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Autores: Prof. João Augusto Barbieri da Cunha Prof. Fábio Prosdócimi Prof. Thiago Aloia Colaboradoras: Profa. Vanessa Santhiago Profa. Laura Cristina da Cruz Dominciano Anatomia Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 0 7/ 07 /1 6 Professores conteudistas: João Augusto Barbieri da Cunha / Fábio Prosdócimi / Thiago Aloia João Augusto Barbieri da Cunha Professor adjunto da Universidade Paulista – UNIP, com especialização e mestrado na área de Morfologia pela Universidade de São Paulo – USP. Líder de Anatomia do curso de Educação Física da Universidade Paulista – UNIP. Cirurgião titular do Hospital do Servidor Público Estadual – HSPE. Fábio Prosdócimi Professor titular de Anatomia da Universidade Paulista – UNIP (desde 2004), com especialização, mestrado e doutorado na área de Morfologia pela Universidade de São Paulo – USP e pós‑doutorado na área de Biologia Molecular pela Fundação Medicina do ABC‑SP. Thiago Aloia Professor titular de Anatomia da Universidade Paulista – UNIP (desde 2013), com especialização, mestrado e doutorado na área de Morfologia pela Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia – FMVZ da Universidade de São Paulo – USP e pós‑doutorado na área de Neuroimunomodulação pela mesma instituição. Pesquisador associado pelo Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Albert Einstein de São Paulo. © Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem permissão escrita da Universidade Paulista. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) C972a Cunha, José Augusto Barbieri da. Anatomia. / José Augusto Barbieri da Cunha, Fábio Prosdócimi, Thiago Aloia. – São Paulo: Editora Sol, 2016. 204 p., il. Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e Pesquisas da UNIP, Série Didática, ano XXII, n. 2‑055/16, ISSN 1517‑9230. 1. Sistema esquelético. 2. Sistema muscular. 3. Sistema nervoso. I. Prosdócimo, Fábio. II. Aloia, Thiago. III.Título. CDU 611 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 0 7/ 07 /1 6 Prof. Dr. João Carlos Di Genio Reitor Prof. Fábio Romeu de Carvalho Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças Profa. Melânia Dalla Torre Vice-Reitora de Unidades Universitárias Prof. Dr. Yugo Okida Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa Profa. Dra. Marília Ancona‑Lopez Vice-Reitora de Graduação Unip Interativa – EaD Profa. Elisabete Brihy Prof. Marcelo Souza Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar Prof. Ivan Daliberto Frugoli Material Didático – EaD Comissão editorial: Dra. Angélica L. Carlini (UNIP) Dra. Divane Alves da Silva (UNIP) Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR) Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT) Dra. Valéria de Carvalho (UNIP) Apoio: Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos Projeto gráfico: Prof. Alexandre Ponzetto Revisão: Aline Ricciardi Lucas Ricardi Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 0 7/ 07 /1 6 Sumário Anatomia APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................7 INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................7 Unidade I 1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................................9 1.1 Sobre a anatomia humana ............................................................................................................... 10 1.2 Divisão do corpo humano................................................................................................................. 11 1.3 Posição anatômica ............................................................................................................................... 12 1.4 Terminologia anatômica .................................................................................................................... 13 1.5 Termos de direção ................................................................................................................................ 13 1.6 Termos regionais ................................................................................................................................... 14 2 PLANOS DE ESTUDO ....................................................................................................................................... 14 2.1 Planos de delimitação do corpo humano .................................................................................. 14 2.2 Planos de secção do corpo humano ............................................................................................. 17 2.3 Eixos do corpo humano ..................................................................................................................... 17 2.4 Termos de posição e direção ............................................................................................................ 19 2.5 Planos e secções (cortes) no corpo ............................................................................................... 19 2.6 Regiões do corpo .................................................................................................................................. 20 2.6.1 Por regiões ................................................................................................................................................. 20 2.7 Cavidades do corpo ............................................................................................................................. 21 3 SISTEMA ESQUELÉTICO ................................................................................................................................. 22 3.1 Introdução ............................................................................................................................................... 22 3.2 Funções do esqueleto ......................................................................................................................... 23 3.3 Divisão do esqueleto ........................................................................................................................... 