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02(1) microbiologia

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Microbiologia 
Básica e Ambiental
As Bactérias - Aspectos gerais e importância
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Dr. Jorge Henrique da Silva
Revisão Textual:
Profa. Esp. Marcia Ota
5
•	Introdução
•	As Bactérias: tipos e formas
•	Nutrição das Bactérias
•	Reprodução das Bactérias
Para que você tenha sucesso em seus estudos, é de extremante importância que, além de 
ler, atentamente, o conteúdo desta Unidade, consulte, ainda, os materiais complementares, 
pois são ricos em informações, possibilitando-lhe o aprofundamento de seus estudos sobre 
o assunto.
Recomenda-se, também, que busque outras fontes que possam contribuir com o seu 
aprendizado. Assim, você se diferenciará das demais pessoas!
 · Nesta unidade, você terá oportunidade de aprender sobre os 
microrganismos bactérias, em relação às suas formas, o modo 
como elas se nutrem e se reproduzem. Desse modo, conhecerá 
a importância desses seres vivos para o meio ambiente.
As Bactérias - Aspectos gerais 
e importância
6
Unidade: As Bactérias - Aspectos gerais e importância
Contextualização
Geralmente, associamos as bactérias às doenças que esses seres podem causar, como a 
pneumonia, meningite e outras doenças. Ressalta-se que o grupo das bactérias patogênicas 
compõe apenas cerca de 1% destes organismos.
Neste contexto, a maioria destes organismos (bactérias) desempenham funções muito 
importantes para o meio ambiente e à vida humana. Algumas bactérias se alimentam da 
matéria orgânica (sem vida), transformando-a em compostos inorgânicos mais simples, que 
serão incorporados em outros níveis tróficos da cadeia alimentar. Outras são capazes de fixar 
nitrogênio, fertilizando o solo ou fermentando moléculas orgânicas ricas em energia, podem 
produzir o álcool etílico (biocombustível). 
Tais organismos, ainda, podem auxiliar na limpeza de substâncias prejudiciais ao meio 
ambiente, como pesticidas e até mesmo o petróleo e seus derivados. Estações de tratamento de 
esgoto (ETEs) utilizam amplamente bactérias anaeróbicas para a conversão da matéria orgânica 
em produtos que podem ser utilizados, após o devido tratamento, como fertilizantes.
Nesta Unidade, serão apresentadas as características gerais das bactérias, assim como a 
importância desses microrganismos.
Para tanto, para iniciarmos esta Unidade, convido você a assistir ao vídeo intitulado “Tudo 
Sobre as Bactérias” (disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=wlTFG7kCVq0). 
Vale destacar que esse vídeo contribuirá com seu aprendizado!
7
Introdução
Os microrganismos bactérias estão incluídos no grupo dos procariotos (do termo grego 
significando pré-núcleo), anteriormente classificados como eubactérias, representadas pelos 
organismos patogênicos ao homem, e bactérias encontradas nas águas, solos, ambientes em geral.
Ainda, dentre esses organismos, temos as bactérias fotossintetizantes (cianobactérias) e outras 
quimiossintetizantes (como as Escherichia coli), enquanto as outras utilizam, apenas, substratos 
inorgânicos para seu desenvolvimento.
De maneira geral, os seres classificados como procariotos são menos complexos e menores 
que os seres eucariotos.
Os eucariotos possuem o seu material genético (DNA) organizado em núcleo envolvido 
por uma membrana (a carioteca), já o DNA dos procariotos não está “espalhado”, solto, pelo 
citoplasma celular.
Ressalta-se que esses seres (os procariotos), também, não apresentam organelas celulares 
envolvidas por uma membrana. Além disso, possuem parede celular e, geralmente, sua 
reprodução se dá por meio de fissão binária.
Procariotos e eucariotos são semelhantes quimicamente, pois os dois apresentem carboidratos, 
lipídeos proteínas e ácidos nucleicos. Utilizam, ainda, tipos semelhantes de reações químicas 
para formar proteínas, metabolizar o alimento e armazenar energia. 
