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IED AULAS 9 e10

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INTRODUÇÃO DO ESTUDO DO DIREITO – Aulas 9 e 10
FONTES DE INTEGRAÇÃO DO DIREITO I E II
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Sociedade é um conjunto de seres que convivem de forma organizada.
 A palavra vem do Latim societas, que significa "associação amistosa com outros".
As sociedades humanas são objeto de estudo da Sociologia e da Antropologia.
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O conceito de sociedade pressupõe uma convivência e atividade conjunta do homem, ordenada ou organizada conscientemente. Constitui o objeto geral do estudo das antigas ciências do estado, chamadas hoje de ciências sociais. O conceito de sociedade se contrapõe ao de comunidade ao considerar as relações sociais como vínculos de interesses conscientes e estabelecidos, enquanto as relações comunitárias se consideram como articulações orgânicas de formação natural.
Uma sociedade humana é um coletivo de cidadãos de um país, sujeitos à mesma autoridade política, às mesmas leis e normas de conduta, organizados socialmente e governados por entidades que zelam pelo bem-estar desse grupo.
Os membros de uma sociedade podem ser de diferentes grupos étnicos. Também podem pertencer a diferentes níveis ou classes sociais. O que caracteriza a sociedade é a partilha de interesses entre os membros e as preocupação mútuas direcionadas a um objetivo comum.
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A sociedade humana tem uma estrutura sólida e simples, cujo controle se faz normativamente, essa estrutura mínima denomina-se instituições .
Instituições são conjuntos de procedimentos estabelecidos pelos costumes, pela razão e pelos sentimentos, que alicerçam e estruturam a sociedade. 
Há dois tipos: fundamentais e secundárias.
As fundamentais existem em todo grupo social. Ex.: governo, família, religião.
As secundárias são complementares das fundamentais. Ex.: constituição, divórcio. Eucaristia.
Dentre as instituições fundamentais 03 são tidas como fundamentais, que é a FAMÍLIA, A PROPRIEDADE E O ESTADO.
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1- FAMÍLIA - é a instituição básica pioneira e a mais antiga, se estabelece pelo casamento.
a) Escola clássica - diz que o casamento é uma relação contratual, isto é, um contrato de direito de família.
b) Escola supra-individualista - diz que o casamento é uma instituição social. O casamento é uma instituição fundamental com características próprias, ele nasce de um ato jurídico de ficção completa.
c) Escola eclética - casamento é um contrato e instituição. Contrato quanto à sua formação.
Instituição quanto ao conteúdo.
Temos dois tipos de família:
•Família de Direito- constituída pelo casamento regular e válido;
•Família de Fato- constituída pela união livre, sem casamento.
Quanto à quantidade de casamento, a família pode ser de 02 gêneros: •Família Monogâmica - é o casamento de um homem e uma mulher; •Família Poligâmica - um homem poderá simultaneamente casar com duas ou mais mulheres.
•Poligenia- é o casamento de um homem com duas ou mais mulheres. •Poliandria- é o casamento de uma mulher com dois ou mais homens.
FAMÍLIA - No Brasil a família instituída pelo casamento encontra proteção no art. 226 CF. 
BIGAMIA- ser casado e casar-se novamente
ADULTÉRIO- descumprimento do dever de fidelidade conjugal.
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DO CASAMENTO - Parte Especial - Arts. 1511 a 1688 do Código Civil brasileiro
Direitos e deveres dos cônjuges. Nos termos da CF os direitos e deveres dos cônjuges devem ser exercidos pelo homem e pela mulher, isto é, devem ser exercidos igualmente.
ESPÉCIES DE CASAMENTO:
1- CASAMENTO PUTATIVO - É nulo ou anulável do qual tenha resultado filho comum ou contraído de boa-fé pelo menos comum dos cônjuges. Produz os mesmos efeitos do casamento válido em relação aos filhos e ao contraente de boa-fé.
2- CASAMENTO NUNCUPATIVO “In extremis” - É o casamento realizado pelos próprios nubentes, na presença de 06 testemunhas, quando um dos contraentes estiver em eminente risco de vida, não havendo tempo suficiente para celebração e habilitação do registro civil.
3- CASAMENTO NULO – o artigo 1.578 que será nulo o casamento contraído pelo enfermo mental sem necessário discernimento para os atos da vida civil (inciso I) e o casamento que apresentar alguma infringência de impedimento matrimonial.
- CASAMENTO ANULÁVEL O Código Civil inovou ao separar os casos de nulidade dos casos de anulabilidade do casamento, estes agora previstos pelos incisos do artigo 1.550 Código Civil.
