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PROCESSO CIVIL 4
HISTÓRICO DE EXECUÇÃO NO BRASIL
Nos últimos anos do século passado e nos primeiros do século atual, o legislador brasileiro procedeu a profundas reformas no CPC/1973 e, em quatro etapas, logrou abolir por completo os vestígios da indesejável dualidade de processos para promover o acertamento e a execução dos direitos insatisfeitos.
Num primeiro momento, a Lei nº 8.952, de 13.12.1994, alterou o texto do art. 273 do CPC/1973, acrescentando-lhe vários parágrafos (que viriam a sofrer adições da Lei nº 10.444/2002), com o que se implantou, em nosso ordenamento jurídico, uma verdadeira revolução, consubstanciada na antecipação de tutela. Com isso terminou o sistema dualístico que, até então, era o processo de conhecimento e o processo de execução, e confinava cada um deles em compartimentos estanques.
O segundo grande momento de modernização do procedimento de execução de sentença ocorreu com a reforma do art. 461 do CPC/1973. Pela redação que a Lei nº 8.952, de 13.12.1994, deu a seu caput e parágrafos (complementada pela Lei nº 10.444, de 07.05.2002), a sentença em torno do cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer deveria conceder à parte a “tutela específica”; de modo que, sendo procedente o pedido, o juiz determinaria providências que assegurassem “o resultado prático equivalente ao do adimplemento”. Para alcançar esse desiderato, dever-se-ia, , adotar medida de antecipação de tutela e poder-se-iam observar medidas de coerção e apoio. Enfim, o credor deveria ter acesso aos atos de satisfação de seu direito, desde logo, sem depender do procedimento da ação de execução de sentença. Em outras palavras, as sentenças relativas à obrigação de fazer ou não fazer se cumpriam de acordo com as regras do art. 461 e seus parágrafos,como deixa claro o texto do art. 644 (ambos do CPC/1973), com a redação dada pela Lei nº 10.444, de 07.05.2002.
Num terceiro e importante momento da sequência de inovações do processo civil brasileiro, deu-se a introdução no CPC/1973 do art. 461-A, por força da Lei nº 10.444, de 07.05.2002. Já então, a novidade se passou no âmbito das ações de conhecimento cujo objeto fosse a entrega de coisa. Também em relação às obrigações de dar ou restituir, a tutela jurisdicional deveria ser específica, de modo que o não cumprimento voluntário da condenação acarretaria, nos próprios autos em que se proferiu a sentença, a pronta expedição de mandado de busca e apreensão ou de imissão na posse.
Por fim, concluiu-se o processo de abolição da ação autônoma de execução de sentença com a reforma da execução por quantia certa, constante da Lei nº 11.232, de 22.12.2005. Também as condenações a pagamento de quantia certa, para serem cumpridas, não mais dependeriam de manejo da actio iudicati em nova relação processual posterior ao encerramento do processo de conhecimento.
Ao condenar-se ao cumprimento de obrigação de quantia certa, o juiz assinaria na sentença o prazo em que o devedor haveria de realizar a prestação devida.13 Ultrapassado dito termo sem o pagamento voluntário, seguir-se-iam, na mesma relação processual em que a sentença foi proferida, a intimação do devedor para cumpri-la e a expedição do mandado de penhora e avaliação para preparar a expropriação dos bens necessários à satisfação do direito do credor (CPC/1973, art. 475-J).
Vias de execução
O Código de Processo Civil, em sua feição renovada, conhece duas vias para realizar a execução forçada:
a do cumprimento da sentença (Livro I, Título II, Capítulos I a VI, da Parte Especial) 
a do processo de execução (Livro II, com seus diversos títulos e capítulos).
O processo de execução contém a disciplina da ação executiva própria para a satisfação dos direitos representados por títulos executivos extrajudiciais. Serve também de fonte normativa subsidiária para o procedimento do cumprimento da sentença.
Processo de conhecimento e processo de execução
Na solução dos litígios, o Estado não age livre e discricionariamente; observa um método rígido, que reclama a formação de uma relação jurídica entre as partes e o órgão jurisdicional, de caráter dinâmico, e cujo resultado será a prestação jurisdicional, e a imposição da solução jurídica para a lide, que passará a ser obrigatório para todos os sujeitos do processo (autor, réu e Estado).
Diferenças entre a execução forçada e o processo de conhecimento
Atua o Estado, na execução, como substituto, promovendo uma atividade que competia ao devedor exercer: a satisfação da prestação a que tem direito o credor. Somente quando o obrigado não cumpre voluntariamente a obrigação é que tem lugar a intervenção do órgão judicial executivo. Daí a denominação de “execução forçada”, adotada pelo novo Código de Processo Civil, à qual se contrapõe a ideia de “execução voluntária” ou “cumprimento” da prestação, que vem a ser o adimplemento.
Enquanto no processo de conhecimento o juiz examina a lide para “descobrir e formular a regra jurídica concreta que deve regular o caso”, no processo de execução providencia “as operações práticas necessárias para efetivar o conteúdo daquela regra, para modificar os fatos da realidade, de modo a que se realize a coincidência entre as regras e os fatos”.9 Em outras palavras, o processo de conhecimento visa a declaração do direito resultante da situação jurídica material conflituosa, enquanto o processo de execução se destina à satisfação do crédito da parte
PRINCÍPIOS DA EXECUÇÃO
NULLA EXECUTIO SINE TITULO
Não há execução sem título que a embase, porque na execução, além da permissão para a invasão do patrimônio do executado por meio de atos de constrição judicial (por exemplo, penhora, busca e apreensão, imissão na posse), o executado é colocado numa situação processual desvantajosa em relação ao exequente. Assim, exige-se a existência de título que demonstra ao menos uma probabilidade de que o crédito representado no título exista para justificar essas desvantagens.
O Novo CPC, que prevê a executabilidade das decisões proferidas no processo civil, o que, obviamente, compreende as decisões interlocutórias.
PRINCÍPIO DA TIPICIDADE DOS TÍTULOS EXECUTIVOS (nulla titulus sine lege). 
Significa dizer que o elenco de títulos executivos previstos em lei constitui numerus clausus, sendo restritivo, o que impossibilita o operador do direito criar títulos executivos que não estejam previstos em lei.
Nem mesmo o acordo de vontades dos participantes da relação jurídica de direito material possibilita a formação de um título executivo. Assim, mesmo que os contratantes celebrem um contrato, dispensem a assinatura das testemunhas, mas afirmem por meio de cláusula contratual estarem formando um título executivo, o contrato não será instrumento apto a ensejar o processo executivo.
PATRIMONIALIDADE
Costuma-se dizer que a execução é sempre real, e nunca pessoal, em razão de serem os bens do executado os responsáveis materiais pela satisfação do exequente.
DESFECHO ÚNICO
Como ocorre com todos os processos, também o executivo pode ter um final normal ou anômalo. A execução chega ao seu final normal quando é bem sucedida, quando o direito do exequente é satisfeito. No fim normal da execução, o processo é extinto pela sentença prevista no art. 924 do Novo CPC, que é meramente declaratória quanto ao final do procedimento executivo.
 O final anômalo do processo de execução – aliás, como também o de conhecimento e cautelar – é a sua extinção sem a resolução de mérito, o que ocorrerá por um dos motivos previstos pelo art. 485 do Novo CPC ou com o acolhimento integral dos embargos à execução, cujo fundamento seja a inexistência do direito material exequendo.
DISPONIBILIDADE DA EXECUÇÃO
Justamente em razão do desfecho único do processo de execução, que não tem como tutelar o direito material do executado, é permitido ao exequente, a qualquer momento, ainda que pendentes de julgamento os embargos à execução, desistir do processo, sendo dispensada a concordância do executado para que tal desistência gere efeitos jurídicos.
A desistêncianão se confunde com a renúncia, instituto de direito material.
Significa dizer que o exequente simplesmente desiste de cobrar executivamente seu direito naquele momento, naquele processo específico, podendo, entretanto, ingressar posteriormente com ação idêntica, desde que comprove o pagamento das custas processuais da primeira ação (art. 486, § 2º, do Novo CPC).
Todos os legitimados a propor a execução podem desistir, salvo o Ministério Público, que tem atuação processual orientada pelo princípio da indisponibilidade, considerando-se que defende interesse alheio na execução.
A admissibilidade da desistência da execução está condicionada à não realização no processo de atos que não possam ser anulados sem prejuízo do devedor ou de terceiros. Dessa forma, arrematado um bem em leilão judicial não se admitirá a desistência da execução; da mesma forma será inadmissível a desistência se na execução de fazer a obrigação já tiver sido satisfeita por terceiro
UTILIDADE
Como todo processo, também o de execução deve servir, efetivamente, para entregar ao vitorioso aquilo que tem direito a receber. Não se justifica um processo de execução apenas para prejudicar o devedor, sem trazer qualquer proveito prático ao credor, devendo o processo ter alguma utilidade prática que beneficie o exequente.
Em razão desse princípio, a penhora não será realizada quando restar evidente que o produto da execução dos bens encontrados será totalmente absorvido pelo pagamento das custas da execução.
Nunca é demais lembrar que atualmente a execução não é forma de vingança privada, trata-se de mecanismo judicial para a satisfação do direito do credor, e sempre que se entender que esse direito não pode ser satisfeito não haverá razão plausível para a admissão da execução. O mesmo entendimento se aplica aos meios executivos, que devem ser afastados sempre que se mostrarem inúteis para fins de satisfação do direito.
MENOR ONEROSIDADE
Gravames desnecessários à satisfação do direito devem ser evitados sempre que for possível satisfazer o direito por meio da adoção de outros mecanismos. Dessa constatação decorre a regra de que, quando houver vários meios de satisfazer o direito do credor, o juiz mandará que a execução se faça pelo modo menos gravoso ao executado (art. 805 do Novo CPC).
