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Aula 05 Gestão de Custos e Tomada de Decisão ok

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Prévia do material em texto

CONTROLADORIA I 1 
Prezado aluno, 
 
Esta apostila é a versão estática, em formato .pdf, da disciplina online e contém 
todas as informações necessárias a quem deseja fazer uma leitura mais linear do 
conteúdo. 
Os termos e as expressões destacadas de laranja são definidos ao final da 
apostila em um conjunto organizado de texto denominado NOTAS. Nele, você 
encontrará explicações detalhadas, exemplos, biografias ou comentários a 
respeito de cada item. 
Além disso, há três caixas de destaque ao longo do conteúdo. 
A caixa de atenção é usada para enfatizar questões importantes e implica um 
momento de pausa para reflexão. Trata-se de pequenos trechos evidenciados 
devido a seu valor em relação à temática principal em discussão. 
A galeria de vídeos, por sua vez, aponta as produções audiovisuais que você 
deve assistir no ambiente online – aquelas que o ajudarão a refletir, de forma 
mais específica, sobre determinado conceito ou sobre algum tema abordado na 
disciplina. Se você quiser, poderá usar o QR Code para acessar essas produções 
audiovisuais, diretamente, a partir de seu dispositivo móvel. 
Por fim, na caixa de Aprenda mais, você encontrará indicações de materiais 
complementares – tais como obras renomadas da área de estudo, pesquisas, 
artigos, links etc. – para enriquecer seu conhecimento. 
Aliados ao conteúdo da disciplina, todos esses elementos foram planejados e 
organizados para tornar a aula mais interativa e servem de apoio a seu 
aprendizado! 
Bons estudos! 
 
 
 
CONTROLADORIA I 2 
Introdução 
Esta aula abordará um dos principais aspectos da controladoria no processo de 
gestão: a questão dos custos. 
Em um primeiro momento, esclareceremos os conceitos relativos a esse tema, 
pois esse entendimento é necessário para a correta definição do custo de cada 
produto. 
Posteriormente, você compreenderá a gestão de custos a partir dos principais 
métodos de custeio e as possíveis alternativas que esses métodos fornecem em 
auxílio ao processo decisório empresarial. 
Por fim, apresentaremos as noções gerenciais de custos, tais como as questões 
que envolvem a relação entre custo, volume e lucro, a utilização do ponto de 
equilíbrio e o Grau de Alavancagem Operacional – importantes ferramentas 
usadas dentro das empresas na atualidade. 
 
Objetivo: 
1. Definir os conceitos de custos e sua importância na gestão; 
2. Analisar a relação entre custo, volume e lucro. 
 
 
 
CONTROLADORIA I 3 
Conteúdo 
Gestão de custos: conceitos iniciais 
A gestão de custos é um dos elementos principais para a tomada de decisão 
dentro das empresas. 
Por isso, vamos começar esta aula conhecendo os conceitos de custos – tão 
necessários para que a controladoria opere no ambiente empresarial. 
Saber quanto se gasta é importante não somente para as pessoas, mas, 
principalmente, para as empresas. Afinal, é a partir dessa noção que as 
organizações identificam quanto ganham. 
 
Isso parece óbvio, certo? Acontece que muitas empresas não fazem ideia de seus 
resultados reais obtidos com suas atividades principais. 
Disso resulta a importância de identificar seus ganhos. Dessa forma, a 
organização pode planejar o que fazer com os gastos e tentar alterar os custos 
empresariais, melhorando o processo produtivo como um todo. 
 
Ficou claro, então, esse conceito fundamental? 
 
Agora, vamos entender algumas terminologias utilizadas em contabilidade de 
custos. Para isso, assista a um breve vídeo que apresenta parte dessas noções: 
 
Como você percebeu, o vídeo tratou dos principais conceitos relacionados a 
gastos empresariais. Vamos nos aprofundar nessas e em outras definições 
importantes de forma mais detalhada? São elas: 
 
Desembolso 
Saída de dinheiro do caixa da empresa ou do saldo bancário dela. Tal desembolso 
pode estar relacionado: 
• A compras feitas à vista – tais como aquelas referentes a materiais; 
• A compras feitas a prazo – tais como financiamentos e empréstimos 
bancários; 
 
 
CONTROLADORIA I 4 
• À liquidação de obrigações financeiras – tais como os salários dos 
funcionários etc. 
 
