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Construção do SUS: Movimentos Sociais e Reformas

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Sistema	
  Único	
  de	
  Saúde	
  
SUS	
  
Processo histórico de construção do SUS: 
•  MOVIMENTOS SOCIAIS 
–  A participação social permite que a sociedade exerça o 
controle sobre as condições que determinam o exercício 
dos direitos. 
–  A Constituição de 1988 representa um marco em termos 
de reconhecimento de direitos sociais no Brasil. Em seu 
artigo 6º estabelece como direitos sociais dos brasileiros 
“a educação, a saúde, o trabalho, o lazer, a segurança, a 
previdência social, a proteção à maternidade, a 
assistência aos desamparados”. 
•  1923 - CAPs (Caixas de Aposentadoria e Pensões): 
organizadas por empresas, de natureza civil e privada, 
financiadas e gerenciadas por empregados e 
empregadores; 
•  1930 – Ministério da Educação e Saúde; 
•  1933 - Institutos de Aposentadoria de Pensões (IAPs): 
organizados por categorias profissionais, com 
dependência do Governo Federal; 
•  1953 – Ministério da Saúde: 25 de Julho; 
•  1960 – Promulgação de Lei Orgânica da Previdência 
Social (LOPS); 
•  1966 – Instituto Nacional de Previdência Social (INPS): 
fusão dos diversos IAPs; 
Processo histórico de construção do SUS: 
•  1974 a 1979: Crise, reforma e consolidação da rede 
privada em Saúde: 
–  1974: Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS) 
e do Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Social (FAS); 
–  1974: Subdivisão do INPS: Instituto Nacional de Assistência 
Médica da Previdência Social (INAMPS) e o Instituto de 
Arrecadação da Previdência Social (IAPAS), ficando o INPS 
responsável pelas aposentadorias e pensões; 
–  1976: Programa de Interiorização das Ações de Saúde e 
Saneamento (PIASS); 
–  1976: Centro Brasileiro de Estudos em Saúde (CEBES); 
Processo histórico de construção do SUS: 
–  1978: Conferência de Alma-Ata (Ucrânia), que preconizava 
"Saúde para Todos no Ano 2000", principalmente por meio 
da Atenção Primária à Saúde; 
–  1979: VII Conferência Nacional de Saúde; 
–  1979: Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde 
Coletiva (ABRASCO); 
•  Década de 1980: Eclosão da crise estrutural e con-
solidação das propostas reformadoras: 
–  1980: Programa Nacional de Serviços Básicos de Saúde 
(PREV-SAÚDE) com pressupostos de hierarquização, 
participação comunitária, integração de serviços, 
regionalização e extensão de cobertura, e que, na 
realidade, nunca saiu do papel ; 
Processo histórico de construção do SUS: 
 
–  1981: Conselho Consultivo da Administração de Saúde 
Previdenciária (CONASP): Objetivo de operar sobre a 
organização e o aperfeiçoamento da assistência médica, 
sugerir critérios de alocação de recursos previ-denciários 
para este fim, recomendar políticas de finan-ciamento e de 
assistência à saúde, analisar e avaliar a operação e o 
controle da Secretaria de Assistência Médica da Previdência 
Social; 
•  Autorização de Internação Hospitlar (AIH); 
 
–  1982: Ações Integradas de Saúde (AIS): Em 1984 e 1986 
com recursos de 4% e 12 %, respectivamente, do orça-
mento do INAMPS. Foi uma estratégia de extrema im-
portância para o processo de descentralização da saúde; 
–  1986: VIII Conferência Nacional de Saúde: marco na 
formulação das propostas de mudança do setor de saúde, 
consolidadas na Reforma Sanitária Brasileira. 
–  1987: Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde 
(SUDS): 
•  consolidação das Ações Integradas de Saúde, que adota como 
diretrizes: 
–  a universalização e a eqüidade; 
–  a integralidade; 
–  a regionalização dos serviços de saúde e implementação de distritos 
sanitários; 
–  a descentralização das ações de saúde; 
–  o desenvolvimento de instituições colegiadas gestoras; 
–  o desenvolvimento de uma política de recursos humanos; 
Fase de transição em direção ao SUS e incorporação do INAMPS pelo 
Ministério da Saúde; transferência dos serviços do para Estados e 
Municípios. 
Processo histórico de construção do SUS: 
Criação do SUS: 
•  Construção da proposta de modelo da saúde 
pública; 
•  Apresentação da proposta à Constituinte para 
embasamento da inscrição do texto constitucional; 
–  Representação de amplos setores da sociedade, 
mobilizando uma diversidade de atores: 
Criação do SUS: 
•  Proposta da sociedade apresentada à classe 
política, reivindicações: 
–  Integralidade da atenção; 
–  Unificação do sistema de saúde; 
–  Descentralização da gestão e operacionalização 
–  Participação social 
•  Descentralização e Participação social foram importantes 
dimensões comtempladas pela proposta, e foram incorporadas ao 
marco legal constitucional e regulatório. 
–  Descentralização da gestão e operacionalização entre as três 
esferas do Governo: 
»  Federal 
»  Estadual 
»  Municipal 
reivindicar 
rei.vin.di.car 
 
