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Bacia Hidrográfica do Paranaíba Alunos: Guilherme Yoshihiro de Faria Matsunaga Hélio Ferreira Valoz Júnior Kathryn Rosse Almeida Batista O que é uma Bacia Hidrográfica • Bacia hidrográfica é definida como um conjunto de terras drenadas por um rio e seus afluentes, formada nas regiões mais altas do relevo por divisores de água, onde as águas das chuvas, ou escoam superficialmente formando os riachos e rios, ou infiltram no solo para formação de nascentes e do lençol freático. As águas superficiais escoam para as partes mais baixas do terreno, formando riachos e rios, sendo que as cabeceiras são formadas por riachos que brotam em terrenos íngremes das serras e montanhas e à medida que as águas dos riachos descem, juntam-se a outros riachos, aumentando o volume e formando os primeiros rios, esses pequenos rios continuam seus trajetos recebendo água de outros tributários, formando rios maiores até desembocarem no oceano. • É uma área geográfica e, como tal, mede-se em km². Bacia Hidrográfica Topografia De modo geral, uma Bacia Hidrográfica pode ser melhor caracterizada, analisando-se seu perfil topográfico. Interflúvios • São regiões mais elevadas de uma Bacia Hidrográfica, servindo de divisor entre uma bacia e outra. Também são chamados de divisores topográficos ou divisores de água, dependendo da análise. Nos interflúvios predominam os processos de erosão areolar (em círculos), realizadas pelo intemperismo físico e químico, que tendem a rebaixar o relevo. Os sedimentos resultantes desses processos tendem a se deslocar em direção ao leito fluvial (canal do rio), caracterizando assim uma região fornecedora de material. Vertentes • Por definição, é considerada uma vertente, qualquer superfície que possua uma inclinação superior a 2°, ângulo suficiente para haver escoamento da água. Entretanto, as vertentes são mais do que superfícies inclinadas; são consideradas as partes mais importantes de uma bacia, principalmente por estabelecerem uma conexão dinâmica entre os topos dos interflúvios e o fundo do vale, ou leito fluvial, e por comportarem geralmente, a maior parte da vegetação. • Além de servirem de região de transportes de sedimentos, a inclinação das vertentes é fundamental na densidade de drenagem em uma bacia. Em vertentes muito inclinadas e sem a presença de vegetação nas suas encostas, o resultado em geral é rápido e desastroso. A perda de solo causa voçorocas (grandes buracos) e os sedimentos são carreados em direção ao fundo do vale, ocasionando o assoreamento do rio, tornando-se mais raso. O Leito Fluvial • O leito fluvial é denominado como sendo o canal de escoamento de um rio. Leito Menor • Região mais baixa da bacia hidrográfica, onde o rio escoa em época de seca. Leito Maior • O leito maior é considerado como sendo o leito do rio propriamente dito, por ser bem encaixado e delimitado, caracterizando-se também como a área de ocupação da água em época de cheia. Leito de Inundação • Denominado também como planície de inundação, é nessa área que ocorrem as cheias mais elevadas, denominadas enchentes. Bacia Hidrográfica do Paranaíba • Área aproximada em km²: 222.767 • Estados Abrangidos: Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Distrito Federal. • Principais Rios: Paranaíba, Grande, São Marcos, Araguari, Corumbá, Meia Ponte, Turvo, Rio dos Bois, Tijuco, Claro, Verde, Corrente e Aporé; • Declividade Média: 0,495m/km; • Relevo: altiplanos variando entre 1000 e 1100m tais como Planalto Central, no DF, noroeste de MG e cercanias de Anápolis. A região oeste consiste de um terreno mais uniforme, com altitudes variando entre 900 e 600m. História A ocupação da bacia se deu inicialmente durante o sistema colonial (1726 – 1770), contemplando como principal atividade a mineração; Início do século XIX iniciam-se cultivos agrários e práticas pecuárias; Entre os anos de 1950 e 1970 houve expansão na malha industrial da região e avanços nos processos de urbanização; Características Geográficas A bacia do rio Paranaíba encontra-se posicionada na região central do Brasil, ocupando cerca de 2,6% do território nacional e inclui os estados de Goiás (63,3%), Mato Grosso do Sul (3,4%), Minas Gerais (31,7%), e o Distrito Federal (1,6%), abrangendo assim 198 municípios. Alguns dos municípios goianos abrangidos por essa bacia são Goiânia, Anápolis, Rio Verde, Jataí, Itumbiara e Santa Helena de Goiás. O rio Paranaíba