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TRAUMATOLOGIA FORENSE 2017%27 SIA

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TRAUMATOLOGIA FORENSE
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INTRODUÇÃO
	A traumatologia forense engloba o estudo dos agentes agressores, seu modo de ação, as lesões e doenças por eles produzidas, bem como a aplicação desses conhecimentos no esclarecimento de questões judiciais.
UNESA
Traumatologia Forense
Dra. Daniela Porto Carvas
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TRAUMA
Definição:
	É a atuação de uma energia externa sobre o indivíduo, de modo suficientemente intenso para provocar desvio da normalidade, com ou sem tradução morfológica. Isto quer dizer que um trauma pode ser insuficiente para causar lesão perceptível, mas alterar de modo importante a função.
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LESÃO
Definição:
	É a alteração estrutural seja morfológica ou funcional do corpo devido a uma transferência de energia proveniente de uma agressão ao organismo. 
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4
TRAUMA x LESÃO
	Trauma é o resultado da ação vulnerante que possui energia capaz de produzir determinada lesão.
	Conforme a energia envolvida em cada processo, temos a natureza do trauma.
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IDENTIFICAÇÃO DO AGENTE VULNERANTE
		O objetivo do perito-legista é através da análise da lesão, fornecer dados para identificar o agente vulnerante e quando possível seu modo de ação e a autoria do evento. 
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CLASSIFICAÇÃO DOS AGENTES VULNERANTES
ENERGIA DE ORDEM MECÂNICA
ENERGIA DE ORDEM FÍSICA
ENERGIA DE ORDEM QUÍMICA
ENERGIAS DE ORDEM FÍSICO-QUÍMICA
ENERGIAS DE ORDEM MISTA, BIODINÂMICA E BIOQUÍMICA
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ENERGIA DE ORDEM MECÂNICA
		São aquelas que incidindo sobre o corpo são capazes de modificar o estado de repouso ou movimento pela transferência de energia. 
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ENERGIA DE ORDEM FÍSICA
		O movimento, o calor, a eletricidade, a pressão e as radiações são manifestações das mais diversas modalidades de energia de ordem física. De acordo com a forma de energia atuante a ação dos agressores físicos poderá ser térmica, elétrica, radiante e luz/som.
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CLASSIFICAÇÃO DOS AGENTES PRODUTORES DE DANOS À INTEGRIDADE FÍSICA OU A SAÚDE
2. ENERGIA DE ORDEM FÍSICA
	2.1 Térmica
	2.2 Elétrica
	2.3 Radiante
	2.4 Barométrica
	2.5 Luz e som
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CLASSIFICAÇÃO DOS AGENTES PRODUTORES DE DANOS À INTEGRIDADE FÍSICA OU A SAÚDE
3. ENERGIA DE ORDEM QUÍMICA
	São as que atuam por substâncias que entram em reação com os tecidos vivos
	3.1 Cáusticos 
	3.2 Venenos 
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CLASSIFICAÇÃO DOS AGENTES PRODUTORES DE DANOS À INTEGRIDADE FÍSICA OU A SAÚDE
4. ENERGIAS DE ORDEM FÍSICO-QUÍMICA
	São aquelas que impedem a passagem do ar às vias respiratórias e alteram toda a bioquímica do sangue, produzindo asfixia.
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CLASSIFICAÇÃO DOS AGENTES PRODUTORES DE DANOS À INTEGRIDADE FÍSICA OU A SAÚDE
5. ENERGIAS DE ORDEM MISTA, BIODINÂMICA E BIOQUÍMICA
	Compreendem determinados grupos de ação que se manifestam de modo combinado, havendo fatores orgânicos e químicos.
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ENERGIA DE ORDEM MECÂNICA
 
		
Energia capaz de modificar o estado de repouso ou movimento produzindo lesões.
Instrumento X Corpo
Meio ativo
Meio passivo
Misto
O traumatismo periciado independe do utensílio utilizado, e sim do modo como ele foi utilizado.
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ENERGIA DE ORDEM MECÂNICA
ENERGIA DE ORDEM MECÂNICA 
 
		1.1.1 Instrumentos Perfurantes
		1.1.2 Instrumentos Cortantes
		1.1.3 Agentes Contundentes
		1.1.4 Instrumentos Pérfuro-Cortantes
		1.1.5 Instrumentos Corto-Contundentes
		1.1.6 Instrumentos Pérfuro-Contundentes
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ENERGIA DE ORDEM MECÂNICA
1.1.1 INSTRUMENTOS PERFURANTES
	Atuam sobre pressão através da ponta do instrumento penetrando a superfície geralmente afastando as fibras dos tecidos atingidos.
 	São instrumentos alongados, pontiagudos de diâmetro extremamente reduzido em relação ao seu comprimento.
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ENERGIA DE ORDEM MECÂNICA
1.1.2 INSTRUMENTOS CORTANTES
	Atuam por pressão e/ou deslizamento do gume, atingindo a superfície em ângulos variados.
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ENERGIA DE ORDEM MECÂNICA
1.1.3 AGENTES CONTUNDENTES
	Atuam por pressão através de uma superfície. Podem ser sólidos, líquidos ou gasosos desde que atuem por pressão, explosão, torção, distensão, descompressão ou arrastamento.
	
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ENERGIA DE ORDEM MECÂNICA
1.1.4 INSTRUMENTOS PÉRFURO-CORTANTES
	Instrumentos dotados de ponta e gume, fazendo o afastamento das fibras através da ação de perfurar pela ponta para depois seccioná-las pela ação de cortar através do gume.
	Os instrumentos podem ser de um, dois ou três gumes
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ENERGIA DE ORDEM MECÂNICA
1.1.5 INSTRUMENTOS CORTO-CONTUNDENTES
	Possuem gume e grande massa. Esses instrumentos mesmo com gumes, têm a sua principal ação pela contusão, pela pressão devido ao seu próprio peso. 
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ENERGIA DE ORDEM MECÂNICA
1.1.6 INSTRUMENTOS PÉRFUROCONTUNDENTES
	