25 3.4 Número de ossos .................................................................................................................................. 27 3.5 Tipos de ossos: classificação morfológica .................................................................................. 28 3.6 Estrutura dos ossos .............................................................................................................................. 32 3.7 Periósteo .................................................................................................................................................. 33 4 MINIATLAS DE OSTEOLOGIA........................................................................................................................ 34 Unidade II 5 SISTEMA ARTICULAR ...................................................................................................................................... 49 5.1 Classificação ........................................................................................................................................... 49 5.1.1 Articulações fibrosas ..............................................................................................................................49 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 0 7/ 07 /1 6 5.1.2 Articulações cartilaginosas ................................................................................................................. 52 5.1.3 Articulações sinoviais ............................................................................................................................ 53 5.2 Miniatlas de artrologia ....................................................................................................................... 58 6 SISTEMA MUSCULAR ..................................................................................................................................... 61 6.1 Tipos de músculos ................................................................................................................................ 61 6.2 Anatomia do músculo estriado esquelético .............................................................................. 62 6.2.1 Anatomia microscópica ........................................................................................................................ 62 6.2.2 Anatomia macroscópica ...................................................................................................................... 63 6.3 Origem e inserção ................................................................................................................................ 63 6.3.1 Classificação .............................................................................................................................................. 63 6.4 Análise funcional .................................................................................................................................. 70 6.5 Lista dos principais músculos .......................................................................................................... 71 6.6 Miniatlas de miologia .......................................................................................................................104 Unidade III 7 CONCEITO GERAL E FUNCIONAL DA NEUROANATOMIA ...............................................................123 7.1 Embriologia: divisões e organização geral do sistema nervoso ......................................124 7.1.1 Divisões e organização geral do sistema nervoso .................................................................. 126 7.1.2 Tecido nervoso: neurônios, sinapses, neuróglia, fibras nervosas ...................................... 130 7.2 Sinapses nervosas...............................................................................................................................132 7.2.1 Sinapses elétricas ................................................................................................................................. 133 7.2.2 Sinapse química ................................................................................................................................... 133 7.2.3 Neuróglia ................................................................................................................................................. 136 7.2.4 Fibras nervosas ...................................................................................................................................... 138 8 CONCEITO E DESCRIÇÃO DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL ........................................................143 8.1 Meninges e líquor ..............................................................................................................................144 8.2 Tronco encefálico ...............................................................................................................................150 8.3 Diencéfalo .............................................................................................................................................151 8.4 Telencéfalo ............................................................................................................................................153 8.5 Cerebelo..................................................................................................................................................158 8.6 Conceito e descrição do sistema nervoso periférico: nervos espinais e cranianos.............. 161 8.6.1 Nervos espinais ......................................................................................................................................161 8.6.2 Nervos cranianos.................................................................................................................................. 