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Resenha Jogos de Escala Revista Querubim

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Revista Querubim – revista eletrônica de trabalhos científicos nas áreas de Letras, Ciências Humanas e 
Ciências Sociais – Ano 13 Nº32 vol. 04 – 2017 ISSN 1809-3264 
 
Página 1 de 121 
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE 
FACULDADE DE EDUCAÇÃO 
2017 2017 
 
2017 2017 
REVISTA QUERUBIM 
Letras – Ciências Humanas – Ciências Sociais 
Ano 13 Número 32 Volume 4 
ISSN – 1809-3264 
REVISTA QUERUBIM 
NITERÓI – RIO DE JANEIRO 
2017 
 
N I T E R Ó I R J 
Revista Querubim – revista eletrônica de trabalhos científicos nas áreas de Letras, Ciências Humanas e 
Ciências Sociais – Ano 13 Nº32 vol. 04 – 2017 ISSN 1809-3264 
 
Página 2 de 121 
 
Revista Querubim 2017 – Ano 13 nº32 – vol. 4 - – 121 p. (junho – 2017) 
Rio de Janeiro: Querubim, 2017 – 1. Linguagem 2. Ciências Humanas 3. Ciências Sociais 
Periódicos. I - Titulo: Revista Querubim Digital 
 
 
Conselho Científico 
Alessio Surian (Universidade de Padova - Italia) 
Darcilia Simoes (UERJ – Brasil) 
Evarina Deulofeu (Universidade de Havana – Cuba) 
Madalena Mendes (Universidade de Lisboa - Portugal) 
Vicente Manzano (Universidade de Sevilla – Espanha) 
Virginia Fontes (UFF – Brasil) 
 
Conselho Editorial 
Presidente e Editor 
Aroldo Magno de Oliveira 
 
Consultores 
Alice Akemi Yamasaki 
Andre Silva Martins 
Elanir França Carvalho 
Enéas Farias Tavares 
Guilherme Wyllie 
Hugo Carvalho Sobrinho 
Janete Silva dos Santos 
João Carlos de Carvalho 
José Carlos de Freitas 
Jussara Bittencourt de Sá 
Luiza Helena Oliveira da Silva 
Marcos Pinheiro Barreto 
Mayara Ferreira de Farias 
Paolo Vittoria 
Pedro Alberice da Rocha 
Ruth Luz dos Santos Silva 
Shirley Gomes de Souza Carreira 
Vanderlei Mendes de Oliveira 
Venício da Cunha Fernandes 
Revista Querubim – revista eletrônica de trabalhos científicos nas áreas de Letras, Ciências Humanas e 
Ciências Sociais – Ano 13 Nº32 vol. 04 – 2017 ISSN 1809-3264 
 
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Sumário 
01 Paulo Eliardo Morais de Lima, Alessandra Monteiro de Paula, Diondetson Rocha de 
Oliveira e Maria Luiza de Freitas Konrad – Educação ambiental através de trilhas 
ecológicas em propriedades rurais no Município de Arraias-TO 
04 
02 Paulo Eliardo Morais de Lima, Alessandra Monteiro de Paula, Diondetson Rocha de 
Oliveira e Maria Luiza de Freitas Konrad – Avaliação e adequação de trilhas ecológicas 
com foco em educação ambiental 
11 
03 Paulo Rogério Barbosa do Nascimento e Eduardo da Silva Guimarães – Subprojeto 
Pibid de Educação Física: a tematização do conteúdo esporte e as questões pedagógicas 
advindas do processo 
17 
04 Paulo Vitor de Souza Pinto e Adriana Penna – O professor/militante da Educação do 
Campo: a Igreja como aliada 
24 
05 Cristiane Aparecida Woytichoski de Santa Clara e Rayane Regina S. Gasparelo – 
Concepções de estágio na formação docente: expectativa inicial e percepção final dos 
acadêmicos (as) na disciplina de Estágio Curricular Supervisionado em Gestão na Educação 
Básica – UEPG 
30 
06 Rayane Regina Scheidt Gasparelo, Elisangela Chlebovski Martins e Marisa 
Schneckenberg – As micropolíticas na implementação do Programa de 
Desenvolvimento Educacional – PDE/PR.: operacionalização e percepção dos 
participantes na área da gestão escolar no contexto da Unicentro/I 
37 
07 Rodrigo Capelle Suess, Hugo de Carvalho Sobrinho e Cristina Maria Costa Leite – 
Debatendo a modalidade educação de jovens e adultos no Município de Formosa – GO 
46 
08 Saimon Lima De Britto e Marivaldo Cavalcante da Silva – A pesca predatória no período 
de piracema no Rio Tocantins entre os Municípios de Aguiarnópolis e Tocantinópolis no 
Estado do Tocantins 
54 
09 Sandra Pottmeier, Lais Oliva Donida, Leonilda Wessling, Claudia Renate Ferreira e 
Melissa Probst – Indisciplina na educação básica: algumas implicações curriculares 
59 
10 Marta Maria da Silva e Silvio Nunes da Silva Júnior – a polifonia em produções de textos 
dissertativo-argumentativos de alunos do ensino médio: uma abordagem pragmática 
71 
11 Marta Maria da Silva e Silvio Nunes da Silva Júnior – Analisando os implícitos no 
discurso escrito no gênero textual reportagem 
77 
12 Simone Silva Alves, Vitor Garcia Stoll e Quelen Colman Espíndola – Concepções dos 
discentes do curso de Ciências da Natureza sobre a modalidade EJA 
82 
13 Susana Angelin Furlan e José Milton de Lima – A mídia televisiva e sua manifestação na 
escola 
88 
14 Tamar Naline Shumiski – Considerações sobre nova história cultural, cultura escolar e 
história das disciplinas escolares 
93 
15 Welber Nobre dos Santos e Daniel Fernandes Costa – Uma abordagem 
sociofuncionalista das variantes ‘você e a gente’ no discurso político 
100 
16 Welisson Marques – A heterogeneidade enunciativa e seu funcionamento no discurso 107 
17 RESENHA – Luan Moraes dos Santos 115 
18 RESENHA – Tayson Ribeiro Teles 117 
19 RESENHA – Welisson Marques 119 
Revista Querubim – revista eletrônica de trabalhos científicos nas áreas de Letras, Ciências Humanas e 
Ciências Sociais – Ano 13 Nº32 vol. 04 – 2017 ISSN 1809-3264 
 
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EDUCAÇÃO AMBIENTAL ATRAVÉS DE TRILHAS ECOLÓGICAS 
EM PROPRIEDADES RURAIS NO MUNICÍPIO DE ARRAIAS-TO 
 
 
Paulo Eliardo Morais de Lima1 
Alessandra Monteiro de Paula2 
Diondetson Rocha de Oliveira3 
Maria Luiza de Freitas Konrad4 
 
 
Resumo 
O número de visitantes às áreas naturais em busca de lazer tem crescido ultimamente, sendo 
importante ações de Educação Ambiental objetivando despertar a consciência preservacionista da 
população. Este trabalho apresenta resultado de pesquisa realizada com alunos de graduação e do 
ensino médio da comunidade local de Arraias, TO, durante e após vivências em Trilhas Ecológicas 
próximas à cidade. Através da observação da experiência, conversas informais e análise de 
questionários este trabalho descreve e analisa a percepção ambiental dos alunos durante a após 
atividades nas trilhas. 
Palavras-chave: Educação Ambiental; Trilha Ecológica; Trilha Interpretativa. 
 
Abstract 
The number of visitors to the natural areas in search of leisure has grown lately, being important 
Environmental Education actions aiming to awaken the preservationist consciousness of the 
population. This study presents results of research carried out with undergraduate and high school 
students from the local community of Arraias, TO, during and after experiences in Ecological Trails 
near the city. Through the observation of the experience, informal conversations and analysis of 
questionnaires, this work describes and analyzes the students' environmental perception during and 
after activities in the tracks. 
Key-words: Environmental Education; Ecologic Trail; Interpretative Trail. 
 
 
Introdução 
 
Para efetivação da Educação Ambiental (EA), ampliando a consciência geral sobre 
cuidados com o meio ambiente é preciso de mais atenção na análise de suas abordagens práticas, 
compreensão dos seus fundamentos e eficiência de sua ação transformadora proporcionando 
mudança de valor e aperfeiçoando habilidades e é o que proporciona a educação não formal 
(NEIMAN, 2007). 
 
Mendonça (2007) compara os métodos de educação tradicional, onde se recebe muitas 
informações, sem inseri-las num contexto favorável ao aprendizado; diferindo-os da educação 
vivencial, onde todo o corpo pode absorver conhecimento, captado pelo cérebro por todos dos 
sentidos. 
 
Piletti (2004) mostra a relevância da vivência ambiental ao expor que retemos 50% do que 
vemos e escutamos; 70% do que ouvimos e logo discutimos e 90% do que ouvimos e logo 
realizamos. 
 
1 Graduado em Licenciado em Biologia UFT –Campus de Arraias TO, Brasil, Mestrando em Recursos 
Naturais do Cerrado pela Universidade Estadual de Goiás(UEG), campus Anápolis. 
2 Professora adjunto da FAV/UnB - Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de 
Brasília. 
3 Especialista em Geoprocessamento pela Universidade de Brasília. Engenheiro Ambiental no Instituto 
Natureza do Tocantins (Naturatins), Supervisão de Escritório Regional de Arraias. 
4 Professora Associado 3 da Universidade Federal do Tocantins, UFT, Licenciatura em Biologia, Arraias, TO, 
Brasil 
Revista Querubim – revista eletrônica de trabalhos científicos nas áreas de Letras, Ciências Humanas e 
Ciências Sociais – Ano 13 Nº32 vol. 04 – 2017 ISSN 1809-3264 
 
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Neiman (2007), após avaliações de visitas guiadas e Ecoturismos, defende a hipótese de que 
as atividades que colocam os participantes em contato mais intenso com a natureza, favorecem uma 
mudança de hábitos e, formar cidadãos mais conscientes na conservação dos recursos naturais. No 
entanto. 
 
