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1 Contab Social e Balan o Social 12

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CONTABILIDADE SOCIAL
e Balanço Social
Balanço Social e Cont. Ambiental
Profª Creunice de L. Fáis
Referências: 
Haddad (2007)
Kroetz (2000), 
Sá (1998). 
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A entidade....
 não é apenas um aglomerado de recursos materiais e humanos que produz e/ou transforma bens e os coloca no mercado; ela é, acima de tudo, um poder que representa uma força sócio-econômica-financeira determinada, com a sua potencialidade de emprego, de expansão, de criatividade, que pode influir decisivamente na melhor ou pior qualidade de vida da cidade em que está sediada (Gonçalves, 2000)
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“As empresas não são máquinas, são organismos vivos.“
Peter Senge
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CONTABILIDADE SOCIAL
A contabilidade social trata especificamente dos aspectos socioambientais das atividades econômicas e tem sido estudada por dois ramos da ciência, a econômica e a contábil. 
 
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Enfoque da ciência econômica
“Contabilidade Social é uma técnica de registro e de mensuração de um conjunto interligado de grandezas e de variáveis definidas pela Ciência Econômica. 
É, com efeito, uma forma especial de estatística econômica, de natureza contábil, que se propõe a apresentar valores que expressam os montantes das transações econômicas verificadas em determinada economia nacional (ROSSETTI, 1995).
ROSSETTI, 1995
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 Matriz de Contabilidade Social
Produto da Contabilidade Social sob o enfoque econômico
É uma representação estática da estrutura econômica de uma economia em um determinado período de tempo. 
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MCS - ATIVIDADE ECONOMICA NACIONAL
PRODUTO NACIONAL (PN): É o valor de todos os bens e serviços finais produzidos em determinado período de tempo. Medida do fluxo de produção.
DESPESA NACIONAL (DN): É o valor das despesas dos vários agentes na compra de bens e serviços finais. DN = Despesas de consumo (C). Inclui as despesas das famílias com bens de consumo, despesas com investimentos das empresas, gastos do governo e gastos do setor externo.
RENDA NACIONAL (RN): É a soma dos rendimentos pagos às famílias, que são proprietárias dos fatores de produção, pela utilização de seus serviços produtivos.
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Produtores
Mercado de Bens
Mercado de Fatores
Resto do Mundo
Famílias
Governo
Poupança/INV
Custos dos fatores 
Salários e aluguéis 
Demanda por insumos intermediários 
Receitas de vendas 
Consumo privado
Impostos
Poupança privada doméstica
Gastos do Governo
Poupança do Governo
Demanda de investimento
Importações
Exportações
Poupança externa
Demanda por bens finais
Fluxo Circular da Renda
Transf.
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 Representação Tabular e Princípio de Entrada das Informações
Recursos
Totais
tn,n
tn,k
tn,1
n
….
tk,n
tk,k
tk,1
k
….
t1,n
t1,k
t1,1
1
Sequência Numérica das Contas
por Linhas (i=1,…,k,…,n)
n
….
k
….
1
Totais
Sequência Numérica das Contas
por Colunas (j=1,…,k,…n)
Usos
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ENFOQUE CONTÁBIL
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Ramificação da ciência contábil
CTB
GERENCIAL
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“Um processo de divulgação, a grupos particulares e à sociedade em geral, dos impactos sociais e ambientais resultantes da atividade econômica das organizações, que vão para além da informação econômica e financeira que é fornecida aos detentores do seu capital” ( GRAY ET AL.,1996)
Contabilidade Social
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A contabilidade social sob o enfoque contábil apoia-se na sociologia da contabilidade e na teoria da economicidade para o desenvolvimento de seu arcabouço teórico e prático. 
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Sá (1998):
Sociologia da contabilidade estuda as interações sociais internas e externas à organização.
Teoria da economicidade é a capacidade de vitalização patrimonial que garante a sobrevivência da riqueza e que traduz a participação desta, interna e externamente.
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ORIGENS DOS FENOMENOS PATRIMONIAIS
A Contabilidade social estuda os fenômenos patrimoniais
Um fenômeno é sempre um efeito, existindo sempre uma causa que o produz.
A origem do fenômeno pode ser classificada em dois níveis:
1. Relações ambientais endógenas - RAN
2. Relações ambientais exógenas - RAX
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Objetivos da Cont. Social
Disponibilizar aos stakholders informações sobre as influências endógenas e exógenas exercidas em um determinado período, sobre o meio social e ambiental.