(lat rei vindicare) vtd 1 Reclamar (o que é nosso, mas está em 
poder de outrem): Reivindicar um direito. 2 Avocar para si; 
recuperar ou tentar recuperar: Reivindica o prestígio 
perdido. 3 Intentar demanda para reaver (propriedade que está na 
posse de outrem). 4 Assumir: "Reivindicar 
responsabilidades" (Morais). 
http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portugues-
portugues&palavra=reivindicar 
 
Sistema Único de Saúde - SUS 
•  Criado em 1988 quando da promulgação da 
Constituição Federal Brasileira. 
•  Objetivo: oferta de serviços de saúde pública 
gratuita para toda a população brasileira. 
Sistema Único de Saúde - SUS 
•  Características básicas do programa: 
–  Descentralização da gestão e oferta de serviços para os 
estados e municípios; 
–  Todo estado e município deve ter Conselhos de Saúde 
compostos por representantes dos gestores e usuários 
do SUS: 
•  Gestores; 
•  Prestadores dos serviços; 
•  Profissionais de saúde. 
•  Os Conselhos fiscalizam a aplicação dos recursos públicos na 
saúde. 
Sistema Único de Saúde - SUS 
•  Características básicas do programa: 
–  Metade dos investimentos na saúde são de 
responsabilidade da União (Governo Federal); 
–  A outra metado dos investimentos em saúde são de 
responsabilidade dos estados e municípios; 
–  A União formula as políticas nacionais e a 
implementação das políticas na forma de infraestrutura e 
serviços é responsabilidade dos estados, municípios, 
ONGs (Organizações Não-Governamentais) e da 
iniciativa privada. 
Sistema Único de Saúde - SUS 
 
 
implementar 
im.ple.men.tar 
 
(lat implementu+ar2) vtd 1 Executar (um plano, p ex) 2 Levar 
à prática por meio de providências concretas. 3 Prover de 
implementos. 
 
http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portugues-
portugues&palavra=implementar 
 
Sistema Único de Saúde - SUS 
•  Características básicas do programa: 
–  O município é o principal responsável pela saúde pública 
da população; 
–  A gestão das ações e serviços de saúde é cada vez mais 
de responsabilidade plena dos municípios; 
–  Quando o município não possui todos os serviços de 
saúde ele busca a integralidade dos serviços através do 
acordo com municípios vizinhos o acesso aos serviços ou 
com o estado; 
–  Os governos estaduais também implementam políticas 
públicas nacionais e estaduais e organizam o 
atendimento à saúde em seu território. 
Sistema Único de Saúde - SUS 
•  Características básicas do programa: 
–  Frente um problema de saúde, a porta de acesso aos 
serviços do SUS deve ser preferencialmente os serviços 
de atenção básica (Atenção Primária à Saúde): 
•  Postos de saúde; 
•  Centros de saúde; 
•  Unidades de Saúde da Família; 
•  ... 
–  Em seguida à atenção primária, quando for o caso, o 
cidadão deve ser encaminhado para outros serviços de 
maior complexidade oferecidos por hospitais e clínicas 
especializadas; 
–  Cada localizadade possui seus centros de referênciapara encaminhamento quando o município não oferece 
determinado serviço. 
Sistema Único de Saúde - SUS 
•  Características básicas do programa: 
–  Conselhos deliberativos das políticas dos SUS: 
•  Municípios: Conselho Municipal de Saúde; 
•  Estados: 
–  Conselho Estadual de Saúde: composto por diferentes segmentos 
da sociedade, como gestores, usuários, profissionais da saúde, 
entidades de classe, etc. 
–  Comissão Intergestores Bipartite: 
»  Representantes das secretarias municipais e da secretaria estadual de 
saúde; 
»  Onde são realizadas as negociações para integralidade dos serviços 
oferecidos pelos municípios. 
•  Governo Federal: Comissão Intergestores Tripartite 
–  Composta por representantes do Ministério da Saúde, das 
secretarias de saúde eestaduais e municipais. 
Sistema Único de Saúde - SUS 
•  Características básicas do programa: 
–  Medicamentos básicos são adquiridos pelas secretarias 
de saúde estaduais e municipais; 
–  Os medicamentos chamados estratégicos, como a 
insulina humana e os medicamentos oferecidos por 
programas específicos (Saúde da Mulher, Tabagismo, 
etc...) são obtidos pelo MS; 
–  Os medicamentos chamados excepcionais 
(medicamentos de alto custo para tratamentos 
continuados) para transplantados, portadores de 
insuficiência renal ou de alguma síndrome são 
comprados pelas secretarias de saúde e o ressarcimento 
é feito frente a comprovação da entrega do medicamento 
ao paciente. A união arca, em média, com 80% do valor 
do medicamento. 
Sistema Único de Saúde - SUS 
•  Características básicas do programa: 
–  Com o Pacto pela Saúde (2006), os estados e municípios 
podem receber os recursos federais por meio de cinco 
blocos de financiamento: 
1 – Atenção Básica; 
2 – Atenção de Média e Alta Complexidade; 
3 – Vigilância em Saúde; 
4 – Assistência Farmacêutica; 
5 – Gestão do SUS. 
 
