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AGENTES PÚBLICOS DEVERES E DIREITOS CONSTITUCIONAIS DOS SERVIDORES Como chama a atenção Maria Sylvia Zanella Di Pietro, embora consagrados em sua maior parte na Constituição da República, os direitos e deveres dos servidores públicos podem ser outorgados pelas Constituições e Leis federais, estaduais e municipais.A própria denominação estatutária, dedicada à categoria dos servidores titulares de cargos públicos, decorre do estabelecimento, por cada ente federado, e sempre por meio de leis designadas Estatutos, dos direitos e deveres que pautam as relações jurídico-trabalhistas com seu funcionários. DEVERES DOS SERVIDORES PÚBLICOS: requisitos ao bom desempenho dos encargos funcionais e, corolariamente, do regular e eficiente funcionamento dos serviços públicos. Sintetizam-se em agir, com probidade e eficiência, prestando contas dos atos praticados. A respeito prevê a Lei nº 8.429/92: “Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente:” ► DEVERES FUNCIONAIS: necessariamente previstos em lei de cada ente federado, estabelecem regras de comportamento de observância obrigatória pelos servidores públicos. Edmir Netto de Araújo classifica-os na seguinte forma: I – deveres que exigem atitude ativa do servidor quanto: a) à presença; b) ao ambiente de trabalho; c) ao procedimento; e, d) à prestação dos serviços. II – deveres relacionados à presença do servidor, no que tange à: a) assiduidade; b) pontualidade; e, c) residência. III – deveres relacionados ao ambiente de trabalho: a) urbanidade; e, b) cooperação e solidariedade. IV – deveres relacionados ao procedimento do servidor: a) trajar-se convenientemente em serviço; b) comportamento adequado na vida pública e privada; c) ordem nos assentamentos funcionais; e, d) lealdade às instituições V – deveres relacionados à prestação dos serviços: a) observância das normas legais e regulamentares; b) obediência às normas superiores; c) participação ao superior sobre as irregularidades que chegarem ao seu conhecimento; d) dever de diligência; e) sigilo sobre assunto do serviço; e, f) zelo pelo material público. ► PROIBIÇÕES FUNCIONAIS (deveres negativos): exigem que o servidor se abstenha de determinados comportamentos, nocivos ao desenvolvimento e aos fins da atividade administrativa, acarretando, direta ou indiretamente, prejuízos à coletividade. Segundo Edmir Netto de Araújo podem classificar-se em proibições I - relacionadas ao cargo ou função: a) acumulações de cargos empregos ou funções; b) proibição genéricas de atividade prejudicial á administração; c) utilização indigna do cargo ou função; d) atividades empresariais incompatíveis com a função pública; e, e) patrocínio de interesses privados. II - relacionadas ao procedimento no exercício das atribuições: a) referências depreciativas em pareceres ou outros documentos; b) manifestações e atividades perturbadoras da atsmofera do trabalho; c) coação político-partidário; d) usura; e, e) sabotagem. III - relacionadas à prestação dos serviços: a) retirada e/ou utilização de documentos, materiais ou objetos da repartição; b) faltas injustificadas; c) encargos a pessoas estranhas à repartição; d) opor resistência ao andamento de processo ou á execução de serviço; e) desídia ► Consequências da violação dos DEVERES e PROIBIÇÕES: cabe também à lei prescrever as sanções aplicáveis nesses casos. São exemplos de penalidades disciplinares: I - advertência; II - suspensão; III - demissão; IV - cassação de aposentadoria ou disponibilidade; V - destituição de cargo em comissão; VI - destituição de função comissionada. (conforme Lei Fed. nº 8.112/90, art. 127). DIREITOS DOS SERVIDORES PÚBLICOS: previsto em normas constitucionais e legais, podem ser concisamente apresentados no seguinte quadro: ► Sindicalização dos servidores públicos: disposto nos seguintes termos pela Lei Maior: “Art. 37, VI - É garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical.” “Art. 8º, III: Ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas; e, V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato.” ► Greve dos servidores públicos: estabelece a Constituição da República: art. 37, VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica. Diante da inexistência de lei específica a disciplinar o exercício desse direito, tem o mesmo sido viabilizado pelo STF, sempre em sede de mandado de injunção. Vide exemplo precursor: “O Tribunal iniciou julgamento de mandado de injunção impetrado pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Município de João Pessoa - SINTEM em face do Congresso Nacional, com o objetivo de dar efetividade à norma inscrita no art. 37, VII, da CF O Min. Gilmar Mendes, relator, conheceu do mandado de injunção e acolheu a pretensão nele deduzida para que, enquanto não suprida a lacuna legislativa, seja aplicada a Lei 7.783/89, e, ainda, em razão dos imperativos da continuidade dos serviços públicos, de acordo com as peculiaridades de cada caso concreto, e mediante solicitação de órgão competente, seja facultado ao juízo competente impor a observância a regime de greve mais severo, haja vista se tratar de serviços ou atividades essenciais, nos termos dos artigos 9 a 11 da Lei 7.783/89 (MI 708/DF, 24.5.2007). "(...) constata-se que o dispositivo impugnado padece de INCONSTITUCIONALIDADE, na medida em que considera o exercício não abusivo de um direito constitucional – direito de greve – como falta grave ou fato desabonador da conduta no serviço público, a ensejar a imediata exoneração do servidor público em estágio probatório, mediante processo administrativo próprio. (...) Além disso, o dispositivo impugnado explicita uma diferenciação de efeitos do exercício do direito de greve entre servidores estáveis e não estáveis, imputando consequência gravosa apenas aos primeiros, consubstanciada no ato de imediata exoneração. A CF de 1988 não alberga nenhuma diferenciação nesse sentido." (STF. ADI 3.235, voto do Rel. AGENTES PÚBLICOS p/ o ac. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 4-2-2010, Plenário, DJE de 12-3-2010.) Vide: RE 226.966, Rel. p/ o ac. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 11-11-2008, Primeira Turma, DJE de 21-8-2009. ► Direitos DE RETRIBUIÇÃO PECUNIÁRIA dos servidores: DIREITO DE ESTIPÊNDIO. Refere-se à remuneração dos servidores, antes já estudada. ► Direitos SOCIAIS dos servidores: A Constituição Federal estabelece em seu art. 39, § 3º. “Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX (...) ”. Dentre os direitos comuns aos trabalhadores urbanos e rurais previstos no art. 7º da Carta Magna aplicam-se aos servidores públicos: “V - salário mínimo (...); VIII - décimo terceiro salário (...); XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos; XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal; XVIII - licença à gestante (...);” dentre outras. Não aproveitam aos servidores, entrementes, os seguintes: “II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário; III - fundo de garantia do tempo de serviço; XI - participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei; XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva;” dentre outros. ► Direito de AFASTAMENTO dos servidores – Lei 8112/90: Art. 81. Conceder-se-áao servidor LICENÇA: I - por motivo de doença em pessoa da família; II - por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro; III - para o serviço militar; IV - para atividade política; V - para capacitação; VI - para tratar de interesses particulares; VII - para desempenho de mandato classista. ► Direitos PREVIDENCIÁRIOS dos servidores - Lei 8112/90: Art. 185. Os benefícios do Plano de Seguridade Social do servidor compreendem: I - QUANTO AO SERVIDOR: a) aposentadoria; b) auxílio-natalidade; c) salário-família; d) licença para tratamento de saúde; e) licença à gestante, à adotante e licença-paternidade; f) licença por acidente em serviço; g) assistência à saúde; h) garantia de condições individuais e ambientais de trabalho