VACINAS e SOROS

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VACINAS E SOROS HIPERIMUNES:
Conceito, transferência de imunidade, 
composição e tipos de vacinas
Prof. Ketherson Rodrigues Silva
Histórico
-1796 - Edward Jenner mostrou o efeito protetor da vacinação, com a
inoculação da varíola de vacas em humanos
-Vacinação anti-varíola permitiu descobrir que a imunização de seres
humanos poderia ser feita utilizando-se microorganismos habituais de
outra espécie, através da imunização cruzada
-Luis Pasteur: descobriu que a atenuação de microrganismos em
laboratório poderia servir como vacinas
-1885 vacina contra a raiva
-1890 Von Behring e Kitasato demonstraram que soro de animais
previamente imunizados contra difteria, poderiam transferir o estado
imune a animais não imunizados
-1957 – Teoria da seleção clonal de Burnet
(Ags vacinais  expansão clonal T e B  Células de memória 
Resposta 2° mais rápida e eficaz).
Histórico
•Em 14/05/1796, usando material com cowpox da mão da ordenhadeira
Sarah Nelmes, Edward Jenner inoculou James Phipps, um menino de 8 
anos de idade
• O menino contraiu cowpox e recuperou-se rapidamente
• No dia 1º de Junho, o menino foi inoculado com Varíola, e não 
desenvolveu a doença.
Vacinação anti-varíola permitiu descobrir que a 
imunização de seres humanos poderia ser feita utilizando-
se germes habituais de outra espécie, através da 
imunização cruzada
(1980) - Organização Mundial de Saúde 
Declara erradicada a varíola.
O que é vacinação?
• “Termo geral utilizado para imunização contra
doenças infecciosas, originalmente derivado da
imunização contra varíola, que utiliza o vírus
vaccínia” (ROITT et al., 2003).
A importância da vacinação
• Natureza psico-social: evitar epidemias
• Natureza econômica
Evitar gastos hospitalares/medicamentos
Diminuir perdas nas criações de animais.
Implicações veterinárias
Introdução - conceitos
• Soros: são constituídos de anticorpos, que 
conferem proteção imediata contra uma 
determinada doença, porém não conferem 
proteção em longo prazo
• Vacinas: são constituídas de antígenos do 
agente infeccioso contra o qual se deseja induzir 
proteção, além de substâncias inespecíficas 
chamadas adjuvantes.
Tipos de imunização
Imunização passiva - características
• Ocorre através da transferência de anticorpos
provenientes de um individuo (ou de animal de outras 
espécies) que foi previamente imunizado para um indivíduo 
receptor
• Confere proteção imediata, ou seja, logo após a 
administração dos anticorpos
• Não ativa células do sistema imune, não gerando, 
portanto, células de memória, sendo, então, esse tipo de 
imunidade de curta duração
• Pode ser dividida em natural e artificial.
Imunização passiva - Soros mais 
comumente utilizados
Neutralização de toxinas bacterianas
Neutralização de venenos de animais peçonhentos.
Usos da imunização Passiva
Soros Instituto Butantan
Soros Instituto Butantan
Tipos de imunização
Imunização ativa - características
• É resultado da produção de anticorpos, bem como da 
ativação de linfócitos T, dirigida contra o agente 
infeccioso ou contra seus produtos tóxicos
• Confere proteção de longa duração, pois induz a 
geração de linfócitos de memória, que podem perdurar por 
muitos anos
• Porém, a proteção conferida por esse tipo de imunização 
não é imediata, levando algumas semanas até que ela se 
desenvolva completamente
• Também pode ser dividida em natural e artificial.
Imunidade adquirida
Passiva Ativa
Artificiais 
(soro)
Anticorpos 
colostrais
Imunização 
artificial 
Infecção 
natural
Microrganismo 
vivo
Microrganismo 
morto
Produtos 
metabólicos
Ag 
sintéticos
DNA
Completamente 
virulentos
Heterólogos Cultura 
atenuada
Engenharia 
genética
Resposta primária e secundária
Critérios que as vacinas devem 
satisfazer 
Estimular células apresentadoras de Ag
Estimular células T e B gerando células de memória
Gerar células T auxiliares e citotóxicas contra vários epítopos do Ag
Persistência dos Ag nos tecidos linfóides para aumentar a proteção
conferida pela vacina
A vacina deve proteger o indivíduo contra a doença em questão: 
Critérios que as vacinas devem 
satisfazer 
Baixo custo por dose
Fácil de administrar
Estável biologicamente
Poucos ou nenhum efeito colateral
Deve-se certificar que os riscos da vacinação não excedam os riscos 
associados à chance de contrair a doença propriamente dita .