Trata-se, portanto, de qualquer situação que requeira um desencaixe financeiro. 
 
Gasto 
Sacrifício financeiro mais genérico relacionado a produtos, bens ou serviços, que 
ocorre a qualquer momento e em todos os setores de uma entidade. CUIDADO 
apenas para não confundir os conceitos de gasto e desembolso. 
O gasto não é necessariamente pago, ou seja, desembolsado. Da mesma forma, 
um desembolso pode ser feito sem qualquer gasto ter sido realizado naquele 
momento – quando você apenas liquida uma obrigação assumida em tempo 
passado, por exemplo. 
Dependendo de como ocorre, o gasto pode ser classificado como: 
• Custo; 
• Despesa; 
• Perda; 
• Investimento; 
• Desperdício. 
 
Influência dos custos para tomada de decisões 
No Brasil, a legislação fiscal não permite a utilização do custeio direto ou 
variável para a apuração dos impostos e das contribuições incidentes sobre o 
resultado do período. 
No entanto, esse custeio pode ser utilizado, sem qualquer problema, nas 
estratégias empresariais, gerencialmente. Tal uso se restringe à diretoria e aos 
níveis hierárquicos mais altos de uma entidade. 
Esse sistema é bastante usado nas empresas, e sua classificação dos gastos 
ocorre quando se verifica a variação conforme a alteração do volume de 
produção. 
Vamos a uma explicação mais clara sobre isso... 
 
 
CONTROLADORIA I 5 
 
 
Atenção 
 O custeio direto ou variável NÃO pode ser aplicado como base 
para o cálculo e para a provisão de impostos. 
 
Classificação dos gastos 
Vamos entender, agora, a classificação dos gastos em fixos e variáveis pelo 
sistema de custeio direto. Considere a seguinte situação... 
 
Se os trabalhadores de uma fábrica de camisetas entram em férias coletivas, 
ainda assim, os gastos com o aluguel do estabelecimento ou com o seguro predial 
– além dos gastos com depreciação – continuarão a ser incorridos, mesmo que 
os funcionários não estejam trabalhando. Portanto, esses gastos são FIXOS. 
 
Agora, analisando o caso do ponto de vista de consumo de matéria-prima, se os 
colaboradores estão nesse período de férias, não há qualquer gasto com esse 
consumo. Por isso, caracterizamos esse gasto como VARIÁVEL. 
 
Logo, se considerarmos que os custos de produção demandam, normalmente, 
controles mensais e que os gastos associados a custos devem ser os que, de 
fato, incorrem e são registrados na contabilidade, as entidades necessitam, 
então, de um sistema de controle de gastos. 
Esse sistema fará a segregação correta, ainda no registro dos gastos, durante o 
processo de produção, especificando, com precisão, aqueles que são fixos e os 
que são variáveis. 
 
Os custos variáveis se alteram conforme o nível de produção aumenta ou diminui, 
gerando totais diferentes de acordo com o nível alcançado em determinado 
período. 
 
 
CONTROLADORIA I 6 
Agora, se analisarmos sua evolução por unidade, eles são fixos. É isso mesmo! 
Os custos variáveis totais são variáveis, mas os custos variáveis unitários são 
fixos. 
Vamos explicar esse raciocínio através de um exemplo... 
 
Para produzir uma unidade de camiseta, uma fábrica precisaria de 1 metro 
quadrado de tecido como matéria-prima básica. 
 
Se produzir 10 unidades, consumirá 10 metros quadrados de tecido, certo? 
 
No entanto, a decima unidade ou a centésima unidade consumirão sempre 1 
metro quadrado de tecido – caso não haja qualquer restrição de matéria-prima. 
Essa é a ideia! 
 