nasce na serra da Mata da Corda (MG), a uma altitude de 1.148m , e percorre aproximadamente, 1.070 km até a junção com o rio Grande, onde ambos passam a formar o rio Paraná. O rio Paranaíba é importante por apresentar grande potencial hidrelétrico e por sua riqueza diamantífera. Mapa de Situação . Mapa de Situação . Acessibilidade A principal conexão inter-regional da Bacia do Rio Paranaíba acontece através da BR-153, que liga São Paulo a Belém, passando por Itumbiara e Goiânia. As principais ferrovias cortam a Bacia na altura do município de Uberlândia. Existe outra ferrovia que passa pela extremidade da Bacia, no estado do MS, interligando a região Centro-Oeste do país com o litoral norte paulista. A acessibilidade a esta bacia pode se dar também por meio de hidrovias, sendo a principal delas a Tietê- Paraná. Usinas Hidrelétricas Na área da Bacia do Rio Paranaíba encontram-se as usinas hidrelétricas que funcionam como hub entre as redes de energia do Norte/Nordeste e Sul/Sudeste. Atualmente, a bacia conta com 18 UHE’s em operação e estão previstas a implantação de mais 24 empreendimentos, segundo dados da ANEEL (2010). Destes 24, cinco encontram-se em construção, dentre elas Batalha e Serra do Facão no rio São Marcos. Em termos de potência, destacam-se as UHE’s de São Simão, Cachoeira Dourada, Itumbiara, Emborcação, Nova Ponte e Corumbá I. Destas, estão localizadas no próprio rio Paranaíba as usinas de São Simão, Cachoeira Dourada, Itumbiara e Emborcação. Usinas Hidrelétricas Usina Hidrelétrica de São Simão UHE de Cachoeira Dourada Usinas Hidrelétricas Bioenergia A geração de bioenergia na bacia está associada principalmente à produção de soja e cana-de-açúcar. Mas também fazem interseção com a bacia as áreas de maior produção de carvão vegetal, lenha e girassol. Biomas Abrangidos A bacia do rio Paranaíba está inserida na região de ocorrência dos biomas Cerrado e Mata Atlântica. Quanto ao cerrado em termos de diversidade – que é a mais distinta qualidade de um sistema biológico, para a Região do Cerrado a existência de cerca de 10.000 espécies de plantas lenhosas (4.400 ou 44% endêmicas); 837 espécies de Aves (29 ou 3,4% endêmicas); 161 de mamíferos (19 ou 11% endêmicas); 120 de répteis (24 ou 20% endêmicas) e 150 espécies de anfíbios (45 delas ou 30% endêmicas). Espécies endêmicas são aquelas que tem sua distribuição limitada a certa área. Biomas Abrangidos Outra característica deste bioma é a presença de nascentes e uma infinita rede de ecossistemas lóticos de pequeno porte, como riachos e córregos que fluem em profusão. Com isso, a região nuclear do bioma Cerrado é considerada o “berço das águas” brasileiras. E para que tal consideração permaneça, o bioma deve ser bem preservado e algumas áreas, cerca de 7,44%, são preservadas por unidades de conservação, mas ainda assim muitas áreas são ocupadas indevidamente podendo causar prejuízos significativos em nascentes e lençóis freáticos importantes. Biomas Abrangidos Já no bioma de Mata Atlântica osestudos apontam que até o momento, ocorre no bioma 261 espécies de mamíferos; 1.020 espécies de pássaros; 197 espécies de répteis; 340 de anfíbios e 350 de peixes, não mencionando as espécies de insetos. As espécies de invertebrados atingem o número de 1.711 que vivem no bioma, destes 700 são endêmicos. Em termos de vegetação caracteriza-se por uma fisionomia alta e densa devido a variedade de espécies pertencentes a diferentes formas biológicas e estratos. Biodiversidade Algumas espécies de peixes encontradas na bacia: • Cará, sardinha, cigarra, timburés, piau, cascudo, lambari- cachorro, lobó, lambari, piau branco, entre outros. Peixe Piau Peixe Cascudo Biodiversidade Alguns problemas vem se tornando comuns nas áreas da bacia como por exemplo, o crescente avanço de desmatamentos para práticas de pastagens, a poluição dos rios e assoreamento dos mesmos, destruição de fauna e flora nativas da região, dentre tantos outros problemas. Assim sendo, foram criadas algumas iniciativas com o intuito de minimizar os impactos ambientais provocados pela ação antrópica de forma a ,principalmente, preservar áreas que desempenham importantes funções na cadeia produtiva. E tais práticas são a seguir identificadas. • Criação de Unidades de Conservação (UC’s); Manutenção da cobertura vegetal; Limitação das atividades econômicas e fornecimento de serviços ambientais; Cerrado – 7,44% de sua área está protegida; Biodiversidade A bacia do