166 8.7 Sistema nervoso autônomo (SNA): conceitos, divisões, considerações anatômicas e fisiológicas ........................................................................................................................167 8.8 Terminologia, localização e reconhecimento na prática ....................................................175 7 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 0 7/ 07 /1 6 APRESENTAÇÃO Todo início de uma obra didática visa, essencialmente, conduzir uma linha de pensamento acerca de um assunto específico. A área da saúde, um dos pilares da sociedade moderna, norteia‑se pelo conhecimento do corpo humano. Assim, uma base sólida de conceitos fornece o substrato adequado para um futuro profissional na saúde. Partindo dessa premissa, um grupo de professores com experiência nessa área dedicou‑se a elaborar um texto, ao mesmo tempo, simples de ser lido e extenso o suficiente para abordar todo o volume básico necessário para a compreensão de como o corpo humano se apresenta. Com uma melhor visão de como o corpo humano é composto, o futuro profissional da área de Educação Física terá capacitação para responsabilizar‑se pelo bem‑estar proporcionado pela correta prática de atividades físicas, visando a diferentes finalidades, incluindo aquelas como treinamentos individualizados, coletivos, específicos e generalizados. Associado ao aprendizado virtual, realizado adequadamente, essa obra visa permitir ao aluno interessado em conhecer e compreender a importância da Anatomia no contexto da prática da profissão aplicar esses conhecimentos na prática da profissão em seus múltiplos momentos de aplicabilidade teórica e prática; identificar fundamentos e conceitos anatômicos e reconhecer estruturas anatômicas para um melhor desempenho profissional e, ainda, elaborar, com fundamentos científicos, metodologias adequadas às exigências das mais diferentes situações. INTRODUÇÃO Dividido sistemicamente em unidades subsequentes, o aluno poderá estudar primeiramente a parte introdutória do estudo da anatomia humana. Assim você poderá ser levado a um novo campo de conhecimento, entendendo alguns conceitos fundamentais, termos adequados de emprego de palavras específicas e composição de conhecimentos científicos adotados no mundo todo. Desse modo, aquilo que pessoas de diferentes culturas aplicam apresenta conformidade universal. Na sequência, os sistemas esquelético, articular e muscular são expostos de modo didático, facilitando assim a compreensão do aparelho locomotor, composto justamente por esses três sistemas. Nesse aparelho locomotor, os sistemas esquelético e articular mostram‑se como elementos passivos, e o sistema muscular apresenta‑se como o elemento ativo do movimento voluntário. Os autores expõem alguns miniatlas que, associados às figuras dispostas ao longo do texto, permitem uma excelente descrição das principais estruturas que formam o nosso corpo. Na sequência, o tema abordado será o sistema nervoso, principal sistema orgânico, uma vez que controla todas as funções. Nele, elementos celulares, teciduais e órgãos nervosos são dispostos de modo didaticamente acessível ao estudante. Assim, após umestudo dedicado, você será capaz de descrever a posição anatômica; aprender conceitos gerais e específicos de anatomia humana; empregar corretamente a terminologia anatômica; descrever os planos de delimitação do corpo, assim como os planos de secção; identificar as estruturas anatômicas do sistema locomotor; identificar os elementos anatômicos dos sistemas ósseo, articular e muscular, assim como do sistema nervoso, permitindo assim a aplicação correta no desempenho da profissão de professor de Educação Física; descrever a localização das estruturas que compõem os sistemas ósseo, 8 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 0 7/ 07 /1 6 articular e muscular; identificar as estruturas macroscópicas que compõem os sistemas: ósseo, articular e muscular e ainda o sistema nervoso, assim como relacionar estruturas anatômicas com os sistemas de que participam. 9 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 0 7/ 07 /1 6 ANATOMIA Unidade I INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ANATOMIA HUMANA E SISTEMA ESQUELÉTICO 1 INTRODUÇÃO Anatomia, do grego ana (= em partes) e tomein (= cortar), é a ciência que estuda de forma macroscópica (suficientemente grande para ser observado a olho nu) e microscopicamente (impossível de ser visto a olho nu) a estrutura e a organização interna e externa do seres vivos. A anatomia clássica estudava a organização interna dos seres vivos, prática que se concretizava através de métodos precisos de corte e dissecação de cadáveres, com intuito de descrever as suas estruturas e organização. Karl Von Rokitansky (1804‑1878) nasceu na Áustria e foi um médico patologista que supervisionou cerca de 70.000 necropsias, executando 30.000 delas no Instituto de Patologia em Viena. Sua técnica de necropsia é utilizada até hoje: a técnica Rokitansky. Certa vez, elaborou um poema sobre a necropsia chamado Oração ao Cadáver Desconhecido: Ao curvar‑te com a lâmina rija de teu bisturi sobre o cadáver desconhecido, lembra‑te que este corpo nasceu do amor de duas almas; cresceu embalado pela fé e esperança daquela que em seu seio o agasalhou, sorriu e sonhou os mesmos sonhos das crianças e dos jovens; por certo amou e foi amado e sentiu saudades dos outros que partiram, acalentou um amanhã feliz e agora jaz na fria lousa, sem que por ele tivesse derramado uma lágrima sequer, sem que tivesse uma só prece. Seu nome só Deus o sabe; mas o destino inexorável deu‑lhe o poder e a grandeza de servir a humanidade que por ele passou indiferente. Tu que tivestes o teu corpo perturbado em seu repouso profundo pelas nossas mãos ávidas de saber, o nosso respeito e agradecimento (ORAÇÃO..., [s.d.]). Esse poema nos remete ao fato de que o cadáver malcheiroso que nos serviu e ainda serve como base de todo o conhecimento anatômico um dia foi cheio de movimento e compartilhou as emoções e sentimentos de uma vida em sociedade. Temos relatos antigos de do grego Teofrasto (287 a. C.), discípulo de Aristóteles (filósofo grego). Alcméon, na Grécia, lutando contra o tabu que envolvia o estudo do corpo humano, realizou pesquisas anatômicas já no século VI a.C., por isso muitos consideram‑no o pai da Anatomia. Na Idade Média, os preconceitos morais e religiosos, que consideravam pecado a dissecação de cadáveres, retardaram o aparecimento de uma anatomia científica. O Renascimento favoreceu o progresso dos estudos anatômicos. 