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AGENTES PÚBLICOS 
 
DEVERES E DIREITOS CONSTITUCIONAIS DOS SERVIDORES 
Como chama a atenção Maria Sylvia Zanella Di Pietro, embora consagrados em sua maior parte na Constituição da 
República, os direitos e deveres dos servidores públicos podem ser outorgados pelas Constituições e Leis federais, estaduais e 
municipais.A própria denominação estatutária, dedicada à categoria dos servidores titulares de cargos públicos, decorre do 
estabelecimento, por cada ente federado, e sempre por meio de leis designadas Estatutos, dos direitos e deveres que pautam 
as relações jurídico-trabalhistas com seu funcionários. 
 
DEVERES DOS SERVIDORES PÚBLICOS: requisitos ao bom desempenho dos encargos funcionais e, corolariamente, do 
regular e eficiente funcionamento dos serviços públicos. Sintetizam-se em agir, com probidade e eficiência, prestando contas 
dos atos praticados. 
A respeito prevê a Lei nº 8.429/92: “Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da 
administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade 
às instituições, e notadamente:” 
 
► DEVERES FUNCIONAIS: necessariamente previstos em lei de cada ente federado, estabelecem regras de 
comportamento de observância obrigatória pelos servidores públicos. Edmir Netto de Araújo classifica-os na seguinte forma: 
I – deveres que exigem atitude ativa do servidor quanto: a) à presença; b) ao ambiente de trabalho; c) ao procedimento; e, 
d) à prestação dos serviços. 
II – deveres relacionados à presença do servidor, no que tange à: a) assiduidade; b) pontualidade; e, c) residência. 
III – deveres relacionados ao ambiente de trabalho: a) urbanidade; e, b) cooperação e solidariedade. 
IV – deveres relacionados ao procedimento do servidor: a) trajar-se convenientemente em serviço; b) comportamento 
adequado na vida pública e privada; c) ordem nos assentamentos funcionais; e, d) lealdade às instituições 
V – deveres relacionados à prestação dos serviços: a) observância das normas legais e regulamentares; b) obediência às 
normas superiores; c) participação ao superior sobre as irregularidades que chegarem ao seu conhecimento; d) dever de 
diligência; e) sigilo sobre assunto do serviço; e, f) zelo pelo material público. 
 
► PROIBIÇÕES FUNCIONAIS (deveres negativos): exigem que o servidor se abstenha de determinados comportamentos, 
nocivos ao desenvolvimento e aos fins da atividade administrativa, acarretando, direta ou indiretamente, prejuízos à 
coletividade. Segundo Edmir Netto de Araújo podem classificar-se em proibições 
I - relacionadas ao cargo ou função: a) acumulações de cargos empregos ou funções; b) proibição genéricas de atividade 
prejudicial á administração; c) utilização indigna do cargo ou função; d) atividades empresariais incompatíveis com a função 
pública; e, e) patrocínio de interesses privados. 
II - relacionadas ao procedimento no exercício das atribuições: a) referências depreciativas em pareceres ou outros 
documentos; b) manifestações e atividades perturbadoras da atsmofera do trabalho; c) coação político-partidário; d) usura; e, 
e) sabotagem. 
III - relacionadas à prestação dos serviços: a) retirada e/ou utilização de documentos, materiais ou objetos da repartição; b) 
faltas injustificadas; c) encargos a pessoas estranhas à repartição; d) opor resistência ao andamento de processo ou á 
execução de serviço; e) desídia 
 
 ► Consequências da violação dos DEVERES e PROIBIÇÕES: cabe também à lei prescrever as sanções aplicáveis nesses 
casos. São exemplos de penalidades disciplinares: I - advertência; II - suspensão; III - demissão; IV - cassação de 
aposentadoria ou disponibilidade; V - destituição de cargo em comissão; VI - destituição de função comissionada. (conforme 
Lei Fed. nº 8.112/90, art. 127). 
 
