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Guia de Estudos da Unidade 2 - Contabilidade Aplicada

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Fundamentos Contábeis II
(Disciplina equivalente à Contabilidade Aplicada)
UNIDADE 2
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DISCIPLINA: FUNDAMENTOS CONTÁBEIS II
UNIDADE 2
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Caro(a) Aluno(a),
Acredite, de coração, é muito bom estar com você novamente.
Na Unidade 1, estudamos algumas contas do Ativo Circulante e contabilizamos as 
compras e as vendas de mercadorias, inclusive com impostos.
Pois bem, agora na Unidade 2 veremos que as vendas podem, às vezes, não serrece-
bidas pelas empresas e que a Contabilidade, como ciência que tem a função de gerar 
informações para a tomada de decisão, precisa relatar isso nos seus demonstrativos. 
Iremos ver também como as empresas comerciais fazem para contabilizar a sua folha 
de pagamento. E, por fim, mas não menos importante, veremos o estudo da segunda 
parte do Ativo, o Ativo Não Circulante.
Mantenha-se motivado(a)!
Bons estudos.
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Unidade 2
2.1 Folha de Pagamento
Caro(a) aluno(a), como você já está acostumado(a), vá até o seu livro texto e estude 
do início desta Unidade até a página 53. Depois volte para este Guia.
Você observou que a Folha de Pagamento apresenta os valores que a empresa paga-
rá aos seus colaboradores após um mês de salário.
Além do salário, cabe ressaltar que as empresas possuem outras despesas adicio-
nais.
A Folha de Pagamento irá corresponder aos valores que o funcionário recebe, ou seja, 
salários brutos e valores extras, como horas extras, salário família, salário maternida-
de, e descontados os valores que são de responsabilidade do empregado como, por 
exemplo, o Imposto de Renda Retido da Fonte (IRRF) e os por ele autorizados como, 
por exemplo, um Plano de Previdência Complementar.
Já as despesas adicionais não são de responsabilidade do empregado, do colabora-
dor, são de responsabilidade da empresa. São os encargos que a empresa tem em 
virtude de ter o funcionário. Os mais comuns são o Fundo de Garantia por Tempo de 
Serviço (FGTS), a parte do empregador referente à Previdência Social (INSS), o déci-
mo terceiro salário e as férias.
A contabilização da Folha de Pagamento é feita em contrapartida a uma conta de des-
pesa. Basicamente, o lançamento é feito assim:
D – Despesa com Salários (ou simplesmente Salários)
C – Caixa ou Bancos
O pagamento do salário aos funcionários deve ser efetuado, o mais tardar, até o 5º 
dia útil do mês subsequente ao vencido, salvo critério mais favorável previsto em do-
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cumento coletivo de trabalho da respectiva categoria profissional. Isso quer dizer que 
o funcionário que trabalhou todo o mês de agosto, deve receber este salário até o 5º 
dia útil do mês de setembro.
Caso a empresa efetue os pagamentos desta forma, deverá registrar em seu passivo 
o valor dos salários a pagar. Isso é que determina o Princípio Contábil da Compe-
tência, que você estudou em Fundamentos Contábeis I (as despesas e as receitas 
precisam ser registradas no momento em que acontecem, independentemente do seu 
pagamento ou do seu recebimento).
O lançamento é feito assim:
• No final do mês de agosto
D – Despesa com Salários (ou simplesmente Salários)
C – Salários a Pagar
• No dia do pagamento
D – Salários a Pagar
C – Caixa ou Bancos
2.1.1 Adiantamento a Empregados
Você, quando criança, já deve ter pedido um adiantamento de mesada para a sua 
mãe. Ou ainda, já empregado, pediu um “vale” ao seu chefe. Tanto a sua mãe, quanto 
o seu chefe, descontaram depois o valor adiantado. A sua mãe quase sempre perdoa, 
mas seu chefe não.