Neste contexto, este estudo teve por objetivo verificar se a visitação orientada com mínimo 
impacto em trilha ecológica e as experiências em Educação Ambiental através de: informação com 
orientação será capaz de despertar a consciência ecológica de visitantes 
 
Material e métodos 
 
Esta pesquisa enfoca o registro de atividades e expressão da opinião de participantes em 
visitas guiadas em duas trilhas: uma, ao longo do Córrego Laranjeiras e outra do córrego Três 
Riachos, nas microbacias dos rios Arraias e São Domingos, respectivamente. 
 
As áreas em estudo estão localizadas em um raio de dez quilômetros (10 km) da cidade de 
Arraias, TO e ambas possuem condições favoráveis para ecoturismo, educação ambiental, esportes 
de aventura, ensino e pesquisa, além de lazer como banho em cachoeiras e contemplação em 
mirantes com rara beleza. 
 
Primeira Trilha 
 
A primeira trilha - Cachoeira dos Macacos, possui dificuldade moderada/pesada, com 
extensão total de 7,5km (ida e volta), e liga a sede da Fazenda Nova Betânia à Cachoeira dos 
Macacos, no córrego Laranjeiras. A trilha foi percorrida no dia 22 de maio de 2016 com alunos da 
graduação, sendo 09 alunos do curso de Licenciatura em Biologia EaD, da UFT-Arraias e 07 alunos 
do curso de Pedagogia da UEG-Campos Belos-GO, totalizando 16 visitantes. 
 
No início da manhã, realizou-se palestra inicial na sede da fazenda, com informações sobre 
trajeto, esforço físico e questões de segurança, assinaram um termo de responsabilidade assumindo 
risco inerentes da visita, explicado que a trilha seria de mínimo impacto, isto é, não deixariam 
vestígios nem fariam coletas e que ao final responderiam a questionários avaliativos. 
 
Em toda a extensão trilha, principalmente a metade final da mesma até a cachoeira 
apresenta ambientes bem preservados, com várias fitofisionomias do Bioma Cerrado, pôde-se falar 
sobre preservação das espécies nativas da fauna e da flora, além da proteção de nascentes, 
enfatizando a importância da conservação de recursos para o equilíbrio ambiental. Também foram 
avistados vestígios de fauna nativa, como pegadas, tocas e ninhos, o que os deixou maravilhados, 
principalmente sinais de atividade dos Macacos prego (Sapajus libidinosus), onde a trilha passa por 
quebradouros de alimento, uma área rochosas onde os macacos utilizam pedras menores para 
quebrar cocos, baru e jatobá. A trilha atravessa também uma área extensa área usada na extração de 
rocha para construção de uma barragem com grande impacto ao ambiente e também a presença de 
antigos muros de pedra, construídos por escravos no período colonial. 
 
Chegando na Cachoeira, aproveitou-se para falar sobre os cuidados com os animais e 
plantas do local que é refúgio de vida silvestre, devendo ser conservada e com os perigos de 
afogamento e queda das pedras. Neste espaço encontra-se sinais de impacto por intervenção 
humana, como área de fogueira e churrasco, resíduos sólidos secos, resquícios de carvão e 
alimentos deixados por visitantes anteriores, e então procedeu-se a coleta destes resíduos. Também 
conversou-se com outro grupo presente sobre a importância da coleta dos resíduos produzidos 
durante aquela e outras visitas. 
 
Vale dizer que este foi o ponto de máxima alegria do grupo que demonstrou admiração e 
satisfação com a beleza cênica do lugar, verdadeiro encantamento. Após lazer, banho e lanche, 
Revista Querubim – revista eletrônica de trabalhos científicos nas áreas de Letras, Ciências Humanas e 
Ciências Sociais – Ano 13 Nº32 vol. 04 – 2017 ISSN 1809-3264 
 
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iniciou-se o caminho de volta e já na sede, houve parada para conversa informal sobre a experiência 
e responderam aos questionários. 
 
Os questionários avaliativos foram divididos em duas partes usando como referência o 
trabalho de Silva et al. (2006), com adaptações a as condições locais, sendo: 1) Avaliação da 
estrutura da atividade de Trilha Ecológica Interpretativa, que avalia as estruturas físicas disponíveis 
na visita, bem como as dinâmicas e metodologias aplicadas 
 
Percepção do visitante em relação à atividade proposta e aos sentimentos vivenciados na 
prática. Essa avaliação aborda aspectos mais subjetivos em questões abertas oportunizando a 
expressão de ideias, impressão do entrevistado e experiência vivenciada. 
 
Segunda Trilha 
 
A segunda visita realizou-se no dia 03 de junho de 2016, na Trilha do Córrego Três 
Riachos, com dificuldade fácil/leve, e extensão de 3,6km (ida e volta), partindo da sede da Fazenda 
Santo Antônio, à 10 Km do centro de Arraias, TO, destinando-se às Cachoeira da Roda D'água e 
dos Três Riachos. Foram conduzidos 19 visitantes, em turma mista de alunos do 1º ao 3º ano do 
Ensino Médio do Colégio Estadual Felismina Cardoso Batista, do município de Campos Belos-GO. 
O grupo foi acompanhado pelo guia e duas professoras. Esta trilha mais fácil e curta se adequa a 
esta faixa etária. 
 
Realizou-se também palestra inicial com a turma, explicando sobre as normas de visitação, 
comportamento na trilha, questões de segurança e visitação com mínimo impacto, informações 
sobre o bioma Cerrado e explicando os principais processos adaptativos do bioma e aspectos 
fitofisionômicos da região. Como é um grupo de alunos do ensino médio os termos de 
responsabilidade e autorizações padrões para aula-campo foram providenciados pela coordenação 
do Colégio, professores e pais de alunos. 
 
Iniciada a trilha, percorreu-se área de pastagem seguida de cerrado sendo motivo para 
comparações entre as duas paisagens, observando a diminuição de biodiversidade na pastagem 
com monocultura. Seguindo, a trilha passa por um cerrado típico e transita para uma mata de 
galeria e a mudança de temperatura nesse trecho foi percebido por todos merecendo a abordagem 
da composição e importância das matas ripárias para regular os microclimas locais, para proteção 
dos cursos hídricos e da fauna que a utilizam como corredores ecológicos. 
 
Logo após atravessar o córrego Três Riachos e antes de se chegar na Cachoeira da Roda 
D'Água, estava um filhote de Jararaca (Bothrops sp.), próximo à trilha. Recuou-se com os alunos até 
um local seguro, e procedeu-se na retirada da serpente para mais longe da trilha. Foi momento de 
aprendizado pelos esclarecimentos dos riscos inerentes aos ambientes naturais, a atenção que 
devemos ter e a importância de não matar a serpente, por ser importante predador para a 
manutenção da cadeia alimentar local. Decidiu-se então que o banho ocorreria na cachoeira 
seguinte e o retorno seria pela trilha do lado oposto do córrego. Seguindo o trajeto encontra-se um 
Campo Úmido, com a presença de Capim nativo misturados a Capim Dourado - Syngonanthus 
nitens, além de palmeiras Buriti - Mauritia flexuosa. Foram explicadas as principais características e 
serviços ambientais que este tipo de vegetação e solo hidromórfico prestam ao ecossistema local, 
como a coletae armazenamento de águas pluviais, ressaltando a importância da conservação das 
Veredas, nascentes e para o lençol freático. Admirados, alguns alunos mencionaram coletar as 
flores nativas, sendo explicado que, quando retiradas, impedem a futura produção de sementes e 
manutenção da espécie e então registraram com fotos. 
 
Na cachoeira dos Três Riachos com várias pequenas quedas, corredeiras rasas e alguns 
poços para banho, foi o local de descanso, contemplação, banho e lanche. Neste local encontraram 
marimbondos e uma área com exemplares de uma planta endêmica de campos úmidos, conhecida 
como Orvalhinha - Drosera montana. Trata-se de planta "carnívora" (insectívora), que captura insetos 
Revista Querubim – revista eletrônica de trabalhos científicos nas áreas de Letras, Ciências Humanas e 
Ciências Sociais – Ano 13 Nº32 vol. 04 – 2017 ISSN 1809-3264 
 
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em suas pétalas viscosas, sendo o fenômeno observado em uma das plantas, para admiração de 
todos. 
 
Passado o tempo livre, reuniu-se o grupo para verificar a limpeza do local, reforçando que 
não se poderia deixar nenhum tipo de resíduo, inclusive os orgânicos, mesmo as cascas das frutas, 
para evitar distúrbios como aumento de insetos no local pela decomposição dos dejetos. De volta a 
sede realizou-se um apanhado geral da visita e responderam os questionários avaliativos. 
 
Resultados e discussão 
 
Tanto pelas respostas dos questionários, mas muito mais pela observação e conversas 
informais nas cachoeiras, momento de máxima emoção, notou-se que os componentes de ambos 
os grupos, apresentaram atitudes de encantamento e amor pela natureza surgindo assim, desejo de 
cuidados e conservação do meio ambiente. 
 
Avaliação da atividade na Trilha da Cachoeira Dos Macacos 
 
Pela avaliação dos questionários, o atrativo, cachoeira, foi o mais elogiado sendo avaliado 
como Ótimo por 100% dos alunos. Quanto ao acompanhamento e conhecimento adquiridos, 85% 
deles acharam bom ou ótimo. Demonstraram insatisfação em relação às estruturas do receptivo e, 
principalmente, da trilha, a qual foi classificada em 42,86% como Regular e 28,57% como 
Insuficiente e a maioria, 85% dos participantes externaram sua satisfação pelos métodos utilizados, 
principalmente pela vivência experimentada. 
 