satisfatórias; II - QUANTO AO DEPENDENTE: a) pensão vitalícia e temporária; b) auxílio-funeral; c) auxílio-reclusão; d) assistência à saúde. APOSENTADORIA é o direito, garantido pela Constituição, ao servidor público, de perceber determinada remuneração na inatividade diante da ocorrência de certos fatos jurídicos previamente estabelecidos (José dos Santos Carvalho Filho). Regimes jurídicos Regime Especial de Previdência: CF, art. 40: Aos SERVIDORES TITULARES DE CARGOS EFETIVOS da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência de caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo. Servidores estatutários (titulares de cargo efetivo): Regime Geral de Previdência: CF, arts. 201 e 202 empregados públicos, servidores temporários e servidores estatutários ocupantes de cargo em comissão (vide CF, art. 40, “caput” e seu § 13). CF, art. 40, § 1º Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de que trata este artigo serão APOSENTADOS (...): I - por INVALIDEZ PERMANENTE, sendo os proventos proporcionais ao tempo de contribuição, exceto se decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, na forma da lei; EC n. 41/03, com redação dada pela EC nº 70/12, art. 6º-A. O servidor da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, que tenha ingressado no serviço público até a data de publicação desta Emenda Constitucional e que tenha se aposentado ou venha a se APOSENTAR POR INVALIDEZ PERMANENTE, com fundamento no inciso I do § 1º do art. 40 da Constituição Federal, tem direito a proventos de aposentadoria calculados com base na remuneração do cargo efetivo em que se der a aposentadoria, na forma da lei, não sendo aplicáveis as disposições constantes dos §§ 3º, 8º e 17 do art. 40 da Constituição Federal. II - COMPULSORIAMENTE, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na forma de lei complementar; EC 88/15: Art. 2º O Ato das Disposições Constitucionais Transitórias passa a vigorar acrescido do seguinte art. 100: “Art. 100. Até que entre em vigor a lei complementar de que trata o inciso II do § 1º do art. 40 da Constituição Federal, os Ministros do Supremo Tribunal Federal, dos Tribunais Superiores e do Tribunal de Contas da União aposentar-se-ão, compulsoriamente, aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, nas condições do art. 52 da Constituição Federal." “Os SERVIÇOS DE REGISTROS PÚBLICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS são exercidos em caráter privado por delegação do Poder Público – serviço público não privativo. Os notários e os registradores exercem atividade estatal, entretanto não são titulares de cargo público efetivo, tampouco ocupam cargo público. Não são servidores públicos, não lhes alcançando a compulsoriedade imposta pelo mencionado art. 40 da CF/1988 – aposentadoria compulsória aos setenta anos de idade." (STF. ADI 2.602, Rel. p/ o ac. Min. Eros Grau, julgamento em 24-11-2005, Plenário, DJ de 31-3-2006.) AGENTES PÚBLICOS III - VOLUNTARIAMENTE, desde que cumprido tempo mínimo de dez anos de efetivo exercício no serviço público e cinco anos no CARGO EFETIVO em que se dará a aposentadoria, observadas as seguintes condições: a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuição, se HOMEM, e cinqüenta e cinco anos de idade e trinta de contribuição, se MULHER; b) sessenta e cinco anos de idade, se HOMEM, e sessenta anos de idade, se MULHER, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição. ESPÉCIE Sexo Tempo de Serviço Público Cargo Efetivo Idade Tempo de Contribuição INTEGRAL HOMEM 10 anos 5 anos 60 anos 35 anos MULHER 10 anos 5 anos 55 anos 30 anos PROPORCIONAL HOMEM 10 anos 5 anos 65 anos - MULHER 10 anos 5 anos 60 anos - Abono de Permanência: CF, art. 40, § 19. O servidor de que trata este artigo que tenha completado as exigências para aposentadoria voluntária estabelecidas no § 1º, III, a, e que opte por permanecer em atividade fará jus a um ABONO DE PERMANÊNCIA EQUIVALENTE AO VALOR DA SUA CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA até completar as exigências para aposentadoria compulsória contidas no § 1º, II. Requisitos e critérios diferenciados: CF, art. 40, § 4º. É VEDADA a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria aos abrangidos pelo regime de que trata este artigo, RESSALVADOS, nos termos definidos em leis complementares, os casos de servidores: I - portadores de deficiência; II - que exerçam atividades de risco; III - cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física. § 5º - Os requisitos de idade e de tempo de contribuição serão reduzidos em cinco anos, em relação ao disposto no § 1º, III, "a", para o professor que comprove exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio. PROVENTOS: Denominação técnica da REMUNERAÇÃO PARA AOS SERVIDORES APOSENTADOS (importância que deveria prover a subsistência do beneficiário e de sua família). Limite: CF, art. 40, § 2º - Os proventos de aposentadoria e as pensões, por ocasião de sua concessão, não poderão exceder a remuneração do respectivo servidor, no cargo efetivo em que se deu a aposentadoria ou que serviu de referência para a concessão da pensão. Cálculo: art. 40, CF, § 3º Para o cálculo dos proventos de aposentadoria, por ocasião da sua concessão, serão consideradas as remunerações utilizadas como base para as contribuições do servidor aos regimes de previdência de que tratam este artigo e o art. 201, na forma da lei. Revisão: art. 40, CR,§ 17. Todos os valores de remuneração considerados para o cálculo do benefício previsto no § 3° serão devidamente atualizados, na forma da lei. Previdência Complementar: CF, art. 40, § 14 - A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, desde que instituam regime de previdência complementar para os seus respectivos servidores titulares de cargo efetivo, poderão fixar, para o valor das aposentadorias e pensões a serem concedidas pelo regime de que trata este artigo, o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201. ACUMULAÇÃO DE PROVENTOS: CF, art. 40, § 6º - Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos acumuláveis na forma desta Constituição, é vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à conta do regime de previdência previsto neste artigo. PROVENTOS E TETO REMUNERATÓRIO: CF, ADCT, art. 17. Os vencimentos, a remuneração, as vantagens e os adicionais, bem como os proventos de aposentadoria que estejam sendo percebidos em desacordocom a Constituição serão IMEDIATAMENTE REDUZIDOS aos limites dela decorrentes, não se admitindo, neste caso, invocação de DIREITO ADQUIRIDO ou percepção de excesso a qualquer título. EC n. 41/03, art. 9º Aplica-se o disposto no art. 17 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias aos vencimentos, remunerações e subsídios dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os PROVENTOS, pensões ou outra espécie remuneratória percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza. CF, art. 40, § 11 - Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total dos proventos de inatividade, inclusive quando decorrentes da acumulação de cargos ou empregos públicos, bem como de outras atividades sujeitas a contribuição para o regime geral de previdência social, e ao montante resultante da adição de proventos de inatividade com remuneração de cargo acumulável na forma desta Constituição, cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração, e de cargo eletivo. CASSAÇÃO DA APOSENTADORIA - Lei Fed. nº 8.112/90: Art. 127. São penalidades disciplinares: IV - cassação de aposentadoria ou disponibilidade; AGENTES PÚBLICOS Art. 134. Será cassada a aposentadoria ou a disponibilidade do inativo que houver praticado, na atividade, falta punível com a demissão. AGRAVO REGIMENTAL. SUSPENSÃO DE TUTELA ANTECIPADA. SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL. CASSAÇÃO DE APOSENTADORIA. CONSTITUCIONALIDADE. II – O Plenário Supremo Tribunal Federal já se manifestou pela constitucionalidade da cassação da aposentadoria, inobstante o caráter contributivo de que se reveste o benefício previdenciário. Precedentes: MS 21.948/RJ, Rel. Min. Néri da Silveira, MS 23.299/SP, Rel. Min. Sepúlveda Pertence e MS 23.219-AgR/RS, Rel. Min. Eros Grau. (STF. STA 729 AgR / SC. Relator( Min. RICARDO LEWANDOWSKI (Presidente). 