DIREITOS DOS SERVIDORES PÚBLICOS: previsto em normas constitucionais e legais, podem ser concisamente 
apresentados no seguinte quadro: 
 
► Sindicalização dos servidores públicos: disposto nos seguintes termos pela Lei Maior: “Art. 37, VI - É garantido ao 
servidor público civil o direito à livre associação sindical.” “Art. 8º, III: Ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses 
coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas; e, V - ninguém será obrigado a filiar-se 
ou a manter-se filiado a sindicato.” 
 
► Greve dos servidores públicos: estabelece a Constituição da República: art. 37, VII - o direito de greve será exercido 
nos termos e nos limites definidos em lei específica. Diante da inexistência de lei específica a disciplinar o exercício desse 
direito, tem o mesmo sido viabilizado pelo STF, sempre em sede de mandado de injunção. Vide exemplo precursor: “O Tribunal 
iniciou julgamento de mandado de injunção impetrado pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Município de João 
Pessoa - SINTEM em face do Congresso Nacional, com o objetivo de dar efetividade à norma inscrita no art. 37, VII, da CF O 
Min. Gilmar Mendes, relator, conheceu do mandado de injunção e acolheu a pretensão nele deduzida para que, enquanto não 
suprida a lacuna legislativa, seja aplicada a Lei 7.783/89, e, ainda, em razão dos imperativos da continuidade dos serviços 
públicos, de acordo com as peculiaridades de cada caso concreto, e mediante solicitação de órgão competente, seja facultado 
ao juízo competente impor a observância a regime de greve mais severo, haja vista se tratar de serviços ou atividades 
essenciais, nos termos dos artigos 9 a 11 da Lei 7.783/89 (MI 708/DF, 24.5.2007). 
"(...) constata-se que o dispositivo impugnado padece de INCONSTITUCIONALIDADE, na medida em que considera o 
exercício não abusivo de um direito constitucional – direito de greve – como falta grave ou fato desabonador da conduta 
no serviço público, a ensejar a imediata exoneração do servidor público em estágio probatório, mediante processo 
administrativo próprio. (...) Além disso, o dispositivo impugnado explicita uma diferenciação de efeitos do exercício do direito de 
greve entre servidores estáveis e não estáveis, imputando consequência gravosa apenas aos primeiros, consubstanciada no 
ato de imediata exoneração. A CF de 1988 não alberga nenhuma diferenciação nesse sentido." (STF. ADI 3.235, voto do Rel. 
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p/ o ac. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 4-2-2010, Plenário, DJE de 12-3-2010.) Vide: RE 226.966, Rel. p/ o ac. 
Min. Cármen Lúcia, julgamento em 11-11-2008, Primeira Turma, DJE de 21-8-2009. 
 
► Direitos DE RETRIBUIÇÃO PECUNIÁRIA dos servidores: DIREITO DE ESTIPÊNDIO. Refere-se à remuneração dos 
servidores, antes já estudada. 
 
► Direitos SOCIAIS dos servidores: A Constituição Federal estabelece em seu art. 39, § 3º. “Aplica-se aos servidores 
ocupantes de cargo público o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX (...) ”. Dentre 
os direitos comuns aos trabalhadores urbanos e rurais previstos no art. 7º da Carta Magna aplicam-se aos servidores públicos: 
“V - salário mínimo (...); VIII - décimo terceiro salário (...); XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos; 
XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal; XVIII - licença à gestante 
(...);” dentre outras. Não aproveitam aos servidores, entrementes, os seguintes: “II - seguro-desemprego, em caso de 
desemprego involuntário; III - fundo de garantia do tempo de serviço; XI - participação nos lucros, ou resultados, desvinculada 
da remuneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei; XIV - jornada de seis 
horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva;” dentre outros. 
 