10 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 0 7/ 07 /1 6 Unidade I Figura 1 Observação Renascimento é o nome que se dá a um grande movimento de mudanças culturais, que atingiu as camadas urbanas da Europa Ocidental entre os séculos XIV e XVI, caracterizado pela retomada dos valores da cultura greco‑romana, ou seja, da cultura clássica. Esse momento é considerado como um importante período de transição envolvendo as estruturas feudo capitalistas. Após esse breve relato da história da anatomia humana, poderemos começar a entendê‑la, pois seu estudo exige dedicação. Teremos um longo tempo juntos nesta caminhada do conhecimento do corpo humano e seus detalhes. 1.1 Sobre a anatomia humana Para iniciarmos o estudo do corpo humano, temos que aprender como ele é organizado e como funciona, para entender o que acontece com o corpo quando é ferido, está doente, é submetido a estresse elevado ou quando está em movimento. Primeiramente, é preciso ter um entendimento básico de como o corpo é organizado, de como suas diferentes partes funcionam e das várias condições que afetarão o seu funcionamento. Vamos começar pelos níveis de formação que o corpo humano apresenta. Comecemos pelo nível químico, que inclui todas as substâncias químicas necessárias para manter a vida. Essas substâncias são constituídas de átomos, a menor unidade da matéria, e alguns deles, como carbono (C), hidrogênio (H), oxigênio (O), nitrogênio (N), cálcio (Ca), potássio (K) e sódio (Na), são essenciais. Iremos observar que essas substâncias estão contidas em nosso planeta ou em torno dele. Continuando nosso estudo, vamos misturar estes elementos químicos e acrescentar a vida; assim, temos as células, que são as unidades estruturais e funcionais básicas de um organismo. Entre os muitos tipos de células existentes no corpo humano, podemos citar as células musculares, nervosas e sanguíneas, cada uma tendo suas funções e características próprias. 11 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 0 7/ 07 /1 6 ANATOMIA Nessa caminhada pelos níveis estruturais de formação do corpo humano, vamos acrescentar os tecidos, que são grupos de células semelhantes e que, juntas, realizam uma função particular. Os quatro tipos básicos de tecido são: epitelial, conjuntivo, muscular e nervoso. Falamos em organismo humano. Qual seria sua formação? É composto de dois ou mais tecidos diferentes, têm funções específicas e apresentam forma reconhecível, por exemplo: coração, fígado e pulmões. E, para terminarmos a formação básica do corpo humano, vamos completar com os sistemas do corpo, que consistem de órgãos relacionados que desempenham uma função comum, por exemplo: sistema digestório, sistema sanguíneo. Figura 2 – Estruturas básicas de formação do corpo humano 1.2 Divisão do corpo humano O corpo humano divide‑se em cabeça, pescoço, tronco e membros. A cabeça corresponde à extremidade superior do corpo unida ao tronco por uma porção mais delgada, o pescoço. O corpo é composto pelo tórax e o abdome, com suas respectivas cavidades: cavidade torácica e abdominal. Em relação aos membros, dois são superiores laterais e dois inferiores, também laterais. 12 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 0 7/ 07 /1 6 Unidade I Membro inferior Tórax e abdome Pescoço Cabeça Membro superior Figura 3 1.3 Posição anatômica Na Anatomia, como em todas as áreas estudadas, existem linguagens próprias, portanto também foi criada uma nomenclatura anatômica internacional. Além disso, há uma convenção de que as descrições do corpo humano consideram que o corpo esteja em uma posição específica, chamada “posição anatômica”. Nessa posição, o indivíduo está de pé, ereto, de frente para o observador, com os membros superiores (extremidades) posicionados lateralmente, as palmas das mãos voltadas para frente e os pés apoiados no chão, ou seja, olhamos um corpo humano sempre de frente, não importando a posição dele no ambiente. A partir dessa posição, podemos identificar a posição de qualquer estrutura no corpo humano. Figura 4 13 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : Jef fe rs on - 0 7/ 07 /1 6 ANATOMIA Observação A posição anatômica derivou da posição fundamental de Educação Física e determinou uma mudança para melhor do estudo da anatomia humana. 1.4 Terminologia anatômica Cada ramo da ciência desenvolveu sua própria terminologia especial, e a Anatomia não é exceção. Houve mudanças ao longo do tempo – aqui, ela está atualizada. Um número relativamente grande dos termos usados originou‑se séculos atrás, de raízes gregas ou latinas. Embora esses termos possam ser assustadores, eles são totalmente absorvidos se forem compreendidas suas raízes. Citando alguns exemplos: radial refere‑se a um osso do antebraço, e braqui refere‑se ao braço. Assim, o músculo braquiorradial estende‑se do braço até o antebraço. Se pudermos entender e conhecer os termos usados ao longo dos estudos anatômicos, a Anatomia será naturalmente assimilada. Os prefixos e sufixos serão um auxiliar valioso no entendimento dos termos anatômicos. 1.5 Termos de direção A partir da posição anatômica estipulada, definimos posições de direção, pois toda estrutura corpórea apresenta uma direção que ajudará a localização desta e de outras estruturas corporais, umas em relação às outras, entendendo a posição relativa entre essas várias estruturas. Por essa razão, é essencial familiarizar‑se com os termos que são usados para descrever essas relações. Se o corpo estiver posicionado de costas, com a face para cima, está na posição de supinação. Se estiver posicionado horizontalmente, com a face para baixo, está na posição de pronação. Essa relação acontece com outras várias estruturas do corpo, cada uma sendo diferente nessas posições. Com o intuito de que a comunicação em Anatomia seja realizada, o corpo deve ser considerado numa posição padronizada para que as relações entre as estruturas mostrem‑se bem claras e coerentes. As figuras a seguir melhoram a visualização em relação aos termos de