Resumidamente, os procariotos e eucariotos se distinguem, principalmente pela ausência (nos 
procariotos) de organelas1 com membranas, estruturas encontradas, apenas, nos seres eucariotos.
As Bactérias: tipos e formas
Dentre o grupo das bactérias (procariotos), podemos encontrar diversos tipos e formas de 
organismos. Algumas, ainda, diferenciam-se por sua composição química, característica que 
pode ser observada através de reações de coloração, atividades bioquímicas que realizam, suas 
exigências nutricionais e de onde obtêm sua energia (fonte química ou física - luz solar). 
O conhecimento das bactérias, em nível molecular, expandiu-se a tal ponto que, agora, 
é possível classificar esses organismos, de acordo com o Bergey’s Manual of Systematic 
Bacteriology, baseando-se em um sistema filogenético2.
1 Estruturas celulares (especializadas) com funções específicas.
2 Filogenia ou filogênese é o estudo da relação evolutiva entre grupos de organismos (por exemplo, espécies, populações), que é descoberto 
por meio de sequenciamento de dados moleculares e matrizes de dados morfológicos. O termo filogenética deriva dos termos grego File e Filon, 
denotando “tribo” e “raça”, e o termo genético, denotando “em relação ao nascimento”, da gênese “origem /nascimento”. O resultado dos 
estudos filogenéticos é a história evolutiva dos grupos taxonômicos, ou seja, sua filogenia.
8
Unidade: As Bactérias - Aspectos gerais e importância
Em relação ao seu tamanho, o mesmo pode variar de 2 a 8 μm de comprimento e de 0,2 a 
2,0 μm de diâmetro.
Apresentam-se em algumas formas simples, como: cocos (“bolinhas” - que significa frutificação), 
bastão (ou bacilos), espiral e vibrião (Figura 1).
Figura 1 - As diversas formas das bactérias.
Cocos 
isolados
Estreptococos
Estafilococos
Bacilos
VibriãoEspirilo
Fonte: Magic Numbers (2014). Disponível em: magicnumbers-parussolo.blogspot.com.br
As bactérias do tipo cocos, são, na sua maioria, redondas (no formato de “bolinhas”), 
podendo se apresentar no formato oval, alongado ou achatado em uma das extremidades. 
Quando os cocos permanecem aos pares, após sua divisão (reprodução), são chamados de 
diplococos. Se muitos cocos ficam ligados uns aos outros, após a reprodução, formando uma 
“cadeia”; então, essa estrutura passa a ser chamada de estreptococos. 
As bactérias do tipo bacilo, ao se reproduzirem, “dividem”-se ao longo de seu eixo curto. Assim, 
é raro, encontrarmos agrupamentos de bacilos. Entretanto, quando se apresentam aos pares, são 
chamados de diplobacilos e, se, no agrupamento, tiveram muitos bacilos, passam a ser chamados 
de estreptobacilos (estrutura semelhante a um charuto). Ainda, os bacilos podem ser encontrados 
no formato ovalado, como os cocos; nesse caso, recebem a denominação de cocobacilos.
Quando no formato espiral, as bactérias apresentam, em seu “corpo” curvaturas. 
Vale destacar que as curvaturas chamadas de espirilos apresentam-se no formato helicoidal, 
como se fosse um saca-rolha. 
Dentro do grupo das bactérias espiraladas, além do espirilo (com estrutura mais rígida) 
encontram-se, também, as espiroquetas, bactérias com o “corpo” mais flexível.
Para se movimentarem, os espirilos utilizam uma flagela (tipo de “cauda”), as espiroquetas, 
por sua vez, não possuem flagelo e sim pequenos filamentos. 
Raramente, podemos, ainda, encontrar bactérias retangulares e planas, triangulares e no 
formato de estrela (gênero Stella; Figura 2).
9
Figura 2 - Outros formatos em que as bactérias podem se apresentar.
a) Bactéria em forma de estrela b) Bactéria retangulares0,5 μm 0,5 μm
Fonte: Adaptado de Tortora, Funke e Case (2002).