Nas questões abertas, pode-se perceber o potencial conservacionista dos estudantes e o 
gosto pela natureza, pois quando questionados sobre o que mais gostaram na atividade e 25% deles 
responderam que o melhor da visita foi a natureza preservada, 25% acharam que foi a cachoeira, 
10% disseram da água pura ou limpa e o restante deles gostaram mais da beleza cênica do roteiro e 
apenas. 
 
Notou-se também cuidado com a natureza pela maioria das respostas do que menos 
gostaram e 56,25% dos visitantes apontaram a estrutura física do piso do trajeto e a degradação de 
áreas naturais por ações antrópicas e outros 12,5% registraram resquícios de atividades antrópicas 
em prejuízo à biodiversidade local e os demais, 31,25 apontaram área de mineração abandonada; 
falta de segurança na trilha pela degradação em alguns trechos, queimadas como o que menos 
gostaram. 
 
Para Costa filho; Amaral e Abreu (2014) é importante a utilização de espaços, em 
ambientes naturais, que favoreçam as possibilidades educativas que conduzam os visitantes a 
sensibilização sobre os problemas ambientais. E nesta trilha foram encontradas inúmeras 
oportunidades favorecedoras de EA, com exemplos positivos que sensibilizaram os alunos, como o 
local onde macacos quebram frutos, a área degradada pela extração de rochas presença de antigos 
muros de pedras que constituem patrimônio histórico preservado no município. 
 
Em relação à atividade como um todo, quando perguntou-se o que vocês acharam da 
atividade, 100% dos alunos avaliaram como positiva, com comentários que combinam com o que 
disseram da sensação de visitar ambiente preservado como: divertida, receptiva, ótima, gostei de 
andar em trilha, ajudou a ter mais contato com o meio ambiente e ampliar os conhecimentos sobre 
a flora e diversidade das espécies, foi espetacular e prazerosa. 
 
Responderam também quanto a preservação, que é fundamental e necessário conservar e 
preservar para as gerações futuras, sem desmatar, queimar ou explorar excessivamente os recursos e 
ter consciência da dificuldade da regeneração, que somos responsáveis e que podemos usufruir do 
meio ambiente sem prejudicá-lo. Também que no local de extração de rochas, tiveram a sensação 
Revista Querubim – revista eletrônica de trabalhos científicos nas áreas de Letras, Ciências Humanas e 
Ciências Sociais – Ano 13 Nº32 vol. 04 – 2017 ISSN 1809-3264 
 
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de tristeza, raiva e decepção frente aos danos observados e de impotência, de serem incapazes de 
manter intacto a natureza e o quanto o homem é egoísta visando o lucro. 
 
Sobre depois dessa experiência na trilha, quais ações passará a praticar, 57% dos alunos 
responderam que deixarão de jogar lixo no chão, que passarão a observar mais o ambiente à sua 
volta e a natureza e que ampliarão os cuidados com o meio ambiente. E sobre emoção ou conceito 
e sua relação com a natureza, comentaram que passaram a valorizar mais e a tratar melhor a 
natureza e bem estar dos animais e também iriam orientar filhos e amigos para a preservação, 
aumento do conhecimento em relação a ambientes preservados e degradados, a ter mais 
compromisso nos cuidados com a natureza e que a trilha, mesmo cansativa era proveitosa e que se 
sentem mais responsáveis pela natureza. Esses relatos mostram que há potencial de conscientização 
através da educação ambiental em Trilhas Ecológicas. Esse argumento é apresentado por Silva et al. 
(2012), quando apontam que as trilhas ecológicas podem funcionar como práticas de EA, quando 
utilizadas com dinâmicas participativas, através da interpretação do meio, observações sobre a 
conservação e preservação dos recursos naturais e do meio ambiente, fomentando a consciência 
ambiental dos participantes. 
 
Avaliação da atividade na trilha das Cachoeiras do córrego Três Riachos 
 
Na trilha das Cachoeiras dos Três Riachos, o item melhor avaliado foi o acompanhamento 
durante a trilha, com 99,9% considerando bom ou ótimo. O receptivo, casa da sede da fazenda, 
também foi bem elogiado, com 63,16% avaliado como bom, e 36,84% como ótimo. Opinaram 
favoráveis sobre a trilha, que era muito leve e a cachoeira próxima sendo avaliados como bom e 
ótimo por 84,21%. 
 
Nas questões abertas, em relação ao que mais gostaram na vivência, 19,23% apontam as 
cachoeiras como principal item; 13,46% gostaram mais da beleza cênica do lugar e o restante, 
67,31%, descreveram todas as sensações agradáveis nas diversas interações como conhecer novos 
lugares, ar puro, diversidade de plantas e animais, paisagens, aula fora da escola, o banho as águas 
claras e puras, a flor carnívora e a cooperação e fortalecimento das amizades. 
 
Quanto aos aspectos que menos gostaram: 24% responderam que gostaram de tudo; 22% 
pontuou que foi curto tempo de percurso (trilha); e o restante dos alunos apontou razões muito 
variadas o encontro com uma cobra, presença de marimbondos, trilha cheia de pedras, palestra 
extensa e outros apontaram o calor, pouco tempo para aproveitar a visita entre outras. Mesmo 
assim, quanto aos sentimentos vivenciados na prática 100% dos alunos participantes teceram 
muitos elogios como "boa e ótima", "várias coisas aprendidas", "conhecer novos lugares e 
experiências novas", "muito legal, gostei", "bastante interessante", "divertida”, entre outras 
semelhantes. 
 
Sobre o que aprenderam em relação aos cuidados com o meio ambiente, suas respostas 
foram semelhantes às dispensadas ao questionamento sobre mudanças de atitude tomadas antes e 
depois da trilha onde todos os alunos manifestaram umaforma de preservação como “devemos 
preservá-lo e que para manter é preciso cuidar '', "não jogar lixo no meio”, “devemos respeitar o 
meio ambiente, não poluir, deixar do mesmo jeito que encontramos”, que se as pessoas 
conhecessem teriam o prazer de cuidar, entre outras semelhantes, ter mais amor à natureza e que 
passaram a ter uma visão totalmente diferente do que pensavam sobre a natureza. Sobre o guia, 
opinaram favoravelmente, dizendo que resolveu todas as dúvidas. 
 
Na questão sobre qual à sensação de visitar um ambiente com natureza preservada foram 
unânimes em externar sensações elogiosas também semelhantes as expressadas nos relatos de 
mudança emocional ou conceito ambiental como: ter sensação de paz, felicidade e liberdade ao se 
interagir com a natureza e mais amor, com vontade de cuidar e preservar, se sentiram bem e mais 
livres e que sempre querem voltar. Estas afirmativas deixam claro que experiências prazerosas são 
Revista Querubim – revista eletrônica de trabalhos científicos nas áreas de Letras, Ciências Humanas e 
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muito lembradas e fortes em ligar boas experiências vivenciadas com a necessidade de preservação 
para manter o bem estar. 
 
Resultados semelhantes de sensibilização efetiva em relação às questões ambientais, e 
ganho em conhecimentos sobre ecologia foram apresentados por Costa Filho; Amaral & Abreu 
(2014), usando Trilhas Ecológicas como instrumentos de sensibilização de alunos ao percorrem 
uma trilha guiada, dentro da Mata Atlântica. 
 
Para os alunos da educação básica, o método da educação vivencial (através do corpo) 
mostra-se mais efetivo do que as explicações por meio de palestras. Essa constatação confirma o 
estudo de Mendonça (2007), que aponta que nas vivências é o corpo inteiro que aprende e não 
apenas o cérebro, sendo o aprendizado adquirido através da interação com o meio ambiente ao 
redor do ser e desenvolvendo conceitos e percepções são internalizados e convertidos depois em 
atitudes pró-ambientais. 
 
Considerações finais 
 
Ambas as experiências de Educação Ambiental através de Trilhas Ecológicas 
Interpretativas demonstrou ser eficiente ferramenta transformadora dos conceitos preconcebidos 
dos alunos, como pode ser observado nos resultados das vivências. 
 
Pela análise dos questionários, notou-se que além do conhecimento gerado durante as 
interações e trocas de ideia, os alunos relatam a importância das sensações e sentimentos, 
geralmente positivos, em relação ao contato com o ambiente natural visitado. O despertar para a 
consciência ecológica pode surgir através desses sentimentos. Para muitos, era a primeira vez que 
interagiam com a natureza e Cerrado nativo, o que despertou entusiasmo e sensações prazerosas. 
 
Para além da análise dos questionários, a observação da vivência na trilha e convivência 
entre os participantes fortaleceu o espírito de coletividade e solidariedade entre eles, que interagiram 
de forma harmoniosa e fraterna, em ambas as trilhas com colaboração nas horas mais difíceis e 
compartilhamento de lanches e de momentos divertidos. Dessa forma, a EA em trilhas ecológicas 
pode favorecer uma convivência mais harmoniosa e colaborativa, tanto entre membros da 
comunidade quanto destes com os habitats ainda preservados 
 
E, foi no clima alegre, pleno de deleite pela natureza que os participantes, por si mesmos, 
notaram com criticidade os danos ambientais e se propuseram tanto a preservar mais quanto 
propagar o costume de cuidados com a natureza para outras pessoas. Assim entende-se que o 
aprendizado pela vivência e pelo prazer, tem mais força motivadora que muitas palestras. 
 
Obviamente este estudo também merece maior aprofundamento, para averiguar a real a 
efetividade dessa ação e explorar o potencial que a região de Arraias oferece. Espera-se que este 
trabalho seja apenas o início e que possa servir como referência ou incentivo para futuros 
pesquisadores. 
 