28/05/2015. Tribunal Pleno. DJe-121 DIVULG 22-06-2015 PUBLIC 23-06-2015). PENSÃO: A pensão por morte é um benefício previdenciário pago aos dependentes do segurado que falecer, aposentado ou não. É uma prestação de pagamento continuado que substitui a remuneração do servidor falecido. CF, art. 40, § 7º (EC n.41/03) Lei disporá sobre a concessão do benefício de pensão por morte, que será igual: I - ao valor da totalidade dos proventos do servidor falecido, até o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201, acrescido de setenta por cento da parcela excedente a este limite, caso aposentado à data do óbito; ou II - ao valor, até o limda totalidade da remuneração do servidor no cargo efetivo em que se deu o falecimentoite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201, acrescido de setenta por cento da parcela excedente a este limite, caso em atividade na data do óbito. § 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios estabelecidos em lei. Lei Fed. nº 8.112/90: Art. 215. Por morte do servidor, os dependentes fazem jus a uma pensão mensal de valor correspondente ao da respectiva remuneração ou provento, a partir da data do óbito, observado o limite estabelecido no art. 42. Art. 216. As pensões distinguem-se, quanto à natureza, em vitalícias e temporárias. § 1 o A pensão vitalícia é composta de cota ou cotas permanentes, que somente se extinguem ou revertem com a morte de seus beneficiários. § 2 o A pensão temporária é composta de cota ou cotas que podem se extinguir ou reverter por motivo de morte, cessação de invalidez ou maioridade do beneficiário. AUXÍLIO RECLUSÃO Lei Fed. nº 8.112/90 - Art. 229. À família do servidor ativo é devido o auxílio-reclusão, nos seguintes valores: I - dois terços da remuneração, quando afastado por motivo de prisão, em flagrante ou preventiva, determinada pela autoridade competente, enquanto perdurar a prisão; II - metade da remuneração, durante o afastamento, em virtude de condenação, por sentença definitiva, a pena que não determine a perda de cargo. 1 o Nos casos previstos no inciso I deste artigo, o servidor terá direito à integralização da remuneração, desde que absolvido. 2 o O pagamento do auxílio-reclusão cessará a partir do dia imediato àquele em que o servidor for posto em liberdade, ainda que condicional. AS RESPONSABILIDADES DOS SERVIDORES PÚBLICOS RESPONSABILIDADE: Trata-se do dever, comum a todos os membros da sociedade estatal de RESPONDER por seus atos e omissões, arcando com suas conseqüências, mesmo quando manifestada na forma de sanção, aplicada, nos termos legais, em face de conduta ilícita. O servidor público possui uma série de deveres estabelecidos em lei, cuja violação induz à sua responsabilização. Lei nº 8.112/90: “Art. 121. O servidor RESPONDE CIVIL, PENAL E ADMINISTRATIVAMENTE pelo exercício irregular de suas atribuições”. Tripla responsabilidade: Penal, Civil e Administrativa disciplinar. “Servidor público pode, ao mesmo tempo, responder a processo judicial penal e a procedimento administrativo disciplinar pela prática do mesmo ato”. (RMS 26510/RJ Relator: Min. Cezar Peluso. Julgamento: 17/02/2010. Órgão Julgador: Tribunal Pleno. DJe-055 pubic 26-03-2010). RESPONSABILIDADE PENAL: decorre da conformação do ato ou omissão do servidor público a um tipo penal, definidor de crime ou contravenção. Cabe exclusivamente ao Poder Judiciário, como já nos foi dado a estudar, apurar essa espécie de responsabilidade. Lei Fed. nº 8.112/90: “Art. 123. A responsabilidade penal abrange os crimes e contravenções imputadas ao servidor, nessa qualidade.” Vide, em especial, Código Penal, Título XI - DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, CAPÍTULO I - Dos crimes praticados por funcionário público