LEALDADE E BOA-FÉ PROCESSUAL
Como ocorre no processo de conhecimento e cautelar, também na execução é exigido das partes o respeito ao dever de lealdade e boa-fé processual, sendo aplicáveis as sanções previstas nos arts. 77, 80 e 81 do Novo CPC.
 De maior interesse, porque se trata de normas específicas à execução, o art. 774 do Novo CPC, com a previsão dos chamados atos atentatórios à dignidade da justiça. Segundo o art. 774, caput, do Novo CPC, essa espécie de ato ou de omissão só pode ser praticado pelo executado, cabendo ao exequente a aplicação das sanções com fundamento nos arts. 77, 80 e 81 do Novo CPC.
No art. 774, II, do Novo CPC, é previsto como ato atentatório à dignidade da justiça o ato de oposição maliciosa à execução, com o emprego de ardis e meios artificiosos. A própria redação do dispositivo legal demonstra o desejo do legislador por uma interpretação ampla, mas é importante não exagerar, pois a resistência do executado é a forma que encontra para evitar abusos realizados na execução. Respeita-se a ampla defesa; pune-se o abuso.
CONTRADITÓRIO
Afirma-se tradicionalmente na doutrina que no processo de execução não se discute o seu mérito, já que o juiz parte de uma presunção de existência do direito do exequente (derivada do título executivo judicial) e busca apenas a satisfação de tal direito. Não se nega que exista mérito no processo de execução, condicionando-se o seu julgamento ao ingresso dos embargos à execução, ação de conhecimento autônoma e incidental ao processo de execução.
CUMPRIMENTO DA SENTENÇA NO NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL
O NCPC, nos arts. 513 a 519, enuncia disposições gerais aplicáveis ao cumprimento de todas as sentenças, qualquer que seja a natureza da obrigação reconhecida no provimento judicial. Prestações derivadas de obrigações de fazer, não fazer, entregar coisa ou pagar quantia, todas são exequíveis segundo os preceitos dos arts. 513 a 519.
PROCESSO AUTÔNOMO
A lição tradicional ensina que o processo de execução se desenvolve de forma autônoma, constituindo um ente à parte dos processos de conhecimento e cautelar. Entendia-se, portanto, que o processo de execução não poderia ser considerado como mero ciclo final do processo de conhecimento. A justificativa para a autonomia do processo executivo como inicialmente imaginado pelos doutrinadores que trataram do tema encontrava-se alicerçada em duas justificativas fundamentais:
(a) a diversidade de atividades jurisdicionais (no processo de conhecimento são desenvolvidas atividades cognitivas; enquanto no processo de execução são praticadas atividades práticas e materiais)
(b) os diferentes objetivos traçados para cada uma dessas atividades na solução de diferentes espécies de crises jurídicas (no processo de conhecimento objetiva-se reconhecer o direito do autor e, dependendo do caso, constituir uma nova relação jurídica ou condenar o réu; no processo de execução objetiva-se satisfazer o direito do exequente
Em 1990, o art. 84 do CDC passou a prever ações sincréticas para as demandas coletivas que tenham como objeto a condenação do réu ao cumprimento de uma obrigação de fazer/não fazer, no que foi acompanhado quatro anos mais tarde pelo art. 461 do CPC/1973, responsável pela previsão de tutela da mesma espécie de obrigação no âmbito do processo individual. Significa dizer que a partir de 1994 todas as ações que tenham como objeto uma obrigaçãode fazer/não fazer passaram a não mais ser regidas pelo sistema de autonomia das ações, passando a serem todas elas consideradas “ações sincréticas.
Antigamente, tinha o credor de instaurar sempre um novo processo (processo de execução), por meio do exercício de uma nova ação (a ação de execução de sentença) para fazer atuar a tutela jurisdicional até suas últimas consequências.4 A efetividade da jurisdição, para o credor, não era alcançada no processo de conhecimento, pois ficava na dependência de novo processo posterior ao encerramento da relação processual cognitiva.
Necessidade de requerimento do exequente
O novo Código agora deixa expressa a necessidade de requerimento do exequente para se dar início ao cumprimento da sentença que reconhece o dever de pagar quantia certa, seja provisório ou definitivo (NCPC, art. 513, § 1º). Rejeita-se, desta forma, o início do cumprimento da sentença por impulso oficial do juiz. Uma vez, porém, requerido o cumprimento do julgado, pode essa atividade satisfativa prosseguir até as últimas consequências por impulso oficial.
EXECUÇÃO POR SUB-ROGAÇÃO (DIRETA) E POR COERÇÃO (INDIRETA)
Existem dois meios técnicos para o desenvolvimento da execução, sendo que tradicionalmente o direito brasileiro se vale da execução por sub-rogação.
Na execução por sub-rogação, o Estado vence a resistência do executado substituindo sua vontade, com a consequente satisfação do direito do exequente. Mesmo que o executado não concorde com tal satisfação, o juiz terá à sua disposição determinados atos materiais que, ao substituir a vontade do executado, geram a satisfação do direito. 
Exemplos classicamente lembrados são a penhora/expropriação; depósito/entrega da coisa; atos materiais que são praticados independentemente da concordância ou resistência do executado.
Na execução indireta, o Estado-juiz não substitui a vontade do executado pelo contrário, atua de forma a convencê-lo a cumprir sua obrigação, com o que será satisfeito o direito do exequente. O juiz atuará de forma a pressionar psicologicamente o executado para que ele modifique sua vontade originária de ver frustrada a satisfação do direito do exequente. Sempre que a pressão psicológica funciona, é o próprio executado o responsável pela satisfação do direito; a satisfação será voluntária, decorrente da vontadeda parte, mas obviamente não será espontânea, considerando-se que só ocorreu porque foi exercida pelo Estado-juiz uma pressão psicológica sobre o devedor.
PARTES Nomenclatura
Partes do processo, na conceituação técnica do direito processual, são as pessoas que pedem ou em face das quais se pede a tutela jurisdicional do Estado. 
No processo de conhecimento, atribui-se à parte ativa (a que pede a tutela jurisdicional) a denominação de autor; e à parte passiva, ou seja, aquela perante quem se pediu a providência jurisdicional, dá-se o nome de réu.
LEGITIMAÇÃO ATIVA ORIGINÁRIA 
Por originária, entende-se a que decorre do conteúdo do próprio título executivo e compreende:
 (i) o credor, como tal indicado no título; e 
(ii) o Ministério Público, nos casos prescritos em lei. Legitimação derivada ou superveniente corresponde às situações jurídicas formadas posteriormente à criação do título e que se verificam nas hipóteses de sucessão, tanto mortis causa como inter vivos.
A força executiva atribuída a determinados títulos de crédito, como se vê, decorre da lei. 
A legitimação das partes, por sua vez, será extraída, quase sempre, do próprio conteúdo do título. Assim, no título judicial, credor ou exequente será o vencedor da causa, como tal apontado na sentença. E, no título extrajudicial, será a pessoa em favor de quem se contraiu a obrigação.
LEGITIMAÇÃO ATIVA DERIVADA OU SUPERVENIENTE
O art. 778, § 1º, II, III e IV, 7 do novo Código de Processo Civil completa o elenco das pessoas legitimadas ativamente para a execução forçada, arrolando os casos em que estranhos à formação do título executivo tornaram-se, posteriormente, sucessores do credor, assumindo, por isso, a posição que lhe competia no vínculo obrigacional primitivo.
Os legitimados supervenientes para promover a execução, ou nela prosseguir, são:
(a) o espólio, os herdeiros ou sucessores do credor, sempre que, por morte deste, lhes for transmitido o direito resultante do título executivo;
(b) o cessionário, quando o direito resultante do título executivo lhe for transferido por ato entre vivos;
(c) o sub-rogado, nos casos de sub-rogação legal ou convencional.
A modificação subjetiva da lide, em tais hipóteses, tanto pode ocorrer antes como depois de iniciada a execução forçada, e os fatores determinantes da sucessão tanto podem ser causa mortis como inter vivos, sendo, ainda, indiferente que o título executivo transmitido seja judicial ou extrajudicial.
Sempre que o pretendente a promover a execução não for o que figura na posição de credor no título executivo, para legitimar-se como exequente terá de comprovar, ao ingressar em juízo, que é “o legítimo sucessor de quem o título designa credor”. 
LEGITIMAÇÃO EXTRAORDINÁRIA.
Pode, também, promover a execução forçada “o Ministério Público, nos casos previstos em lei” (NCPC, art. 778, § 1º, O Ministério Público é considerado pelo Código ora na função de órgão agente (art. 177), ora de órgão interveniente (art. 178). Quando, nos casos previstos em lei, exercer o direito de ação, caber-lhe-ão, obviamente, os mesmos poderes e ônus que tocam às partes comuns da relação processual (art. 177 do NCPC).
Como exemplo dessas funções do Ministério Público podem ser citados os casos de tomada de contas de testamenteiro, de arrecadação de resíduos, de cumprimentos de legados pios, da execução, no juízo civil, da sentença condenatória penal, quando a vítima for pobre, para fins de obter a indenização do dano, na forma do art. 68 do Código de Processo Penal 
SUB ROGAÇÃO 
Sub-rogado, é que paga a dívida de outrem, assumindo todos os direitos, ações, privilégios e garantias do primitivo credor contra o devedor principal e seus fiadores (Código Civil, art. 349).
A sub-rogação tanto pode ser legal como convencional. A legal decorre da lei e não depende do consentimento das partes. A convencional é fruto de transferência expressamente ajustada entre os interessados.
É o que ocorre, tipicamente, com o avalista ou fiador que salda a dívida do avalizado ou afiançado. O pagador, assim agindo, sub-roga-se no direito e na ação do credor satisfeito.