Referências 
BEDIM, B. P. Trilhas Interpretativas como instrumento pedagógico para a educação 
biológica e ambiental: reflexões. BioEd 2004. Anais eletrônicos... Rio de Janeiro: 
Fiocruz/IUBS/UNESCO/LDES, 2004. 
COSTA FILHO, M. V. AMARAL, A. A.; ABREU, K. M. P. Trilhas Ecológicas como 
instrumento de sensibilização para questões ambientais. Enciclopédia Biosfera, v. 10, p. 3635-
3643, 2014. Disponível em: 
<http://www.conhecer.org.br/enciclop/2014a/CIENCIAS%20HUMANAS/Trilhas.pdf>. 
Acesso em: 20 mai. 2016. 
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Ciências Sociais – Ano 13 Nº32 vol. 04 – 2017 ISSN 1809-3264 
 
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LECHNER, Larry. Planejamento, Implantação e Manejo de Trilhas em Unidades de 
Conservação. Cadernos de Conservação. Ano 03, nº 03. Junho de 2006. ISSN 1807-5088. 
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MENDONÇA, Rita. Educação Ambiental Vivencial. In.: Encontros e caminhos-formação de 
educadores ambientais e coletivos educadores. Vol.2.-Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 
Departamento de Educação Ambiental, 2007. Disponível em: 
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NEIMAN, Zysman. A Educação Ambiental através do contato dirigido com a natureza. / 
Zysman Neiman - São Paulo: USP / Curso de Pós-Graduação em Psicologia / Área de 
Concentração: Psicologia Experimental., 2007. xi , 138f. , 5 Anexos. Disponível em: 
<http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47132/tde-19062008-085321/pt-br.php>. 
Acesso em: 10 mar. 2016. 
PILLETI, Claudino. Didática Geral. Universidade Católica de Campinas-SP. 23ª ed. 5ª impr.-São 
Paulo: Editora Ática, 2004. 
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SILVA et al. Trilha Ecológica como prática de Educação Ambiental. Revista Eletrônica em 
Gestão, Educação e Tecnologia Ambiental. REGET/UFSM. v(5), nº 5, p. 705-719, 2012. 
Enviado em 30/04/2017 
Avaliado em 15/06/2017 
 
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AVALIAÇÃO E ADEQUAÇÃO DE TRILHAS ECOLÓGICAS COM FOCO EM 
EDUCAÇÃO AMBIENTAL 
 
 
Paulo Eliardo Morais de Lima5 
Alessandra Monteiro de Paula6 
Diondetson Rocha de Oliveira7 
Maria Luiza de Freitas Konrad8 
 
 
Resumo 
Identificar trilhas já existentes pode nos levar a lugares incríveis que às vezes estão muito mais 
próximos do que imaginamos. Na região de Arraias, TO existem lugares assim. No entanto, são 
necessários estudos para adequá-las a um correto manejo, garantindo a possibilidade de uso 
adequado e seguro para aos visitantes. Este trabalho apresenta pesquisa realizada em três trilhas no 
Município de Arraias - TO, com o objetivo de adequação para Educação Ambiental. Após análise e 
seguiu-se as sugestões, descrição das possibilidades das trilhas e também a concomitante orientação 
aos proprietários, sobre as responsabilidades que envolvem cada atrativo. 
Palavras-chave: Educação Ambiental; Ecoturismo; Trilha Ecológica; Trilha Interpretativa. 
 
Abstract 
Identifying existing tracks can lead us to incredible places that are sometimes much closer than we 
imagine. In the region of Arraias, there are places like this. However, studies are necessary to adapt 
them to a correct management, guaranteeing the possibility of adequate and safe use for the 
visitors. This work presents a research carried out on three tracks in the Municipality of Arraias- 
TO, with the purpose of adapting to Environmental Education. After analysis and followed the 
suggestions, description of the possibilities of the tracks and also the concomitant orientation to the 
owners, on the responsibilities that involve each attraction. 
Key-words: Environmental Education; Ecotourism; Ecologic Trail; Interpretative Trail. 
 
 
Introdução 
 
De acordo com Brasil (2016), o turismo de natureza mantém-se como segundo principal 
motivo em viagens de lazer no país. Entretanto, para Lindberg & Hawkins (2001), essa demanda 
crescente não vem acompanhada de um planejamento e gestão adequados a esses locais. Para 
Lechner (2006) o planejamento de trilhas deve considerar aspectos relacionados à manutenção e 
preservação dos recursos naturais como fauna, flora e recursos hídricos, além de respeitar aspectos 
socioculturais de uma região devendo em seu processo se constituir de planejamento, construção, 
monitoramento e manutenção. 
 
No planejamento, é fundamental a análise de sítio, onde são avaliadas as características 
locais, as limitações físicas e biofísicas da área, além de identificar oportunidades favoráveis aos 
usuários nas diversas estações do ano (2006). 
 
 
5 Graduado em Licenciado em Biologia UFT –Campus de Arraias TO, Brasil, Mestrando em Recursos 
Naturais do Cerrado pela Universidade Estadual de Goiás (UEG), campus Anápolis. 
6
 Professora adjunto da FAV/UnB - Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de 
Brasília. 
7
 Especialista em Geoprocessamento pela Universidade de Brasília. Engenheiro Ambiental no Instituto 
Natureza do Tocantins (Naturatins), Supervisão de Escritório Regional de Arraias. 
8 Professora Associado 3 da Universidade Federal do Tocantins, UFT, Licenciatura em Biologia, Arraias, TO, 
Brasil 
 
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O Brasil ainda não possui um sistema de trilhas em unidades de conservação totalmente 
implementado e nem nas áreas particulares e para tal, deve-se ter as condições mínimas de 
segurança pois os riscos em atividades ao ar livre são grandes Mitraud (2003). 
 
A região de Arraias é cercada de atrativos naturais que carece otimização do atendimento e 
direcionar para Educação Ambiental visando melhorias das condições de visitação, com a finalidade 
de preservação é que se justificou este trabalho que objetivou avaliar a adequação de Trilhas 
Ecológicas em propriedades rurais do município de Arraias, com foco em EA de duas trilhas, 
classificando-as para indicação e também propor orientações gerais e sobre normas de segurança, 
condução consciente, prevenção de riscos e interpretação das trilhas necessárias às atividades em 
trilhas ecológicas. 
 
Material e métodos 
 
Primeiramente procedeu-se a análise de sítio pois para Lechner (2006), um bom 
planejamento inicia-se pelo estabelecimento dos objetivos da trilha e este norteia as demais ações. 
As trilhas analisadas neste trabalho já encontram-se construídas e como verificadas as condições 
junto aos proprietários, faz-se necessária a realização do seu monitoramento, adequação e 
manutenções futuras e para tal foram apontados os trechos mais críticos e as intervenções 
necessárias à sua adequação. 
 
A primeira trilha, no córrego Laranjeiras (circuito inferior), na Fazenda Nova Betânia, com 
aproximados 3,8 km de extensão (ida), e nível técnico moderado/pesado (Figura 1) e a segunda 
trilha, descrita na (figura 1) como trilha 3 no córrego Três Riachos, na Fazenda Santo Antônio, com 
extensão de 1,8km (ida) foram analisadas para posteriormente sugerir melhorias para atingir o que 
preconiza (DCR, 2014). 
 
De acordo com o Departamento de Conservação e Recreação das Trilhas Americanas 
(DCR, 2014), uma boa trilha, para ter sucesso a longo prazo, deve ser planejada para obter a 
sustentabilidade física, de modo que sua estrutura e formato se mantenham firmes ao longo dos 
anos, resistindo tanto as visitações quanto às intempéries do ambiente, Sustentabilidade ecológica, 
através da minimização dos impactos ecológicos e da proteção de recursos naturais e culturais mais 
sensíveis e econômica , garantir o suporte financeiro necessário à manutenção durante todo seu 
ciclo. 
Ma
pa 1 (figura 
1): 
Localização 
da área de 
estudo deste 
trabalho. 
. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Análise de sítio 
 
A análise prévia da pesquisa realizou-se através de conversas com os proprietários, que 
informaram as características das áreas de estudo, o histórico de usos das propriedades e várias 
visitas ao local além do perfil dos visitantes que utilizam as trilhas. As questões apontadas abordam 
a necessidade de recuperação de áreas impactadas e a conscientização dos visitantes e dos 
proprietários de como conduzir o visitante 
 
As áreas analisadas possuem relevante interesse para a preservação, por abrigar nascentes 
de cabeceira do rio Tocantins, cuja bacia hidrográfica abrange toda a região de Arraias. Do ponto 
de vista Geomorfológico, a região de Arraias também faz parte do Grupo Araí, uma importante 
formação geológica de mais de 1,7 bilhões de anos. 
 
Na Trilha 01 – Cachoeiras dos Macacos (circuito inferior), localizado na Fazenda Nova 
Betânia, com sede a 4km da UFT - Campus Buritizinho, no município de Arraias. Possui extensão 
aproximada de 3.770m (três mil setecentos e setenta metros), com ponto inicial na sede da fazenda 
e ponto final na Cachoeira dos Macacos. Para realizar a visita percorre-se esse trecho ida e volta, 
pela mesma rota, num total de 7.540m. 
 
O Sr. Jorge Oliveira informou que as visitas são favoráveis durante a estação seca, que vai 
de março a outubro e inviáveis nos períodos chuvosos e que os maiores impactos ocorrem pela 
visitação descontrolada, sem monitoramento deixando resíduos secos e orgânicos, fogueiras, entre 
outros. Sua pretensão é estabelecer normas de visitação, preferencialmente guiada, bem como 
melhores condições da trilha destinada à contemplação, e também ferramenta de Educação 
Ambiental a determinados grupos, preferencialmente com bom preparo físico. 
 
