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Aula 12
Direito Tributário p/ TRF 5ª Região (Analista Judiciário - Área Judiciária) Pós-Edital
Professor: Fábio Dutra
09279989200 - Maria Deusa Amorim Duarte
 
 
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DIREITO TRIBUTÁRIO ± TRF 5ª REGIÃO ± ANALISTA JUDICIÁRIO 
Curso de Teoria e Questões Comentadas 
Aula 12 - Prof. Fábio Dutra 
 
AULA 12: Garantias e Privilégios do Crédito 
Tributário, Administração Tributária e CTN ± 
Disposições Finais e Transitórias 
 
 
SUMÁRIO PÁGINA 
Observações sobre a aula 01 
Garantias e Privilégios do Crédito Tributário 02 
Administração Tributária 31 
CTN - Disposições Finais e Transitórias 77 
Lista das Questões Comentadas em Aula 81 
Gabarito das Questões Comentadas em Aula 101 
Resumo da Aula 102 
 
Observações sobre a Aula 
 Olá, amigo(a), mais uma vez! 
 Hoje, vamos tratar das garantias e dos privilégios do crédito tributário e, 
PDLV�j�IUHQWH��HVWXGDUHPRV�R�WHPD�³$GPLQLVWUDomR�7ULEXWiULD´��Também incluí, 
ao final da aula, uma breve abordagem sobre os dispositivos finais do CTN! 
 Resolveremos juntos várias questões muito interessantes nesta aula! 
Fiquemos atentos ao modo como o assunto é abordado pela banca. Muitas 
vezes, basta conhecer a literalidade do CTN! 
 Abra o seu CTN e...vamos começar!!! 
 
 
 
 
 
 
 
 
09279989200 - Maria Deusa Amorim Duarte
 
 
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DIREITO TRIBUTÁRIO ± TRF 5ª REGIÃO ± ANALISTA JUDICIÁRIO 
Curso de Teoria e Questões Comentadas 
Aula 12 - Prof. Fábio Dutra 
 
1 ± GARANTIAS E PRIVILÉGIOS DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
 A partir do art. 183, o CTN cuida das garantias e dos privilégios relativos 
ao crédito tributário. Mas o que vem a ser garantia e privilégio, em se tratando 
de crédito tributário? 
 As garantias dizem respeito aos mecanismos criados pelo legislador 
para facilitar a cobrança do crédito tributário. Os privilégios ou 
preferências têm como objetivo conferir ao crédito tributário 
prioridade de pagamento em relação às demais dívida que o devedor possa 
ter. 
 De acordo com o ilustre professor Paulo de Barros Carvalho, 
 Por garantias devemos entender os meios jurídicos assecuratórios que 
 cercam o direito subjetivo do Estado de receber a prestação do tributo. E 
 por privilégios, a posição de superioridade de que desfruta o crédito 
 WULEXWiULR��FRP�UHODomR�DRV�GHPDLV������´� 
 (CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de direito tributário. 25ª Edição. 
 2013. Pág. 511) 
 
Observação: Há créditos que preferem ao crédito tributário. Isso será visto 
em tópico específico desta aula. 
 
 
Garantias Æ facilitação da cobrança 
Privilégios Æ prioridade de pagamento em relação aos 
demais créditos 
1.1 ± Garantias do crédito tributário 
 O CTN previu, em seu art. 183, que as garantias do crédito tributário não 
são taxativas. Ou seja, leis ordinárias podem vir a prever expressamente 
outras garantias ao crédito tributário, conforme dispõe o dispositivo: 
Art. 183. A enumeração das garantias atribuídas neste Capítulo ao 
crédito tributário não exclui outras que sejam expressamente 
previstas em lei, em função da natureza ou das características do 
tributo a que se refiram. 
 