	Atuam por meio de uma ponta romba, por pressão, até o rompimento do tecido e continuando seu trajeto nos planos subjacentes, produzindo lesões em forma de túnel.
	O projétil é o mais típico agente perfuro contundente. É composto de chumbo e revestido ou não por outros metais.
	Possuem formas variáveis: cilíndricas ou ogivais.
	As munições podem ter carga simples ou única (revólver) ou múltiplas (cartucheiras).
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LESÕES PRODUZIDAS POR INSTRUMENTOS PERFURANTES
	Instrumento perfurante são aqueles que transferem sua energia cinética por meio de uma ponta, pressionando e afastando as fibras dos tecidos. Conforme o diâmetro, são considerados de calibre pequeno, como alfinetes, agulhas e espinhos produzindo feridas punctórias ou de calibre médio como furador de gelo e vergalhão com ponta produzindo feridas em forma de botoeira.
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Instrumentos de Calibre Pequeno 
Feridas Punctórias
Forma circular
Diâmetro muito pequeno
Recoberto por crosta hemática
Sangramento inexistente ou pequeno
Simples afastamento tecidual
Predomínio da profundidade sobre o diâmetro
Pode ser transfixante com o orifício de saída semelhante ao de entrada.
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Instrumentos de Médio Calibre
	As lesões provocadas por instrumentos perfurantes de médio calibre sofrem alteração de forma e direção provocadas pelas linhas de força das fibras colágenas, reticulares e elásticas da derme, podendo as feridas apresentarem forma de botoeira (linhas de força no mesmo sentido), ponta de seta, triângulo (encontro de linhas de força).
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LEI DE FILHOS E LANGER
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	Todo instrumento perfurante de médio calibre produz lesões de formas e aspectos diferentes obedecendo às leis de Filhos e Langer.
1ª lei de Filhos: As soluções de continuidade dessas feridas assemelham-se às produzidas por instrumentos de 2 gumes ou tomam a aparência de “casa de botão” (botoeira). 
LEI DE FILHOS E LANGER
2ª lei de Filhos: Quando essas feridas se mostram numa mesma região onde as linhas de força tenham um só sentido, seu maior eixo tem sempre a mesma direção.
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Traumatologia
Forense
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LEI DE FILHOS E LANGER
Lei de Langer: Na confluência de regiões de forças diferentes, a extremidade da lesão toma o aspecto de ponta de seta, triângulo ou quadrilátero.
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LESÕES PRODUZIDAS POR INSTRUMENTOS CORTANTES – FERIADAS INCISAS
	Instrumento cortante são aqueles que transferem a energia cinética por deslizamento e leve pressão através do gume, causando a secção dos tecidos e produzindo as chamadas feridas incisas.
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CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS FERIDAS INCISAS
Pouco profundas;
Extensão > Profundidade;
Profundidade inicial maior e terminal menor;
Borda de escoriação
 Margens lisas, contínuas, regulares, normalmente sem escoriações ou equimoses associadas e geralmente afastadas;
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CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS FERIDAS INCISAS
Vertentes planas, lisas com planos tissulares regularmente seccionados;
Fundo e borda regulares
Ângulos nítidos e agudos
Hemorrágicas
Sépticas
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Traumatologia Forense
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Vertentes planas
Fundo e bordas regulares
Ângulo nítido e agudo
FERIDAS INCISAS
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FERIDAS INCISAS ESPECIAIS
MUTILAÇÃO: Perda parcial ou total de um membro do corpo sem esqueleto.
ESGORJAMENTO: Lesões produzidas por instrumentos cortantes nas regiões anterior, lateral, anterolateral ou later lateral do pescoço.
DEGOLAMENTO: Lesões produzidas por instrumentos cortantes na região posterior do pescoço, nuca.
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Traumatologia Forense
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FERIDAS INCISAS ESPECIAIS
4. LESÕES DE DEFESA: Localizadas normalmente na mão e antebraço e caracterizam a tentativa de defesa da vítima.
5. FERIDAS CIRÚRGICAS: Lesões que apresentam bordos regulares localizados em um mesmo plano, sem cauda de escoriação. A incisão de entrada é paralela a incisão da saída.
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FERIDAS INCISAS ESPECIAIS
1. MUTILAÇÃO: Perda parcial ou total de um membro do corpo sem esqueleto.
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Perícias em Odontologia
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ESGORJAMENTO
2. ESGORJAMENTO: Lesões produzidas por ação dos instrumentos cortantes nas regiões anterior, lateral, anterolateral ou later lateral do pescoço.
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Perícias em Odontologia
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DEGOLAMENTO
3. DEGOLAMENTO: Lesões produzidas pela ação de instrumentos cortantes na região posterior do pescoço, nuca.
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Perícias em Odontologia
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LESÕES DE DEFESA
4. LESÕES DE DEFESA: Localizadas normalmente na mão e antebraço e caracterizam a tentativa de defesa da vítima.
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Perícias em Odontologia
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FERIDAS CIRÚRGICAS
5. FERIDAS CIRÚRGICAS: Lesões que apresentam bordos regulares localizados em um mesmo plano, sem cauda de escoriação. A incisão de entrada é paralela a incisão da saída.
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LESÕES PRODUZIDAS POR AGENTES CONTUNDENTES –
 LESÕES CONTUSAS
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LESÕES PRODUZIDAS POR AGENTES CONTUNDENTES – LESÕES CONTUSAS
RUBEFAÇÃO
	É a hiperemia observada no local do impacto do agente contundente de duração efêmera. Há uma vasodilatação capilar local desencadeada pela liberação de histamina aparecendo em instantes e desaparecendo também em poucos minutos. 
	
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LESÕES PRODUZIDAS POR AGENTES CONTUNDENTES – LESÕES CONTUSAS
TUMEFAÇÃO OU EDEMA:
	Causada por um trauma um pouco mais intenso e se caracteriza por elevação e palidez da pele na área de impacto causado por acúmulo anormal de líquidos no meio intersticial, surgindo de 1 a 3 minutos. Junto com a rubefação fazem parte da tríplice reação de Lewis:
Hiperemia no ponto de impacto
Extensão da hiperemia para a área ao redor
Palidez da zona central pelo edema.
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LESÕES PRODUZIDAS POR AGENTES CONTUNDENTES – LESÕES CONTUSAS
EQUIMOSE:
	É a infiltração de sangue nas malhas do tecido devido à rotura de capilares. De acordo com a sua forma, é chamada de petéquia, sugilação e sufusão.
Petéquia: tem o tamanho de um ponto ou de uma cabeça de alfinete;
Sugilação: confluência de numerosas lesões puntiformes em uma área bem delimitada
Sufusão: formada por uma “ hemorragia” mais extensa
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LESÕES PRODUZIDAS POR AGENTES CONTUNDENTES – LESÕES CONTUSAS
EVOLUÇÃO CROMÁTICA DAS EQUIMOSES: ESPECTRO EQUIMÓTICO DE LEGRAND DU SAULE
	Com o passar dos dias as equimoses mudam de cor devido a progressiva reabsorção da “hemorragia” pela ação dos macrófagos. As hemácias extravasadas são fagocitadas, sua membrana destruída e a hemoglobina é digerida tendo sua porção proteica separada do núcleo heme que perde o ferro e se agrupa em moléculas complexas (ferritinas) para formarem os grãos de hemossiderina e o resto da heme é transformado em biliverdina e bilirrubina.
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LESÕES PRODUZIDAS POR AGENTES CONTUNDENTES – LESÕES CONTUSAS
ESPECTRO EQUIMÓTICO DE LEGRAND DU SAULE
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LESÕES PRODUZIDAS POR AGENTES CONTUNDENTES – LESÕES CONTUSAS
HEMATOMA:
	É a hemorragia que pelo seu volume e velocidade de formação, afasta os tecidos vizinhos e ocupa um espaço próprio, formando uma neocavidade deslocando e comprimindo os tecidos vizinhos. Dificilmente visível na superfície do corpo.
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LESÕES PRODUZIDAS POR AGENTES CONTUNDENTES – LESÕES CONTUSAS
BOSSA:
	Coleção de fluidos (seroso ou sero-sanguíneo) que infiltram intensamente nos tecidos, decorrente de distúrbio circulatório que se acumulam quando existe plano subjacente resistente e impermeável.
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BOSSA
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LESÕES PRODUZIDAS POR AGENTES CONTUNDENTES – LESÕES CONTUSAS
ENTORSE:
	É o estiramento da cápsula de uma articulação com ou sem rotura ligamentar que ocorre quando a amplitude dos movimentos articulares ultrapassa os limites fisiológicos por forças externas. 
	Os tecidos periarticulares são infiltrados por sangue, acarretando reação inflamatória que leva ao edema e reação celular para reabsorção. Como os tecidos articulares são ricamente inervados, o estiramento da região provoca muita dor, podendo levar à incapacidade por mais de 30 dias.
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LESÕES PRODUZIDAS POR AGENTES CONTUNDENTES – LESÕES CONTUSAS
LUXAÇÃO:
	É o deslocamento permanente das superfícies articulares geralmente provocadas por ação à distância do agente contundente . São chamadas de completas quando as superfícies articulares perdem totalmente as relações anatômicas e de incompletas ou subluxação quando ainda resta algum ponto de contato entre as duas peças.
	Mais comum nos homens adultos. As crianças são menos vulneráveis pois têm articulações mais flexíveis e os velhos porque possuem os ossos enfraquecidos, que se fraturam com facilidade. 
	Pode ocorrer arrancamento de pequenas tuberosidades ósseas e ruturas de pequenos músculos ou tendões, além de compressões vasculares e nervosas. 
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LESÕES PRODUZIDAS POR AGENTES CONTUNDENTES – LESÕES CONTUSAS
FRATURA:
	É uma solução de continuidade no osso. Conforme a extensão dos deslocamentos ósseos e a intensidade do traumatismo podem-se observar lesões musculares, nervosas e vasculares. A consolidação de uma fratura se faz em 20 a 30 dias aproximadamente.
Podem surgir por 
Mecanismo direto 
Flexão exagerada (diáfise femoral) 
Torção (ossos da perna) 
Arrancamento (calcâneo) 
Esmagamento (rádio) 
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Dra.
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LESÕES PRODUZIDAS POR AGENTES CONTUNDENTES – LESÕES CONTUSAS
FRATURA:
Tipos:
Exposta - quando se comunica com o exterior através de feridas cutâneas de bordas escoriadas e irregulares 
Patológica - quando surge espontaneamente, geralmente no osso enfraquecido 
Completa - divide o osso em dois ou mais fragmentos - geralmente se deslocam 
Incompleta - galho verde - afundamento de osso esponjoso 
Múltipla – mais de um foco de fratura no mesmo osso
Cominutiva – divisão do osso em vários fragmentos
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LESÕES PRODUZIDAS POR AGENTES CONTUNDENTES – LESÕES CONTUSAS
Fraturas dentárias 
Coronárias - atingem a coroa 
Passíveis de correção 
pequenas fraturas - restaurações fotopolimerizáveis 
grandes fraturas - coroas artificiais 
Radiculares - atingem a raiz 
Geralmente levam à perda dentária 
Podem atingir a polpa dentária 
Em dentes vitalizados leva, geralmente, à necessidade de tratamento endodôntico
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LESÕES PRODUZIDAS POR AGENTES CONTUNDENTES – LESÕES CONTUSAS
ROTURAS VISCERAIS:
	As vísceras abdominais e torácicas podem ser rompidas como resultado de um impacto sobre a parede tóraco-abdominal ou por compressão forte e progressiva dessas cavidades.
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LESÕES PRODUZIDAS POR AGENTES CONTUNDENTES – LESÕES CONTUSAS
ESCORIAÇÃO:
	 É o arrancamento traumático da epiderme decorrente do deslizamento do agente contundente sobre a pele com consequente exposição da derme.
	A profundidade da lesão vai depender diretamente da pressão e aspereza do agente contundente.
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ESCORIAÇÃO
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LESÕES PRODUZIDAS POR AGENTES CONTUNDENTES – LESÕES CONTUSAS
FERIDA CONTUSA:
	É a lesão caracterizada pela solução de continuidade de toda a pele incluindo o subcutâneo produzida por tração, explosão, arrastamento, compressão suficiente para vencer a resistência e a elasticidade dos tecidos. A epiderme é arrancada e as fibras da derme são deslocadas e se rompem quando a pressão ultrapassa seu limite de resistência.
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FERIDA CONTUSA
 O agente contundente comprime a pele de encontro ao osso.
O agente contundente provoca a rotura e formação de ferida contusa.
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FERIDA CONTUSA
Margens irregulares, escoriadas e equimosada;
Contusões nas margens
Fundo irregular;
4. Vertente irregular;
Pontes de tecido íntegro (tecido se estende mas não se rompe);
Fundo irregular e contuso.
Menos hemorrágica
Sépticas
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FERIDAS INCISAS X FERIDAS CONTUSAS
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LESÕES PRODUZIDAS POR AGENTES CONTUNDENTES – LESÕES CONTUSAS
ESMAGAMENTO:
	São lesões em que todos os planos anatômicos de um segmento são comprimidos e distorcidos pelo agente contundente dotados de excessiva energia cinética e grande massa. As parte moles são extensamente laceradas e os ossos sofrem fraturas cominutivas . No esmagamento, estão reunidas quase todas as lesões por agentes contundentes.
	A destruição extensa dos tecidos provoca perda sanguínea importante, excita terminações nervosas e libera substâncias nocivas na circulação. Se o indivíduo não morrer nos primeiros dias, pode desenvolver insuficiência renal aguda que faz parte da chamada Síndrome do esmagamento .
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LESÕES PRODUZIDAS POR INSTRUMENTOS PÉRFURO-CORTANTES
	Instrumentos pérfuro-cortantes são aqueles que transferem a energia cinética por pressão, através de uma ponta, e por deslizamento, por meio de um ou mais gumes que seccionam as fibras dos tecidos produzindo lesões de formas variadas de acordo com o número de gume.
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CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS FERIDAS PROVOCADAS POR INSTRUMENTO PÉRFURO-CORTANTES
Profundidade > largura
Hemorragias internas
Formas das lesões variam de acordo com o número dos gumes:
1 gume: feridas ovalar, com um ângulo bem mais agudo que o outro e pequena cauda de escoriação;
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CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS FERIDAS PROVOCADAS POR INSTRUMENTO PÉRFURO-CORTANTES
2 gumes: feridas em forma de botoeira com ângulos bastante agudos e semelhantes. Na porção central, o afastamento das bordas é máximo, atenuando-se gradualmente em direção aos ângulos;
Mais gumes: feridas de forma estrelada, com tantas pontas quantas forem as arestas do instrumento. Suas bordas são curvas e convexas em direção ao centro da ferida.
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CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS FERIDAS PROVOCADAS POR INSTRUMENTO PÉRFURO-CORTANTES
 