Vamos pensar, agora, nos custos fixos... 
Imagine que o valor daconta de energia elétrica de um galpão industrial sempre 
venha em torno de R$ 800 mensais. Se uma empresa fabricar, em determinado 
período, 100 produtos, cada um deles absorverá uma parcela relativa a R$ 8 de 
energia elétrica. 
Em um período futuro, se o valor dessa conta for mantido e a produção aumentar 
para 400 unidades, cada produto absorverá apenas R$ 2 de energia elétrica. 
Isso nos permite entender o raciocínio de que os custos fixos totais são fixos. No 
entanto, os custos fixos unitários sempre diminuem, quando o nível de produção 
aumenta no decorrer de períodos sequenciais e quando não há qualquer 
problema de restrição. 
 
Há aqueles que defendem a utilização gerencial do sistema de custos fixos por 
parte das entidades, com base nos seguintes argumentos: 
 
 
 
 
 
 
CONTROLADORIA I 7 
1º argumento 
Os custos fixos existirão em qualquer faixa de produção, mas esses gastos devem 
ser encarados como esforço para produzir, e não como encargos direcionados a 
um ou outro produto específico. 
 
2º argumento 
Por não estarem associados a nenhum produto ou a nenhuma unidade de 
produção, os custos fixos são distribuídos aos produtos a partir da utilização de 
critérios de rateio, os quais são normalmente subjetivos e arbitrários. 
Se pensarmos em avaliação de estoque, o rateio é fundamental, mas pode ser 
extremamente prejudicial, quando permite que produtos não rentáveis 
apresentem falsa rentabilidade e vice-versa. 
 
3º argumento 
Os custos fixos a serem distribuídos a cada produto dependem dos níveis de 
produção alcançados em determinado período – além dos critérios utilizados para 
rateio. 
Dessa forma, o custo de um produto pode variar em função do volume de 
produção de outro produto, gerando mais subjetividade ainda para quem analisa 
tais informações. 
 
Pensando nessas razões, o custeio direto ou variável é muito utilizado pelas 
entidades, pois faz com que os produtos sejam mais bem apresentados para seus 
gestores. 
No entanto, como fere alguns princípios de contabilidade, esse sistema NÃO é 
utilizado para fins de arrecadação de impostos, conforme já mencionamos. Além 
disso, não possui como foco o longo prazo – uma das características do custeio 
por absorção. 
 
 
 
CONTROLADORIA I 8 
Custeio direto X custeio por absorção 
Agora, vamos entender a diferença entre dois sistemas de custeio: o custeio 
direto e o custeio por absorção. 
Isso é necessário para que, dentro da controladoria, possamos utilizar a fonte 
que fornece as informações financeiras mais fidedignas e apuradas. Afinal, o foco 
nos custos é um aspecto muito importante dessa área. Vamos lá? 
 
Muitas vezes, explicar esses sistemas somente através da teoria não é o 
suficiente. Por isso, aqui, vamos nos valer de situações hipotéticas para compará-
los, tudo bem? 
Comecemos com a análise do exemplo a seguir... 
 
Exemplo 
Considere a produção de determinada empresa em períodos específicos, com 
base na seguinte tabela: 
 
 
 
Suponha que essa empresa tenha os seguintes gastos: 
• Componentes variáveis = R$ 10 por unidade; 
• Custo fixo total = R$ 10.000 por período; 
• Venda de produtos = R$ 45 a unidade. 
 
 
 
 
CONTROLADORIA I 9 
A tabela a seguir apresenta os dois resultados alcançados para o período de 
janeiro: 
 
 
 
O valor total das receitas não se altera em qualquer um dos dois sistemas de 
custeio. No entanto, quando comparamos os custos totais, estes, sim, possuem 
diferença. Se você ainda não conseguiu identificá-la, nós faremos isso juntos a 
partir de agora. 
 