Considerações práticas: 
Adjuvantes
• Tem como função aumentar o efeito das vacinas
• Vacinas sem a presença de adjuvantes, estimulam uma 
resposta imune fraca que não confere proteção 
• Geram uma inflamação no local da administração da 
vacina, e isso leva a ativação de macrófagos e ao recrutamento 
de células inflamatórias
• Retardam a destruição do antígeno vacinal a vacina 
permanecerá estimulando os linfócitos por mais tempo.
Adjuvantes
• Existem diversas substâncias e preparações utilizadas como 
adjuvantes em vacinas de uso veterinário
• Muitas contendo componentes bacterianos em suspensões 
oleosas que são proibidos para uso humano
• O único adjuvante aprovado para uso em vacinas humanas é
o alúmen, uma forma de hidróxido de alumínio
• A função de adjuvante pode também ser fornecida pelos 
componentes bacterianos das vacinas, como os componentes da 
parede celular de Bordetella pertussis na vacina DPT e da 
Mycobacterium na vacina contra tuberculose. 
TIPO Adjuvante Modo de ação
Sais de alumínio
Fosfato de Alumínio
Hidróxido de Alumínio
Alume
Depósito de Ag de liberação lenta
Emulsão de água-em-óleo Adjuvante incompleto de 
Freund
Depósito de Ag de liberação lenta
Frações bacterianas
Corinebactérias anaeróbias
BCG
Dipeptídeo muramílico
Bordetella pertussis
Lipopolissacarídeo
Estimulador de macrófagos
Estimulador de macrófagos
Estimulador de macrófagos
Estimulador de linfócitos
Estimulador de macrófagos
Agentes ativos de 
superfície
Saponina
Lisolecitina
Detergente plurônicos
Estimula o processamento antigênico
Estimula o processamento antigênico
Estimula o processamento antigênico
Carboidratos complexos
Acemanana
Glicanos
Sulfato de dextrano
Estimulador de macrófagos
Estimulador de macrófagos
Estimulador de macrófagos
Adjuvantes mistos Adjuvante completo de 
Freund
Estimulação de macrófagos e de 
células T
Tipos de vacinas
• Podem ser empregados microrganismos 
inteiros inativados ou atenuados 
• Pode ser utilizada apenas uma molécula do agente 
infeccioso, ou pode também ser utilizado DNA na 
forma de plasmídeo - Macromoléculas 
purificadas.
Vacinas atenuadas
• São constituídas de micro-organismos obtidos através da 
seleção de cepas naturais (selvagens)
• Podem ser atenuadas através de passagens em meios de 
cultura especiais, ou em diversos hospedeiros, ou por 
manipulação genética. 
• São bastante imunogênicas, e, muitas vezes, uma única dose é 
suficiente para conferir proteção por longo tempo
• São menos estáveis que as preparadas com micro-organismos 
inativados e, em algumas situações, podem causar a doença 
que elas deveriam proteger.
VACINAS ATENUADAS
Vacinas de micro-organismos 
inativados
• Contém os agentes infecciosos inteiros, porém esses micro-
organismos devem ser previamente tratados:
▫ Agentes físicos (radiação UV, calor etc.) 
▫ Agentes químicos (formaldeído, acetona e álcool)
• Os micro-organismos perdem a capacidade de replicação, 
porém ainda são capazes de induzir resposta imune
• Essas vacinas são bastante seguras, mas requerem que sejam 
administradas varias vezes para que seja induzida uma 
resposta imune satisfatória.Vacinas de macromoléculas
• Na sua formulação consta de moléculas derivadas e 
purificadas de micro-organismos
• Atualmente tres categorias de vacinas podem ser 
encontradas nessa subdivisao:
▫ a) toxóides: vacinas preparadas a partir de exotoxinas 
bacterianas
▫ b) polissacarídeos capsulares: utilizam antígenos 
polissacarídicos da capsula bacteriana fusionados com 
antigenos proteicos
▫ c) antígenos recombinantes: utilizam proteínas 
preparadas através de engenharia genética.