O formato que uma bactéria apresenta está condicionado à sua ancestralidade (Genética). Na 
sua grande maioria, as bactérias são monomórficas, ou seja, mantêm uma única forma, através 
das gerações e gerações. Porém, adversidades do meio podem contribuir alterando a sua forma. 
Por outro lado, algumas bactérias podem ter muitas formas, istoé, são geneticamente 
pleomórficas, como a Corynebacterium e o Rhizobium.
A figura 3 apresenta uma típica célula procariótica (bactéria) e suas estruturas.
Figura 3 - Exemplo de uma bactéria e suas estruturas.
Pilus
Cápsula
Cápsula
Citoplasma
Ribossomos
Parede celular
Parede celular Plasmídeo
FlagelosFímbrias
Inclusão
0,5 μm
Membrana plasmática
Membrana 
plasmática
Nucleoide 
contendo DNA
Fonte: Adaptado de Tortora, Funke e Case (2002).
Obs.: Algumas bactérias não possuem todas as estruturas evidenciadas na figura. Ressalta-se 
que as estruturas, destacadas na cor vermelha, são encontradas em todas as bactérias. 
10
Unidade: As Bactérias - Aspectos gerais e importância
Nutrição das Bactérias
Podemos encontrar bactérias autotróficas, ou seja, as que produzem seu próprio alimento 
(através da quimiossíntese ou da fotossíntese) e, bactérias heterotróficas, que obtêm seus 
nutrientes no meio externo, como as saprófitas (decompositoras - responsáveis pela reciclagem 
de produtos inorgânicos), ou que para se nutrir precisam parasitar outros seres vivos (o 
hospedeiro).
No processo de quimiossíntese, ao contrário da fotossíntese, ou seja, sem a utilização de 
energia luminosa, ocorre a síntese (produção) de matéria orgânica a partir de gás carbônico 
(CO2), água (H2O) e outras substâncias inorgânicas.
Assim, as bactérias quimiossintetizantes podem sobreviver em ambientes sem luminosidade 
e matéria orgânica, já que obtêm a sua energia através de oxidações inorgânicas. 
Duas etapas compõem o processo da quimiossíntese. Num primeiro momento (Etapa 1), 
ocorre a oxidação de substâncias inorgânicas:
Substância Inorgânica + Oxigênio  Substância Inorgânica oxidada + 
Energia Química
Os produtos, resultantes da Etapa 1, serão os constituintes da Etapa seguinte (a Etapa 2), 
onde será aproveitada a energia ministrada por determinadas reações químicas de oxirredução 
que ocorrem no meio.
Na Etapa 2, também conhecida como “fase escura” da fotossíntese, a redução do gás 
carbônico (CO2) levará à produção de substâncias orgânicas, através do processo de oxidação 
das substâncias inorgânicas.
Nessa Etapa, as bactérias obtêm energia suficiente para reduzir o CO2 e sintetizar substâncias 
orgânicas, que poderão ser utilizadas síntese (produção) de outros compostos ou em seu próprio 
metabolismo:
CO2 + água + Energia Química  Compostos Orgânicos + O2
Bactérias dos gêneros Thiobacillus e Beggiatoa realizam a quimiossíntese e, por oxidarem 
compostos de enxofre, podem ser chamadas, também, de sulfobactérias.
As bactérias dos gêneros Nitrobacter e Nitrosomonas, conhecidas como nitrobactérias, 
também são exemplos de seres quimiossintetizantes. Encontradas no solo, são responsáveis 
pela manutenção do ciclo do nitrogênio no ambiente.
 As Nitrosomonas obtêm sua energia por meio do processo de oxidação do íon amônio (NH4+), 
transformando-o em íon nitrito (NO-2). Já as Nitrobacter, por sua vez, oxidam o íon nitrito (NO-2), 
transformando-o em íon nitrato (NO-3). Esse último composto (o nitrato) será absorvido pelas 
plantas, através de suas raízes e utilizado no processo de síntese proteica (Figura 4).
11
Figura 4 - Esquema simplificado do ciclo do nitrogênio.