Retomando os dados anteriores e a Tabela 2, a parcela fixa de R$ 10.000 está 
tanto no valor de R$ 22.000 do custeio por absorção quanto no custeio variável. 
A diferença está na parcela dos custos variáveis. 
Como já mencionamos, o custeio variável não obedece aos princípios de 
contabilidade – o que o custeio por absorção faz. Isso ocorre na apropriação 
correta dos custos às unidades produzidas. 
O valor de R$ 10 unitários serão gastos por 1.500 vezes no mês de janeiro. Além 
disso, 300 unidades permanecerão em estoque e 1.200 serão vendidas, tendo 
suas receitas incorridas. Sendo assim, no sistema por absorção: 
 
 
 
 
 
CONTROLADORIA I 10 
Tomando como base o mesmo exemplo, já no sistema de custeio variável, se 
1.500 unidades foram produzidas, os custos pertencem ao período em que foram 
incorridos – ou seja, janeiro –, mesmo que todas as unidades não tenham sido 
vendidas. 
Nesse caso, o custo total equivale a: 
 
 
 
Quando comparamos as duas situações, seus resultados apurados são distintos, 
e o custeio por absorção apresenta o maior deles. 
 
 
Atenção 
 Além de não obedecer a princípios de contabilidade, o sistema de 
custeio variável gera o MENOR RESULTADO comparado ao custeio 
por absorção, o que diminui a arrecadação governamental. Por 
isso, o governo se sente estimulado a não permitir sua utilização. 
 
Custo, volume e lucro 
Como estudamos ao longo desta aula, quando pensamos em estratégias para a 
tomada de decisões administrativas, podemos: 
• Fixar os preços de venda; 
• Comprar insumos ou fabricá-los; 
• Aumentar ou diminuir o mix de produção etc. 
 
Nesse caso, o sistema de custeio direto ou variável é mais efetivo que o custeio 
por absorção. 
 
 
CONTROLADORIA I 11 
No entanto, se não houver um subsistema de suporte que faça a correta e 
imediata separação entre os custos e as despesas fixos e variáveis, esses valores 
continuarão fixos em determinado nível de produção. 
 
Por isso, agora, vamos analisar outros aspectos importantes dentro do processo 
de tomada de decisão. 
 
Vejamos um exemplo... 
 
Suponha que uma empresa consome R$ 10 de componentes variáveis para 
fabricar determinado produto. Considerando essa premissa, não seria incorreto 
dizer que ela consumirá R$ 10.000 se fabricar 1.000 unidades de produtos 
acabados. 
Mas, se afirmarmos que a empresa gastará R$ 10.000.000 caso produza 
1.000.000 de unidades de produtos acabados, talvez, essa relação não esteja de 
acordo com seus limites operacionais – aqueles referentes a máquinas, à mão de 
obra, à matéria-prima ou a uma combinação entre esses elementos. 
 
A base para a relação entre custo, volume e lucro está, justamente, na 
identificação dessas variáveis, que podem direcionar distintos caminhos para a 
gestão das entidades. 
 
Os gestores devem ter a exata noção dos limites operacionais das empresas 
geridas por eles. Caso contrário, atitudes de gestão catastróficas podem ser 
tomadas, o que é capaz de comprometer a continuidade operacional das 
corporações. 
 
Margem de contribuição 
Quando estudamos os custos empresariais e, em específico, o sistema de custeio 
variável, consequentemente, precisamos tratar da margem de contribuição. 
Vamos entender, a partir de agora, essa noção. 
 
 
CONTROLADORIA I 12 
A margem de contribuição é importantíssima, pois serve de informação crucial 
para a tomada de decisões gerenciais, como, por exemplo, aquelas relativas ao 
produto cuja venda deve ser incentivada, à linha de produtos que deve ser 
cortada etc. 
Pensando em produtos fabricados, esse valor é matematicamente obtido pela 
diminuição de custos e despesas variáveis do preço de venda, conforme a fórmula 
a seguir: 
 
 
 
Vejamos um exemplo... 
 
Suponha que determinada empresa realize seus gastos da seguinte forma: 
 
 
 
 
Atenção 
 A venda de uma unidade adicional não gerará o aumento do 
lucro em R$ 6, e sim o aumento da margem de contribuição 
nesse valor, pois os custos e as despesasvariáveis ocorrem para 
qualquer produto vendido na ordem de R$ unitários. 
 