Antes do pacto, havia mais de 100 formas de repasses de recursos 
financeiros, o que trazia algumas dificuldades para sua aplicação. 
Sistema Único de Saúde - SUS 
•  Direitos dos usuários da saúde: 
1.  Todo cidadão tem direito ao acesso ordenado e organizado aos 
sistemas de saúde. 
2.  Todo cidadão tem direito a tratamento adequado e efetivo para 
seu problema. 
3.  Todo cidadão tem direito ao atendimento humanizado, 
acolhedor e livre de qualquer discriminação. 
4.  Todo cidadão tem direito a atendimento que respeite a sua 
pessoa, seus valores e seus direitos. 
5.  Todo cidadão também tem responsabilidades para que seu 
tratamento aconteça da forma adequada. 
6.  Todo cidadão tem direito ao comprometimento dos gestores da 
saúde para que os princípios anteriores sejam cumpridos. 
Política Nacional de Atenção Básica 
•  Portaria nº 648/GM de 28 de março de 2006 Aprova a 
Política Nacional de Atenção Básica; 
•  Revisão de diretrizes e normas para a organização da 
Atenção Básica para o Programa Saúde da Família (PSF) e 
o Programa Agentes Comunitários de Saúde (PACS). 
•  A nova PNAB atualizou conceitos na política e introduziu 
elementos ligados ao papel desejado da AB na ordenação 
das Redes de Atenção. 
•  Avançou no reconhecimento de um leque maior de 
modelagens de equipes para as diferentes populações e 
realidades do Brasil. 
–  Equipes de Saúde da Família (eSF); 
–  Equipes de Atenção Básica (EAB) para a população de rua 
(Consultórios na Rua); 
–  Ampliação do número de municípios que podem ter Núcleos de 
Apoio à Saúde da Família (NASF); 
–  Simplificação e facilitação das condições para que sejam 
criadas UBS Fluviais e eSF para as Populações Ribeirinhas. 
Programa Saúde da Família 
•  Programa parte do Sistema Único de Saúde; 
•  Oferece serviços básicos de acompanhamento da 
comunidade; 
•  Serviços de baixa complexidade, sendo um tipo de 
serviço de atenção básica, isto e, de atenção primária à 
saúde. 
•  A partir da visita do agente comunitário, caso 
necessário, as pessoas são encaminhadas para postos 
de saúde ou hospitais. 
•  No Programa de Saúde da Família (PSF) a equipe vai 
às casas das pessoas, vê de perto a realidade de cada 
família, toma providências para evitar as doenças, atua 
para curar os casos em que a doença já existe, dá 
orientação para garantir uma vida melhor, com saúde 
Programa de Agentes Comunitários de Saúde – PACS 
•  Parte do Programa Saúde da Família; 
•  O Agente Comunitário da Saúde tem o dever de 
promover o acompanhamento das famílias residentes no 
seu território de trabalho e moradia, as quais se 
encontram em situação de risco epidemiológico e social. 
•  Alguns critérios para inclusão dos Agentes no processo 
de trabalho das equipes de saúde: 
–  ser identificado em sua comunidade; 
–  mostrar sua capacidade de liderança; 
–  manter laços de confiança e de referência para orientação dos 
encaminhamentos necessários dos problemas, entre outros. 
–  Os Agentes Comunitários da Saúde são selecionados 
mediante Processo Seletivo e contratados pelo Instituto Pró-
Cidadania 
Programa de Agentes Comunitários de Saúde – PACS 
•  No treinamento, o agente aprende a acompanhar 
crianças, gestantes, incentivar o aleitamento 
materno, monitorar hipertensos, prestar primeiros 
socorros, entre outras habilidades. 
Conferências Nacionais 
•  As Conferências de Saúde se iniciaram há 70 anos, 
cumprindo o disposto no parágrafo único do artigo 
90 da Lei n.º 378, de 13 de janeiro de 1937; 
•  A obrigatoriedade da realização das Conferências 
de Saúde foi mantida, em 1990, quando a Lei n.º 
8.142 as consagrou como instâncias colegiadas de 
