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11
CANTO E ENCANTO 
NOS BABAÇUAIS
músicas sob domínio popular selecionadas por
“As Encantadeiras”
2014
22
Este livro é material didático dedicado aos jovens das comunidades tradicionais 
e destinado à animação das organizações das quebradeiras de coco babaçu. As 
músicas foram selecionadas pelo grupo musical “As Encantadeiras”.
O processo de elaboração desse livro teve início durante O� cina de Produção Artística 
realizada no âmbito do Projeto Pro-cultura, através da parceria Universidade Federal 
do Pará, Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu, Associação 
em Áreas de Assentamento no Estado do Maranhão, Universidade do Estado do 
Amazonas, Embrapa e Museu Paraense Emílio Goedi, com apoio do Ministério 
da Cultura e CAPES. Estudantes voluntários da UFPA apoiaram na digitação e 
sistematização do material.
33
Realização: As Encantadeiras
Apoio: AMTR, MIQCB, ASSEMA, NCADR-UFPA
44
AS ENCANTADEIRAS
As Encantadeiras são um grupo de mulheres engajadas em 
organizações sociais de quebradeiras de coco babaçu, cujo movimento 
atua nos Estados do Piauí, Maranhão, Tocantins e Pará. O Grupo foi 
criado com o apoio do Movimento Interestadual das Quebradeiras de 
Coco Babaçu (MIQCB) e da Associação em Áreas de Assentamento no 
Estado do Maranhão (ASSEMA), apresentando-se pela primeira vez em 
Brasília–DF, em 2004. 
Em fevereiro de 2005, as Encantadeiras se apresentaram no des� le 
de Carnaval, em bloco premiado em São Luís do Maranhão. Em seguida, 
de maio a junho de 2005, através do Projeto “Talentos”, apoiado pelo 
Banco do Brasil e pela Lume Arte, realizaram apresentações em 
Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro, em companhia da cantora de hip-
hop, Nega Gizza.
Em dezembro de 2006, elas cantaram durante a cerimônia de entrega, 
pelo presidente Lula, do prêmio Objetivos para o Desenvolvimento do 
Milênio, no Palácio do Planalto. O MIQCB foi uma das organizações 
premiadas.
Em 26 de janeiro de 2007, realizaram outro show em Brasília, no 
Teatro Yara Amaral do SESI, para o 3º FEST SESI, cantando o tema: “O 
Trabalhador e a Cultura Popular”. Ainda em 2007, as Encantadeiras 
encantaram os participantes da entrega do prêmio Margarida Alves, 
promovido pela Diretoria de Políticas para Mulheres do MDA.
Em outubro de 2008, as Encantadeiras se apresentaram, com apoio 
da organização Terra Madre, no Encontro Mundial de Comunidade do 
Alimento, em Turin na Itália, junto com vários outros grupos e artistas 
convidados.
As Encantadeiras também dividiram o palco com o cantor e 
compositor maranhense Zeca Baleiro, em Pedreiras no Maranhão. 
Em junho de 2009, durante o VI Encontrão das Quebradeiras, elas 
realizaram um show em São Luís, no hotel Praia Mar e em julho de 2010, 
apresentaram-se no Simpósio Internacional sobre Conhecimento 
Tradicional, em Manaus.
Em março de 2011, realizaram uma brilhante apresentação e 
55
dialogaram com a comunidade acadêmica da UFPA, em Belém do Pará, 
debatendo e cantando temas que dizem respeito a sua identidade, 
território e tradições. Em 2012, apresentaram-se no auditório JK, do 
Ministério Público Federal, em Brasília.
Com músicas que traduzem suas vidas e trabalhos como mulheres, 
as quebradeiras de coco utilizam o seu canto e seus encantos para 
expressar o valor do seu trabalho na agricultura e extrativismo do 
babaçu e na luta pela terra e pelo livre acesso aos babaçuais. Assim, 
esse livro surge do desejo das mulheres quebradeiras de coco 
compartilharem suas músicas com crianças, jovens e adultos de suas 
comunidades tradicionais. 
Algumas das canções interpretadas pelas Encantadeiras são 
composições das próprias quebradeiras de coco de babaçu, outras 
são de domínio público e outras ainda são composições feitas em 
merecida homenagem às mulheres quebradeiras de coco. Apesar de 
não conseguir identi� car todos os autores, as quebradeiras de coco 
babaçu reconhecem e louvam aqueles que apoiaram a luta pelos 
babaçuais, com sua criatividade e arte.
