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4. SAÚDE DA MULHER

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SAÚDE COLETIVA
Atuação da Fisioterapia Relacionado à Saúde da Mulher
Sistema Único de Saúde do Brasil
O Sistema Único de Saúde (SUS) é um dos maiores sistemas públicos de saúde do mundo. É um sistema que abrange desde o simples atendimento ambulatorial até o transplante de órgãos, garantindo acesso integral, universal e gratuito para toda a população do país.
 Visando à operacionalização da atenção básica, foram definidas áreas estratégicas mínimas relacionadas com problemas de saúde de abrangência nacional, a serem focadas em todos os municípios brasileiros, dentre as quais pode ser .citada a Saúde da Mulher
Princípios da Atenção Básica
Considerando-se que as mulheres representam metade da população brasileira (51%) e são as principais usuárias do SUS, o SUS deve estar orientado e capacitado para a atenção integral à mulher, em uma perspectiva que contemple a promoção da saúde, as necessidades de saúde da população feminina, o controle de patologias mais prevalentes nesse grupo e a garantia do direito à saúde.
Atuação do Fisioterapeuta na Atenção Básica
Vários desafios precisam ser enfrentados pela profissão para o desenvolvimento dessas ações, dentre eles podemos citar o fato de que a inserção do fisioterapeuta na atenção básica é relativamente recente. Foi na última década do século 20, especialmente a partir de 1995.
As transformações no sistema de saúde brasileiro, juntamente com as mudanças no perfil epidemiológico da população, impõem novos desafios à fisioterapia, desde a sua origem, esta tem um caráter essencialmente curativo e reabilitador, com atenção destinada, quase que exclusivamente, à cura de doentes e à reabilitação de incapacitados. 
Com a criação do Programa de Saúde da Família e dos NASF, há Necessidade de romper o isolamento e o individualismo da prática fisioterapêutica reabilitadora, emergindo uma nova lógica de atuação em equipe multiprofissional e interdisciplinar com foco não apenas em intervenções curativas, mas em estratégias de promoção e proteção à saúde em todas as fases do ciclo da vida. 
Áreas de atuação da Fisioterapia na Saúde da Mulher
Assistência a mulheres com disfunções do assoalho pélvico.
Assistência no pré-natal.
Assistência no puerpério.
Assistência no pós-operatório do câncer de mama.
Assistência a mulheres com disfunções do assoalho pélvico
Dentro da perspectiva da Política Nacional de Atenção à Saúde da Mulher, faz-se necessária a abordagem a mulheres com disfunções do assoalho pélvico (DAP), como a incontinência urinária (IU). Esta é a mais prevalente das DAP (30 a 60% das mulheres) e é definida pela Internacional Continence Society (ICS) como perda involuntária de urina.
Treinamento dos músculos do assoalho Pélvico
Dentre os tratamento, inclui-se o treinamento dos músculos do assoalho pélvico (MAP) é o tratamento conservador de primeira linha, ou seja, é a primeira intervenção a ser recomendada para mulheres com IU de esforço, IU de emergência e IU mista. Assim, o fisioterapeuta pode oferecer, na atenção básica, uma opção terapêutica comprovadamente eficaz às usuárias de qualquer faixa etária com sintomas de IU.
O fisioterapeuta observa se ocorre movimento do centro tendíneo do períneo em direção cranial, evitando-se o recrutamento dos músculos acessórios glúteos, abdominais e adutores do quadril, bem como movimentação da pelve e bloqueio respiratório. Caso a mulher não consiga realizar uma correta contração muscular, o fisioterapeuta deverá avaliar a possibilidade de referenciá-la para o serviço secundário.
Assistência no pré-natal
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a atenção à saúde da mulher nos períodos pré-natal e puerperal deve ser multidisciplinar e multiprofissional. A fisioterapia faz parte dessa equipe, promovendo um acompanhamento longitudinal durante todo o ciclo gravídico-puerperal.
O fisioterapeuta participa, junto aos demais profissionais de saúde, das ações educativas desenvolvidas durante a gravidez e o pós-parto. Os grupos de gestantes constituem uma das estratégias que favorecem a ação integrada da equipe multiprofissional em processos de educação em saúde durante esse período.
O fisioterapeuta poderá ainda formar grupos de gestantes para a realização de exercícios físicos, como exercícios respiratórios, de preparação para o parto, de fortalecimento e alongamento de grupos musculares específicos, de percepção corporal e treinamento dos músculos do assoalho pélvico. Nesse sentido a fisioterapia auxilia na prevenção e no tratamento de disfunções musculoesqueléticas, como lombalgia; dores nos membros inferiores; edema; dispneia e disfunções do assoalho pélvico, como a IU, que é muito prevalente na gestação.
Assistência no puerpério
A atenção à mulher no pós-parto imediato, tardio ou remoto, bem como ao RN, é fundamental para a saúde maternal e neonatal. As altas taxas de mortalidade neonatais evidenciam a necessidade de alertar os diversos sujeitos envolvidos na produção de saúde – profissionais de saúde, usuários (as) e gestores, acerca de observar de pertos as puérperas e seus RN.
Na primeira semana após alta a alta da maternidade, recomenda-se que ambos retornem ao centro de saúde, para os profissionais avaliarem o estado de saúde, orientar e apoiar a família para a amamentação; orientar os cuidados básicos com o RN; avaliar interação da mãe com o RN; identificar situações de risco ou intercorrências e conduzi-las.
O fisioterapeuta poderá aproveitar o retorno da mulher ao centro de saúde para realizar um atendimento, onde terá a oportunidade de adequar as orientações à realidade do ambiente e condições da mulher. Os objetivos desse atendimento são orientar sobre os cuidados com a mama, a amamentação, reiniciar os exercícios para os MAP para prevenir ou tratar a IU, prevenir ocorrências de edemas no membros inferiores e prevenir e tratar disfunções musculoesqueléticas.
Assistência no pós-operatório do câncer de mama
Ações educativas e de informação para essas mulheres devem ser fornecidas na consulta individual e nas atividades educativas de grupo. Atividades educativas feita com mulheres com CA de mama em fase inicial, pós-tratamento cirúrgico, radioterápico ou fisioterápico possibilita a troca de saberes e informações vivenciadas pela mulher durante o seu tratamento.
Nesse contexto, a fisioterapia vem contribuindo em todos os níveis de prevenção, por meio de atendimento individual ou coletivo a esse grupo populacional nos centros de saúde. O fisioterapeuta pode orientar sobre exercícios mais adequados para a prevenção de incapacidades, posicionamento e cuidados com os membros para evitar linfedema e outras complicações.
Considerações finais
A formação do fisioterapeuta, ainda pouco voltada para a assistência em nível primário da saúde, especialmente na Saúde da Mulher, na qual atua quase exclusivamente em clínicas de reabilitação, hospitais e consultórios, pode ser considerada um dificultador que precisa ser superado.
Para isso, é necessário romper com a lógica exclusiva do atendimento individual, da hipervalorização da doença, do sentido restrito que associa a profissão à reabilitação, assim como romper com a forte tendência de desenvolver práticas isoladas, distante de interlocuções com outros atores da saúde e da própria comunidade.
Referência 
Baracho, Elza
Fisioterapia aplicada à saúde da mulher Elza Baracho. – 5.ed. – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012.

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