Ao pedir um adiantamento, o empregado fica devendo à empresa. A empresa fica com 
um direito a receber do empregado. Dessa forma, o adiantamento de salários que a 
empresa faz a seus empregados é uma conta de ativo circulante.
A contabilização está bem explicada em seu livro texto, na página 47.
2.1.2 Encargos dos Empregados
O fato de estar empregado faz com que o funcionário, além de ter compromissos com 
a empresa (ir ao trabalho, executar suas tarefas, não faltar...), tenha compromissos 
junto ao Governo. Esses compromissos são basicamente, o pagamento à Previdên-
cia Social e ao Sindicato da sua categoria, através da Contribuição Sindical, além do 
pagamento do Imposto de Renda à Receita Federal, dependendo do valor do salário.
Em uma consulta ao site da Receita Federal, o link no final deste parágrafo, você pode 
observar que a quarta tabela é a que está em vigor para o ano de 2014. Os trabalha-
dores que recebem salários de até R$ 1.710,78 não pagam o imposto. Acima deste 
valor, o imposto a pagar sobre o salário varia de 7,5% até 27,5%.
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http://www.receita.fazenda.gov.br/aliquotas/ContribFont2012a2015.html
Já no que tange ao valor a ser pago pelos trabalhadores ao INSS, as alíquotas em 
vigor variam de 8% a 11%, http://www.contabeis.com.br/tabelas/inss/ . Entretanto, a 
diferença do INSS para o Imposto de Renda é que a contribuição para a Previdência 
Social possui um teto, um valor máximo. Se um funcionário recebe R$ 4.390,24 e 
outro recebe R$ 6.000,00, ambos pagarão R$ 482,93 à Previdência Social. É dessa 
forma porque, quando forem se aposentar, o INSS também possui um valor teto para 
aposentadoria, independentemente de quanto o funcionário ganhava quando traba-
lhava. É por isso que muitos trabalhadores, querendo garantir uma aposentadoria 
mais tranquila, pagam uma previdência complementar.
Pois bem, quem possui a obrigação de reter os valores dos empregados e entregar ao 
Governo é a empresa contratante, é o empregador. Os encargos serão deduzidos dos 
salários a pagar e ficarão de posse da empresa, que nesse momento fica devendo ao 
Governo o valor que reteve do salário dos empregados.
Na página 49 do seu livro texto temos o seguinte lançamento:
D – Despesa com salários R$ 200
C – Adiantamento a empregados R$ 20
C – Contribuição Sindical a recolher R$ 6
C – INSS a recolher R$ 17
C – IRRF a recolher R$ 18
C – Caixa ou Bancos ou Salários a Pagar R$ 139
Quando do pagamento, ou do provisionamento dos salários (creditando a conta Salá-
rios a Pagar, no passivo), conseguimos observar que a empresa registra os encargos 
dos empregados no seu passivo circulante. Vimos, ainda, que a empresa abateu, 
neste exemplo, um adiantamento que estava no ativo circulante. As contas que a em-
presa lançou em seu passivo (IRRF, INSS e Contribuição Sindical a Recolher) serão 
entregues pela empresa aos entes. O lançamento dessa entrega ficará assim:
D – Contribuição Sindical a recolher R$ 6
D – INSS a recolher R$ 17
D – IRRF a recolher R$ 18
C – Caixa ou Bancos R$ 41
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2.1.3 Encargos da Empresa
Nem todos os encargos incidentes sobre a folha de pagamento são descontados dos 
empregados, como vimos no item anterior. Uma parte deles é de responsabilidade 
do empregador. O empregador deverá recolher os valores dos encargos aos órgãos 
públicos. Não serão acrescidos e não serão descontados do valor que o empregado 
tem a receber. São elas:
• Previdência Social Patronal (INSS);
• Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS);
• Férias e Adicional de Férias;
• Décimo terceiro salário.
Os valores do INSS e do FGTS são lançados em contrapartida a uma conta de des-
pesa, conforme lançamentos em seu livro texto (página 50).