66
77
1. Xote das Quebradeiras de Coco 
2. Nossos Direitos Vêm
3. Olê, Mariê 1
2. Casa de Palha Queima 
5. Agora Vamos para a Luta 
6. Eu Sou Quebradeira 
7. Olê, Mariê 2 
8. Floriô 
9. Oito de Março 
10. Mulher Trabalhadeira 
11. Ó Liberdade 
12. O Voto do Bicho 
13. Se a Saúde 
14. Eu Sou Roceiro 
15. Ei, Mamãe 
16. Eu Vim de Longe 
17. Bota para Brigar 
18. Cantiga das Quebradeiras 
19. Não Devaste os Palmeirais 
20. Verso 1 
21. Essa Luta Não É Fácil 
22. Pobre Rita 
23. Como Poderei Viver 
24. Viva a Mulher Brasileira 
25. Samba das Quebradeiras 
26. Meu Grito 
27. O Vestido da Fazenda Azul 
28. Quebra Coco, Nega 
29. Mulher na Luta 
30. Sem Medo de Ser Mulher 1 
31. Canto das Quebradeiras 
(1995) 
32. Sem Medo de Ser Mulher 2 
33. Eu Sou Feliz É Catando Coco 
34. Verso 2 
35. De Repente Nossa Vista 
Clareou 
36. Essa Luta Não É Fácil 
37. Ser Sublime 
38. Brincadeira de Roda 
39. O Nosso Encontro
40. Você Sabe o que é AMTR? 
41. Oh Mulher, Te Chamo! 
42. Doutor, Eu Não Desisto
43. Vem, Mulher!
44. Quando o Dia da Paz Renascer
ÍNDICE DE MÚSICAS
88
1. XOTE DAS QUEBRADEIRAS DE COCO
Letra e música: João Filho ou João Abelha de Praia Norte do Tocantins 
Refrão: Ei, não derruba esta palmeira. 
 Ei, não devore os palmeirais.
 Tu já sabes que não podes derrubar, 
 Precisamos preservar as riquezas naturais!
O coco é para nós grande riqueza, 
é obra da natureza, 
ninguém vai dizer que não.
Porque da palha se faz casa pra morar, 
já é um meio de ajudar a maior população.
Se faz o óleo pra temperar comida, 
é um dos meios de vida pra os fracos de condição.
Reconhecemos o valor que o coco tem, 
a casca serve também para fazer o carvão.
Com óleo de coco, as mulheres caprichosas 
fazem comidas gostosas de uma boa estimação. 
Merece tanto seu valor classi� cado que, 
com o óleo apurado, se faz o melhor sabão.
Palha de coco serve pra fazer chapéu, 
da madeira faz papel, ainda aduba o nosso chão. 
Talo de coco também é aproveitado, 
faz quibane, faz cercado pra poder plantar feijão.
99
A massa serve pra alimentar o povo.
Tá pouco o valor do coco, precisa dar atenção. 
Para os pobres, este coco é meio de vida.
Pisa o coco, Margarida! E bota o leite no capão.
Mulher parada, deixa de ser tão medrosa!
Seja um pouco corajosa, segura na minha mão.
Lutemos juntas com coragem e com amor,
pra o governo dar valor a esta nossa pro� ssão.
1010
2. NOSSOS DIREITOS VÊM
Refrão: Nossos direitos vêm
 Nossos direitos vêm (refrão)
 Se não vir nossos direitos
 O Brasil perde também
Con� ando em Cristo Rei, que nasceu lá em Belém 
E morreu cruci� cado, porque nos queria bem
Con� ando em seu amor, se reclama até a doutor, 
Mas nossos direitos vêm!
Só porque tem muito gado e dinheiro com fartura.
Tu negas o teu irmão, este pobre sem � gura,
Cuidado com teu mistério!
Um dia no cemitério, nossa carne se mistura!
A cova é tua morada, o verme teu companheiro
A vida desaparece, para lá não serve dinheiro,
Quero ver tua defesa, onde está tua riqueza
Que comprava o mundo inteiro?
Tu sabes que a morte é justa, vem toda de uma vez, 
passa um visto em teus crimes, 
Qual o dia eu não sei, mas tu pagarás dobrado, 
Não existe advogado que te defenda na lei
Aqui termino, pedindo ao nosso Pai soberano
Que fez o céu e a terra sem cometer um engano
Olha teu santo universo, cheio de coração perverso,
que nega os direitos humanos.
1111
3. OLÊ, MARIÊ 1
Refrão: Olé Mariê, Olé Mariá (2x)
 Mulher sai dessa cozinha
 Vem e ocupa o seu lugar (2x)
Mulher frágil era um ditado, pra menos te tornar.
Mas quem viu a revolução, sem a mulher funcionar?
Mulher, olhaa tua mente, sufocada pra pensar. 
Vem e solta o pensamento, com teu jeito de criar.
Oh mulher abre essa boca! é preciso temperar. 
O prato da vida é insosso, sem o sal do teu falar!
A lei velha do machismo, vem mulher, vem revirar! 
Se não faz a tua parte, essa lei vai dominar.
1212
4. AGORA VAMOS PARA A LUTA
Agora nós vamos pra luta,
A terra que é nossa ocupar.
A terra é para quem trabalha,
A história não falha, nós vamos ganhar!
Refrão: Já chega de tanto sofrer!
 Já chega de tanto esperar! 
 A luta vai ser tão difícil,
 Na lei ou na marra, nós vamos ganhar!
Quem gosta de nós somos nós
E aqueles que nos vem ajudar.
Por isso, con� e em quem luta,
A história não falha, nós vamos ganhar!
Se a gente sofrer nesta luta,
O sangue será a semente.
Justiça vamos conquistar,
A história não falha, nós vamos ganhar!
O povo que sabe o que quer
Caminha pra na terra � car.
Pois terra é pra quem trabalha,
A história não falha, nós vamos ganhar!
Já soma uns trinta milhões,
O povo sem terra e sem pão.
