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Entrevista com Adolescente (Ciclo Vital)

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UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL
Ciclo Vital
Ana Carina Motta Klein
Aléxia Teixeira e Hanna Kemel
ENTREVISTA COM ADOLESCENTE
Cachoeira do Sul - RS
2017
INTRODUÇÃO
O presente trabalho traz uma entrevista realizada com um adolescente de 16 anos de idade e uma associação dos dados adquiridos e observados com o contéudo visto na disciplina de Ciclo Vital, como requesito para o curso de Psicologia do Campus ULBRA Cachoeira do sul.
DADOS DE IDENTIFICAÇÃO E ENTREVISTA
Nome: Sílvio Marques.
Idade: 16 anos.
Data de nascimento: 27/07/2001.
Aplicação da entrevista:
Quais as mudanças percebidas durante sua entrada na puberdade e até o momento? (Corpo, cabelo, vestuário, piercings, tatuagens).
Resposta: Com relação às mudanças observadas desde a minha entrada na puberdade até o momento, chama-me maior atenção, além da "maturidade sexual", a mudança de tonalidade da minha voz, bem como a maior percepção sobre o mundo ao meu redor (o que é claro, desenvolveu-se com o tempo ao lado das capacidades intelectuais). Em torno dos 10 aos 14 anos (aproximadamente, não me recordo com exatidão a faixa etária) por algum motivo (que aliás até hoje não me ficou claro o porquê de eu ter criado essa imagem) eu mantive um cabelo "emo", de modo em que uma franja cobria por completo minha testa. Neste mesmo período eu abusava da cor preta em minhas roupas e meu gosto musical se resumia basicamente em rock. Mudei radicalmente durante os últimos 2 anos. Além do corte de cabelo um pouco mais "comum" no meio masculino, atualmente cores ou estilos de roupas pouco me interessam, e mantive a grande paixão pela música, mas agora escutando de tudo um pouco. Não tenho piercings ou tatuagens e não pretendo ter durante os próximos anos (o que não significa que eu não goste, apenas vejo como algo desnecessário no momento).
Como você se enxerga, e como enxerga os outros a seu redor?
Resposta: Em geral vejo a maioria pessoas com as quais me relaciono como "conhecidos", mesmo possuindo níveis diferentes de afinidade com cada um. Amigos de fato, estes eu posso contar nos dedos, uma vez que a minha visão de amizade é algo muito mais intenso, onde ambos os lados devem realmente se importar com o bem-estar do outro, onde haja apoio mesmo nos momentos turbulentos, etc. Honestamente, me vejo com um nível um pouco a mais de maturidade com relação aos jovens (principalmente meninos/homens) de mesma faixa etária, pois meus interesses, objetivos e prioridades diferem da maioria. Tenho plena ciência das minhas capacidades e uma grande visão daquilo que almejo alcançar para meu futuro, mas infelizmente a preguiça supera tudo isso em alguns momentos, tornando este (o ato da procrastinação) um de meus principais defeitos. Sobre o meu "círculo de convivência", procuro me relacionar com pessoas cujo identifico similaridades em relação às ideologias/interesses, sem, no entanto, possuir a real necessidade de fazer parte de um grupo em específico. Acabo por me isolar facilmente caso não me sinta confortável com as pessoas presentes ao meu redor, ao invés de tentar mudar radicalmente minha maneira de agir e de pensar somente para poder socializar com determinado grupo de pessoas. Embora seja algo um tanto clichê de ser dizer, realmente levo como pensamento o fato de que a qualidade (das relações de convivência) é extremamente superior a quantidade. Procuro sempre valorizar as boas companhias, relevando aparências e focando naquilo que realmente importa (caráter, valores, etc). Gosto bastante de expor as minhas opiniões com relação aos problemas sociais que me cercam, também adoro um bom diálogo, mas no geral sou uma pessoa reservada, de certa forma, pois tenho uma grande dificuldade para expor fatos sobre mim especificamente.
Quais são seus interesses, paixões, grupos com os quais se identifica?
Resposta: No momento em que vivo atualmente tenho como objetivo, além de continuar estudando, entrar no mercado de trabalho o quanto antes, tanto por uma realização pessoal quanto para contribuir na resolução de uma série de problemas familiares que vieram à tona recentemente. Estou extremamente ansioso para o futuro, mas ao mesmo tempo preocupado com as inúmeras responsabilidades que surgirão. 