2.1.4 Adicionais ao Salário
Existem valores que poderão ser adicionados ao salário dos funcionários. Alguns de-
les são de responsabilidade da empresa (horas extras, comissões). Outros são deter-
minados por lei, pagos pelo empregador, mas são de responsabilidade do governo. 
São eles o Salário Família e o Salário Maternidade.
2.1.4.1 Salário Família
Nesse link você verá algumas informações sobre o salário família: 
http://sereduc.com/hJT9eL
Para facilitar o recebimento do benefício por parte dos trabalhadores, a empresa efe-
tua o pagamento do benefício ao funcionário e desconta o valor pago dos valores que 
a empresa precisa recolherao governo, referente ao INSS Patronal.
Agora que você já sabe quanto é e quem tem direito ao benefício, vamos ao lança-
mento contábil.
Na página 51 do seu livro texto, o lançamento foi feito debitando-se a conta de INSS 
a Recolher. Se a conta de INSS a Recolher é uma conta de passivo, o lançamento a 
débito diminuirá o seu saldo, desta forma, diminuindo o valor que a empresa precisa 
recolher ao governo.
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2.1.4.2 Salário Maternidade
Nesse link você verá algumas informações sobre o salário maternidade:
http://sereduc.com/GanCwB 
De forma análoga ao Salário Família, no caso do salário maternidade, para facilitar o 
recebimento do benefício por parte dos trabalhadores, a empresa efetua o pagamento 
do benefício ao funcionário e desconta o valor pago dos valores que a empresa preci-
sa recolher ao governo, referente ao INSS Patronal.
A contabilização também se dará de forma semelhante à do Salário Família, conforme 
lançamento contábil da página 51 do seu livro texto.
Que tal um exemplo prático?
Eu acredito que a melhor forma de aprender contabilidade é, sempre, fazermos mui-
tos exercícios.
Questão de Concurso Público (AFRF-ESAF/2003). Na microempresa do meu tio, no 
mês de outubro, os salários somados às horas extras montaram a R$ 20.000. Os 
encargos de Previdência Social foram calculados em 11% a parte do segurado, e em 
22% a parcela patronal.
Ao contabilizar a folha de pagamento, o Contador deverá fazer o seguinte registro:
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Para resolver essa questão, vamos fazer como Jack – o Estripador, vamos por partes:
Em primeiro lugar, lembre-se do que você estudou em Fundamentos Contábeis I para 
saber a conta debitada e a conta creditada (ou contas). Você aqui não tem “D” e “C” 
na frente das contas. E sim um “a”. Quando não tiver nada na frente da conta, ela está 
sendo debitada. Quando tiver sendo um “a” ela está sendo creditada. Outra coisa, a 
boa técnica contábil diz que em primeiro sempre será a conta debitada e, depois, a 
conta creditada.
Agora, que você já identificou, vamos aos cálculos com o INSS:
Parte do segurado (empregado) – 11% de $20.000 = $2.200
Parte patronal (empregador) – 22% de $20.000 = $4.400
O lançamento básico, como vimos neste mesmo Guia é:
D – Despesa com salários (ou Salários)
C – Salários a pagar $20.000
No que diz respeito à parte do empregado, o lançamento precisará ser feito reduzindo 
o valor que o empregado tem a receber. Ou seja, reduzindo o valor do Salário a pagar 
e reconhecendo a obrigação de recolher esse valor aos cofres públicos.
D – Salários a pagar
C – INSS a recolher (que a questão está chamando de Previdência Social a Recolher) 
$ 2.200
A última parte desse lançamento é o reconhecimento da parte do empregador.
D – Previdência Social (que é a Despesa com Previdência Social)
C – Previdência Social a Recolher $ 4.400
Observe que a conta Salários a Pagar foi creditada em $20.000 e debitada em $2.200. 
Desta forma, o saldo da conta ficará em $17.800, que é o valor do salário menos a 
retenção, menos o valor do INSS de obrigação do empregado.