O art. 346 do Código Civil enumera os casos de sub-rogação legal, ou de pleno direito, que são aqueles, em suma, “em que o pagamento é feito por um terceiro interessado na relação jurídica”.
A sub-rogação é convencional quando operada em favor de terceiro não interessado, e ocorre, segundo o art. 347 do Código Civil, quando:
(a) o credor recebe o pagamento de terceiro e expressamente lhe transfere todos os seus direitos (inciso I); ou
(b) terceira pessoa empresta ao devedor a quantia de que precisa para solver a dívida, sob a condição expressa de ficar o mutuante sub-rogado nos direitos do credor satisfeito (inciso II).
Espólio
Por espólio designa-se o patrimônio deixado pelo falecido, enquanto não ultimada a partilha entre os sucessores.
 Admite o nosso sistema jurídico a atuação do espólio em juízo, ativa e passivamente. Dá-se, portanto, com o espólio, um caso de representação anômala, “uma vez que a lei designa o representante, posto não atribua personalidade ao representado. Reconhece o art. 778, § 1º, II, do NCPC que a execução pode ser ajuizada pelos herdeiros e sucessores do credor morto.
Por herdeiro deve-se entender quem sucede ao autor da herança, a título universal, ou seja, recebendo toda a massa patrimonial do de cujus, ou uma quota ideal dela, de modo a compreender tem-se o legatário, que sucede o de cujus a título singular, sendo contemplado, no testamento, com um ou alguns bens especificados e individuados.
LEGITIMAÇÃO PASSIVA
O art. 779 do novo Código indica quem pode ser sujeito passivo da execução, arrolando:
(a) o devedor, reconhecido como tal no título executivo (inciso I);
(b) o espólio, os herdeiros ou os sucessores do devedor (inciso II);
(c) o novo devedor que assumiu, com o consentimento do credor, a obrigação resultante do título executivo (inciso III);
(d) o fiador do débito constante em título extrajudicial (inciso IV);
(e) o responsável titular do bem vinculado por garantia real ao pagamento do débito (incisoV); e
(f) o responsável tributário, assim definido em lei (inciso VI).
Dentro da sistemática do Código, a legitimação passiva pode ser dividida em:
(a) devedores originários, segundo a relação obrigacional de direito substancial: “devedores” definidos pelo próprio título;
(b) sucessores do devedor originário: espólio, herdeiros ou sucessores, bem como o “novo devedor”;
(c) apenas responsáveis (e não obrigados pela dívida): o “fiador do débito”, o “responsável titular do bem vinculado por garantia real ao pagamento do débito” e o “responsável tributário”.
Dívida e responsabilidade
Os sucessores, a título universal, praticamente ocupam o mesmo lugar do devedor primitivo e com ele se confundem na qualidade jurídica.
Sabe-se que o devedor, embora vinculado à obrigação, não pode ser física e corporalmente compelido a cumpri-la. Mas seu patrimônio fica sempre sujeito a sofrer a ação do credor, caso o crédito não seja devidamente satisfeito.
O novo devedor
O inciso III do art. 779 do NCPC cuida da cessão do débito pelo devedor ou assunção da dívida por terceiro, um novo devedor.
 Não é lícito transferir a dívida assumida, a não ser mediante expresso consentimento do credor.
A assunção da dívida será possível em duas circunstâncias: 
(i) em ato negocial de que participem o velho e o novo devedor; e
 (ii) em ato unilateral do novo devedor. 
 Em ambas as hipóteses, porém, será sempre indispensável “o consentimento do credor” (art. 779, III). Faltando este, qualquer ajuste do devedor com terceiro, visando a transmitir-lhe a dívida, sem qualquer eficácia perante o titular do crédito e sem qualquer efeito em relação à legitimidade das partes para a execução forçada.
Satisfeito o pressuposto do assentimento do credor, a assunção da dívida poderá ocorrer sob três situações distintas:
(a) com exoneração do primitivo devedor e com seu consentimento (novação por delegação);
(b) com exoneraçãodo primitivo devedor, mas sem o seu consentimento (novação por expromissão);
(c) por assunção pura e simples da dívida pelo novo devedor, sem excluir a responsabilidade do devedor primitivo que, de par com o assuntor, continua vinculado à obrigação, caso em que não se pode falar em novação.
FIADOR JUDICIAL
Considera-se, portanto, fiador judicial aquele que presta, no curso do processo, garantia pessoal ao cumprimento da obrigação de uma das partes. São exemplos de fiança judicial os casos dos arts. 895, § 1º, 897, e 559, entre outros.
O fiador judicial responde pela execução sem ser o obrigado pela dívida e a execução contra ele não depende de figurar o seu nome na sentença condenatória. Responde, porém, por título executivo judicial, visto que como tal não se entende apenas a sentença, mas qualquer decisão que reconheça a exigibilidade de obrigação (art. 515, I). Logo, tendo sido a fiança acolhida em processo judicial por decisão do juiz, se for o caso de executá-la.
FIADOR EXTRAJUDICIAL
O fiador comum, assim, só seria sujeito passivo de execução quando tivesse contra si uma sentença condenatória, mas, já então, suportaria a atividade executiva não mais como simples fiador, e sim como “devedor principal”, diante da condenação que lhe foi imposta.
Assim, o que se deve exigir do contrato de fiança, para que autorize a coação executiva, é tão somente que seja representativo de obrigação certa, líquida e exigível, conforme dispõe o art. 783 do NCPC
Por outro lado, não admite a lei que a sentença condenatória (título executivo judicial) obtida apenas contra o devedor afiançado seja também exequível contra o fiador, que não tiver participado da fase de conhecimento.
ESPÓLIO E SUCESSORES
Enquanto não se ultima a partilha e não se fixa a parcela dos bens que tocará a cada herdeiro ou sucessor, o patrimônio do de cujus apresenta-se como uma universalidade que, embora não possua personalidade jurídica, é tida como uma unidade suscetível de estar em juízo, ativa e passivamente. Daí o disposto no art. 796 do NCPC, 34 onde se lê que “o espólio responde pelas dívidas do falecido”.
Herdeiros
Ultimada a partilha, desaparece a figura da herança ou espólio, como massa indivisa, e cada herdeiro só responderá pelas dívidas do finado, “dentro das forças da herança e na proporção da parte que lhe coube” (art. 796)
RESPONSÁVEL TRIBUTÁRIO
Este sujeito passivo da execução é específico da legislação fiscal e sua presença no art. 779, VI, do NCPC deveu-se à unificação da execução forçada procedida pelo Código de 1973, de forma a abranger também a cobrança da Dívida Ativa da Fazenda Pública.
Definindo o sujeito passivo da obrigação tributária, a Lei nº 5.172, de 25.10.1966 (Código Tributário Nacional), o conceituou como “a pessoa obrigada ao pagamento do tributo ou penalidade pecuniária” (art. 121, caput), classificando-o em duas espécies:
(a) o contribuinte, “quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador” (art. 121, parágrafo único, I); e
(b) o responsável, “quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de disposição expressa de lei” (art. 121, parágrafo único, II).
CUMULAÇÃO DE EXECUÇÕES
Na execução forçada não se discute mais o mérito do crédito do autor. O título lhe assegura o caráter de liquidez e certeza. Não importa, portanto, a diversidade de títulos para que o credor se valha de um só processo. Todos eles serão utilizados para um só fim: a realização da sanção a que se acha sujeito o devedor.
É por isso que, numa evidente medida de economia processual, admite o art. 780 do NCPC que o credor cumule num só processo várias execuções contra o mesmo devedor, “ainda que fundadas em títulos diferentes”, e desde que a sanção a realizar seja de igual natureza, para todos eles.
Uma vez citado o executado, não cabe mais ao exequente acrescentar, unilateralmente, outras pretensões fundadas em títulos diversos daquele que sustentou a petição inicial.
Para a admissibilidade da unificação das execuções, exigem-se, de acordo com o art. 780, os seguintes requisitos
(a) Identidade do credor nos diversos títulos. O Código não permite a chamada “coligação de credores” (reunião numa só execução de credores diversos com base em títulos diferentes) a não ser na execução do devedor insolvente. Não impede, porém, o litisconsórcio ativo no caso em que o título executivo conferir o direito de crédito a mais de uma pessoa.
(b) Identidade de devedor. As execuções reunidas terão obrigatoriedade de se dirigir contra o mesmo executado. Admite-se o litisconsórcio passivo, mas repele-se a “coligação de devedores”, 
(c) Competência do mesmo juízo para todas as execuções. Se a competência para uma das execuções for apenas relativa, não poderá ser declarada ex officio, mas apenas por meio de regular alegação.
(d) Identidade da forma do processo. Não se permite cumulação, por exemplo, de execução de obrigação de dar com de fazer. O tumulto processual decorrente da diversidade de ritos e objetivos seria evidente, caso se reunissem, num só processo, pretensões tão diversas. Não há também como reunir títulos executivos judiciais com títulos extrajudiciais, dada a profunda diversidade do procedimento de cumprimento de sentença e o da execução dos títulos extrajudiciais. 111 A aplicação mais frequente de execução cumulativa ocorre mesmo é com os títulos extrajudiciais de dívida de dinheiro.
Em resumo, “os traços característicos da cumulação são: unidade de exequente, unidade de executado, unidade de processo e pluralidade de execuções”.
 Advirta-se, porém, que “não se exige que exista qualquer conexão ou afinidade entre os créditos que se pretende cumular na mesma execução civil”. 