O jeito é lutar por nosso chão,
Porque a história não falha, nós vamos ganhar!
1313
4. FLORIÔ 
Letra e música: Zé Vicente
Refrão: Arroz deu cacho e o feijão � oriô,
 Milho na palha, coração cheio de amor.
Povo sem terra fez a guerra por justiça.
Visto que não tem preguiça este povo 
de pegar cabo de foice, também cabo de enxada,
para poder fazer roçado e o Brasil se alimentar.
Com sacrifício, debaixo da lona preta.
Inimigo fez careta, mas o povo atravessou.
Romperam cercas que cercam a � loso� a
de ter paz e harmonia para quem planta o amor.
6. ESSA LUTA NÃO É FÁCIL
Refrão: Essa luta não é fácil,
 Mas vai ter que acontecer!
 As mulheres organizadas, 
 tem que chegar ao poder! (2x)
Vamos lutar, minha gente! vamos botar pra valer!
Vamos quebrar a corrente do machismo e do poder!
Quando ele vê esse povo, vai correr e cair no fogo.
Nós vamos brigar com ele, pra ter direito no coco.
Ele tem mais que nós, por isso só dá desgosto,
A nossa produção, temos que pagar imposto
1414
7. OITO DE MARÇO
Letra e música: João Filho ou João Abelha de Praia Norte do Tocantins 
Oito de março vai deixar
Muita saudade, pois na verdade,
Tenho orgulho em ser mulher!
Enfrento coco, enfrento a roça, enfrento a casa.
Mulher é brasa viva em lugar qualquer!
Sou cidadã no meio da sociedade, 
A liberdade é um direito da mulher.
Sou lutadora, na batalha sou guerreira,
Sou brasileira e sou � lha de Javé.
Estou sonhando com minha felicidade,
Capacidade também existe na mulher.
Não sou escrava, sou capaz e competente.
Mulher é gente! É mulher que a gente quer!
Nosso país não existe igualdade,
A sociedade discrimina a mulher.
Para as mulheres, desejo felicidade.
Tenho saudade de um Brasil que a gente quer!
1515
8. MULHER TRABALHADEIRA
Letra e música: João Filho ou João Abelha de Praia Norte do Tocantins 
Refrão: Eu sou mulher trabalhadeira 
 Eu também sou brasileira
 Faço parte da nação.
Já vou correndo pra o meio da sociedade,
Mulher pura de verdade tem que ter disposição!
Pra lutar forte, nesta pátria varonil, 
precisamos de um Brasil que tenha libertação!
Estou cansada de viver no sofrimento,
Não suporto, não aguento. Preciso ter liberdade!
Mulher e Homem fortalecem a corrente. 
Vamos lutar frente a frente, buscando felicidade!
Nossos direitos estão quase escondidos, 
Parecem estar perdidos, por este mundo além. 
Mas agora a verdade é quem me chama, 
Mulher não é só pra cama. Ela é para lutar também!
1616
9. Ó LIBERDADE
Boa tarde, para todos os foliões!
Viemos pedir licença, pra brincar nesse salão.
E convidamos a toda comunidade, 
para sambar de verdade, no bloco da liberdade!
Liberdade! Ó liberdade, liberdade já raiou 
Ó liberdade, meu amor, 
Nosso bloco na avenida já chegou!
O amarelo representa nosso ouro, 
O nosso maior tesouro, que a máquina devorou.
O nosso verde, que era nossas grandes matas,
O homem sem piedade botou fogo e acabou.
A cor vermelha mostra a revolução que incendeia a nação 
sem nenhuma explicação.
As grandes guerras que acontece no país 
Deixando o povo infeliz, matando toda nação 
Convidamos todas as comunidades, 
pra unirmos de verdade e juntar as nossas mãos, 
e preservar o nosso meio ambiente,
Vamos lutar, minha gente, pra não faltar o pão! 
1717
10. O VOTO DO BICHO
Deixa esse bicho, não traz o bicho pra cá.
Larga esse bicho, deixa o bicho se virá.
Mata esse bicho, que o bicho quer te matar.
Pelo que o bicho me disse, tá querendo te enrolar.
O pobrezinho que trabalha pelo chão, 
em busca de terra e pão, para a vida melhorar,
Mas o ricaço, quando vê o povo pobre 
é mesmo que ver cobra, traz um pau para matar.
Trabalhei muito para fazer um prefeito, 
para ver se havia um jeito da minha vida melhorar.
Mas o indivíduo quando está no palacete, 
no pobre mete o cacete, com força para matar.
Eu não vou mais acreditar em latifúndio 
que engana todo mundo, seu defeito vou contar,
O bicho é feio, buchudo que nem caçote,
Só quer pegar meu voto pra poder me massacrar.
Na minha terra o povo já tá previsto, quando vem 
chegando um bicho, corre em cima pra matar.
Tem bicho velho que a cara é uma barroca, só vive de pedir 
voto, porque não quer trabalhar.
O bicho velho já avisou pra todo bicho, 
que a bicha tá cheia de bicho, 
já tem bicho pra danar!
E convidando pra votar nos outros bichos,
Vai morrer de tanto bicho, quem no bicho for votar.
1818
11. SE A SAÚDE
Refrão: Se a saúde está precária, veja por quê?
