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Magistrado: O Juiz de Direito

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O Magistrado nada mais é do que o Juiz de Direito. Porém, para que se chegue a esta colocação o candidato deve ter o bacharel em Direito. O curso leva cinco anos para ser concluído com êxito. 
O candidato à magistratura depois de formado necessita passar no exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), e depois de três anos de atividade jurídica (advocacia) deve se inscrever em Concurso Público de provas e títulos para Magistratura conforme é delimitado em edital publicado no diário oficial.
O Juiz de Direito é um representante do Estado e condutor do processo. Compete a ele a outorga da tutela jurisdicional. Pertence a ele pronunciar a Decisão, Sentença, Interlocutória e Despachos. São juntos atos do juiz perpetrados no processo de ofício ou requerimento da parte, cuja prática é indicada ao escrivão embora sob encargo do Juiz.
Um dos grandes debates com relação ao papel do Juiz de Direito se diz com relação aos seus limites e abrangências. Alguns asseguram que o seu papel deve ser o de justapor a lei e procurar considera-la de acordo com o seu contexto mais amplo.
O debate é maior ainda com relação à forma como o Juiz chega a suas decisões de maneira justa, seguindo a lei, ou seja, como um administrante da justiça, lembrando que existem algumas lacunas nas leis, e que faz com que o debate chegue a seguinte pergunta: Até que ponto o Juiz é justo? 
O magistrado (do latim magistratus, derivado de magister "chefe, superintendente") designava, em tempos passados, lato sensu, um funcionário do poder público investido de autoridade. Desta forma um Presidente da República, por exemplo, receberia o título de primeiro magistrado.
A palavra latina magistratus tanto significa a função de governar (magistratura) como a pessoa que governa (magistrado). Na terminologia romana "magistrado" compreende todos os detentores de cargos políticos de consulado para baixo. Inicialmente, os magistrados são os verdadeiros detentores do imperium, que anteriormente tinham os reis. O imperium é um poder absoluto, um poder de soberania; os cidadãos não podem opor-se ao imperium.
O magistrado exercia sua autoridade nos limites de uma determinada atribuição, com poderes decorrentes de sua função, como os juízes, os prefeitos, os governadores e presidentes.
Na Antiguidade havia diversos tipos de magistrados, como os cônsules, os pretores, os meirinhos-mor (maiorinus-mor), os censores, considerados magistrados maiores, e os edis e questores, os magistrados menores.
No mundo contemporâneo a palavra magistrado normalmente remete ao exercício do poder judiciário. A noção de magistratura, que em alguns agrupam juízes e procuradores, é desconhecida nos países que adotam a common law (como o Reino Unido, os Estados Unidos ou o Canadá), que estendem garantias constitucionais somente a seus juízes, no senso estrito. No Brasil, à semelhança dos países antes mencionados, os magistrados são tão somente os juízes, membros do Poder Judiciário, apesar de ambas as categorias (magistrados e membros do Ministério Público) gozarem das garantias constitucionais de vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade de vencimentos (subsídios).
Por sua vez, alguns países cuja estrutura legal está baseada no Direito Romano (países como Itália, França, Alemanha, Espanha, Portugal) têm no seu corpo de magistrados juízes e procuradores ou promotores
O termo magistrado tem origem na língua latina, derivada da palavra magistratus, que por sua vez surgiu de magister, palavra que significa "chefe" ou "superintendente". A palavra latina magistratustanto significa o cargo de governar (magistratura) como pessoa que governa (magistrado). Em suma, era um funcionário do poder público investido de autoridade. Na antiguidade eram diversos os magistrados, como os cônsules, os pretores, os censores, considerados magistrados maiores, e os edis e questores, os magistrados menores. Os magistrados são detentores do imperium, um poder absoluto anteriormente atribuído apenas aos reis, um poder de soberania, aos quais os cidadãos não podiam opor-se.
No mundo contemporâneo a palavra magistrado encontra-se fortemente associada ao exercício do poder judiciário. Os países cuja estrutura legal é baseada no Direito Romano (Itália, França, Alemanha, Espanha ou Portugal), têm no seu corpo de magistrados juízes e procuradores ou promotores. Tal noção de magistratura é desconhecida nos países que adotam a common law. No Brasil, os magistrados são tão somente os juízes, membros do Poder Judiciário, apesar de ambas as categorias (magistrados e membros do Ministério Público) gozarem das garantias constitucionais de vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade de vencimentos.