Para sua prova, guarde o seguinte: 
Taxativo = Exaustivo = Numerus Clausus 
Exemplificativo = Numeros Apertus 
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 Assim, embora o CTN já tenha previsto algumas garantias ao crédito 
tributário, nada impede que outras leis venham prever outras. Isso pode 
ocorrer, em função das características de cada tributo. Há tributos cujas 
características intrínsecas oferecem maior risco de não recebimento ao ente 
tributante. 
 Sendo assim, cada ente federativo pode criar leis, com o objetivo 
de assegurar o recebimento do tributo devido pelo sujeito passivo. 
 Por exemplo, quando determinados bens entram em regime de admissão 
temporária (ingresso temporário de bens no território nacional, que retornarão 
ao país de origem) pode ser exigido do contribuinte uma garantia de que, se o 
bem não retornar ao país de origem, haverá o pagamento do imposto de 
importação. 
 Portanto, o importador pode ter que realizar depósito em dinheiro entre 
outras garantias previstas na legislação aduaneira, para garantir o pagamento 
do tributo. Trata-se, pois, de uma garantia prevista expressamente em lei 
para assegurar o recebimento do crédito tributário. 
Observação: 7RPH�FXLGDGR�FRP�D�SDODYUD�³H[SUHVVDPHQWH´��2�H[DPLQDGRU�
pode armar uma pegadinha, afirmando que outras garantias podem ser 
implicitamente previstas em lei, o que não é verdade. 
 Contudo, as garantias atribuídas ao crédito tributário não têm o 
condão de alterar a natureza do crédito tributário, muito menos da 
obrigação tributária a ele relativa. É isso o que dispõe o par. único do art. 
183, do CTN. 
 A título de exemplo, a União pode exigir o oferecimento de uma garantia 
real, como condição para fruição de determinado benefício fiscal. Assim, se o 
contribuinte agir em desacordo com a legislação que regula o benefício, pode-
lhe ser exigido os tributos devidos, que foram garantidos pela constituição de 
uma hipoteca. 
Observação: Garantias reais são aquelas que asseguram o cumprimento de 
uma obrigação, por meio de bens móveis e imóveis. No caso da hipoteca, 
trata-se de uma garantia real de bem imóvel. Ou seja, o devedor continua 
tendo a posse e propriedade do bem imóvel, mas, em caso de inadimplência, 
o credor pode executar a hipoteca do imóvel, como pagamento da dívida. 
 Pois bem, a hipoteca, por óbvio, não é um crédito tributário, mas sim um 
crédito hipotecário. Isso não significa que, se o crédito tributário tiver 
sido garantido por uma hipoteca se transformará em crédito 
hipotecário. O mesmo se pode dizer em relação à obrigação tributária 
correspondente. 
 
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1.2 ± Universalidade da cobrança do crédito tributário 
 O art. 184 do CTN estabelece o seguinte: 
Art. 184. Sem prejuízo dos privilégios especiais sobre 
determinados bens, que sejam previstos em lei, responde pelo 
pagamento do crédito tributário a totalidade dos bens e das 
rendas, de qualquer origem ou natureza, do sujeito passivo, seu 
espólio ou sua massa falida, inclusive os gravados por ônus real 
ou cláusula de inalienabilidade ou impenhorabilidade, seja qual for 
a data da constituição do ônus ou da cláusula, excetuados unicamente 
os bens e rendas que a lei declare absolutamente impenhoráveis. 
 O dispositivo em análise teve por objetivo favorecer o Fisco, em 
relação aos bens e rendas suscetíveis de cobrança. Assim, respondem pelo 
pagamento do crédito tributário todos os bens e rendas do sujeito passivo, 
espólio ou massa falida. 
 Nessa linha, se o sujeito passivo possui um imóvel urbano, com dívidas 
de IPTU que superem o valor do respectivo imóvel (embora seja de difícil 
aplicação prática, serve-nos como exemplo), pode ter de cumprir a obrigação 
com outros bens que possua. Por isso é que se diz que a responsabilidade é 
pessoal, respondendo pela dívida a totalidade dos bens do devedor. 
 Portanto, ainda que os bens tenham sidogravados por ônus real 
(hipoteca, por exemplo) ou tenham sido declarados impenhoráveis ou 
inalienáveis, por ato de vontade do particular, respondem pelo crédito 
tributário. Ou seja, até mesmo aqueles bens que não podem ser objeto 
de cobrança de créditos de outra natureza, ficam submetidos à 
cobrança do crédito tributário. 
 A exceção diz respeito aos bens e rendas declarados pela lei como 
absolutamente impenhoráveis. Sendo assim, os bens voluntariamente 
declarados como impenhoráveis continuam sujeitos ao crédito tributário. Em 
outros termos, o que restringe o acesso do fisco aos é a disposição legal 
no sentido da absoluta impenhorabilidade. 
Observação: Os bens impenhoráveis foram previstos no art. 833, do Novo 
CPC. 
 Cabe destacar que até mesmo o bem de família é penhorável para a 
cobrança de tributos, desde que relativos ao próprio bem imóvel 
familiar (Lei 8.009/1990, art. 3º, IV). 
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Bens e rendas absolutamente impenhoráveis por 
disposição legal Æ Não respondem pelo crédito 
tributário. 
Bens e rendas declarados impenhoráveis por ato 
voluntário Æ Respondem pelo crédito tributário. 
 Além dos bens e rendas declarados pela lei como absolutamente 
impenhoráveis, o art. 184, na sua parte inicial, afirma também que a lei pode 
determinar privilégios especiais sobre determinados bens. 
 Dessa forma, com o advento da LC 118/05, foi incluído o art. 186, par. 
único, I, o qual estabelece que o crédito tributário não prefere (não tem 
preferência) sobre os créditos com garantia real, nos processos de falência. 
Isso será entendido por completo, quando estudarmos os privilégios do crédito 
tributário. 
 Por ora, o que deve ser entendido é que, em processo de falência, os 
créditos gravados por garantia real gozam de prioridade em relação ao 
crédito tributário. Portanto, por serem utilizados como meio de pagamento 
aos com prioridade, os imóveis hipotecados (garantia real), por exemplo, nem 
sempre respondem pelas dívidas tributárias, pois podem ser entregues aos 
respectivos credores, antes que se proceda ao pagamento do crédito 
tributário. 
 
