–	Registram-se,	em	
ordem cronológica, as vendas de mercadorias ou 
de produtos, bem como toda e qualquer saída, 
inclusive de bens móveis da empresa. Observe que 
aqui não está incluída a prestação de serviços, pois 
esta possui um livro próprio.
•		 Livro	 de	Registro	 de	Prestação	de	 Serviços	 –	 Para	
as empresas prestadoras de serviços este livro é 
obrigatório perante o fisco municipal, podendo ser 
utilizado como auxiliar do diário, pois nele registram-
se todas as operações de serviços, individualizando 
as respectivas notas fiscais em ordem cronológica.
Retificações de lançamentos
Quando ocorre algum erro nos lançamentos contá-
beis, tais como borrões, rasuras, espaços em branco, etc., 
os mesmos devem ser retificados. 
Exemplo de retificação:
•		 Estorno	–	lançamento	indevido:	em	vez	de	ser	lan-
çada a entrada de R$ 10.000,00 na conta Caixa, 
advindos de receita de vendas, foi digitado o valor 
de R$ 1.000,00.
a) Lançamento incorreto:
 D – Caixa 1.000,00
 C – Receita de vendas 1.000,00
b) Lançamento de estorno:
 D – Receita de vendas 1.000,00
 C – Caixa 1.000,00
INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
122
c) Lançamento correto:
 D – Caixa 10.000,00
 C – Receita de vendas 10.000,00
Resumo
Nesta aula, estudamos os livros contábeis obrigatórios 
pela nossa legislação, bem como os livros auxiliares e 
fiscais.
Verificamos que as mesmas informações contidas na 
escrituração do livro diário devem estar contidas no livro-razão.
Estudamos que para a contabilidade de uma empresa 
ser considerada regular é de suma importância o registro 
dos fatos administrativos, bem como o registro do livro 
diário no órgão competente.
Podem ocorrer erros na escrituração contábil. Neste 
caso, os mesmos devem ser retificados por meio de 
lançamentos ao inverso.
Desta forma, mais uma vez, observamos que a 
Contabilidade segue uma série de normas e requisitos, 
e é fundamental estarmos atentos às modificações que 
ocorrem no patrimônio da empresa.
Atividades
1. Quais os sistemas utilizados para se fazer a contabilidade 
de uma empresa?
2. Quais os métodos utilizados para se fazer a escrituração 
contábil?
3. O que significa escrita comercial? 
4. Qual a importância da planificação contábil para o 
registro dos fatos administrativos?
5. Quais os elementos essenciais do livro diário?
6. Quais as diferenças e similaridades entre o livro diário 
e o livro-razão?
INTRODUÇÃO À
CONTABILIDADE
Unidade VI - Escrituração Contábil
AULA 25
Lançamentos contábeis
Objetivos
• Consolidar o estudo sobre o registro dos 
fatos administrativos na Contabilidade.
• Descrever as etapas do registro contá-
bil.
• Identificar a importância do plano de 
contas na escrituração contábil.
• Citar os elementos essenciais para o re-
gistro dos fatos administrativos na Con-
tabilidade.
• Identificar diferenças entre regime de 
caixa e regime de competência.
INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
124
Introdução
Na aula passada estudamos os livros contábeis 
obrigatórios, o livro diário e o livro-razão, em seus aspectos 
conceituais e formais, além dos livros fiscais ou auxiliares, 
como o livro-caixa, o inventário, etc.
Verificamos que, com o advento da informática, os 
processos, a escrituração e os relatórios contábeis ganharam 
agilidade e exatidão na informação contábil, propiciando 
um maior controle e planejamento da empresa.
Mas é sempre bom lembrar o quanto é importante 
adotar uma planificação, pois ela será um dos pilares para 
a consecução da escrita contábil.
Nesta aula estudaremos alguns lançamentos ou 
registros contábeis mais comuns, com o objetivo de 
consolidarmos o aprendizado das unidades anteriores 
desta disciplina, bem como nos preparar para a elaboração 
de nossa primeira peça contábil, o balancete, que será o 
fechamento desta unidade.
Etapas para um 
registro contábil
Escrituração contábil é um sistema técnico que registra 
os fenômenos patrimoniais da empresa, por isso abrange 
todo um conjunto de procedimentos, dentre os quais, 
vistos como básicos, acham-se os seguintes:
•	 identificação;
•	 classificação;
•	 registro;
•	 demonstração	e
•	 estrutura	 de	 fluxos	 dos	 fatos	 administrativos	
acontecidos na empresa, ou seja, as modificações 
ocorridas no seu patrimônio.
Identificação dos fatos patrimoniais
Para que possamos fazer a escrituração de um 
fato administrativo ocorrido na empresa é necessário, 
primeiramente, que identifiquemos o fato de forma 
completa, ou seja, o reconhecimento do que aconteceu 
para que a situação patrimonial da empresa tenha se 
modificado.
Contudo, para efetuarmos a escrituração contábil, é 
necessário que os registros tenham embasamento legal 
sustentado por documentos hábeis, como, por exemplo, 
notas fiscais, e que atendam a requisitos exigidos pelo 
fisco.
Outro aspecto que deve ser levado em conta é a 
relação da operação com as especificidades da atividade 
da empresa, que pode requerer registros adicionais ou 
complementares.
A guarda dos comprovantes dos registros contábeis é 
de fundamental importância para resguardar a empresa 
quando de eventuais fiscalizações. Alguns destes 
documentos devem ser guardados por até 35 anos, como, 
por exemplo, os documentos relativos à previdência social.
A identificação de um fato contábil que possa 
ser registrado na contabilidade começa, pois, com a 
observação de sua essência, ou seja, verificando se este 
acarretará modificação do patrimônio, bem como suas 
finalidades e justificativas.
Os fatos administrativos, respaldados pelos docu-
mentos comprobatórios, são classificados nas contas 
pertinentes e contabilizados, utilizando-se carimbo, 
etiqueta para leitura óptica, registro manual ou outros meios 
que evidenciem o seu efetivo registro na contabilidade da 
empresa.
Classificação contábil e Plano de Contas
Na Unidade 3 estudamos as contas, seus grupamentos, 
objetivos, funções e forma de estrutura.
A classificação contábil é a atribuição da conta, em 
concordância com a natureza do fato ocorrido, ou seja, 
a identificação do fato com o objeto específico da conta 
existente no plano de contas.
Identificado, comprovado por meio de documentação 
hábil e reconhecido como legítimo o acontecimento que 
afetará o patrimônio da empresa, podemos efetuar a 
escrita contábil. Para tal, o primeiro passo é buscarmos 
as contas pertinentes que melhor evidenciem o fato e 
classificar o evento contábil.
Conforme estudamos, plano de contas é um 
conjunto de elementos que guia a escrituração contábil, 
representando também o ponto de partida para uma 
escrita contábil feita com qualidade técnica.
Registro dos fatos patrimoniais: 
Livro Diário e Livro-razão
Relembrando, uma vez identificado e classificado 
um fato patrimonial, passa-se ao registro do mesmo. 
Obrigatoriamente, as empresas devem elaborar os livros 
contábeis diário e razão.
Verificamos, na aula anterior, que os fatos escriturados 
no livro diário devem estar no livro-razão, assim como, 
quando necessário ou obrigatório, emoutros livros.
AULA 25 • Lançamentos contábeis
125
Enquanto o diário segue uma ordem cronológica de 
registro, ou seja, os registros são ordenados por data (dia a 
dia ou mês a mês), o razão segue uma ordem sistemática 
(conta a conta), embora seguindo, também, em cada 
registro, a ordem cronológica.
Método e elementos de registro das 
operações contábeis
As operações que afetam o patrimônio das empresas 
devem ser registradas em forma mercantil, adotando-se 
o método das partidas dobradas. Este método pode ser 
resumido nas seguintes frases:
A todo débito corresponde, pelo menos, um crédito 
de igual valor ou a todo crédito corresponde, pelo 
menos, um débito de igual valor.
Os fatos administrativos que afetam o patrimônio são 
registrados por meio de partidas ou lançamentos, que é a 
forma como se apresentam contabilmente.
A partida ou lançamento deve conter, no mínimo, os 
seguintes elementos:
a) Data do registro – Preferencialmente, a data do 
registro deve coincidir com a data da operação. 
Entretanto, caso o registro ocorra em data posterior, 
é recomendável fazer constar do histórico a data da 
operação.
b) Elemento devedor – Refere-se à conta e respectiva 
subconta a ser debitada. Caso a empresa possua 
elenco de contas codificado, a nomenclatura 
poderá se substituída por código.
c) Elemento credor – Corresponde à conta e respectiva 
subconta a ser creditada, cuja nomenclatura pode 
ser substituída por código, caso o elenco seja 
codificado.
d) Histórico – Diz respeito à descrição resumida do fato 
ocorrido. O bom histórico é aquele que responde 
às seguintes indagações: A quem foi pago? O que 
foi pago? Como foi pago?
e) Valor – Refere-se ao valor da operação que afetou o 
patrimônio, qualitativa ou quantitativamente.
Exemplos de classificação de fatos 
simples em suas contas
A título de ilustração e partindo de coisas muito 
simples, o quadro a seguir ilustra o registro de alguns fatos 
comuns de uma casa comercial de tamanho médio:
Fatos Patrimoniais Conta Devedora Conta Credora
Operações com a conta “ CAIXA”
Integralização de Capital em espécie CAIXA CAPITAL A REALIZAR
Suprimento de Caixa CAIXA BANCOS CONTA MOVIMENTO
Recebimento de Venda à Vista CAIXA RECEITA DE VENDAS
Recebimento de Duplicatas oriundas de vendas a prazo CAIXA DUPLICATAS A RECEBER
Pagamento de mercadorias compradas à vista MERCADORIAS CAIXA
Pagamento de duplicata oriunda de compra a prazo DUPLICATAS A PAGAR CAIXA
Pagamento de juros de mora, multa DESPESAS FINANCEIRAS - Juros, multa CAIXA
Pagamento de adiantamento de salários, despesas, etc. ADIANTAMENTO A EMPREGADOS CAIXA
Pagamento à vista da compra de bens para uso permanente IMOBILIZADO - Móveis e Utensílios CAIXA
Pagamento de encargos sociais do mês anterior OBRIGAÇÕES SOCIAS - INSS a Recolher CAIXA
Pagamento de despesas à vista DESPESAS ADMINISTRATIVAS - Subconta CAIXA
INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
126
Operações bancárias
Crédito referente a empréstimo BANCOS CONTA MOVIMENTO EMPRÉSTIMOS
Crédito referente a cobrança de duplicatas BANCOS CONTA MOVIMENTO DUPLICATAS A RECEBER
Débito referente a juros DESPESAS FINANCEIRAS - Juros BANCOS CONTA MOVIMENTO
Débito referente a taxas bancárias
DESPESAS FINANCEIRAS
Despesas bancárias
BANCOS CONTA MOVIMENTO
Crédito referente a juros sobre duplicatas BANCOS CONTA MOVIMENTO
RECEITAS FINANCEIRAS
Juros
Débito referente a aplicação financeira APLICAÇÕES FINANCEIRAS BANCOS CONTA MOVIMENTO
Crédito referente a aplicação financeira BANCOS CONTA MOVIMENTO APLICAÇÕES FINANCEIRAS
Crédito referente a rendimento de aplicações BANCOS CONTA MOVIMENTO
RECEITAS FINANCEIRAS
Rendimentos
Operações com “Mercadorias”
Compra de mercadorias a prazo, para revenda MERCADORIAS FORNECEDORES
Venda de mercadorias a prazo DUPLICATAS A RECEBER RECEITA DE VENDAS
Operações de provisionamento
Provisionamento para incobráveis PERDAS DIVERSAS
PROVISÃO PARA DEVEDORES 
DUVIDOSOS
Provisionamento de encargos sociais
DESPESAS ADMINISTRATIVAS
Contribuição para o INSS
OBRIGAÇÕES SOCIAIS
INSS a recolher
Provisionamento de salários, férias, etc
DESPESAS ADMINISTRATIVAS
Salários
OBRIGAÇÕES TRABALHISTAS
Salários a pagar
Provisionamento do desgaste dos bens
DESPESAS ADMINISTRATIVAS
Depreciação
DEPRECIAÇÃO ACUMULADA
Operações com a conta “Capital”
Subscrição de capital CAPITAL A REALIZAR CAPITAL SOCIAL
Incorporação de Reservas ao Capital RESERVAS DE LUCROS CAPITAL SOCIAL
Vale a pena ressaltar que os exemplos acima citados 
não esgotam as formas de registros contábeis.
As contas apresentadas normalmente oferecem 
subcontas que receberão os lançamentos contábeis.
Não foram apresentados valores ou históricos, uma 
vez que o objetivo foi identificar o fato contábil e detectar 
as contas contábeis que estão envolvidas.
Você entendeu o que foi dito aqui sobre a 
identificação do fato contábil? A seguir, relatamos outros 
fatos administrativos apresentamos sua classificação:
Dados da Empresa Max S/A, prestadora de serviços, 
em dezembro de 2004:
AULA 25 • Lançamentos contábeis
127
Data Fatos Patrimoniais Valores R$ :
1) 01/12 Constituição da empresa pelos sócios, conforme depósito bancário; 60.000,00 
2) 09/12 Compra de um veículo à vista, conforme cheque 001; 18.000,00 
3) 13/12 Compra de móveis de escritório à vista, conforme cheque 002; 13.500,00 
4) 16/12 Retirada para constituição do fundo fixo de caixa, conforme cheque 003; 500,00 
5) 17/12 Prestação de serviços de consultoria, com recebimento de 30% em dinheiro e o restante em 45 dias; 3.000,00 
6) 20/12 Compra de material de escritório para consumo imediato, com pagamento em 30 dias; 800,00 
7) 20/12 Pagamento de aluguel da sala por meio de débito automático; 770,00 
8) 23/12 Pagamento dos salários do mês aos funcionários, conforme cheque 004; 3.200,00 
9) 29/12 Aplicação financeira através de Certificado de Depósito Bancário, com vencimento em 28/04/02; 21.000,00
A empresa Max S/A deverá evidenciar esses fatos 
administrativos nos livros contábeis obrigatórios, ou seja, 
no livro diário e no livro-razão, obedecendo a todos os 
requisitos legais para sua elaboração. Contudo, para fins 
didáticos, utilizaremos o razão simplificado ou conta T.