Com relação à questão da promoção, cada nova vaga aberta é preenchida por antiguidade e merecimento, sucessivamente. Importante salientar que a aceitação da promoção não é obrigatória, o contemplado pode recusá-la. A promoção por merecimento decorre do talento e desempenho da pessoa. Já a promoção por antiguidade resulta do tempo que aquela pessoa ocupa seu cargo atual (normalmente conhecida como ‘entrância’).
Se a vaga a ser preenchida for por merecimento, o tribunal prepara uma lista com três nomes (lista tríplice). Caso a vaga a ser preenchida for por antiguidade, o tribunal escolhe um único nome. No caso de nomeação de advogados ou membros do Ministério Público para um tribunal é sempre do chefe do Executivo, seja presidente da República ou governador, dependendo da esfera de poder. Tal prerrogativa faz parte do controle mútuo entre os poderes.
CNJ Serviço: Saiba como funciona a carreira de magistrado
A magistratura é uma das carreiras mais almejadas, mas é também uma das mais difíceis do meio jurídico. A porta de entrada da profissão acontece por meio de concurso público, promovido pelo Poder Judiciário, e a aposentadoria se dá após 35 anos de contribuição e com idade mínima de 65 anos.
O concurso é composto de provas e títulos, e o candidato deve ter diploma de nível superior de bacharelado em Direito reconhecido pelo Ministério da Educação, além de pelo menos três anos de atividade jurídica, considerado o período de exercício de cargo privativo de bacharel em Direito, conforme instituído pela Emenda Constitucional n. 45/2004.
O juiz pode atuar na Justiça especializada (Eleitoral, Trabalhista ou Militar) ou comum (esferas Estadual ou Federal). À exceção da Justiça Eleitoral, cuja competência é exercida de forma cumulativa pelos magistrados da Justiça Estadual, cada um dos segmentos do Judiciário possui concurso próprio. O magistrado estadual julga matérias que não sejam da competência dos demais segmentos do Judiciário – Federal, Trabalho, Eleitoral ou Militar –, sendo a sua competência, portanto, considerada residual.
Porém, a Justiça Estadual, presente em todos os estados, reúne a maior parte dos casos que chega ao Judiciário, tanto na área cível quanto na criminal. Já o juiz federal – que compõe, junto com o magistrado estadual, a Justiça Comum – atua em casos de outra natureza, especialmente aqueles em que há interesse da União.
Após a aprovação em concurso, o magistrado da esfera estadual inicia a carreira como juiz substituto e seu cargo só se torna vitalício após cerca de dois anos de atividade. Sua atuação se dá inicialmente em pequenas cidades, onde estão sediadas as chamadas Comarcas de primeira entrância, substituindo ou trabalhando em conjunto com o juiz titular. Com o passar do tempo, ele pode se candidatar à remoção ou promoção para Comarcas de entrância superior, sediadas, em geral, em cidades maiores e capitais dos Estados.
As promoções se dão de acordo com a disponibilidade das vagas e seguem os critérios de merecimento ou antiguidade. Em média, leva-se de 20 a 25 anos para que um juiz estadual chegue ao posto de desembargador de um Tribunal de Justiça.
A Constituição Federal garante aos magistrados a inamovibilidade, que consiste na impossibilidade de remoção do juiz, a não ser por desejo próprio de mudar de comarca. Cada Estado possui ainda um Código deOrganização Judiciária, que promove, de forma autônoma, a organização e divisão judiciária de acordo com o princípio federativo. Os códigos incluem, entre outros pontos, a definição do número de comarcas, a quantidades de vagas de juízes e orçamentos.
De acordo com o Relatório Justiça em Números 2015, elaborado anualmente pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em 2014 o Poder Judiciário contou com atuação de 16.927 magistrados, dos quais 11.631 (68,7%) atuavam na Justiça Estadual. Do total, 77 são ministros de tribunais superiores (0,45%), 2.190 desembargadores (12,9%), 142 juízes substitutos de 2º grau (0,8%) e 14.518 juízes de primeiro grau.
Apesar de atrativa, a carreira apresenta um déficit quantitativo de juízes. Segundo os últimos dados disponibilizados pelo Justiça em Números, existem, criados por lei, 22.451 cargos de magistrados no Poder Judiciário. No fim de 2014, estavam vagos 21,8% desses cargos. A maioria deles é de juízes de Primeiro Grau, que totalizam 4.821 vagas, enquanto no Segundo Grau há 72 vagas de desembargadores.
Um dos motivos para este déficit é a dificuldade de aprovação nos concursos. Levantamento da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), que contou com a participação de 5 mil associados, mostra que um juiz participa, em média, de dois a três concursos, com tempo médio de estudo de três anos e meio, antes de ser aprovado.
A seleção é rígida e é exigido do candidato uma nota mínima. Atualmente, segundo a AMB, 50% das vagas são preenchidas por mulheres, número que vem crescendo nos últimos cinco anos.
O que é 
Magistratura é o conjunto de juízes de 
todos os graus que compõem o Poder Judiciário de cada 
país. A Magistratura, ainda, constitui sinônimo da careira 
dos magistrados. 
 