Assim, de acordo com o mencionado artigo 1.550, constituem as causas que possibilitarão a anulação do casamento: exemplo:  Quando um dos nubentes não completou a idade mínima para se casar e do menor em idade núbil quando não possui autorização de seu representante legal (incisos I e II, art. 1.550, CC).
Inicialmente é importante frisar que o novo código, em seu artigo 1.517, baixou a idade mínima para se casar para 16 (dezesseis) anos, tanto para homem quanto para mulher.
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2- PROPRIEDADE - É a segunda instituição fundamental é o mundo de produções de bens. 
No sistema legal de propriedade está a espinha dorsal dos sistemas sociais e dos regimes políticos e o art. 524 CC diz que o proprietário pode gozar de seus bens, como reaver de quem os possui. 
O CC não conceitua o que seja propriedade, limita apenas a enunciar o poder de propriedade.
É o direito de usar, gozar e dispor da coisa e reivindicá-la de quem injustamente à detém. Há dois tipos:
• Plena - é quando todos os direitos elementares se acham reunidos na mão do proprietário - RGI
• Limitada - quando um desses elementos é entregue a outro titular. (exemplos: hipoteca, servidão e usufruto)
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3- ESTADO - O estado configura-se como sendo um organismo complexo, centralizado, com território próprio, constituindo-se em uma nação política e juridicamente organizada, dotada de soberania, respeitada e reconhecida pelas demais nações. 
O estado se constitui de 03 elementos distintos : Povo, Território e Governo.
POVO - conjunto de pessoas que pertencem ao estado pela cidadania.
POPULAÇÃO - exprime o conceito aritmético de caráter quantitativo, independe de qualquer relação política ou jurídica.
GOVERNO - vínculo jurídico do cidadão é a sua sujeição a um poder, dotado de autoridade legalmente constituída para fins de administração e condução de seus propósitos em desenvolvimento.
TERRITÓRIO - é a delimitação até a qual poderá ser exercida a soberania, sem gerar conflitos.
A finalidade do Estado de Direito é manter pacífica a convivência social, através de "regras de conduta" capazes e eficazes de sustentar e manter a solidez social. 
Estado Democrático de Direito - nos referindo a um Estado de participação ampla, a ponto de fornecer ao indivíduo mecanismos de defesa, de preservação de direitos, de respeito às garantias e liberdades, passíveis de serem invocados até mesmo contra o próprio Estado. E, de tal forma, a sociedade é, pois, um sistema único que integraliza as relações humanas, dirigido à satisfação de suas necessidades.
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 FONTES DO DIREITO – fonte = nascedouro = ponto de origem, formas pelas quais o Direito se manifesta, têm por objetivo estabelecer como o Direito se expressa. Pode significar o ente que produz a norma;
As fontes do Direito são classificadas em:
Históricas: é o contexto social. São as fontes que buscam conhecer o que foi produzido pela sociedade e as suas interferências. Nos faz entender o passado para entender melhor o presente. 
Materiais: provenientes dos fatos sociais e em essência é Direito.
Formais: forma de exteriorização do Direito. Produção de normas jurídicas, a lei em si é a forma que o direito se exterioriza e é palpável.
A lei pode ser fonte Material e Formal? Sim, pois uma lei pode servir de base para a solicitação de um Direito específico, além de poder servir como base para outra lei. Na sua aplicabilidade ela pode ter as duas formas.
São fontes formais do Direito a Lei, os Costumes e as Jurisprudências.
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Fontes Materiais: (de produção ou substanciais) - substância, essência. 
Fatos sociais: Moral, economia, geografia, dentre outras, as próprias forças sociais
criadoras do Direito. Paulo Dourado de Gusmão considera aqueles fatos e fenômenos sociais (econômicos, sociais, morais, políticos, etc.) que farão surgir novos valores a serem tutelados pelo Direito. 
Divide-se em: 
Fontes materiais diretas ou imediatas - O Poder Legislativo- quando elabora e faz entrar em vigor as leis; - O Poder Executivo – quando excepcionalmente elabora Leis; - O Poder Judiciário – quando elabora jurisprudência ou quando excepcionalmente legisla; - Os Doutrinadores – quando desenvolve trabalhos, elaboram doutrinas utilizadas pelo aplicador da lei; - A Própria sociedade- quando consagra determinados costumes. 
b) Fontes materiais indiretas ou mediatas: São fatos ou fenômenos sociais que ocorrem em determinada sociedade trazendo como conseqüência o nascimento de novos valores que serão protegidos pela Norma Jurídica. 
formas de expressão do Direito. As maneiras pelas quais ele se faz conhecer. Dividem-se em: 
Diretas ou imediatas- (Lei e costumes), Súmulas Vinculantes – EC 45)
Indiretas ou mediatas (Doutrina, Jurisprudência, princípios gerais de direito, analogia e equidade) – formas de integração 
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LEI - Sentidos da lei.