► Direito de AFASTAMENTO dos servidores – Lei 8112/90: Art. 81. Conceder-se-áao servidor LICENÇA: I - por 
motivo de doença em pessoa da família; II - por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro; III - para o serviço militar; 
IV - para atividade política; V - para capacitação; VI - para tratar de interesses particulares; VII - para desempenho de mandato 
classista. 
 
► Direitos PREVIDENCIÁRIOS dos servidores - Lei 8112/90: 
Art. 185. Os benefícios do Plano de Seguridade Social do servidor compreendem: 
I - QUANTO AO SERVIDOR: a) aposentadoria; b) auxílio-natalidade; c) salário-família; d) licença para tratamento de 
saúde; e) licença à gestante, à adotante e licença-paternidade; f) licença por acidente em serviço; g) assistência à 
saúde; h) garantia de condições individuais e ambientais de trabalho satisfatórias; 
II - QUANTO AO DEPENDENTE: a) pensão vitalícia e temporária; b) auxílio-funeral; c) auxílio-reclusão; d) assistência à 
saúde. 
 
 APOSENTADORIA é o direito, garantido pela Constituição, ao servidor público, de perceber determinada 
remuneração na inatividade diante da ocorrência de certos fatos jurídicos previamente estabelecidos (José dos Santos 
Carvalho Filho). 
 Regimes jurídicos 
 Regime Especial de Previdência: CF, art. 40: Aos SERVIDORES TITULARES DE CARGOS EFETIVOS da União, 
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de 
previdência de caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e 
inativos e dos pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo. 
 Servidores estatutários (titulares de cargo efetivo): 
 Regime Geral de Previdência: CF, arts. 201 e 202 
 empregados públicos, 
 servidores temporários e 
 servidores estatutários ocupantes de cargo em comissão (vide CF, art. 40, “caput” e seu § 13). 
 
CF, art. 40, § 1º Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de que trata este artigo serão APOSENTADOS (...): 
I - por INVALIDEZ PERMANENTE, sendo os proventos proporcionais ao tempo de contribuição, exceto se decorrente de 
acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, na forma da lei; 
EC n. 41/03, com redação dada pela EC nº 70/12, art. 6º-A. O servidor da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, que tenha ingressado no serviço público até a data de publicação desta 
Emenda Constitucional e que tenha se aposentado ou venha a se APOSENTAR POR INVALIDEZ PERMANENTE, com 
fundamento no inciso I do § 1º do art. 40 da Constituição Federal, tem direito a proventos de aposentadoria calculados com 
base na remuneração do cargo efetivo em que se der a aposentadoria, na forma da lei, não sendo aplicáveis as disposições 
constantes dos §§ 3º, 8º e 17 do art. 40 da Constituição Federal. 
 
II - COMPULSORIAMENTE, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade, ou 
aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na forma de lei complementar; 
EC 88/15: Art. 2º O Ato das Disposições Constitucionais Transitórias passa a vigorar acrescido do seguinte art. 100: 
“Art. 100. Até que entre em vigor a lei complementar de que trata o inciso II do § 1º do art. 40 da Constituição Federal, os 
Ministros do Supremo Tribunal Federal, dos Tribunais Superiores e do Tribunal de Contas da União aposentar-se-ão, 
compulsoriamente, aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, nas condições do art. 52 da Constituição Federal." 
 “Os SERVIÇOS DE REGISTROS PÚBLICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS são exercidos em caráter 
privado por delegação do Poder Público – serviço público não privativo. Os notários e os registradores 
exercem atividade estatal, entretanto não são titulares de cargo público efetivo, tampouco ocupam cargo 
público. Não são servidores públicos, não lhes alcançando a compulsoriedade imposta pelo mencionado art. 
40 da CF/1988 – aposentadoria compulsória aos setenta anos de idade." (STF. ADI 2.602, Rel. p/ o ac. 
Min. Eros Grau, julgamento em 24-11-2005, Plenário, DJ de 31-3-2006.) 
 