Vimos, ainda, que a conta de Previdência Social a recolher ficou com um saldo de 
$6.600, correspondente a parte retida pelo empregado e pela parte de obrigação do 
empregador.
Desta forma, observamos que a resposta da questão é a letra “e”.
Sinto que você está querendo fechar este Guia? Espero que não. Não fique 
apreensivo(a) caro(a) aluno(a). A Contabilidade é assim mesmo, cheia de detalhes. 
Por isso, é extremamente importante que você não perca o foco e continue estudando 
cada dia mais.
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Estou aqui para te ajudar a vencer este desafio.
Vamos em frente!
2.2 Adiantamento de Clientes
Caro(a) aluno(a), leia a página 53 do seu Livro texto e volte para este Guia.
Após a sua leitura, você compreendeu que a conta Adiantamento de Clientes repre-
senta uma obrigação da empresa. É o mesmo que dizer “Adiantamento feito pelo meu 
Cliente”. O cliente paga antecipadamente e a empresa que recebe o adiantamento 
registra o valor recebido da seguinte forma:
D – Caixa (ou Bancos)
C – Adiantamento de Clientes (Passivo Circulante).
Da mesma forma, quando a empresa paga antecipadamente a um fornecedor, fica 
com o direito de receber, seja uma mercadoria ou um serviço. É o mesmo que dizer 
“Adiantamento feito ao meu fornecedor”. O lançamento é feito assim:
D – Adiantamento a Fornecedor (Ativo Circulante)
C – Caixa (ou Bancos)
 
2.3 Estimativa para Perdas com Clientes
Caro(a) Aluno(a), gostaria que você fizesse a leitura das páginas 54 a 57 do seu livro 
texto e depois volte para o nosso Guia.
A conta de Estimativa para perdas com Clientes representa os valores que a empresa 
acredita que não irá receber e é conta redutora da conta de Clientes (ou da conta de 
Duplicatas a Receber).
Pois bem, tenho certeza que durante a sua leitura você não encontrou esse título. O 
que você encontrou lá foi a denominação de “Provisão para Créditos de Liquidação 
Duvidosa”.
Fique calmo que eu vou te explicar. No segundo parágrafo da página 54, você leu que 
a conta “Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa” era mais conhecida como 
PDD – Provisão para Devedores Duvidosos. Os estudiosos da Contabilidade não gos-
tavam do termo PDD, uma vez que o devedor não era duvidoso, o que era duvidoso 
era a liquidação do crédito por parte do devedor.
Pois bem, onde eu quero chegar? Quero agora que você entre no site do Comitê de 
Pronunciamentos Contábeis – CPC e leia o item 10 do CPC 25 - Provisões, onde você 
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encontrará a definição de Provisão. http://sereduc.com/j0DCbt.
Em 26 de junho de 2009, o Comitê aprovou o Pronunciamento número 25, onde está 
descrito que Provisão é um passivo de prazo ou de valor incertos.
Logo, você já deve ter chegado a uma conclusão. Em 2009, o CPC disse que Provi-
são é um passivo e a conta de Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa era 
do ativo. Desta forma, não se poderia mais chamar essa conta, que é do ativo, e que 
demonstra os prováveis valores com perdas de créditos, de provisão.
Entretanto, tudo o que você leu sobre essa conta, continua certo, apenas a nomencla-
tura dela foi alterada, com a aprovação do CPC 25 – Provisões.
Em resumo, a conta de Estimativa para perdas com clientes:
• Apresenta os valores que a empresa acredita que não irá receber, com base 
em alguns critérios;
• Era chamada de Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa, mas com 
o CPC 25, o uso do termo Provisão para contas do ativo tornou-se incorreto;
• É uma conta de natureza credora;
• É demonstrada no Balanço reduzindo o saldo dos créditos a receber.
2.3.1 Contabilização
A conta de Estimativa para perdas com clientes é constituída em contrapartida com 
uma despesa.