 
 
 
 
1.3 ± Presunção de fraude à execução fiscal 
 Com o intuito de fornecer maior proteção e garantia ao crédito tributário, 
o legislador do CTN estabeleceu um momento a partir do qual se considera 
fraude à execução fiscal a alienação de bens pelo devedor, quando este não 
mantiver outros bens suficientes para a quitação da obrigação 
tributária. 
 Vejamos o que diz o art. 185 do CTN: 
Art. 185. Presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de bens 
ou rendas, ou seu começo, por sujeito passivo em débito para 
Não respondem 
pelo pagamento 
do crédito 
tributário 
Bens e rendas absolutamente 
impenhoráveis pela lei 
Bens gravados por garantia real, nos 
processos de falência 
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com a Fazenda Pública, por crédito tributário regularmente 
inscrito como dívida ativa.(Redação dada pela Lcp nº 118, de 2005) 
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica na hipótese de 
terem sido reservados, pelo devedor, bens ou rendas suficientes 
ao total pagamento da dívida inscrita. (Redação dada pela Lcp nº 
118, de 2005) 
Observação: Para o ajuizamento de uma ação de execução fiscal, é 
necessário que o crédito tributário tenha sido inscrito em dívida ativa. Trata-
se de tema que ainda será estudado nesta aula. 
 Com base no que foi visto no art. 185, o momento estabelecido pelo 
legislador como marco para a presunção de fraude à execução é o da 
inscrição do crédito tributário em dívida ativa. A inscrição em dívida ativa 
ocorre quando não há pagamento do crédito tributário dentro do prazo de 
vencimento. Portanto, ocorre em momento posterior ao do lançamento e, 
consequentemente, do fato gerador. 
 Destaque-se que a presunção prevista no caput do art. 185 é 
puramente objetiva, ou seja, não se considera a intenção do devedor, 
mas unicamente a sua atuação no sentido de alienar seus bens sem deixar 
saldo suficiente para pagamento de crédito inscrito em dívida ativa. 
 Em decorrência do exposto, também não se admite prova em contrário 
pelo sujeito passivo. Ou seja, constatada a situação prevista em lei, há 
presunção absoluta de alienação fraudulenta. Assim entende a doutrina 
dominante. 
 
Entenda-se como momento de inscrição em dívida ativa 
aquele em que o sujeito passivo tiver sido 
comunicado formalmente a respeito da inscrição. 
 Sendo assim, podemos afirmar que antes da inscrição do crédito em 
dívida ativa, o devedor pode dispor de seus bens, sem que fique 
configurado qualquer ato lesivo ao Fisco. 
 Aliás, conforme mencionado acima, ainda que tenha alienado os bens 
após a inscrição em dívida ativa, se o devedor tiver reservado bens ou 
rendas suficientes ao total pagamento da dívida inscrita, não há que se 
falar em alienação fraudulenta (CTN, art. 185, par. único). 
 Em síntese, pode-se dizer que, para que fique presumida a alienação 
fraudulenta, é necessário que ocorram cumulativamente as seguintes 
situações: 
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x Crédito tributário inscrito em dívida ativa (após comunicação oficial); 
x Alienação de bens ou seu começo; 
x Não houver reserva de bens ou rendas para quitar o crédito inscrito. 
Vamos esquematizar: 
 
