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Direito Constitucional – Constitucionalismo Andino O constitucionalismo Andino, também tratado como novo constitucionalismo ou constitucionalismo da América Latina, tem como principal objetivo romper com os paradigmas das colônias europeias impostos às sociedades latino-americanas, priorizando princípios intrínsecos das culturas de nossos ancestrais, estes desconsiderados pelos colonizadores. É tutelado pela cultura andina os direitos da natureza tornando-os patrimônio nacional, que é visto como sujeito de direito e não como um objeto de direito, pois o ser humano é completamente dependente do meio ambiente e, para nele interferir será necessário um planejamento para garantir o seu equilíbrio. Uma Constituição deve refletir a identidade do povo, através do seu desenvolvimento autônomo, deve respeitar a heterogeneidade das culturas, coexistência de concepções culturais distintas, garantindo a plena participação política de seus membros em que às relações humanas devem ser regidas pela inclusão social, política e econômica. Na seara jurídica e política há espaço para: respeitar o passado daquele povo (seus ancestrais), levando em consideração a sua cultura, as quais suas regras terão força normativa jurídica; todos tem o direito de participar de forma direta nas decisões que interferem em suas vidas; o Estado deve promover oportunidades que condicionam uma vida de qualidade. Contextualizando historicamente o surgimento do Constitucionalismo Andino, no início do sec. XIX, foi marcado pela independência das colônias latino-americanas, porém não houve uma emancipação significativa com os paradigmas europeus. Do pós-independência até o final do sec. XX, vemos Cartas Magnas de países latinos com princípios iluministas, tendo assim características dos seus colonizadores. Uma das fortes características do Constitucionalismo Andino é o pluralismo jurídico, por assegurar a diversidade cultural e a sua plena participação, rompendo com o modelo político europeu exclusivista à cultura das classes dominantes (burguesia). Para suprir à necessidade do pluralismo em atender a diversidade cultural é de suma importância o diálogo para não cometer os mesmos erros. Às Constituições da Colômbia e Equador exercem o pluralismo jurídico, dando abertura a vigência de dois ordenamentos jurídicos coexistentes, a justiça indígena e a justiça estatal. Há então, uma necessidade de regulamentação jurídico/econômica para preservar a natureza, pois para a cultura do Império Inca o ser humano é um hóspede da “mãe terra”. Visto que o padrão europeu encontra-se ultrapassado perante a evolução, devido às mudanças políticas, econômicas e sociais, visam uma sociedade pluralista protegendo a natureza como seu bem maior, emancipando-se das raízes de seus colonizadores e garantindo a vida com dignidade aos cidadãos.
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