 A cumulação indevida pode ser repelida pelo devedor por meio de embargos, conforme dispõe o art. 917, III, do NCPC. Na hipótese geral de cumprimento da sentença, sem actio iudicati, e sem embargos, a discussão em torno do cúmulo indevido de execuções será provocada nos próprios autos, em impugnação (art. 525, V)
RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL
O crédito compreende um dever para o devedor e uma responsabilidade para o seu patrimônio. É da responsabilidade que cuida a execução forçada, ao fazer atuar contra o inadimplente a sanção legal. Sendo, dessa maneira, patrimonial a responsabilidade, não há execução sobre a pessoa do devedor, mas apenas sobre seus bens. Só excepcionalmente, nos casos de dívida de alimentos, é que a lei transige com o princípio da responsabilidade exclusivamente patrimonial, para permitir atos de coação física sobre a pessoa do devedor, sujeitando-o à prisão civil (NCPC, art. 528, § 3º)
No direito moderno, portanto, “o objeto da execução são os bens e direitos que se encontram no patrimônio do executado”. Daí o princípio informativo do processo executivo, já anteriormente indicado: “Toda execução é real” (não pessoal). 
A responsabilidade patrimonial do devedor atinge normalmente “todos os seus bens presentes ou futuros” (NCPC, art. 789). 
 Vale dizer que tanto os bens existentes ao tempo da constituição da dívida como os que o devedor adquiriu posteriormente ficam vinculados à responsabilidade pela execução. Isto decorre de ser o patrimônio uma universalidade como um todo permanente em relação ao seu titular, sendo irrelevantes as mutações sofridas pelas unidades que o compõem. Pouco importa, por isso, se o objeto do devedor a penhorar existia ou não ao tempo em que a dívida foi constituída.
O art. 790, do NCPC 20 enumera as hipóteses em que ocorre essa modalidade secundária de responsabilidade. São sujeitos à execução os bens:
(a) do sucessor a título singular, tratando-se de execução fundada em direito real ou obrigação reipersecutória 
(b) do sócio, nos termos da lei (inciso II);
(c) do devedor, ainda que em poder de terceiros (inciso III);
(d) do cônjuge ou companheiro, nos casos em que seus bens próprios ou de sua meação respondem pela dívida 
(e) alienados ou gravados com ônus real em fraude à execução (inciso V);
(f) cuja alienaçãoou gravação com ônus real tenha sido anulada em razão do reconhecimento, em ação autônoma, de fraude contra credores (inciso VI);
(g) do responsável, nos casos de desconsideração da personalidade jurídica (inciso VII).
Bens alienados em fraude à execução
De início, cumpre não confundir a fraude contra credores com a fraude de execução. Na primeira, são atingidos apenas interesses privados dos credores (arts. 158 e 159 do Código Civil). Na última, o ato do devedor executado viola a própria atividade jurisdicional do Estado (art. 792 do novo Código de Processo Civil
Daí desaprovar a lei as alienações fraudulentas que provoquem ou agravem a insolvência do devedor, assegurando aos lesados a ação revocatória para fazer retornar ao acervo patrimonial do alienante o objeto indevidamente disposto, para sobre ele incidir a execução. 
Essa ação, que serve especificamente para os casos de fraude contra credores, comumente denominada ação pauliana, funda-se no duplo pressuposto do eventus damni e do consilium fraudis. Aquele consiste no prejuízo suportado pela garantia dos credores, diante da insolvência do devedor, e este no elemento subjetivo, que vem a ser o conhecimento, ou a consciência, dos contraentes de que a alienação irá prejudicar os credores do transmitente, desfalcando o seu patrimônio dos bens que serviriam de suporte para a eventual execução. O exercício vitorioso da pauliana restabelece, portanto, a responsabilidade dos bens alienados em fraude contra credores.
É, porém, muito mais grave a fraude quando cometida no curso do processo de condenação ou de execução. Além de ser mais evidente o intuito de lesar o credor, em tal situação “a alienação dos bens do devedor vem constituir verdadeiro atentado contra o eficaz desenvolvimento da função jurisdicional já em curso, porque lhe subtrai o objeto sobre o qual a execução deverá recair”. A fraude frustra, então, a atuação da Justiça e, por isso, é repelida mais energicamente.
Assim, a força da execução continuará a atingir o objeto da alienação ou oneração fraudulenta, como se estas não tivessem ocorrido. O bem será de propriedade do terceiro, num autêntico exemplo de responsabilidade sem débito.
Da fraude de execução decorre simples submissão de bens de terceiro à responsabilidade executiva. O adquirente não se torna devedor e muito menos coobrigado solidário pela dívida exequenda
Não se cuida, como se vê, de ato nulo ou anulável. O negócio jurídico, que frauda a execução, diversamente do que se passa com o que frauda credores, gera pleno efeito entre alienante e adquirente. Apenas não pode ser oposto ao exequente. Nesse sentido, o § 1º do art. 792 do NCPC 63 é expresso em asseverar que “a alienação em fraude à execução é ineficaz em relação ao exequente”
Em síntese, tanto a fraude contra credores como a fraude de execução compreendem atos de disposição de bens ou direitos em prejuízo de credores, mas a diferença básica é a seguinte:
(a) a fraude contra credores pressupõe sempre um devedor em estado de insolvência e ocorre antes que os credores tenham ingressado em juízo para cobrar seus créditos; é causa de anulação do ato de disposição praticado pelo devedor, nos moldes do Código Civil (arts. 158 a 165); depende de sentença em ação própria (idem, art. 161);
(b) a fraude de execução não depende, necessariamente, do estado de insolvência do devedor e só ocorre no curso de ação judicial contra o alienante; é causa de ineficácia da alienação, nos termos do novo Código de Processo Civil (arts. 790 e 792); opera independentemente de ação anulatória ou declaratória. Pressupõe alienação voluntária praticada pelo devedor, de sorte que não se pode ver fraude à execução nas transferências forçadas realizadas em juízo. 65
FRAUDE CONTRA CREDORES
O instituto da fraude contra credores é regulamentado por normas previstas no Código Civil (arts. 158 a 165 do CC), mas em razão de seus reflexos processuais na definição da responsabilidade patrimonial será brevemente analisado.
Para que se configure a fraude contra credores, dois requisitos são exigidos: um de caráter objetivo, qual seja que a alienação tenha conduzido a uma diminuição patrimonial do devedor que tenha piorado ou criado um estado de insolvência (eventus damni); e outro de caráter subjetivo, ligado à intenção do devedor de provocar sua redução patrimonial até o estado de insolvência (consilium fraudis). Quanto a esse segundo requisito, quando o ato for praticado a título gratuito, o intuito fraudulento presume-se de forma absoluta. Já nos casos de atos onerosos é preciso demonstrar que o devedor tinha ao menos o potencial conhecimento de que seu ato o levaria à insolvência (não é necessária a intenção deliberada de fraudar) e que o terceiro adquirente tinha conhecimento – efetivo ou presumido – de que a alienação levaria o alienante a esse estado
FRAUDE À EXECUÇÃO
Enquanto a fraude contra credores é instituto tratado pelo Código Civil, sendo o único prejudicado pelo ato fraudulento o credor, a fraude à execução – criação tipicamente nacional – é instituto tratado pelo Código de Processo Civil. Trata-se de espécie de ato fraudulento que, além de gerar prejuízo ao credor, atenta contra o próprio Poder Judiciário, dado que tenta levar um processo já instaurado à inutilidade. Assim, o ato fraudulento prejudica por um lado o credor, e por outro a
própria função jurisdicional do Estado-juiz 321 , sendo tal ato considerado atentatório à dignidade da justiça e apenado, nas execuções por quantia certa, com uma multa que pode atingir até 20% do valor do débito exequendo (arts. 774, I e parágrafo único, do Novo CPC).
Somente haverá fraude à execução se a alienação tiver sido realizada pelo devedor, não se constituindo tal espécie de fraude na alienação judicial do bem 322
Também não há fraude à execução na alienação de bem impenhorável
CONFIGURAÇÃO DE FRAUDE A EXECUÇÃO 
Casos de fraude de execução
Vários são os casos reconhecidos como configuradores de alienação ou oneração de bens em fraude à execução pelo NCPC. O art. 792 enumera cinco hipóteses em que essa modalidade de fraude pode ocorrer. Analisaremos cada uma delas a seguir:
I – Bens objeto de ação fundada em direito real ou de pretensão reipersecutória
Considera o art. 792, I, em fraude à execução a alienação ou oneração de bem sobre o qual penda ação fundada em direito real ou com pretensão reipersecutóri
Na situação do inciso I, embora a fraude independa da condição de insolvência do devedor, é essencial que o credor tenha promovido a prévia averbação da pendência do processo no registro público (quando houver) em que o bem alienado deva ser inscrito
II – Bens vinculados a processo de execução
Ajuizada a execução, autoriza o art. 828 do NCPC ao exequente obter certidão de que o processo foi admitido pelo juiz para averbação no registro de imóveis, de veículos ou de outros bens sujeitos a penhora, arresto ou indisponibilidade. Na pendência da execução, feita a averbação no registro adequado, considera-se em fraude a ela a alienação ou oneração do bem que tenha sido constrito (art. 792, II).
Também nesse caso não se cogita de insolvência do executado nem de má-fé do terceiro adquirente
III – Bens sujeitos à hipoteca judiciária ou outro ato de constrição judicial
O novo Código institui mais uma hipótese autônoma de fraude à execução, que consiste na alienação ou oneração de bem submetido à hipoteca judiciária ou outro ato de constrição judicial. Para tanto, exige o art. 792, III, apenas que o gravame tenha sido averbado no registro público, dispensada a comprovação de má-fé e de insolvência do terceiro adquirente.
Mais uma vez o Código vincula a fraude à averbação no registro do bem, ampliando os ônus do credor, que é o maior interessado na preservação do patrimônio do devedor até a satisfação de seu crédito. 72
O Código novo consagra, mais uma vez, entendimento do STJ, consolidado na Súmula nº 375, trancrita supra.