Considero como principais "paixões" atualmente:
- A programação e a computação no geral: Sem dúvida é aquilo que eu mais estou envolvido no momento. Já possuo o básico de conhecimento na área da informática "um pouco mais avançada" e tenho enorme interesse em aprender cada vez mais a respeito de hardware, desenvolvimento em diversas linguagens de programação, etc. Convivo com muitas pessoas deste meio e é nesta área que almejo me profissionalizar futuramente.
- Os esportes eletrônicos: Acompanho fielmente o cenário competitivo tanto nacional quanto internacional que envolve, mais especificamente, o jogo "Counter-Strike: Global Offensive". O dia-a-dia dos jogadores, os clubes/organizações, o trabalho de jornalistas, narradores, analistas, etc. Acho incrível o fato de haver hoje em dia um nível tão grande de profissionalismo (no sentido de haver produções gigantescas envolvendo este meio, e de gerar muitas oportunidades no mercado de trabalho) nesta área, tendo valorização tão grande quanto a dos demais esportes (físicos, digamos). Acompanho não apenas por gostar, mas também por enxergar isso com uma possível área a ser seguida por mim (profissionalmente falando) como segunda opção.
- A música como um todo: Conheço bastante a respeito do meio musical, de certa forma, por já ter tido durante muito tempo aulas de instrumentos e um grande interesse para pesquisar sobre. Ao escutar uma música procuro tirar o máximo de proveito possível, observando o trabalho envolvido para produzi-la, tentando reconhecer instrumentos e ferramentas utilizadas no geral, etc. Considero a música como algo extremamente prazeroso, e procuro ficar sempre escutando algo na medida do possível.
Com quem você mora? Como é sua relação com sua família?
Resposta: Moro com minha mãe, pai e meu irmão de 5 anos. Mantenho um convívio saudável com todos os meus parentes, mas acredito ter uma real afinidade apenas com minha mãe e meu irmão.
Como é sua relação com o tempo, com as gerações? E como foi sua despedida da “infância”?
Resposta: Para mim, deixar de ser criança foi algo natural, as mudanças não foram nenhuma surpresa pelo fato de eu já saber praticamente tudo o que iria acontecer durante a puberdade, tanto por influência da escola, quanto por possuir o costume de ler (artigos na internet, etc) desde pequeno. De certa forma tenho bastante vergonha do meu passado, embora tudo possa ser "justificado" pela pouca idade na tentativa de criar uma identidade, mesmo assim sinto que eu poderia ter sido um pouco mais "normal", haha. 
Quanto ao seu humor, o que você percebe?
Resposta: Contrariando o estereótipo de adolescentes com comportamentos tumultuosos, nunca me vi como rebelde, pois apesar da aparência eu era relativamente calmo e raramente demonstrava comportamento agressivo ou algo do gênero, como sou até hoje. Meu humor muda constantemente de acordo com as situações vividas no dia-a-dia, entretanto, não costumo demonstrar comportamentos exagerados ao meu ver. Não estou sempre com um sorriso no rosto, mas também não demonstro infelicidade com tanta frequência. No geral sou calmo, e mantenho a mesma "postura" (esboçando as mesmas reações) durante a maior parte do tempo.
Na questão de relacionamentos, amores, você já experienciou algum? Se encontra em um relacionamento no momento?
Resposta: Ainda não tive um relacionamento (de namoro) sério, mas pretendo ter algum dia, é claro.
Como é sua relação com as redes virtuais e os eletrônicos? De quais você faz uso diariamente?
Resposta: Utilizo como dispositivos eletrônicos um celular e um computador, passando grande parte do dia conectado às "redes virtuais" (skype, twitter, whatsapp, discord e facebook). Os utilizo tanto para o lazer (ao assistir filmes/séries/vídeos/streams,jogar jogos, ler artigos/notícias, interagir com amigos, etc) quanto para o estudo e trabalho (ao assistir aulas de cursos online e desenvolver coisas no geral).
DISCUSSÃO
 O desenvolvimento físico na adolescência do indivíduo é conhecido como puberdade, onde acontecem as mudanças hormonais e físicas. Segundo Tenner, esse desenvolvimento ocorre em uma sequência definida, estágio 1: pré-adolescência; 2: primeiros sinais de uma mudança puberal; estágios 3 e 4: passos intermediários, como por exemplo aumento do tamanho do órgão genital masculino e crescimento das mamas nas meninas; e o estágio 5: é a fase final, estágio maduro. 