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1. Relações ambientais endógenas - RAN
GERAM OS FATOS CONTÁBEIS QUE PROVOCAM MUTAÇOES NO PATRIMONIO
Naturais à entidade
Políticas organizacionais - preços, qualidade produto
Decisões administrativas – plano de cargos e salários. Abertura de vagas, demissões... 
Outras: compras, comissões.....
Oriundos de fatos externos/extraordinários
Perdas patrimoniais – umidade excessiva; baixa umidade do ar
Defeitos mecânicos – ineficiência fornecimento de energia...
Erros humanos – ocasionados por situações momentâneas 
Problemas tecnológicos – qualidade da tecnologia disponível
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2. Relações ambientais exógenas - RAX
Do mundo externo, chegam influências que provocam alterações no patrimônio
Impostos por agentes externos
Legislação 
Tecnologias 
Culturais e religiosas – aceitação de um produto...
Políticas – subsídios, redução/aumento de tributos
Oriundos de acontecimentos externos extraordinários
Ecológicas – inundações, ventos fortes...
Sociais – redução do número de consumidores
Econômicas – redução do poder aquisitivo da população
Políticas – estado de sítio
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CONTABILIDADE SOCIAL
ACCOUNTABILITY
 Prestação de contas
Informação plena, justa, não enviesada
BALANÇO SOCIAL
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Responsabilidade Social Empresarial (RSE)
No passado, o que identificava uma empresa competitiva era basicamente o preço de seus produtos.
Depois, veio a onda da qualidade, mas ainda focada nos produtos e serviços.
Atualmente as empresas devem investir no permanente aperfeiçoamento de suas relações com todos os públicos dos quais dependem e com os quais se relacionam
A RSE tornou-se um fator de competitividade 
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Responsabilidade Social 
~~> A maneira como as empresas realizam seus negócios define sua maior ou menor Responsabilidade Social Empresarial. 
~~> O conceito da RSE está relacionado com a ética e a transparência na gestão dos negócios e deve refletir-se nas decisões cotidianas que podem causar impactos na sociedade, no meio ambiente e no futuro dos próprios negócios.
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As Sete Diretrizes da Responsabilidade Social Empresarial
1ª – Adote valores e trabalhe com transparência
2ª – Valorize empregados e colaboradores
3ª – Faça sempre mais pelo meio ambiente
4ª – Envolva parceiros e fornecedores
5ª – Proteja clientes e consumidores
6ª – Promova sua comunidade
7ª – Comprometa-se com o bem comum
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RSE é ≠ de Filantropia 
Filantropia:
 ação de doar dinheiro ou outros bens a favor de instituições ou pessoas que desenvolvam atividades de mérito social. 
É encarada por muitos como uma forma de ajudar e guiar o desenvolvimento e a mudança social, sem recorrer à intervenção estatal, muitas vezes contribuindo por essa via para contrariar ou corrigir as más políticas públicas em matéria social, cultural ou de desenvolvimento científico. 
Os indivíduos que adotam esta prática são em geral denominados por filantropos ou filantropistas. 
A filantropia é uma das principais fontes de financiamento para as causas humanitárias, culturais e religiosas. 
RSE
Benefícios à comunidade por meio de suas atividades operacionais.
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BALANÇO SOCIAL – Balanço da transparência corporativa
 O desenvolvimento da empresa deve ser traçado sobre sob o duplo ponto de vista econômico e social.
Fonte principal: Capitulo 4 – Tinoco e Kraemer (2004)
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O Balanço Social vem em resposta: 
NOVAS EXIGÊNCIAS
Postura moral e ética
Menos preocupações com aspectos $ na divulgação das DCs
Acolhida às relações sociais dentro e fora empresa
Além dos indicadores econômicos:
Sociais
Ambientais
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O BS
antes de ser uma demonstração endereçada à sociedade, é considerado uma ferramenta gerencial, pois reunirá dados qualitativos e quantitativos sobre as políticas administrativas e sobre as relações entidade/ambiente, os quais poderão ser comparados e analisados de acordo com as necessidades dos usuários internos, servindo como instrumento de controle, de auxilio para a tomada de decisões e na adoção de estratégias. (KROETZ, 2000). 
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 BALANÇO SOCIAL
Uma forma científica de prestar informações à sociedade
 ORIGENS
1939 a empresa alemã AEG já publicava (Lopes de Sá) 
Anos 60 – guerra do Vietnã – exigia-se uma postura moral e ética das empresas.