Este mecanismo ou técnica é uma simplificação do 
livro-razão, na qual utilizamos o nome da conta contábil 
Contas de Ativo
Caixa
(4) 500,00
(5) 900,00
 
1.400,00
Bancos
(1) 60.000,00
 3.030,00
18.000,00 (2)
13.500,00 (3)
 500,00 (4)
 770,00 (7)
 3.200,00 (8)
21.000,00 (9)
(5) 2.100,00
 -
pertinente ao fato administrativo, uma coluna para os 
lançamentos a débito e uma coluna para os lançamentos 
a crédito. Ao final de um determinado período, apura-se 
o saldo da conta pela diferença entre os lançamentos a 
débito e a crédito. Vejamos:
(9) 21.000,00
 21.000,00
Móveis
(3) 13.500,00
 13.500,00
Veículos
(2) 18.000,00
 
18.000,00
Contas a receber
Aplicação Financeira
INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
128
Regime de caixa e de competência
O significado de regime para a contabilidade restrin-
ge-se ao registro, efetuado por esta, das receitas e despe-
sas ocorridas, de acordo com uma das formas a seguir:
•	 No	momento	do	pagamento	(regime	de	caixa);
•	 Pelo	fato	gerador	do	ato	administrativo	(regime	de	
competência).
Regime de competência: estabelece que as receitas 
e despesas devem ser registradas no momento em que 
ocorreram, independentemente de terem sido recebidas 
ou pagas.
Regime de caixa: estabelece que as despesas e re-
ceitas devem ser registradas somente no momento em 
que efetivamente houver o pagamento ou recebimento 
dos recursos.
É obrigatório pelo fisco que as empresas registrem os 
fatoscontábeis pelo regime de competência. Este regime 
é um dos princípios contábeis que veremos na próxima 
unidade.
Já o regime de caixa pode ser considerado como um 
instrumento de gestão financeira das empresas, um regis-
tro de entradas e saídas de recursos. É mais utilizado por 
entidades filantrópicas e condomínios, que não almejam 
lucro. Neste regime, o que importa é a entrada e a saída 
de recursos, não o resultado.
Exemplo: No dia 05/04/2005 foi feita uma venda de 
mercadoria por R$ 10.000,00, sendo 50% à vista e o res-
tante em 60 dias após a realização da respectiva venda. 
No mesmo dia, a empresa pagou uma despesa com via-
gem no valor de R$ 2.000,00.
No final do mês 04/2005, teríamos:
Duplicatas a pagar
800,00 (6)
 
800,00
Contas de Passivo e Patrimônio Líquido
Capital a realizar
(1b) 60.000,00 60.000,00 (1)
-
Despesas Administrativas - Aluguéis
(7) 770,00
 770,00
Receita de Prestação de Serviços
3.000,00 (5)
 
3.000,00
Contas de Resultado
Despesas Administrativas - Salários
(8) 3.200,00
 3.200,00
(6) 800,00
 800,00
Despesas Administrativas - Material de 
Escritório
AULA 25 • Lançamentos contábeis
129
Contas Competência Caixa
Receita 10.000,00 5.000,00
(-) Despesa 2.000,00 2.000,00
Resultado (lucro/prejuízo) 8.000,00 3.000,00
Resumo
Em nossa aula retomamos a abordagem do método 
das partidas dobradas e o conceito de conta como maneira 
de se fazer a escrituração contábil das empresas.
Vimos que os fatos administrativos que modificam 
o patrimônio da empresa podem ser registrados no livro 
diário e no livro-razão simplificado ou conta T.
É importante ressaltar que a escrituração contábil 
deve atender ao regime de competência para fins fiscais, 
sendo fundamental para a elaboração das demonstrações 
contábeis, pois está de acordo com os princípios contábeis 
que veremos na próxima unidade desta disciplina.
Atividades
1. Qual o conceito de escrituração contábil?
2. O que é um plano de contas e qual a sua importância?
3. Qual é a equação básica da Contabilidade? Qual a sua 
relação com o método das partidas dobradas?
4. Quais os elementos que devem estar presentes para a 
elaboração de um bom plano de contas?
5. Qual a importância da separação dos grupos de contas 
para a classificação contábil?
6. Quais elementos são fundamentais para a evidenciação 
do lançamento contábil?
7. Imagine três fatos administrativos e efetue seu registro 
no livro diário e no livro-razão.
8. A empresa Pacioli Ltda. apresentou os seguintes fatos 
administrativos para o mês de janeiro/2005:
•	 constituição	 da	 empresa	 pelos	 sócios:	 R$	
100.000,00 (depósito bancário);
•	 compra	de	estoque	à	vista:	R$	20.000,00;
•	 pagamento	da	despesa	com	vendas:	R$	5.000,00;
•	 recebimento	de	serviços	prestados:	R$	2.000,00;
•	 compra	de	veículo	a	prazo	(60	dias):	R$	15.000,00;
•	 compra	de	um	imóvel	a	prazo:	R$	40.000,00;
 Pede-se que sejam registrados os fatos administrativos 
acima, na formatação do razão simplificado (T), em 
contas do Ativo, do Passivo, do Patrimônio Líquido e 
Contas de Resultado.
INTRODUÇÃO À
CONTABILIDADE
Unidade VI - Escrituração Contábil
AULA 26
Contabilidade por 
Balanços Sucessivos
Objetivos
• Descrever e conceituar Contabilidade 
por balanços sucessivos, compreendendo 
sua aplicação no cenário administrativo 
e contábil das entidades.
INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
132
Introdução
Dando seqüência aos nossos estudos, vamos abordar 
um tema de significativa relevância para a compreensão 
da chamada Teoria Contábil.
Registramos os fatos administrativos que modificam 
ou não o patrimônio da empresa ao longo do tempo. 
Podemos até levantar as demonstrações contábeis para 
cada evento ocorrido, pois entendemos que o balanço 
patrimonial representa a posição estática do patrimônio.
Vamos discutir nesta aula uma nova metodologia, 
a de balanços sucessivos, para entendermos melhor a 
elaboração das demonstrações contábeis.
Balanços Sucessivos
Trata-se de uma metodologia criada pela Escola 
Contábil Americana, com fins didáticos, usada para efetuar 
os registros contábeis, ou seja, um método para efetuar os 
lançamentos contábeis num determinado período.
Balanço sucessivo é um método que consiste em 
atualizar o balanço da entidade a cada fato contábil novo, 
registrando-o logo após sua ocorrência.
O referido método serve como importante 
“ferramenta” para execução da técnica contábil e tem como 
base fundamental uma visão conjunta das demonstrações 
contábeis originadas por essas peças financeiras.
Devemos lembrar que a contabilidade evoluiu 
historicamente, partindo da contagem física dos bens 
(inventário) que expressavam a riqueza da entidade 
em distintos momentos. Até a análise da variação dessa 
riqueza.
Somente após algum tempo foram elaboradas formas 
de registrar apropriadamente os fatos contábeis ocorridos 
nas entidades.
Devemos lembrar também que a elaboração do 
balanço patrimonial representa o inventário de todos os 
bens, direitos e obrigações de uma entidade numa data 
determinada.
Ao realizarmos o inventário, ou a apuração do 
balanço do patrimônio, de uma empresa no início do 
exercício social de 2004 e, posteriormente, levantarmos 
um Balanço ao final do exercício de 2004, poderíamos 
observar a variação da riqueza desta entidade no exercício 
de 2004.
Como já vimos, a demonstração dos resultados do 
exercício (DRE) serve para demonstrar, de forma sintética, 
como se processou a referida variação na riqueza das 
entidades. Houve lucro ou prejuízo?
Assim sendo, a contabilidade por balanços sucessivos 
constitui uma forma de demonstrar como os fatos ocorridos 
numa entidade determinaram a variação ocorrida na 
riqueza dessa entidade em um período específico.
Exemplo
Tomemos como exemplo a empresa Comercial Legal 
Ltda., na qual o Contador, Sr. Silva, realiza o registro 
contábil do primeiro fato ocorrido na empresa: a sua 
constituição.
O fato ocorrido é a constituição da empresa, efetivada 
pela realização de depósito bancário, no valor de R$ 
10.000,00, feito pelos seus dois sócios no Banco Bom S.A. 
em 15/01/2004.
Como já vimos, o investimento inicial realizado pelos 
sócios é denominado capital social e representa uma 
origem de recursos para a empresa obtidos junto aos 
sócios. Sabemos que uma origem de recurso deve ser 
lançada como Passivo (exigível) ou Patrimônio Líquido (não 
exigível) e, por outro lado, que toda aplicação de recursos, 
em geral, deve ser registrada como Ativo (representando 
bens e direitos da empresa). Desta forma, temos que lançar 
o depósito inicial realizado pelos sócios como um Passivo 
Não Exigível (conta de Patrimônio Líquido: Capital Social), 
por se tratar de uma origem de recursos e obrigação da 
empresa para com seus sócios, embora não seja exigível, já 
que a empresa não tem a responsabilidade de pagar-lhes 
pela realização desse investimento.
 A contrapartida do depósito em conta bancária 
que classificamos como Capital Social pode ser efetuada 
por meio de um lançamento em uma conta de Ativo 
denominada Bancos – Conta Movimento (representa a 
movimentação bancária da empresa), por se tratar de uma 
aplicação de recursos e um direito que a empresa adquire 
junto à instituição bancária.
No balanço patrimonial, teríamos:
Balanço patrimonial em 15/01/2004
Comercial Legal Ltda.
ATIVO (BENS + DIREITOS) PASSIVO + PL
Circulante
Bancos 10.000,00
Patrimônio Líquido
Capital Social 10.000,00
Total 10.000,00 Total 10.000,00
AULA 26 • Contabilidade por Balanços Sucessivos
133
Nesse ponto, temos um aumento no PL (que 
inicialmente era zero) e um aumento no Ativo (quetambém era zero, inicialmente).
Em 20/01/2004, a empresa adquiriu um galpão para 
se estabelecer, pagando à vista (em cheque do Banco Bom 
S.A.) o valor de R$ 5.000,00.
Após o evento e seguindo a metodologia de balanços 
sucessivos, teríamos agora a seguinte situação:
Balanço patrimonial em 20/01/2004
Comercial Legal Ltda.
ATIVO (BENS + DIREITOS) PASSIVO + PL 
Circulante
Bancos 5.000,00
não circulante
Imobilizado
Imóveis 5.000,00
Patrimônio Líquido
Capital Social 10.000,00
Total 10.000,00 Total 10.000,00
Veja que, como o imóvel foi adquirido à vista e o 
dinheiro “saiu” de Bancos, o seu saldo, obviamente, 
passou a R$ 5.000,00.
Trata-se de um fato permutativo, pois transfere 
recursos de uma conta do Ativo, Bancos, para uma outra 
conta do Ativo, Imóveis, não representando uma variação 
na riqueza da empresa, visto que o passivo não sofreu 
alterações em função da ocorrência desse fato.
O próximo evento ocorrido na empresa foi a compra, 
em 21/01/2004, de móveis e utensílios que serão usados 
nas operações da empresa, realizada a prazo, para 
pagamento em 60 dias, sem a cobrança de juros, por meio 
de emissão de uma nota promissória (NP) no valor de R$ 
2.000,00.
Agora teríamos:
Note que agora tivemos uma nova origem de 
recursos, representada pela obtenção de uma “obrigação” 
junto a terceiros, usada em uma aplicação efetivada pela 
aquisição de móveis e utensílios (bens do ativo).
Aplicação Prática
Balanço patrimonial em 21/01/2004
Comercial Legal Ltda.
ATIVO (BENS + DIREITOS) PASSIVO + PL 
Circulante
Bancos 5.000,00
não circulante
Imobilizado
Imóveis 5.000,00
Móveis e utensílios 2.000,00
Circulante
Títulos a Pagar 2.000,00
Patrimônio Líquido
Capital Social 10.000,00
Total 12.000,00 Total 12.000,00
Vimos que a contabilidade por balanços sucessivos 
é bastante simples, pois a cada evento ocorrido na 
empresa temos a sua demonstração em um novo balanço 
atualizado, permitindo a imediata verificação de correção 
do registro contábil efetuado.
Essa metodologia permite também observar se o 
“equilíbrio” patrimonial está preservado pela manutenção 
da igualdade entre o total do ativo e o total do passivo 
(mais PL). No entanto, na prática, a realização de balanços 
sucessivos torna-se impraticável em casos de empresas que 
realizem um volume elevado de operações a cada período, 
pois sabemos que existem empresas que efetuam milhares 
de operações em único dia (por exemplo: supermercados 
e comércio atacadista).
Essa realidade inviabiliza a manutenção da 
metodologia de se apurar um balanço a cada evento ou 
operação realizada numa empresa.
Assim sendo, embora a contabilidade por balanços 
sucessivos seja uma forma válida para se conhecer a 
dinâmica contábil provocada pelos eventos ocorridos 
numa empresa, não é utilizada na prática, por ser 
demasiadamente exaustiva e representar custos 
significativos para a sua efetivação no cotidiano dessa 
empresa.
A constatação das dificuldades oriundas da 
realização de balanços sucessivos levou ao surgimento 
de outras técnicas mais eficientes para o tratamento de 
eventos ocorridos numa empresa, tais como: controle 
individualizado por contas (em que se registram os 
aumentos e as diminuições ocorridas numa determinada 
conta); razonetes (representação gráfica das movimentações 
INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
134
ocorridas numa conta); mecanismos de débito e crédito; 
métodos das partidas dobradas, etc. Essas técnicas serão 
abordadas com maior profundidade em aulas futuras.