A Trilha 02 – Na figura 1, corresponde a trilha 3, pois nas visitas avaliou-se uma trilha de 
menor percurso, que sai diretamente da sede da Fazenda Santo Antônio e percorre trechos 
paralelos ao córrego Três Riachos, que o proprietário preferiu obter sugestões, devido à 
proximidade e baixo grau de dificuldade e também por ser um excelente percurso para visitantes 
menos experientes e com baixo preparo físico. 
 
Para o Manual de Construção e Manutenção de Trilhas (SÃO PAULO, 2009) um bom 
planejamento evita maiores problemas no futuro. Caso já ocorra uma trilha antiga, o processo 
envolve percorrer a trilha várias vezes, realizar o monitoramento das condições atuais em que se 
encontra e analisar as possibilidades para a correção dos problemas de maior impacto negativo. 
Esse procedimento ocorreu principalmente na avaliação da trilha da Cachoeira dos Macacos, por 
conter maior quantidade de trechos problemáticos. 
 
A coleta de dados realizou-se através do uso de aparelho com Sistema de Posicionamento 
Global - GPS (sigla em inglês de Global Positioning System), além de anotações, com observações 
relevantes aos objetivos da trilha, e fotografias dos principais pontos de interesse. Realizou-se um 
total de oito (08) visitas, no período compreendido entre 06 de novembro de 2015 a 06 de maio de 
2016, sendo seis na Trilha 01 e duas na Trilha 02 e 3. Duranteas visitas foram identificadas e 
informadas aos proprietários as áreas de maior risco em cada trilha, como bordas de encostas 
íngremes, desníveis acentuados e trechos rochosos, travessias de rio e áreas com probabilidade de 
enxurradas, durante a estação chuvosa. Orientou-se para que realizem intervenções de segurança 
nesses trechos, para garantir uma visitação com mínimo impacto e baixo grau de risco para os 
usuários das trilhas. 
 
Para a classificação, utilizou-se como parâmetros nacionais a Norma Técnica NBR 15505-
2:2008 (ABNT, 2008). Essa classificação mostra-se importante para avaliar se os visitantes têm 
condições físicas para percorrer os circuitos e classifica os percursos com base em quatro critérios: 
1. Severidade do meio, 2. Orientação no percurso, 3. Condições do terreno e intensidade do esforço 
físico. 
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Resultados e discussões 
 
A trilha 01, da cachoeira dos macacos, é do tipo Linear (LECHNER, 2006), que liga um 
ponto a outro e exige o regresso pelo mesmo caminho. De acordo com os critérios da NBR 15505-
2, a Trilha 01 Severidade do mediana, orientação no percurso exige identificação referencial, as 
condições do terreno com obstáculos, requer intensidade de esforço físico significativo. Recebe a 
classificação moderada, pois apresenta longo trecho em desnível, com 3 a 7 horas de caminhada ao 
dia. O piso da trilha encontra-se em boas condições em praticamente 2/3 do traçado, necessitando 
algumas intervenções nos trechos restantes para garantir sua estabilidade a longo prazo. Os locais 
mais prejudicados apresentam princípios de erosões, as quais devem ser contidas o quanto antes, 
para evitar maiores estragos. Alguns trechos apresentam-se perigosos para usuários inexperientes, 
sendo que precisam receber guarda-corpos e corrimãos, nas encostas de morro e desníveis 
acentuados (acima de 20% de inclinação). 
 
Um pequeno trecho da trilha passa por um campo úmido, mas pode ser facilmente 
desviado pois foram encontrados exemplares do Capim Dourado (Syngonanthus nitens), mostrando-se 
um trecho com potencial para pesquisa e podendo ser isolado para este fim. Outros trechos até a 
cachoeira necessitam e capina havendo maior urgência, entretanto, nas correções de piso e 
drenagens de águas pluviais.O nível desses impactos, segundo Mitraud, 2003, pode variar, de 
acordo a intensidade de visitação, comportamento do visitante, tipo de vegetação na área de 
visitação principalmente nos recursos naturais e para isto também sugeriu-se a mudança de trajeto 
para evitar passarem pelo campo de capim dourado. 
 
A área da Cachoeira dos Macacos (circuito inferior), possui a maior queda do córrego 
laranjeiras, com aproximados 15m de altura, e uma excelente piscina natural, com trechos rasos (até 
1m) e profundos (podendo atingir mais de 4m). A cor da água é de um tom ciano, muito cristalina 
quando em repouso. Possui ainda outros pequenos poços rio acima, com acesso ainda precário 
necessitando reparo pela margem direita do leito. Por essas características podem ser criadas neste 
circuito: 
 
Ecoturismo - pela presença de belezas cênicas, habitats preservados, trilhas moderadas de curta 
distância (até 15 km), mirantes, observação de fauna e flora, córregos, nascentes e o atrativo 
Cachoeira dos Macacos. 
 
Educação Ambiental - por conter diversas fitofisionomias do bioma Cerrado, áreas preservadas e 
degradadas (exemplos de impactos positivos e negativos da ação antrópica), nascentes e Áreas de 
 
Proteção Permanente - APP (áreas de relevante interesse à preservação), observação de hábitos da 
fauna nativa (avistamento de pegadas, quebradores de coco, ninhos etc.), exposição dos ciclos 
naturais e das formações rochosas etc. 
 
Pesquisa - onde apresenta alta biodiversidade do bioma Cerrado, diversas fitofisionomias, presença 
de fauna nativa, espécies endêmicas da flora (como o Syngonanthus nitens e as Velozzias sp.), ciclos 
naturais e habitats preservados, microbacia do rio Arraias, formação geológica do Grupo Araí (~1,7 
bilhões de anos) potencial para estudos de recuperação de áreas degradadas (trecho de extração de 
minério abandonado) etc. 
 
Extrativismo - por apresentar diversas espécies frutíferas, oleaginosas, medicinais, de uso artesanal 
entre outras. A trilha favorece bastante a coleta de frutos nativos como o Baru (Dipteryx alata), a 
Cagaita (Eugenia dysenterica), o Cajuí (Anacardium sp.), o Jatobá (Hymenaea sp.), a Mangaba (Hancornia 
speciosa) e outras Também mostra excelente potencial para coleta de sementes para produção de 
mudas nativas. 
 
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Também foram repassadas orientações ao proprietário para tomar medidas preventivas em 
um trecho com baixo nível de segurança, no último terço da trilha, onde são necessárias a instalação 
de corrimãos e guarda-corpos para evitar algum acidente grave. Para utilização na Educação 
Ambiental com alunos da educação básica, deve-se corrigir os trechos avaliados com risco elevado. 
A trilha 02, das cachoeiras da roda d'água e dos três riachos está localizada na fazenda Santo 
Antônio. Trata-se de uma trilha Linear (LECHNER, 2006), com classificação mais leve que a 
primeira, podendo ser percorrida por qualquer pessoa que goze de boa saúde. O circuito tem 
extensão total de 3.600m (ida e volta), com ponto Inicial e final na sede da fazenda, e contempla 
dois atrativos: 1) Cachoeira da Roda D'água, a 730m de trilha do ponto inicial; 2) Cachoeiras dos 
Três Riachos, a 1.800m do ponto inicial (ponto final do traçado). A trilha 02 é relativamente fácil de 
ser percorrida, podendo ser visitada por uma maior gama de perfis dos visitantes. Tem poucos 
trechos técnicos, descidas suaves e terreno com poucas irregularidades em alguns trechos. 
 
Segundo Lechner, 2006, o design de uma trilha deve atender às expectativas de seus 
visitantes e ser adequado aos perfis que pretende-se receber no local. É importante especificar os 
trechos destinados a cada tipo de uso, e estabelecer regras de conduta e preferência nos trechos de 
uso comum. 
 
Essa trilha é classificada com severidade média, orientação no percurso, com caminho que 
indica a continuidade, Condições do terreno irregular, intensidade de esforço físico moderado, 
apresentando, portanto, oportunidades similares às anteriores, com o diferencial de poder receber 
diferentes perfis de visitantes, incluindo estudantes da educação básica por possuir um potencial 
para se trabalhar a Educação Ambiental através de trilhas interpretativas. As trilhas interpretativas 
devem ser preferencialmente curtas, pois possibilitam maior tempo para as paradas em lugares 
estratégicos. O circuito Três Riachos apresenta baixa declividade, diversas fitofisionomias, plantas 
endêmicas, veredas, belezas cênicas, pouco desnível, áreas históricas, oferecendo boas 
oportunidades para estudar diferentes aspectos do meio. As visitas podem ser facilmente 
conduzidas por um Guia, por Condutor ou pelo professor responsável, desde que já conheça a 
trilha. 
 
Considerações finais 
 
Cada circuito oferece um tipo de visita diferenciado, que serve a diversos perfis de 
visitantes. Com essas trilhas abertas, pode-se oferecer caminhadas em três níveis técnicos, todas 
com belezas cênicas, observação de fauna e flora, ambientes com pouca intervenção humana, água 
limpa, cachoeiras e mirantes, além da pré-histórica formação geológica do Grupo Araí. 
 
Após análise das condições atuais das propriedades seguiu-se a recomendação de que em 
ambas as propriedades sejam disponibilizadas no receptivo,informações técnicas sobre as trilhas, 
disponíveis neste trabalho, com distâncias, nível de dificuldade, tempo médio de caminhada e da 
visita por completo, mapas e gráfico de altimetria; além do valor do ingresso caso haja cobrança e o 
que está incluso na visita; bem como, valores dos serviços de condutor ou guia. 
 