Nesse caso, cada unidade vendida contribui com R$ 6 para absorver os custos 
fixos e gerar lucro para a empresa. 
 
 
 
CONTROLADORIA I 13 
Ponto de equilíbrio 
O ponto de equilíbrio é um conceito que deriva da margem de contribuição, 
em que os gastos totais de uma empresa equivalem às receitas totais em 
determinado período. 
É muito mais fácil representá-lo graficamente, pois, dessa forma, identificamos a 
tendência de todos os outros componentes do resultado de um período, ou seja, 
os custos – fixos e variáveis – totais e as receitas totais. 
Vamos, então, analisar o gráfico do ponto de equilíbrio: 
 
 
 
Onde: 
 
Custos fixos totais 
Linha que representa os custos fixos totais de uma entidade em determinado 
período de tempo e em determinado intervalo de produção. 
 
Quantidade 
Linha que nos ajuda a entender a ideia dos custos fixos totais. Não importa se a 
quantidade varia para mais ou para menos: os custos fixos totais sempre serão 
os mesmos nesse intervalo de atividade produtiva. 
 
 
 
CONTROLADORIA I 14 
Custos totais ou custos variáveis totais 
Linha que caracteriza a evolução total dos custos variáveis. Observe que ela se 
inicia junto à linha de custos fixos totais. Isso é lógico, pois, quando se fabrica o 
primeiro produto, não se incorrem apenas os custos variáveis. 
Por exemplo, considere uma empresa que tem os seguintes gastos: 
• Custos fixos = R$ 500 com energia elétrica; 
• Custos variáveis = R$ 10. 
 
Se dissermos que ela incorre em R$ 10 por produzir uma unidade no período, 
isso será apenas uma meia verdade. Mas por quê? 
Ora, se não produzir nenhuma unidade, a empresa incorrerá nos custos fixos 
totais. E, se fabricar uma única unidade de produto, incorrerá nos custos variáveis 
para uma unidade mais os custos fixos totais. 
Essa é a explicação para a linha de custos variáveis totais iniciar junto à linha de 
custos fixos, e não à linha do ponto inicial (zero). A propósito, esse é o ponto de 
partida da linha de receitas totais. 
 
Receitas totais 
Única linha que conta como fator positivo para o resultado – aquela que 
representa o resultado de todo o esforço de vendas realizado pelos gestores e 
por todo o capital intelectual de uma entidade qualquer. 
O ponto em que essa linha cruza com a linha de custos totais ou custos variáveis 
totais é denominado ponto de equilíbrio. 
 
Ponto de equilíbrio 
Ponto que demonstra, em unidades monetárias e quantidades – os dois eixos do 
gráfico –, o exato momento em que os custos totais são equivalentes às receitas 
totais de uma entidade. 
Isso significa que, nesse instante, a empresa não gera lucro, ou seja, seu trabalho 
durante todo um período financeiro não serviu para nada. 
 
 
 
CONTROLADORIA I 15 
 
Atenção 
 O ponto de equilíbrio é apenas uma medida de desempenho que 
os gestores possuem para verificar o trabalho de toda a equipe. 
Não se trata de um fator único para a definição de estratégias 
futuras. 
Disso resulta seu caráter informacional. Ele acaba servindo como 
referência para a busca de metas, que não poderão, em hipótese 
alguma, ser inferiores ao ponto de equilíbrio encontrado. 
 
Grau de Alavancagem Operacional 
Agora, vamos fazer outra análise baseada nos conceitos de custos já 
apresentados: aquela referente ao Grau de Alavancagem Operacional 
(GAO) da empresa. 
 
Mas para que alguém precisa saber disso? 
É simples: para definir se é mais vantajoso investir em uma ou outra empresa 
que tenha situação semelhante. 
Vejamos um exemplo... 
Suponha que duas empresas sejam idênticas – que apresentem o mesmo 
resultado acumulado e o mesmo nível de rentabilidade. Em qual das duas você 
estaria mais inclinado a investir? 
A resposta mais natural seria: “Em qualquer uma”. Mas isso não é tão fácil quanto 
parece! Saiba por que... 
 