Sentido Amplíssimo: toda regra jurídica, escrita ou não, envolve costumes e todas as normas formalmente produzidas pelo Estado.
Sentido Amplo: Somente a regra jurídica escrita, excluindo-se o costume.
Sentido Estrito: Aquelas emanadas de toda uma técnica jurídica, advindas do Poder Legislativo.
Lei em Sentido Formal: Aquela que atendeu aos requisitos formais para sua elaboração e aprovação. São as formas de exteriorização do direito. Ex: leis e costumes
Lei em Sentido Formal-Material: Aquela que além de atender os requisitos formais, atendeu também aos materiais. São fatores que ocasionam o surgimento de normas envolvendo fatos e valores. São analisados fatores sociais, psicológicos, econômicos, históricos, etc. fatores reais que irão influenciar na criação da norma jurídica;
Componentes da Lei:
Generalidade: a lei é válida para todas as pessoas.
Imperatividade: a forma de imposição da lei, ela não é sugerida a ser seguida e sim é imposta a ser seguida.
Coercibilidade: medias de coação para a prática da lei. Quem não obedece as leis está sujeito a penas.
Bilateralidade: sempre vai estar em litigio pelo menos duas partes.
Abstratividade: a lei não pode ser especifica para apenas um caso e sim tem que estar de forma abstrata para que seja assim aplicada de maneira uniforme em todos os casos semelhantes.
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JURISPRUDÊNCIA 
Sentido Amplíssimo: Significa a própria ciência do direito, a própria teoria de ordem jurídica. Ciência do Direito ou Dogmática Jurídica.
Sentido Amplo: São decisões reiteradas sendo elas uniformes ou divergentes; coletâneas uniformes ou não das decisões de juízes e/ou tribunais sobre determinada matéria jurídica.
Sentido Estrito: Reiteradas decisões uniformes, coletâneas de decisões uniformes de juízes e/ou tribunais.
SENTENÇA X JURISPRUDÊNCIA - Sentença é um ato de entendimento individual do Juiz.
A jurisprudência é uma coletânea de decisões de juízes e/ou tribunais.
Obs: Acordão é a decisão do Tribunal.
COSTUME E JURISPRUDÊNCIA - A grande semelhança entre o costume e a jurisprudência é a reiteração, a prática contínua.
A grande diferença é que o costume nasce na sociedade, enquanto a jurisprudência provém do entendimento de vários Juízes e/ou Tribunais. Sendo o costume de caráter espontâneo e a jurisprudência um caso pensado e estudado previamente.
A jurisprudência pode ser aplicada tanto na FALTA DE UMA LEI OU SUA OMISSÃO, quanto para observar a ‘MANEIRA DE SER INTERPRETADA UMA LEI’.
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COSTUMES: São procedimentos constantes e uniformes adotados por um grupo social e tidos por este mesmo grupo como obrigatórios. É a prática reiterada e constante de determinados atos que acaba por gerar a mentalização de que tais atos sejam essenciais para o bem da coletividade. 
Possui 02 fontes: o chamado COMMON LAW e o STATUTE LAW.
COMMON LAW - direito costumeiro - é uma coletânea das decisões judiciais. 
STATUTE LAW - direito legislado.
Hermes Lima - os costumes apresentam 02 elementos constitutivos
A) O externo é o objetivo, de natureza material, é o uso constante e prolongado. 
B) O interno é de natureza psicológica ou subjetiva, que é o reconhecimento geral de sua obrigatoriedade.
DIREITO CONSUETUDINÁRIO OU COSTUMEIRO
É o decorrente da observação e respeito às normas jurídicas não escritas, isto é, normas resultantes de práticas sociais reiteradas, constantes e tidas como obrigatórias.
 Admitem 03 espécies:
1. CONTRA LEGEM - por opor-se à lei não têm admissibilidade em nosso direito .
2. SECUNDUM LEGEM - por estar de acordo coma lei serve de interpretação, é o costume que esclarece a lei por estar em perfeita sintonia com ela .
3. PRAETER LEGEM - é utilizável quando a lei for omissa para preencher a lacuna existente.
Este último é o costume considerado como subsidiários do direito .
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SÚMULA - É a decisão de um Tribunal Superior, que mostra qual o entendimento que deverá ser aplicado quando existem varias jurisprudências divergentes.
A súmula vinculante é quando a súmula é aprovada por dois terços do Supremo Tribunal Federal e tem um caráter obrigatório.