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LESÕES PRODUZIDAS POR INSTRUMENTOS CORTO-CONTUNDENTES
	Instrumentos corto-contundentes são aqueles que transferem a energia cinética principalmente por pressão através de sua grande massa e como também pelo gume, que força os tecidos perpendicular ou obliquamente provocando as feridas cortocontusas. Como regra geral, não se detêm as paredes moles do corpo e dependendo da violência do golpe, o plano ósseo pode ser atravessado. São comuns as amputações de segmentos dos membros.
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CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS FERIDAS CORTO-CONTUSAS
Bordas afastadas,regulares porém escoriadas;
Margens que não se coaptam;
Sangramento menor que as feridas incisas;
Não apresentam pontes de tecido no fundo da lesão;
Perda de substância;
Maior profundidade;
Decapitações
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LESÕES PRODUZIDAS POR INSTRUMENTOS PÉRFURO-CONTUNDENTES
	Os instrumentos pérfuro-contundentes são aqueles que atuam por meio de uma ponta romba, por pressão e produzem lesão em forma de túnel denominadas pérfuro-contusas. Na maioria das vezes, estão representados pelos projéteis de arma de fogo, mas incluem também qualquer instrumento formado por uma haste que termine de modo abrupto, sem formar uma ponta afilada como os perfurantes.
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INTRODUÇÃO À BALÍSTICA
	ARMAS DE FOGO são formadas basicamente pela coronha (cabo) e a armação (corpo), o mecanismo desencadeador da queima constituído pelo cão acionado pelo gatilho, uma câmera de combustão onde se aloja o cartucho e um cano que deve ser percorrido pelo projétil antes de atravessar o ar que o separa do alvo. Produzido o tiro, escapam pela boca da arma não só o projétil como gases superaquecidos, chama, fumaça, grânulos de pólvora incobusta e, em alguns casos, a própria bucha.
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INTRODUÇÃO À BALÍSTICA
Coronha (cabo) e armação (corpo)
Mecanismo desencadeador da queima: cão acionado pelo gatilho
Câmera de combustão onde se alojam os cartuchos
Cano
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INTRODUÇÃO À BALÍSTICA
CLASSIFICAÇÃO DAS ARMAS DE FOGO
Uso  caça, esporte, defesa
Comprimento do cano  curtas e longas
Acabamento interior do cano  lisas e raiadas
Calibre  0,22; 0,38; 7,65; 12; 16, etc.
Funcionamento  repetição e automática
Velocidade do projétil  baixa e alta 
Armas de mão  revólver, pistola
Armas de ombro  fuzil, carabina
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INTRODUÇÃO À BALÍSTICA
As armas de porte individual dividem-se de acordo com a presença ou não de raia. 
As raias são sulcos produzidas na parte interna do cano por meio de fresas apropriadas, dispostos de forma helicoidal e cuja finalidade principal é imprimir ao projétil um movimento de rotação ao redor de seu próprio eixo . 
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Traumatologia
Forense
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INTRODUÇÃO À BALÍSTICA
as armas com canos de alma lisa  utilizam cartuchos de munição com projéteis múltiplos e são geralmente usadas para caça (espingardas).
armas com canos de alma raiada  utilizam cartuchos de munição com projéteis unitários. Podem ser curtas (revólveres, garruchas, pistolas), ou longas (carabinas, fuzis, etc.)
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INTRODUÇÃO À BALÍSTICA
UNESA
Traumatologia Forense
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O raiamento tem a finalidade de imprimir ao projétil um movimento de rotação ao longo de seu eixo, para lhe dar maior estabilidade, mantendo a trajetória, direção oferecendo maior força de penetração. 
INTRODUÇÃO À BALÍSTICA
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Raiamento dextrógiras
Raiamento sinistrógeras
REVÓLVER
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PISTOLA SEMI-AUTOMÁTICA
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INTRODUÇÃO À BALÍSTICA
MUNIÇÃO
	A munição é o que chamamos de “cartucho”, é constituída por cinco elementos distintos:
1. Estojo, cápsula ou bainha;
2. Espoleta ou escorva; 
3. Carga ou pólvora; 
4. Bucha;
5. Projétil.
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INTRODUÇÃO À BALÍSTICA
MUNIÇÃO
Estojo, cápsula ou bainha
	O metal empregado em sua fabricação é o cobre ou o latão que gravam com muita facilidade as impressões do cão, do cano e até pequenas irregularidades que porventura hajam no interior da culatra. O estojo ou cápsula contém a pólvora, a bucha, a espoleta e, em sua extremidade apical o projétil. O estojo tem grande importância pericial no que tange a caracterização dos tipos de armas.
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INTRODUÇÃO À BALÍSTICA
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INTRODUÇÃO À BALÍSTICA
MUNIÇÃO
2. Espoleta ou escorva
	A espoleta é a carga que, deflagrada, provoca a combustão da pólvora contida no interior do estojo, provocando, assim, o disparo. Acha-se colocada na parte posterior da cápsula.
	