Em ambas as trilhas, realizar reparos e monitoramento das trilhas com manejo dos aclives e 
declives acima de 20% de inclinação com a implementação de degraus rústicos, barreiras de 
contenção e bacias de drenagem, melhorar a estrutura do piso (alargar) e a quebra de talude 
(encostas de morro) onde for necessário, para facilitar o deslocamento e garantir estabilização da 
trilha a longo prazo, realizar a limpeza do piso e do corredor da trilha, para facilitar o deslocamento, 
melhorar a visibilidade e aumentar a segurança dos visitantes, avaliar trechos do traçado que passam 
por campos úmidos, mudando o traçado da trilha e também providenciar corrimão em trecho de 
maior risco e implementar passagem seca, por cima de rochas na travessia de córregos, 
especialmente na trilha 1. 
 
Recomendações para condução nas duas trilhas (visitas guiadas): realizar palestra inicial 
com os visitantes, para esclarecer as normas de visitação do local, informar sobre o nível técnico 
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dos circuitos e averiguar a capacidade física de acordo com a classificação da trilha e perfil dos 
visitantes; informar também os cuidados com a segurança, como evitar sair do traçado da trilha, 
observar aonde está pisando ou colocando as mãos, não caminhar à frente do guia ou condutor e 
manter o grupo sempre unido, andar sempre em fila indiana, não se afastar do grupo e seguirem as 
recomendações dos guias evitando afogamentos. 
 
As duas trilhas analisadas apresentam uma boa estrutura física, com traçados interessantes 
para caminhadas em diferentes distâncias e níveis técnicos. Alguns trechos, como se encontram as 
trilhas dos Três Riachos, já podem receber alunos adolescentes, já a trilha da cachoeira dos 
macacos, no entanto, necessita de intervenções de segurança, manejo hídrico, prevenção de erosões 
e limpeza. Ambas carecem de algumas melhoras e com a devida atenção antes de receber visitantes 
 
Referências 
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com atividades de caminhada: Parte 2: Classificação de percursos. Rio de Janeiro, 2008. 16 p. 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. Projeto 54:003.01-001: 
Turismo de Aventura : Condutores : Competência de Pessoal. Rio de Janeiro, 2005. 6 p. 
BRASIL. Ministério do Turismo - MTur. Estatística básica do turismo. Estudo da Demanda 
Turística Internacional: Brasil-2015. FIPE - Fundação Instituo de Pesquisas Econômicas. 2016. 
Disponível em: <http://www.dadosefatos.turismo.gov.br/estat%C3%ADsticas-e-
indicadores/estat%C3%ADsticas-b%C3%A1sicas-de-turismo.html>. Acesso em 27 set. 2016. 
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Best Practices Manual. American Trails. Redding, CA: October, 2014. Disponível em: 
<http://atfiles.org/files/pdf/MA-Trails-Guidelines-Best-Practices.pdf> Acesso: 02 set 2016 
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dos Veadeiros. United States Florestal Service-USFS. Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros. 
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade-ICMBio/MMA. Cavalcante; Alto 
Paraíso: 12 a 14 de setembro de 2016. 
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LINDBERG, Kreg; HAWKINGS, Donald E. (editores). Ecoturismo: um guia para planejamento 
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MITRAUD, Sylvia (org.). Manual de Ecoturismo de Base Comunitária: Ferramentas para um 
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Acesso em: 16 ago 2016. 
Enviado em 30/04/2017 
Avaliado em 15/06/2017 
 
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SUBPROJETO PIBID DE EDUCAÇÃO FÍSICA: A TEMATIZAÇÃO DO CONTEÚDO 
ESPORTE E AS QUESTÕES PEDAGÓGICAS ADVINDAS DO PROCESSO 
 
 
Paulo Rogério Barbosa do Nascimento9 
Eduardo da Silva Guimarães10 
 
 
Resumo 
Este estudo analisa o subprojeto Pibid de Educação Física, desenvolvido pela Universidade 
Regional do Cariri (Urca), tendo a pesquisa-ação como delineamento metodológico. Os 
participantes foram os integrantes e usuários do projeto. Os dados foram coletados e categorizados 
a partir de documentos de planejamento, relatos de experiências, encontros de estudo e observação 
das intervenções práticas, mediante o uso de diário de campo. O desenvolvimento do projeto 
resultou em acréscimo de conhecimento em relação aos conteúdos e métodos de ensino específicos 
da Educação Física e maior coerência na relação entre teoria e prática. 
Palavras-chave: Educação Física. Pibid. Esporte. 
 
 
Resumen 
Este estudio analiza el subproyecto Pibid de Educación Física, desarrollado por la Universidade 
Regional do Cariri (Urca), considerando la investigación-acción como diseño metodológico. Los 
participantes fueron los integrantes y usuarios del proyecto. Se recogió y se categorizó los datos a 
partir de documentos de planeamiento, relatos de experiencias, encuentros de estudio y observación 
de las intervenciones prácticas, de acuerdo con el uso de diario de campo. El desarrollo del 
proyecto resultó en creces de conocimiento en relación a los contenidos y métodos de enseñanza 
específicos de la Educación Física y mayor coherencia en la relación entre teoría y práctica. 
Palabras-clave: Educación Física. Pibid. Deporte. 
 
 
Introdução 
 
Este texto apresenta a fundamentação de base do subprojeto Pibid do curso de 
Licenciatura em Educação Física da Universidade Regional do Cariri (Urca). Traz, também, 
aspectos da sua implementação, bem como faz uma reflexão sobre o trajeto percorrido, 
considerando as questões pedagógicas advindas do seu processo de desenvolvimento, ocorrido em 
2014 e 2015. 
 
O objetivo do estudo é analisar, de maneira contextualizada, as questões pedagógicas que 
atravessaram o desenvolvimento do projeto. 
A necessidade de compreender o processo de formação docente a partir de uma 
metodologia de ensino-aprendizagem ativa e aproximada da realidade de atuação justifica a 
realização desta pesquisa, e possibilita avançar na qualidade das intervenções junto aos acadêmicos 
bolsistas do Pibid. 
 
Destarte, apresenta-se a seguir, os procedimentos adotados na realização da pesquisa, bem 
como a organização inicial do projeto, a sua fundamentação, o tema objeto de estudo, a forma de 
desenvolvimento do projeto, as questões pedagógicas que surgiram na trajetória dos estudos e as 
decisões ou direções que foram efetivadas. 
 
9 Mestre em Educação nas Ciências – Unijuí/Ijuí-RS 
Professor do Curso de Licenciatura em Educação Física da Universidade Regional do Cariri-Crato/CE 
10 Mestre em Saúde Coletiva pela Universidade Católica de Santos / Santos-SP 
Professor do Curso de Licenciatura em Educação Física da Universidade Regionaldo Cariri-Crato/CE 
 
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Procedimentos metodológicos 
 
A pesquisa possui caráter qualitativo, sendo o delineamento de pesquisa-ação o 
procedimento metodológico básico para dinamizar o projeto e compreender o processo. A 
pesquisa-ação tem como característica o envolvimento de sujeitos em ações de resolução de 
problemas contextualizados na relação com a experiência e apoiados em pressupostos teóricos 
específicos (THIOLLENT, 2011). 
 
Participaram do estudo, 40 acadêmicos do curso de Licenciatura em Educação Física da 
Universidade Regional do Cariri (Urca), bolsistas do Projeto Institucional de Iniciação à Docência 
(Pibid – Capes/Urca), dois professores da universidade que desempenharam a função de 
coordenadores do projeto, cinco professores de Educação Básica com a função de supervisores 
junto aos acadêmicos de Educação Física e 100 alunos da rede pública municipal de Crato/CE. 
 
Todos os participantes foram devidamente informados sobre o caráter do projeto Pibid e 
das inerentes pesquisas, obtendo ciência por intermédio de documento específico e concedendo 
anuência quanto a sua participação no projeto e nas pesquisas. 
 
A coleta dos dados foi realizada em 2014 e 2015 durante o processo de condução e 
acompanhamento sistemático dos estudos e intervenções junto aos participantes da pesquisa. 
Utilizou-se a análise de registros documentais, como planejamentos, relatórios e relatos de 
experiência. Também foram realizadas análises das intervenções dos acadêmicos bolsistas na escola 
e nas oficinas temáticas. O diário de campo foi utilizado para fazer as anotações das questões 
surgidas e encaminhadas nos encontros sistemáticos de estudo. Os dados de análise coletados 
surgiram de questões-problemas identificadas tanto na compreensão teórica relativa aos estudos 
realizados, como na intervenção junto aos escolares. Esses dados foram agrupados em categorias 
que deram a perspectiva do movimento do processo de ação/reflexão/ação. 
 
As categorias analíticas da pesquisa referem-se: a) Questões-problemas: às compreensões 
conceituais de competência para o planejar e atuar, assim como às situações relacionadas à 
intervenção prática no âmbito da escola; b) Possíveis causas: à possível natureza das questões-
problemas surgidas; c) Encaminhamentos: às ações teóricas e práticas levadas a efeito para 
solucionar questões-problemas; d) Desdobramentos: aos resultados efetivos do processo reflexivo e 
da atuação prática. 
 
De maneira discursiva, o texto a seguir apresenta o subprojeto, a apresentação e análise dos 
dados, respeitando a sequência dos acontecimentos a fim de demonstrar o movimento de 
constatação, buscam, encaminhamento, retomada e avanços que ocorreram de forma inter-
relacionada. 
 
O subprojeto Pibid de Educação Física da Universidade Regional do Cariri (Urca) 
 
O Projeto Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (Pibid) do curso de Licenciatura 
em Educação Física da Universidade Regional do Cariri (Urca) objetiva a interação do acadêmico 
com o contexto de atuação, articulando pressupostos teóricos que fundamentam a ação docente, 
tendo em vista a especificidade da Educação Física. 
 
A justificativa do projeto considera que a profissão docente é investida de uma 
complexidade que reporta a questões técnicas, pedagógicas, éticas e filosóficas (GONZÁLEZ; 
FENSTERSEIFER, 2009). A percepção dessa complexidade na articulação com o “fazer” se 
coloca no sentido de dar “identidade” reflexiva enquanto professores de uma área do conhecimento 
(SCHÖN, 2000). 
 