Verifique a tabela a seguir, que especifica melhor a maneira correta de 
analisarmos a situação descrita: 
 
 
 
CONTROLADORIA I 16 
 
 
Observe que os dados numéricos em negrito relativos a ambas as empresas – A 
e B – correspondem aos totais de receitas e de lucro. Esses valores são idênticos 
e representam os dados finais de um período qualquer. 
Para evitar aquela resposta simples quando alguém lhe perguntar em qual das 
duas empresas investiria, primeiro, vamos analisar o Grau de Alavancagem 
Operacional de cada uma delas. 
A fórmula para calcular o GAO é a seguinte: 
GAO = margem de contribuição total ÷ lucro líquido total 
Para o caso que estamos analisando, teríamos: 
Empresa A -> GAO = 40.000 ÷ 20.000 = 2 
Empresa B -> GAO = 70.000 ÷ 20.000 = 3,5 
 
Não existe uma regra clara para decidirmos por uma empresa ou por outra. Os 
resultados de ambas serão alavancados pelos respectivos graus de alavancagem 
– quer seja para mais ou para menos. 
Em outros termos, suponha que as empresas A e B tenham a mesma variação 
nas receitas: 
 
Não existe uma regra clara para decidirmos por uma empresa ou por outra. Os 
resultados de ambas serão alavancados pelos respectivos graus de alavancagem 
– quer seja para mais ou para menos. 
 
 
CONTROLADORIA I 17 
Em outros termos, suponha que as empresas A e B tenham a mesma variação 
nas receitas: 
 
Empresa A 
Variação nas receitas = 20% 
Variação no lucro = (3,5 x 20%) = 70% 
 
Considerando um cenário de expansão de atividades e vendas, a melhor 
alternativa seria, então, investir na empresa A. 
Mas, se o mercado estiver recessivo ou com indicação parecida, uma queda de 
10% nas receitas da empresa B ocasionará uma redução na lucratividade na 
ordem de 3,5 x 10% = 35%. Você sabe por que isso ocorre? 
Em função do impacto dos custos fixos. A empresa B possui mais custos fixos, 
ou seja, mesmo aumentando demais a produção, esses gastos não se elevarão, 
fazendo com que “sobre” mais recursos. Sendo assim, podemos dizer que essa 
empresa é mais alavancada. 
 
Empresa B 
Variação nas receitas = 20% 
Lucros afetados em = (2 x 20%) = 40% 
 
Já a empresa B é menos alavancada, mas, para cada produto adicional, terá de 
incorrer em mais gastos variáveis, gerando menos margem de contribuição e 
menos possibilidade de cobertura dos custos fixos. 
 
Grau de Alavancagem Operacional 
As decisões a serem tomadas em relação ao investimento nas empresas 
analisadas levarão em conta: 
 
Seu tamanho 
O mercado consumidor 
 
 
CONTROLADORIA I 18 
As expectativas futuras nos curto e médio prazos 
 
A regra é a seguinte: Quanto mais em expansão estiver um mercado, mais 
alavancada deverá ser a empresa e vice-versa. 
 
 
Atenção 
 Novas metas de vendas associadas para os vendedores 
também podem ser definidas com base nos resultados do Grau 
de Alavancagem Operacional. Geralmente, os vendedores 
apenas aumentam suas vendas em 10%, e a empresa pode 
aumentar sua lucratividade em: 
• 35% – no caso da empresa B; 
• 20% – no caso da empresa A. 
 
Por fim, não existe uma entidade que não esteja alavancada, 
ou seja, que possua GAO = 1. Afinal, não há empresa que não 
tenha, por menor que seja, a incorrência de custos fixos em 
sua estrutura operacional. 
 