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INTRODUÇÃO À BALÍSTICA
MUNIÇÃO
3. Carga ou pólvora
	A carga é constituída por pólvora em quantidade suficiente para expelir, pela pressão dos gases, o projétil. A pólvora é uma substância que explode pela combustão.
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INTRODUÇÃO À BALÍSTICA
MUNIÇÃO
4. Bucha
	É um disco de pequena espessura confeccionada com cartão, feltro, couro, cortiça, borracha ou metal, destinada a separar as partes componentes do cartucho (a pólvora do projétil ou projéteis). É utilizada apenas em alguns tipos de armas.
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INTRODUÇÃO À BALÍSTICA
1 – Estojo 2 – Espoleta 
3 – Pólvora 4- Projétil
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INTRODUÇÃO À BALÍSTICA
MUNIÇÃO
5. Projétil
	Projétil é a parte da munição destinada a atingir o alvo, é o verdadeiro instrumento pérfuro-contundente. Os principais movimentos do projétil são os de propulsão ou de deslocamento para a frente, que resultam da força expansiva dos gases da pólvora, e o de rotação, que lhe é comunicado pelas ranhuras do cano da arma. A velocidade inicial dos projéteis depende do tipo de arma, e quanto maior é sua velocidade, maior é sua força viva. 
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INTRODUÇÃO À BALÍSTICA
	A identificação dos projéteis disparados por arma de fogo, é um exame pericial de grande relevância. Essa identificação é feita utilizando-se o microscópio comparador como os reproduzidos ao lado, sendo que alguns deles são acoplados a um computador.	
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INTRODUÇÃO À BALÍSTICA
	
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	A perícia irá procurar identificar o projétil denominado de suspeito, como tendo sido disparado por uma determinada arma. Para isso, a arma ou as armas levadas a exame são disparadas para se obter os projéteis padrões ou testemunhas. E seguida, é que será feito o exame de confronto propriamente dito.
	O exame se baseia na pesquisa de elementos de ordem geral (número de raias, sentido do raiamento, etc). Quando o resultado é positivo, as imagens dos projéteis comparados, formam um todo, onde existe perfeita correspondência entre esses elementos, como se vê nas reproduções fotográficas abaixo.
INTRODUÇÃO À BALÍSTICA
	À esquerda da linha preta, a bala em questão e à direita da mesma linha o padrão de marcas observado nos testes com a arma de fogo. As setas indicam as marcas que coincidem, o que confirma que os projéteis foram expelidos pela mesma arma.
‘ [fonte: Revista Perícia Federal, Set/Out 2003]
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INTRODUÇÃO À BALÍSTICA
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INTRODUÇÃO À BALÍSTICA
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Ao ser acionado o mecanismo de disparo, geralmente através de força mecânica pelo pressionamento do gatilho, a ponta do percutor deforma a espoleta, comprimindo a mistura iniciadora. 
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INTRODUÇÃO À BALÍSTICA
	
	
	
	
	Cápsulas de munição percutidas pela mesma arma. Em destaque as marcas promovidas pelo percutor e pela culatra [fonte: Revista Perícia Federal, Set/Out 2003]
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INTRODUÇÃO À BALÍSTICA
	
	A mistura iniciadora , ao sofrer o impacto, produz chamas de alto poder calorífico e dão início à combustão dos grãos de pólvora. A combustão da pólvora gera, em um curtíssimo espaço de tempo, um volume de gases considerável.
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INTRODUÇÃO À BALÍSTICA
	
	
	A pressão destes impele o projétil através do cano da arma, que é a única saída possível. A expansão dos gases vai também atuar sobre a parte interna da arma, projetando-a para trás, fenômeno conhecido como o ‘soco da arma’.
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INTRODUÇÃO À BALÍSTICA
	O projétil, encontrando obstáculo em sua trajetória, poderá sofrer uma série de modificações, das quais as mais importantes são a fragmentação, a deformação, o esmagamento e o desvio de direção. 
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LESÕES PRODUZIDAS POR INSTRUMENTOS PÉRFURO-CONTUNDENTES
	
	Os resíduos expelidos pelo disparo do cartucho, podem deixar as mãos do atirador impregnadas dos restos da carga e de micropartículas do projétil. A pesquisa desses resíduos, quer nas mãos do atirados ou das vestes deste e da vítima, serão sempre objetos de exame importante na investigação do caso. Fatores como empunhadura e tipo da arma, podem fazer com que a pesquisa residuográfica seja negativa, sem que, contudo, se possa excluir o suspeito de ter feito uso da arma. 
	O revólver é o tipo de arma mais propício a deixar vestígios do disparo, tendo em vista que entre as câmaras do tambor e a entrada do cano, existe um espaço por onde os gases resultantes da detonação do cartucho saem, além é claro, da própria boca do cano.
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LESÕES PRODUZIDAS POR INSTRUMENTOS PÉRFURO-CONTUNDENTES
	Desenho esquemático dos resíduos expelidos por revólver:
R1 – resíduos expelidos pelo cano.
R2 – resíduos expelidos pela câmara (tambor)
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LESÕES PRODUZIDAS POR INSTRUMENTOS PÉRFURO-CONTUNDENTES
	