A súmula pode se tornar lei independente de se tornar uma súmula vinculante.
ANALOGIA
É termo de semelhança entre coisas diferentes. É similitude e não igualdade. 
Analogia implica em existir uma semelhança entre uma hipótese tomada como padrão e a hipótese a ser resolvida.
A analogia também admite 02 espécies:
• LEGIS - é aquela resultante de uma lei aplicada a uma hipótese semelhante em um caso em que não exponha direção específica, em outro caso usa-se a lei.
• JURIS - é a resultante da aplicação de princípios jurídicos em um caso similar, isto é, utiliza-se os PGD.
AS FONTES DO DIREITO PODEM SER CLASSIFICADAS EM:
- Heterônomas são as impostas por agentes externos. Ex: Constituição, leis, decretos, sentença normativa;
- Autônomas são elaboradas pelos próprios interessados. Ex: costumes, convenção e acordo coletivo, contrato;
- Fontes estatais, em que o estado estabelece a norma. Ex: Constituição, leis, sentenças normativas
- Fontes extra-estatais são oriundas das próprias partes, como regulamento de empresa, o costume, a convenção e o acordo coletivo;
- Quanto à vontade das pessoas, as fontes podem ser voluntárias e 
interpretativas;
- Voluntárias: depende da vontade dos interessados como o contrato, a convenção e o acordo coletivo;
- Imperativas: são as impostas coercitivamente às pessoas pelo Estado;
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CONSTITUIÇÃO
- As normas jurídicas têm hierarquias diversas, porém iniciam-se na Constituição;
- A Constituição é como se fosse o esqueleto ou um tronco de uma árvore.
LEI
- Na Declaração dos Direitos Universais do Homem, de 1791, “lei é a expressão da vontade geral”;
- Portalis afirmava que “lei é o Direito reduzido a regras positivas e preceitos particulares;
- A lei é estabelecida genericamente para regular conduta. Obriga igualmente a todos;
- A lei é geral: disciplinando o comportamento de várias pessoas;
- A lei é abstrata: determina uma categoria de ações e não de uma ação singular;
- Lei no sentido formal é a norma emanada pelo Estado, e tem caráter imperativo;
- A lei em sentido material é a disposição imperativa, que tem caráter geral, contendo regra do direito objetivo;
- Classificação:
- Quanto à natureza, as leis podem ser classificadas em materiais e instrumentais ou processuais;
- As materiais regulam os direitos das pessoas, como o direito do casamento, à filiação, o direito de trabalho, etc
- As instrumentais ou processuais são os meios que a pessoa tem de fazer valer o seu direito material, que são os Códigos de Processo Civil, Código de Processo Penal e outras normas;
- Quanto aos órgãos em relação aos quais são provenientes as leis, elas podem ser federais, estaduais e municipais;
- As federais são oriundas do Congresso Nacional, as
estaduais, das assembléias legislativas e as municipais das Câmaras Municipais.
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Processo de elaboração legislativa:
1 - proposta ou iniciativa- apresentação do projeto de lei – artigo 60, 61 e § 2° CF.
2 - Votação inicial na Câmara- ato coletivo das casas do Congresso. (arts. 64 da CF) que se toma por maioria dos votos: a) maioria simples (art. 47) para aprovação de lei ordinária - presentes; b) maioria absoluta dos membros das Câmaras, para aprovação de lei complementar (art. 69) – total; c) maioria de três quintos dos membros das Casas do Congresso, para aprovação de emendas Constitucionais (art.60, § 2º); 
3 - Revisão por outra casa – art. 65 CF
4 - Sanção e Veto – art. 66 da CF. Competência exclusiva do Presidente da República. Somente recai sobre projeto de lei. Somente são cabíveis em projetos que dispunham sobre matérias elencadas no artigo 48 da CF. 
5 - Sanção – concordância, adesão do chefe do executivo ao projeto de lei aprovado pelo Legislativo. Pode ser expressa (art. 66) ou tácita (art. 66, § 3° - 15 dias). O projeto não pode ser mais modificado, já é possível falar-se em lei e não mais projeto de lei. Veto – discordância com o projeto aprovado pelo Legislativo por entendê-lo inconstitucional ou contrário a lei. Pode ser total ou parcial (at. 66, § 2º). Só pode ser expresso.
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Caso o veto seja rejeitado por votação da maioria absoluta dos Deputados e Senadores, o projeto se transforma em lei sem sanção, que deverá ser promulgada. Não se alcançando a maioria mencionada, o veto ficará mantido, arquivando-se o projeto (art. 66, § 4º.)