contra a administração em geral. RESPONSABILIDADE CIVIL: decorrente do cometimento de DANOS PATRIMONIAIS. CF, art. 37, § 6º. As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, ASSEGURADO O DIREITO DE REGRESSO CONTRA O RESPONSÁVEL NOS CASOS DE DOLO OU CULPA. AGENTES PÚBLICOS CF, art. 37, § 4º. Os ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível. (vide lei federal nº 8.429/92). RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA: consiste no DEVER DO AGENTE PÚBLICO EM RESPONDER POR SUA CONDUTA NO EXERCÍCIO DE SUAS FUNÇÕES, não podendo eximir-se dos efeitos de suas ações e omissões (observância dos deveres e proibições funcionais). Lei Fed. nº 8.112/90: “Art. 124. A responsabilidade civil-administrativa resulta de ato omissivo ou comissivo praticado no desempenho do cargo ou função.” A falta disciplinar deverá ser apurada através do processo administrativo, com a garantia do contraditório e da ampla defesa. COMUNICAÇÃO ENTRE AS INSTÂNCIAS Uma única conduta do servidor público pode, ao mesmo tempo, afigurar-se ilícita nos planos penal, civil e administrativo, gerando responsabilidades afins. Lei Fed. nº 8.112/90: “Art. 125. As sanções civis, penais e administrativas PODERÃO CUMULAR-SE, sendo independentes entre si.” Exemplo: imaginemos a hipótese em que um policial, sem observar as normas jurídicas aplicáveis, prende e mantém alguém em cativeiro.CONDENAÇÃO CRIMINAL e repercussão nas demais esferas: CÓDIGO PENAL: Art. 91 - São efeitos da condenação: I - tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime; CÓDIGO DE PROCESSO PENAL: Art. 63. Transitada em julgado a sentença condenatória, poderão promover-lhe a execução, no juízo cível, para o efeito da reparação do dano, o ofendido, seu representante legal ou seus herdeiros. Art. 65. Faz coisa julgada no cível a sentença penal que reconhecer ter sido o ato praticado em estado de necessidade, em legítima defesa, em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito. CÓDIGO CIVIL: Art. 935. A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem decididas no juízo criminal. Portanto, a CONDENAÇÃO CRIMINAL DO SERVIDOR produz efeitos tanto no processo civil quanto no administrativo, sujeitando-o à reparação dos danos e às punições administrativas consequentes ao ato. A culpabilidade reconhecida pela Justiça Criminal não pode ser negada em qualquer outro juízo. Por outro lado, a ABSOLVIÇÃO CRIMINAL DO SERVIDOR fundada na INEXISTÊNCIA DO FATO ou na NEGATIVA DE AUTORIA, evita a responsabilização, quer civil, quer administrativa. INDEPENDÊNCIA ENTRE AS INSTÂNCIAS ABSOLVIÇÃO POR AUSÊNCIA DE CULPABILIDADE PENAL: sentença tal não produz qualquer efeito nos processos civil e administrativo, quando da existência de ILÍCITO RESIDUAL nos planos civil ou administrativo. Vide Súmula STF n. 18: "Pela FALTA RESIDUAL, não compreendida na absolvição pelo juízo criminal, é admissível a punição administrativa do servidor público.” ABSOLVIÇÃO POR AUSÊNCIA DE PROVAS: aqui bem se caracteriza a independência das instâncias, recaindo às instâncias civil e administrativa a possibilidade do reconhecimento, por outras provas, das culpas respectivas. CPP, art. 386. O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte dispositiva, desde que reconheça: I - estar provada a inexistência do fato; (há comunicação de instâncias) II - não haver prova da existência do fato; III - não constituir o fato infração penal; IV – estar provado que o réu não concorreu para a infração penal; (há comunicação de instâncias) V – não existir prova de ter o réu concorrido para a infração penal; VI – existirem circunstâncias que excluam o crime ou isentem o réu de pena (arts. 20, 21, 22, 23, 26 e § 1 ° do art. 28, todos do Código Penal), ou mesmo se houver fundada dúvida sobre sua existência; (há comunicação de instâncias) VII – não existir prova suficiente para a condenação. DIREITO PROCESSUAL PENAL. INDEPENDÊNCIA DAS INSTÂNCIAS. AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO DE MANDATO ELETIVO E AÇÃO PENAL. 