 Chegam as verbas, mas ninguém vê (2x)
Nosso povo está doente.
Mas que coisa indecente, 
não dá mais pra aguentar!
Os impostos são dobrados, 
só que não são repassados, 
para a gente se tratar. 
O povo sentindo isso, 
assumiu um compromisso
Para a vida defender. 
Viu que a luta não se � nda. 
Mas pra não morrer a mingua, 
é bem melhor combater.
Com a organização,
conseguimos passos bons, 
que foi descentralizar. 
O dinheiro agora vindo 
lá pro nosso município, 
pra poder � scalizar.
E assim ia andando, 
o povo se organizando, 
pra poder participar, até quando 
o secretário da saúde do Estado
resolveu atrapalhar.
1919
12. VIVA MULHER BRASILEIRA
Viva a mulher, a mulher brasileira!
Vamos reconhecer o valor que ela tem.
É a mulher que luta, luta a vida inteira,
Por isso todos nós vamos lhe dar os parabéns! 
Quem trás a vida ao mundo? é a mulher!
Quem luta a vida inteira? com muita fé!
Quem cuida da família, com muita capacidade,
E ainda luta junto com sua comunidade!
A mulher camponesa leva a vida na roça
É a dona de casa, membro da associação.
Dos clubes de mães, trazendo um progresso. 
É a vez da mulher fazer sua libertação.
A mulher tem valor vamos reconhecer,
seu dia a dia seu trabalho justi� ca. 
É a mulher que luta por uma renovação, 
É bom ter a mulher participando na política.
2020
13. EU SOU ROCEIRO
Refrão: Eu sou roceiro, vivo de cavar o chão,
 Tenho as mãos calejadas, sim senhor,
 Me falta terra, falta casa, falta pão
 Vivo bem longe do Brasil do lavrador.
Só tenho a enxada e um título de eleitor
Para votar em seu fulano educado,
Que não faz nada pelo pobre agricultor,
Que não tem terra pra fazer o seu roçado.
Esse país é do tamanho de um continente
Mas não tem terra pra o homem da mão grossa. 
De norte a sul, do nascente ao poente,
Vivo à procura de um lugar para fazer roça.
Escuto o rádio � co cheio de alegria,
Quando se fala que a REFORMA vai chegar.
Espero um ano, espero dois e só se cria
Falsos projetos para poder me tapear.
Sou um soldado retirante sem medalha,
Sou estrangeiro, quando pego a reclamar,
Sou camponês que usa tanga e sandália,
Sou brasileiro só nahora de votar.
Até na Igreja tenho encontrado tapia
Às vezes � co sem saber pra onde vá
Mas esse Deus de sombra e água fria
Ou é de todos ou um dia passará.
2121
Eu sou comprado por cem gramas de sorriso,
Mas sou cismado com um grão de traição.
Já vou fugindo dos que tem o rosto liso,
Já que o meu é cheio de grutilhão.
14. NÃO DEVASTE OS PALMEIRAIS
Não devaste os palmeirais, deixe o coco dar raiz,
Eu vivo quebrando coco, do coco que eu sou feliz
Eu vivo quebrando coco, do coco eu sou feliz.
Se você é fazendeiro ou algum industrial, 
segure suas cabroeiras, 
que eu não sou sua rival, 
mas deixe nossas palmeiras, 
botar coco em seu quintal.
Eu conheço essa história, não sei quando terá � m
Eu só quero quebrar coco, 
eu não quero seu o capim,
Já não basta o mal da seca, 
vem a cerca contra mim.
Você é dono do gado, do açude e do curral,
Mas não é dono do coco, 
nem também do coqueiral,
Você corta boi de corte, 
mas não corte o palmeiral.
2222
15. EI, MAMÃE
Ei, mamãe, dá a saia pra apanhar o coco,
O melhor do coco é quebrar!
Ei, mamãe, traz a panela pra torrar o coco,
O melhor do coco é quebrar!
Ei, mamãe, traz a balança pra pesar o coco,
O melhor do coco é quebrar!
Ei, mamãe, traz o dinheiro pra pagar o coco.
O melhor do coco é quebrar!
Refrão: É coco, é coco, cocá
 O melhor do coco é quebrar! 
16. VERSO 2
Te vi de saia curta,
Na descida da ladeira.
Menina, casa comigo,
Ô me tira da cegueira!
Menina dos olhos preto,
Sobrancelha de veludo.
Teu pai é pobrezinho,
Mas teus olhos vale tudo!
2323
17. EU VIM DE LONGE
Eu vim de longe, pra encontrar o meu caminho, 
tinha um sorriso e o sorriso ainda valia. 
Achei difícil a viagem até aqui, 
mas eu cheguei, mas eu cheguei. (2x)
Eu vim depressa, eu não vim de caminhão, 
eu vim a jato, neste asfalto, neste chão. 
Achei difícil a viagem até aqui, 
mas eu cheguei, mas eu cheguei. (2x)
Eu vim por causa daquilo que não se vê, 
Vim nu, descalço, sem dinheiro e na pior. 
Achei difícil a viagem até aqui, 
mas eu cheguei, mas eu cheguei. (2x)
Eu tive ajuda de quem você não acredita, 
tive esperança de chegar até aqui. 