Resumo
Vimos, nesta aula, um método mais didático para 
entendermos os registros das variações do patrimônio da 
entidade: os balanços sucessivos. Na prática, a utilização 
desse método não é muito pertinente devido à necessi-
dade que as empresas têm de ter o controle dos eventos 
ocorridos em determinado período. Temos, a partir de 
agora, mais subsídios para entender melhor as próximas 
disciplinas do seu curso.
Atividades
1. Qual a origem do método contabilidade por balanços 
sucessivos?
2. Cite vantagens da utilização desse método.
3. Cite desvantagens da utilização desse método.
4. Elabore um balanço sucessivo para cada data, 
considerando os eventos contábeis a seguir:
 Data Fato contábil
01/01/2005 Constituição da empresa Alga Ltda.: R$ 100.000,00
02/01/2005 Compra de veículo à vista: R$ 15.000,00
15/01/2005 Compra de imóvel a prazo: R$ 20.000,00
20/01/2005 Obtenção de empréstimo, banco BJ: R$ 5.000,00
25/01/2005 Compra de estoque a prazo: R$ 6.000,00
INTRODUÇÃO À
CONTABILIDADE
Unidade VI - Escrituração Contábil
AULA 27
Balancete de Verificação
Objetivo
• Elaborar um Balancete de Verificação.
INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
136
Introdução 
Vimos que o método das partidas dobradas determina 
que para cada débito haja um crédito de igual valor. 
Assim, a qualquer instante, o somatório dos débitos das 
contas do Ativo e das Despesas e Custos deverá ser igual 
ao somatório dos saldos credores das contas do Passivo, 
Patrimônio Líquido e Receitas.
Nesta aula verificaremos a igualdade “total dos débitos 
igual ao total dos créditos” por meio de um relatório 
chamado balancete de verificação.
Balancete de Verificação
Quando afirmamos anteriormente que o total dos 
débitos das contas contábeis tem de ser igual ao total dos 
créditos, queríamos também dizer que o total das origens 
de recursos tem seu destino de igual valor (aplicação de 
recursos).
Em outras palavras, após a escrituração contábil, 
vista na Uniadde anterior, é necessário que seja feita 
uma checagem dos lançamentos contábeis. É feita uma 
listagem das contas do razão com os respectivos valores, 
independentemente do grupo a que pertençam: Passivo, 
Ativo ou Contas de Resultado.
Os sistemas informatizados ou computacionais das 
empresas captam os dados contidos no livro-razão, 
obtendo os saldos de todas as contas, e organizam estes 
saldos num relatório chamado balancete. Se o método das 
partidas dobradas foi aplicado corretamente, o saldo total 
dos débitos será igual ao total dos créditos.
O Balancete de Verificação não consegue sozinho 
assegurar que a escrituração baseada no método das 
partidas dobradas seja sempre aplicada corretamente. É 
necessário que sejam estabelecidos controles internos 
na empresa que serão capazes de apontar o erro ou até 
mesmo impedi-lo.
Finalidade
Considerando a lógica da escrituração contábil que 
para todo débito tem de ter um crédito de igual valor, se 
não tivermos mecanismos de controle no lançamento dos 
fatos administrativos, podemos elaborar demonstrações 
que não representam a realidade. O saldo do Passivo mais 
Patrimônio Líquido pode até ser igual ao total do Ativo, 
mas, se formos verificar se todas as contas representam 
verdadeiramente o fato administrativo ocorrido, por 
meio da checagem da documentação que fundamenta os 
registros contábeis, podemos nos deparar com distorções.
Portanto, Balancete de Verificação destina-se a 
ajudar na elaboração dos demonstrativos contábeis, 
evidenciando a situação econômica e financeira da 
empresa, de maneira a colaborar, por meio dos relatórios 
emitidos, para o processo decisório gerencial por parte 
da administração.
A seguir citaremos alguns erros que podem ocorrer 
mas que não afetam a relação: “total do Ativo é igual ao 
total do somatório do Passivo mais Patrimônio Líquido da 
empresa”.
A titulo de simplificação, vamos considerar a empresa 
Ágata Ltda., que tem saldos em algumas contas, para que 
possamos demonstrar os lançamentos contábeis acima.
Situação atual da empresa Ágata Ltda.
Balanço Patrimonialda empresa Ágata Ltda.
ATIVO PASSIVO
CIRCULANTE
 Caixa 5.000,00
 Banco 10.000,00
 Contas a receber 40.000,00
 Estoque 15.000,00
NÃO CIRCULANTE
 Imobilizado 60.000,00
TOTAL 130.000,00
CIRCULANTE
 Fornecedores 40.000,00
 Contas a pagar 20.000,00
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
 Capital social 70.000,00
TOTAL 130.000,00
Lançamento ocorrido:
•	 Ativo	contabilizado	erroneamente:	o	valor	do	veículo	
adquirido a prazo por RR$ 10.000,00 foi lançado er-
roneamente na conta do Estoque, conforme a seguir.
Situação após os fatos contábeis acima da 
empresa Ágata Ltda.
Balanço Patrimonial da empresa Ágata Ltda.
ATIVO PASSIVO
CIRCULANTE
Caixa 5.000,00
Banco 10.000,00
 Contas a receber 40.000,00
 Estoque 25.000,00 (1)
NÃO CIRCULANTE
 Imobilizado 60.000,00
TOTAL 140.000,00
CIRCULANTE
 Fornecedores 40.000,00
 Contas a pagar (1) 30.000,00
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
 Capital social 70.000,00
TOTAL 140.000,00
AULA 27 • Balancete de Verificação
137
O valor total do patrimônio aumentou em R$ 
10.000,00. As contas Estoque e Veículos não representam 
a realidade. Os saldos corretos seriam: 
•	 Estoque	=	R$15.000,00
•	 Veículos = R$ 70.000,00
Outro lançamento contábil:
•	 Pagamento	via	cheque	bancário	relativo	à	compra	
de mais estoque no valor R$ 2.000,00, sendo 
contabilizada erroneamente a saída de recursos na 
conta Caixa.
Situação após o fato contábil acima da em-
presa Ágata Ltda.
Balanço Patrimonial da empresa Ágata Ltda.
ATIVO PASSIVO
CIRCULANTE
 Caixa (2) 3.000,00
 Banco 10.000,00
 Contas a receber 40.000,00
 Estoque (2) 17.000,00 
NÃO CIRCULANTE
 Imobilizado 60.000,00
TOTAL 130.000,00
CIRCULANTE
 Fornecedores 40.000,00
 Contas a pagar 20.000,00
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
 Capital social 70.000,00
TOTAL 130.000,00
Se um auditor contábil fosse fazer uma contagem 
física na conta Caixa, encontraria R$ 2.000,00 a mais.
E, por fim, mais um exemplo:
•	 Recebimento	de	vendas	feitas	(Contas	a	Receber)	a	
prazo no valor de R$ 2.000,00, sendo registrada a 
entrada deste recurso na conta Estoque.
Situação após os fatos contábeis acima da 
empresa Ágata Ltda.
Balanço Patrimonial da empresa Ágata Ltda.
ATIVO PASSIVO
CIRCULANTE
 Caixa 5.000,00
 Banco 10.000,00
 Contas 
 a receber (3) 38.000,00
 Estoque (3) 17.000,00 
NÃO CIRCULANTE
 Imobilizado 60.000,00
TOTAL 130.000,00
CIRCULANTE
 Fornecedores 40.000,00
 Contas a pagar 20.000,00
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
 Capital social 70.000,00
TOTAL 130.000,00
Note que novamente o saldo total do patrimônio 
da empresa não se alterou considerando o fato contábil 
ocorrido, mas Contas a Receber e Estoque apresentam 
valores errados.
Formas de apresentação do balancete 
de verificação
Antes de elaborarmos as demonstrações contábeis, 
organizamos as contas contábeis que afetam o patrimônio 
da empresa e conferimos os saldos credores com os 
saldos devedores, independentemente dos grupos a que 
pertençam. Existem duas formas de se fazer isso:
•	 Forma	analítica:	reúne	os	saldos	anteriores	mais	os	
movimentos do mês a ser contabilizado.
Exemplo (em milhares de reais):
Contas
Saldos 
Anteriores
Movimento/mês Saldo atual
Débito Crédito Débito Crédito Débito Crédito
Caixa 2.000 1.000 2.000 1.000
Banco 5.000 10.000 2.000 13.000
Contas a receber 15.000 10.000 5.000 20.000
Aplicação 
financeira
20.000 6.000 - 0 - 26.000
Receita/vendas 11.000 19.000 30.000
Capital social 80.000 - 0 - - 0 - 80.000
Estoque 15.000 10.000 5.000 20.000
Veículos 40.000 - 0 - - 0 - 40.000
Imóveis 16.000 4.000 - 0 - 20.000
Custo do produto 
vendido
3.000 4.000 7.000
Empréstimos 
obtidos
- 0 - 10.000 10.000
Contas a pagar 25.000 - 0 - 2.000 27.000
TOTAL 116.000 116.000 45.000 45.000 147.000 147.000
•	 Forma	sintética:	reúne	somente	os	saldos	finais	das	
contas credoras e devedoras.
INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
138
Exemplo (em milhares de reais):
CONTAS
SALDOS 
DEVEDORES
SALDOS 
CREDORES
Caixa 1.000
Banco 13.000
Contas a receber 20.000
Aplicação financeira 26.000
Receita/vendas 30.000
Capital social 80.000
Estoque 20.000
Veículos 40.000
Imóveis 20.000
Custo do produto vendido 7.000
Empréstimos obtidos 10.000
Contas a pagar 27.000
TOTAL 147.000 147.000
Resumo
Caro aluno, vimos nesta aula mais uma ferramenta 
auxiliar importante para a elaboração correta das 
demonstrações contábeis de uma empresa: o Balancete 
de Verificação. Esta demonstração visa minimizar ou 
eliminar erros que poderão refletir nos relatórios contábeis, 
comprometendo o processo de análise destes por parte 
dos diversos usuários da informação contábil.
Em outras palavras, podemos entender também que o 
Balancete de Verificação pode auxiliar na identificação da 
natureza do saldo de todas as contas patrimoniais ou de 
resultado (DRE).
Atividades
1. Cite alguns exemplos de erros que podem ser detecta-
dos ao fazermos o Balancete de Verificação.
2. Por que no Balancete de Verificação observamos que 
os saldos totais devedores são iguais aos saldos totais 
credores, considerando-se todas as contas patrimoniais 
e de resultado?
3. Levante o Balancete de Verificação para o mês de agos-
to/2005 da empresa Pacioli, partindo dos saldos iniciais 
e das movimentações das contas a seguir:
Balanço Patrimonial da empresa Pacioli em 31/07/2004
ATIVO PASSIVO
CIRCULANTE
 Caixa 1.000,00
 Banco 20.000,00
 Contas a receber 14.000,00
 Estoque 19.000,00 
NÃO CIRCULANTE
 Imobilizado 
 Veículo 16.000,00
TOTAL 70.000,00
CIRCULANTE
 Fornecedores 10.200,00
 Emprétimos 14.000,00
 Contas a pagar 5.000,00
 Salários a pagar 2.000,00
 Encargos sociais 800,00
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
 Capital social 38.000,00
TOTAL 70.000,00
Fatos contábeis ocorridos no mês de agosto/2004
Data Fato contábil
03/08 Compra de estoque à vista: cheque de R$ 8.000,00
06/08 Aplicação financeira: R$ 6.000,00
10/08
Compra de veículo por R$ 40.000,00, sendo 40% à vista e 
o restante 60 dias depois
18/08
Obtenção de empréstimo junto ao banco TZE no valor de 
R$ 30.000,00
28/08 Pagamento a fornecedores: cheque de R$ 5.200,00
31/08 Pagamento dos funcionários: cheque de R$ 2.000,00
INTRODUÇÃO À
CONTABILIDADE
Unidade VI - Escrituração Contábil
AULA 28
Apuração de Resultado
Objetivos
• Apurar o resultado do exercício da em-
presa.
• Entender a distribuição do lucro do exer-
cício.
INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
140
Introdução 
Vimos que o exercício social tem uma duração de 365 
dias e que em cada período as empresas devem apurar 
o resultado (lucro/prejuízo). O levantamento do resultado 
considera as contas de receitas, despesas e custos. 
Nesta aula vamos aprender como apurar o resultado 
da empresa por meio dos saldos das contas de resultado, 
utilizando uma conta sintetizadora chamada Apuração do 
Resultado do Exercício (ARE). 
É importante ressaltar que a Demonstração do Resul-
tado do Exercício (DRE) nada mais é do que uma forma de 
apresentação detalhada da ARE.
Apuraçãodo Resultado 
do Exercício
Caro aluno, ao efetuarmos a escrituração contábil utili-
zando o livro-razão ou os razonetes (T), podemos determinar 
o resultado do exercício confrontando os saldos das contas 
de Receita, Despesa e de Custos em uma conta ARE.
Etapas a serem seguidas para se apurar o resultado:
•	 Escriturar	os	fatos	contábeis	em	razonetes;
•	 identificar	e	separar	as	contas	de	Resultado;
•	 transferir	 todas	 as	 contas	 de	 Receitas,	Despesas	 e	
Custos para a conta ARE;
•	 apurar	o	Imposto	de	Renda	e	retirá-lo	da	conta	ARE	
para o Passivo (Imposto de Renda a pagar);
•	 transferir	o	saldo	da	conta	ARE	para	a	conta	do	Pa-
trimônio Líquido, Lucros Acumulados.
Exemplo
Utilizando o método de escrituração contábil razone-
te, apresentaremos a seguir um exemplo para facilitar o 
seu entendimento. Não podemos esquecer que as recei-
tas têm saldos credores e as despesas, saldos devedores. 
A empresa Pacioli Ltda., no final de um determinado pe-
ríodo, obteve os saldos (em reais) das seguintes contas de 
Resultado e Patrimonial:
(Si) – saldo inicial
(Lair) – lucro antes do Imposto de Renda
(Le) – lucro do exercício
Vamos acompanhar as etapas do processo de 
apuração do resultado da empresa Pacioli Ltda., registradas 
em razonetes, acima apresentadas.