Nitrogênio na atmosfera
(N2)
Plantas
Decompositores
(fungos e bactérias
aeróbicas e anaeróbicas
Amônia (NH4
+) Nitritos (NO2
-)
Nitratos (NO3
-)
Fixação
Assimilação
Nitri�caçãoAmoni�cação
Bactérias
�xadoras de N2 nos
nódulos de raizes
de legumes
Bactérias
desnitri-
�cantes
Bactérias
nitri�cantes
Bactérias
nitri�cantes
Bactérias �xadoras
de N2 no solo
Fonte: Alunos online (2014). Disponível em: alunosonline.com.br
As Cianobactérias (bactérias fotossintéticas)
As cianobactérias, chamadas assim devido à sua pigmentação azul-esverdeada (ciano) 
característica, já foram denominadas algas azul-esverdeadas. Embora se pareçam com as algas 
eucarióticas e, muitas vezes, ocupem os mesmos nichos ambientais, esse nome é equivocado, 
pois são bactérias e as algas não são. 
Contudo, as cianobactérias realizam fotossíntese, assim como as plantas e as algas eucarióticas.
No processo de fotossíntese, a bactéria produz seu próprio alimento, constituído essencialmente 
por glicose, utilizando água (H2O), gás carbônico (CO2), captando a energia luminosa (sendo o sol 
a maior fonte) pela clorofila (espelhada no citoplasma) produzindo, também, o gás oxigênio (O2):
12 H2O + 6 CO2  C6H12O6 + 6 H2O+ 6 O2
12
Unidade: As Bactérias - Aspectos gerais e importância
Para essas bactérias, a glicose é o seu principal combustível para manter suas funções 
metabólicas, ou seja, para elas, sem a glicose (produzida) seria impossível manter constante e, 
em equilíbrio, suas funções vitais.
A vida para os seres aeróbios não seria possível se não fosse a contribuição dos seres 
fotossintetizantes - base da cadeia alimentar.
Muitas das cianobactérias são capazes, também, de fixar o gás nitrogênio (N2). Na maioria 
dos casos, essa atividade é localizada em células especializadas chamadas de heterocistos, que 
contêm enzimas que fixam o gás nitrogênio (N2) em amônia (NH4
+), que pode ser utilizada pela 
célula em crescimento (Figura 5a).
As cianobactérias são morfologicamente variadas. Elas vão, desde formas unicelulares que 
se dividem por fissão binária simples (Figura 5b), até formas coloniais que se dividem por fissão 
múltipla e formas filamentosas, as quais se reproduzem por fragmentação dos filamentos.
Outras formas dos microrganismos bactérias.
Figura 5.a - Cianobactérias filamentosas 
mostrando heterocistos, nos quais a atividade 
de fixação de nitrogênio é localizada
Figura 5.b - Uma cianobactéria unicelular não 
filamentosa, Gloeocapsa. Grupos dessas células, 
que se dividem por fissão binária, são mantidos 
unidos por um envoltório de glicocálise.
Heterocisto
Fonte: Adaptado de Tortora, Funke e Case (2002).
Algumas espécies, que se desenvolvem na água, geralmente, têm vacúolos gasosos que 
fornecem um meio de flutuação, ajudando a célula a se deslocar até um ambiente favorável. Outras 
cianobactérias, para se deslocarem por superfícies sólidas, realizam o processo de deslizamento.
Estudos mostram que as cianobactérias tiveram um papel importante no desenvolvimento da 
vida em nosso planeta, pois, no início do processo evolutivo, a atmosfera terrestre apresentava 
muito pouco oxigênio livre (O2) para dar suporte à vida de seres aeróbios. Nesse aspecto, achados 
fósseis indicam que, quando as cianobactérias apareceram, a atmosfera continha somente 0,1% 
de oxigênio livre (O2). 
Mais tarde, quando as plantas eucarióticas (produtoras de O2) apareceram, a concentração 
de O2 na atmosfera terrestre subiu para mais de 10% (a atmosfera atual contém cerca de 
20% de O2). Esse aumento, provavelmente, foi devido, também, em sua maioria, à atividade 
fotossintética das cianobactérias.