Vim caminhando, aqui estou. 
Me decidi: eu vou � car, eu vou � car. (2x)
2424
18. BOTA PARA BRIGAR
Letra e música: Luis Vila Nova, Maranhão
Se correr o bicho pega, se � car o bicho come.
Se o cabra morre de medo,
Prova que ele não é homem.
Refrão: Qual é o jeito, Zé?
 É virar, é virar, é virar!
 É virar e botar para brigar! (2x)
Eu saí do Piauí, vim parar no Mearim.
Quando eu chegava lá,
O bicho vinha atrás de mim.
Do vale do Mearim, eu corri pro Pindaré.
Quando eu olhei pra trás,
O bicho vinha no meu pé.
Da região do Tocantins, fui parar no Araguaia.
Quando eu chegava lá,
O bicho tava na tocaia.
Não tenho mais para onde ir, todo lugar o bicho tá.
Não vou mais sair daqui,
Não vou caçar outro lugar!
2525
19. CANTIGA DAS QUEBRADEIRAS
Oh roda, roda minha gente!
Mandim, sarará 
Oh, no dia 6 de janeiro
Mandim, sarará
Formou-se um nevoeiro
Mandim, sarará
É mandinga de Odete
Mandim, sarará
As palmeiras tão de luto
Mandim, sarará
Oi na subida de ladeira
Mandim, sarará
Ô menino da calça preta
Mandim, sarará
E de camisa de cetim
Mandim, sarará
É com tu que eu vou me embora
Se eu soubesse que tu vinha
Eu te parava no caminho
Te dava beijo na boca
E te levava só pra mim
2626
20. POBRE RITA
Cabocla faceira
É aquela Rita
Muito dengosa, muito bonita
Quando ela passa de macete na mão
Machadinho amolado
Vestidinho de algodão
Vai quebrar o coco
Pra ganhar dinheiro 
Pra compra arroz
Pra comprar feijão.
Pra comprar farinha, pra comprar o pão (2x)
Na sombra de uma palmeira
Sentada no chão
Com sede e com fome.
Se Deus não mandar o contrário,
Amanhã ela bebe, amanhã ela come (2x)
Vai quebrando o babaçu,
E o macete vai batendo.
Babaçu vai para o saco,
E o saco vai enchendo!
E a pobre Rita vai assim vivendo (2x)
Babaçu quebrando, macete batendo,
E a pobre Rita vai assim vivendo. (2x)
2727
21. SAMBA DAS QUEBRADEIRAS
Letra e música criada para o bloco os Liberais, no Carnaval de 2005
Amanheceu, raiou o dia
Quanta batalha aqui já se travou
Morreram agricultores e latifundiários
Quanta falta de amor!
A luta continuou, o projeto assim nasceu
E o sonho se concretizou.
Sou quebradeira eu sou, quebrando o coco eu vou.
Sou quebradeira do interior (2x)
Palmeiras! Babaçuais!
Terra fértil, olha a riqueza no chão.
Folhas verdes, oh! Que maravilha.
A natureza traz o fruto, a perfeição
Senhoras guerreiras, vão a luta, custear alimentação
O comércio e a indústria, 
exportadores das explorações
Nosso produto assim chegou em outras nações
Eu vou gargalhar, eu estou feliz!
Nossa matéria prima circulando no país. (2x) 
Quebra, quebra, quebradeira! Quero ver quebrar.
Os liberais trazem o dito popular:
Quebra, quebra, quebradeira! Quero ver quebrar,
Viemos para a avenida com meu bloco festejar.
2828
22. COMO PODEREI VIVER
Refrão: Como poderei viver (2x)
 De leste, oeste a sul
 Sem nosso babaçu
Companheira organizada,
Vamos ganhar a parada!
Lutando pelas palmeiras,
Não deixar a derrubada!
Quebradeira não tem nada,
Só tem um título e uma machada.
Pra votar em seu fulano,
Que por ela não faz nada.
Com a nossa fabriqueta,
Que vamos nos animar.
Fazer o sabão de coco,
Para a vida melhorar.
MIQBC e ASSEMA 
veio aqui nos animar,
Para nós lutar com força
E nunca desanimar!
A mulher tem que ter força,
Saber na vida lutar.
Pra que o nosso babaçu,
Outro não venha ajuntar!
2929
Companheira quebradeira,
Vamos nos organizar!
Com a força da mulheres,
A vida vai melhorar!
23. O NOSSO ENCONTRO
O nosso encontro tá pra lá de bom, 
são as mulheres que comandam o tom, 
reúne aqui, reúne acolá, 
a nossa história vai ter que mudar.
Refrão: É o mexe, mexe na luta da gente
 Todo mundo fala, todo mundo sente,
 Vamos lutar certo, lutar consciente,
 Vem, companheirada, 
 se unir com a gente!
Essa história vai ter que mudar, 
já que viemos pra participar, 
Nossas ideias pra democratizar 
e todas juntas, nós vamos lutar.
E pro movimento melhorar, 
mulher e homens juntos trabalhar.
Se nós queremos nos organizar
Os 30% nós vamos ocupar.
3030
24. SEM MEDO DE SER MULHER 1
Refrão: Pra mudar a sociedade, 
 do jeito que a gente quer,
 Participamos sem medo de ser mulher!