 
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III - VOLUNTARIAMENTE, desde que cumprido tempo mínimo de dez anos de efetivo exercício no serviço público e cinco 
anos no CARGO EFETIVO em que se dará a aposentadoria, observadas as seguintes condições: 
a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuição, se HOMEM, e cinqüenta e cinco anos de idade e trinta de 
contribuição, se MULHER; 
b) sessenta e cinco anos de idade, se HOMEM, e sessenta anos de idade, se MULHER, com proventos proporcionais ao 
tempo de contribuição. 
 
ESPÉCIE Sexo Tempo de 
Serviço Público 
Cargo Efetivo Idade Tempo de 
Contribuição 
INTEGRAL HOMEM 10 anos 5 anos 60 anos 35 anos 
MULHER 10 anos 5 anos 55 anos 30 anos 
PROPORCIONAL HOMEM 10 anos 5 anos 65 anos - 
MULHER 10 anos 5 anos 60 anos - 
 
 Abono de Permanência: CF, art. 40, § 19. O servidor de que trata este artigo que tenha completado as exigências 
para aposentadoria voluntária estabelecidas no § 1º, III, a, e que opte por permanecer em atividade fará jus a um ABONO 
DE PERMANÊNCIA EQUIVALENTE AO VALOR DA SUA CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA até completar as exigências 
para aposentadoria compulsória contidas no § 1º, II. 
 
 Requisitos e critérios diferenciados: CF, art. 40, § 4º. É VEDADA a adoção de requisitos e critérios diferenciados 
para a concessão de aposentadoria aos abrangidos pelo regime de que trata este artigo, RESSALVADOS, nos termos 
definidos em leis complementares, os casos de servidores: 
I - portadores de deficiência; 
II - que exerçam atividades de risco; 
III - cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física. 
§ 5º - Os requisitos de idade e de tempo de contribuição serão reduzidos em cinco anos, em relação ao disposto no § 1º, 
III, "a", para o professor que comprove exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de magistério na 
educação infantil e no ensino fundamental e médio. 
 
 PROVENTOS: Denominação técnica da REMUNERAÇÃO PARA AOS SERVIDORES APOSENTADOS (importância 
que deveria prover a subsistência do beneficiário e de sua família). 
 Limite: CF, art. 40, § 2º - Os proventos de aposentadoria e as pensões, por ocasião de sua concessão, não 
poderão exceder a remuneração do respectivo servidor, no cargo efetivo em que se deu a aposentadoria ou que serviu 
de referência para a concessão da pensão. 
 Cálculo: art. 40, CF, § 3º Para o cálculo dos proventos de aposentadoria, por ocasião da sua concessão, serão 
consideradas as remunerações utilizadas como base para as contribuições do servidor aos regimes de previdência de que 
tratam este artigo e o art. 201, na forma da lei. 
 Revisão: art. 40, CR,§ 17. Todos os valores de remuneração considerados para o cálculo do benefício previsto 
no § 3° serão devidamente atualizados, na forma da lei. 
Previdência Complementar: CF, art. 40, § 14 - A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, desde que 
instituam regime de previdência complementar para os seus respectivos servidores titulares de cargo efetivo, poderão 
fixar, para o valor das aposentadorias e pensões a serem concedidas pelo regime de que trata este artigo, o limite 
máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201. 
 
 ACUMULAÇÃO DE PROVENTOS: CF, art. 40, § 6º - Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos 
acumuláveis na forma desta Constituição, é vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à conta do regime de 
previdência previsto neste artigo. 
 
 PROVENTOS E TETO REMUNERATÓRIO: 
CF, ADCT, art. 17. Os vencimentos, a remuneração, as vantagens e os adicionais, bem como os proventos de 
aposentadoria que estejam sendo percebidos em desacordocom a Constituição serão IMEDIATAMENTE REDUZIDOS aos 
limites dela decorrentes, não se admitindo, neste caso, invocação de DIREITO ADQUIRIDO ou percepção de excesso a 
qualquer título. 
EC n. 41/03, art. 9º Aplica-se o disposto no art. 17 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias aos vencimentos, 
remunerações e subsídios dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da administração direta, autárquica e 
fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos 
detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os PROVENTOS, pensões ou outra espécie remuneratória 
percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza. 
 