 
 
 
 
 
Observação: Tudo o que foi explicado neste tópico se aplica também à 
³oneração de bens´��2X�VHMD��TXDQGR�R�GHYHGRU�RIHUHFH�EHQV�FRPR�JDUDQWLD�
de outro crédito (constitui uma hipoteca, por exemplo), após a inscrição do 
crédito tributário em dívida ativa, e não reserva bens e rendas suficientes 
para quitação do crédito inscrito, a oneração também é considerada 
fraudulenta! 
1.4 ± Penhora eletrônica ou on-line 
 No tópico anterior, nós havíamos falado da alienação fraudulenta, que é 
aquela realizada após a inscrição do crédito em dívida ativa. Veja que para ser 
considerada fraudulenta não é necessário que o devedor já tenha sido 
executado, bastando a inscrição em dívida ativa. Correto? 
 A penhora on-line ocorre somente no curso da ação de execução 
fiscal. Apenas para se ter uma noção básica, admitida a ação de execução 
fiscal proposta pela Fazenda Pública, o devedor é citado (comunicado) para 
pagar a dívida tributária ou nomear bens à penhora. 
 Contudo, se o devedor não pagar nem apresentar bens à penhora e 
também não forem encontrados bens penhoráveis, fica o devedor sujeito ao 
disposto no caput do art. 185-A, do CTN, cuja redação é a seguinte: 
Art. 185-A. Na hipótese de o devedor tributário, devidamente citado, 
não pagar nem apresentar bens à penhora no prazo legal e não 
forem encontrados bens penhoráveis, o juiz determinará a 
indisponibilidade de seus bens e direitos, comunicando a decisão, 
preferencialmente por meio eletrônico, aos órgãos e entidades 
que promovem registros de transferência de bens, especialmente 
ao registro público de imóveis e às autoridades supervisoras do 
Presunção de 
fraude à 
execuçãoAlienação ou oneração de bens ou rendas 
Crédito tributário inscrito em dívida ativa 
Devedor reservou recursos para pagamento 
TOTAL da dívida inscrita Não se aplica: 
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mercado bancário e do mercado de capitais, a fim de que, no 
âmbito de suas atribuições, façam cumprir a ordem judicial. (Incluído 
pela Lcp nº 118, de 2005) 
 
Requisitos para ocorrer penhora on-line: 
x Não pagou; 
x Não apresentou bens à penhora no prazo legal; 
x Não foram encontrados bens penhoráveis. 
 Sendo assim, o juiz determinará a indisponibilidade dos bens e direitos 
do sujeito passivo, sendo comunicados os órgãos que promovem registros de 
transferência de bens (como os departamentos de trânsito, por exemplo), 
especialmente o registro público de imóveis (cartório de registro de imóveis), e 
também o Banco Central e a CVM, que são as autoridades supervisoras do 
mercado bancário e de capitais, respectivamente. 
Observação: Com a indisponibilidade dos bens, estes ficam bloqueados 
(penhorados), à disposição do juízo. 
 Após o cumprimento da ordem judicial, os órgãos e entidades aos quais 
se fizer a comunicação enviarão imediatamente ao juiz a relação discriminada 
dos bens e direitos cuja indisponibilidade houverem promovido (CTN, art. 185-
A, § 1º). 
 Com base nas informações apresentadas, o juiz determinará o 
imediato levantamento da indisponibilidade dos bens ou valores que 
excederem o valor da dívida (CTN, art. 185-A, § 2º). 
 Repare que este tópico é bem tranquilo, referindo-se à possibilidade de o 
juiz determinar a indisponibilidade dos bens eletronicamente, comunicando a 
ordem aos órgãos responsáveis. Obviamente, o valor que exceder a dívida 
tributária, deve ser imediatamente liberado. Veja, ainda, que o instituto só 
foi previsto no CTN, com a edição da LC 118/05, ou seja, é recente, se 
comparado com o ano da publicação do CTN (1966). 
1.5 ± Prova de quitação dos tributos 
 O legislador determinou que, para a prática de certos atos jurídicos, é 
necessário haver a prova de quitação dos tributos. Isso é feito por meio da 
certidão negativa, tema a ser visto adiante, mas que, por ora, é bom saber 
que se trata de documento capaz de comprovar a inexistência de 
débitos em nome do sujeito passivo. 
 A prova de quitação dos tributos não deixa de ser uma garantia 
do crédito tributário, tendo em vista que se impõe o pagamento dos tributos 
como condição para os atos que serão descritos a seguir. 
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Parte da doutrina considera que, ao exigir a prova de 
quitação dos tributos, concede-se ao crédito tributário 
um sistema adicional de garantias, pois são meios de 
assegurar indiretamente o recebimento dos tributos. 
 Em primeiro lugar, o art. 191 do CTN determinou que para se obter a 
declaração judicial da extinção das obrigações do falido, ao final do 
processo de falência, deve ser comprovada a quitação de todos os 
tributos devidos. 
 