IV – Alienação que produz ou agrava a insolvência do devedor, na pendência doprocesso
De acordo com o inciso IV do art. 792 do NCPC, ocorre fraude à execução quando o devedor aliena ou onera bem, estando respondendo a ação, que, após o ato de disposição, possa reduzi-lo à insolvência. Não importa a modalidade de ação pendente. O que importa é a aptidão do litígio para reconhecer uma obrigação de pagar quantia cuja satisfação se frustre, em razão do desfalque patrimonial verificado. O caso não se refere a execução, mas a processo de cognição, já que a fraude contra atos do processo de execução regula-se por outro dispositivo, ou seja, pelo inciso II do art. 792.
V – Demais casos expressos em lei
Nos demais casos expressos em lei (inc. V do art. 792 do NCPC). Os demais casos são os que, em outros dispositivos do próprio Código e de outras leis, se consideram como praticados em fraude de execução. No Código de Processo temos os exemplos de penhora sobre crédito, contido no art. 856, § 3º, 73 e da averbação no registro público da execução distribuída (art. 828, § 4º), 74-75 na Lei dos Registros Públicos, o caso da penhora registrada (art. 240); no Código Tributário Nacional, a alienação ou oneração de bens do sujeito passivo de dívida ativa regularmente inscrita (art. 185)
Desconsideração da personalidade jurídica
Antes prevista como criação jurisprudencial e doutrinária, a desconsideração da personalidade jurídica, como forma excepcional de imputar aos sócios a responsabilidade por dívidas contraídas pela sociedade, recebeu regulamentação legal, por meio do art. 50 do Código Civil de 2002
VI – Defesa do terceiro adquirente
O adquirente ou beneficiário da oneração, como já se demonstrou, não é parte na execução. Se pretender negar a fraude de execução ou furtar-se às suas consequências, terá de valer-se dos embargos de terceiro (NCPC, arts. 674 e 792, § 4º).
COMPETÊNCIA
Transformada a atividade executiva, após o aperfeiçoamento do título executivo judicial, em simples fase do processo, a competência para realizar o cumprimento da sentença submete-se a critério funcional, quando se trata de sentença prolatada no próprio juízo civil.
Assim, não importa que a execução se refira ao acórdão que o tribunal proferiu em grau de recurso. Quando se passa à fase de cumprimento do julgado, os atos executivos serão processados perante o juiz de primeiro grau. 
Há, porém, execuções de sentença cuja competência se define por outros critérios, sob predomínio da territorialidade, exatamente como se dá no processo de conhecimento (execução civil de sentença penal, de sentença arbitral ou de sentença e decisão interlocutória estrangeiras) (art. 516, III).
Enquanto a competência funcional se caracteriza pela improrrogabilidade, a territorial é relativa, podendo ser modificada pelas partes, expressa ou tacitamente (v., no v. I, os n os 169 e 174). Essa regra é parcialmente quebrada na hipótese do parágrafo único do art. 516, onde se estabelece opção para o credor processar o cumprimento da sentença excepcionalmente perante juízo diverso daquele em que o título executivo judicial se formou
Regras legais sobre competência aplicáveis ao cumprimento da sentença
Determina o art. 516 do NCPC que o cumprimento da sentença deverá efetuar-se, em regra,
(a) os tribunais nas causas de sua competência originária (inciso I);
(b) o juízo que decidiu a causa no primeiro grau de jurisdição (inciso II);
(c) o juízo cível competente, quando se tratar de sentença penal condenatória, de sentença arbitral, de sentença estrangeira ou de acórdão proferido pelo Tribunal Marítimo. 
Os processos chegam aos tribunais em duas circunstâncias distintas:
(a) como consequência de recurso, que faz a causa subir do juiz de primeiro grau para o reexame do tribunal; ou
(b) por conhecimento direto do tribunal, em razão de ser a causa daquelas que se iniciam e findam perante a instância superior.
No primeiro caso, diz-se que a competência do tribunal é recursal, e, no segundo, originária
A regra fundamental é que a execução da sentença compete ao juízo da causa, e como tal entende-se aquele que a aprecia em primeira ou única instância, seja juiz singular ou tribunal. Em outras palavras, juízo da causa é o órgão judicial perante o qual se formou a relação processual ao tempo do ajuizamento do feito
Por isso, se a causa foi originariamente proposta perante um tribunal, a execução do acórdão terá de ser promovida perante o referido tribunal. Mas, se o início do feito se deu perante um juiz de primeiro grau, pouco importa que o decisório a executar seja o acórdão do Tribunal de Justiça ou do Supremo Tribunal Federal: a competência executiva será sempre do juízo da causa, isto é, daquele órgão jurisdicional que figurou na formação da relação processual.
A competência, in casu, porém, não se liga à pessoa física do juiz, mas sim ao órgão judicial que ele representa. Na verdade, o competente é o juízo, como deixa claro o art. 516, II. 1Por isso, irrelevantes são as eventuais alterações ou substituições da pessoa do titular do juízo.
Competência opcional para o cumprimento da sentença
Em se tratando de execução a cargo do juiz da causa, isto é, daquele que processou o feito no primeiro grau de jurisdição (NCPC, art. 516, II), ou das sentenças arroladas no inc. III do mesmo artigo, a regra definidora da competência para o cumprimento da sentença é flexibilizada pelo parágrafo único do art. 516 do NCPC. 
Permite-se ao exequente, no INÍCIO DO CUMPRIMENTO DA SENTENÇA em tais situações, optar:
pelo juízo do atual domicílio do executado;
pelo juízo do local onde se encontrem os bens sujeitos à execução;
 pelo juízo do local onde deva ser executada a obrigação de fazer ou de não fazer.
Caberá ao exequente formular requerimento ao juízo de origem, que ordenará a competente remessa dos autos.
Essa competência opcional vale para: (i) as hipóteses em que havia uma ação originária em tramitação em juízo de primeiro grau, e nela se formou o título executivo e; (ii) as situações em que não havia processo cível antecedente responsável pela formação do título (sentença penal, sentença arbitral e sentença e decisão interlocutória estrangeiras).
Competência para cumprimento da sentença arbitral
Ao juízo arbitral reconhece-se jurisdição para proferir sentença com a mesma força dos julgados da justiça estatal. Fa
A execução caberá, outrossim, ao juízo civil que teria competência para julgar a causa, se originariamente tivesse sido submetida ao Poder Judiciário, em lugar do juízo arbitral (NCPC, art. 516, III). 147 Prevalecem, portanto, as regras comuns traçadas pelo novo Código, para disciplina da competência territorial (arts. 46 a 53). 148
Vale lembrar que nessa modalidade de execução, além do sistema geral do NCPC, há a possibilidade de o exequente exercer a opção de competência instituída pelo parágrafo único do art. 516 (ver o item anterior).
Competência para execução do efeito civil da sentença penal
A sentença penal condenatória torna certo o dever de reparar, civilmente, o dano provocado pelo delito. Por isso, não há interesse em propor ação civil indenizatória contra o réu condenado na esfera penal.
A vítima ou seus dependentes, isto é, os lesados pelo crime, podem utilizar a sentença penal, diretamente, como título executivo civil, para fins indenizatórios. Terão, apenas, que promover a liquidação do quantum a indenizar (NCPC, art. 509).
Competência internacional
A decisão judicial estrangeira, em regra, não pode ser direta e imediatamente executada no Brasil.
Em face de regras pertinentes à soberania nacional, a eficácia da sentença e da decisão interlocutória estrangeiras em nosso território depende de prévia homologação pelo Superior Tribunal de Justiça; e a da decisão interlocutória, do exequatur concedido por aquele mesmo Tribunal (CF, art. 105, I, “i”, acrescentado pela EC nº 45/2004).
Com a homologação do decisório estrangeiro, dá-se a sua “nacionalização” e nasce, assim, sua força de título executivo no País, que se estende igualmente à concessão de exequatur, no caso das decisões interlocutórias(NCPC, arts. 960 a 965).
Mas a competência para a execução da sentença homologada não cabe àquele Tribunal Superior. Consoante o art. 109, X, da Constituição da República, é atribuição específica dos juízes federais do primeiro grau de jurisdição.
DECISÃO HOMOLOGATÓRIA DE AUTOCOMPOSIÇÃO JUDICIAL
Autocomposição é forma consensual de solução de conflitos, de forma que nesse caso as partes resolvem o conflito pelo exercício de suas vontades, cabendo ao juiz a tarefa de homologá-la, formando-se assim um título executivo judicial. O art. 515, II, do Novo CPC prevê que qualquer decisão – e não somente a sentença ao homologar autocomposição torna-se título executivo judicial, não havendo dúvida, portanto, da executabilidade da sentença, de decisão interlocutória e de decisão monocrática do relator
SENTENÇA PENAL CONDENATÓRIA TRANSITADA EM JULGADO
Um dos efeitos secundários da sentença penal condenatória transitada em julgado é a criação de um título executivo na esfera civil, ainda que nenhuma referência tenha sido feita a esse respeito pelo juízo penal 158 . Existe tradicional entendimento doutrinário de que a sentença penal não é propriamente um título executivo, sendo na realidade um título hábil ao ingresso da liquidação de sentença, visto que o quantum debeatur jamais será debatido ou fixado no âmbito do processo criminal
TÍTULOS EXECUTIVOS EXTRAJUDICIAIS
O Brasil é pródigo na relação de títulos executivos extrajudiciais, que são essencialmente documentos particulares ou públicos aos quais a lei empresta força executiva. A distinção é importante porque, ainda que ambas as espécies de título permitam a prática de atos materiais de execução, o procedimento executivo será parcialmente distinto no cumprimento de sentença (título judicial) e no processo autônomo de execução (título extrajudicial), mesmo que o art. 513 do Novo CPC determine a aplicação subsidiária das regras deste àquele.