direção. Inferior Axial Lateral CranialSuperior Podálico Figura 5 14 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 0 7/ 07 /1 6 Unidade I 1.6 Termos regionais Para que o nosso estudo em relação à anatomia do corpo humano possa ser mais completo, adicionamos aos termos de direção frequentemente usados e que referem‑se às áreas específicas do corpo: cefálica (crânio), cervical (posterior nuca), torácica (posterior dorso), lombar, sacral (anterior pelve), palmar (dorso da mão), plantar (dorsal do pé, superior do pé), braço, antebraço, coxa e perna. Entre o braço e o antebraço, há o cotovelo; entre o antebraço e a mão, há o punho; entre a coxa e a perna, há o joelho; e entre a perna e o pé, há o tornozelo. Joelho Tornozelo Plantar Torácica Cotovelo PalmarPelve Pescoço Cefálica Pé Figura 6 2 PLANOS DE ESTUDO 2.1 Planos de delimitação do corpo humano Veja como é importante a posição anatômica. A partir dessa posição, o corpo pode ser delimitado por planos que o tangenciam em sua superfície, os quais, com suas intersecções, vão determinar uma compacta imagem geométrica comparável a uma caixa retangular. Assim, para as faces desta compacta imagem, os seguintes planos correspondem: 15 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 0 7/ 07 /1 6 ANATOMIA Figura 7 • Dois planos verticais, um tangente ao ventre, plano ventral ou anterior, e outro, ao dorso ou posterior. São designados paralelos ou planos frontais, por serem paralelos à fronte (face). Ventral Dorsal Cefálico PosteriorAnterior Figura 8 • Dois planos verticais tangentes aos lados do corpo: planos laterais direito e esquerdo. 16 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 0 7/ 07 /1 6 Unidade I Figura 9 – Planos verticais • Dois planos horizontais, um tangente à cabeça, plano cranial ou superior, e outro à planta dos pés, plano podálico (de podos = pés) ou inferior. Figura 10 – Planos horizontais 17 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 0 7/ 07 /1 6 ANATOMIA 2.2 Planos de secção do corpo humano Podemos traçar planos de secção no corpo humano dividindo em metades iguais e desiguais. O plano que divide o corpo humano em metades direita e esquerda é denominado mediano, e toda secção do corpo feita por planos paralelos ao mediano é uma secção sagital. Os planos que são paralelos aos planos ventral e dorsal são chamados de frontais, e a secção é denominada frontal. Os planos de secção que são paralelos aos planos cranial, podálico e caudal são horizontais, e a secção é chamada transversal. Secção mediana Secção transversal Secção frontal Figura 11 2.3 Eixos do corpo humano Eixos do corpo humano são linhas imaginárias traçadas no corpo considerado colocado no paralelepípedo. Os eixos principais seguem três direções ortogonais: • Eixo sagital, anteroposterior, unindo o centro do plano ventral ao centro do plano dorsal. Suas extremidades tocam em porções não correspondentes do corpo. 18 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 0 7/ 07 /1 6 Unidade I Figura 12 – Eixo transversal • Eixo longitudinal, crânio‑caudal (podálico), unindo o centro do plano cranial ao centro do plano podálico. Figura 13 – Eixo longitudinal, crânio‑caudal • Eixo transversal, látero‑lateral, unindo o centro do plano lateral direito ao centro do plano lateral esquerdo. 19 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 0 7/ 07 /1 6 ANATOMIA Figura 14 – Eixo transversal, látero‑lateral 2.4 Termos de posição e direção O estudo das formas dos órgãos vale‑se, geralmente, da comparação geométrica. Assim, conforme os órgãos são descritos, margens, extremidades, ângulos e faces são designados de acordo com os correspondentes planos para os quais estão voltados. Por exemplo: uma face que está voltada para o plano de um dos lados é lateral. Uma face que está voltada para o plano mediano é medial. Dentro desse contexto, a posição dos órgãos é indicada em função desses planos. Um órgão próximo ao plano mediano é medial ou se acha medialmente em relação a outro que fica lateralmente, ou seja, mais perto do plano lateral direito ou esquerdo. 2.5 Planos e secções (cortes) no corpo O corpo humano pode ser descrito em termos de planos (superfícies planas imaginárias) que o atravessam. Podemos descrever o plano sagital, que divide o corpo em lados direito e esquerdo. Um plano sagital mediano passa através da linha mediana do corpo, dividindo‑o em dois lados iguais: direito e esquerdo. Um plano parassagital (para = perto) não atravessa o corpo na sua linha mediana, dividindo o corpo em porções desiguais: direita e esquerda. Um plano frontal (coronal) divide o corpo em porções anterior (fronte) e posterior (dorso). Um plano transversal (horizontal) divide o corpo em porções superior e inferior. Um plano oblíquo atravessa o corpo ou um órgão em um ângulo entre o plano transversal e os planos sagital mediano, parassagital (sagital paramediano) ou frontal. 20 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 0 7/ 07 /1 6 Unidade I Observação Quando você estuda a estrutura do corpo, frequentemente ele é visto em secção, o que significa que você está olhando apenas uma superfície de uma estrutura tridimensional. Portanto, essas secções não só dividem o corpo, mas também os órgãos que nelas estão contidos. 2.6 Regiões do corpo Para uma melhor localização dos órgãos, a cavidade abdominopélvicaé dividida em nove regiões, também podendo ser dividida em quadrantes (quad = quarta parte), delimitada por uma linha vertical e uma linha horizontal que atravessam o umbigo. Essas duas linhas dividem o abdome em um quadrante superior direito, um quadrante superior esquerdo, um quadrante inferior direito e um quadrante inferior esquerdo. A diferença entre divisões por quadrantes e regiões fica por conta da adequação. A divisão por regiões é mais utilizada para estudos anatômicos, enquanto por quadrantes é mais adequada para localização de sítios de dor. 2.6.1 Por regiões Traçam‑se dois planos verticais que passam pelo meio das clavículas; em seguida, dois planos horizontais que passam logo abaixo do final da caixa torácica e pela parte superior dos ossos do quadril (cristas ilíacas): • Umbilical (mesogástrica): localizada centralmente, ao redor do umbigo (centro). • Lateral: localizada à direita e à esquerda da umbilical. • Epigástrica (epi = acima de ou sobre; gástrica = referente ao estômago): ou seja, está superior à região mediana, superiormente à umbilical. Como o nome indica, a maior parte do estômago está nessa região. • Hipocondríaca (hipo = abaixo de ou sob; condríaca = refere‑se à cartilagem): regiões direita e esquerda da epigástrica. O nome indica que essas regiões localizam‑se abaixo das cartilagens das costelas. • Hipogástrica (púbica): região mediana imediatamente abaixo da região umbilical. • Ilíaca (inguinal): regiões de cada lado da hipogástrica. O nome é derivado do osso ilíaco, que forma o limite lateral dessas regiões. Podem ser referidas como regiões inguinais, que formam a dobra da virilha. 