Porque a luta não é só dos companheiros,
Participamos sem medo de ser Mulher!
Pisando � rme sem pedir nenhum segredo,
Participando sem medo de ser mulher.
Pois sem mulher a luta vai pela metade,
Participamos sem medo de ser mulher!
Fortalecendo os movimentos populares,
Participando sem medo de ser mulher.
Na aliança operária-camponesa,
Participamos sem medo de ser mulher!
Pois a vitória vai ser nossa com certeza,
Participando ser medo de ser mulher.
3131
25. MEU GRITO
Ninguém escuta meu grito, 
Desconhecem meu sufoco.
Escondida lá na mata, 
Com fome, quebrando o coco.
Dentro do babaçual, 
vou perdendo minha infância.
O machado é meu brinquedo, 
cortando minha esperança.
Derrubando os meus sonhos, 
de um dia diferente.
Que não seja pular cerca, 
prestar conta a patrão, 
a um jagunço capataz,
Que ainda achando pouco, 
se diz o dono do coco, 
toma a minha produção.
Tenho direito à escola, 
saúde e alimentação. 
A brincar e ser feliz!
Tudo isso, a lei que diz.
Mas continuo esquecida.
sem nenhuma proteção, 
Nesse trabalho pesado, 
sem um pedaço de chão. (2x)
3232
26. O VESTIDO DA FAZENDA AZUL
Marido, eu quero um vestido, 
daquela fazenda azul. (2x)
Ó, mulher, não tenho dinheiro, 
quebra o coco babaçu (2x).
Quando passa a meia noite,
Eu vi o pilão troar.
É a mulher do babaçu, 
que não sai sem almoçar.A mulher do babaçu, 
tem a vista ligeira. (2x)
Quando o coco sai da casca,
Sabe aonde vai bater.
27. VERSO 1
Eu assubi 7 serras, 
Avistei 7 cidades.
Meu amor morando longe,
E eu morrendo de saudade.
Torra o café, Manuel (3x)
Pra nós pisar!
Pisa o café, Manuel (3x)
Pra nós passar!
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28. QUEBRA COCO, NEGA
Refrão: Quebra coco, nega!
 Eu não, eu não!
 Quebra coco, nega!
 Eu tô quebrando.
A palmeira de sabida,
Botou cacho nas alturas!
Ela pensa que eu não sei,
Quando o coco tá maduro!
A palmeira de sabida,
Botou cacho no baixão!
Ela pensa que eu não sei,
Quando o coco tá no chão!
Os rapaz de hoje em dia,
Não tem mais coro na testa, 
De carregar cofo de coco,
Pra pagar cota festa!
Eu saí do Piauí,
Fui parar no Araguaia
Quando eu chegava lá
O bicho tava de tocaia!
Lá vem a lua saindo, 
Por detrás do quarador.
A moça que tem vergonha,
Não dá bola a tocador!
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29. MULHER NA LUTA
Vai pra beira do riacho, ô ô ô!
Com a trouxa na cabeça, ô ô ô!
Pra ganhar uma mixaria, lava roupa todo dia,
se resfria e não se queixa (2x)
O sol quente na cabeça, ô ô ô!
E os pés na água fria ô ô ô! 
É a mulher lavadeira, trabalha a semana inteira,
para poder ganhar a vida (2x)
Bota a lenha no fogo, ô ô ô!
faz o leite do menino, ô ô ô! 
Varre a casa e limpa a mesa, arruma a prateleira,
Enquanto ele está dormindo (2x)
É mulher dona de casa, ô ô ô!
sem tempo pra descansar, ô ô ô!
Faz o almoço, faz a janta e a noite lá prás tantas
Ela ainda sem deitar (2x)
Já não tem mais o marido, ô ô ô!
e vai pra roça sozinha, ô ô ô!
Deixa o � lho de dois anos, o outro nem está andando. 
Cuida dele, Mariquinha (2x)
É a mulher do posseiro, ô ô ô!
que o pistoleiro matou, ô ô ô!
Tudo é culpa do sistema, pois o rico não tem pena do povo 
trabalhador (2x)
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É a mulher boia-fria, ô ô ô!
É o peso do facão, ô ô ô!
Quando a cana vai caindo, ela pensa nos meninos 
É uma dor no coração (2x)
30. OH MULHER, TE CHAMO!
Oh, mulher te chamo, porque esta luta é tua, (2x)
Deixa esta cozinha e vamos cair na luta. (2x)
Essa luta é nossa, não desanime, não.
As nossas palmeiras estão todas no chão!
Vamos dar um jeito, que eu já não aguento.
É pra nossos � lhos, que dá sustento.
Você que quebra o coco, cuida do menino 
e que lavar a roupa, não é teu destino!
Depois vai pra roça, que situação! 
vai quebrar o coco, pra comprar o pão.
A quebra do coco foi quem me criou, 
diziam meus pais, também meus avôs.
Agora estou vendo tudo se acabando,
É o fazendeiro que está devorando.
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31. CANTO DAS QUEBRADEIRAS (1995)
Letra e Música: Raimunda Gomes da Silva, de São Miguel do Tocantins
Refrão: Governadora Roseana,
 Não vim aqui para lhe visitar.