6) Emendas – podem ser oferecidas por qualquer dos membros da casa em que está tramitando o projeto de lei. Retornando o projeto à casa em que se iniciou sua votação. Sugestões de modificações do projeto de lei.
7) Promulgação – é declaração solene que o projeto foi convertido em lei. É feita em seguida à sanção. Prazo de 48 hs (art. 66, 5º e 7º da CF). O Presidente da República atesta a sua existência e ordena a sua aplicação e cumprimento.
8) Publicação – Constitui instrumento pelo qual se transmite a promulgação aos destinatários da lei. É a condição para que a lei entre em vigor, tornando-se eficaz, do conhecimento de todos. 
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APRESENTAÇÃO FORMAL DO ATO LEGISLATIVO
PREÂMBULO : antes da essência da lei – proteção dos valores sociais, composto de quatro itens: 
1- Epígrafe : identifica a dimensão temporal e a hierarquia, ex: CC/16 – Lei n° 3701 de 1 de janeiro de 1916 (epígrafe); 
2- Rubrica ou Ementa : Resumo da lei, assunto a ser protegido naquele texto legal.
CORPO OU TEXTO (conteúdo) – recado que o legislador vai dar para o judiciário julgar.
ENCERRAMENTO: Cláusula, Vigência e Revogação. Fecho = data. Assinatura = presidente
Apresentação material dos atos legislativos – lei complementar nº 95/98 
1 - Artigo - significa parte ou trecho. É a unidade básica para a apresentação, divisão ou agrupamento de assuntos, enunciados gerais que determinam a matéria. (abreviatura Art.)
Obs 1: quando o artigo é dividido em parágrafos ou itens, a parte que antecede o desdobramento denomina-se caput.
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2 - Parágrafo - significa escrever ao lado. 
Detalhar o artigo, estabelecer exceções as regras estabelecidas no artigo. (§ - seguido de numeração ordinal até o nono e cardinal a partir deste. Quando existir apenas um, usar a expressão Parágrafo Único por extenso)
3 - Inciso - São desdobramento dos parágrafos ou do caput do artigo. Representados por algarismos romanos.
4- Alínea – Desdobram os incisos, representada por letra minúscula
5- Item – Desdobram as alíneas, representados por algarismos arábicos. Agrupamentos de Artigos: artigos – seção – capítulo – título – livro – parte - código
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HIERARQUIA 
- A Constituição é hierarquicamente superior as demais normas, pois o processo de validade destas é regulado pela primeira.
- Entende-se por fonte do Direito o veio de onde o direito surge;
Existem controvérsias sobre as várias fontes do direito;
- O Código Civil dá como fonte do direito a lei, os costumes, a analogia e os princípios gerais do direito;
Outros apresentam fontes diretas ou imediatas do direito a lei e os costumes, e como fontes indiretas ou mediatas a doutrina e a jurisprudência;
Uma terceira classificação: 
fontes diretas ou imediatas têm-se as leis e os costumes; 
fontes indiretas ou mediatas, a doutrina e a jurisprudência; e como fontes de explicitação ou integração, a analogia e os princípios gerais do direito 
 
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FONTES INDIRETAS
A doutrina: opinião dos jurisconsultos em teses, tratados e monografias;
A jurisprudência sendo o conjunto de decisões dos tribunais manifestas num mesmo sentido, torna-se uma fonte indireta do direito;
FONTES INTEGRAÇÃO
- A Analogia é uma fonte pois se adapta a uma situação jurídica a outras semelhanças (nivelamento);
Não se pode fazer estudo completo sobre determinados institutos de direito sem o recurso a analogia, como é o caso do habeas corpus, cujas origens remontam ao direito anglo-saxão;
Analogia: É a utilização de certo dispositivo legal adequado para certa situação, para regular outra semelhante. Implica, numa semelhança entre a hipótese tomada como padrão existente na lei e aquela a ser resolvida, sem norma disciplinadora a respeito.
- Princípios gerais do direito: são as exigências do ideal de justiça a ser concretizada na aplicação do direito (equidade, ética, moral, solidariedade humana, dignidade a pessoa);
- Princípios gerais do direito: atributos que sirvam de índole à consciência coletiva da sociedade em que vigore o ordenamento jurídico.
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Jurisprudência.
Em sentido amplo  é a coletânea de decisões proferidas pelos juízes ou tribunais sobre uma determinada matéria jurídica. Inclui jurisprudência uniforme (decisões convergentes) e jurisprudência contraditória (decisões divergentes).
Em sentido estrito é o Conjunto de decisões uniformes prolatadas pelos órgãos do Poder Judiciário sobre uma determinada questão jurídica.