21 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 0 7/ 07 /1 6 ANATOMIA Epigástrica Hipocondríaca esquerda Lateral esquerda Ilíaca esquerda UmbilicalHipogástrica Ilíaca direita Lateral direita Hipocondríaca direita Figura 15 – Regiões do corpo 2.7 Cavidades do corpo O corpo humano tem espaços (cavidades) que contêm os órgãos internos. Essas cavidades ajudam a proteger, isolar e sustentar os órgãos internos. Duas principais cavidades formam o corpo: cavidade dorsal e cavidade ventral, sendo que a cavidade dorsal localiza‑se próximo à superfície posterior ou dorsal do corpo, composta por uma cavidade craniana, que é formada pelos ossos do crânio contendo o encéfalo e suas membranas (meninges), e por um canal vertebral, formado pelas vértebras da coluna vertebral, abrangendo, no seu interior, a medula espinhal e suas membranas (meninges), como também o começo (raízes) dos nervos espinhais. A cavidade ventral localiza‑se na porção anterior ou ventral (frontal) do corpo e contém órgãos denominados coletivamente de vísceras. Como a cavidade dorsal, a cavidade ventral do corpo apresenta duas subdivisões, sendo uma denominada cavidade torácica (porção superior) e outra chamada cavidade abdominopélvica (inferior). O diafragma (diaphragma = partição ou parede), importante músculo da respiração em forma de domo, separa essas cavidades. A cavidade torácica contém duas cavidades pleurais ao redor de cada pulmão, e a cavidade pericárdica (peri = em volta; cardi = coração), espaço em torno do coração. O mediastino (medias = meio; stare = parar, estar) localizado na cavidade torácica, contém todas as estruturas na cavidade torácica, exceto os próprios pulmões. Entre as estruturas localizadas no mediastino estão o coração, o timo, o esôfago, a traqueia e grandes vasos sanguíneos. A cavidade abdominopélvica está dividida em duas porções, embora nenhuma estrutura específica as separem. A porção superior (cavidade abdominal) contém o estômago, o baço, o fígado, a vesícula biliar, o pâncreas, o intestino delgado e a maior parte do intestino grosso. A porção inferior (cavidade pélvica) contém a bexiga urinária, porções do intestino grosso e os órgãos genitais internos. 22 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 0 7/ 07 /1 6 Unidade I Figura 16 Saiba mais Uma fonte segura de links e sites sobre a anatomia humana é a Sociedade Brasileira de Anatomia: <www.sbanatomia.org.br>. 3 SISTEMA ESQUELÉTICO 3.1 Introdução O esqueleto humano é um endoesqueleto, ou seja, situa‑se entre os tecidos moles do corpo; é uma estrutura com metabolismo intenso, capaz de desenvolver‑se, adaptar‑se e reparar‑se; difere muito do exoesqueleto dos artrópodes, tais como besouros e camarões de água doce, uma vez que o exoesqueleto desses animais não é uma estrutura viva. Tais animais devem desprender sua estrutura esquelética e formar uma nova, maior que a anterior, para continuar desenvolvendo‑se. O esqueleto consiste de um conjunto de ossos e cartilagens que se articulam para formar o arcabouço do corpo do animal e desempenhar várias funções; já os ossos são definidos como peças rijas, de número, coloração e forma variáveis e que, em conjunto, constituem o esqueleto. 23 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 0 7/ 07 /1 6 ANATOMIA Genericamente, o esqueleto se desenvolve pela diferenciação de tecido conjuntivo do embrião em osso através de dois processos distintos: endocondral e intramembranoso. Entretanto, tal assunto não será descrito na Anatomia, mas sim na Embriologia Humana. 3.2 Funções do esqueleto Uma das funções do esqueleto é a proteção contra traumas externos, uma vez que propicia a situação de uma estrutura rígida revestir ou circundar estruturas internas compostas por tecido mole. Exemplo: encéfalo, na cavidade craniana; medula espinal, no canal vertebral; coração e pulmões, na cavidade torácica etc. A B Figura 17 A sustentação e conformação do corpo atuam como arcabouço do corpo, dando suporte aos tecidos moles e propiciando fixação para a maioria dos músculos estriados esqueléticos do corpo. Figura 18 24 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 0 7/ 07 /1 6 Unidade I Outra função é o movimento (sistema de alavancas) devido ao fato de muitos músculos estriados esqueléticos estarem unidos ao esqueleto e se relacionarem por articulações móveis, o esqueleto desempenha um papel importante na determinação do tipo e extensão do movimento que o corpo é capaz de realizar. Os ossos transformam as contrações musculares em movimento e também aumentam as forças geradas pelas contrações. Figura 19 A reserva de minerais, como cálcio, fósforo, sódio e potássio, compõe o tecido ósseo. Estes minerais podem ser utilizados e distribuídos pelos vasos sanguíneos para outras regiões segundo as necessidades do organismo – por exemplo, durante a gestação, uma parte do cálcio utilizado pelo feto é obtido diretamente do esqueleto da mãe. Hemopoese é a produção de células do sangue; após o nascimento, a medula óssea vermelha de certos ossos (esterno, vértebras, costelas, quadril) produz as células sanguíneas encontradas no sistema circulatório. Esse processo indica que quem produz o sangue é a medula óssea, ou seja, a hemopoese acontece principalmente na medula óssea vermelha. 