Vacinas de DNA
• São constituídas por um plasmídeo bacteriano que, além 
de outros componentes essenciais, deve conter o gene 
que codifica um antígeno importante contra o qual a 
resposta imune será induzida
• A intenção é que as células do indivíduo vacinado 
captem o DNA e passem a expressar o antígeno do 
patógeno.
Vacinas de DNA
• Embora considerada uma vacina segura, barata e de 
fácil obtenção, esse tipo de vacina induziu respostas 
imunes muito fracas em seres humanos
• Estão licenciadas duas vacinas de DNA para uso 
veterinario: uma para proteger cavalos contra o 
virus do Oeste do Nilo e outra para proteger salmões 
contra o virus da necrose hematopoiética infecciosa
• Ainda não ha nenhuma vacina de DNA licenciada 
para uso humano.
Diferenças entre vacinas atenuadas e inativadas
Administração de vacinas
• As vacinas são fornecidas em uma dose
padrão, e não se deve dividí-las para adaptá-
las ao tamanho do animal (número de células
sensíveis a antígenos não é muito diferente
entre os animais grandes e pequenos).
Quanto à Via de Aplicação:
Parenteral
Oral 
Nasal 
Ocular
Intramuscular
Subcutânea
Intra-Dérmica
Escarificação Cutânea
Quanto ao Estado Físico:
Líquidas - Soluções ou Suspensões Antigênicas
Liofilizadas
Vacina Ideal• Administração Oral
• Baixo Custo
• Fácil estocagem (Temp. ambiente)
• Dose única
• Proteção duradoura.
Falha vacinal
Administração correta Administração incorreta
Animal 
responde
Animal 
falha ao 
responder
Morte de 
vacina viva
Administração a 
um animal 
passivamente 
protegido
Via de 
administração 
inapropriada
Vacina administrada 
com o animal já 
infectado
Cepa ou 
microrganismo 
errado
Ag não 
protetores 
utilizados
Antes de Imunização 
passiva
Animal 
imunossuprimido
Variação 
biológica
Vacina 
inadequada
Vacinas em humanos
• Embora a Organização Mundial da Saúde 
recomende um esquema de vacinação, cada pais 
adota o esquema que julgar mais apropriado
• No Brasil existem três calendários: o de Vacinação 
da Criança, o de Vacinação do Adolescente, o de 
Vacinação do Adulto e do Idoso.
Impacto das vacinas
Impacto das vacinas
• O impacto das vacinas foi tão benéfico que 
muitas pessoas atualmente desconhecem os 
perigos das doenças por elas prevenidas
• Reações adversas são muito variáveis, podendo 
ir desde eventos leves e passageiros, como febre 
e dor no local da aplicação, ate causar a própria 
doença que deveriam prevenir – Reversão da 
patogenicidade.
Impacto das vacinas
• A dificuldade para se desenvolver uma vacina 
nova esta relacionada as características do 
agente infeccioso, que geralmente apresenta 
mecanismos de escape do sistema imune 
• Novas estratégias: uso de ferramentas de 
Biologia Molecular e a utilização de vírus 
recombinantes como carregadores de antígenos.
Impacto das vacinas
• Embora tenha havido uma queda enorme no 
número de caso de doenças contra as quais 
existem vacinas
• Há várias doenças que causam muitas mortes e 
contra as quais ainda não existem vacinas, como 
AIDS, malária, esquistossomose, hepatite C, 
dentre outras.
Conclusão
• As vacinas podem ser constituídas de micro-
organismos inteiros atenuados ou inativados 
ou de macromoléculas purificadas, cada tipo de 
vacina oferece vantagens e desvantagens
• Atualmente há inúmeras outras estratégias 
sendo estudadas na tentativa de se gerar 
proteção contra diversas doenças contra as 
quais ainda não existem vacinas eficazes 
disponíveis.
Fim…
Até que
enfim!!!
Muito
obrigado!!!