Compreende-se que o “imaginário social” da Educação Física enquanto componente 
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curricular na escola ainda comporta entendimentos que a relacionam ao exercício físico, numa 
relação descontextualizada e pautada na ideia de causa e efeito, tendo por base e justificativa os 
possíveis efeitos fisiológicos benéficos no organismo de quem se exercita. A ideia básica é de uma 
atuação “sobre” o corpo do sujeito. 
 
A proposta desenvolvida pelo projeto Pibid diz respeito ao conhecimento das práticas 
corporais criadas, transformadas e significadas pelo homem ao longo de sua história. Elege-se, pois, 
o Esporte, como um tema que comporta uma diversidade de lógicas internas11 e atravessamentos 
de significados/sentidos socioculturais. 
 
O porquê do tema “Esporte” 
 
Ao longo do processo de constituição da Educação Física o Esporte se constituiu em tema 
central com duas conotações básicas – aptidão física e possibilidade de subsidiar o sistema 
esportivo – dois pressupostos que guiaram as intervenções pedagógicas. Após diversas críticas12 
advindas do cenário acadêmico percebeu-se um arrefecimento nessa forma de tratar o esporte nas 
aulas de Educação Física. Surgiu, então, o primado do lúdico, do jogar, do divertir-se (DARIDO; 
RANGEL, 2005). 
 
Os dois polos, contudo, eram antagônicos em relação à forma de tratar o Esporte neste 
componente curricular. A falta estava na pouca consistência prática nas proposições de caráter 
crítico ou, em alguns casos, até na sua ausência. A crítica questionou as práticas de intervenção 
pedagógica que não dão conta de uma educação pautada na ideia de formação cidadã plena, tendo 
como sustentação um ideal republicano13. Vive-se neste cenário uma espécie de “hiato” que 
provoca um debate sobre “uma transição”, se não totalmente estéril, ainda com dificuldades de 
apontar/ desenhar uma nova prática pedagógica, consubstanciada nos pressupostos teóricos de 
caráter crítico/progressista (GONZALEZ; FENSTERSEIFER, 2009). 
 
O subprojeto de Educação Física do Pibid partiu da compreensão do Esporte não como 
“atividade” e sim como “conteúdo” (GONZÁLEZ; BRACHT, 2012). Os autores entendem o 
esporte como uma manifestação da cultura humana, que se apresenta de forma plural, tanto nas 
suas conformações estruturais e/ou lógicas internas como nos usos e significados sociais que estão 
atrelados ao fenômeno. Estudar o esporte na Educação Física, portanto, significa apropriar-se de 
conhecimentos, considerando as dimensões procedimentais (Saberes Corporais) e os Saberes 
Conceituais de caráter operacional e ou crítico (GONZÁLEZ; FRAGA, 2009). Exige, também, 
uma organização dos saberes, considerando a sua hierarquização por níveis de complexidade, bem 
como a escolha de estratégias adequadas para ensinar os diferentes saberes que compõem o 
fenômeno e que são de natureza diferenciada14 (GONZÁLEZ; BRACHT, 2012). 
 
Considerando os pressupostos e objetivos do projeto Pibid e a sua base conceitual, o 
desafio que se coloca é como operacionalizá-lo de maneira que não seja linear, estanque, no 
formato de uma disciplina acadêmica. Passa-se, assim, a relatar a organização do projeto e os 
 
11 Características estruturais e regulamentares das práticas esportivas que condicionam o comportamento 
motor e as tomadas de decisões dos praticantes. 
12 Este cenário desencadeou a formulação de pressupostos orientadores do que se chama Educação Física 
crítica/progressista, que visa compreender os temas/conteúdos da área como construções sócio-históricas 
passíveis de serem estudados, compreendidos, reformulados, tensionando-se sentidos e significados dos 
fazeres humanos com e nas práticas da cultura corporal de movimento. 
13 Pressuposto básico no qual os autores citados alicerçam as suas elaborações e proposições em relação à 
Escola e à Educação Física. Basicamente, é a convicção de que a escola deveveicular conhecimentos e 
estimular o desenvolvimento de capacidades intelectuais que potencializem as novas gerações a se implicarem 
com o “mundo” do qual fazem parte, tendo o bem comum como princípio básico em suas tomadas de 
decisões e ações. 
14 Algo na escola a ser “compreendido” e não somente para ser “praticado”, com objetivo exclusivo de 
recreação e ou alterações fisiológicas. 
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desdobramentos advindos desse processo. 
 
A organização do projeto: estudos iniciais 
 
Primeiramente, apresentou-se o projeto a todos os participantes. O projeto abrangeu um 
total de 40 acadêmicos de diversos semestres do curso de Educação Física da Urca, além de cinco 
professores supervisores, distribuídos em cinco escolas dos municípios cearenses de Crato e Iguatu. 
 
A apresentação e o início dos estudos do subprojeto de Educação Física se pautaram na 
discussão da base conceitual geradora do projeto sobre a qual já se discorreu neste estudo. 
 
O estudo inicial buscou reafirmar o conteúdo Esporte na sua complexidade e identificar, 
em linhas gerais, os seus conteúdos específicos. Para identificar a pluralidade de conteúdos atrelados 
ao tema Esporte utilizou-se a classificação dos tipos de esportes apresentada por González e Fraga 
(2012). Os autores consideram um grupo de esportes que possui interação direta com o oponente e 
outro grupo de esportes que não possui essa mesma interação. Dentro de cada grupo se desdobram 
subgrupos que possuem lógicas internas e/ou critérios de funcionamento diferenciados. 
 
Constatou-se, inicialmente, a diversidade de lógicas esportivas, cada uma demandando 
conhecimentos específicos. Junto aos acadêmicos comprovou-se o que já era denunciado há tempos 
na área de Educação Física, ou seja, que tradicionalmente são veiculados na escola os esportes de 
invasão: futsal ou futebol, handebol e basquetebol e, em alguns casos se aborda o atletismo (esporte 
de marca). Fica, portanto, fragilizada a intenção de se tratar a diversidade da cultura corporal de 
movimento na escola, especialmente quando se constata que nem mesmo a pluralidade de práticas 
esportivas (conteúdo tradicional) é acessada/estudada na escola. 
 
Os constantes diagnósticos sobre as vivências na Educação Física escolar realizados com 
acadêmicos de Educação Física que ingressam na universidade reforçam esta afirmação. Em seus 
relatos sobre o histórico escolar de Educação Física constatou-se a inexistência de experiências 
relativas a um aprendizado escolar sistematizado ou, então, a presença de experiências pouco 
consistentes em relação ao aprendizado sobre uma variedade de práticas esportivas. 
 
Solicitou-se aos acadêmicos bolsistas do programa, o estudo e a construção do quadro de 
classificação dos esportes, conforme o referencial teórico estudado, o que resultou em surpresas 
diante da diversidade de saberes. Baseados no referido quadro de classificação dos esportes passou-
se à escolha dos temas que seriam abordados nas intervenções junto aos escolares. O critério básico 
de cada grupo era abordar, simultaneamente, no seu âmbito de intervenção, em um dado período 
de tempo, um esporte classificado como de interação direta com o oponente, e outro esporte sem 
interação direta com o oponente. 
 
A partir desses estudos e decisões os acadêmicos foram instigados a pesquisar e a construir 
oficinas temáticas que apontassem possibilidades de tratamento pedagógico de práticas esportivas 
diversas, iniciando, assim, os seus planejamentos de intervenção. 
 
Relato e análise do processo de condução do projeto 
 
O grupo de acadêmicos era mesclado, sendo que alguns já foram bolsistas do subprojeto 
Pibid de Educação Física em edição anterior, outros eram recém-ingressos no projeto, ou eram de 
semestres mais adiantados ou, ainda, de semestres iniciais do curso de Educação Física. Esta 
configuração do projeto permitiu uma intensa troca de conhecimentos em relação ao planejamento 
escolar, pois acadêmicos vinculados há mais tempo no projeto foram monitores dos recém-
chegados. 
 
Foi-lhes solicitado a elaboração de oficinas de ensino dos esportes escolhidos por cada 
grupo de trabalho, sendo desafiados a tematizar lógicas esportivas não tradicionais no cenário 
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escolar. As oficinas eram desenvolvidas entre os acadêmicos, numa espécie de laboratório, onde 
eram compartilhadas análises e sugestões sobre o conteúdo e a metodologia de ensino. 
 
As primeiras oficinas desenvolvidas pelos acadêmicos bolsistas e compartilhadas entre eles 
ocorreram de forma satisfatória, porém, numa avaliação os acadêmicos demonstraram certa 
preocupação com a possibilidade delas se esgotarem por si só, ou seja, não subsidiarem um 
planejamento de longo prazo. Mesmo assim, as primeiras intervenções no contexto escolar 
ocorreram, e os grupos de trabalho demonstraram segurança e domínio dos conteúdos e 
planejamentos. 
 
Como um dos desafios era tratar os conteúdos de forma hierarquizada e sequencial no 
contexto da intervenção, considerando o seu grau de dificuldade e as características do público alvo, 
produzindo um conhecimento distante do ato de praticar por praticar, surgiu a problemática: o 
tempo de estudo (12 aulas) do conteúdo era insuficiente. Assim, o grupo decidiu tratar os 
conteúdos em 24 aulas seguidas. 
 
A dinâmica de intervenção ocorreu da seguinte maneira: em cada escola permaneceram 
dois grupos de acadêmicos, cada um com quatro integrantes. Todos os grupos planejaram conteúdo 
relativo aos esportes de interação direta com oponente e esportes sem interação direta com 
oponente, considerando o público participante do projeto e as condições estruturais dos locais de 
seu funcionamento. Um grupo em cada escola desenvolveu o planejamento e a intervenção a partir 
de uma perspectiva que eles mesmos nomearam de “lúdica”, enquanto outro grupo da mesma 
escola desenvolveu o planejamento e a intervenção numa perspectiva nomeada “técnica”. 
 