25 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 0 7/ 07 /1 6 ANATOMIA Figura 20 3.3 Divisão do esqueleto O esqueleto é dividido em duas partes: • Axial: ossos relacionados ao longo do eixo do corpo, na cabeça, pescoço e tronco, totalizando 80 ossos. Localizam‑se: — na cabeça; — no pescoço; — na coluna vertebral; — no tórax. 26 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 0 7/ 07 /1 6 Unidade I A B Figura 21 • Apendicular: formada porossos dos membros superiores e inferiores e unindo os dois esqueletos, as cinturas (ou cíngulos ou raízes), totalizando 114 ossos. Localizam‑se: — nos membros superiores; — nos membros inferiores. A B Figura 22 27 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 0 7/ 07 /1 6 ANATOMIA Entretanto, o esqueleto apendicular é unido ao esqueleto axial por meio dos cíngulos, totalizando seis ossos: • cíngulo do membro superior: composto pela clavícula e pela escápula; • cíngulo do membro inferior: composto pelo osso do quadril. 3.4 Número de ossos No indivíduo adulto, o número total de ossos é 206; todavia, alguns fatores podem alterar esse número: • Fatores hereditários: do nascimento à senilidade, há uma diminuição do número de ossos, uma vez que dois ou mais ossos podem se unir. Por exemplo, no feto, o osso frontal é formado por dois ossos, mas no adulto, somente por um; o feto apresenta três ossos no quadril: o ílio, o ísquio e o púbis, mas o adulto apresenta a união desses três ossos, compondo o osso do quadril. Além disso, em indivíduos idosos, há uma tendência à união de dois ou mais ossos do crânio, com isso diminuindo o número e determinando um processo denominado sinostose. Figura 23 • Fatores individuais: em alguns indivíduos, pode haver persistência da divisão do osso frontal no adulto (a persistência dos dois ossos no indivíduo adulto indica a presença da sutura metópica, assim, nesse caso, o indivíduo passa a apresentar 207 ossos) e a presença de ossos extranumerários, como no caso da polidactilia, ou ainda ausência de ossos, como no caso de indivíduos que se apresentam sem um membro. 28 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 0 7/ 07 /1 6 Unidade I Figura 24 • Critérios de contagem: os anatomistas utilizam às vezes critérios pessoais para a contagem dos ossos; consideram ou não a patela, os ossículos da orelha média (martelo, estribo e bigorna) etc. Figura 25 3.5 Tipos de ossos: classificação morfológica Os ossos longos são quando o comprimento excede a largura e espessura. Por exemplo: rádio, ulna, úmero, fêmur, tíbia, fíbula, metacarpais e metatarsais, falanges etc. As principais características é que possuem um corpo (diáfise) e duas extremidades (epífises proximal e distal), normalmente compondo uma articulação e um canal medular. 29 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 0 7/ 07 /1 6 ANATOMIA Figura 26 Os ossos alongados são quando o comprimento excede a largura e a espessura, porém não têm canal medular. Por exemplo: costelas e clavícula. Figura 27 Os ossos curtos apresentam as três dimensões aproximadamente iguais. Por exemplo: ossos do carpo e tarso, patela. 30 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 0 7/ 07 /1 6 Unidade I Figura 28 Os sesamoides são um tipo de osso curto, situado geralmente no interior de um músculo estriado esquelético (no tendão) ou observado ao redor de algumas articulações sinoviais (nas cápsulas articulares, geralmente nas articulações interfalângicas). Por exemplo: patela. Figura 29 O plano tem comprimento e largura equivalentes, predominando sobre a espessura. Tem duas camadas de osso compacto com uma camada média de osso esponjoso e medula óssea. Além disso, não apresenta canal medular. Por exemplo: esterno, escápula, frontal, parietal, occipital etc. 31 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 0 7/ 07 /1 6 ANATOMIA Figura 30 O osso irregular apresenta morfologia complexa, que não encontra correspondência em formas geométricas conhecidas. Por exemplo: vértebras, osso do quadril, esfenoide, temporal. Figura 31 Os ossos pneumáticos são aqueles que contêm cavidades ou seios revestidos por mucosa e preenchidos por ar. Por exemplo: maxila, frontal, esfenoide e etmoide. 32 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 0 7/ 07 /1 6 Unidade I Figura 32 3.6 Estrutura dos ossos Substância óssea A substância óssea pode ser compacta, formada por trabéculas ósseas imediatamente aplicadas umas às outras sem cavidades, ou esponjosa, formada por lâminas de diferentes orientações que entram em contato apenas em certos pontos, deixando entre si um sistema de pequenas cavidades, nas quais acumula‑se medula óssea. Apresenta‑se com o aspecto de esponja. Figura 33 Medula óssea A medula óssea é um tecido mole, de consistência polposa, observado em todas as cavidades da substância óssea, quer seja no canal medular ou na substância esponjosa dos diferentes tipos de ossos. A 33 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 0 7/ 07 /1 6 ANATOMIA função é contribuir juntamente com outros órgãos para a formação de células do sangue. Apresenta‑se vermelha (medula óssea rubra) e amarela (medula óssea flava). • Medula óssea vermelha: ocupa todas as cavidades dos ossos do feto; no adulto, encontra‑se no interior do esterno, vértebras, costelas, ossos do quadril e epífises de alguns ossos longos. • Medula óssea amarela: ocupa quase a totalidade das cavidades ósseas do adulto, principalmente no canal medular dos ossos longos. Composta por tecido adiposo, sem a propriedade de produzir células sanguíneas. Figura 34 Saiba mais O Programa de Doação de Medula da Óssea pode salvar vidas. Acesse o site para maiores informações: <www.ameo.org.br>. 3.7 Periósteo Os ossos são revestidos externamente em toda extensão, exceto nas superfícies articulares, por uma membrana fibrocelular com aspecto esbranquiçado, sendo sua espessura proporcional às dimensões ósseas. 