1) Encerramento da conta Despesa com Vendas. 
O saldo das contas de Despesa, como já vimos 
anteriormente, apresentam sempre saldo devedor. 
Para “zerarmos” esta conta, devemos fazer um 
lançamento de crédito na mesma e debitar a conta 
do ARE no valor total do respectivo saldo.
2) As contas de receitas apresentam sempre saldos 
credores. Para também zerarmos esta conta, 
devemos fazer um lançamento de débito na mesma 
e creditar a conta do ARE no valor total do respectivo 
saldo.
3) O encerramento das contas Despesa com Juros (3) e 
Custo da Mercadoria Vendida (4) deverá obedecer 
ao mesmo procedimento adotado com a conta 
Despesa com Vendas mencionada no item 1.
Despesa com vendas
(Si) 50.000,00 50.000,00
Receita com vendas
(2) 180.000,00 180.000,00 (Si)
Despesa com juros
(Si) 10.000,00 (3) 10.000,00
CMV
(Si) 40.000,00 40.000,00 (4)
ARE
(1) 50.000,00
(3) 10.000,00
(4) 40.000,00
(Si) 10.000,00
 
100.000,00
(2) 180.000,00
 180.000,00
 80.000,00 (Lair)
AULA 28 • Apuração de Resultado
141
Até este momento, se quiséssemos apresentar um 
relatório da composição do resultado da empresa em 
determinado período, poderíamos fazê-lo através da 
Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), vista na 
Unidade 4.
Para efeito de exemplificação, apresentaremos uma 
DRE simplificada, contemplando os eventos contábeis 
acima. Desta forma, teríamos:
Demonstração do resultado do exercício da empre-
sa Pacioli findo em 31/07/2004
Receita de vendas 180.000,00
CMV (40.000,00)
Lucro Bruto 140.000,00
(-) Despesas com vendas (50.000,00)
(-) Despesas com juros (10.000,00)
Lucro operacional 80.000,00
Lucro antes do Imposto de Renda (LAIR) 80.000,00
Como podemos verificar acima, a DRE está incompleta, 
pois sabemos que a mesma demonstra o lucro ou prejuízo 
na forma líquida.
Vamos continuar então a escrituração das contas de 
resultado. Chegamos ao ARE até o lucro antes do Imposto 
de Renda, que também pode ser demonstrado pela DRE. 
Agora temos de calcular o Imposto de Renda (IR) e deduzi-
lo do ARE, segundo a legislação do fisco. Considerando 
uma alíquota de 29% do IR a título de exemplo, teremos:
 LAIR 80.000,00
 Alíquota (29%) 23.200,00
Levando em conta que o Imposto de Renda calculado 
ainda será pago, o mesmo deverá ser debitado do ARE e 
creditado na conta Imposto de Renda a Pagar, que é uma 
conta do Passivo Exigível, ou seja:
Você entendeu por que a contrapartida credora do 
débito do Imposto de Renda é uma conta do passivo?
Assim, a conta Imposto de Renda a Pagar é uma espécie 
de provisão, ou seja, uma expectativa de pagamento para 
o ano seguinte do imposto devido ao governo federal por 
parte da empresa. Este lançamento obedece ao regime de 
competência; o fato gerador deve ser contabilizado no 
momento em que ocorreu, independentemente de ter 
sido pago ou não.
É importante ressaltar que o cálculo do Imposto de 
Renda não é tão simples como demonstramos acima. 
Depende do enquadramento fiscal ao qual a empresa 
esteja inserida para o cálculo do IR: SIMPLES, LUCRO 
REAL, ARBITRÁRIO ou PRESUMIDO. Estas formas de se 
calcular o imposto a recolher aos cofres públicos serão 
vistas mais adiante, na disciplina Contabilidade fiscal e 
tributária.
Continuando a nossa DRE, teremos:
Demonstração do resultado do exercício da 
empresa Pacioli findo em 31/12/2004
Receita de vendas 180.000,00
CMV (40.000,00)
Lucro Bruto 140.000,00
(-) Despesas com vendas (50.000,00)
(-) Despesas com juros (10.000,00)
Lucro operacional 80.000,00
Lucro antes do Imposto de Renda (LAIR) 80.000,00
(-) IR/CSL (23.200,00)
Lucro Líquido do Exercício 56.800,00
Sabemos que o lucro é a forma de remunerar o capital 
investido na empresa. Seja um acionista, quotista ou até 
mesmo uma pessoa autônoma, todos investem os seus 
recursos próprios almejando retorno sobre os mesmos, no 
caso, o lucro. Existindo lucro no exercício, este deve ser 
colocado à disposição dos quotistas ou da assembleia geral, 
pois não podem ser acumulados para o próximo exercício. 
As formas de distribuição do lucro podem ser através de 
distribuição de dividendos, pró-labore, honorários, etc.
Depois de apurarmos o lucro do exercício da 
empresa Pacioli Ltda. em determinado período, temos de 
transportar o valor líquido do ARE para as reservas legais 
e estatutárias, outras reservas de acordo com o estatuto 
IR a pagar
23.200,00
ARE
(IR) 23.200,00 80.000,00 (Lair)
56.800,00
INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
142
da empresa e também para os proprietários. Utilizando 
novamente o razonete, teremos:
Vamos considerar que a empresa Pacioli Ltda., após a 
escrituração contábil das contas patrimoniais e de resulta-
do, tenha apresentado a seguinte situação patrimonial em 
31/12/2004:
Balanço Patrimonial da empresa Pacioli Ltda. findo 
EM 31/12/2004
ATIVO
Circulante
 Caixa 10.000,00
 Banco 40.000,00
 Contas a receber 15.000,00
 Estoque 25.000,00
Não Circulante
 Depósitos judiciais 1.600,00
 Imobilizado 12.000,00 
Total 103.600,00
PASSIVO
 Circulante
 Fornecedores 10.000,00
 Contas a pagar 13.600,00
 Dividendos 
 a pagar 28.400,00
 Imposto de 
 Renda a pagar 23.200,00
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
 Capital social 28.400,00
Total 103.600,00
É importante ressaltar que no exemplo acima, para 
fins didáticos, não demonstramos, por meio de razonetes, 
os saldos e as movimentações das contas patrimoniais.
Resumo
Vimos, nesta aula, como as contas de Resultado, 
Receitas, Custos e Despesas são confrontadas, objetivando 
obter lucro ou prejuízo em determinado período da 
empresa. Aprendemos também que somente depois que 
apurarmos o Resultado Líquido e transferirmos o seu saldo 
líquido para os proprietários, de acordo com a legislação 
fiscal vigente, e para as reservas.
Atividades
1. Qual é a utilidade da conta ARE?
2. Considerando os eventos contábeis da empresa Pacioli 
para o mês de agosto/2004 apresentados a seguir, ela-
bore: razonetes das contas patrimoniais e de resultado, 
ARE, DRE e Balanço Patrimonial, respectivamente.
DATAS EVENTOS
01/08
Constituição da empresa por dois sócios (50% das cotas 
para cada um) no valor de R$ 100.000,00. Abertura de 
conta bancária.
10/08
Compra de estoqueà vista: R$ 18.000,00 (18.000 unid. 
a R$ 1,00 cada)
12/08
Compra de veículo: R$ 15.000,00 (20% à vista e o 
restante em 60 dias)
17/08
Compra de imóvel: R$ 80.000,00 (10% à vista e o 
restante em 36 vezes) 
19/08 Aporte de capital social: R$ 60.000,00 
20/08 Venda à vista de 9.000 unidades a R$ 2,00 cada
26/08 Pagamento de despesas com vendas: R$ 5.000,00
31/08
Obtenção de empréstimo bancário: R$ 20.000,00 
(pgto. em 10 vezes)
Dados adicionais:
•	 alíquota	do	Imposto	de	Renda:	24%
•	 o	 lucro	 do	 exercício	 será	 distribuído	 de	 acordo	
com a legislação (provisões da 6.404/78) – reservas 
obrigatórias. O restante deverá ser provisionado 
para distribuição aos proprietários.
ARE
(Lair) 56.800,00 56.800,00
-0--0-
IR a pagar
-0-
 (Si)
56.800,00
28.400,00 (saldo final)28.400,00
Dividendos a pagar (passivo)
28.400,00
INTRODUÇÃO À
CONTABILIDADE
Unidade VII - Princípios e Convenções Contábeis 
e Normas Brasileiras de Contabilidade
AULA 29
Princípios fundamentais 
de Contabilidade
Objetivos
• Qualificar a contabilidade como ciência.
• Delimitar o objeto de estudo da contabi-
lidade.
• Especificar os Princípios Fundamentais 
de Contabilidade (PFC).
INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
144
Introdução
Nas aulas anteriores desta disciplina observamos que a 
contabilidade nas empresas funciona como um sistema de 
informação, tendo como um de seus principais objetivos 
o fornecimento de informações úteis a seus diversos 
usuários, de forma a apoiá-los na tomada de decisões, 
sejam elas de natureza econômica ou financeira. 
Vimos também que é através da contabilidade que 
conseguimos observar a evolução da riqueza de uma 
empresa ao longo do tempo.
As atividades empresariais são várias e cada empresa 
possui sua peculiaridade. Contudo, de nada valeriam tais 
registros se eles não fossem feitos de forma compreensível 
a seus usuários. Por isto a necessidade de uniformização 
da linguagem da contabilidade para todas as empresas. 
Assim, como em qualquer ramo de conhecimento, a 
exemplo da Administração, da Economia ou do Direito, a 
Contabilidade tem em sua base um conjunto de princípios 
cuja aplicação busca o alcance de seus objetivos.
Nessa aula iremos tratar dos princípios fundamentais 
da contabilidade. Preste bastante atenção neles e nas aulas 
seguintes, tente identificá-los quanto à sua aplicação.
No Brasil, esse conjunto de princípios é denominado 
Princípios Fundamentais de Contabilidade (PFC) e está 
regulamentado atualmente pela Resolução nº. 750, de 
29/12/1993, do Conselho Federal de Contabilidade (CFC). 
Os PFC vêm dar sustentabilidade à ciência contábil 
como ramo do conhecimento científico. No entanto, para 
uma melhor compreensão, uniformização e aplicabilidade 
desses PFC, o CFC editou as Normas Brasileiras de 
Contabilidade (NBC).
As Normas Brasileiras de Contabilidade, em 
observância aos PFC, estabelecem regras de conduta 
profissional e procedimentos técnicos a serem praticados 
quando da realização dos trabalhos de contabilidade. 
Elas subdividem-se em Normas Profissionais e Normas 
Técnicas e estão regulamentadas pela Resolução 1156/09 
que revogou a Resolução 751/93 do CFC.
A Lei 6.404/76 – Lei das Sociedades Anônimas – 
exige a obediência aos PFC, enfatizando os princípios da 
uniformidade e da competência, conforme enunciado no 
art. 177. Vejamos:
“Art. 177. A escrituração da companhia será mantida 
em registros permanentes, com obediência aos preceitos da 
legislação comercial e desta lei aos princípios de contabilidade 
geralmente aceitos, devendo observar métodos ou critérios 
contábeis uniformes no tempo e registrar as mutações 
patrimoniais segundo o regime de competência.”
Um dos grandes questionamentos a respeito do 
tema ora abordado consiste em saber até que ponto as 
demonstrações financeiras, elaboradas com base nesses 
princípios, atendem às necessidades de informação dos 
mais diversos usuários, pois a contabilidade, sendo uma 
ciência social, deve estar preocupada com seus objetivos.
Os princípios fundamentais 
de Contabilidade
As normas relativas aos princípios fundamentais de 
contabilidade foram instituídas pela Resolução do Conselho 
Federal de Contabilidade nº. 530/81 e posteriormente 
revogados pela Resolução 750 de 29/12/1993. Em 1994 
foi aprovada pelo CFC a Resolução 774 referente ao 
Apêndice à Resolução sobre os princípios fundamentais 
de contabilidade, a fim de dar maior transparência quanto 
à sua interpretação.
Em 2001 foi aprovada a Resolução 900 que regulava 
o Princípio da Atualização Monetária.
Em 2010 a Resolução 1282 revogou as Resoluções 
774/94 e 900/01 e, ainda, alterou a Resolução 750/93.
Logo no seu primeiro artigo, a Resolução 750/93 
determina a obrigatoriedade da observância dos PFC 
como condição essencial para o exercício da profissão 
contábil bem como a validade das Normas Brasileiras de 
Contabilidade – NBC. Vejamos:
§ 1º A observância dos Princípios Fundamentais de 
Contabilidade é obrigatória no exercício da profissão e 
constitui condição de legitimidade das Normas Brasileiras de 
Contabilidade (NBC).
Outro ponto muito importante refere-se à 
predominância da essência das modificações patrimoniais 
sobre seus aspectos formais, ou seja, devemos registrar 
todas as modificações que afetam o patrimônio da 
empresa, mesmo que ainda não exista, na prática, a 
padronização de seus aspectos formais.
No mundo globalizado dos negócios, poderemos nos 
deparar com situações concretas a esse respeito, pois as 
relações comerciais possuem uma grande diversidade de 
operações possíveis, conforme citado no parágrafo 2º do 
art. 1º da Resolução 750/93.
§ 2o Na aplicação dos Princípios Fundamentais de 
Contabilidade há situações concretas em que a essência das 
transações deve prevalecer sobre seus aspectos formais.
AULA 29 • Princípios fundamentais de Contabilidade
145
A Resolução 750/93 é de suma importância porque 
faz a abordagem da contabilidade como ciência e justifica 
sua qualificação como uma ciência social, bem como 
delimita seu objeto de estudo, conforme enunciado no 
art. 2
Art. 2o Os Princípios Fundamentais de Contabilidade 
representam a essência das doutrinas e teorias relativas à Ciência 
da Contabilidade, consoante o entendimento predominante nos 
universos científico e profissional de nosso País. Concernem, 
pois, à Contabilidade no seu sentido mais amplo de ciência 
social, cujo objeto é o Patrimônio das Entidades.