 Os primeiros sinais nas meninas são o crescimento das mamas e nos meninos os pelos púbicos, logo após se têm o pico do estirão de crescimento. A puberdade proporciona à grande parte dos meninos um tipo físico mesomórfico, que é admirado culturalmente, por isso, quando o desenvolvimento é precoce em meninos, é possível notar um melhor ajustamento social em comparação com o restante. Pesquisadores (Taga, Markey e Friedman, 2006) afirmam que meninos desenvolvidos à frente dos seus pares, frequentemente ocupam papeis de liderança e são mais bem-sucedidos acadêmica e economicamente na vida adulta. 
O adolescente, quando começa a ganhar independência, busca sensações, desejos de experimentar alto níveis de excitação. Isso ocorre em muitos casos com o uso de drogas, bebidas alcoólicas ou excessos de velocidade por sentir adrenalina no momento. Essa busca por satisfação traz imprudência, o que leva a taxas mais altas de acidentes ou fatalidades nessa faixa etária. Laurence Steinberg sugere que essa busca de sensações aumenta na adolescência devido a alterações no cérebro que estimulam os adolescentes a se concentrarem mais na gratificação emocional do que ocorreria em anos anteriores. Essa busca diminui à medida que o córtex pré-frontal amadurece, permitindo que os jovens tenham mais controle de seus impulsos, buscando outras realizações, como a acadêmica e profissional, assim como no caso de Sílvio.
Piaget denominou de Operações Formais o estágio da adolescência em que é tipicamente definido como o período em que o indivíduo aprende a raciocinar logicamente sobre conceitos abstratos. Há também o que Piaget chamou de raciocínio hipotético-indutivo, ele sugere que a criança operacional concreta pode utilizar esse raciocínio para chegar a uma conclusão com base em experiências individuais. 
Catherine Lewis mostra que as novas capacidades cognitivas dos adolescentes alteram as formas como eles tomam decisões, esse adolescente tem uma visão do futuro, pensa em consequências e no que pode acontecer no futuro, utilizando a forma mais abstrata de lógica e pensamento. 
O autoconceito de um adolescente torna-se diferenciado à medida que ele passa a se ver um pouco diferente em cada um de seus papeis sociais, como estudante, com os amigos, com os pais e em relacionamentos românticos (Harter, 2006). Erikson traz um olhar um pouco diferente do autoconceito na adolescência, nessa perspectiva o "dilema" central da adolescência é o de identidade versus confusão de papel. Ele afirma que o primeiro senso de identidade de uma criança chega à puberdade parcialmente "descolado", descrevendo esse período como um tempo em que a mente adolescente está em uma espécie de moratória entre a infância e a idade adulta. Nesse período é comum a confusão em relação a todas as escolhas da vida, mas com auxílio do grupo social o adolescente forma uma base de segurança, movendo-se a uma direção de solução. Assim, cada adolescente há de alcançar uma visão integrada de si mesmo, incluindo padrão de crenças, metas e relacionamentos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A adolescência traz um período de impulsos físicos, mentais, emocionais, sociais e sexuais, sendo assim, o período em que o indivíduo consolida sua personalidade, seu crescimento. É a época em que iniciamos nossos esforços para atingir nossos objetivos, como Erikson afirma, o dilema central “identidade x confusão de papel”, onde procuramos nos descobrir como indivíduos no mundo, nos encaixando nele.
As respostas do adolescente entrevistado demonstram o quanto ele se preocupa com seu futuro e o quanto já o planeja, falando sobre seus interesses e sobre as áreas em que acredita que possa atuar. Pode-se perceber a maturidade do indivíduo a partir de suas respostas, que foram bem elaboradas. 
Sabendo-se que o período da adolescência é aquele onde encontram-se os maiores impulsos, os ambientes sociais e familiares acabam sendo extremamente importantes na construção da personalidade e da identidade do indivíduo. Durante a entrevista, foi notada a falta de detalhes nas respostas quando tratadas sobre a família do adolescente e sobre a questão de sua vida amorosa, sendo um fato que chamou atenção. 
REFERÊNCIAS
BEE, H. BOYD, D. A criança em desenvolvimento. 12. ed. Porto Alegre: Artmed, 2011. 568p.
FARIA. A. RODRIGUES. O desenvolvimento da criança e do adolescente segundo Piaget. Säo Paulo; Atica; 1993. 144 p. ilus.
Eisenstein E. Adolescência: definições, conceitos e critérios. Adolesc Saúde. 2005; 2(2):6-7.

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