1. (...) 2. (...) 3. O tema envolve a relativa independência das instâncias (civil e criminal) (...) um comportamento pode ser, simultaneamente, considerado ilícito civil, penal e administrativo, mas também pode repercutir em apenas uma das instâncias, daí a relativa independência. 4. No caso concreto, houve propositura de ação de impugnação de mandato eletivo em face do paciente e de outras pessoas, sendo que o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo considerou o acervo probatório insuficiente para demonstração inequívoca dos fatos afirmados. 5. SOMENTE HAVERIA IMPOSSIBILIDADE DE QUESTIONAMENTO EM OUTRA INSTÂNCIA CASO O JUÍZO CRIMINAL AGENTES PÚBLICOS HOUVESSE DELIBERADO CATEGORICAMENTE A RESPEITO DA INEXISTÊNCIA DO FATO OU ACERCA DA NEGATIVA DE AUTORIA (ou participação), o que evidencia a relativa independência das instâncias (Código Civil, art. 935) . (RHC 91110/SP. Relatora: Min. Ellen Gracie. Julgamento: 05/08/2008. Órgão Julgador: Segunda Turma. DJe-157,public 22-08- 2008). MANDADO DE SEGURANÇA. Policiais rodoviários federais. Demissão de servidor federal por Ministro de Estado. Possibilidade de delegação pelo Presidente da República do ato de demissão a ministro de estado diante do teor do artigo 84, inciso XXV, da Constituição da República. Jurisprudência pacífica do STF. (...) Punição no âmbito administrativo com fundamento na prática de improbidade ADMINISTRATIVA INDEPENDE DE PROVIMENTO JUDICIAL QUE RECONHEÇA A CONDUTA DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. Independência entre as instâncias da improbidade administrativa e administrativa. Nego provimento ao recurso ordinário. RMS 24194/DF - Recurso ord. em mandado de segurança. Relator: Min. Luiz Fux. Julgamento: 13/09/2011. Órgão Julgador: Primeira Turma. (DJe-193, public. 07-10-2011). CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO: POLICIAL: DEMISSÃO. ILÍCITO ADMINISTRATIVO e ILÍCITO PENAL. INSTÂNCIA ADMINISTRATIVA: AUTONOMIA. I. - Servidor policial demitido por se valer do cargo para obter proveito pessoal: recebimento de propina. Improbidade administrativa. O ato de demissão, após procedimento administrativo regular, NÃO DEPENDE DA CONCLUSÃO DA AÇÃO PENAL INSTAURADA CONTRA O SERVIDOR POR CRIME CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, tendo em vista a autonomia das instâncias. II. - Precedentes do Supremo Tribunal Federal: MS 21.294-DF, Relator Ministro Sepúlveda Pertence; MS 21.293-DF, Relator Ministro Octavio Gallotti; MMSS 21.545-SP, 21.113-SP e 21.321-DF, Relator Ministro Moreira Alves; MMSS 21.294-DF e 22.477-AL, Relator Ministro Carlos Velloso. (MS 23401/DF. Julgamento: 18/03/2002. Órgão Julgador: Tribunal Pleno. Publicação: DJ 12-04-2002 pp 0055). MANDADO DE SEGURANÇA. SERVIDOR PÚBLICO - DEMISSAO APÓS PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR. LEGALIDADE DA PUNIÇÃO. APLICAÇÃO DO ART. 41, PAR. 1. DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL C/C ART. 132, I,IV, X E XI, DA LEI 8.112/90. 1. A materialidade e autoria dos fatos ilícitos deverão ser apurados em processo administrativo disciplinar regular, assegurando ao imputado a ampla defesa e o contraditório. 2. A Administração devera aplicar ao servidor comprovadamente faltoso a penalidade cabível, na forma do artigo 41, par. 1., da Constituição Federal c/c com o art. 132, I, IV, X e XI, da Lei n. 8.112/90. 3. Inexistência de agressão a direito liquido e certo do impetrante, uma vez que as decisões estão em perfeita consonância com a norma legal aplicada. 4. A ausência de decisão judicial com trânsito em julgado não torna nulo o ato demissório, pois a APLICAÇÃO DA PENA DISCIPLINAR OU ADMINISTRATIVA INDEPENDE DA CONCLUSÃO DOS PROCESSOS CIVIS E PENAIS, eventualmente instaurados em razão dos mesmos fatos. 5. Segurança indeferida. (MS 21705/SC. Relator: Min. MAURÍCIO CORRÊA. Julgamento: 16/11/1995. Órgão Julgador: Tribunal Pleno. Publicação: DJ 16-04-1996 pp-13113).
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