Desta forma, como mencionamos na introdução 
desta unidade, os princípios visam ao tratamento 
contábil uniforme dos atos e fatos administrativos das 
demonstrações deles decorrentes, evidenciando todas as 
modificações ocorridas.
Os princípios elencados no normativo em seu art. 3º 
são os que se seguem:
I) Princípio da Entidade;
II) Princípio da Continuidade;
III) Princípio da Oportunidade;
IV) Princípio do Registro pelo Valor Original;
V) Princípio da Competência e
VI) Princípio da Prudência.
É interessante salientar que o Princípio da Atualização 
Monetária deixou de existir com a vigência da Resolução 
1282/10. E também que não existe hierarquia entre os 
Princípios Fundamentais de Contabilidade, ou seja, por si 
só os PFC trazem o conceito de interdependência, não 
sendo possível separamos ou qualificarmos um princípio 
em detrimento de outro, embora nem todos estejam 
presentes nas modificações contábeis.
Nos tópicos seguintes discorreremos sobre cada um 
deles.
O Princípio da Entidade
Em relação a este princípio, o art. 4º da Resolução 
750/93 destaca o seguinte:
Art. 4o O Princípio da ENTIDADE reconhece o Patrimônio 
como objeto da Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, 
a necessidade da diferenciação de um Patrimônio particular 
no universo dos patrimônios existentes, independentemente 
de pertencera uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma 
sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, 
com ou sem fins lucrativos. Por conseqüência, nesta acepção, 
o patrimônio não se confunde com aqueles dos seus sócios ou 
proprietários, no caso de sociedade ou instituição.
Parágrafo único. O PATRIMÔNIO pertence à ENTIDADE, 
mas a recíproca não é verdadeira. A soma ou agregação contábil 
de patrimônios autônomos não resulta em nova ENTIDADE, mas 
numa unidade de natureza econômico-contábil.
Verificamos que o pronunciamento caracteriza 
entidade como um conjunto de pessoas, recursos e 
organizações capazes de exercer atividade econômica, 
como meio ou como fim. Contudo, ressalta que os 
interesses e registros contábeis da entidade não podem se 
confundir com os dos sócios ou quotistas que a compõem.
Para a Contabilidade, o termo ENTIDADE deve ser 
entendido pelas suas dimensões jurídica, econômica, 
organizacional e social. 
Assim, para um melhor entendimento dessas 
dimensões, a Estrutura Conceitual Básica discorre a 
respeito. Vejamos:
a) Jurídica: verificamos que a entidade é perfeitamente 
distinta dos sócios que a compõem.
b) Econômica: como um reflexo de suas transações, 
a evolução quantitativa e qualitativa do patrimônio 
da entidade é acompanhada pela contabilidade.
c) Organizacional: requer uma estrutura mínima 
de operação, ou seja, a entidade pode ser vista 
como uma pessoa ou grupo de pessoas ou 
exercendo controle sobre receitas e despesas, sobre 
investimentos e distribuições.
d) Social: é uma visão muito contemporânea, na qual 
a entidade é avaliada também pelo que contribui 
no campo social, em termos de benefícios sociais 
tanto para seus empregados como para a sociedade 
como um todo.
O Princípio da Continuidade
Para uma correta classificação e evidenciação dos fatos 
administrativos que afetam as modificações patrimoniais 
da entidade, é fundamental que saibamos em qual situação 
essa entidade se encontra com o objetivo da aplicação 
plena dos Princípios Fundamentais de Contabilidade, ou 
seja, a entidade pode estar em atividade, sob intervenção, 
paralisada ou falida. Em alguns casos, como é o das 
entidades que se encontram em processo falimentar, os 
Princípios Fundamentais de Contabilidade não poderão 
ser atendidos completamente. Apesar disso, esse princípio 
pressupõe a continuidade das operações da empresa, pois 
esta pode se recuperar e sair da situação de insolvência.
Art. 5o O princípio da continuidade pressupõe que a 
entidade continuará em operação no futuro e, portanto, a 
mensuração e a apresentação dos componentes do patrimônio 
levam em conta esta circunstância.
INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
146
O Princípio da Oportunidade
Este princípio aborda a obrigatoriedade de 
evidenciação ou registro das modificações patrimoniais de 
uma entidade no momento em que tais fatos ocorrerem, 
independentemente de aumentarem ou diminuírem o 
patrimônio da entidade. Um aspecto importante neste 
princípio diz respeito à obrigatoriedade do registro do 
fato contábil antes mesmo de sua real ocorrência, ou seja, 
se tivermos a certeza da provável ocorrência de um fato 
contábil em uma entidade, devemos registrá-lo, desde que 
tenhamos condições de mensurá-lo. Vejamos:
Art. 6o O Princípio da OPORTUNIDADE refere-se, ao 
processo de mensuração e apresentação dos componentes 
patrimoniais para produzir informações íntegras e tempestivas.
Parágrafo Único. A falta de integridade e tempestividade 
na produção e na divulgação da informação contábil pode 
ocasionar a perda de sua relevância, por isso é necessário 
ponderar a relação entre a oportunidade e a confiabilidade da 
informação.
O Princípio do Registro pelo Valor 
Original
Este princípio, em seu art. 7º, relata que as 
modificações patrimoniais devem ser evidenciadas 
utilizando-se, obrigatoriamente, a moeda corrente vigente 
no país e registrada contabilmente em suas respectivas 
contas. Esse princípio estabelece que os valores originais 
das transações devem ser os utilizados para registro e 
enumera algumas bases de mensuração relacionadas à 
reavaliação dos itens registrados. A utilização da moeda 
corrente no país como forma de registro e evidenciação 
das modificações patrimoniais objetiva a padronização da 
divulgação das informações das entidades a seus diversos 
usuários.
Art. 7º O Princípio do Registro pelo Valor Original determina 
que os componentes do patrimônio devem ser inicialmente 
registrados pelos valores originais das transações, expressos em 
moeda nacional.
§ 1º As seguintes bases de mensuração devem ser utilizadas 
em graus distintos e combinadas, ao longo do tempo, de 
diferentes formas:
I – Custo histórico. Os ativos são registrados pelos valores 
pagos ou a serem pagos em caixa ou equivalentes de caixa ou 
pelo valor justo dos recursos que são entregues para adquiri-los 
na data da aquisição. Os passivos são registrados pelos valores 
dos recursos que foram recebidos em troca da obrigação ou, em 
algumas circunstâncias, pelos valores em caixa ou equivalentes 
de caixa, os quais serão necessários para liquidar o passivo no 
curso normal das operações; e
II – Variação do custo histórico. Uma vez integrado ao 
patrimônio, os componentes patrimoniais, ativos e passivos, 
podem sofrer variações decorrentes dos seguintes fatores:
a) Custo corrente. Os ativos são reconhecidos pelos valores 
em caixa ou equivalentes de caixa, os quais teriam de ser pagos 
se esses ativos ou ativos equivalentes fossem adquiridos na 
data ou no período das demonstrações contábeis. Os passivos 
são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de 
caixa, não descontados, que seriam necessários para liquidar a 
obrigação na data ou no período das demonstrações contábeis;
b) Valor realizável. Os ativos são mantidos pelos valores em 
caixa ou equivalentes de caixa, os quais poderiam ser obtidos 
pela venda em uma forma ordenada. Os passivos são mantidos 
pelos valores em caixa e equivalentes de caixa, não descontados, 
que se espera seriam pagos para liquidar as correspondentes 
obrigações no curso normal das operações da Entidade;
c) Valor presente. Os ativos são mantidos pelo valor 
presente, descontado do fluxo futuro de entrada líquida de 
caixa que se espera seja gerado pelo item no curso normal das 
operações da Entidade. Os passivos são mantidos pelo valor 
presente, descontado do fluxo futuro de saída líquida de caixa 
que se espera seja necessário para liquidar o passivo no curso 
normal das operações da Entidade;
d) Valor justo. É o valor pelo qual um ativo pode ser trocado, 
ou um passivo liquidado, entre partes conhecedoras, dispostas a 
isso, em uma transação sem favorecimentos; e
e) Atualização monetária. Os efeitos da alteração do poder 
aquisitivo da moeda nacional devem ser reconhecidos nos 
registros contábeis mediante o ajustamento da expressão formal 
dos valores dos componentes patrimoniais. 
§ 2º São resultantes da adoção da atualização monetária:
I – a moeda, embora aceita universalmente como medida 
de valor, não representa unidade constante em termos do poder 
aquisitivo;
II – para que a avaliação do patrimônio possa manter 
os valores das transações originais, é necessário atualizar sua 
expressão formal em moeda nacional, a fim de que permaneçam 
substantivamente corretos os valores dos componentes 
patrimoniais e, por consequência, o do Patrimônio Líquido; e
III – a atualização monetária não representa nova avaliação, 
mas tão somente o ajustamento dos valores originais para 
determinada data, mediante a aplicação de indexadores ou 
outros elementos aptos a traduzir a variação do poder aquisitivo 
da moeda nacional em um dado período.
O Princípio da Atualização Monetária
O art. 8º da Resolução 750/93 do CFC, antes 
da Resolução 1282/10, preceituava que os valores 
patrimoniais deuma entidade deveriam ser atualizados 
monetariamente com o objetivo da manutenção do valor 
original do bem em função da perda do poder aquisitivo 
da moeda do país. Com a supracitada Resolução 2010, 
o Princípio da Atualização Monetária foi incorporado ao 
Princípio do Registro pelo Valor Original.
AULA 29 • Princípios fundamentais de Contabilidade
147
O Princípio da Competência
Para que a entidade possa apurar efetivamente 
qual é o resultado de suas operações, faz-se necessária 
a confrontação entre as receitas geradas e as despesas e 
custos incorridos em um mesmo período. Neste enfoque, 
para a contabilidade, esse reconhecimento deve ser 
imediato, ou seja, no ato em que ocorrer, seguindo o 
princípio da oportunidade, conforme já estudamos. É 
importante ressaltarmos que, para a aplicação do princípio 
da competência, este reconhecimento independe do 
recebimento da receita ou do pagamento da despesa 
e do custo. Isto se justifica em função da cronologia 
dos atos administrativos evidenciados nos registros 
contábeis e apontados nos demonstrativos contábeis. 
Verificamos a riqueza da entidade no momento ou data-
base do levantamento do demonstrativo contábil, então 
devemos incluir todos os fatos que contribuíram para as 
modificações patrimoniais no período em análise. Não 
podemos confundir o regime de caixa (entrada e saída 
de recursos financeiros na entidade) com o regime de 
competência (reconhecimento das receitas quando 
geradas e das despesas quando incorridas), abordado no 
art. 9º da Resolução 750/93:
Art. 9º O Princípio da Competência determina que os 
efeitos das transações e outros eventos sejam reconhecidos nos 
períodos a que se referem, independente do recebimento e do 
pagamento.
O Princípio da Competência pressupõe a 
simultaneidade da confrontação de receitas e despesas 
correlatas.
O Princípio da Prudência
Este princípio visa evidenciar o patrimônio líquido da 
entidade de forma mais conservadora, ou seja, devemos 
adotar um menor valor para os itens do Ativo e da Receita 
e um maior valor para os itens do Passivo e da Despesa, 
e, conseqüentemente, na quantificação das mutações 
patrimoniais que alteram o patrimônio líquido. Contudo, 
cabe ressaltarmos que estas quantificações referem-
se a fatos posteriores, uma vez que, não conhecendo o 
seu valor efetivo, faz-se necessária a sua verificação por 
estimativas. Por isto, levando-se em conta o grau de 
incerteza de sua exatidão, a contabilidade demonstra um 
menor patrimônio líquido da entidade para seus usuários.
Art. 10o O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do 
menor valor para os componentes do ATIVO e do maior para os 
do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas igualmente 
válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que 
alterem o patrimônio líquido.
Parágrafo Único. O Princípio da Prudência pressupõe o 
emprego de certo grau de precaução no exercício dos julgamentos 
necessários às estimativas em certas condições de incerteza, no 
sentido de que ativos e receitas não sejam superestimados e que 
passivos e despesas não sejam subestimados, atribuindo maior 
confiabilidade ao processo de mensuração e apresentação dos 
componentes patrimoniais.
Penalidades quanto à Inobservância dos 
Princípios Fundamentais de Contabilidade
Na elaboração dos demonstrativos contábeis, é 
imprescindível a observância aos Princípios Fundamentais 
de Contabilidade. Contudo, quando o profissional 
contábil assim não proceder, estará sujeito às penalidades 
que variam desde a aplicação de multa até a suspensão 
do exercício da profissão, conforme enunciado no art. 11 
da Resolução 750/93 do CFC, e, dependendo do caso, 
a processo criminal, conforme abordado no novo Código 
Civil brasileiro.
Art. 11 A inobservância dos Princípios de Contabilidade 
constitui infração nas alíneas “c”, “d” e “e” do art. 27 do Decreto-
Lei n.º 9295, de 27 de maio de 1946, e, quando aplicável, ao 
Código de Ética Profissional do Contabilista.)
Resumo
A Contabilidade como um ramo de conhecimento 
(ciência) tem em sua base um conjunto de princípios que, 
na sua aplicação, delimita o alcance de seus objetivos.
No Brasil, estes princípios estão regulamentados 
pela Resolução 750/93, aprovada pelo Conselho 
Federal de Contabilidade, e são denominados Princípios 
Fundamentais de Contabilidade.
Essa Resolução aborda a Contabilidade como ciência 
social e delimita o objeto de estudo desta, dando-lhe 
sustentabilidade como ramo do conhecimento científico.
Visando a uma melhor compreensão, aplicabilidade e 
uniformidade dos atos e fatos administrativos evidenciados 
nas demonstrações contábeis das entidades, em 
observância aos Princípios Fundamentais de Contabilidade, 
o Conselho Federal de Contabilidade editou as Normas 
Brasileiras de Contabilidade.
INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
148
Como verificamos ao longo desta aula, não 
existe hierarquia entre os Princípios Fundamentais de 
Contabilidade, mas uma constante ligação entre eles. 