CF, art. 40, § 11 - Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total dos proventos de inatividade, inclusive quando 
decorrentes da acumulação de cargos ou empregos públicos, bem como de outras atividades sujeitas a contribuição para 
o regime geral de previdência social, e ao montante resultante da adição de proventos de inatividade com remuneração de 
cargo acumulável na forma desta Constituição, cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração, e de 
cargo eletivo. 
 
 CASSAÇÃO DA APOSENTADORIA - Lei Fed. nº 8.112/90: Art. 127. São penalidades disciplinares: IV - cassação de 
aposentadoria ou disponibilidade; 
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Art. 134. Será cassada a aposentadoria ou a disponibilidade do inativo que houver praticado, na atividade, falta punível 
com a demissão. 
AGRAVO REGIMENTAL. SUSPENSÃO DE TUTELA ANTECIPADA. SERVIDOR PÚBLICO 
ESTADUAL. CASSAÇÃO DE APOSENTADORIA. CONSTITUCIONALIDADE. II – O Plenário Supremo Tribunal Federal já 
se manifestou pela constitucionalidade da cassação da aposentadoria, inobstante o caráter contributivo de que se 
reveste o benefício previdenciário. Precedentes: MS 21.948/RJ, Rel. Min. Néri da Silveira, MS 23.299/SP, Rel. Min. 
Sepúlveda Pertence e MS 23.219-AgR/RS, Rel. Min. Eros Grau. (STF. STA 729 AgR / SC. Relator( Min. RICARDO 
LEWANDOWSKI (Presidente). 28/05/2015. Tribunal Pleno. DJe-121 DIVULG 22-06-2015 PUBLIC 23-06-2015). 
 
 PENSÃO: A pensão por morte é um benefício previdenciário pago aos dependentes do segurado que falecer, 
aposentado ou não. É uma prestação de pagamento continuado que substitui a remuneração do servidor falecido. 
CF, art. 40, § 7º (EC n.41/03) Lei disporá sobre a concessão do benefício de pensão por morte, que será igual: 
I - ao valor da totalidade dos proventos do servidor falecido, até o limite máximo estabelecido para os benefícios do 
regime geral de previdência social de que trata o art. 201, acrescido de setenta por cento da parcela excedente a este 
limite, caso aposentado à data do óbito; ou 
II - ao valor, até o limda totalidade da remuneração do servidor no cargo efetivo em que se deu o falecimentoite 
máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201, acrescido de setenta 
por cento da parcela excedente a este limite, caso em atividade na data do óbito. 
§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme 
critérios estabelecidos em lei. 
 Lei Fed. nº 8.112/90: Art. 215. Por morte do servidor, os dependentes fazem jus a uma pensão mensal de valor 
correspondente ao da respectiva remuneração ou provento, a partir da data do óbito, observado o limite estabelecido no art. 
42. 
Art. 216. As pensões distinguem-se, quanto à natureza, em vitalícias e temporárias. 
§ 1
o
 A pensão vitalícia é composta de cota ou cotas permanentes, que somente se extinguem ou revertem com a morte 
de seus beneficiários. 
§ 2
o
 A pensão temporária é composta de cota ou cotas que podem se extinguir ou reverter por motivo de morte, cessação 
de invalidez ou maioridade do beneficiário. 
 
 AUXÍLIO RECLUSÃO 
Lei Fed. nº 8.112/90 - Art. 229. À família do servidor ativo é devido o auxílio-reclusão, nos seguintes valores: 
 I - dois terços da remuneração, quando afastado por motivo de prisão, em flagrante ou preventiva, determinada 
pela autoridade competente, enquanto perdurar a prisão; 
 II - metade da remuneração, durante o afastamento, em virtude de condenação, por sentença definitiva, a pena que 
não determine a perda de cargo. 
 1
o
 Nos casos previstos no inciso I deste artigo, o servidor terá direito à integralização da remuneração, desde que 
absolvido. 
 2
o
 O pagamento do auxílio-reclusão cessará a partir do dia imediato àquele em que o servidor for posto em liberdade, 
ainda que condicional. 
 