representantes dos vários segmentos sociais; 
•  Missão/objetivo: avaliar e propor diretrizes para a 
formulação da política de saúde nos níveis 
municipais, estaduais e nacional; 
Conferências Nacionais 
•  Periodicidade de quatro anos para a realização das 
Conferências de Saúde; 
•  Convocadas pelo Poder Executivo ou, 
extraordinariamente, pelo Conselho de Saúde do 
MS; 
•  Gestão participativa da população no Sistema Único 
de Saúde; 
•  Até 2011 foram realizadas 14 Conferências de 
Saúde. 
Conferências Internacionais 
•  Principais Conferências Internacionais da OMS desde a 
década de 1970: 
•  1977 − "Saúde Para Todos no Ano 2000". 30ª Assembleia Mundial da Saúde 
•  1978 − Declaração de Alma-Ata (ex-URSS) − Saúde Para Todos no Ano 2000 
(Conferência Internacional sobre Cuidados de Saúde Primários) 
•  1986 − Carta de Ottawa (Canadá) − Promoção da Saúde nos Países 
Industrializados (1ª Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde) 
•  1988 − Declaração de Adelaide (Austrália) − Promoção da Saúde e Políticas 
Públicas Saudáveis (2ª Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde) 
•  1991 − Declaração de Sundsvall (Suécia) − Promoção da Saúde e Ambientes 
Favoráveis á Saúde (3ª Conferência Internacional sobre Promoção da 
Saúde) 
•  1997 − Declaração de Jacarta (Indonésia) − Promoção da Saúde no Século 
XXI (4ª Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde) 
•  2000 − Declaração do México − Promoção da Saúde: Rumo a Maior 
Equidade (5ª Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde) 
•  2005 − Carta de Banguecoque (Tailândia) − Promoção da Saúde num Mundo 
Globalizado (6ª Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde) 
Rede Megapaíses 
•  A Rede de Megapaíses para a Promoção da Saúde, 
da Organização Mundial da Saúde, nasceu do 
reconhecimento da necessidade e do potencial para 
possibilitar um maior impacto na saúde mundial, por 
meio da formação de uma aliança entre os países 
mais populosos. 
•  Até o ano 2000, 11 países terão uma população de 
100 milhões ou mais. Juntos, estes megapaíses 
atingem 60% da população do mundo: 
–  Bangladesh, Brasil, China, Índia, Indonésia, Japão, 
México, Nigéria, Paquistão, Federação Russa e EstadosUnidos da América. 
Rede Megapaíses 
•  A missão da Rede consiste em fortalecer a 
capacidade de promoção da saúde, nos âmbitos 
mundial e nacional, no sentido de ampliar a oferta 
de saúde às populações dos megapaíses, e 
também à população mundial. 
Rede Megapaíses 
•  Para fortalecer a capacidade de promoção da saúde global e 
nacional, a Rede tem cinco metas: 
1.  Melhorar a base de informações concernentes à promoção da 
saúde, compartilhando políticas de promoção da saúde e 
programas exitosos, bem como pesquisas e avaliações; 
2.  Desenvolver a saúde promovendo estratégias em quatro áreas: 
•  Estilos de vida saudáveis; 
•  Curso de vida saudável; 
•  Preservação do meio ambiente; 
•  Preservação de assentamentos. 
3.  Mobilizar os recursos existentes, redistribuídos, bem como recursos 
diversos de fontes não-tradicionais, visando aumentar a condição 
da saúde como uma prioridade nacional; 
4.  Aumentar a colaboração intersetorial por meio de agências 
governamentais e não-governamentais, pelos setores públicos e 
privados, objetivando melhorar a saúde; 
5.  Direcionar as questões comuns aos megapaíses, tais como: 
redistribuição de recursos nas grandes burocracias, construir 
competências com parceiros nacionais, alcançar grandes 
populações por meio da mídia - usando tecnologia para prover 
educação a distância e treinamentos.

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