	As características das lesões causadas por armas de fogo variam de acordo com a distância do tiro que pode ser disparado:
Apoiados ou encostado ou a distância zero;
Próximos ou a curta distância ou à queima roupa;
A distância
	Nos casos bem típicos, o projétil vai atingir o corpo e atravessá-lo, produzindo, assim, uma lesão pérfuro-contusa transfixante.
De onde se encontra um orifício de entrada, um trajeto e um orifício de saída.
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LESÕES PRODUZIDAS POR INSTRUMENTOS PÉRFURO-CONTUNDENTES
ORIFÍCIO DE ENTRADA: É o ponto por onde penetra o projétil no corpo humano.
	1.1 Forma: depende da maneira pela qual o projétil atingiu o alvo, estando, também, intimamente ligada com a distância do tiro (encostado, a queima-roupa e a distância).
		1.1.1 Orifício de entrada aparentemente circular, arredondado: tiro perpendicular ao alvo.
		1.1.2 Orifício de entrada ovalado: tiro oblíquo ao corpo.
		1.1.3. Orifício de entrada irregular: tiro encostado.
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LESÕES PRODUZIDAS POR INSTRUMENTOS PÉRFURO-CONTUNDENTES
ORIFÍCIO DE ENTRADA: 
	1.2 Dimensão: depende da distância do tiro, da resistência dos tecidos e do próprio projétil, podendo ser igual, maior ou menor do que o calibre do projétil.
			1.2.1 Orifício de entrada menor que o calibre da bala: tiros disparados à distância;
			1.2.2 Orifício de entrada maior ou igual ao calibre da bala: tiros encostados ou a queima roupa.
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ORIFÍCIO DE ENTRADA: 
	1.3 Orlas e Zonas de Contorno: são marcas características ou manchas que se encontram em torno do orifício de entrada de um tiro, variando de acordo com a distância deste. Estas aparecem porque o projétil ao ser disparado não vem só, mas acompanhado de chama, pólvora incombusta e combusta, gases, restos de bucha, impurezas ou sujeiras do cano da arma.
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ORIFÍCIO DE ENTRADA: 
	1.3 Orlas e Zonas de Contorno
		1.3.1- Orla de Contusão ou Escoriação : formada pela diferença de elasticidade existente entre a epiderme e a derme. A epiderme muito menos elástica é arrancada pela ação contundente formando uma orla de escoriação ao redor do orifício de entrada. A derme, por ser mais elástica, é esticada em forma de dedo de luva por invaginação e só se rompe quando o limite de sua elasticidade é ultrapassado, por isso o diâmetro de entrada é menor que o calibre do projétil. 
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LESÕES PRODUZIDAS POR INSTRUMENTOS PÉRFURO-CONTUNDENTES
ORIFÍCIO DE ENTRADA: 
	1.3 Orlas e Zonas de Contorno
		1.3.2- Orla de Enxugo : durante o esforço parar romper a derme, o projétil sofre grande atrito com as fibras conjuntivas e lhe transfere todas as impurezas que carregou ao deslizar pelo cano como por exemplo óleo de limpeza da arma, oxidação do cano, sarro da pólvora, formando uma orla mais interna que a orla de contusão chamada de orla de enxugo.
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	a) Orla de contusão
	b) Impurezas 
	c) Orla de enxugo
	d) Derme
	e) Epiderme
	p) Projétil
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LESÕES PRODUZIDAS POR INSTRUMENTOS PÉRFURO-CONTUNDENTES
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ORIFÍCIO DE ENTRADA: 
	1.3 Orlas e Zonas de Contorno
		1.3.3 - Aréola Equimótica: forma-se devido a ruptura de vasos pelo projétil ao ferir o corpo vivo produzindo, desta forma, extravasamento de sangue que se exterioriza em uma mancha equimótica ao redor do orifício de entrada. Tal mancha possui um colorido variável, podendo evoluir do vermelho ao amarelo. 
	A aréola equimótica não possui características próprias capazes de diagnosticar a distância, a direção do tiro e o orifício de entrada.
TIRO À DISTÂNCIA
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ORIFÍCIO DE ENTRADA: 
	1.3 Orlas e Zonas de Contorno
		1.3.4 - Zona de Tatuagem: produzida pelos grânulos de pólvora, queimada ou não que, partindo com o projétil, percutem o contorno do orifício de entrada e se incrustam mais ou menos profundamente na região. A zona de tatuagem margeia o orifício de entrada nos tiros encostados e a queima-roupa, sendo importante para se determinar a distância do disparo e a incidência do tiro. A zona de tatuagem por ser fixa não é removida pela limpeza da região e não se verifica em nenhuma hipótese no orifício de saída.
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ORIFÍCIO DE ENTRADA: 
	1.3 Orlas e Zonas de Contorno
		1.3.5 - Zona de Esfumaçamento: facilmente removida pela lavagem da região, pois não se incrusta na pele, formada pela deposição da fumaça resultante da combustão da pólvora. Também serve para determinar o orifício de entrada, a distância e a direção do tiro, porém sua importância é menor do que a da zona de tatuagem, por ser removível. Convém ressaltar que é possível o aparecimento da mesma ao redor do orifício de saída nos alvos de pequena espessura, uma vez que a fumaça penetra pelo trajeto do projétil e sai com este, depositando-se, então, ao redor do orifício de saída.
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A- Orla de Contusão		C – Zona de tatuagem 
B – Orla de Enxugo 		D – Zona de esfumaçamento
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A
B
C
D
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ORIFÍCIO DE ENTRADA: 
	1.3 Orlas e Zonas de Contorno
		1.3.6. - Zona de Queimadura ou Chamuscamento: verificada nos tiros disparados a queima-roupa e nos encostados. Sua produção serve, também, para identificar o orifício de entrada, a distância e a direção do tiro. Esta zona é produzida pela chama dos gases superaquecidos e inflamados, que atingem e queimam o alvo provocando ao redor do orifício de entrada, uma zona com pelos queimados, com a epiderme tostada, enegrecida e com cheiro indicador de queimadura.
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ORIFÍCIO DE ENTRADA: 
	1.3 Orlas e Zonas de Contorno – Casos 	Especiais - Disparos Encostados 
Câmera de mina de Hoffmann: orifício de grande tamanho, estrelado, de bordas laceradas, evertidas e irregulares, com deslocamento dos tecidos do crânio, apresentando o aspecto da cratera de uma mina.
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LESÕES PRODUZIDAS POR INSTRUMENTOS PÉRFURO-CONTUNDENTES
ORIFÍCIO DE ENTRADA: 
	1.3 Orlas e Zonas de Contorno – Casos 	Especiais - Disparos Encostados 
Sinal de Benassi: esfumaçamento da tábua externa dos ossos do crânio produzido pelos resíduos da pólvora queimada.
Sinal de Puppe-Werkgarten: queimadura pela estampa do cano da arma reproduzindo a massa de mira.
Sinal do funil de Bonnet: escariação em forma de funil, cuja boca aponta o local em que o projétil sai do osso.
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LESÕES PRODUZIDAS POR INSTRUMENTOS PÉRFURO-CONTUNDENTES
	2. TRAJETO: pode ser aberto e fechado. É dito como aberto quando tem orifício de saída e o projétil não é encontrado no organismo; e fechado ou em fundo cego ou fundo de saco quando termina em cavidade fechada, sendo a bala encontrada geralmente na extremidade final, no meio de tecidos mortificados e cercada de foco hemorrágico. Quando há orifícios de entrada e de saída, é possível estudar o percurso do projétil no organismo. Em situações simples, unindo-se os orifícios de entrada e de saída temos a direção e o percurso do projétil. 
	 Trajetória e trajeto possuem definições diferentes: 
	“Trajetória é o caminho descrito pelo projétil desde seu ponto de disparo até percutir o alvo.
	 Trajeto é o percurso seguido pelo projétil dentro do alvo.
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LESÕES PRODUZIDAS POR INSTRUMENTOS PÉRFURO-CONTUNDENTES
	3. ORIFÍCIO DE SAÍDA: só se apresenta
nas lesões transfixantes. O orifício de saída possui algumas características que o difere do orifício de entrada, são elas:
	a) é geralmente maior que o orifício de entrada; 
	b) tem o aspecto de fenda, quando o projétil não sofre deformação, ou forma irregular, quando este deforma-se ou arrasta consigo alguns fragmentos, apresentando as bordas evertidas (viradas para fora);
	c) não apresenta orlas e nem zonas de contorno, salvo a aréola equimótica; 
	d) apresenta maior sangramento. 	
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ORIFÍCIO DE ENTRADA X ORIFÍCIO DE SAÍDA
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CLASSIFICAÇÃO DOS AGENTES PRODUTORES DE DANOS À INTEGRIDADE FÍSICA OU A SAÚDE
2. ENERGIA DE ORDEM FÍSICA
	2.1 Térmica
	2.2 Elétrica
	2.3 Radiante
	2.4 Barométrica