 
Atividade proposta 
Antes de finalizarmos esta aula, vamos fazer uma atividade! 
Considere a seguinte situação... 
Ao consultar a literatura contábil de determinada indústria – aquela em que você 
trabalha –, seu dono verificou que o custeio por absorção: 
• É aceito pelo fisco; 
• Não fere os princípios contábeis; 
• Possibilita uma melhor visualização para a tomada de decisão a longoprazo. 
 
 
 
CONTROLADORIA I 19 
Entretanto, ele nota que você – controller da empresa – tem elaborado tanto 
esse custeio quanto o variável, que, atualmente, vem sendo usado no ambiente 
interno para o processo de tomada de decisão. O dono da indústria o chama, 
então, para entender o caso. 
Agora, chegou sua hora de evidenciar, do ponto de vista da gestão, os aspectos 
que devem ser destacados a favor do uso do sistema de custeio variável ou direto 
nesse processo. Mãos à obra! 
 
Os custos fixos existirão em qualquer faixa de produção e, por consequência, não 
têm influência direta sobre esse processo produtivo. 
Nesse caso, os custos fixos indiretos são considerados, de forma direta, no 
resultado, pois se apura o custo do produto de modo mais racional, o que evita 
a subjetividade dos rateios. 
O valor final do custo do produto – que não tem influência dos custos fixos – não 
sofrerá com as variações de produção. 
 
 
 
 
CONTROLADORIA I 20 
Aprenda Mais 
Para saber mais sobre a importância dos custos na gestão das empresas, leia o 
texto Gestão estratégica de custos: custos na tomada de decisão. 
 
Referências 
OLIVEIRA, L. M. de; PEREZ JUNIOR, J. H.; COSTA, R. G. Gestão estratégica 
de custos. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2003. 
 
 
 
 
CONTROLADORIA I 21 
Exercícios de fixação 
Questão 1 
Indique a situação em que ocorre um gasto SEM desembolso: 
a) Nas compras à vista. 
b) Nas compras a prazo. 
c) No pagamento de juros. 
d) Nas compras com cheque. 
e) Na aquisição sem nota fiscal. 
 
Questão 2 
O gasto que uma entidade realiza com bens ou serviços, os quais serão 
consumidos na produção ou preparação de outros bens ou serviços, é chamado 
de: 
a) Custo 
b) Perda 
c) Despesa 
d) Desembolso 
e) Investimento 
 
Questão 3 
Assinale a opção que apresenta um exemplo de despesa: 
a) Matéria-prima. 
b) Aluguel da fábrica. 
c) Mão de obra direta. 
 
 
CONTROLADORIA I 22 
d) Seguro das máquinas. 
e) Seguro dos veículos de entrega. 
 
Questão 4 
De acordo com a legislação brasileira, o tipo de custeio aceito para fins de 
elaboração e apresentação das demonstrações contábeis é o seguinte: 
a) ABC. 
b) RKW. 
c) Direto. 
d) Padrão. 
e) Por absorção. 
 
Questão 5 
No caso do custeio variável, os custos fixos serão reconhecidos: 
a) Por meio de rateios. 
b) Por meio de projeções. 
c) Como despesas do período. 
d) Diretamente pelos produtos. 
e) Como custo total do produto. 
 
Questão 6 
A relação entre custo, volume e lucro é muito importante, gerencialmente, dentro 
da controladoria. Assinale a opção que NÃO representa uma finalidade dessa 
análise: 
 
 
CONTROLADORIA I 23 
a) Identificar os preços de venda. 
b) Decidir sobre a compra de insumos. 
c) Decidir sobre a fabricação de insumos. 
d) Definir o custo pelo método de absorção. 
e) Aumentar ou diminuir o <em>mix </em>de produção. 
 
Questão 7 
A margem de contribuição só será obtida no custeio: 
a) ABC. 
b) Padrão. 
c) Variável. 
d) Por absorção. 
e) Por produção equivalente. 
 
Questão 8 
De acordo com o que estudamos nesta aula, a <em>margem de 
contribuição</em> é o que sobra do preço de venda quando comparado com: 
a) Os custos fixos. 
b) As despesas fixas. 
c) O ponto de equilíbrio. 
d) As despesas variáveis. 
e) Os custos e as despesas variáveis. 
 