Na prática tem afinidade com o CASE LAW e o que se deseja da jurisprudência é estabelecer a uniformidade e a constância das decisões para os casos idênticos, é em outras palavras a criação da figura do precedente judicial. O CASE LAW tem força obrigatória. Se classificam em:
secundum legem (de acordo com a lei)
Jurisprudência praeter legem (além da lei)
contra legem (contra a lei)
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A jurisprudência cria Direito?
Quanto ao Direito anglo-saxão não há a menor dúvida. Nos ordenamentos filiados à tradição romano-germânica há quem reconheça o seu papel formador do Direito e quem o rejeite.
Os que admitem alegam que as transformações sociais exigem um pronunciamento judicial sobre assuntos que eventualmente não se encontram na lei. O juiz, impossibilitado de alegar a lacuna da lei para furtar-se à decisão, constrói através de uma interpretação ora extensiva, ora restritiva, regras para os casos concretos que lhe são propostos. Em inúmeros casos os tribunais acabaram criando um Direito novo, embora aparentemente tenham se limitado a aplicar as leis existentes.
Art 8o. CLT
As autoridades administrativas e a justiça do trabalho, na falta de disposições legais ou contratuais, decidirão, conforme o caso, pela jurisprudência, por analogia.
Os que negam sustentam que o juiz é um mero intérprete da lei. Em verdade, ao dar certa conotação a um artigo de lei interpretando-o restritiva ou extensivamente, está apenas aplicando o Direito positivado.
Exemplos de jurisprudência transformada em lei:
Pensão alimentícia, que era devida apenas após o trânsito em julgado e hoje em dia é devida desde a citação (alimentos provisórios)
2. Os direitos da concubina, já reconhecidos pela jurisprudência com base na sociedade de fato, agora estão contemplados em lei.
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A Jurisprudência Vincula ?
Nos Estados de Direito codificado, a jurisprudência apenas orienta e informa, possuindo autoridade científica sem, no entanto, vincular os tribunais ou juizes de instância
inferior.
Súmula Vinculante
Uma das novidades introduzidas pela EC n.º 45/04 que mais polarizam as atenções dos meios jurídicos é, indubitavelmente, a chamada súmula "vinculante" ? talvez o mais correto fosse referirmo-nos, em bom português, a súmula vinculadora.
Segundo esse novo instituto, o "Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei" (CF, art. 103-A, instituído pela EC 45/04).
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O objetivo declarado da norma é o de evitar a divergência de entendimentos entre órgãos judiciários ou entre estes e a Administração Pública, sempre que estiver em causa matéria de índole constitucional já decidida e cristalizada em súmula do Supremo Tribunal. A súmula visa à uniformização de entendimentos, como, aliás, já era conhecida do direito processual brasileiro positivo (CPC, arts. 476-479). A novidade reside no qualificativo "vinculante" que se lhe atribuiu. Pelo novo instituto, a decisão do Supremo obrigatoriamente deve ser obedecida pelos tribunais e juízes, assim como pelos agentes do Poder Executivo, em caráter cogente.
Jurisprudência x Precedentes judiciais
Reserva-se o termo jurisprudência para as decisões dos tribunais e "precedentes" para as decisões de juízes de primeiro grau.
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Doutrina
A doutrina é uma das fontes subsidiárias do direito é uma forma expositiva e esclarecedora do direito feita pelo jurista a quem cabe o estudo aprofundado da ciência.
São os estudos e teorias desenvolvidos pelos juristas, com o objetivo de sistematizar e interpretar as normas vigentes e de conceber novos institutos jurídicos reclamados pelo momento histórico.
Na realidade a doutrina é o direito resultante de estudos voltados à sistematização. Esclarecimento, adequação e inovação.
Doutrina são estudos e teorias, desenvolvidos pelos juristas, com o objetivo de sistematizar e interpretar as normas vigentes e de conceber novos institutos jurídicos reclamados pelo momento histórico
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Equidade
Equidade é o princípio pelo qual o direito se adapta á realidade da vida sócio-jurídica, conformando-se com a ética e a boa-razão, salvando as lacunas do Direito para melhorá-lo e enobrecê-lo, tal como demonstram os pretores da Roma antiga.
O conceito de equidade como critério interpretativo, permite adequar a norma ao caso concreto e chegar à solução justa.Diz-se, por isso, ser a equidade a justiça do caso concreto. E a decisão será equitativa quando levar em conta as especiais circunstâncias do caso decidido e a situação pessoal dos respectivos interessados.
Direito Comparado
É estudo comparado com o Direito de outros países.