	2.5 Luz e som
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ENERGIA DE ORDEM FÍSICA
2.1 Energia Térmica
	O calor e o frio podem lesar o organismo quer atuando de modo difuso, ou concentrando-se em determinado ponto de superfície, ação local. Essas lesões podem ser irreversíveis de maior ou menor intensidade.
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ENERGIA DE ORDEM FÍSICA
CALOR
Difuso  insolação
		 intermação
Local: Queimaduras
FRIO
Difuso  resfriamento ou hipotermia
Local  geladura
OSCILAÇÂO DE TEMPERATURA
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ENERGIA DE ORDEM FÍSICA
	INSOLAÇÃO
	A desidratação e a bronzeamento exagerado da pele são os sintomas mais frequentes da insolação, especialmente em crianças, idosos, grávidas, etc.
	Quando alguém fica muito tempo sob o sol, a pele queima, suas células são destruídas e o líquido que fica entre essas células é eliminado.
	Na tentativa de promover uma homeostase do corpo, o suor e a respiração ficam mais intensa facilitando a perda de água.
	Alguns sintomas da insolação são dor de cabeça, tontura, vertigem, falta de ar, aumento da temperatura do corpo, mal-estar e vômitos, sem contar o envelhecimento precoce e o aumento em 25 vezes da chance de a pessoa desenvolver tumores de pele, no caso de haver queimadura. 
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ENERGIA DE ORDEM FÍSICA
	INTERMAÇÃO
	É proveniente do excesso de calor ambiental, lugares mal arejados, quase sempre confinados ou pouco abertos e sem a necessária ventilação, surgindo, geralmente, de forma acidental. Alguns fatores, como falta de ambientação climática, doenças sistêmicas, idade, vestes inadequadas, são elementos consideráveis que podem dificultar o homeostase do corpo.
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ENERGIA DE ORDEM FÍSICA
QUEIMADURA
	É a ação do calor por contato direto com o corpo, através de chama, de sólido, de gás ou de líquidos quentes. Com a exposição a temperaturas de 45° a 50° C, ocorrem vasodilatação, hiperemia e rubor. Com 55°C ocorrem alterações celulares, com transudação serosa. Além dos 70°C, observam-se necrose coagulativa e desnaturação das substâncias proteicas dos tecidos.
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ENERGIA DE ORDEM FÍSICA
Quanto à profundidade, segundo Hoffmann, as queimaduras classificam-se em:
1º Grau - queimaduras leves, simples formação de eritemas;
2º Grau - formação de flictenas nas áreas eritematosas;
3º Grau - atingem a derme e os tecidos adjacentes dando origem à formação de escaras; e
4º Grau - carbonização
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ENERGIA DE ORDEM FÍSICA
RESFRIAMENTO OU HIPORTEMIA
	É provocado pelo exposição ao frio além dos limites de compensação da atividade termorreguladora do corpo.
	O resfriamento do corpo reduz inicialmente podendo até inibir a oxigenação. A sintomatologia é característica, iniciando-se por uma profunda sensação de frio, acompanhada de vasoconstrição periférica que determina intensa palidez. As funções do SNC são afetadas, os sentidos diminuem, o conhecimento se compromete, a vítima entra em coma e morre.
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ENERGIA DE ORDEM FÍSICA
GELADURA
	A constrição vascular e consequente isquemia nos tecidos causada pelo frio em um primeiro momento evita a dissipação do calor, porém torna-se ineficaz com a permanência do frio causando uma hipóxia periférica com trombose vascular podendo chegar a um quadro de gangrena.
	Alguns elementos potencializam a ação do frio, como cansaço, fadiga e certos estados emocionais que reduzem a resistência à ação local de baixa temperatura.
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ENERGIA DE ORDEM FÍSICA
Classificação das Geladuras 
1º grau 
Palidez ou rubefação local 	normalmente localizada nas extremidade dos dedos, na ponta do nariz e nos pavilhões auriculares
2º grau 
Eritema e formação de flictenas de conteúdo claro e hemorrágico 
3º grau 
Necrose dos tecidos moles com formação de crostas enegrecidas, aderidas e espessas 
4º grau 
Gangrena e desarticulação 
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CLASSIFICAÇÃO DOS AGENTES PRODUTORES DE DANOS À INTEGRIDADE FÍSICA OU A SAÚDE
2. ENERGIA DE ORDEM FÍSICA
	2.1 Térmica
	2.2 Elétrica
	2.3 Radiante
	2.4 Barométrica
	2.5 Luz e som
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ENERGIA DE ORDEM FÍSICA
2.2 ENERGIA ELÉTRICA
	 Cósmica ou Natural
Fulguração
Fulminação
	 Industrial ou Artificial
Eletroplessão 
Eletrocussão
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ENERGIA DE ORDEM FÍSICA
Cósmica ou Natural 
	As lesões provocadas pela eletricidade atmosférica são na maioria das vezes 	mortais – fulminação – porém, 	dependendo da distância linear entre a vítima e o ponto da descarga, o efeito da 	corrente elétrica pode provocar apenas lesões – fulguração.
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ENERGIA DE ORDEM FÍSICA
Sinal de Lichtenberg
	As lesões produzidas pela fulguração ou fulminação, apresentam aspecto arboriforme, denominadas de sinal de Lichtenberg, de cor avermelhada, decorrentes de fenômenos vasomotores, que podem desaparecer com o tempo em caso de sobrevivência.
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ENERGIA DE ORDEM FÍSICA
FULGURAÇÃO
Perturbações oculares
Disfunção renal
Confusão mental
Queimaduras de intensidade variada
Chamuscamento de pelos e cabelo
Lesões de Lichtenberg
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ENERGIA DE ORDEM FÍSICA
FULMINAÇÃO
Queimaduras disseminadas
Depilação por carbonização de todos os pelos
Lesões traumáticas, arrancamento ou carbonização de mãos, orelhas e pênis
Fraturas ósseas pela descarga cósmica
Ruptura de tímpanos
Explosões viscerais
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ENERGIA DE ORDEM FÍSICA
Industrial ou Artificial
	Os eventos causados pela eletricidade industrial podem assumir as formas de eletroplessão – observando lesões localizadas, cutâneas ou internas, e a eletrocussão – ação letal.
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ENERGIA DE ORDEM FÍSICA
Marca elétrica de Jellinek
	A eletricidade artificial produz, no local de entrada, uma lesão que com frequência assume a forma do condutor elétrico que originou a descarga. É uma lesão de bordas elevadas e coloração amarelo esbranquiçada e indolor, que recebe a denominação de marca elétrica de Jellinek.
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ENERGIA DE ORDEM FÍSICA
ELETROPLESSÃO  ELETROCUSSÃO
Queimadura cutânea, muscular, óssea e visceral de característica negra, apergaminhada e de bordas nítidas
Surdez, quase sempre unilateral
Marca elétrica de JELLINEK
Cegueira, que pode ser reversível (lesão do nervo ótico e catarata)
Morte, que pode ocorrer por asfixia, AVC, parada cardíaca ou de maneira indireta pelo traumatismo.
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CLASSIFICAÇÃO DOS AGENTES PRODUTORES
DE DANOS À INTEGRIDADE FÍSICA OU A SAÚDE
2. ENERGIA DE ORDEM FÍSICA
	2.1 Térmica
	2.2 Elétrica
	2.3 Radiante
	2.4 Barométrica
	2.5 Luz e som
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ENERGIA DE ORDEM FÍSICA
2.3 ENERGIA RADIANTE
	O uso, cada dia mais frequente, da radioatividade com finalidade terapêuticas tem, também, aumentado o número de casos de reações adversas decorrentes das radiações ionizantes. Essas lesões são, em regra, produzidas pela exposição excessiva ou sem controle a fontes emissoras de radiatividade, como: raios X, reatores nucleares, etc.
	O mecanismo de ação da radiatividade resulta da ionização dos tecidos orgânicos provocando mudanças histoquímicas imediatas ou tardia segundo a quantidade de radiação absorvida e o tempo de exposição.
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ENERGIA DE ORDEM FÍSICA
2.3 ENERGIA RADIANTE
Alguns dos efeitos sobre o organismo são:
• alterações genéticas;
• vários tipos de câncer;
• alterações da espermatogênese; e
•alteração das células do sangue produzindo hemorragias acentuadas em vários pontos do organismo.
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CLASSIFICAÇÃO DOS AGENTES PRODUTORES DE DANOS À INTEGRIDADE FÍSICA OU A SAÚDE
2. ENERGIA DE ORDEM FÍSICA
	2.1 Térmica
	2.2 Elétrica
	2.3 Radiante
	2.4 Barométrica
	2.5 Luz e som
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ENERGIA DE ORDEM FÍSICA
2.4 ENERGIA BAROMÉTRICA
	Em condições normais podemos suportar pressão de aproximadamente (uma) atmosfera ou 760 mmHg (pressão ao nível do mar).
Os principais fenômenos resultantes das alterações de pressão são:
Diminuição da pressão:
 Menor temperatura
Ar mais rarefeito
Mal das montanhas ou dos aviadores 
-anóxia, dispneia, náusea, perda da consciência;
-maior trabalho cardíaco (taquicardia, cansaço)
-morte; 
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ENERGIA DE ORDEM FÍSICA
Aumento da pressão:
Doenças dos caixões ou mal dos escafandristas;
 		 - provoca um aumento da dissolução dos gases no sangue e hiperoxigenação, podendo causar: 
transtorno no SNC; 
embolia gasosa (obstrução da corrente sanguínea por bolhas devido a rápida liberação de gases dissolvidos no sangue causando sangramento ouvido, nariz, etc.). 
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CLASSIFICAÇÃO DOS AGENTES PRODUTORES DE DANOS À INTEGRIDADE FÍSICA OU A SAÚDE
2. ENERGIA DE ORDEM FÍSICA
	2.1 Térmica
	2.2 Elétrica
	2.3 Radiante
	2.4 Barométrica
	2.5 Luz e som
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ENERGIA DE ORDEM FÍSICA
2.5 LUZ E SOM
	Dependendo da intensidade, a luz, também pode ocasionar lesões no corpo humano, particularmente relacionadas com alterações ou até mesmo perda da visão por dano irreversível no nervo ótico.
	A luz tem forte influência sobre o psiquismo humano, razão pela qual a polícia utilizou, durante longo período, o chamado terceiro grau, técnica de interrogatório onde o interrogando é colocado debaixo de um holofote que lhe ofusca a visão.
	Outro exemplo é o da epilepsia fotossensível (cerca de 3% de todos os pacientes) cujas crises podem ser desencadeadas por estímulos luminosos de tv, videogames e alguns padrões geométricos fortes, luz do sol através de folhas e outros. 
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ENERGIA DE ORDEM FÍSICA
2.5 LUZ E SOM
As ondas sonoras, ou ondas de pressão, nada mais são que a propagação de um distúrbio mecânico através de um meio elástico como o ar.
Os limites de tolerância para ruído contínuo ou intermitente (excluindo os de impacto), são:
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CLASSIFICAÇÃO DOS AGENTES PRODUTORES DE DANOS À INTEGRIDADE FÍSICA OU A SAÚDE
3. ENERGIA DE ORDEM QUÍMICA
	3.1 Cáusticos
	3.2 Venenos 
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ENERGIA DE ORDEM QUÍMICA
	Atuam nos tecidos vivos através de substâncias que provocam alterações de natureza somática, fisiológica ou psíquica, podendo levar inclusive à morte.
 Compreendem:
Cáusticos 
Venenos
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ENERGIA DE ORDEM QUÍMICA
CÁUSTICOS 
	Os cáusticos são substâncias que, de acordo com sua natureza química, ao atuarem no corpo humano, provocam lesões cuja gravidade depende da sua concentração e da região corporal atingida chamada vitriolagem. 
	São exemplos de cáusticos a soda, o ácido clorídrico e o ácido sulfúrico.
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ENERGIA DE ORDEM QUÍMICA
VENENOS
	São substâncias que quando introduzida no organismo em quantidade relativamente pequena e agindo quimicamente, são capazes de produzir lesões graves à saúde.
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CLASSIFICAÇÃO DOS AGENTES PRODUTORES DE DANOS À INTEGRIDADE FÍSICA OU A SAÚDE
4. ENERGIAS DE ORDEM FÍSICO-QUÍMICA
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ENERGIAS DE ORDEM FÍSICO-QUÍMICA
ASFIXIA MECÂNICA
	É a supressão da respiração decorrente de energia físico-química, produzindo impedimento à penetração do ar atmosférico na árvore respiratória.
	Temos ao mesmo tempo, redução do teor do oxigênio e o aumento do teor de gás carbônico no sangue arterial.
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ENERGIAS DE ORDEM FÍSICO-QUÍMICA
 DEFINIÇÕES
Apneia: ausência dos movimentos respiratórios 
Eupneia: movimentos respiratórios normais
Dispneia: Dificuldade respiratória
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ENERGIAS DE ORDEM FÍSICO-QUÍMICA
 FASES DA ASFIXIA
 DISPNÉIA INSPIRATÓRIA: dura cerca de 1 minuto, é decorrente da deficiência anormal de concentração de oxigênio no sangue arterial, o indivíduo faz grande esforço para receber oxigênio, pois este vai se escasseando;
DISPNÉIA EXPIRATÓRIA: dura cerca de 2 a 3 minutos, devido a grande concentração de gás carbônico, o indivíduo está inconsciente e apresenta convulsões.
ESGOTAMENTO: dura cerca de 2 a 3 minutos, ocorrendo a parada respiratória, com morte aparente, após temos os últimos movimentos respiratórios e a seguir a parada respiratória definitiva.
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ENERGIAS DE ORDEM FÍSICO-QUÍMICA
ASFIXIA – IMPORTÂNCIA LEGAL
A asfixia é considerada meio cruel, o processo asfíxico somente produz a morte com cerca de cinco minutos, sendo meio demorado de produzir a morte com sofrimento da vítima, o que nos mostra o inequívoco dolo de matar. 
A morte em legítima defesa através da asfixia, é muito difícil de ser aceita, uma vez que vindo a pessoa a desfalecer no primeiro minuto, tem o agressor mais quatro minutos para arrepender-se e sustar o processo asfíxico.
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ASFIXIA – SEQUELAS
 Sendo o indivíduo salvo após atingir estado asfíxico avançado, poderá apresentar sequelas tais como: perturbações psíquicas, amnésia, paralisia, convulsões, estado comatoso, etc.
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 TRÍADE DA ASFIXIA
	Constituem sinais presentes em todas as modalidades de asfixia:
 1)Sangue fluido escuro (exceção no afogamento quando o sangue é claro );
 2)Congestão polivisceral;
 3)Equimose ou mancha de Tardieu que encontramos nas regiões subconjuntival, subpleural e subepicárdica. 
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CLASSIFICAÇÃO DAS ASFIXIAS VIOLENTAS
1) Asfixias por obstrução das vias respiratórias
a) Constrição cervical:
	- Enforcamento;
	- Estrangulamento;
	- Esganadura.
b)Sufocação direta: narina, boca, laringe ou faringe ( mãos, corpo estranho, etc. ).
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CLASSIFICAÇÃO DAS ASFIXIAS VIOLENTAS
2) Por restrição
aos movimentos do tórax;
a) Compressão torácica ( sufocação indireta).
b) Fraturas costais múltiplas.
c) Paralisia dos músculos respiratórios
	- Em espasmo – eletroplessão, drogas contraturantes
	- Em flacidez – drogas relaxantes musculares;
	- Em fadiga - crucificação
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CLASSIFICAÇÃO DAS ASFIXIAS VIOLENTAS
3) Por modificação do meio ambiente;
a) Confinamento;
b) Soterramento;
c) Afogamento.
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CLASSIFICAÇÃO DAS ASFIXIAS VIOLENTAS
4) Por parada respiratória central;
a) Traumatismo cranioencefálico;
b) Eletroplessão;
c) Drogas depressoras do SNC.
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 ENFORCAMENTO
	 Tipo de asfixia na qual a constrição do pescoço se faz por um laço que é acionado pelo próprio peso da pessoa. Muito comum em casos de suicídio. 
ESTRANGULAMENTO
Constrição do pescoço por meio de um laço acionado pela força muscular do agente agressor.
ESGANADURA
Constrição do pescoço por meio das mãos do agente agressor
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SUFOCAÇÃO
DIRETA: A asfixia é causada pelos obstáculos mecânicos encontrados nas aberturas aéreas ( narinas, boca e glote ). 
INDIRETA: O indivíduo sofre o processo de asfixia por impossibilidade de realizar movimentos de inspiração e expiração devido a força ou peso excessivo que lhe impede.
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SUFOCAÇÃO DIRETA
Oclusão acidental – ocorre com os recém-nascidos, que, dormindo com a mãe são sufocados por esta ou por panos, travesseiros, temos também sufocação por botões, moedas, milho, bolinhas, alimentos, etc; nos adultos o acidente poderá resultar deataque epiléptico, síncopes, embriaguez caindo com o rosto contra o travesseiro p. ex.
Oclusão criminosa – é comum no infanticídio, porém podemos também encontrar em adultos; envolver a cabeça da vítima em panos adequados, lama etc.
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SUFOCAÇÃO INDIRETA
Compressão homicida: Inglaterra houve época em que os criminosos sentavam-se sobre o tórax da vítima até matá-la; 
Compressão acidental: pisoteamento por multidões, acidente de trânsito com pessoa presa a ferragens, compressão torcedores contra cercas e grades, sacos e pesos que desabam sobre pessoas, etc.
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CONFINAMENTO
	Neste caso a asfixia ocorre pela falta de oxigênio decorrente de ambientes fechados, onde o oxigênio diminui de forma gradual.
CAUSAS: desabamento de minas, sequestrados dentro de malas ou bagageiros, presos amontoados dentro de camburões, cubículos, etc.