Conforme abordado, eles subdividem-se em: princípio da 
ENTIDADE, da CONTINUIDADE, da OPORTUNIDADE, 
do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL, da COMPETÊNCIA 
e da PRUDÊNCIA.
Atividades
1. Para você, o que os princípios fundamentais de 
Contabilidade representam?
2. Qual é o objetivo principal da Contabilidade?
3. Explique com suas palavras o princípio de competência.
4. Dê um exemplo em que possamos verificar a 
interligação de pelo menos dois princípios contábeis 
simultaneamente.
5. Explique com suas palavras o conceito da qualificação 
da Contabilidade como ciência social.
AULA 29 • Princípios fundamentais de Contabilidade
149
INTRODUÇÃO À
CONTABILIDADE
Unidade VII - Princípios e Convenções Contábeis 
e Normas Brasileiras de Contabilidade
AULA 30
Princípios fundamentais de Contabilidade - 
Análise da minuta do apêndice 
da Resolução 750/93
Objetivos
• Identificar a necessidade da edição da 
Resolução 774/94 do Conselho Federal 
de Contabilidade.
• Detalhar a Contabilidade como ramo do 
conhecimento, bem como especificar 
seu objeto de estudo.
• Discorrer sobre as abordagens da Resolu-
ção 774/94 frente aos Princípios Funda-
mentais de Contabilidade.
INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
152
Introdução
Na nossa primeira aula desta unidade apresentamos 
os Princípios Fundamentais de Contabilidade aceitos no 
Brasil, regulamentados em 29/12/1993, pela Resolução 
750, editada pelo Conselho Federal de Contabilidade.
Contudo, visando dar maior transparência quanto à 
sua interpretação e assimilação por parte dos profissionais 
da Contabilidade e dos demais usuários da informação 
contábil, fez-se necessária a edição da Resolução 774, em 
16/12/1994, buscando detalhar e especificar os Princípios 
Fundamentais de Contabilidade.
Ressaltamos, assim, na aula anterior, que os Princípios 
Fundamentais de Contabilidade vêm dar sustentabilidade 
à ciência contábil como ramo do conhecimento científico. 
Por isto, um entendimento amplo de sua abrangência e 
aplicabilidade torna-se imprescindível para atingir os 
objetivos intrínsecos à ciência contábil.
Delimitações da Contabilidade 
como ramo do conhecimento
Como estudamos ao longo das unidades anteriores, 
especificamente nas Unidades 1 e 2 e na primeira aula 
desta unidade, a Contabilidade possui um objeto próprio 
de estudo, o Patrimônio das Entidades, e busca evidenciar, 
por meio dos registros contábeis as modificações ou 
mutações ocorridas. Vale a pena lembrar que, ao 
abordarmos o termo patrimônio, estamos abrangendo 
todos os bens, direitos e obrigações da entidade, empresa 
ou instituição em análise.
O patrimônio analisado pela Contabilidade também 
é objeto de estudo de outras ciências sociais, como 
a Economia, a Administração e o Direito, porém a 
Contabilidade o estuda nos seus aspectos quantitativose 
qualitativos. Nesta especificação, a Resolução 774/94 cita 
o seguinte:
Por aspecto qualitativo do patrimônio entende-se a 
natureza dos elementos que o compõem, como dinheiro, 
valores a receber ou a pagar expressos em moeda, máquinas, 
estoques de materiais ou de mercadorias, etc. A delimitação 
qualitativa desce, em verdade, até o grau de particularização 
que permita a perfeita compreensão do componente 
patrimonial. Assim, quando falamos em “máquinas”, ainda 
estamos a empregar um substantivo coletivo, cuja expressão 
poderá ser de muita utilidade em determinadas análises. Mas a 
Contabilidade, quando aplicada a um patrimônio particular, não 
se limitará às “máquinas” como categoria, mas, dependendo das 
necessidades de controle, poderá descer a cada máquina em 
particular e, mais ainda, aos seus pormenores, de forma que sua 
caracterização evite a confusão com quaisquer outras máquinas, 
mesmo de tipo idêntico.
O atributo quantitativo refere-se à expressão dos 
componentes patrimoniais em valores, o que demanda que 
a Contabilidade assuma posição sobre o que seja “Valor”, 
porquanto os conceitos sobre a matéria são extremamente 
variados.
Desta forma, verificamos que os aspectos qualitativos 
dizem respeito à especificação dos itens que compõem 
o patrimônio, abordando-os da forma mais completa 
possível. Já os aspectos quantitativos referem-se exatamente 
à mensuração monetária dos itens especificados, 
qualitativamente, no patrimônio da entidade, empresa ou 
instituição.
Vale a pena lembrar que, ao estudarmos o patrimônio 
das empresas, nos reportamos, obrigatoriamente, ao 
conceito de Patrimônio Líquido, conforme verificado na 
Unidade 2, cuja equação básica é a seguinte:
(Bens + Direitos) – (Obrigações) = Patrimônio Líquido
Quando o resultado da equação é negativo, 
convencionou-se denominá-lo de Passivo a Descoberto, 
ou seja, o valor das obrigações que a entidade, empresa 
ou instituição possui superior aos seus direitos e bens. Ou, 
ainda, a empresa não conseguirá honrar seus compromissos 
em função de seus ativos. 
É importante salientarmos que o Patrimônio Líquido 
não representa uma dívida da empresa para com seus 
sócios e sim um investimento que estes fazem para 
a existência de uma nova entidade, que deverá ter 
autonomia em relação aos demais patrimônios existentes.
Em relação aos Princípios Fundamentais de 
Contabilidade e sua qualificação como científicos, o 
normativo cita o seguinte:
Os Princípios Fundamentais de Contabilidade representam 
o núcleo central da própria Contabilidade, na condição de 
ciência social a ela inerente. Os princípios constituem sempre 
as vigas-mestras de uma ciência, revestindo-se dos atributos de 
universalidade e veracidade, conservando validade em qualquer 
circunstância. No caso da Contabilidade, presente seu objeto, 
seus Princípios Fundamentais de Contabilidade valem para 
todos os patrimônios, independentemente das Entidades a que 
pertencem, as finalidades para as quais são usados, a forma 
jurídica da qual estão revestidos, sua localização, expressividade 
e quaisquer outros qualificativos, desde que gozem da condição 
de autonomia em relação aos demais patrimônios existentes. 
AULA 30 • Princípios fundamentais de Contabilidade - Análise da minuta do apêndice da Resolução 750/93
153
Nos princípios científicos jamais pode haver hierarquização 
formal, dado que eles são os elementos predominantes na 
constituição de um corpo orgânico, proposições que se colocam 
no início de uma dedução, e são deduzidos de outras dentro 
do sistema. Nas ciências sociais, os princípios se colocam como 
axiomas, premissas universais e verdadeiras, assim admitidos 
sem necessidade de demonstração, ultrapassando, pois a 
condição de simples conceitos.
O normativo enfatiza que não é admitido confundir os 
Princípios Fundamentais de Contabilidade com as técnicas 
empregadas pela Contabilidade para a evidenciação das 
modificações patrimoniais:
Os princípios, na condição de verdades primeiras de 
uma ciência, jamais serão diretivas de natureza operacional, 
característica essencial das normas – expressões de direito 
positivo, que a partir dos princípios, estabelecem ordenamentos 
sobre o “como fazer”, isto é, técnicas, procedimentos, métodos, 
critérios etc., tanto nos aspectos substantivos, quanto nos 
formais. Dessa maneira, alcança-se um todo organicamente 
integrado, em que, com base nas verdades gerais, se chega ao 
detalhe aplicado, mantidas a harmonia e coerência do conjunto.
Os princípios simplesmente são e, portanto, 
preexistem às normas, fundamentando e justificando a 
ação, enquanto aquelas a dirigem na prática.
E complementa quanto à condição inequívoca dos 
Princípios como norteadores da ciência da Contabilidade:
Os princípios refletem o estágio em que se encontra a 
Ciência da Contabilidade, isto é, a essência dos conhecimentos, 
doutrinas e teorias que contam com o respaldo da maioria dos 
estudiosos da Contabilidade. 
Conforme observamos no estudo das unidades 
anteriores, a Contabilidade possui como uma de suas 
premissas o seu caráter informacional, ou seja, a função de 
demonstrar a seus diversos usuários, por meio dos registros 
contábeis, as modificações ocorridas no patrimônio da 
entidade, empresa ou instituição, nos diversos relatórios, 
demonstrativos e planilhas contábeis, com o objetivo da 
tomada de decisão. Este aspecto refere-se ao conteúdo 
dos Princípios Fundamentais de Contabilidade. Vejamos:
Em termos de conteúdo, os princípios dizem respeito à 
caracterização da Entidade e do patrimônio, à avaliação dos 
componentes deste e ao reconhecimento das mutações e dos 
seus efeitos diante do Patrimônio Líquido. Como os princípios 
alcançam o patrimônio na sua globalidade, sua observância 
nos procedimentos aplicados resultará automaticamente 
em informações de utilidade para decisões sobre situações 
concretas. Esta é a razão pela qual os objetivos pragmáticos da 
Contabilidade são caracterizados pela palavra “informação”.
Quanto aos objetivos da Contabilidade, o normativo 
ressalta os seguintes:
O objeto científico da Contabilidade manifesta-se na 
correta apresentação do Patrimônio e na apreensão e análise 
das causas das suas mutações....
...um dos objetivos da Contabilidade é o acompanhamento 
da evolução econômica e financeira de uma Entidade. No caso, 
o adjetivo “econômico” é empregado para designar o processo 
de formação de resultado, isto é, as mutações quantitativo-
qualitativas do patrimônio, as que alteram o valor do Patrimônio 
Líquido, para mais ou para menos, corretamente conhecidas 
como “receitas” e “despesas”. Já os aspectos qualificados como 
“financeiros” concernem, em última instância, aos fluxos de 
caixa.
A resolução ressalta também que a Contabilidade 
deve evidenciar todos os fatos que modificam a situação 
patrimonial da entidade, ou seja, a essência deve 
prevalecer sobre a forma:
Cumpre também ressaltar que, na realização do objetivo 
central da Contabilidade, defrontamo-nos, muitas vezes, com 
situações nas quais os aspectos jurídico-formais das transações 
ainda não estão completa ou suficientemente dilucidados. 
Nesses casos, deve-se considerar o efeito mais provável das 
mutações sobre o patrimônio, quantitativa e qualitativamente, 
concedendo-se prevalência à substância das transações.
Nos aspectos referentes às informações geradas pela 
Contabilidade, o normativo enfatiza que estas devem 
ser consistentes entre os períodos, não somente para 
uma entidade em particular, mas para entidades que 
pertençam a um mesmo segmento, com o objetivo de 
possibilitar a comparabilidade entre elas e a correta análise 
de sua situação econômico-financeira. Sendo assim, a 
Contabilidade pode valer-se da utilização de projeções 
e prospecções para verificar tendências de uma entidade 
ou ramo específico, a fim de subsidiaros interessados na 
tomada de decisão.
De forma geral, no âmbito dos profissionais e usuários 
da Contabilidade, os objetivos desta, quando aplicada a 
uma Entidade particularizada, são identificados com a 
geração de informações a serem utilizadas por determinados 
usuários em decisões que buscam a realização de 
interesses e objetivos próprios. A precisão das informações 
demandadas pelos usuários e o próprio desenvolvimento 
de aplicações práticas da Contabilidade, dependerão, 
sempre, da observância dos seus Princípios, cuja aplicação 
à solução de situações concretas deverá considerar o 
contexto econômico, tecnológico, institucional e social em 
que os procedimentos serão aplicados.
INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
154
Isso significa, com grande freqüência, o uso de 
projeções sobre os contextos em causa, o que muitos 
denominam de visão prospectiva nas aplicações contábeis.
As informações quantitativas que a Contabilidade 
produz, quando aplicadas a uma Entidade, devem 
possibilitar ao usuário avaliar a situação e as tendências 
desta, com o menor grau de dificuldade possível. Devem, 
pois, permitir ao usuário, como partícipe do mundo 
econômico:
•		 observar	e	avaliar	o	comportamento;
•		 comparar	seus	resultados	com	os	de	outros	períodos	
ou Entidades;
•		 avaliar	 seus	 resultados	 à	 luz	 dos	 objetivos	
estabelecidos;
•		 projetar	 seu	 futuro	 nos	marcos	 políticos,	 sociais	 e	
econômicos em que se insere.
E tudo isso para que o usuário possa planejar 
suas próprias operações. Os requisitos referidos levam 
à conclusão de que deve haver consistência nos 
procedimentos que a Entidade utiliza em diferentes 
períodos e, tanto quanto possível, também entre Entidades 
distintas que pertençam a um mesmo mercado, de forma 
que o usuário possa extrair tendências quanto à vida de uma 
Entidade e à sua posição em face das demais Entidades, 
ou mesmo do mercado como um todo. Tal desiderato é 
extremamente incentivado pelo sistema formal de normas, 
cuja coerência estrutural é garantida pela observância 
dos Princípios Fundamentais de Contabilidade e seus 
ordenamentos aplicados.
Outro aspecto importante na Contabilidade refere-
se aos usuários das informações evidenciadas nos 
relatórios contábeis, tema abordado na Unidade 1 desta 
disciplina. Considerando-se a diversidade de objetivos 
dos mais variados usuários das informações contábeis, 
a Contabilidade deve atentar em fornecer informações 
compreensivas e corretas, sempre observando o que 
preconizam os Princípios Fundamentais de Contabilidade. 
Em relação a este item, o normativo cita o seguinte:
Os usuários tanto podem ser internos como externos e, 
mais ainda, com interesses diversificados, razão pela qual 
as informações geradas pela Entidade devem ser amplas 
e fidedignas e, pelo menos, suficientes para a avaliação 
da sua situação patrimonial e das mutações sofridas pelo 
seu patrimônio, permitindo a realização de inferências 
sobre o seu futuro. Os usuários internos incluem os 
administradores de todos os níveis, que usualmente se 
valem de informações mais aprofundadas e específicas 
acerca da Entidade, notadamente aquelas relativas ao seu 
ciclo operacional. Já os usuários externos concentram suas 
atenções, de forma geral, em aspectos mais genéricos, 
expressos nas demonstrações contábeis.