13
Algumas cianobactérias são extremamente importantes para o ambiente; especialmente, 
aquelas que fixam nitrogênio, disponibilizando esse nutriente para todos os organismos nos 
diversos níveis tróficos de uma cadeia alimentar. Entretanto, ressalta-se que esse processo pode 
se tornar prejudicial ao ambiente quando o enriquecimento nutricional dos corpos hídricos 
ocorrer em excesso; fenômeno esse chamado de eutrofização.
Reprodução das Bactérias
As bactérias, quando em um ambiente favorável, reproduzem-se rapidamente, podendo, a 
cada 20 minutos (tempo de geração), aparecer uma nova geração.
Se inoculadas (“semeadas”) em um meio líquido de crescimento (meio de cultura ou de 
“cultivo”) e a população for contada em intervalos regulares, é possível representar graficamente 
a curva de crescimento bacteriano, que mostra o crescimento das células em função do tempo. 
Há quatro fases básicas de crescimento: a fase lag,a fase log, a fase estacionária e a fase de 
morte celular (Figura 6).
Figura 6 - As fases do desenvolvimento bacteriano.
Fase lag
Lo
g 
do
 n
úm
er
o 
de
 b
ac
té
ria
s
1
2
0 10
3
4
Fase log
5
Tempo (h)
Fase
estacionária Fase de morte celular
Legenda: 1) Intensa atividade de preparação para o crescimento populacional, mas sem aumento da 
população (fase lag); 2) aumento logarítmico ou exponencial da população (fase log); 3) Período de 
equilíbrio (fase estacionária): as mortes microbianas são equilibradas pela produção de novas células; 
4) A população se reduz em uma taxa logarítmica (fase de morte celular).
Fonte: Adaptado de Bragante (2014). Disponível em: bragante.br.tripod.com
As causas da interrupção da fase log (crescimento exponencial) não são claras, porém aspectos 
como, esgotamento de nutrientes, acúmulo de resíduos e/ou mudanças no pH, contribuem.
14
Unidade: As Bactérias - Aspectos gerais e importância
Formas de Reprodução:
 · Reprodução Assexuada 
 · Bipartição ou cissiparidade
Para a maioria das bactérias, a reprodução ocorre assexuadamente, por bipartição ou 
cissiparidade. Nesse tipo de reprodução, o DNA bacteriano é duplicado, seguido de uma 
bipartição (divisão em duas células) (Figura 7).
Figura 7 - Reprodução de uma bactéria por bipartição.
A
B
C
D
E
Fonte: Adaptado de Sobiologia. Disponível em: sobiologia.com.br
Na bipartição, não existe a formação do fuso de divisão, assim não ocorre o processo de 
mitose. A participação de pregas internas da membrana plasmática, nas quais existem enzimas 
que realizam a respiração celular (processo que liberar energia para a bactéria), estruturas 
chamadas de mesossomos são de extrema importância no processo de separação dos 
cromossomos irmãos (Figura 8).
Figura 8 - A estrutura mesossomo numa célula bacteriana - destacado na parte superior.
Mesossomo
Nucleoide
Plasmidio
Ribossomos
Parede
celular
Pêlos
sexuais
Membrana
celular
Fonte: Adaptado de Sobiologia (2014). Disponível em: sobiologia.com.br
15
Brotamento
Ainda de maneira assexuada, algumas bactérias se reproduzem por brotamento. Nesse tipo 
de reprodução, a bactéria forma uma pequena região inicial de crescimento (o broto), que vai 
se alargando até atingir um tamanho similar ao da célula parental, e, então, separam-se dela. 
Algumas espécies simplesmente se fragmentam e os fragmentos iniciam o crescimento de 
novas células (Figura 9).
Figura 9 - Reprodução de uma bactéria por brotamento.