Paranaíba possui 44 UCs federais ou estaduais, sendo 18 UCs de proteção integral (1,1% da área total), e 26 de uso sustentável (2,2% do território); • Implantação de áreas de Reserva Legal (Código Florestal – Lei Federal n. 4771/1965); • Criação de Planos de Manejo Sustentável; • Criação de Corredores Ecológicos; Faixas de vegetação que ligam unidades de conservação separados pela atividade humana, propiciando assim o movimento das diversas espécies e a recolonização de áreas degradadas. Clima O ambiente climático é marcado por grande incidência solar quase o ano todo, com caráter predominantemente tropical e uma temperatura média superior aos 18°C. Os índices de precipitações médias anuais mostra que não há variações extremas nos totais anuais, pois os menores totais médios da bacia situam-se em torno de 1300 mm e os maiores são próximos de 1800 mm, considerada uma variação muito grande. Já as variações mensais mantém sempre um mesmo padrão com separação clara entre os meses secos (maio a setembro), onde os valores estão próximos de zero, e os meses úmidos (outubro a abril), onde as precipitações variam de 100 a 400 mm. Clima Aspectos Socioeconômicos No aspecto agronindustrial encontram-se na bacia 49 indústrias sucroalcoleiras em atividade, concentrando-se principalmente nas UGHs Turvo e dos Bois e afluentes mineiros do baixo Paranaíba, e há ainda mais 30 novas unidades em projeto na bacia. A mineração teve um importante papel durante a ocupação da bacia e ainda hoje se mantém como uma atividade expressiva, sendo que são produzidas e comercializadas 35 substâncias minerais nos municípios da bacia. Os principais minerais dessa região são fosfato, apatita, pirocloro, calcário e nióbio. Destaca-se ainda a existência da exploração de diamante em Coromandel (MG) e a mineração de areia, localizada principalmente no rio Paranaíba. Aspectos Socioeconômicos Os principais cultivos da região são a soja e o milho, sendo os mais representativos em extensão territorial. Porém, nos últimos anos têm se observado um grande aumento de cultivos de cana sobre áreas de pastagens plantadas e de outras lavouras. Destaca-se também em algumas áreas o cultivo de feijão na região do extremo sudeste do município de Ibiá (MG), e na porção nordeste da bacia, nas proximidades do DF e de Cristalina (GO). O café, por sua vez, tem menor expressão em termos de área ocupada, com produção concentrada a sudeste, ao longo da linha férrea operada pela Ferrovia Centro Atlântica S/A – importante no escoamento da produção tanto agrícola quanto do setor de mineração. No ramo da agropecuária destacam-se a criação de rebanhos bovinos, suínos e aviários. Turismo e Lazer As ocorrências de águas termais funcionam como importantes atrativos na bacia, com destaque para a maior estância hidrotermal do mundo situada nos municípios goianos de Caldas Novas e Rio Quente. Cachoeira Dourada/GO e Araxá/MG também possuem sítios de águas termais, além de outras atividades ecoturísticas. Goiânia e Brasília são os principais destinos turísticos urbanos, oferecendo como principais atrativos: gastronomia, igrejas históricas, arquitetura, bares e turismo de negócios, além da alta densidade de comércio e serviços. Goiânia possui destaque ainda no ramo de confecções, enquanto Brasília é considerada patrimônio cultural da humanidade. A pesca esportiva é uma prática bem comum em áreas lindeiras aos lagos da bacia, sendo um dos lugares de maior referência o município de Tupaciguara, em MG. Conclusão Pelo grande potencial hidráulico, a Bacia do Rio Paranaíba tem importância significativa na produção de energia hidrelétrica no cenário nacional, além da contribuição na irrigação de lavouras. Devemos destacar ainda a grande biodiversidade de fauna e flora encontrados em toda sua extensão, com algumas espécies endêmicas. Assim, a preservação dessas áreas é de suma importância tanto para a economia, visando a manutenção do potencial hidráulico, quanto pela riqueza natural existente ao longo de toda a Bacia. Referências Bibliográficas • http://www.cbhparanoa.df.gov.br/noticia_21092012A.pdf • http://www.ibram.org.br/sites/700/784/00001631.pdf • http://www.seplan.go.gov.br/sepin/pub/anuario/2005/situacao_fisica/bacias/b acia_paranaiba.htm • http://cbhparanaiba.org.br/a-bacia/socioeconomica • http://www.atlasdasaguas.ufv.br/paranaiba/resumo_paranaiba.html • http://www.igam.mg.gov.br/index.php?option=com_content&task=view&id =153&Itemid=140