1962 – NASA encomenda pesquisa para averiguar as consequências sócio-culturais do programa; 
 
Brasil. Década de 70 – Alberto Almada/USP – artigo “Da sociologia da Contabilidade à Auditoria Sócio-Econômica”
1970 França - empresas publicam indicadores sociais (gestão de pessoal) juntamente com indicadores financeiros (Tableau de bord social):
Objetivos: empresa – informação, decisão, ação, analise dos resultados;
 empregados – evitar o descontentamento (prejuízos financeiros).
1971 – Boston – ABT publica a “Conta de Exploração”
1976 – Brasil – ADCE formulou proposta de relatório 
Nos EUA os estudos partiram das universidades
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FRANÇA – Obrigatório desde 1977
Concebido como um método global de investigação social para o diagnóstico da saúde social e planificação estratégica do futuro. 
Obrigatório inicialmente para empresas com mais de 700 empregados e, 
 a partir de 1981 para empresas com mais de 300 empregados.
Estruturado em sete eixos:
Emprego
Remuneração e encargos acessórios
Condições de higiene e segurança do trabalho
Outras condições de trabalho
Formação
Relações profissionais
Outras condições de vida dependentes da empresa. 
Vários países europeus o adotaram: Alemanha, Holanda, Bélgica, Espanha (obrigatório), Portugal e Inglaterra.
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PORTUGAL 
Lei nº 141/85 tornou obrigatório p/ empresas com mais de 100 empregados. 
Informações sobre a área de RH. 
Formulário anexo à lei para preenchimento das empresas enquadradas nas condições estabelecidas pela legislação. 
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DENOMINAÇÃO DO BS
Representa a expressão de uma prestação de contas da empresa à sociedade em face de sua responsabilidade para com a mesma.
É denominado:
Social Audit – modelo norte americano – vantagens e prejuízos sociais - imagem da empresa;
Bilan Social – França– conciliação dos trabalhadores;
Die Sozialbilanz – Alemanha – sintetiza modelos americano e francês. 
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Ênfase do BS
Nos EUA: aspectos sociais públicos, diminuição da violência e melhoria da relação das empresas com consumidores.
Na Europa: França - enfatiza aspectos do planejamento humano e social na empresa. Portugal - recursos humanos.
No Brasil: Modelo IBASE - amplo, inclui MA. 
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Modelos de BS Brasileiros
1980 a Fides/ADCE promove um seminário internacional. Alemanha, Espanha, Chile, Argentina, Uruguai, Colombia e EUA apresentam modelo. O do Brasil foi considerado mais adequado nos aspectos conceituais e de aplicação prática. 
Este modelo foi objeto de Lei em 1991 (não aprovada) 
Década de 90, Betinho (1935-1997) – modelo IBASE
No Brasil a publicação é incentivada, mas não obrigatória. 
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No início da década de 1980, Betinho fundou o Ibase. Seu principal objetivo era democratizar a informação sobre as realidades econômica, política e social no Brasil. 
O Ibase criou e disponibilizou o modelo de BS atualmente amplamente adotado pelas empresas brasileiras 
Ampliação do uso do BS no Brasil
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OBJETIVOS DO BS
estratégia de sobrevivência e crescimento da entidade;
contribuições da empresa à qualidade de vida da comunidade;
Abranger todo o conjunto de interações sociais (usuários);
desenvolvimento de pesquisas e tecnologias;
banco de dados confiável para decisões dos divs usuários; 
Instrumento laboral;
Avaliação não apenas do resultado econômico;
Ampliar grau de confiança;
Evidenciar participação dos trabalhadores no processo de gestão.
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Brasil – tentativas de legalização
PL nº 117/96 – arquivado
Pl nº 3.116/97 – arquivado
PL nº 32/99 tramitando na Comissão de Finanças da Câmara dos Deputados;
 Aprovado pela Comissão do Trabalho.
CVM solicitou inclusão na alteração da Lei das SAs para inclusão da obrigatoriedade de publicação do BS.... Não foi considerada.
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Legalização nos municípios
Porto Alegre/RS, Lei nº 8.116/98 – empresas com + de 20 empregados. Recebe Selo da Cidadania.
São Paulo/SP, Resolução nº 5/98. Cria dia e selo para empresas que apresentarem o BS;
Santo André/SP, Idem
Joao Pessoa/PB, institui Selo Herbert Souza;
Uberlândia/MG, Selo empresa Cidadã
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Por que publicar o BS?
» Porque é ético... ser justo, bom e responsável já é um bem em si mesmo.