Mais uma vez é importante registrar que são títulos executivos extrajudiciais somente aqueles documentos que a lei federal expressamente prevê como tal, não havendo no direito nacional a possibilidade de criação de título extrajudicial fundado apenas na vontade das partes envolvidas na relação jurídica de direito material (nulla titulus sine lege)
No Novo Código de Processo Civil é o art. 784 que descreve o rol dos títulos extrajudiciais, ainda que existam outros previstos em leis extravagantes.
Em razão do princípio da circulabilidade dos títulos de crédito, para o ingresso da ação executiva exige-se a instrução da petição inicial com o título original, não sendo permitida a juntada de fotocópias, ainda que autenticadas. É claro que em situações nas quais o título esteja instruindo outro processo (como uma ação penal de estelionato), e sendo impossível o seu desentranhamento, bastará ao exequente a juntada de fotocópia e certidão de objeto e pé do processo em que se encontra o original do título
Segundo a literalidade do dispositivo legal, o único contrato de seguro a ser título executivo é o de seguro de vida , não sendo título executivo extrajudicial o contrato de seguro de acidentes pessoais, e tampouco o contrato de seguro de automóvel 197 , que demandarão para a cobrança do prêmio não pago pela seguradora a propositura de processo de conhecimento pelo rito comum.
O aspecto mais importante do inciso VIII do art. 784 do Novo CPC diz respeito à desnecessidade de contrato escrito de locação, sendo suficiente a existência de uma prova documental que ateste a existência da locação e dos encargos
A distinção dessas duas espécies de título é atualmente essencial, em razão das diferentes formas de executá-los: cumprimento de sentença do título executivo judicial e processo autônomo de execução de título executivo extrajudicial, ainda que exista parcial identidade procedimental nessas duas formas de execução em razão da previsão do art. 513 do Novo CPC.
Título executivo estrangeiro não precisa ser homologado pelo STJ.desde que a obrigação seja no Brasil.
REQUISITOS FORMAIS DA OBRIGAÇÃO
O art. 786 do Novo CPC determina que a obrigação contida no título executivo deva ser certa, líquida e exigível, afastando-se do entendimento de que esses requisitos seriam do título, e não da obrigação que se busca satisfazer por meio da execução.
A certeza prevista pelo artigo legal em nenhuma hipótese pode ser considerada como a indiscutibilidade da existência da obrigação, visto que em qualquer espécie de título executivo é permitido o ingresso de embargos à execução ou impugnação.
A liquidez não é a determinação, mas a mera determinabilidade de fixação do quantum debeatur, ou seja, o “quanto se deve” ou “o que se deve”. Não é necessário que o título indique com precisão o quantum debeatur, mas que contenha elementos que possibilitem tal fixação 1
 A necessidade de elaboração de meros cálculos aritméticos não tira a liquidez do títuto.
Por exigibilidade entende-se a inexistência de impedimento à eficácia atual da obrigação, que resulta do seu inadimplemento e da ausência de termo, condição ou contraprestação . 
A prova de exigibilidade dá-se geralmente pelo simples transcurso da data de vencimento ou da inexistência de termo ou condição. Se necessária a prova do advento do termo, do implemento da condição ou do cumprimento da contraprestação, ela deve ser pré-constituída – invariavelmente documental –, não podendo ser produzida durante a execução
Interessante notar que a exigibilidade não é um elemento intrínseco do título executivo como são a liquidez e a certeza, dependendo para existir de atos que não compõem o objeto do título; no plano do interesse de agir, a exigibilidade refere-se à necessidade, enquanto a liquidez e a certeza referem-se à adequação.
Juízo competente 
Segundo o art. 781, I, do Novo CPC, a execução poderá ser proposta no foro do domicílio do executado, de eleição constante em cláusula no título ou de situação dos bens sujeitos à execução. Há competência concorrente apenas entre o foro do domicílio do réu e o da situação dos bens, considerando-se que, havendo cláusula de eleição de foro no título executivo extrajudicial, esse foro prevalece sobre os demais, independentemente da vontade do exequente.
LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA
Liquidar uma sentença significa determinar o objeto da condenação, permitindo-se assim que a demanda executiva tenha início com o executado sabendo exatamente o que o exequente pretende obter para a satisfação de seu direito. Apesar de ser pacífico na doutrina esse entendimento, há uma séria divergência a respeito de quais as obrigações que podem efetivamente ser liquidadas.
NATUREZA JURÍDICA DA LIQUIDAÇÃo
Antes das alterações promovidas pela Lei 11.232/2005 no CPC/1973, a doutrina afirmava que a liquidação de sentença poderia ser um processo autônomo ou um mero incidente processual, tudo a depender das circunstâncias concretas. Na realidade, excepcionalmente a atividade cognitiva é dividida em duas fases: na primeira há a fixação do an debeatur e na segunda do quantum debeatur. A divisão dessa atividade em duas fases não é, naturalmente, capaz de afastar a sua natureza jurídica cognitiva
VEDAÇÃO À SENTENÇA ILÍQUIDA
A sentença ilíquida é a exceção no direito brasileiro por óbvia razão: é sempre desejável a criação de um título executivo judicial que contenha obrigação ilíquida que permita a imediata instauração do cumprimento de sentença. A desnecessidade da fase de liquidação da sentença diminui o tempo necessário à satisfação do direito, prestigiando os princípios da celeridade, economia processual e da duração razoável do processo.
Nos termos do caput do art. 491 do Novo CPC, ainda que formulado pedido genérico de pagar quantia, a decisão definirá desde logo a extensão da obrigação, o índice de correção monetária, a taxa de juros, o termo inicial de ambos e a periodicidade da capitalização dos juros. Fica clara a opção do legislador pela sentença líquida, que deve ser tentada mesmo quando o pedido do autor é genérico
LIQUIDAÇÃO NA PENDÊNCIA DE RECURSORECEBIDO NO EFEITO SUSPENSIVO
O art. 512 do Novo CPC permite a liquidação da sentença ainda que no processo exista pendente de julgamento um recurso que tenha sido recebido no efeito suspensivo. Parece que nesse ponto o legislador incluiu ao lado de outros fenômenos processuais – a hipoteca judiciária é o mais tradicional deles – a liquidação como um dos efeitos secundários da sentença, ou seja, aquele efeito que é gerado automaticamente com a prolação da sentença, independentemente de pedido expresso do demandante ou da pendência de recurso com efeito suspensivo.
Segundo o art. 512 do Novo CPC, a liquidação será autuada em autos em apenso, decorrência lógica da existência de um recurso pendente de julgamento, o que fará com que os autos principais estejam no respectivo tribunal aguardando julgamento. Mesmo desenvolvendo-se em autos próprios, a liquidação de sentença continuará a ser uma mera fase procedimental, ainda que excepcionalmente, nesse caso, ela se desenvolva concomitantemente com a fase cognitiva em sede recursal.
Ainda que seja aplicável na liquidação provisória a teoria do risco-proveito, sendo a atividade desenvolvida de natureza cognitiva, sem atos de constrição de bens ou de restrição de direitos, o risco que o autor corre é infinitamente menor do que aquele a qual se submete na execução provisória. O menor risco, nesse caso, se justifica porque o proveito também é menor: ao invés da satisfação de seu direito o autor obtém apenas a fixação do quantum debeatur.
LEGITIMIDADE ATIVA
Já foi devidamente visto que a liquidação tem como objetivo fixar o quantum debeatur, sendo uma complementação da atividade cognitiva já iniciada com a condenação do réu.
O interesse em obter o valor exato da condenação não é exclusivo do autor, que naturalmente terá tal interesse para que possa dar início ao cumprimento de sentença. Também o réu condenado tem interesse na liquidação, considerando-se que, ciente do valor exato de sua dívida, poderá quitá-la ou oferecer uma transação com base mais concreta.
LIQUIDAÇÃO POR ARBITRAMENTO
Segundo o art. 509, I, do Novo CPC, a liquidação por arbitramento deve ser realizada em três hipóteses: determinação na sentença; acordo entre as partes; quando o exigir a natureza do objeto da liquidação.
O juiz somente fixará em sentença essa espécie de liquidação quando entender que o quantum debeatur só poderá ser obtido por meio da realização de uma perícia
A liquidação por arbitramento, portanto, será realizada quando não forem necessárias a alegação e a prova de fato novo, bastando a realização de uma prova pericial a respeito dos fatos já estabelecidos na sentença ilíquida.
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA QUE RECONHECE A EXIGIBILIDADE DE OBRIGAÇÃO DE PAGAR QUANTIA
O cumprimento de sentença que tenha como objeto uma condenação de pagar quantia certa tem procedimento previsto pelos arts. 520, 521 e 522 do Novo CPC, sendo aplicáveis subsidiariamente, no que couber, as normas que regem o processo de execução, nos termos do art. 513, caput, do Novo CPC. Esse procedimento será adotado sempre que a quantia for certa, seja como consequência direta da fase de conhecimento, seja como resultado da fixação em fase de liquidação de sentença.
O art. 523, caput, do Novo CPC exige a iniciativa da parte para o início da fase de cumprimento da sentença que reconhece a exigibilidade de obrigação de pagar quantia certa, afastando pontualmente o princípio do impulso oficial, de forma que, mesmo não sendo iniciado um novo processo, mas uma mera fase procedimental, o juiz não poderá atuar de ofício.
Iniciativa do credor
Embora não dependa o cumprimento da sentença de instauração de uma nova ação (actio iudicati), o mandado de cumprimento da sentença condenatória, nos casos de quantia certa, não será expedido sem que o exequente o requeira (NCPC, art. 513, § 1º)
Iniciativa do devedor
Antes de ser intimado para o cumprimento da sentença, o executado, para evitar a multa legal e os honorários de advogado, pode tomar a iniciativa de comparecer em juízo e oferecer em pagamento o valor que entender devido, apresentando memória discriminada do cálculo, liberando-se, assim, da obrigação (art. 526, caput). É bom lembrar que o devedor tem não só o dever de pagar, mas também o direito de fazê-lo, para se desvincular da obrigação.