Ao confrontar ordenamentos jurídicos vigentes em diversos povos, o Direito Comparado "aponta-lhes as semelhanças e as diferenças, procurando elaborar sínteses conceituais e preparar o caminho para unificação de certos setores do Direito" (Wilson de Souza Campos Batalha)
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CASO CONCRETO: AULA 9
Aconteceu nas férias - Finalmente de férias. Ana Maria colocou o biquíni de bolinha amarelinha e seguiu  Marcelo direto para a praia. E qual não foi sua surpresa ao descobrir que no final da praia num canto aprazível, cercado de palmeiras e jangadas que saiam e chegavam cheinhas de peixes, havia uma praia de naturismo. Isso mesmo. Tudo mundo nu em pêlo. Ana Maria desviou o olhar, meio sem graça. Mas, não pode evitar o constrangimento quando Marcelo  gritou  para que tirasse o biquíni e o acompanhasse até o local onde todos se divertiam a valer completamente pelados, pois era costume.
Imediatamente Ana Maria lembrou-se do disposto no art. 233 do Código Penal:
Art. 233 - Praticar ato obsceno em lugar público, ou aberto ou exposto ao público:
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
E agora, o que fazer? Ana Maria esta diante de uma grande dúvida. Várias questões surgiram em sua mente.
São elas:
a) A prática de naturismo pode ser entendida como costume jurídico?
b) Em que espécie de costume se enquadra o naturismo?
c) O artigo 233 do Código Penal foi revogado pelo costume? E por alguma decisão do STJ?
d) Pode o costume revogar a lei?
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CASO CONCRETO: AULA 9 - GABARITO
a) A prática de naturismo pode ser entendida como costume jurídico?
Resposta: O naturismo não pode ser entendido como costume, por não reunir os dois elementos essenciais, quais sejam: objetivo - prática reiterada da conduta e subjetivo - convicção da obrigatoriedade. Assim, o naturismo pode até ser entendido como um costume social dependendo da moral social, mas não jurídico.
b) Em que espécie de costume se enquadra o naturismo?
Resposta: Costume contra legem, uma vez que sua prática viola preceito do artigo 233 do Código Penal. Sua admissibilidade dá-se em razão do reconhecimento de pessoas com estilos de vida diferentes, que também precisam ser tutelados, desde que tais comportamentos não violem a ordem pública, daí a delimitação de um espaço para que tal prática seja realizada.
c) O artigo 233 do Código Penal foi revogado pelo costume? E por alguma decisão do STJ?
Resposta: Não. Os costumes contra legem não podem revogar lei. Uma lei somente pode ser revogada por outra lei, conforme preceitua o artigo 2° da LICC. Pela decisão do STJ também não, pois decisão judicial não revoga lei, somente as declaratórias de inconstitucionalidade.
d) Pode o costume revogar a lei?
Resposta: Levando em consideração o fato do nosso direito apresentar uma origem romano-germânica, caracterizando o sistema legalista, temos que nosso o primado é da lei. Neste sentido a LICC, no seu art. 2º, estabelece que uma lei só pode ser revogada por outra.
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QUESTÃO OBJETIVA:
1. A respeito do processo legislativo na Constituição Federal de 1988, analise as afirmativas a seguir: 
I. O Presidente vetará projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional, se considerá-lo, no todo ou em parte, inconstitucional ou contrário ao interesse público. O veto parcial somente abrangerá texto integral de artigo, de parágrafo, de inciso ou de alínea. 
II. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei. As medidas provisórias vigoram imediatamente, mas perderão sua eficácia desde sua edição, se não forem convertidas em lei pelo Congresso Nacional, no prazo previsto na Constituição. 
III. O processo legislativo compreende a elaboração de emendas à Constituição, leis complementares, leis ordinárias, leis delegadas, medidas provisórias, decretos legislativos e resoluções.
Assinale: 
(a) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.
(b) se apenas a afirmativa I estiver correta.
(c) se apenas a afirmativa III estiver correta.
(d) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.
(e) se todas as afirmativas estiverem corretas.
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2    I- No plano jurídico, fontes do Direito expressam a origem das normas jurídicas, podendo-se classificar as fontes em dois grandes blocos, designados de fontes materiais e fontes formais.
II - As fontes materiais enfocam o momento pré jurídico, constituindo-se nos fatores que conduzem à emergência e construção da regra de Direito.
III - As fontes formais enfocam o momento tipicamente jurídico, considerando a regra já plenamente construída, os mecanismos exteriores e estilizados pelos quais essas regras se revelam para o mundo exterior, ou seja, os meios pelos quais se estabelece a norma jurídica.
IV - Os costumes são fontes do direito.
Assinale: 
(a) todas as proposições estão corretas
(b) apenas quatro proposições estão corretas
(c) apenas três proposições estão corretas
(d) apenas duas proposições estão corretas.