 
 
 
CONTROLADORIA I 24 
Questão 9 
No ponto de equilíbrio, observamos que o seguinte item é igual a zero: 
a) Custo. 
b) Receita. 
c) Despesa. 
d) Resultado. 
e) Faturamento. 
 
Questão 10 
Os custos que mais influenciam o Grau de Alavancagem Operacional (GAO) são 
os: 
a) Fixos. 
b) Totais. 
c) Variáveis. 
d) Primários. 
e) De transformação. 
 
 
 
 
CONTROLADORIA I 25 
Custeio direto ou variável: Sistema que separa os gastos – custos e 
despesas – em fixos e variáveis. 
 
Grau de Alavancagem Operacional (GAO): Aquele que denota a 
consequência do aumento da quantidade de vendas nos resultados – lucros – 
de uma entidade qualquer. 
 
Margem de contribuição: Valor do preço de venda que extrapola os custos 
e as despesas variáveis e que, por consequência, contribui para a absorção dos 
custos fixos, finalizando com a formação do lucro obtido pelas atividades 
operacionais da empresa. 
 
Nível de produção: Limite operacional de cada empresa. 
 
Ponto de equilíbrio: Nível de vendas alcançado por uma entidade qualquer, 
em que não se apresenta lucro nem prejuízo. 
 
 
 
 
 
 
CONTROLADORIA I 26 
Aula 3 
Exercícios de fixação 
Questão 1 - B 
Justificativa: A aquisição configura o gasto, mas só haverá desembolso no caso 
de pagamento, ou seja, nas compras a prazo. 
 
Questão 2 - A 
Justificativa: O custo é um gasto ligado diretamente à produção da empresa. 
 
Questão 3 - E 
Justificativa: O seguro dos veículos de entrega é uma despesa, pois vem depois 
do processo produtivo. 
 
Questão 4 - E 
Justificativa: O sistema de custeio por absorção é aceito pelo fisco e se traduz 
pela Demonstração do Resultado do Exercício (DRE). 
 
Questão 5 - C 
Justificativa: De acordo com o raciocínio do custeio variável, os custos fixos serão 
reconhecidos – direto no resultado – como despesas do período. 
 
Questão 6 - D 
Justificativa: A 
 
Questão 7 - C 
Justificativa: O custeio variável dá origem ao conceito de <em>margem de 
contribuição</em>. 
 
Questão 8 - E 
 
 
CONTROLADORIA I 27 
Justificativa: Matematicamente, a <em>margem de contribuição</em> é o valor 
do preço de venda que extrapola os custos e as despesas variáveis – o que serve 
para cobrir a parte fixa da empresa. 
 
Questão 9 - D 
Justificativa: O resultado será zero no ponto de equilíbrio, o que indica que não 
haverá lucro ou prejuízo para a empresa. 
 
Questão 10 - A 
Justificativa: Os custos fixos são os que exercem maior influência sobre o GAO. 
 
 
 
 
CONTROLADORIA I 28 
Michael Dias Corrêa é Mestre em Contabilidade pela Universidade Federal do 
Paraná (UFPR) e Graduado em Ciências Contábeis pela mesma instituição. Possui 
experiência na área de Controladoria, adquirida na ExxonMobil – antiga 
proprietária da Esso Brasileiro de Petróleo –, e desempenhou atividades no 
departamento de compras na Cia. Vale do Rio Doce. Atualmente, é empresário 
nos setores de treinamentos e consultoria empresarial, e professor de cursos 
presenciais e online preparatórios para concursos públicos. Exerce, ainda, a 
função docente em cursos de Graduação e Pós-graduação nas disciplinas de 
Contabilidade avançada, Análise de custos e Tópicos contemporâneos de 
Contabilidade, além de coordenar Trabalhos de Conclusão de Curso (TCCs) e um 
centro de estudos em Controladoria e Governança Corporativa. Também é autor 
de livros na área de Contabilidade e de artigos apresentados e publicados em 
congressos e periódicos nacionais e internacionais.

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