Ingresso na magistratura 
Pela nossa tradição, esse recrutamento, no Brasil, se faz por meio de concurso 
público de provas e títulos. Em todo o Judiciário, em todos os seus segmentos, 
em todo o país, em primeiro grau, ou seja, para ingressar na carreira de 
magistrado, é necessário concurso público de provas e títulos. 
É um concurso público onde 
há uma banca constituída por magistrados e por representante da Ordem dos 
Advogados do Brasil, ou seja, todo magistrado em primeiro grau passou por 
uma banca constituída por magistrados e por, no m ínimo, um advogado. Essa 
participação do advogado é extremamente importante, porque o advogado, há 
um titular e um suplente, mas um só funciona na prova, ele, sozinho, reprova 
ou aprova o candidato. Então, há participação decisiva de alguém de fora no 
concurso para a Magistratura. 
O concurso é público, ou seja, a ele podem-se submeter todos os candidatos 
que preencham aquele requisito mínimo exigido, que é a formação em Direito, 
aí, em cada Estado, as Leis de Organização Judiciária estipulam, ou não, algum 
prazo de exercício da advocacia ou atividade para a qual se exija o diploma de 
Direito. As provas são realizadas publicamente, há, inclusive, provas orais 
públicas e provas de títulos. 
 
Para ingressar na magistratura, o indivíduo deve passar pelo concurso público de 
provas e títulos. Este concurso é constituído por uma banca de magistrados e no 
mínimo um advogado. Para submeter-se ao concurso público é necessário 
cumprir todos os requisitos inerentes à carreira de Juiz. 
 
Requisitos para investidura 
De acordo com o art. 93, I da Constituição Federal, o ingresso na carreira ocorre 
mediante aprovação em concurso público de provas e títulos, com a participação 
da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as fases. Exige-se do bacharel em 
direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica e deve se obedecer, nas 
nomeações, à ordem de classificação. A CF também determina que o cargo 
inicial seja o de juiz substituto. 
Além do concurso, é necessário também que os candidatos tenham o mínimo de 
três anos de atividade jurídica, sendo que a pós-graduação é computada para este 
fim. Sobre este tema existe ainda certa polêmica já que não há uma definição 
exata desta atividade, sendo que a experiência é considerada para o cômputo do 
lapso temporal necessário quando a prática versar sobre a interpretação e 
aplicação de normas jurídicas. 
 
Divisão Judiciária 
Dada a circunstância de que conflitos interindividuais surgem em todo o terrtório 
nacional, e considerando que seria sumamente embaraçosa para as partes a existência 
de juízos e tribunais em um só ponto do país, surge a necessidade de dividi-lo da 
melhor forma possível para que as causas sejam conhecidas e solucionadas pelo Poder
Judiciário em local próximo à sua própria sede. Assim é, p. ex, que, para efeitos de 
Justiça Federal, o pais está dividido em tantas seções judiciárias quantos são os 
Estados, havendo também uma seção correspondente ao Distrito Federal; nas Justiças 
Estaduais há a divisão de cada unidade federada em comarcas. 
Assim é que, dado o princípio da aderência ao território, segundo o qual o juiz só é 
autorizado a exercer a jurisdição nos limites territoriais que lhe são traçados por lei, as 
leis estaduais de organização judiciária acabam por influir decisivamente na 
competência. 
A constituição dá também a entender que a divisão judiciária é matéria distinta da 
organização judiciária, quando, no art. 96, inc. II, d, incumbe o Supremo Tribunal 
Federal, Tribunais Superiores e Tribunais de Hustiça de propor ao Legislativo a 
alteração da organização e da divisão Judiciárias. É inegável, contudo, que também a 
divisão territorial para o efeito de distribuição da justiça é nitidamente um problema 
de administração desta, pela influência que tem no funcionamento do Poder Judiciário. 
A comarca e a seção judiciária constituem o foro (isto é, território em que o juiz exerce 
a jurisdição). Num só foro pode haver um ou mais juízos ( varas, juntas de conciliação e 
julgamento etc.) 
 