Comentários aos Princípios 
Fundamentais de 
Contabilidade
A Resolução 774/94 foi editada com o intuito de 
esclarecer e pormenorizar os Princípios Fundamentais de 
Contabilidade elencados na Resolução 750/93, os quais 
estudamos na aula anterior. Agora vamos tecer comentários 
sobre cada um deles.
O Princípio da Entidade
O principal aspecto enfatizado na Resolução 
774/94 refere-se à afirmativa de que o objeto de 
estudo da Contabilidade é o patrimônio. Desta forma, 
é imprescindível que este contenha o atributo de 
autonomia em relação a todos os outros patrimônios 
que a compuseram, permitindo assim que possa adquirir 
direitos, bens e contrair obrigações. O conceito de 
entidade abrange desde uma pessoa física como qualquer 
tipo de sociedade, instituição ou mesmo conjuntos de 
pessoas. O normativo cita o seguinte:
A autonomia tem por corolário o fato de que o 
patrimônio de uma Entidade jamais pode confundir-
se com aqueles dos seus sócios ou proprietários. Por 
conseqüência, a Entidade poderá ser desde uma pessoa 
física, ou qualquer tipo de sociedade, instituição ou 
mesmo conjuntos de pessoas, tais como:
•		 famílias;
•		 empresas;
•		 governos,	nas	diferentes	esferas	do	poder;
•		 sociedades	 beneficentes,	 religiosas,	 culturais,	
esportivas, de lazer, técnicas;
•		 sociedades	cooperativas;
•		 fundos	de	investimento	e	outras	modalidades	afins.
Muito comum no mundo dos negócios é nos 
depararmos com entidades ou empresas que possuem 
várias filiais ou mesmo separadas em vários departamentos 
com autonomia de gestão. Estas situações podem levar-
nos à conclusão de que estas filiais e departamentos, 
representariam cada qual, uma nova empresa. No entanto, 
este raciocínio é equivocado porque, na realidade, o 
patrimônio da entidade é único, acontecendo somente 
sua segregação em unidades ou funções operacionais 
AULA 30 • Princípios fundamentais de Contabilidade - Análise da minuta do apêndice da Resolução 750/93
155
motivada por questões mercadológicas, de logística ou 
controle. Neste aspecto o normativo relata:
A autonomia patrimonial apresenta sentido unívoco. 
Por conseqüência, o patrimônio pode ser decomposto em 
partes segundo os mais variados critérios, tanto em termos 
quantitativos quanto qualitativos. Mas nenhuma classificação, 
mesmo que dirigida sob óptica setorial, resultará em novas 
Entidades. Carece, pois, de sentido, a idéia de que as divisões 
ou departamentos de uma entidade possam constituir novas 
Entidades, ou “microentidades”, precisamente porque sempre 
lhes faltará o atributo da autonomia.
Outro fato que normalmente encontramos na 
Contabilidade é a elaboração de demonstrativos 
contábeis consolidados, ou seja, várias entidades com 
seus patrimônios independentes uma das outras, porém 
sob controle comum, evidenciam o somatório de seus 
patrimônios, seja por uma exigência legal ou outro fator, 
nos demonstrativos contábeis consolidados. Contudo, 
nestas situações, a agregação destes patrimônios não 
resultará em uma nova entidade, uma vez que não existirá 
autonomia neste “Novo Patrimônio” evidenciado. Nestes 
casos encontramos os denominados conglomerados 
econômico-financeiros e nos demonstrativos contábeis 
constará o termo “consolidado”. O normativo reporta o 
seguinte:
O Patrimônio da Entidade apresenta corolário de notável 
importância, notadamente pelas suas repercussões de natureza 
prática: as somas e agregações de patrimônios de diferentes 
Entidades não resultam em nova Entidade. Tal fato assume 
especial relevo por abranger as demonstrações contábeis 
consolidadas de Entidades pertencentes a um mesmo grupo 
econômico, isto é, de um conjunto de Entidades sob controle 
único. A razão básica é a de que as Entidades cujas demonstrações 
contábeis são consolidadas mantêm sua autonomia patrimonial, 
pois seus Patrimônios permanecem de sua propriedade. Como 
não há transferência de propriedade, não pode haver formação 
de novo patrimônio, condição primeira da existência jurídica de 
uma Entidade.
O Princípio da Continuidade
Este princípio propõe que se deve levar em 
consideração, quanto à classificação e evidenciação das 
modificações patrimoniais de uma entidade, o aspecto 
de sua continuidade no tempo, pois, dependendo da 
situação em que a entidade se encontra, a classificação e 
a mensuração dos valores que compõem o patrimônio se 
modificarão. A Resolução 774/94 menciona a questão da 
suspensão das atividades e até mesmo a queda no nível 
de ocupação da entidade, citando algumas situaçõesque 
podemos encontrar. Vejamos:
O Princípio da CONTINUIDADE afirma que o patrimônio 
da Entidade, na sua composição qualitativa e quantitativa, 
depende das condições em que provavelmente se desenvolverão 
as operações da Entidade. A suspensão das suas atividades 
poderá provocar efeitos na utilidade de determinados ativos, 
com a perda, até mesmo integral, de seu valor. A queda no 
nível de ocupação pode também provocar efeitos semelhantes. 
A modificação no estado de coisas citado pode ocorrer por 
diversas causas, entre as quais ressaltam as seguintes:
a) modificações na conjuntura econômica que provoquem 
alterações na amplitude do mercado em que atua a Entidade. 
Exemplo neste sentido é a queda de poder aquisitivo da 
população, que provoca redução no consumo de bens, o que, 
à sua vez, resulta na redução do grau de ocupação de muitas 
Entidades;
b) mudanças de política governamental, como, por 
exemplo, na área cambial, influenciando diretamente o volume 
das exportações de determinados ramos econômicos, com 
efeito direto nos níveis de produção de determinadas Entidades;
c) problemas internos das próprias Entidades, 
consubstanciados em envelhecimento tecnológico dos seus 
processos ou produtos, superação mercadológica destes, 
exigência de proteção ambiental, falta de capital, falta de 
liquidez, incapacidade administrativa, dissensões entre os 
controladores da Entidade e outras causas quaisquer que levem 
a Entidade a perder suas condições de competitividade, sendo 
gradativamente alijada do mercado;
d) causas naturais ou fortuitas que afetem a manutenção 
da Entidade no mercado, tais como inundações, incêndios, 
ausência de materiais primários por quebras de safras.
É considerada como situação-limite na aplicação do 
Princípio da Continuidade aquela em que há a completa 
cessação das atividades da Entidade, momento no 
qual, tanto os itens do ativo, como os estoques, ativos 
imobilizados, ativos diferidos, quanto do passivo podem 
ter seus valores substancialmente modificados, pois 
não ocorrerá mais a possibilidade da continuidade das 
operações da entidade, não gerando assim novos recursos 
para mantê-la em funcionamento. Contudo, o normativo 
ressalta também aquelas situações em que, se o nível de 
produção da entidade vier a alterar-se significativamente, 
este impacto deverá ser evidenciado, pois estará refletindo 
diretamente no resultado da entidade, bem como na 
evidenciação de seus valores patrimoniais.
Conforme estudamos na aula anterior, não existe 
hierarquização entre os Princípios Fundamentais de 
Contabilidade e sim uma inter-relação entre eles. Vejamos 
INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
156
o que relata o normativo em relação ao Princípio da 
Continuidade:
Princípio da Continuidade, à semelhança do da Prudência, 
está intimamente ligado com o da Competência, formando-
se uma espécie de trilogia. A razão é simples: a continuidade, 
como já vimos, diz respeito diretamente ao valor econômico dos 
bens, ou seja, ao fato de um ativo manter-se nesta condição 
ou transformar-se, total ou parcialmente, em despesa. Mas a 
continuidade também alcança a representação quantitativa e 
qualitativa do patrimônio de outras maneiras, especialmente 
quando há previsão de encerramento das atividades da 
Entidade, com o vencimento antecipado ou o surgimento de 
exigibilidades. Nesta última circunstância, sua ligação será com 
o Princípio da Oportunidade.
O Princípio da Oportunidade
Conforme estudamos na aula anterior, este princípio 
relata que a Contabilidade deve registrar todos os fatos 
que contribuíram ou contribuirão para a modificação 
da situação patrimonial de uma entidade no momento 
de sua ocorrência efetiva ou provável, e deve fazê-lo de 
forma completa e correta. Desta forma, a Contabilidade 
demonstrará aos seus diversos usuários, oportuna e 
corretamente, a situação patrimonial para aquele período 
da entidade, em análise. A Resolução 774/94 especifica:
O Princípio da OPORTUNIDADE exige a apreensão, o 
registro e o relato de todas as variações sofridas pelo patrimônio 
de uma Entidade, no momento em que elas ocorrerem. (...) O 
Princípio da Oportunidade é a base indispensável à fidedignidade 
das informações sobre o patrimônio da Entidade, relativas 
a um determinado período e com o emprego de quaisquer 
procedimentos técnicos.
Quanto aos eventos ou fatos que podem modificar a 
situação patrimonial de uma entidade o normativo elenca:
O Princípio da Oportunidade deve ser observado, como 
já foi dito, sempre que haja variação patrimonial, cujas origens 
principais são, de forma geral, as seguintes:
a) transações realizadas com outras Entidades, formalizadas 
mediante acordo de vontades, independentemente da forma ou 
da documentação de suporte, como compra ou venda de bens 
e serviços;
b) eventos de origem externa, de ocorrência alheia à 
vontade da administração, mas com efeitos sobre o Patrimônio, 
como modificações nas taxas de câmbio, quebras de clientes, 
efeitos de catástrofes naturais, etc.;
c) movimentos internos que modificam predominantemente 
a estrutura qualitativa do Patrimônio, como a transformação de 
materiais em produtos semifabricados ou destes em produtos 
prontos, mas também a estrutura quantitativo-qualitativa, como 
no sucateamento de bens inservíveis.
Na literatura contábil, poderemos encontrar 
a denominação deste princípio como Princípio da 
Universalidade, uma vez que ele abarca dois aspectos 
distintos, mas complementares: a integridade e a 
tempestividade do registro contábil. O normativo os 
define como:
Quanto à integridade
A integridade diz respeito à necessidade de as variações 
serem reconhecidas na sua totalidade, isto é, sem qualquer falta 
ou excesso. Concerne, pois, à completeza da apreensão, que 
não admite a exclusão de quaisquer variações monetariamente 
quantificáveis. Como as variações incluem elementos quantitativos 
e qualitativos, bem como os aspectos físicos pertinentes, e ainda 
que a avaliação seja regida por princípios próprios, a integridade 
diz respeito fundamentalmente às variações em si. Tal fato não 
elimina a necessidade do reconhecimento destas, mesmo nos 
casos em que não há certeza definitiva da sua ocorrência, mas 
somente alto grau de possibilidade.
Quanto à tempestividade
A tempestividade obriga que as variações sejam registradas 
no momento em que ocorrerem, mesmo na hipótese de alguma 
incerteza, na forma relatada no item anterior. Sem o registro 
no momento da ocorrência, ficarão incompletos os registros 
sobre o patrimônio até aquele momento, e, em decorrência, 
insuficientes quaisquer demonstrações ou relatos, e falseadas as 
conclusões, os diagnósticos e prognósticos.
O Princípio do Registro pelo Valor 
Original
Como estudamos na aula anterior, este princípio diz 
respeito ao registro dos itens que compõem o patrimônio 
de uma entidade e que devem ser mensurados, 
monetariamente, pelo valor resultante com a contraparte 
da transação. Complementa ainda que estes valores 
devem ser efetuados em moeda corrente do país.
O princípio aborda também que o item, uma vez 
registrado no patrimônio da entidade, a priori, não poderá 
ter seu valor alterado e, quando assim ocorrer, deverá fazê-
lo à luz do princípio contábil da competência, conforme 
elucidado na Resolução 774/94:
Pressupõe-se que o valor de troca, aquele decorrente da 
transação, configure o valor econômico dos ativos no momento 
da sua ocorrência. Naturalmente, se, com o passar do tempo, 
houver a modificação do valor em causa, seja por que razão, 
os ajustes serão realizados, mas ao abrigo do Princípio da 
Competência. Os ajustes somente serão para menos, em razão 
da essência do próprio Princípio.
Quando a entidade recebe em doação um bem, 
o mesmo deverá ser registrado no momento de seu 
AULA 30 • Princípios fundamentais de Contabilidade - Análiseda minuta do apêndice da Resolução 750/93
157
recebimento e mensurado a valores compatíveis com as 
transações com o mundo exterior. A diferença existente 
nestes casos consiste na não-existência da contraprestação 
com a outra parte envolvida, representando somente 
um aumento do Patrimônio da Entidade que recebeu a 
doação.
A obrigatoriedade de registro, em expressão da moeda 
nacional, dos itens integrantes do patrimônio de uma 
entidade, justifica-se pela necessidade de padronização 
das evidenciações das modificações patrimoniais 
ocorridas, quantitativamente, na entidade, possibilitando 
assim a comparabilidade entre elas e o acompanhamento 
ao longo de vários períodos.
Quando a entidade for integrar ao seu patrimônio 
itens que estiverem em valores de moedas estrangeiras, 
deverá, ao registrá-los no seu patrimônio, convertê-los em 
moeda corrente pela cotação da data do efetivo registro.
As modificações internas ocorridas na entidade, sejam 
elas qualitativas ou quantitativas, encontram-se presentes 
no princípio do Registro pelo Valor Original, no qual a 
decomposição e a agregação de valores representam 
apenas a redistribuição de valores originalmente 
registrados. Vejamos o que aborda a Resolução 774/94:
O Princípio em análise, como não poderia ser diferente, 
em termos lógicos, mantém-se plenamente nas variações 
patrimoniais que ocorrem no interior da Entidade, quando 
acontece a agregação ou a decomposição de valores. Os 
agregados de valores – cuja expressão mais usual são os 
estoques de produtos semifabricados e prontos, os serviços 
em andamento ou terminados, as culturas em formação etc. 