AS RESPONSABILIDADES DOS SERVIDORES PÚBLICOS 
RESPONSABILIDADE: Trata-se do dever, comum a todos os membros da sociedade estatal de RESPONDER por seus 
atos e omissões, arcando com suas conseqüências, mesmo quando manifestada na forma de sanção, aplicada, nos termos 
legais, em face de conduta ilícita. O servidor público possui uma série de deveres estabelecidos em lei, cuja violação induz à 
sua responsabilização. 
Lei nº 8.112/90: “Art. 121. O servidor RESPONDE CIVIL, PENAL E ADMINISTRATIVAMENTE pelo exercício irregular de 
suas atribuições”. 
Tripla responsabilidade: 
 Penal, 
 Civil e 
 Administrativa disciplinar. 
“Servidor público pode, ao mesmo tempo, responder a processo judicial penal e a procedimento administrativo 
disciplinar pela prática do mesmo ato”. (RMS 26510/RJ Relator: Min. Cezar Peluso. Julgamento: 17/02/2010. Órgão 
Julgador: Tribunal Pleno. DJe-055 pubic 26-03-2010). 
 
 RESPONSABILIDADE PENAL: decorre da conformação do ato ou omissão do servidor público a um tipo penal, 
definidor de crime ou contravenção. Cabe exclusivamente ao Poder Judiciário, como já nos foi dado a estudar, apurar essa 
espécie de responsabilidade. 
Lei Fed. nº 8.112/90: “Art. 123. A responsabilidade penal abrange os crimes e contravenções imputadas ao servidor, nessa 
qualidade.” 
Vide, em especial, Código Penal, Título XI - DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, CAPÍTULO I - 
Dos crimes praticados por funcionário público contra a administração em geral. 
 
 RESPONSABILIDADE CIVIL: decorrente do cometimento de DANOS PATRIMONIAIS. 
 CF, art. 37, § 6º. As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos 
responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, ASSEGURADO O DIREITO DE 
REGRESSO CONTRA O RESPONSÁVEL NOS CASOS DE DOLO OU CULPA. 
AGENTES PÚBLICOS 
 
 CF, art. 37, § 4º. Os ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA importarão a suspensão dos direitos políticos, a 
perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem 
prejuízo da ação penal cabível. (vide lei federal nº 8.429/92). 
 
 RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA: consiste no DEVER DO AGENTE PÚBLICO EM RESPONDER POR SUA 
CONDUTA NO EXERCÍCIO DE SUAS FUNÇÕES, não podendo eximir-se dos efeitos de suas ações e omissões (observância 
dos deveres e proibições funcionais). 
Lei Fed. nº 8.112/90: “Art. 124. A responsabilidade civil-administrativa resulta de ato omissivo ou comissivo praticado no 
desempenho do cargo ou função.” 
A falta disciplinar deverá ser apurada através do processo administrativo, com a garantia do contraditório e da ampla 
defesa. 
 
COMUNICAÇÃO ENTRE AS INSTÂNCIAS 
 Uma única conduta do servidor público pode, ao mesmo tempo, afigurar-se ilícita nos planos penal, civil e administrativo, 
gerando responsabilidades afins. 
Lei Fed. nº 8.112/90: “Art. 125. As sanções civis, penais e administrativas PODERÃO CUMULAR-SE, sendo 
independentes entre si.” 
Exemplo: imaginemos a hipótese em que um policial, sem observar as normas jurídicas aplicáveis, prende e mantém 
alguém em cativeiro.CONDENAÇÃO CRIMINAL e repercussão nas demais esferas: 
CÓDIGO PENAL: 
Art. 91 - São efeitos da condenação: I - tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime; 
 
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL: 
Art. 63. Transitada em julgado a sentença condenatória, poderão promover-lhe a execução, no juízo cível, para o 
efeito da reparação do dano, o ofendido, seu representante legal ou seus herdeiros. 
Art. 65. Faz coisa julgada no cível a sentença penal que reconhecer ter sido o ato praticado em estado de 
necessidade, em legítima defesa, em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito. 
 