Decorrente da necessidade de solucionar conflitos em todo o território nacio nal de 
forma mais prática e eficiente, foram criados juízos e tribunais em todos os Estados 
brasileiros, para que as pessoas possam resolver seus litígios junto ao Poder Judiciário 
em local próximo de sua residência. 
Competência 
 
Garantias e direitos do magistrado 
VITALICIEDADE, INAMOVIBILIDADE, IRREDUTIBILIDADE DE 
SUBSÍDIO, 
VITALICIEDADE, CRIMES DE RESPONSABILIDADE DOS 
MAGISTRADOS. 
artigo 95, da Constituição Federa 
Perda da magistratura 
 
 
O Estatuto dos Magistrados Judiciais estabelece os deveres e direitos dos 
magistrados judiciais, dos quais se destacam os seguintes: 
 
A Emenda Constitucional n. 45 de 2004, passou a exigir que para a posse 
dos novos magistrados, se comprovasse o exercício de atividade jurídica por 
3 anos. O maior dos requisitos para ingresso na Magistratura
a) vitaliciedade:
                       Diz respeito à vinculação do titular ao cargo para o qual tenha sido nomeado. Não é privilégio, mas condição para o exercício da função judicante, que exerce garantias especiais de permanência e de estar definitivamente no cargo. Tornam-se vitalícios a partir da posse os integrantes dos tribunais (art. 95, I).
                        Assegura que o juiz somente poderá perder o cargo, caso haja decisão judicial transitada em julgado. Esta imunidade somente é adquirida após o estágio probatório, que tem duração de dois anos, devendo ser comprovado o efetivo exercício de carreira, entretanto, aos que ingressarem em virtude do quinto constitucional, a vitaliciedade é imediata. Tal prerrogativa permite a liberdade de preocupações a respeito da aprovação pública em relação à atuação técnica.
 
                        b) irredutibilidade dos subsídios
                        Significa que os seus salários não podem ser reduzidos. Mas a Constituição determina que ficam sujeitos aos limites máximos previstos no art. 37 e ao imposto de renda, como qualquer contribuinte, com a aplicação do disposto nos arts. 150, II, 153, III e § 2 º, I. E como forma depressionar os magistrados, não pode-se reduzir os seus rendimentos, garantindo-lhes assim, o livre exercício de suas tribuições.
 