Feito o depósito, o exequente será intimado para se manifestar em cinco dias, podendo impugnar o valor depositado, sem prejuízo do levantamento da parcela incontroversa (art. 526, § 1º).
Multa legal e honorários de advogado
I – Multa legal
O montante da condenação será acrescido de multa de dez por cento e, também, de honorários de advogado de dez por cento (NCPC, art. 523, § 1º), sempre que o executado não proceder ao pagamento voluntário do débito exequendo no prazo de quinze dias após a intimação realizada nos termos do art. 513, § 2º. 9
Havendo pagamento parcial no referido prazo, a multa e os honorários previstos no § 1º do art. 523 incidirão sobre o restante (art. 523, § 2º).
EXPEDIÇÃO DO MANDADO DE PENHORA E AVALIAÇÃO
Nos termos do § 3º do art. 523 do Novo CPC, não sendo efetuado o pagamento no prazo de 15 dias da intimação do executado será expedido, desde logo, o mandado de penhora e avaliação, seguindo-se os atos de expropriação.
O art. 525, caput, do Novo CPC prevê que transcorrido o prazo para pagamento voluntário da obrigação inicia-se o prazo de 15 dias para que o executado, independentemente de nova intimação, apresente a impugnação nos próprios autos do cumprimento de sentença.
Significa dizer que decorrido o prazo de pagamento voluntário, independentemente de intimação, terá início a contagem de prazo de 15 dias para a impugnação. Há dois pontos relevantes no dispositivo legal que merecem reflexão.
REQUERIMENTO INICIAL
O requerimento tem seus requisitos formais previstos nos incisos do art. 524 do Novo CPC, notando-se ser uma petição formalmente menos rigorosa que a petição inicial.
Na realidade a grande preocupação do legislador se refere aos cálculos dos quais resulta o valor exequendo, indicando o dispositivo legal ora analisado que o exequente está dispensado de juntar com o requerimento um memorial descritivo de cálculos, mas não de indicar como chegou ao valor do cumprimento de sentença. Deve, no próprio requerimento, indicar o índice de correção monetária adotado (II), os juros aplicados e as respectivas taxas (III), o termo inicial e o termo final dos juros e da correção monetária utilizados (IV), a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso (V) e a especificação dos eventuais descontos obrigatórios realizados (VI).
Nos termos do art. 524, § 1º, do Novo CPC, caso o juiz entenda que o valor apontado no demonstrativo de cálculos aparentemente excede os limites da condenação, a execução seguirá com dois valores distintos: o valor exequendo será o indicado na inicial pelo exequente, mas a penhora será realizada pelo valor que o juiz entender adequado. Para chegar a tal valor o § 2º do mesmo dispositivo permite que o juiz se valha de contabilista do juízo,
INTIMAÇÃO DO EXECUTADO
I – Regra geral
O Novo Código determina que o cumprimento da sentença tenha início pela intimação do devedor para realizar a prestação de quantia certa a que foi judicialmente condenado, intimação essa que será feita, em regra, na pessoa de seu advogado (NCPC, art. 513, § 2º, I).
Portanto, a regra é que todo cumprimento de sentença, não importa a natureza da obrigação exequenda, terá início por meio de intimação do executado, feita, em princípio, pelo Diário da Justiça, na pessoa do advogado constituído nos autos (art. 513, § 2º, I). 
A ausência de advogado, entretanto, não acarreta necessariamente a intimação por carta com aviso de recebimento, e pode ser realizada, nos termos do inciso III do dispositivo comentado, por meio eletrônico, segundo o art. 246, § 1.º, do Novo CPC. Como cabe ao executado manter nos autos seu endereço atualizado, considera-se intimado sempre que não informar a mudança de endereço (art. 513, §3º, do Novo CPC).
II – Exceções
Há, contudo, exceções:
A intimação será feita por carta com aviso de recebimento, quando o executado for representado pela Defensoria Pública ou quando não tiver procurador constituído nos autos (inc. II do § 2º do art. 513), ressalvada as hipóteses de intimação por edital (art. 513, IV).
 A regra aplica-se, entre outros, ao caso de devedor cujo mandado ad judicia tenha sido outorgado com prazo certo de vigência como até o fim da fase de conhecimento do processo, se outro credenciamento não tiver ocorrido para a fase executiva. É o que ocorre, também, quando o advogado morre ou renuncia ao mandato, e o executado não constitui novo representante processual.
(b) A intimação será feita por meio eletrônico, no caso das empresas públicas e privadas, quando não tenham advogado nos autos. É que ditas pessoas jurídicas são obrigadas a manter cadastro nos sistemas de processo em autos eletrônicos, por imposição do art. 513, § 2º, III. Não se aplicará essa modalidade de intimação às microempresas e empresas de pequeno porte (art. 246, § 1º).
(c) A intimação se dará por edital quando o devedor também tiver sido citado por edital na fase de conhecimento (art. 256), e mesmo assim tiver se mantido revel (art. 513, § 2º, IV).
III – Intimação presumida
Nas hipóteses de intimação postal e por meio eletrônico (incs. II e III do § 2º do art. 513), a
Por fim, o inciso IV do § 2.º do dispositivo analisado prevê que a intimação será por edital quando o executado tiver sido citado por edital na fase de conhecimento, tendo sido revel.
 
CUMPRIMENTO PROVISÓRIO DA SENTENÇA QUE RECONHECE A EXIGIBILIDADE DE OBRIGAÇÃO DE PAGAR QUANTIA CERTA
Execução provisória, que, em regra, só pode ocorrer em casos de títulos executivos judiciais e que tem caráter excepcional, é a que se passa, nas hipóteses previstas em lei, quando a situação do credor é passível de ulteriores modificações, pela razão de que a sentença que reconheceu seu crédito não se tornou ainda definitiva, dada a inexistência de res judicata. em suma, é a execução da sentença impugnada por meio de recurso pendente desprovido de efeito suspensivo (NCPC, art. 520
A opção de permitir o cumprimento provisório deriva tanto da lei (ope legis) – quando não confere efeito suspensivo a alguns recursos – como por decisão judicial (ope iudicis). Neste último caso, quando o magistrado confirmar, conceder ou revogar tutela provisória na sentença, a apelação não terá efeito suspensivo (art. 1.012, § 1º, V), possibilitando a eficácia imediata da decisão.
Normas básicas da execução provisória
O procedimento que, basicamente, orienta o cumprimento provisório da sentença é o mesmo do definitivo (NCPC, art. 520, caput), e se sujeita ao seguinte regime:
A execução provisória corre por iniciativa, conta e responsabilidade do exequente. Dessa forma, se a sentença vier ser reformada, estará ele obrigado a reparar os prejuízos que o executado houver sofrido. Trata- se de hipótese de responsabilidade objetiva por dano processual
A execução provisória fica sem efeito, sobrevindo decisão que modifique ou anule a sentença objeto da execução, restituindo-se as partes ao estado anterior e liquidando-se eventuais prejuízos nos mesmo autos (art. 520, II). Esse dispositivo atribui eficácia ex tunc à decisão que anula ou reforma o título provisório, de modo “que a situação jurídica do executado deve ser, sempre que puder, a mais coincidente possível com aquela que possuía antes de sujeitar-se à execução de um título instável”
Fica, porém, ressalvado sempre o direito à reparação dos prejuízos causados ao executado. A reposição ao estado anterior à execução provisória é, assim, econômica e não real.
Se o título executivo (sentença) é reformado apenas em parte, somente naquilo que foi subtraído de sua força condenatória é que a execução provisória ficará sem efeito. Se o exequente apurou mil e o recurso lhe reconheceu o direito apenas a oitocentos, terá ele de restituir os duzentos que recebeu a mais, além dos prejuízos eventualmente acarretados ao executado, na parte excessiva da execução (art. 520, III).
Nos casos de levantamento de depósito em dinheiro e de prática de atos que importem transferência de posse ou alienação de propriedade ou de outro direito real sobre os bens exequendos, ou dos quais possa resultar grave dano ao executado, a execução provisória só se ultimará mediante caução suficiente e idônea, arbitrada de plano pelo juiz e prestada nos próprios autos (art. 520, IV). A caução, que pode ser real ou fidejussória, tem de ser idônea e suficiente, isto é, há de representar, para o devedor, o afastamento do risco de prejuízo, na eventualidade de ser cassado ou reformado o título executivo judicial que sustenta a execução provisória.
.Idônea, in casu, é a garantia realizável praticamente (é, v.g., a fiança prestada por alguém que disponha de patrimônio exequível), e suficiente é aquela que cobre todo o valor de eventual prejuízo que a execução provisória possa acarretar ao executado (é, por exemplo, a hipoteca ou o penhor de um bem de valor igual ou superior ao do prejuízo temido).
TERMO INICIAL DA CONTAGEM DE PRAZO PARA IMPUGNAÇÃO
O art. 525, caput, do Novo CPC prevê que transcorrido o prazo para pagamento voluntário da obrigação inicia-se o prazo de 15 dias para que o executado, independentemente de nova intimação, apresente a impugnação nos próprios autos do cumprimento de sentença.
Significa dizer que decorrido o prazo de pagamento voluntário, independentemente de intimação, terá início a contagem de prazo de 15 dias para a impugnação. Há dois pontos relevantes no dispositivo legal que merecem reflexão.
A ausência de intimação é plenamente justificável, porque o executado terá ciência do não pagamento no prazo legal por ser tal omissão derivada justamente de uma postura adotada por ele.
A intimação nesse caso só dilataria injustificadamente o tempo de duração do processo.