A redação do art. 191 antes da LC 118/05 exigia apenas 
prova da quitação de todos os tributos relativos à 
atividade mercantil do falido. Cuidado! Atualmente, 
exige-se a quitação se todos os tributos devidos! 
 Além disso, de acordo com o art. 191-A, a concessão da recuperação 
judicial também está condicionada à comprovação da quitação de todos os 
tributos, observados os arts. 151, 205 e 206 do CTN. 
 O art. 151, como já estudamos, refere-se à suspensão da exigibilidade 
do crédito tributário. Estudaremos mais à frente que, quando um crédito 
tributário está com sua exigibilidade suspensa, é possível a emissão da 
certidão positiva com efeitos de negativa (art. 206). Ou seja, embora 
exista a dívida, os efeitos da certidão positiva são os mesmos da certidão 
negativa, podendo ser utilizada para a concessão da recuperação judicial. 
 Já o art. 192 do CTN, ao tratar dos processos de inventário ou 
arrolamento, estabelece que nenhuma sentença de partilha (vários 
herdeiros) ou adjudicação (único herdeiro) será proferida sem prova da 
quitação de todos os tributos relativos aos bens do espólio, ou às suas 
rendas. 
 Por último, o art. 193 do CTN proíbe que os departamentos da 
administração pública da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios, ou suas autarquias, celebrem contrato ou aceitem proposta em 
licitação pública, sem que o contratante ou proponente faça prova de quitação 
de todos os tributos devidos à Fazenda Pública interessada, relativos à 
atividade em cujo exercício contrata ou concorre. 
 O que se pode interpretar da redação do dispositivo? Ora, o contratante 
ou proponente só precisa demonstrar quitação dos tributos relativos ao ente 
federativo com o qual está celebrando o contrato. Vamos ver um exemplo? 
 Se determinada pessoa deseja celebrar um contrato de prestação de 
serviços de guincho com o Município de São Paulo, deve comprovar apenas a 
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quitação de ISS, relativo ao Município de São Paulo. Não é necessário 
comprovar, pois, a quitação de tributos estaduais. 
Observação: Esse raciocínio é o que deve ser levado para a prova de Direito 
Tributário. Contudo, devemos deixar claro que existem outras restrições mais 
severas, que fazem com que o contribuinte tenha que acabar comprovando a 
a quitação de todos os tributos devidos. É o caso da Lei 8.666/93 (Lei das 
Licitações). 
 Em suma, são as seguintes situações que exigem do sujeito passivo a 
apresentação de certidão negativa, comprovando a quitação de tributos: 
x Declaração judicial da extinção das obrigações do devedor falido (CTN, art. 
191); 
x Concessão de recuperação judicial (CTN, art. 191-A); 
x Prolação de sentença judicial de partilha ou adjudicação (CTN, art. 192)*; 
x Participação em contrato ou licitação da Administração Pública (CTN, art. 
193)**; 
Observação: 
* - Todos os tributos relativos aos bens do espólio, ou às suas rendas. 
** - Todos os tributos devidos à Fazenda Pública interessada, relativos à 
atividade em cujo exercício contrata ou concorre. 
1.6 ± Os privilégios ou preferências do crédito tributário 
 Os privilégios ou preferências dos créditos se aplicam diante da 
pluralidade de credores, como nos processos de falência, recuperação judicial 
ou inventário, por exemplo. O objetivo é estabelecer uma relação hierárquica 
entre as classes de créditos que serão pagas em primeiro lugar, em segundo e 
assim sucessivamente. 
Observação: Somente se passa para a segunda classe de créditos após se 
esgotarem aqueles créditos que pertencem à primeira classe, conforme 
estabelecido pela lei. 
 No que se refere aos privilégios do crédito tributário, o caput art. 186 do 
CTN estabelece o seguinte: 
Art. 186. O crédito tributário prefere a qualquer outro, seja qual 