                        c) inamovibilidade:
                        Refere-se à permanência do juiz no cargo para o qual foi nomeado, não podendo ser removido, a qualquer título, de forma compulsória, do cargo que ocupa, salvo por ordem de interesse público (arts. 95, II, e 93, VIII).
                        Para que não seja exposto à prova de resistência política, o juiz somente poderá ser removido ou promovido, por iniciativa própria.
                        Essas atribuições são em virtude do exercício da função jurisdicional, para que tal função se encontre assegurada de represálias sociais, econômicas e políticas contrárias as decisões.
                        A nossa Carta Magna, em seu art. 95, prevê tais prerrogativas.
Introdução
A magistratura é umas das carreiras jurídicas mais almejadas pelos profissionais do Direito. Entretanto, todos sabem que o caminho a ser percorrido para alcançar tal objetivo e, porque não dizer “sonho” dos bacharéis, é bastante árduo. Não poderia ser diferente: a função desempenhada pelos juízes é de extrema importância para a sociedade, além de exigir avançado conhecimento jurídico, comprometimento e aptidão psicológica.
O exercente da magistratura é o juiz, investido na função do Poder Judiciário através da aprovação em concurso público e com autoridade e poderes delimitados pela sua atribuição. Assegurar às partes igualdade de tratamento no processo, garantir a celeridade da solução, prevenir e reprimir atos atentatórios à Justiça e tentar conciliar as partes são seus deveres previstos no art. 125 do Código de Processo Civil. Além disso, o CPC prevê também a responsabilidade do juiz, que responderá por perdas e danos quando agir com dolo ou fraude no exercício de suas funções ou quando recusar, omitir ou retardar, sem justo motivo, providência que deva ordenar de ofício, ou a requerimento da parte.
O árbitro, embora seja comumente chamado de “juiz”, não é funcionário do Poder Judiciário. Apesar de exercer a função primordial do magistrado, que é a de solucionar o conflito entre as partes, o árbitro é somente nomeado pelas partes e não preenche, portanto, os requisitos para a magistratura. Sendo assim, os árbitros só podem decidir matérias relativas ao direito patrimonial disponível (contratos de locação, compra e venda, entre outros).
Requisitos para o ingresso no cargo
De acordo com o art. 93, I da Constituição Federal, o ingresso na carreira ocorre mediante aprovação em concurso público de provas e títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as fases. Exige-se do bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica e deve se obedecer, nas nomeações, à ordem de classificação. A CF também determina que o cargo inicial seja o de juiz substituto.
As provas do concurso da magistratura são compostas de fases eliminatórias (inscrição no concurso, exames de saúde física e mental e sindicância), fases eliminatórias e classificatórias (prova seletiva de proficiência jurídica, prova técnica e prova oral) e fase classificatória (prova de títulos). A prova seletiva é composta de 100 questões que abordam em torno de 15 matérias, dentre as quais Direito Constitucional, Eleitoral, Ambiental, Comercial, ECA, entre outras.
Os candidatos aprovados na fase anterior devem fazer uma prova técnica, realizada em duas etapas, que consistirão em uma sentença penal, e duas questões discursivas e outra de sentença civil, com duas questões discursivas também. Assim, os concursandos que obtiverem a nota necessária estarão aptos para a prova oral, sendo que antes serão submetidos a exame de sanidade física, mental (ambos de caráter eliminatório) e aptidão psicológica. Neste interim, será realizada a sindicância e a entrevista dos candidatos pela Comissão Central. Em seguida, haverá juntada dos títulos, se existentes.
Além do concurso, é necessário também que os candidatos tenham o mínimo de três anos de atividade jurídica, sendo que a pós-graduação é computada para este fim. Sobre este tema existe ainda certa polêmica já que não há uma definição exata desta atividade, sendo que a experiência é considerada para o cômputo do lapso temporal necessário quando a prática versar sobre a interpretação e aplicação de normas jurídicas. 
Disciplina e estudos
O estudo é de fundamental importância para a aprovação em concursos. A nível de conhecimentos exigidos é tão alto que os concursandos, muitas vezes, não sabem como se organizar. Ao começar a maratona de leitura e estudos, é comum que muitos acabem “metendo os pés pelas mãos” e não consigam concluir seu objetivo.