A compreensão do grupo de acadêmicos referente à metodologia de ensino dos esportes 
transitou, portanto, entre estes dois conceitos: lúdico e técnico, muitas vezes tidos como opostos. 
Basicamente, compreende-se que ensinar a partir da técnica é considerado método “técnico”, 
enquanto ensinar por meio de situações jogadas, brincadas, é tido como método “lúdico”. A 
constatação dessa dualidade na concepção do método está relacionada com o intenso 
questionamento da área de Educação Física quanto a um ensino pautado no gesto técnico, que 
colocou ensino técnico e lúdico em “oposição diametralmente opostas” (BRACHT, 2000, p. 17). O 
autor afirma que esta oposição não é interessante e reconhece que ambas as dimensões estão 
presentes nas práticas humanas. Ademais, a superdimensionalização de um polo em oposição a 
outro não contribui para a compreensão dessa complexidade. 
 
Esta constatação instigou os grupos a planejar (no decorrer do projeto) estudos que 
pudessem ampliar a compreensão de métodos e ou estratégias de ensino, extrapolando a dualidade 
técnico/lúdico. A dificuldade inicial residiu no fato de que nem todos os acadêmicos dominavam as 
variações dos métodos de ensino dos esportes. 
 
Esta constatação foi reforçada quando alguns acadêmicos bolsistas expressaram que uma 
das necessidades e ou dificuldades do grupo era buscar ou detectar “atividades para as aulas”. 
Entendeu-se tal colocação como a necessidade de “dar conta da aula” (ter atividades), reforçando a 
compreensão detectada por eles mesmos e citada anteriormente,de que as oficinas realizadas pelos 
próprios acadêmicos com a finalidade de trocar conhecimento entre seus pares e subsidiar os 
planejamentos, em alguns casos, se esgotavam em si mesmas. De certa forma isto mostra a 
relevância do processo continuado das trocas de experiências, cuja constatação também é verificada 
na postura de professores com perfil de investimento docente15, que se ressentem da falta desses 
momentos de trocas entre seus pares (FENSTERSEIFER; SILVA, 2001). 
 
No momento da escolha de novos temas de estudo houve hesitação, reconhecida pelos 
acadêmicos e originada, entre outras questões, pelo conhecimento limitado de outras lógicas 
 
15 Característica do professor que investe no cumprimento das prerrogativas de sua função, exercendo todas 
as etapas necessárias para ensinar e ainda ousa no desenvolvimento de práticas docentes inovadoras. 
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esportivas, uma vez que os esportes de invasão, que estão mais presentes na escola, já haviam sido 
representados nas intervenções anteriores. Assim, a classificação dos esportes que empolgou por 
mostrar diversidade, passou a ser um “problema”, pois sair do “tradicional” passou a inquietar... 
Uma das dificuldades foi justamente a escolha de subtemas relativos aos esportes “sem interação 
direta com oponente”. 
 
Esses dilemas ocorrem, inclusive, na atuação cotidiana de professores já formados, ou seja, 
quando não há clareza do que ensinar, não se consegue definir a forma de ensinar e tampouco a 
forma de avaliar. A fala de uma professora supervisora participante da pesquisa revela que “tratar 
com os alunos, na escola, de questões teóricas não era um problema para ela, mas tratar da parte prática do ensino 
dos esportes se constituía de fato um problema”. 
 
Quando há esse dilema, a tendência é que se repitam práticas tradicionais em termos de 
conteúdos e procedimentos, sem avançar em proposições de ampliação de saberes, consideração 
das dimensões do conteúdo e métodos de ensino que considerem os participantes do processo de 
ensino-aprendizagem como ativos e engajados (ALMEIDA; FENSTERSEIFER, 2006). 
 
A partir dessas constatações, a proposições foram: a) compreender melhor o que é 
conteúdo e suas dimensões; b) aprender sobre a estrutura interna (de conteúdos) de práticas 
esportivas não tradicionais no contexto escolar; c) compreender melhor sobre possibilidades 
metodológicas de ensino dos esportes. 
 
O quadro analítico a seguir demonstra, de maneira esquemática, o conteúdo discorrido ao 
longo deste estudo. 
 
Quadro 1. Quadro analítico das questões que perpassaram o movimento de estudo dos 
grupos de acadêmicos e professores bolsistas do Pibid 
 
Questões problemas Possíveis causas Encaminhamentos Desdobramentos 
Desconhecimento da 
variedade de lógicas 
esportivas. 
Pouca vivência escolar de 
Educação Física. 
Falta de vivência esportiva no 
cotidiano de vida. 
Não ter cursado disciplinas 
específicas de Esporte no 
curso de Educação Física. 
Estudo das lógicas 
esportivas a partir da 
classificação de González 
e Bracht (2012). 
Pesquisa sobre diversos 
esportes. 
Planejamento e testagem 
de oficinas temáticas de 
ensino dos esportes. 
Planejamento de 
intervenção na escola. 
Ampliação de conhecimentos 
sobre lógicas esportivas. 
Ampliação de conhecimentos 
de possibilidades 
metodológicas para abordar 
esportes tradicionais e não 
tradicionais na realidade 
escolar. 
Desconhecimento da 
estrutura de conteúdo. 
Dificuldades de compreensão 
do é conteúdo. 
Confundir conteúdo com 
atividade. 
Estudo sobre o que é 
conteúdo. 
Estudo dos princípios de 
planejamento, conteúdo e 
público-alvo. 
Planejamentos melhor 
estruturados. 
Planejamentos de prazo 
maior. 
Maior capacidade de verificar 
aprendizagens. 
 Dualidade do método de 
ensino: técnico/lúdico. 
Assimilação de compreensões 
contrárias ao ensino da 
técnica e de supervalorização 
do lúdico como elemento 
fundamental do contexto de 
aula. 
Desconhecimento de 
métodos diversificados para o 
ensino dos esportes. 
Estudo sobre experiências 
diversificadas no ensino 
dos esportes. 
Compreender a relação 
objetivo-conteúdo e método, 
apropriando-se de princípios 
para melhorar o ensino. 
Variações nas formas de 
ensinar. 
Maior versatilidade para 
compreender a lógica de 
modalidades esportivas e 
adequar pedagogicamente o 
ensino, como o local de 
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prática, materiais e público-
alvo. 
Fonte: dados da pesquisa (2014/2015). 
 
Considerações finais 
 
O modelo de formação docente proposto pelo projeto Pibid e o formato do subprojeto de 
Educação Física da Urca, relatados com alguns desdobramentos, rompem com a ideia da formação 
“aplicacionista”, reduzindo a dicotomia entre teoria e prática. A interação do acadêmico nesse 
processo requer mobilização e postura mais ativa, reconhecendo o locus de intervenção como 
espaço gerador de confrontos, que geram temas de estudo, novos posicionamentos e fazeres... 
Tratados de forma coletiva, levam à antecipação das questões que adentram as salas de aula das 
disciplinas do curso de graduação, enriquecendo o processo de ensino-aprendizagem. 
 
A interpretação e compreensão do processo relatado embasam novas proposições e a 
qualidade das intervenções junto aos acadêmicos do projeto Pibid. 
 
Referências 
ALMEIDA, L.; FENSTERSEIFER, P. E. O que ensinar e aprender nas aulas de educação física na 
escola? Lecturas, educación física y deportes. Revista digital. Buenos Aires, año 11, nº 102, 2006. 
BRACHT, V. Esporte na escola e esporte de rendimento. Revista Movimento, ano VI, n. 12, 2000/1. 
DARIDO, S. C.; RANGEL, I. C. A. Educação Física na escola: implicações para a prática pedagógica. 
Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2005. 
FENSTERSEIFER, P. E.; SILVA, M. A. Ensaiando o “novo” em Educação Física escolar: a 
perspectiva de seus atores. Revista Brasileira de Ciências do Esporte. Florianópolis, v. 33, n. 1, p. 119-
134, jan/mar. 2001. 
GONZÁLEZ, F. J.; FENSTERSEIFER, P. E. Entre o “não mais” e o “ainda não”: pensando 
saídas do não-lugar da EF escolar I. Caderno de Formação RBCE, 1, p. 9-24, 2009. 
______; BRACHT, V. Metodologia do ensino dos esportes coletivos. Vitória: UFES, Núcleo de Educação 
Aberta e a Distância, 2012. 
______; FRAGA, A. B. Afazeres da Educação Física na escola: planejar, ensinar, partilhar. Erechim, RS: 
Edelbra, 2012. 
______; ______ (Orgs.). Referenciais curriculares do Estado do Rio Grande do Sul: linguagens, códigos e 
suas tecnologias. Porto Alegre: Secretaria Estadual da Educação do RS, v. 2, p. 113-181, 2009. 
SCHÖN, D. A. Educando o profissional reflexivo: um novo design para o ensino e a aprendizagem. 
Trad. Roberto Cataldo Costa. Porto Alegre: Artmed, 2000. 
THIOLLENT, M. Metodologia da pesquisa-ação. São Paulo: Cortez, 2011. 
Enviado em 30/04/2017 
Avaliado em 15/06/2017 
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O PROFESSOR/ MILITANTE DA EDUCAÇÃO DO CAMPO: 
A IGREJA COMO ALIADA 
 
 
Paulo Vitor de Souza Pinto16 
Adriana Penna17 
 
Resumo 
O presente artigo, trata da importância da Igreja Católica como aliada no processo histórico de 
permanente construção da educação brasileira, desde o Concilio Vaticano II e os movimentos 
sociais de luta pela terra, até a formação

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