 Viemos trazer um documento, 
 Só saio daqui quando negociar.
Somos quebradeiras lá do Tocantins.
Tem do Pará, também do Mearim.
Do Piauí e de todo Maranhão.
Só saímos daqui com uma decisão.
A reforma agrária é a solução.
Falta estrada e educação.
Não tem doutor e falta medicina.
E com salário de miséria, ninguém não ensina.
Babaçu Livre é a decisão.
Se derrubar é a destruição.
Meio ambiente só se vê falar.
Queremos nossa reserva para preservar.
Somos quebradeiras, demos opinião.
Fizemos lei da nossa pro� ssão.
Já discutimos a legislação.
Pra levar para o congresso para aprovação.
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32. SEM MEDO DE SER MULHER 2
Sem medo, sem medo! 
Sem medo de ser mulher.
Vamos enfrentar essa luta, 
Sem medo, sem medo de ser mulher.
Dá de ir, minha gente, dá.
Você pode e tem razão.
Sem medo, sem medo!
Sem medo se der mulher.
As Quebradeiras de coco pedem 
às autoridades, um pouco de atenção.
O quilo deste produto, 
não compra meio quilo de feijão. 
Sem medo, sem medo, 
sem medo de ser mulher!
Pra mudar a sociedade, 
do jeito que a gente quer
Participando sem medo, sem medo, 
sem medo de ser mulher.
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33. EU SOU FELIZ É CATANDO COCO
Eu sou feliz é quebrando coco, 
é quebrando coco que eu sou feliz (2x).
Mulher, vamos se unir, nessa luta prosseguir
Se � car aqui parada, nada vamos conseguir.
Se � zer plano de roça e na roça não plantar,
Não vamos ter a colheita para nos alimentar.
Se não se unir com força e começar a trabalhar,
Não vai ter a fabriqueta de sabão para lavar.
34. ESSA LUTA NÃO É FÁCIL
Refrão: Essa luta não é fácil, 
mas vai ter que acontecer,
As mulheres organizadas
têm que chegar ao poder (2x).
Vamos juntas companheiras, vamos botar pra valer!
Vamos quebrar as correntes
Do machismo e do poder.
Sem mulher neste mundo, seria triste demais,
Não nascia gente nova, o mundo não tinha paz!
A mulher nasceu pra ser pelo homem bem amada,
Ser amiga e companheira, não pra ser discriminada.
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35. DE REPENTE NOSSA VISTA CLAREOU
De repente nossa vista clareou,
Clareou, Clareou!
E descobrimos que o povo tem valor, 
Tem valor, tem valor!
Nós descobrimos o valor da união,
que é arma poderosa e derruba até dragão!
E já sabemos que a riqueza do patrão 
E o poder dos governantes passa pela nossa mão!
Nós descobrimos que a seca do nordeste,
Que a fome, que a peste, não é culpa de Deus pai.
A grande culpa é de quem manda no país,
Fazendo o pobre infeliz, e deste jeito assim não vai!
O que nós vemos é deputado e senador,
Militar e jogador recebendo seus milhões.
Enquanto isso, o povo trabalhador
Derramando seu suor tem que viver de tostões.
Temos certeza que Deus pai libertador,
Lá na bíblia nos deixou o caminho pra seguir:
Unir seu povo, que era escravo no Egito,
O Faraó � cou a� ito e Moisés pode partir.
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36. SER SUBLIME
De um gesto sublime e honesto, sem distinção
De raça e nem cor, convocamos
A mulher do campo, pra mostrar o seu valor.
Refrão: Trabalhadora rural é hora de se levantar
Unidas vamos lutar!
Nossos direitos vamos conquistar.
A mulher da roça vai enfrentando 
Uma enorme batalha da dor, além de ser
Descriminada, esquecida e desamparada
Nos momentos de organização das mulheres,
Trabalhadoras rurais que estão lutando
Firmemente, para acabar com esse mal.
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37. VOCÊ SABE O QUE É AMTR
Letra e música: Jailson de Cajazeiras, Lago do Junco, Maranhão
Você sabe o que é a AMTR?
Não se preocupe, que eu vou lhe explicar.
AMTR é mulher trabalhadora, 
lutando para viver dentro do meio rural. (2x)
AMTR já é uma entidade, que luta
para defender os nossos babaçuais.
Para usarmos de maneira bem legal,
Explorar de forma justa a riqueza natural.
AMTR é uma realidade.
Luta das comunidades procurando realizar.
Para transformar a riqueza natural,
produzindo de verdade e comercializar.
AMTR tem seu trabalho ativo, 
e não luta dividida, para se globalizar.
Como estilista, lança moda natural,
Vira capa de revista e sai no globo rural.
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38. OH MULHER, TE CHAMO!
Oh, mulher te chamo, porque esta luta é tua, (2x)
Deixa esta cozinha e vamos cair na luta. (2x)
Essa luta é nossa, não desanime, não.
As nossas palmeiras estão todas no chão!
Vamos dar um jeito, que eu já não aguento.
É pra nossos � lhos, que dá sustento.
Você que quebra o coco, cuida do menino 
e que lavar a roupa, não é teu destino!
Depois vai pra roça, que situação! 
vai quebrar o coco, pra comprar o pão.