» Porque agrega valor... o balanço social traz um diferencial para a imagem da empresa que vem sendo cada vez mais valorizado por investidores e consumidores no Brasil e no mundo.
» Porque diminui os riscos... num mundo globalizado, onde informações sobre empresas circulam mercados internacionais em minutos, uma conduta ética e transparente tem que fazer parte da estratégia de qualquer organização nos dias de hoje.
» Porque é um moderno instrumento de gestão... o balanço social é uma valiosa ferramenta para a empresa gerir, 
 medir e divulgar o exercício da responsabilidade social
 em seus empreendimentos. 
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» Porque é instrumento de avaliação... os analistas de mercado, investidores e órgãos de financiamento (como BNDES, BID e IFC) já incluem o balanço social na lista dos documentos necessários para se conhecer e avaliar os riscos e as projeções de uma empresa.
» Porque é inovador e transformador... realizar e publicar balanço social anualmente é mudar a antiga visão, indiferente à satisfação e o bem-estar dos funcionários e clientes, para uma visão moderna em que os objetivos da empresa incorporam as práticas de responsabilidade social e ambiental. 
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Um diferencial competitivo
Dar publicidade àquilo que a empresa faz em beneficio do social poderá significar, para ela, a oportunidade de obter do mercado uma grande recompensa, o que daria à obrigatoriedade da publicação um lugar de menor importância (MENDES, 1997).
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Reflexões sobre o título 
Apresenta um inconveniente: Balanço tem o mesmo sentido que balança, compreendendo equilíbrio
Do Latim Bilancis (Bi = dois; Lancis = pratos da balança).
Seria mais adequado considerá-lo como um relatório, não um balanço.
Porém, foi mundialmente convencionado e aceito 
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As quatro fases de implementação
Fase política – tomada de consciência, por parte do corpo diretivo e do quadro funcional.
Fase operacional – exige, por vezes, o aperfeiçoamento da estrutura sistêmica organizacional e de seus vários subsistemas, viabilizado a coleta, o tratamento e a geração de informações;
 Fase de gestão – o BS passa de simples instrumento de informação para instrumento de apoio à gestão.
Fase de avaliação – avaliados os procedimentos na preparação e comunicação das informações e influencias na tomada de decisões. Posturas, responsabilidades, retroalimentação...
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Limites do Balanço Social
PRIVACIDADE – respeito aos direitos individuais
SIGILO – não comprometer a eficácia e a continuidade da empresa
SUBJETIVIDADE – retratar somente a verdade. Vedada a publicação de informações subjetivas ou de caráter especulativo
UNIFORMIDADE OU CONSISTENCIA – manutenção da metodologia.
UTILIDADE – conteúdo útil (qualidade x quantidade)
ECONOMICIDADE – custo x beneficio
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Stakeholders do BS
Trabalhadores
Acionistas
Governos
Fornecedores
Concorrentes
Diretores
Estudiosos
Clientes
Sociedade
Sindicatos
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Indicadores do BS Mod. Ibase
Subdivididos
em sete grupos:
Base de cálculo
Indicadores Sociais Internos 
Indicadores Sociais Externos 
Indicadores Ambientais 
Indicadores do Corpo Funcional 
Informações relevantes quanto ao exercício da cidadania empresarial 
Outras Informações Relevantes
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Outros meios de evidenciação das informações sociais e ambientais:
Resolução CFC nº 1.003/2004
Global Reporting Initiative – GRI
BS - modelos adaptados
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Obrigatoriedade e padronização
No Brasil não existe a obrigatoriedade de elaboração e publicação do balanço social, porém, por parte de alguns setores do governo e da sociedade civil, existe a intenção de que isto ocorra.
Como não há regulamentação relativa à demonstração do Balanço Social, as organizações divulgam os dados que entendem relevantes e da forma que melhor lhes convenha.
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A padronização do Balanço Social está diretamente relacionada à necessidade de comparação entre os relatórios de diferentes organizações e diferentes períodos.
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Viés para potencialização de resultados
Um relatório de qualidade deve evidenciar tanto aspectos positivos quanto aspectos negativos da atuação social da empresa.
Através do destaque das informações positivas e da omissão de alguma outra informação;
Através de atenuante fornecido a informação
Através de uso de viés positivo
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Transparência
Pontos importantes para transparência das demonstrações sociais:
A presença de notas explicativas associadas às informações;
A identificação de um responsável pelo conteúdo do relatório;
A realização de uma auditoria
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