D – Despesa com estimativa para perdas com clientes
C - Estimativa para perdas com clientes
Vale lembrar que desde 1997, o valor que a empresa contabilizar como Despesa com 
estimativa para perdas com clientes não poderá ser considerada para fins fiscais. Isso 
quer dizer que, para as empresas tributadas pelo Lucro Real (uma das modalidades 
de tributação das empresas, você estudará isso mais adiante, em outra disciplina), 
essa despesa é considerada não dedutível do Imposto de Renda a pagar.
Algumas vezes a estimativa se concretiza. O cliente, de fato, não irá mais pagar o que 
nos deve, pelos mais diversos motivos. Caso o crédito seja considerado incobrável, a 
empresa precisa retirar esse valor do seu ativo. O lançamento será feito da seguinte 
forma:
D - Estimativa para perdas com clientes
C – Duplicatas a Receber
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Observe, caro(a) aluno(a), que a baixa do valor que está no ativo é feita em contra-
partida com a conta de Estimativa, e não com uma conta de despesa, pois quando 
contabilizamos a Estimativa para perdas com clientes já lançamos a despesa.
O fato de eu ter considerado que o cliente não irá mais me pagarnão significa que ele 
deixou de me dever. Muitas empresas possuem departamentos de cobrança apenas 
buscando a recuperação desses créditos.
E se um cliente, que a empresa havia considerado como incobrável, resolve voltar e 
pagar, como contabilizar? Há duas formas:
 Dentro do mesmo exercício financeiro em que se deu a baixa
D – Caixa ou Bancos
C – Estimativa para perdas com clientes
 Em um exercício financeiro posterior ao que deu a baixa do crédito
D – Caixa ou Bancos
C – Receita com recuperação de créditos baixados
Caso haja saldo na conta de Estimativa para perdas com clientes no final do exercício 
a empresa precisará revertê-lo e constituir uma nova Estimativa. Os lançamentos es-
tão na página 56 do seu livro texto.
2.4 Ativo Não Circulante – Parte I
Antes de iniciarmos, só uma observação: na sexta linha do primeiro parágrafo deste 
assunto, onde está escrito “...do Ativo Circulante devem ter um prazo de vencimento 
maior...” leia ““...do Ativo Não Circulante devem ter um prazo de vencimento maior...”. 
Foi só uma palavrinha esquecida, mas fará a diferença na sua interpretação.
Agora sim. Caro(a) aluno(a), de novo, mais uma vez, novamente (hehehehehe...), 
pare a leitura deste Guia, vá para o seu livro texto e faça a leitura da página 58 até o 
início da página 67.
A Lei das S/A, em seu artigo 179, nos incisos II, III, IV e VI, discrimina quais são 
as contas que irão compor cada um dos grupos serão estudados por nós. Veja só: 
http://sereduc.com/L5BkuP
2.4.1 Ativo Realizável a Longo Prazo
Como você observou, a única diferença entre os direitos classificados neste grupo e 
os classificados no Ativo Circulante, diz respeito ao prazo.
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Entretanto, além dos direitos realizáveis após o término do exercício seguinte, os 
adiantamentos concedidos a sócios, diretores, coligadas e controladas, conforme de-
terminação legal. Veja o art 179 da Lei 6.404/76. http://sereduc.com/cDNzuF
2.4.2 Investimentos
Conforme você já viu em seu livro texto e no corpo do texto legal, são classificados 
como grupo Investimentos as contas:
• Representativas da participação da empresa em outras companhias; e
• Representativas de direitos não classificáveis no Ativo Circulante ou no Ativo 
Realizável a Longo Prazo.
Traduzindo: “contas representativas da participação da empresa em outras compa-
nhias” são Ações de outras empresas. E o que são Ações? Ações são partes do Ca-
pital da empresa. E essas partes são vendidas no mercado de Ações (BOVESPA). 
Quando uma empresa compra ações de outra e não tem intenção de vendê-las, deve-
rá classificá-las no grupo de Investimentos.
Observação: Caso a empresa que recebe o investimento seja uma Ltda., não possui 
Ações, e sim Cotas. Não existe um mercado de venda de Cotas.