A quebra do coco foi quem me criou, 
diziam meus pais, também meus avôs.
Agora estou vendo tudo se acabando,
É o fazendeiro que está devorando.
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39. DOUTOR EU NÃO DESISTO!
Letra e música: Nazira P. da Silva, Ludovico, Lago do Junco, Maranhão
Doutor, eu não desisto, 
quero brincar o carnaval em Ludovico. (2x)
Ah, eu não desisto não, 
de brincar junto com meu bloco no salão.
A nossa cultura virou tradição, 
com a liberdade puxando o cordão.
Carnaval de rua é nossa alegria,
porque estamos juntos com BABA-FOLIA.
Se não houver jeito pra melhorar, 
eu vou tomar todas,vou me embriagar. 
Eu vou quebrar tudo que tem por aí, 
mas do carnaval eu não vou desistir.
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40. VEM MULHER
Vem mulher, de mãos dadas vamos caminhar.
Oh, mulher, vamos juntas a história fazer
Vem mulher, que unidas vamos triunfar
Novo rumo a história terá
e a vitória vai acontecer (2x)
Oh, mulher! Tua história nunca foi contada.
Oh, mulher! Poucos livros revelam teu ser.
Oh, mulher! És mais vistas como objeto para dares carinho 
e afeto em um mundo de falso prazer (2x)
Oh, mulher! Tu és forte e podes vencer.
Oh, mulher! Se unir-se às outras e caminhar,
Mas mulher, junto às outras, tu te sentirás. 
Teu passado triste deixarás 
e verás novo dia brilhar (2x)
Oh, mulher! Tua história será re� etida
Oh, mulher! na medida que tu a viver, 
tens nas mãos a criança que nasce em teu lar. 
É você quem a deve educar.
Porque deixa o machismo crescer? (2x)
Oh, mulher! Te organiza e abraça esta luta
Oh, mulher! Verás uma nova geração. 
Oh, mulher! Vem com garra, vigor e energia, 
junto às outras com muita euforia, 
Mudar os rumos da nossa nação. 
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41. QUANDO O DIA DA PAZ RENASCER 
Autor: Zé Vicente 
Quando o dia da paz renascer 
Quando o sol da esperanç a brilhar, 
Eu vou cantar!
Quando o povo nas ruas sorrir
E a roseira de novo � orir,
Eu vou cantar! 
Quando as cercas caí rem no chã o, 
Quando as mesas se encherem de pã o, 
Eu vou cantar!
Quando os muros que cercam os jardins destruí dos,
Entã o os jasmins vã o perfumar. 
Vai ser tã o bonito
Se ouvir a canç ã o, cantada de novo
No olhar do homem
A certeza do irmã o. Reinado do povo (2x) 
Quando as armas da destruiç ã o, 
Destruí das em cada naç ã o,
Eu vou sonhar!
E o decreto que encerra a opressã o, 
Assinado só no coraç ã o, vai triunfar!
Quando a voz da verdade se ouvir 
E a mentira nã o mais existir,
Será en� m, 
Tempo novo de eterna justiç a 
Sem mais ó dio,
Sem sangue ou cobiç a,
Vai ser assim. 
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42. OLÊ, MARIÊ 2
Refrão: Olé Mariê, Olé Mariá (2x)
 Mulher, sai da cozinha!
 Vem e ocupa o seu lugar! (2x)
Senão teu marido fala (3x) e tu só faz con� rmar!
Senão teu marido fala e tu só faz con� rmar!
Tua classe está na luta (3x) e tu vem pra ajudar!
Tua classe está na luta e tu vem pra ajudar!
Sindicato de pelego (3x) não quer te associar!
Sindicato de pelego não quer te associar!
Estão te discriminando (3x) e tu vem pra protestar!
Estão te discriminando e tu vem pra protestar!
Mais da metade do povo (3x) do Brasil tá sem falar!
Mais da metade do povo do Brasil tá sem falar!
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43. CASA DE PALHA QUEIMA
A casa de palha queima. 
Queima, mas não queima.
Se queimar, eu boto telha.
Telha também queima. 
Se queimar, eu boto areia.
Areia também queima.
Olha o gato do mato!
Pegou ... segurou!
Se não tiver quem dê no gato,
Segure que eu dou!
44. BRINCADEIRA DE RODA
O melão, melão, Sabiá
É de laranjeira, Sabiá
A morena é boa, Sabiá
É namoradeira, Sabiá
Eu subi num pé de serra, Sabiá
Avistei 7 cidades, Sabiá
Meu amor morando longe, Sabiá
Tô morrendo de saudade, Sabiá
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45. EU SOU QUEBRADEIRA
Letra: Antonio Nascimento Silva (Mundoca). 
Música: paródia de “ Seqüestro do Toinho ” 
Eu sou quebradeira,
Eu sou quebradeira.
Vim para lutar!
Pelos meus direitos,
Pelos meus direitos.
Eu vim reivindicar!
Mais educação e saúde
Pra toda nação.
Eu sou quebradeira,
Sou mulher guerreira,
Venho do sertão!
No Tocantins, tem quebradeira
No Piauí, tem quebradeira
Lá no Pará, tem quebradeira
No Maranhão, estão as quebradeiras!

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