CÓDIGO CIVIL: 
Art. 935. A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo questionar mais sobre a existência 
do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem decididas no juízo criminal. 
 
Portanto, a CONDENAÇÃO CRIMINAL DO SERVIDOR produz efeitos tanto no processo civil quanto no 
administrativo, sujeitando-o à reparação dos danos e às punições administrativas consequentes ao ato. A culpabilidade 
reconhecida pela Justiça Criminal não pode ser negada em qualquer outro juízo. 
 
Por outro lado, a ABSOLVIÇÃO CRIMINAL DO SERVIDOR fundada na INEXISTÊNCIA DO FATO ou na NEGATIVA DE 
AUTORIA, evita a responsabilização, quer civil, quer administrativa. 
 
 
INDEPENDÊNCIA ENTRE AS INSTÂNCIAS 
 ABSOLVIÇÃO POR AUSÊNCIA DE CULPABILIDADE PENAL: sentença tal não produz qualquer efeito nos 
processos civil e administrativo, quando da existência de ILÍCITO RESIDUAL nos planos civil ou administrativo. 
Vide Súmula STF n. 18: "Pela FALTA RESIDUAL, não compreendida na absolvição pelo juízo criminal, é admissível a 
punição administrativa do servidor público.” 
 
 ABSOLVIÇÃO POR AUSÊNCIA DE PROVAS: aqui bem se caracteriza a independência das instâncias, recaindo às 
instâncias civil e administrativa a possibilidade do reconhecimento, por outras provas, das culpas respectivas. 
 
CPP, art. 386. O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte dispositiva, desde que reconheça: 
I - estar provada a inexistência do fato; (há comunicação de instâncias) 
II - não haver prova da existência do fato; 
III - não constituir o fato infração penal; 
IV – estar provado que o réu não concorreu para a infração penal; (há comunicação de instâncias) 
V – não existir prova de ter o réu concorrido para a infração penal; 
VI – existirem circunstâncias que excluam o crime ou isentem o réu de pena (arts. 20, 21, 22, 23, 26 e § 1
°
 do art. 28, todos 
do Código Penal), ou mesmo se houver fundada dúvida sobre sua existência; (há comunicação de instâncias) 
VII – não existir prova suficiente para a condenação. 
 
DIREITO PROCESSUAL PENAL. INDEPENDÊNCIA DAS INSTÂNCIAS. AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO DE MANDATO 
ELETIVO E AÇÃO PENAL. 1. (...) 2. (...) 3. O tema envolve a relativa independência das instâncias (civil e criminal) (...) um 
comportamento pode ser, simultaneamente, considerado ilícito civil, penal e administrativo, mas também pode 
repercutir em apenas uma das instâncias, daí a relativa independência. 4. No caso concreto, houve propositura de ação 
de impugnação de mandato eletivo em face do paciente e de outras pessoas, sendo que o Tribunal Regional Eleitoral de 
São Paulo considerou o acervo probatório insuficiente para demonstração inequívoca dos fatos afirmados. 5. 
SOMENTE HAVERIA IMPOSSIBILIDADE DE QUESTIONAMENTO EM OUTRA INSTÂNCIA CASO O JUÍZO CRIMINAL 
AGENTES PÚBLICOS 
 
HOUVESSE DELIBERADO CATEGORICAMENTE A RESPEITO DA INEXISTÊNCIA DO FATO OU ACERCA DA NEGATIVA 
DE AUTORIA (ou participação), o que evidencia a relativa independência das instâncias (Código Civil, art. 935) . (RHC 
91110/SP. Relatora: Min. Ellen Gracie. Julgamento: 05/08/2008. Órgão Julgador: Segunda Turma. DJe-157,public 22-08-
2008). 
 