34 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 0 7/ 07 /1 6 Unidade I Apresenta duas camadas: uma superficial, fibrosa, externa, bastante resistente, por meio do qual os tendões e ligamentos se fixam nos ossos, e uma profunda, interna, celular, a camada osteogênica, responsável pelo crescimento em espessura do osso e pela reparação óssea em caso de fraturas ou fissuras. Figura 35 Observação Para que seja possível um processo de recuperação de uma fratura óssea, é necessário que, inicialmente, seja realizada uma limpeza da região. Esse procedimento é realizado por células conhecidas como macrófagos. 4 MINIATLAS DE OSTEOLOGIA Figura 36 35 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 0 7/ 07 /1 6 ANATOMIA Figura 37 Figura 38 Figura 39 36 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 0 7/ 07 /1 6 Unidade I Figura 40 Figura 41 37 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 0 7/ 07 /1 6 ANATOMIA Figura 42 Figura 43 38 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 0 7/ 07 /1 6 Unidade I Figura 44 Figura 45 Figura 46 39 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 0 7/ 07 /1 6 ANATOMIA Figura 47 Figura 48 Figura 49 40 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 0 7/ 07 /1 6 Unidade I Figura 50 Figura 51 41 Re vi sã o: A lin e - Diag ra m aç ão : J ef fe rs on - 0 7/ 07 /1 6 ANATOMIA Figura 52 Figura 53 42 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 0 7/ 07 /1 6 Unidade I Figura 54 Figura 55 43 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 0 7/ 07 /1 6 ANATOMIA Figura 56 Figura 57 Figura 58 44 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 0 7/ 07 /1 6 Unidade I Figura 59 Figura 60 45 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 0 7/ 07 /1 6 ANATOMIA Resumo A curiosidade e a busca do conhecimento acerca do corpo humano remontam ao início da história da civilização. Conhecer como o corpo é “por dentro” sempre despertou a imaginação das pessoas e iniciou uma busca sobre como isso poderia ser realizado. A partir dessa premissa, o “cortar em partes”, ou seja, o próprio significado de anatomia (ana + tomein = anatomia), tornou‑se algo necessário como a base do saber. Assim, poder descrever as estruturas internas e externas, pré e pós‑natal, firmou‑se como o primeiro passo para dominar a extensa área da saúde. Para isso tornar‑se realidade, desde os primórdios da civilização, alguns cientistas destacaram‑se, e, ao longo do tempo, a discussão sobre como os órgãos se desenvolvem, como se posicionam e como funcionam ocupou as mentes privilegiadas. Com isso, ao longo dos anos, regras foram impostas acerca de uma linguagem única entre os anatomistas, surgindo, assim, a terminologia anatômica para uniformizar esse trânsito de informações entre os profissionais. Com essa relação de nomes, pudemos, enfim, observar a evolução dos estudos sobre os planos de delimitação e de secção e os termos de posição e de direção. O nosso corpo pode ser dividido ainda em partes, de acordo com pontos de vista distintos, utilizando‑se critérios variados. Nesse aspecto, ao agruparmos sistemas que operam juntos, formamos os aparelhos. O aparelho locomotor é formado por três sistemas: esquelético, articular e muscular. Assim, no estudo mais comum de Anatomia, o primeiro sistema a ser estudado é o sistema esquelético, aprendendo sobre as suas funções gerais, classificação, disposição das medulas (medula significa miolo), das suas substâncias e ainda sobre o número de ossos, como variam, os diferentes tipos de esqueleto, desenvolvimento e classificações. A partir do conhecimento das estruturas ósseas, podemos observar sua importância, uma vez que diferentes estruturas são relacionadas a detalhes ósseos, como no caso da descrição da trajetória de artérias, veias, nervos, músculos... E ainda saber que são revestidos por membranas com diferentes funções entre si, o periósteo. Com isso, esperamos que a leitura tenha sido fornecedora de uma base que o levará ao conhecimento sobre aquilo que é fundamental a todos: o nosso próprio corpo! 46 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 0 7/ 07 /1 6 Unidade I Exercícios Questão 1. Observe a figura que representa as regiões de um osso longo e analise as afirmativas: Figura I – Na medula óssea amarela, é armazenada gordura. II – A epífise é o corpo do osso longo. III – Periósteo é a membrana que reveste o osso. IV – No osso longo e nas vértebras, são produzidas células do sangue. É(são) verdadeira(s): A) Apenas as afirmativas I e III. 47 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 0 7/ 07 /1 6 ANATOMIA B) Apenas as afirmativas II e III. C) Apenas as afirmativas I, III e IV. D) Apenas a afirmativa I. E) Todas as afirmativas. Resposta correta: alternativa C. Análise das afirmativas I – Afirmativa correta. Justificativa: a medula óssea vermelha está presente nos fetos, em quase todos os seus ossos, e essa quantidade de hemocitoblastos vai diminuindo conforme aumenta a idade do indivíduo, sendo substituída por células adiposas. Modificando a cor da medula de vermelha para amarela, já não é produzido mais sangue, servindo como depósito de gordura. A produção de sangue se concentra na extremidade dos ossos. II – Afirmativa incorreta. Justificativa: a epífise é a parte de um osso longo que se desenvolve por um centro de ossificação diferente do corpo do osso e que dele é separado por uma camada de cartilagem. III – Afirmativa correta. Justificativa: o periósteo é uma membrana de tecido conjuntivo denso, muito fibroso, que reveste a superfície externa da diáfise, fixando‑se firmemente a toda a superfície externa do osso, exceto à cartilagem articular. IV – Afirmativa correta. Justificativa: a medula óssea vermelha apenas permanece ativa principalmente nas costelas, no esterno, nas vértebras, nos ossos do crânio, na pélvis e nas partes distais dos ossos longos (fémur, úmero). 48 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 0 7/ 07 /1 6 Unidade I Questão 2. Observe a figura e relacione as letras com os tipos de ossos: Figura A) A – osso plano; B – osso longo; C – osso curto. B) A – osso curto; B – osso longo; C – osso chato. C) A – osso plano; B – osso irregular; C – osso longo. D) A – osso longo; B – osso chato; C – osso curto. E) A – osso irregular; B – osso chato; C – osso longo. Resolução desta questão na plataforma.
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