Fonte: Adaptado de Sobiologia (2014). Disponível em: sobiologia.com.br
Esporulação
O processo de esporulação se apresenta como uma estratégia reprodutiva (do tipo assexuada) 
e de sobrevivência para algumas espécies de bactérias.
Além disso, em ambientes adversos, com calor intenso e falta de água, esporos são produzidos. 
Estas estruturas são resistentes a essas condições, por apresentarem parede espessa e atividade 
metabólica bem reduzida (Figura 10).
Figura 10 - Reprodução de uma bactéria por esporulação.
Nucleoide
A
B
D
E
C
Endósporo em
formação
Endósporo
maduro
Parede bacteriana
vazia
Fonte: Sala de Estudos Ursa Maior (2014). Disponível em: saladeestudosursamaior.webnode.com.br
16
Unidade: As Bactérias - Aspectos gerais e importância
As características relacionadas à resistência, conferem a determinados esporos a capacidade 
de se manterem em estado de dormência por dezenas de anos. 
Assim, somente quando o ambiente passar a apresentar condições favoráveis, o esporo 
absorve água, reidratando-se. Então, originando, posteriormente, uma nova bactéria, que 
poderá se reproduzir por bipartição.
Considerando que os esporos são muito resistentes a temperaturas elevadas, quando expostos 
à água fervendo, geralmente, não morrem. Por esse fato, laboratórios precisam manter absoluta 
assepsia (limpeza). Por isso, utilizam o processo autoclavagem3 para esterilizar instrumentos, 
utensílios e meios de cultura.
Para se eliminar os esporos do Clostridium botulinum, bactéria causadora do botulismo 
(infecção que pode até matar), no processo de fabricação de alimentos envazados em latas, faz-
se necessária a esterilização tanto dos alimentos, quanto dos vasilhames.
Reprodução Sexuada
Quando no processo reprodutivo ocorrer a transferência de fragmentos de DNA de uma 
bactéria para outra, considera-se que a reprodução é do tipo sexuada.
Nesse processo, após essa transferência, o material genético (DNA) da “doadora” irá se 
recombinar com o DNA da bactéria “receptora”, originando cromossomos com novos genes. 
Quando a bactéria se reproduzir, esses novos cromossomos serão transmitidos às novas bactérias 
(células-filhas). 
Essa transferência de DNA entre as bactérias pode acontecer de três formas: transformação, 
transdução e conjugação. 
Transformação
Durante o processo de reprodução por transformação, a bactéria recebe fragmentos de DNA 
dispersos no meio (proveniente de bactérias mortas) e os incorpora ao seu cromossomo. 
Figura 11 - Etapas da reprodução de uma bactéria por transformação.
Célula bacteriana
Moléculas de DNA livres
Cromossomo
Fonte: Sala de Estudos Ursa Maior (2014). Disponível em: saladeestudosursamaior.webnode.com.br
3 Processo de tratamento térmico que consiste em manter o material a ser esterilizado (contaminado) a uma temperatura elevada (sob 
determinada pressão) através do contato com vapor de água, durante um período de tempo.
17
Com o intuito de se produzir organismos geneticamente modificados como, por exemplo, 
obter plantas mais produtivas e mais resistentes às pragas, a engenharia genética vem imitando 
e utilizando essa técnica de introdução de genes em diferentes espécies.
Transdução
A transdução vai ocorrer quando, com a participação de vírus do tipo bacteriófagos, partes 
do DNA são transferidas de uma bactéria para outra. 
O vírus4, ao infectar outra bactéria, injeta o DNA da bactéria anterior junto com o seu DNA. 
Se sobreviver à infecção viral, a bactéria poderá incluir os genes de outra bactéria no seu DNA 
(Figura 12).
Figura 12 - Etapas da reprodução de uma bactéria por transdução.
Vírus transdutor
DNA bacteriano
bactéria doadora
DNA da bactéria
doadora
DNA da bactéria
recebedora
célula transduzidabactéria recebedora
DNA do vírus
bacteriófago
DNA bacteriano +
DNA do vírus
Fonte: Sala de Estudos Ursa Maior (2014). Disponível em: saladeestudosursamaior.webnode.com.br
Conjugação
No processo reprodutivo por conjugação, fragmentos de DNA são passados diretamente de 
uma bactéria doadora, considerada como o “macho”, para uma bactéria receptora, considerada 
a “fêmea”. 