Rol taxativo de natureza processual
Natureza jurídica incidental de cognição limitada
Não suspende a contagem do prazo.
Recursos Cabiveis
Embargos de Declaração 
Agravo de instrumento 
Apelação 
Casos de dispensa de caução
O art. 521 do NCPC elenca as hipóteses em que poderá haver a dispensa da caução. Não há a exigência cumulativa das hipóteses acima arroladas, ou seja, independem umas das outras. Basta o atendimento de uma delas para que se abra a possibilidade de dispensa de caução. São elas as seguintes:
(a) Crédito de natureza alimentar, independentemente de sua origem (inciso I). Não há mais um limite máximo de valor, como existia no CPC/1973. E em todos os casos de crédito de natureza alimentar (direito de família, responsabilidade civil, valores recebidos por profissionais liberais para sua subsistência etc.) haverá dispensa de caução.
(b) Credor em situação de necessidade (inciso II). Trata-se de um conceito vago, que engloba as hipóteses em que o exequente demonstra “premência do recebimento para evitar dano grave ou irreparável ao seu direito”, 39 análogo ao que legitima a concessão do benefício da assistência judiciária gratuita, ou ao risco que permite a tutela de urgência. Cabe ao exequente a produção de prova convincente acerca de suas condições adversas, para obter a dispensa da caução.
C) Pendência de agravo interposto contra decisão que inadmitir recurso especial ou extraordinário (art. 1.042, II e III) (inciso III). Trata-se das hipóteses de agravo em recurso especial ou extraordinário interpostos contra decisão do presidente ou vice-presidente do tribunal de origem que: (i) inadmitir recurso especial ou extraordinário com base no inc. I do art. 1.040, “sob o fundamento de que o acórdão recorrido coincide com a orientação do tribunal superior” (inc. II do art. 1.042); ou (ii) inadmitir recurso extraordinário com base no art. 1.035, § 8º, ou no art. 1.039, parágrafo único, “sob o fundamento de que o Supremo Tribunal Federal reconheceu a inexistência 
D) A sentença a ser provisoriamentecumprida estiver em consonância com súmula da jurisprudência do STF ou do STJ ou em conformidade com acórdão proferido no julgamento de casos repetitivos (inciso IV). Essa hipótese é uma novidade introduzida no NCPC, e se justifica diante da grande possibilidade de a decisão proferida ser mantida. Trata-se de verdadeira espécie de tutela da evidência
O novo Código, no § 1º do art. 520, prevê expressamente a possibilidade de o executado apresentar impugnação ao cumprimento provisório da sentença, nos termos do art. 525. Com efeito, não haveria sentido em restringir tal direito que decorre da garantia do contraditório, cuja incidência se impõe ainda mais por se tratar de atividade executiva baseada em título provisório, sujeito a modificação ou cassação posteriores.
Passa também a ser certo no cumprimento provisório de sentença que imponha o pagamento de quantia, o cabimento de aplicação da multa de dez por cento e dos honorários advocatícios também de dez por cento, referidos no § 1º do art. 523 (art. 520, § 2º).
Procedimento do cumprimento provisório
O procedimento (rito) do cumprimento provisório é o mesmo do cumprimento definitivo (art. 520, caput). Como deve, entretanto, correr apartado, reclama a formação de autos próprios, o que se fará utilizando cópias extraídas dos autos principais, por iniciativa do exequente. Aboliu-se a solenidade de uma carta de sentença expedida pela autoridade judiciária. Para tanto, basta a extração de cópias das peças do processo, cuja autenticidade poderá ser certificada pelo próprio advogado, sob sua responsabilidade pessoal (art. 522, parágrafo único). 42
O cumprimento provisório será requerido por petição dirigida ao juiz competente (art. 522, caput), isto é, ao juiz da causa, observados os requisitos enumerados no art. 524. Será acompanhada das necessárias cópias das peças do processo originário, porque o recurso acarreta a subida dos autos ao tribunal e força o curso da execução provisória em autos apartados.
São as seguintes as peças, cujas cópias se exigem para instruir o requerimento do cumprimento provisório, nos termos do art. 522, parágrafo único:
(a) decisão exequenda (inciso I): o próprio título executivo;
(b) certidão de interposição do recurso não dotado de efeito suspensivo (inciso II): comprovante de interposição do recurso;
(c) procurações outorgadas pelas partes (inciso III): documentos hábeis à comprovação da regularidade da representação processual das partes;
(d) decisão de habilitação, se for o caso (inciso IV): em havendo o falecimento de qualquer das partes, deve-se comprovar a sucessão;
(e) facultativamente, outras peças processuais consideradas necessárias para demonstrar a existência do crédito (inciso V): exemplos seriam documentos relativos à quantificação do valor da obrigação, a eventual transferência do crédito.
No caso de autos eletrônicos, não há necessidade de o requerimento ser instruído com cópias para fundamentar o pedido, ou seja, não precisam ser atendidos os incisos do parágrafo único do art. 522, como esclarece este dispositivo.
PROCESSO DE EXECUÇÃO DA OBRIGAÇÃO DE PAGAR QUANTIA CERTA Título EXTRAJUDICIAL 
INÍCIO DO PROCESSO DE EXECUÇÃO
. PETIÇÃO INICIAL
Desenvolvendo-se por meio de processo autônomo, a execução de título extrajudicial exige do exequente a elaboração de uma petição inicial, ato processual solene que deve seguir as regras do art. 319 do Novo CPC, naquilo que for cabível 
Como ocorre na petição inicial do processo/fase de conhecimento, cabe ao exequente indicar o endereçamento da peça, bem como os nomes completos do exequente e do executado e seus números de inscrição no Cadastro de Pessoas físicas,
No tocante à causa de pedir, exigem-se o título executivo que obrigatoriamente deve instruir a petição inicial – e a alegação de inadimplemento ,sendo ainda exigido que nas obrigações sujeitas a termo, condição ou contraprestação conste da peça a demonstração de que o termo ocorreu, a condição
 se implementou ou a contraprestação foi realizada . Também deve constar o pedido, tanto no aspecto processual (imediato) como no material (mediato)
A ausência de quaisquer desses documentos indispensáveis à propositura da execução é causa de intimação do exequente para emenda da inicial.
AVERBAÇÃO DA EXECUÇÃO
Segundo o art. 828, caput, do Novo CPC, o exequente tem a faculdade 185 de pedir uma certidão comprobatória de ajuizamento da execução, com identificação das partes e valor da causa. Tal certidão servirá ao exequente para fins de averbação no registro de imóveis, veículos ou qualquer outro registro de bens sujeitos à penhora, arresto ou indisponibilidade
O objetivo da averbação é dar ciência a terceiros e ao próprio executado, antes mesmo de sua citação, de que existe uma ação executiva em trâmite que pode gerar a fraude à execução na hipótese de alienação ou oneração do bem
CITAÇÃO DO EXECUTADO
O art. 829 do Novo CPC é o responsável pela previsão das regras referentes ao início do procedimento do processo de execução de pagar quantia certa fundada em título extrajudicial, apontando a postura do juiz após o juízo positivo de admissibilidade da petição inicial, o juiz analisará de ofício os requisitos formais dessa peça, podendo indeferi-la de plano, determinar sua emenda no prazo de 10 dias, ou, se entender que formalmente a peça encontra-se em ordem, determinar a citação do executado.
Segundo o art. 829, caput, do Novo CPC, o executado será citado para, no prazo de três dias, contado da citação, pagar a dívida.
O termo inicial da contagem desse prazo é a realização da citação, sendo irrelevante a data da juntada aos autos da primeira via do mandado de citação devidamente cumprido.
NÃO LOCALIZAÇÃO DO EXECUTADO E DE SEUS BENS
Não sendo localizado o executado, será frustrada sua citação, e não sendo localizados bens de seu patrimônio será materialmente impossível a realização de atos de penhora. Nesse caso, caberá ao exequente dar andamento ao processo, indicando novo endereço para fins de citação e/ou indicando bens a serem penhorados.
Caso o réu não seja localizado, o exequente será intimado para que no prazo de 10 dias requeira a citação do executado por edital: não sendo providenciada, o arresto se desfaz; providenciada a citação e não sendo realizado o pagamento em três dias, o arresto se converterá em penhora.
POSTURAS DO EXECUTADO CITADO
Sendo o executado localizado e citado, tem início o prazo de três dias para que adote postura no sentido de pagar o valor devido ou se manter inerte.
Segundo o art. 827, § 1º, do Novo CPC, havendo o pagamento integral da dívida no prazo de três dias da citação do executado, o valor dos honorários advocatícios será reduzido pela metade. Havendo pagamento parcial, entendo que cabe o desconto proporcional.
Realizado o pagamento, o exequente deverá ser intimado, sendo-lhe concedido prazo de cinco dias para manifestação. Concordando com o pagamento, o processo pagamento integral executivo será extinto; afirmando que o valor foi pago a menor, poderá imediatamente levantar o valor depositado, cabendo ao juiz decidir a impugnação feita pelo exequente.
A oitiva do exequente continua a ser necessária para se determinar se o depósito foi parcial ou integral, mas, nos limites da quantia depositada, a obrigação do executado estará imediatamente extinta.
ARRESTO EXECUTIVO
Não sendo possível realizar a citação do executado em razão de sua não localização, mas localizando-se bem ou bens de seu patrimônio, caberá ao oficial de justiça realizar o arresto executivo de tantos bens quantos bastem para garantir a dívida
Tratando-se, portanto, de ato executivo de pré-penhora ou penhora antecipada , conclui-se que não existe qualquer exigência em se provar perigo de ineficácia do resultado do processo para a concessão do arresto executivo; basta não localizar o executado para sua citação.
Segundo o art. 830, § 1º, do Novo CPC, nos 10 dias seguintes à efetivação do arresto, o oficial de justiça procurará o devedor

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