Importante: a intenção que a empresa tem importa. Se a intenção é de venda, não 
será classificada neste grupo. 
Quando uma empresa investe em outra ela é a empresa Investidora. A empresa que 
recebe o investimento é chamada de Investida. A empresa investida, dependendo do 
tamanho do investimento, pode ser chamada de coligada, controlada, equiparada à 
controlada ou outros tipos de participações.
E “contas representativas de direitos não classificáveis no Ativo Circulante ou no Ati-
vo Realizável a Longo Prazo” são os demais componentes patrimoniais que não se 
encaixam em nenhum outro grupo. Exemplo: obras de arte, investimento em ouro, 
propriedades para investimento (imóveis de renda), entre outros.
2.4.2.1 Coligadas
Caro(a) aluno(a), não fique apreensivo. Eu sei que são muitos nomes novos, mas eu 
sei que você conseguirá aprender. Vamos em frente!
Você já sabe que as coligadas são um nome que damos a um tipo de empresa que 
recebe investimento (investida). São coligadas as empresas nas quais a investidora 
(quem investe) tenha influência significativa. No início da página 60 do seu livro texto 
está bem explicadinho, olhe lá. De qualquer forma, podemos resumir dizendo assim: 
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influência significativa é o poder que a investidora tem de participar nas decisões fi-
nanceiras e operacionais da investida, mas não tem o poder de decidir.
2.4.2.2 Controladas
Também são empresas investidas, mas desta vez a empresa investidora tem o poder 
de tomar decisões. Leia o § 2º do artigo 243 da Lei 6.404/76.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6404consol.htm
A explicação começa no final da página 60 do seu livro texto. Volte lá agora e veja se 
o entendimento ficou melhor. Tenho certeza que sim.
Na página 61 do seu livro texto você irá encontrar o que a empresa precisa ser para 
ser considerada Controlada.
2.4.2.3 Contabilização
A partir da página 62 do seu livro texto você irá encontrar vários exemplos de contabili-
zação, mas “o lançamento básico”, se é que podemos chamar assim é extremamente 
simples, veja só:
D – Investimento*
C – Bancos Conta Movimento
* Em um momento o seu livro trata como sendo “Participação na Coligada B”, em 
outro ele chama de “Participações em outras empresas” e em outro momento ele usa 
“Investimentos Temporários em Ouro”. O que você precisa entender é que o lança-
mento a débito será no Ativo Não Circulante, no grupo Investimentos. Dependendo 
do caso, mudará a conta a ser utilizada. O seu livro texto apresentou três exemplos 
descritos acima.
2.4.3 Imobilizado
Caro aluno, os bens que integram o Ativo Imobilizado, apesar do nome assim sugerir, 
não são apenas os bens imóveis. São também os bens imóveis, mas não só eles. 
Todos os bens que a empresa utiliza no seu cotidiano, sem a intenção de venda e que 
tenha uma vida útil relativamente longa, serão classificados nesse grupo. Computado-
res, veículos, máquinas, prédios, imóveis e mobiliário são alguns exemplos dos bens 
que compõem esse grupo.
Mas preste atenção, não é porque eu disse aqui que “veículo” é imobilizado que SEM-
PRE será imobilizado. Depende da atividade da empresa e da utilização do bem. 
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Ãh?!?! Isso mesmo. 
Em uma empresa de manutenção de aparelhos de ar condicionado, o veículo é Ativo 
Imobilizado, pois a empresa o utiliza no seu cotidiano para auxiliar a sua atividade fim. 
Já para uma concessionária, o veículo é um item do estoque de mercadorias disponí-
veis para a venda. O que não quer dizer que, essa mesma concessionária, não possa 
ter no seu patrimônio um veículo no seu Ativo Imobilizado.