SINAIS: Temos aqui os sinais gerais de asfixia, lesões tipo escoriações e equimoses decorrentes de tentativas de deixar o local.
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SOTERRAMENTO
	É a modalidade de asfixia, na qual ocorre a substituição do meio gasoso, por meio sólido, pulverulento. 
SINAIS: Tríade asfíxica (sangue fluido escuro, congestão poli-visceral e equimose de Tardieu subpleural, subepicardica, subconjuntival), máscara equimótica (tom azulado) impressão torácica, pó da traquéia ao pulmão, equimoses e escoriações.
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AFOGAMENTO
Se constitui numa modalidade de asfixia, na qual o indivíduo é introduzido em meio líquido e ocorre a penetração deste líquido nas vias respiratórias.
SINAIS: Enrugamento da pele (mão de lavadeira), decorre do aumento de volume da camada córnea da epiderme, não é sinal de afogamento mas de permanência dentro da água; Cogumelo de espuma – decorre da mistura de ar, muco e água nas vias respiratórias, ocorre quando retira-se o afogado da água; Lesões provocadas por animais aquáticos, atacam principalmente as partes moles, pálpebras, lábios, nariz e orelhas; Cabeça de negro, devido ao fato da parte superior do corpo do afogado ser mais pesada, a mancha verde se inicia pela face e pescoço, com o escurecimento vai rapidamente a cabeça ficando totalmente negra; Agigantamento do cadáver devido a putrefação que ocorre em aproximadamente 24 hs.
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CLASSIFICAÇÃO DOS AGENTES PRODUTORES DE DANOS À INTEGRIDADE FÍSICA OU A SAÚDE
5. ENERGIAS DE ORDEM MISTA OU BIODINÂMICA
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ENERGIAS DE ORDEM MISTA OU BIODINÂMICA
	A energias de ordem biodinâmica são aquelas que se manifestam de modo combinado, havendo fatores orgânicos e químicos. 
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Negativas
Inanição
Doenças carências
Intoxicações alimentares
Positivas
Autointoxicações
Infecções
Energias de
ordem biodinâmica
ENERGIAS DE ORDEM MISTA OU BIODINÂMICA
	Dentro do conceito de energias de ordem mista podemos agrupar todas aquelas situações em que para a produção da lesão concorrem causas variadas. 
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Fadiga
aguda
crônica.
Doenças parasitárias
Síndrome da criança maltratada
Sevícias
Síndrome do ancião maltratado
Tortura
Energias de
ordem mista
LESÃO CORPORAL
ART. 129
171
LESÃO CORPORAL – ART. 129
	Lesão Corporal é toda ofensa causada à integridade do corpo humano através do dano ou a saúde tanto física quanto mental através das perturbações funcionais resultante do trauma.
	Essas lesões necessitam de um exame chamado Corpo de Delito, pois há necessidade que sejam avaliadas por profissionais para que caracterize os danos sofridos pela vítima.
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LESÃO CORPORAL – ART. 129
CÓDIGO PENAL  ARTIGO 129
	Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem.
				Detenção: 3 meses a 1 ano
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LESÃO CORPORAL – ART. 129
LEVE
Todo e qualquer dano ocasionado a normalidade do indivíduo, seja anatômico, fisiológico ou mental;
80% das lesões corporais;
Escoriações;
Hematomas de pele;
Feridas incisas, corto contusas, contusas superficiais;
Inferiores a 30 dias e que não tenham acarretado perigo de vida
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174
LESÃO CORPORAL – ART. 129
GRAVE
§ 1º:
I- Incapacidade para as ocupações habituais por mais de 30 dias.
II – Perigo de vida
III – Debilidade permanente de membro, sentido ou função
IV – Aceleração do parto
			Pena: Reclusão de 1 a 5 anos
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LESÃO CORPORAL – ART. 129
I- Incapacidade para as ocupações habituais por mais de 30 dias.
Não se limita tão somente à profissão, sem sentido socioeconômico;
Não tem que ser total, basta que o exercício das suas atividades habituais coloque em risco ou retarde a cura da lesão; 
O individuo pode voltar as suas atividades antes de cicatrizado.;
Pode estar incapacitado depois do ferimento cicatrizado;
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I- Incapacidade para as ocupações habituais por mais de 30 dias.
Cura funcional, não anatômica  a vítima retorna em condições razoáveis as suas ocupações, sem maiores dano ou risco de agravamento da lesão, embora não totalmente consolidada;
Obrigatoriedade de exame complementar após 30 dias do evento, não suprido por prognóstico;
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LESÃO CORPORAL – ART. 129
II – Perigo de vida
É uma probabilidade concreta e eminente de um êxito letal
É diagnóstico e não prognóstico
Pode apresentar-se logo após o ferimento ou depois de horas ou dias ou meses , com ou sem tratamento
A secção
de um grande vaso sanguíneo com pronto-atendimento é perigo de vida
Diferenciar de risco de vida
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LESÃO CORPORAL – ART. 129
CONDICÕES FREQUENTES DE PERIGO DE VIDA
Coma
 Asfixias
Choques hipovolêmicos
Queimaduras de mais de 50% da superfície corporal
Feridas penetrantes em grandes cavidades com lesões de vísceras
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LESÃO CORPORAL – ART. 129
III – Debilidade permanente de membro, sentido ou função
Debilidade deve ser entendido como sendo o enfraquecimento, perda da força
Os membros são os quatro apêndices do corpo
Os sentidos são os mecanismos sensoriais pelas quais percebemos as manifestações do mundo exterior
As funções são as atuações dos sistemas, aparelhos e órgãos
A perda de um órgão constituirá debilidade de função permanente
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LESÃO CORPORAL – ART. 129
IV – Aceleração do parto
O termo antecipação de parto é mais correto
Só se acelera o que já está em movimento 
Lesões na gestante causando expulsão do feto VIVO
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LESÃO CORPORAL – ART. 129
GRAVÍSSIMA
§ 2º:
I- Incapacidade permanente para o trabalho
II – Enfermidade incurável
III - Perda ou inutilização de membro, sentido ou função
IV – Deformidade permanente
V – Aborto
		Pena: Reclusão de 2 a 8 anos
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LESÃO CORPORAL – ART. 129
I- Incapacidade permanente para o trabalho
Incapacitado para exercer qualquer atividade lucrativa
O trabalho referido é o genérico e não o específico
Ablação de membros
Cegueira
Alienação mental
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LESÃO CORPORAL – ART. 129
II – Enfermidade incurável
Desvio definitivo da normalidade, alteração permanente da saúde
Estado mórbido de evolução lenta
Tratamento excepcional
Tratamento arriscado
Tratamento que dure anos
Tratamento fora das possibilidades da vítima
Vítima recusada, em caráter permanente, no mercado geral de trabalho, ou aceita em condições de inferioridade
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LESÃO CORPORAL – ART. 129
III - Perda ou inutilização de membro, sentido ou função
Perda ou permanência inútil
Se a debilidade excede de 80%, já é perda
Perda é igual a ablação
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LESÃO CORPORAL – ART. 129
IV – Deformidade permanente
Para uns, somente um verdadeiro aleijão
Para outros, qualquer dano estético
Para a maioria, se provocar um complexo de inferioridade 
Dano estético visível e permanente
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LESÃO CORPORAL – ART. 129
V – Aborto
Interrupção da gravidez pela morte do produto da concepção em qualquer época da gravidez
Pune se o agressor pela lesão corporal, pelo perigo de vida que causou a mulher e pelo feticídio
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LESÃO CORPORAL – ART. 129
LESÕES CORPORAIS SEGUIDAS DE MORTE
	§ 3º - Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quis o resultado, nem assumiu o risco de produzi-lo.
		Pena: Reclusão de 4 a 12 anos
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LESÃO CORPORAL – ART. 129
Quesitos para Exame de Corpo de Delito
Lesões Corporais
Houve lesão?
Qual instrumento ou meio a produziu?
Há quanto tempo foi produzida?
Resultou debilidade de membro, sentido ou função?
Resultou perda ou inutilização de membro, sentido ou função?
Foi produzida por meio de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel?
Resultou perigo de vida?
Impediu as atividades habituais por mais de trinta dias?
Resultou deformidade permanente, enfermidade incurável, aceleração de parto ou aborto?
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