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Habeas Corpus Prática V - Caso concreto

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
MATILDE XXX, nacionalidade xxx, estado civil xxx, desempregada, portadora do RG nº xxx, inscrita no CPF sob nº xxx, residente e domiciliada à rua xxx, nº xxx, bairro xxx, cidade xxx, estado xxx, CEP: xxx, vem, por intermédio de seu impetrante e advogado, com procuração anexa e endereço profissional à rua xxx, nº xxx, bairro xxx, cidade xxx, estado xxx, CEP: xxx, onde serão encaminhadas as intimações do feito, perante Vossa Excelência, impetrar
HABEAS CORPUS PREVENTIVO
em face do juiz da 10ª Vara de Família da comarca da capital, pelas razões expostas a seguir.
FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA
DA ILEGALIDADE FRENTE AO ART. 911 DO CPC/15 E DA SÚMULA 309 STJ
Em consonância com a Lei 13105/15 e embasado na súmula 309 do STJ, a execução por falta de pagamento de pensão alimentícia deve ser relativa aos últimos 3 (três) meses inadimplidos.
Ocorre que, no caso, há excesso de execução, uma vez que condenou-se a paciente ao adimplemento dos últimos 5 (cinco) meses de pensão e, consequentemente, à sua prisão ilegal.
DA AFRONTA AO ART. 5º, LXVII DA CRFB
De acordo com a ordem constitucional brasileira, a prisão cível tem caráter excepcionalíssimo, uma vez que deve-se dar primado aos Direitos Humanos e, consequentemente, à liberdade de locomoção.
De tal forma, só caberá esta prisão quando a obrigação alimentar inadimplida ocorrer voluntariamente do obrigado.
Assim sendo, Matilde não adimpliu com sua obrigação de pagar pensão alimentícia, não por livre arbítrio, mas sim por questões além de sua vontade: encontra-se desempregada, sem condições de adimplir com sua obrigação.
DA AFRONTA AO ART. 1º, III DA CRFB – PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA
A ordem jurídica brasileira, bem como o papel do Estado, tem como vertente fundamental a dignidade da pessoa humana, identificando-a como princípio, como regra e como norteamento para a consolidação e efetivação de direitos fundamentais. Assim, um ato materializado por juiz, representante da figura estatal na aplicação do direito deve sempre visar consolidar a dignidade da pessoa humana e não afrontar (violar ou cercear) um direito fundamental.
Em consequência, um juiz vir a decretar a prisão de paciente que encontra-se desempregada, por inadimplemento de obrigação alimentícia não se caracteriza apenas pela ilegalidade, mas sim como afronta brutal à ordem institucional brasileira, que tão dificilmente tenta, em realidade pouco propícia, consolidar o valor mais indispensável de sua sociedade civilizada à dignidade da pessoa humana.
DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer-se:
Notificação da autoridade coatora
A procedência do pedido para a expedição do salvo-conduto.
DO VALOR DA CAUSA
Dá-se a causa o valor de R$ 1.000,00 (mil reais) para fins fiscais.
Nestes termos,
Pede-se deferimento.
Rio de Janeiro, data xxx
Advogado xxx/ OAB nº xxx / UF xxx

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