2.4.4 Intangível
Nesse grupo estão classificados os bens incorpóreos, os bens imateriais. São os bens 
que não podem ser tocados, mas existem e são avaliados monetariamente. Esse é 
um grupo novo no patrimônio das empresas. Apesar de sempre ter existido, só passou 
a ser contabilizado em 2007. 
2.5 Ativo Não Circulante – Parte Ii
2.5.1 Depreciação
Caro(a) aluno(a), estamos quase no fim desta nossa Unidade. Então, vá ao seu livro 
texto, com vontade, e leia da página 67 até o final. Enquanto você vai para o livro tex-
to, eu vou ali à cozinha fazer uma boquinha, afinal de contas, saco vazio não para em 
pé (nem sentado), não é mesmo?
Já leu tudo? Que bom!
Vamos em frente!
Neste último ponto do nosso assunto, iremos abordar alguns pontos específicos refe-
rentes ao Ativo Imobilizado, lembra-se dele? Que bom!
Vamos a um exemplo da nossa vida prática: se um amigo nosso compra um carro, 
dizemos logo “saiu da loja, já perdeu valor, já desvalorizou”. Não é assim?
Os bens que pertencem ao Ativo Imobilizado das empresas, regra geral, também per-
dem o valor com o passar do tempo. Igualzinho ao carro que o nosso amigo comprou. 
Por que eu disse “regra geral”? Porque obras de arte se valorizam com o tempo. Os 
terrenos não perdem valor, normalmente se valorizam também.
Como um bem perde valor? Normalmente é pelo uso ou pela ação do tempo. Mas a 
obsolescência em decorrência da evolução tecnológica também é uma forma do bem 
perder o seu valor.
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A Contabilidade é a ciência que estudae controla o patrimônio e que, além disso, gera 
informação para que os mais diversos usuários da informação contábil tomem as suas 
decisões. Logo, se os bens perdem valor, a Contabilidade precisa registrar essa perda 
de valor, não é mesmo?
Como registrar essa perda sem ferir os Princípios Contábeis?
Você agora se deparou com dois problemas: De um lado você tem o Princípio Contábil 
do Registro pelo Valor Original, que você estudou em Fundamentos Contábeis I, onde 
ele diz que não se pode alterar o valor dos bens; do outro lado você tem o Princípio 
Contábil da Competência que diz que diminuições no patrimônio (despesas) precisam 
ser registradas no momento em que ocorrem, mesmo se não pagas. Se o bem dimi-
nuiu de valor, o patrimônio da empresa também diminuiu. E agora nobre aluno(a)?
Vamos atender os dois princípios. Lembra que na Unidade I nós estudamos a Esti-
mativa para Perdas com Clientes? Ela é uma conta redutora de ativo, mas eu disse 
a você que existiam outras. Pois bem, a perda do valor dos bens do ativo imobilizado 
será registrada em uma conta redutora “Depreciação Acumulada”.
A contabilização será da seguinte forma:
D – Despesa com Depreciação
C – Depreciação Acumulada
A Depreciação Acumulada é uma conta que representa a perda do valor econômico 
do bem, em contrapartida com uma despesa. As despesas representam uma diminui-
ção do patrimônio da empresa, mesmo se não pagas, como é o caso da Despesa com 
Depreciação.
Vamos pensar um pouco: Quando a empresa tem uma despesa, o seu lucro fica 
menor. Com um lucro menor, menos lucro será entregue aos sócios. Se menos lucro 
será entregue aos sócios, mais recursos ficarão dentro da empresa. Se mais recursos 
ficam dentro da empresa, mais recursos poderão ser utilizados na compra de novas 
máquinas. Vamos ver só essa comparação de distribuição de lucros. 
Comparando as duas tabelas você pode pensar, em um primeiro momento, que a 
depreciação é uma coisa ruim, e não é.
Na tabela com depreciação o lucro ficou menor. A maioria dos impostos incide sobre o 
lucro. Se o lucro é menor, o valor que a empresa pagará com impostos também será 
menor.
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E como calcular a depreciação?