– representam, quantitativamente, o somatório de inúmeras 
variações patrimoniais qualitativas, formando conjuntos de 
valores constituídos com base em valores atinentes a insumos de 
materiais, depreciações, mão-de-obra, encargos sociais, energia, 
serviços de terceiros, tributos e outros, classes de insumos 
que, em verdade, representam a consumpção de ativos, como 
estoques, equipamentos ou, diretamente, recursos pecuniários. 
Os agregados são, pois, ativos resultantes da transformação de 
outros ativos, e, em alguns casos, deixam logo tal condição, 
como aqueles referentes a funções como as de administração 
geral, comercialização no País, exportação e outras... Os fatos 
mencionados comprovam a importância do princípio em exame 
na Contabilidade aplicada à área de custos, por constituir-se 
na diretiva principal de avaliação das variações que ocorrem 
no ciclo operacional interno das Entidades, em que não existe 
propriamente a criação de valores, mas a simples redistribuição 
de valores originais.
O Princípio da Atualização Monetária
Este princípio preza pela manutenção dos valores 
originais dos itens que compõem o patrimônio da 
entidade, em função da perda do valor aquisitivo da 
moeda. Este foi um procedimento compulsório no 
Brasil até 31/12/95 e fundamentava-se na recomposição 
dos valores dos itens não circulantes – por exemplo, o 
imobilizado –, que pertenciam ao patrimônio da entidade, 
visando compensar as perdas oriundas das altas taxas de 
inflação. Hoje tal atualização somente é admitida se a 
taxa inflacionária no país for próxima ou superior a 100% 
no trimestre, conforme preceitua a Resolução 990/91 do 
Conselho Federal de Contabilidade.
À época, utilizava-se um índice oficial para converter 
os valores dos itens atualizáveis, fundamentalmente 
integrantes do Ativo Permanente e do Patrimônio Líquido 
da entidade, e, mensalmente, estes eram corrigidos 
reconhecendo, contabilmente, o ganho ou a perda 
advindo-se desta atualização monetária. Vejamos o que 
menciona o normativo:
O Princípio da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA existe em 
função do fato de que a moeda – embora universalmente aceita 
como medida de valor – não representa unidade constante 
de poder aquisitivo. Por conseqüência, sua expressão formal 
deve ser ajustada, a fim de que permaneçam substantivamente 
corretos – isto é, segundo as transações originais – os valores dos 
componentes patrimoniais e, via de decorrência, o Patrimônio 
Líquido.
Ainda também era coerente a sua aplicabilidade 
em função do princípio do Registro pelo Valor Original. 
Notemos:
Como se observa, o Princípio em causa constitui seguimento 
lógico daquele do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL, pois 
preceitua o ajuste formal dos valores fixados segundo este, 
buscando a manutenção da substância original, sem que isso 
implique qualquer modalidade de reavaliação.
Cabe ressaltar que é usual pelas entidades a utilização 
da atualização monetária em seus demonstrativos, para 
fins gerenciais, porém, adotando-se índices que melhor 
reflitam as oscilações de suas atividades operacionais.
O Princípio da Competência
O princípio em pauta visa evidenciar, contabilmente, 
as modificações quantitativas ou modificativas que alteram 
o valor do Patrimônio Líquido de uma entidade.
Deste princípio emerge o conceito de resultado 
do período, oriundo da confrontação entre o valor final 
dos aumentos do Patrimônio Líquido – normalmente 
denominados Receitas – e das suas diminuições – 
normalmente denominadas Despesas. A entidade 
INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
158
apresentará um resultado positivo se as receitas forem 
maiores do que as despesas; ou negativo, quando ocorrer 
o contrário.
Cabe ressaltar que este princípio não está relacionado 
ao efetivo pagamento ou recebimento, desembolso ou 
ingresso de recursos, mas sim ao reconhecimento das 
receitas geradas e despesas incorridas no período em 
análise, conforme estudamos na aula anterior.
Abaixo citamos algumas abordagens que representam 
estas situações, à luz da Resolução 774/94:
Alguns comentários sobre as despesas:
As despesas, na maioria das vezes, representam consumação 
de ativos, que tanto podem ter sido pagos em períodos passados, 
no próprio período, ou ainda virem a ser pagos no futuro. De 
outra parte, não é necessário que o desaparecimento do ativo 
seja integral, pois muitas vezes a consumpção é somente parcial, 
como no caso das depreciações ou nas perdas de parte do 
valor de um componente patrimonial do ativo, por aplicação 
do Princípio da PRUDÊNCIA à prática de que nenhum pode 
permanecer avaliado por valor superior ao de sua recuperação 
por alienação ou utilização nas operações em caráter corrente. 
Mas a despesa também pode decorrer do surgimento de uma 
exigibilidade sem a concomitante geração de um bem ou de 
um direito, como acontece, por exemplo, nos juros moratórios 
e nas multas de qualquer natureza. (...) A aplicação correta da 
competência exige mesmo que se provisionem, com base em 
fundamentação estatística, certas despesas por ocorrer, mas 
indiscutivelmente ligadas à venda em análise, como as despesas 
futuras com garantias assumidas em relação a produtos. 
Tratamento particular devemos dar às despesas 
para as quais, num primeiro momento, não teremos 
as receitas para confrontarmos e assim apurarmos o 
resultado, como acontece quando a entidade se encontra 
em fase pré-operacional, ou no caso de despesas 
como desenvolvimento de novos produtos e projetos, 
expansão de parque industrial e outras situações. Nestes 
casos devemos ativar tais despesas e, posteriormente, 
reconhecermos o seu valor em função da existência e 
confrontação das referidas receitas que as originaram. 
Observemos o comentário do normativo:
Nos casos de Entidades em períodos pré-operacionais, no 
seu todo ou em algum setor, os custos incorridos são ativados, 
para se transformarem posteriormente em despesas, quando da 
geração das receitas, mediante depreciação ou amortização. Tal 
circunstância está igualmente presente em projetos de pesquisa 
e desenvolvimento de produtos – muito freqüentes nas indústrias 
químicas e farmacêuticas, bem como naquelas que empregam 
alta tecnologia –, em que a amortização dos custosativados é 
usualmente feita segundo a vida mercadológica estimada dos 
produtos ligados às citadas pesquisas e projetos.
Detalhes sobre as receitas e seu reconhecimento:
A receita é considerada realizada no momento 
em que há a venda de bens e direitos da Entidade – 
entendida a palavra “bem” em sentido amplo, incluindo 
toda sorte de mercadorias, produtos, serviços, inclusive 
equipamentos e imóveis –, com a transferência da sua 
propriedade para terceiros, efetuando estes o pagamento 
em dinheiro ou assumindo compromisso firme de fazê-
lo num prazo qualquer. Normalmente, a transação 
é formalizada mediante a emissão de nota fiscal ou 
documento equivalente, em que consta a quantificação 
e a formalização do valor de venda, pressupostamente 
o valor de mercado da coisa ou do serviço. Embora esta 
seja a forma mais usual de geração de receita, também 
há uma segunda possibilidade, materializada na extinção 
parcial ou total de uma exigibilidade, como no caso do 
perdão de multa fiscal, da anistia total ou parcial de uma 
dívida, da eliminação de passivo pelo desaparecimento 
do credor, pelo ganho de causa em ação em que se 
discutia uma dívida ou o seu montante, já devidamente 
provisionado, ou outras circunstâncias semelhantes. 
Finalmente, há ainda uma terceira possibilidade: a de 
geração de novos ativos sem a interveniência de terceiros, 
como ocorre correntemente no setor pecuário, quando 
do nascimento de novos animais. A última possibilidade 
está representada na geração de receitas por doações 
recebidas, já comentadas anteriormente.
O Princípio da Prudência
Este princípio determina que o patrimônio da 
entidade deva estar representado ao menor valor para os 
itens que compõem o Ativo e com um maior valor para 
os itens que compõem o Passivo, desde que seja possível 
aplicar técnicas verificáveis para tais evidências, resultando 
assim na apresentação de um menor Patrimônio Líquido. 
Vejamos o elucidado no normativo:
A prudência deve ser observada quando, existindo um 
ativo ou um passivo já escriturado por determinados valores, 
segundo os Princípios do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL 
e da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA, surge dúvida sobre a ainda 
correção deles. Havendo formas alternativas de se calcularem os 
novos valores, deve-se optar sempre pelo que for menor do que 
o inicial, no caso de ativos, e maior, no caso de componentes 
patrimoniais integrantes do passivo. Naturalmente, são 
necessárias que as alternativas mencionadas configurem, pelo 
menos à primeira vista, hipóteses igualmente razoáveis.
Cita como exemplo da aplicabilidade deste princípio 
a Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa (PCLD):
AULA 30 • Princípios fundamentais de Contabilidade - Análise da minuta do apêndice da Resolução 750/93
159
A provisão para créditos de liquidação duvidosa 
constitui exemplo da aplicação do Princípio da 
PRUDÊNCIA, pois sua constituição determina o ajuste, 
para menos, de valor decorrente de transações com o 
mundo exterior, das duplicatas ou de contas a receber. 
A escolha não está no reconhecimento ou não da 
provisão, indispensável sempre que houver risco de não-
recebimento de alguma parcela mas sim, no cálculo do 
seu montante.
Em específico quanto às exigibilidades, caso não exista 
dúvida quanto ao valor a ser reconhecido no patrimônio, 
não estaremos falando do princípio da prudência, pois, 
nestas situações, devemos registrá-lo, de imediato, 
aplicando assim o princípio da oportunidade. Desta 
forma, só encontraremos aplicabilidade ao princípio da 
prudência quanto nos depararmos com situações em que 
não tenhamos a certeza do real valor a ser mensurado na 
Contabilidade da entidade.
O normativo 774/94 relata alguns fatos importantes 
quanto ao Princípio da Prudência:
•	 os	 custos	 ativados	 devem	 ser	 considerados	 como	
despesa no período em que ficar caracterizada a 
impossibilidade de eles contribuírem para a 
realização dos objetivos operacionais da Entidade;
•		 todos	 os	 custos	 relacionados	 à	 venda,	 inclusive	
aqueles de publicidade, mesmo que institucional, 
devem ser classificados como despesas; 
•		 os	 encargos	 financeiros	 decorrentes	 do	
financiamento de ativos de longa maturação devem 
ser ativados no período pré-operacional, com 
amortização a partir do momento em que o ativo 
entrar em operação.
O normativo destaca a importância da correta 
aplicação do princípio da prudência, em que a entidade 
não poderá cometer excessos ou mesmo manipular os 
valores a serem mensurados em seus demonstrativos. 
Vejamos:
A aplicação do Princípio da PRUDÊNCIA não deve levar 
a excessos, a situações classificáveis como manipulações do 
resultado, com a conseqüente criação de reservas ocultas. Pelo 
contrário, deve constituir garantia de inexistência de valores 
artificiais, de interesse de determinadas pessoas, especialmente 
administradores e controladores, aspecto muito importante nas 
Entidades integrantes do mercado de capitais.
O comentário inserido no parágrafo anterior ressalta a 
grande importância das normas concernentes à aplicação 
da PRUDÊNCIA, com vista a impedir-se a prevalência de 
juízos puramente pessoais ou por outros interesses.
Resumo
Como verificamos, para o enquadramento da 
Contabilidade como ramo do conhecimento e ciência, 
fez-se necessário explicitar os seus princípios e delimitar o 
seu objeto de estudo, que é o patrimônio das entidades, 
empresas, instituições ou outra denominação que melhor 
o qualifique.
Em nossa primeira aula abordamos os Princípios 
Fundamentais de Contabilidade, instituídos pela 
Resolução 750/93, do Conselho Federal de Contabilidade. 
Contudo, diante da ampla aplicabilidade e diversidade de 
entidades encontradas, bem como das diversas situações 
possíveis de modificações qualitativas e quantitativas de 
seu patrimônio, tornou-se imprescindível que houvesse 
uma abordagem mais detalhada dos tópicos constantes na 
Resolução 750/93.
Isto aconteceu por meio da edição da Resolução 
774/94 que trouxe uma melhor explicação e explicitação 
aos Princípios Fundamentais de Contabilidade elencados 
no normativo anterior, bem como numa melhor definição 
da ciência da Contabilidade.
Atividades
1. Para a Contabilidade, o que representam os aspectos 
qualitativos e quantitativos? Cite dois exemplos.
2. O que significa o termo Passivo a Descoberto? 
Utilizando-se da equação básica da Contabilidade, 
represente esta situação.
3. Reportando-nos à visão dos usuários da Contabilidade, 
como devem ser as informações geradas por essa 
ciência?
4. O princípio da entidade fala sobre a agregação e 
decomposição do patrimônio. Explique com suas 
palavras estes termos.
5. Diferencie o princípio da oportunidade do princípio da 
competência. Cite um exemplo.
6. Conforme abordamos, o reconhecimento da 
atualização monetária nos demonstrativos contábeis 
está suspenso desde 31/12/1995 até quando a inflação 
atingir 100% de variação no trimestre. Você concorda 
com esta situação? Justifique sua resposta.
7. Explique com suas palavras o conceito da confrontação 
das receitas com as despesas.
REFERÊNCIAS
1. ANDERSEN, A. Normas e práticas contábeis no Brasil. São Paulo: Atlas, 2000.
2. BLATT, A. Análise de balanços: estrutura e avaliação das demonstrações financeiras e contábeis. São Paulo: 
Makron, 2001.
3. IUDÍCIBUS, S. Manual de contabilidade das Sociedades por Ações. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2000.
4. __________. Teoria da contabilidade. São Paulo: Atlas, 2000.
5. MARION, J.C. Contabilidade básica. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2004.
6. ___________. Contabilidade empresarial. São Paulo: Atlas, 2005.
7. MATARAZZO, D.M.; PESTANA A. O. Análise financeira de balanços. São Paulo: Atlas, 1995.
8. SÁ, A. L. Teoria da contabilidade. São Paulo: Atlas, 1999.
Anotações
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