Para o Drº. Cássio Prestes, professor universitário e advogado, o segredo está na organização e na disciplina. Os estudantes devem primeiro analisar o edital do concurso desejado, para depois dividir o tempo de estudo dentre as matérias de forma igualitária. As mais difíceis para o canditado devem ser analisadas em horários mais adequados, de menor interferência, em que a atenção esteja redobrada. Além disso, Prestes acredita que os interessados na magistratura devem frequentar cursos preparatórios, que visam agrupar a quantidade de matérias em menor tempo possível, de forma didática, atualizando os concursando das alterações legislativas. Já para o advogado Caio Miranda Junqueira, os cursinhos preparatórios não são essenciais para a aprovação dos concursando. Para Caio, o caminho para o sucesso está na forma e na dedicação dos estudos, que devem ser realizados com muita responsabilidade e com uma ínfima parcela de inteligência, sorte e estado de espírito. Essa também é a opinião do advogado Fábio Bernardes Oliveira. Para ele a única fórmula para um resultado feliz é a constância nos estudos aliada à perseverança, independentemente da participação em aulas.
Vantagens e desvantagens da função
A remuneração inicial de um juiz varia entre R$ 10.000,00 e R$ 20.000,00, de acordo com cada Estado. Essa faixa salarial, considerada elevada para os padrões brasileiros, é um dos maiores atrativos da função. Além disso, a estabilidade da carreira reveste outro ponto positivo a ser considerado na escolha da Magistratura. Os juízes de primeiro grau gozam de vitaliciedade após dois anos de exercício da função (art. 95, I da Constituição Federal). Para muitos, a carreira estável é a garantia de um futuro próspero, considerando o alto índice de desemprego, a instabilidade econômica do nosso país, nunca sabemos até quando estaremos empregados. Cabe ressaltar que, no período de estágio probatório, que é de dois anos, o juiz poderá perder o cargo por deliberação do tribunal, ao passo que depois disso tal perda só poderá ocorrer por sentença judicial transitada em julgado.
Ademais, a Carta Magna assegura aos magistrados a inamovibilidade, que consiste na impossibilidade de remoção do juiz, mesmo que desagrade qualquer das partes, assim o Juiz poderá prestar suas funções sem receio de ser obrigado a mudar-se da comarca. Outra garantia prevista que configura benefício aos exercentes da Magistratura é a irredutibilidade do subsídio, que não permite a redução da remuneração destes funcionários da Justiça.
Frisa-se ainda que há a possibilidade da promoção para o Juiz, segundo o critério de antiguidade e merecimento, podendo o magistrado chegar aos tribunais de segundo grau e ocupar o cargo de Desembargador, Ministro e Corregedor. Vale lembrar que as transferências seguirão os mesmo requisitos necessários à promoção, posto que esta é obrigatória para o magistrado que figurar três vezes consecutivas ou cinco alternadas em lista de merecimento, sendo que este pressupõe dois anos de exercício na respectiva instância.
A aposentadoria do magistrado pode se dar por invalidez, "sendo os proventos proporcionais ao tempo de contribuição, exceto se decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável" (art.40 da CF); compulsoriamente aossetenta anos, sendo que os proventos serão proporcionais ao tempo de contribuição; voluntariamente desde que cumprido tempo mínimo de dez anos de efetivo exercício no serviço público e cinco anos no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria, devendo-se, para isso, observar as seguintes condições: a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuição, se homem, e cinqüenta e cinco anos de idade e trinta de contribuição, se mulher; b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição (art. 40, §1º, III da CF).
Adjunto, o Ministro do Superior Tribunal Federal é investido no cargo pela aprovação de seu nome, que será indicado pelo Presidente da República, pelo Senado Federal por maioria absoluta de votos, mas para isso deverá ser brasileiro nato, ter mais de 35 anos e menos que 65, estar em pleno gozo de seus direitos políticos e possuir notável saber jurídico bem como ilibada reputação. Para a investidura do Ministro do Superior Tribunal de Justiça o procedimento é o mesmo do Federal, sendo que a única diferença dos critérios adotados para ocupação do cargo é que pode ser ele brasileiro nato ou naturalizado.
Caberá ao Conselho Nacional da Magistratura o controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes. Tal Conselho será presidido pelo Ministro do STF e a função de Ministro-corregedor caberá ao Ministro do STJ.
Todos estes benefícios fazem com que a procura pelos concursos da Magistratura seja imensa, aumentando demais, portanto, a concorrência entre os consursandos que, na maioria das vezes, não são devidamente qualificados para a ocupação do cargo almejado. Entretanto, deve-se saber que ao passo das vantagens existem muitas desvantagens também no exercício das atribuições do Juiz, principalmente no Brasil onde a carga do trabalho dos magistrados é quase imensurável em comparação com outros países. Senão vejamos: no Brasil o número de ações ajuizadas (7.171) é bem menor do que em países como Itália (14.000) e Alemanha (15.600), por exemplo, porém o número de sentenças proferidas em nosso país (1.357) é muito maior do que nestes países (Itália: 700, Alemanha: 678), ou seja, há uma falha no Judiciário pela falta de profissionais capacitados para a função, o que ocasiona a sobrecarga dos magistrados brasileiros e a consequente morosidade do órgão jurisdicional. [1]