Para que a conjugação ocorra, tubos constituídos de proteínas, (chamados de pili) apresentados 
na superfície das bactérias doadoras (“macho”), são imprescindíveis.
Após a transferência do fragmento do DNA, este será recombinado com o DNA de bactéria 
receptora (a “fêmea”). No final, o novo DNA produzido será transmitido, na próxima bipartição, 
às novas bactérias (ou células-filhas) (Figura 13).
4 Estudaremos estes microrganismos na próxima unidade.
18
Unidade: As Bactérias - Aspectos gerais e importância
Figura 13 - Etapas da reprodução de uma bactéria por transdução.
DNA FemininoMasculino
Plasmídeo
Pelo sexual ou ponte
citoplasmática
Fonte: Adaptado de Sobiologia (2014). Disponível em: sobiologia.com.br
Importância ambiental das bactérias
Geralmente, associamos as bactérias às doenças que esses seres podem causar, como a 
pneumonia, meningite, e outras doenças. Ressalta-se que o grupo das bactérias patogênicas 
compõe, apenas, cerca de 1% destes organismos. Entretanto, por outro lado, a maioria 
desempenha funções imprescindíveis para a manutenção da vida no planeta. 
As bactérias pertencentes ao grupo dassaprofágicas, ao se alimentarem de matéria orgânica 
morta, devolvem à natureza compostos inorgânicos, que serão novamente incorporados na 
cadeia alimentar pelos seres produtores (as plantas).
Conforme já mencionado, outros grupos de bactérias, ainda, têm a habilidade de fixar 
nitrogênio (N2), fertilizando o solo.
As bactérias do gênero Acetobacter, através do processo de fermentação, produzem o álcool 
etílico (biocombustível) e o ácido lático, importantes produtos como fonte de energia e matéria-
prima em processos industriais. Ainda, outros grupos de bactérias fermentadoras, podem se 
desenvolver, de maneira harmoniosa, em nosso organismo, contribuindo para o controle de 
microrganismos patogênicos.
Nas industrias, as bactérias contribuem, também, para a fabricação de antibióticos e de outras 
substâncias, tais como a acetona. 
Nos processos de melhoramento genético de plantas, os genes bacterianos são um dos mais 
utilizados. Por exemplo, as bactérias do gênero Agrobacterium ajudam a transportar novos 
genes ao genoma da planta indivíduo a ser melhorada.
Em relação à contribuição desses microrganismos, na áreas de saneamento ambiental, 
destaca-se que eles auxiliam na eliminação de substâncias contaminantes, como o petróleo e 
seus derivados e, até mesmo, pesticidas. 
19
As unidades de tratamento de esgoto (as ETEs5) utilizam as bactérias do tipo anaeróbicas 
para a fermentação matéria orgânica, transformando-as em compostos minerais inertes que, 
após tratamento, podem ser utilizados como adubo.
Por outro lado, as bactérias aeróbicas, no processo de tratamento de esgotos (numa ETE), 
são responsáveis por degradar as partículas menores do esgoto, contribuindo para que a 
água residuária possa ser tratada e, posteriormente, devolvida aos mananciais ou mesmo ser 
reutilizada em outros processos.
5 Estação de Tratamento de Esgoto.
20
Unidade: As Bactérias - Aspectos gerais e importância
Material Complementar
 
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PELCZAR, J. M.; CHAN, E. C. S.; KRIEG, N. R. Microbiologia: conceitos e aplicações. v.1. São 
Paulo: Makron Books. 1997.
PELCZAR, J. M.; CHAN, E. C. S.; KRIEG, N. R. Microbiologia: conceitos e aplicações. v.2. (2.ed.). 
São Paulo: Makron Books. 1997.
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“Tudo sobre as bactérias”
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Unidade: As Bactérias - Aspectos gerais e importância
Anotações
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