Existem vários métodos, conforme descrito no seu livro texto, na página 71. Mas o 
mais usado deles é o Método da Linha Reta.
Para calcular você precisará saber de algumas informações:
• A taxa de depreciação – as mais utilizadas já se encontram no seu livro 
texto. Uma lista bem mais extensa encontra-se no site da Receita Federal; 
http://sereduc.com/I6XPpd
• O custo de aquisição do bem;
• O valor residual do bem (se tiver); e 
• A vida útil provável.
Vamos a um exemplo numérico e você verá que vai ficar bem mais simples de enten-
der. A empresa Amo Fazer Contas S/A adquiriu uma máquina por R$ 140.000,00 no 
dia 01/05/X1. A empresa espera vender essa máquina, no final de sua vida útil, por R$ 
20.000,00. O tempo de vida estimado da máquina é de 10 anos. Com base nos dados 
apresentados, pergunta-se: Qual é o encargo com depreciação no mês de maio? Qual 
é o encargo de depreciação acumulado até 31/12/X1?
Resolução:
Vamos aos dados:
Valor de custo do bem = R$ 140.000,00
Valor residual = R$ 20.000,00
Valor depreciável = R$ 120.000,00
Taxa = = 10% a.a.
Neste caso, conforme a fórmula apresenta na página 72 do seu livro texto:
Depreciação = 
O valor que a empresa contabilizará como encargo de depreciação em doze meses 
será de R$ 12.000,00. Entretanto, não foi isso que a questão pediu.
Qual o encargo do mês de maio? R$ 12.000,00 / 12 meses = R$ 1.000,00
Qual o encargo de depreciação acumulado até 31/12/X1? Observe que de 01 de maio 
até 31 de dezembro se passam oito meses (maio, junho, julho, ..., dezembro). Maio 
entra na conta porque o bem foi comprado no início do mês. R$ 1.000,00 x 8 meses 
= R$ 8.000,00
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Na contabilidade, o lançamento deverá ser feito mensalmente:
D – Despesa com Depreciação (ou simplesmente Depreciação)
C – Depreciação Acumulada R$ 1.000,00
Em 31/12/X1, o Ativo Imobilizado da empresa está assim:
Ativo Imobilizado
Máquinas e Equipamentos R$ 140.000,00
( - ) Depreciação Acumulada (R$ 8.000,00)
( = ) Valor Líquido Contábil R$ 132.000,00
2.5.2 Amortização
A definição encontra-se no Item 8 da NBC TG-04, que você poderá consultar no link 
abaixo.
 http://www.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?codigo=2010/
Como você já observou na página 73 e 74 do seu livro texto, a amortização tem uma 
mecânica muito parecida com a da depreciação. Só que neste caso, os bens que 
sofrem a amortização são os do Ativo Intangível. Também se faz uso de uma conta 
redutora, para registrar a baixa dos bens.
D – Despesa com Amortização (ou simplesmente Amortização)
C – Amortização Acumulada
Importante lembrar que nem todos os bens do Ativo Intangível, apenas os que pos-
suem uma vida útil limitada.
2.5.3 Exaustão
A Exaustão é a alocação sistemática (reconhecimento da despesa) do valor exaurível 
de um Ativo ao longo de sua vida útil. Os ativos que se exaurem com o tempo são os 
recursos minerais (minas, jazidas) e as florestas.
No seu livro texto, a partir da página 74, você encontra quais são os aspectos que 
precisam ser considerados no cálculo da exaustão.
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O raciocínio do cálculo e de contabilização é semelhante aos anteriores:
D – Despesa com Exaustão (ou simplesmente Exaustão)
C – Exaustão Acumulada
Caro(a) aluno(a), terminamos aqui a Unidade 2. Eu sei que você já sabe, mas não 
custa nada lembrar: não se esqueça de fazer os exercícios do seu livro texto, eles são 
fundamentais para a consolidação do seu conhecimento. Também não se esqueça de 
fazer o exercício do AVA e responder aos fóruns.
Bons Estudos!

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