No entanto, para Fábio e muitos outros concursandos, a escolha pela magistratura não deve ter por base os benefícios concedidos e sim a vontade de satisfazer as demandas sociais com celeridade, qualidade e sobriedade. O mesmo ponto de vista tem o advogado Caio Junqueira que optou pela carreira por acreditar na função social do juiz, já que, para ele, quem se motiva pelo salário e pelo o “status” está fadado à frustração profissional. Já o professor Cássio afirma que a estabilidade financeira é um grande chamariz para as carreiras públicas mas, em sua visão, o principal fator da decisão refere-se ao compromisso dos ditames de um Estado Democrático de Direito e ao respeito aos direitos fundamentais, que acarretarão a construção de um país mais justo.
Critério de avaliação para a investidura
A avaliação dos interessados no ingresso à magistratura é feita através de concurso público e exige, entre outras coisas, que os candidatos tenham exercido no mínimo três anos de atividade jurídica. Para nossos entrevistados, o sistema adotado pelo Brasil é eficiente por propiciar maiores garantias aos magistrados, igualdade e impessoalidade. Fábio Bernardes diz ser fundamental a prática da atividade jurídica pois proporciona amadurecimento e aperfeiçoamento imprescindíveis e evita que estudantes inexperientes assumam precocemente o exercício da jurisdição. Em contrapartida, Caio Junqueira entende que a aprovação nos concursos é meramente declaratória e a experiência jurídica exigida pouco influencia na formação profissional.
Tal método de seleção também não merece críticas segundo o professor Cássio, uma vez que as provas são elaborados por juristas e se baseiam em critérios técnicos para a avaliação da aptidão dos candidatos. O professor acredita que a imparcialidade do concurso elimina qualquer avaliação subjetiva, restringindo, portanto, o processo a triagem técnico-jurídica. Segundo ele, a atividade jurídica – que tem o intento de trazer maior experiência prática ao ingressante da magistratura – não causa alteração significativa no panorama da prestação jurisdicional nacional. Cássio também crê que a aprovação em concursos se torna meramente declaratória da aptidão dos candidatos que ocuparão o cargo após a realização dos atos oficiais de posse e investidura.
Embora o sistema de avaliação seja considerado eficiente, o baixo nível de formação dos concursandos é cada vez mais preocupante e, infelizmente, tem se agravado a cada ano. As causas do problema são variadas, mas é certo que a falta de profissionais preparados compromete, e muito, o bom desempenho do Judiciário que, desfalcado, não consegue alcançar sua finalidade: a eficácia na solução das lides. Os fatores que contribuem para este quadro são inúmeros. De acordo com o professor Cássio, a culpa pode ser diluída entre os alunos da graduação que, por falta de tempo, imaturidade, cansaço, desinteresse e outros vícios, não se dedicam adequadamente aos estudos jurídicos. Outro fator que pode ser apontado para o despreparo dos candidatos é a ausência de comprometimento dos próprios professores. Muitos não se dão conta da importância do Magistério Superior e, desatualizados, não investem em sua formação, especialização ou reciclagem. Além disso, poucos deles têm boa didática e conhecem as técnicas metodológicas adotadas pela educação moderna.
Conclusão 
Uma das causas da morosidade e consequente ineficiência do Judiciário é a precariedade da educação brasileira. O baixo índice de aprovação em concursos como o da magistratura causa o desfalque na máquina do Judiciário pela falta de profissionais habilitados e competentes. Porém, as medidas que modificaram os critérios para a aprovação dos candidatos são equivocadas. Os altos índices de reprovação não deveriam determinar os critérios de seleção. Mas, ao estabelecer que estarão aptos para segunda fase os primeiros colocados independente do número de acertos, o Estado permite o ingresso de pessoas inaptas para a carreira.
Independentemente dos critérios de seleção, o professor Cássio conclui que não há fórmula mágica, atalho ou rota alternativa. A aprovação é resultado da combinação dos seguintes fatores: persistência, paciência, perseverança, organização, quantidade e qualidade de estudo. O candidato deve ter plena consciência de que o resultado almejado será conquistado, mas de forma lenta através de muitas horas de leitura e abdicação de outras atividades.
Como se diz “a pressa é a inimiga da perfeição”, então, “mãos à obra”. Até porque, a Magistratura implica não só em uma carreira, mas no futuro de uma nação e da manutenção de paz e equilíbrio de toda a sociedade.
   
Referências bibliográficas 
[1] Índices retirados do site da Associação dos Magistrados Brasileiros. Disponível em http://www.amb.com.br/portal/docs/pesquisa/Judiciario_brasileiro_em_perspectiva.pdf, acessado em 09 de junho de 2008.

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