MANDADO DE SEGURANÇA. Policiais rodoviários federais. Demissão de servidor federal por Ministro de Estado. 
Possibilidade de delegação pelo Presidente da República do ato de demissão a ministro de estado diante do teor do 
artigo 84, inciso XXV, da Constituição da República. Jurisprudência pacífica do STF. (...) Punição no âmbito 
administrativo com fundamento na prática de improbidade ADMINISTRATIVA INDEPENDE DE PROVIMENTO JUDICIAL 
QUE RECONHEÇA A CONDUTA DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. Independência entre as instâncias da 
improbidade administrativa e administrativa. Nego provimento ao recurso ordinário. RMS 24194/DF - Recurso ord. em 
mandado de segurança. Relator: Min. Luiz Fux. Julgamento: 13/09/2011. Órgão Julgador: Primeira Turma. (DJe-193, public. 
07-10-2011). 
 
CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO: POLICIAL: DEMISSÃO. ILÍCITO ADMINISTRATIVO e 
ILÍCITO PENAL. INSTÂNCIA ADMINISTRATIVA: AUTONOMIA. I. - Servidor policial demitido por se valer do cargo para obter 
proveito pessoal: recebimento de propina. Improbidade administrativa. O ato de demissão, após procedimento 
administrativo regular, NÃO DEPENDE DA CONCLUSÃO DA AÇÃO PENAL INSTAURADA CONTRA O SERVIDOR POR 
CRIME CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, tendo em vista a autonomia das instâncias. II. - Precedentes do 
Supremo Tribunal Federal: MS 21.294-DF, Relator Ministro Sepúlveda Pertence; MS 21.293-DF, Relator Ministro Octavio 
Gallotti; MMSS 21.545-SP, 21.113-SP e 21.321-DF, Relator Ministro Moreira Alves; MMSS 21.294-DF e 22.477-AL, Relator 
Ministro Carlos Velloso. (MS 23401/DF. Julgamento: 18/03/2002. Órgão Julgador: Tribunal Pleno. Publicação: DJ 12-04-2002 
pp 0055). 
 
MANDADO DE SEGURANÇA. SERVIDOR PÚBLICO - DEMISSAO APÓS PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR. 
LEGALIDADE DA PUNIÇÃO. APLICAÇÃO DO ART. 41, PAR. 1. DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL C/C ART. 132, I,IV, X E XI, 
DA LEI 8.112/90. 1. A materialidade e autoria dos fatos ilícitos deverão ser apurados em processo administrativo disciplinar 
regular, assegurando ao imputado a ampla defesa e o contraditório. 2. A Administração devera aplicar ao servidor 
comprovadamente faltoso a penalidade cabível, na forma do artigo 41, par. 1., da Constituição Federal c/c com o art. 132, I, IV, 
X e XI, da Lei n. 8.112/90. 3. Inexistência de agressão a direito liquido e certo do impetrante, uma vez que as decisões estão 
em perfeita consonância com a norma legal aplicada. 4. A ausência de decisão judicial com trânsito em julgado não torna 
nulo o ato demissório, pois a APLICAÇÃO DA PENA DISCIPLINAR OU ADMINISTRATIVA INDEPENDE DA CONCLUSÃO 
DOS PROCESSOS CIVIS E PENAIS, eventualmente instaurados em razão dos mesmos fatos. 5. Segurança indeferida. 
(MS 21705/SC. Relator: Min. MAURÍCIO CORRÊA. Julgamento: 16/11/1995. Órgão Julgador: Tribunal Pleno. Publicação: DJ 
16-04-1996 pp-13113). 
 
 
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