(e) apensas uma proposição está correta.
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CASO CONCRETO
AULA 10
Cena comum no dia a dia estressado de qualquer grande cidade brasileira: 
João Honorato de Souza, profissão motoboy, ia conduzindo sua moto entre os carros na Avenida Litorânea quando de repente é abalroado por uma van de transporte de pequenas cargas, da empresa Transportes Leves Ltda. No acidente feriram-se João Honorato e o ajudante do motorista da van.
Qual não foi a surpresa de João Honorato ao receber, uma semana depois, uma citação para defender-se de uma ação de responsabilidade civil que o ajudante de motorista  da van havia interposto junto à Vara Civil da Comarca locaL, alegando que o motorista da van estava fugindo de um assalto. 
Em sua defesa, João Honorato alegou que fora culpa exclusiva do motorista da van, que invadiu a contramão de direção.
 
Indo a julgamento, a sentença julgou improcedente o pedido, com base na Súmula n° do Supremo Tribunal Federal, que diz: "A responsabilidade contratual do transportador, pelo acidente com passageiro,  não elidida por culpa de terceiro, contra o qual tem ação regressiva". Argumentou ainda que esta súmula foi transformada em texto legal no artigo 735 o novo Código Civil.
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Após a leitura da sentença, um dos clientes faz as seguintes perguntas a você que assistira ao julgamento e que é aluno do Curso de Direito De uma faculdade do Grupo Estácio de Sá:
a) O que vem a ser uma Súmula?
Resposta: Súmulas são enunciados normativos que resumem as teses consagradas em reiteradas decisões dos tribunais superiores - STF e STJ. (Miguel Reale, p. 175).
b) A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, citada na sentença, pode ser considerada fonte formal do direito? Como assim?
A jurisprudência é o conjunto de normas emanadas dos juízes em sua atividade jurisdicional. Há divergência quanto a incluir a jurisprudência como fonte formal do direito. Todavia, a maioria da doutrina considera a jurisprudência como fonte formal do direito já que ela é o processo ou atividade jurisdicional do Estado no exercício de aplicar o direito. Desta forma, pode-se entender a jurisprudência do STF como fonte formal do Direito.
c) Em que medida se pode dizer que a jurisprudência passa a ser fonte do direito no momento em que o juiz a levou em conta para decidir a questão? 
A jurisprudência tem a função de orientar, informar, possuindo autoridade científica; os juízes de instâncias inferiores não têm o dever de acompanhar a interpretação hermenêutica dos tribunais superiores, tendo em vista o caráter legislativo de nosso sistema jurídico, que o direito é o que os tribunais dizem ser em seus pronunciamentos, é inegável o papel relevantíssimo exercido pela jurisprudência reiterada em determinado sentido na configuração do material jurídico positivo e consubstanciado nas decisões judiciais. 
súmula é, no contexto jurídico, uma interpretação jurisprudencial sem efeito de vínculo, visando a auxiliar outros tribunais na interpretação de casos semelhantes aos que ela aborda.
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QUESTÃO OBJETIVA 
Leia as afirmações abaixo:
I - Por analogia estende-se a um caso não previsto aquilo que o legislador previu para um caso semelhante, em igualdade de razões, preenchendo uma lacuna na lei.
II - Na interpretação extensiva supõe-se que a norma existe, sendo passível de aplicação ao caso concreto, desde que sua abrangência seja estendida além do que usualmente se faz. 
III - Quando se afirma a existência de uma lacuna legal e se nega a aplicação de norma por analogia ao caso concreto, o operador jurídico ainda pode utilizar os princípios gerais de direito para a solução do conflito.
a) todas as proposições estão corretas
b) somente as proposições  I e II estão corretas
c) somente as proposições II  e III estão corretas
d) somente a proposição I está correta.
e) somente a proposição II está correta.
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2- Correlacione as fontes do Direito abaixo apontadas e as afirmativas a elas referentes:
I - Doutrina  II - Jurisprudência  III – Costume IV - Lei
X - Influencia fortemente o Direito por traduzir reiteração de decisões contenciosas.
Y - Tem tido utilização crescente nos demais ramos do direito, sendo importante para o Direito em razão da deficiência da legislação.
Z - Distingue as regras que convêm a cada um dos sub-ramos do saber jurídico e influi tanto na elaboração da Lei quanto nas decisões contenciosas ou não contenciosas.
A relação correta é:
a) I - X; II - Z; III - Y
b) I - Y; II - X; IV - Z
c) I - Y; III - Z; IV - X
d) I - Z; II - X; III - Y
e) II - Z; III - Y; IV - X

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