for sua natureza ou o tempo de sua constituição, ressalvados os 
créditos decorrentes da legislação do trabalho ou do acidente de 
trabalho. (Redação dada pela Lcp nº 118, de 2005) 
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 Veja, então, que o crédito tributário tem preferência quase que absoluta 
sobre os demais, não prevalecendo apenas sobre os créditos 
decorrentes da legislação do trabalho e de acidente de trabalho. 
 Nesse sentido, primeiramente são pagos os créditos trabalhistas e 
acidentários. Logo em seguida, procede-se ao pagamento dos créditos 
tributários. Posteriormente, se ainda houver saldo remanescente, as demais 
classes legais são pagas. 
 Deve-se ter em mente que o caput art. 186 se refere aos privilégios do 
crédito tributário nos processos em geral. No parágrafo único, o legislador 
estipulou regras especiais para o crédito tributário nos processos de 
falência. Vamos ver quais são elas? 
1.6.1 ± Regras relativas aos processos de falência 
 De início, faz-se necessário transcrever as palavras do par. único do art. 
186, do CTN: 
Art. 186 - (...): 
Parágrafo único. Na falência: (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005) 
I ± o crédito tributário não prefere aos créditos extraconcursais ou às 
importâncias passíveis de restituição, nos termos da lei falimentar, 
nem aos créditos com garantia real, no limite do valor do bem gravado; 
(Incluído pela Lcp nº 118, de 2005) 
II ± a lei poderá estabelecer limites e condições para a preferência dos 
créditos decorrentes da legislação do trabalho; e (Incluído pela Lcp nº 
118, de 2005) 
III ± a multa tributária prefere apenas aos créditos subordinados. 
(Incluído pela Lcp nº 118, de 2005) 
 Em primeiro lugar, saiba que, mesmo nos processos de falência, os 
créditos trabalhistas e acidentários precedem ao crédito tributário. 
 Além dessa prioridade, outras foram incluídas pelo par. único do art. 
186. Assim, pode-se dizer que o crédito tributário perdeu espaço na 
preferência entre os demais, nos processos de falência. Ou seja, além 
da preferência dos créditos trabalhistas e acidentários, precedem ao 
crédito tributário os créditos extraconcursais, as importâncias passíveis 
de restituição e os créditos com garantia real (exemplo: penhor e 
hipoteca). 
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Quando não se tratar de processo de falência, os 
créditos com garantia real não possuem prioridade 
sobre o crédito tributário. 
 Os créditos extraconcursais são aqueles cujos fatos geradores 
ocorrem após a decretação da falência, como fruto da administração da 
massa falida. Podem ser de várias espécies, inclusive tributária (quando 
os fatos geradores ocorrerem após a decretação falência), ou trabalhista 
(quando os serviços tiverem sido prestados após a decretação da falência). 
 Nesse contexto, vejamos a redação do art. 188 do CTN: 
Art. 188. São extraconcursais os créditos tributários decorrentes de fatos 
geradores ocorridos no curso do processo de falência. (Redação dada 
pela Lcp nº 118, de 2005) 
 Portanto, podemos dizer que os créditos tributários extraconcursais 
preferem aos créditos tributários não extraconcursais, cujos fatos 
geradores tenham ocorrido antes da falência. Recomendo a leitura do art. 84 
da Lei 11.101/2005 (Lei de Falências). 
 No que concerne às importâncias passíveis de restituição, são 
aqueles bens ou valores que pertencem a terceiros, e que na data da 
decretação da falência estavam em poder do devedor falido. 
 Nesse rumo, é passível de restituição os bens vendidos a crédito e 
entregues ao devedor nos 15 (quinze) dias anteriores ao requerimento de sua 
falência, se ainda não alienada, conforme estabelece o art. 85, par. único, da 
Lei 11.101/2005. O objetivo dessa prioridade é proteger aqueles que, de boa-
fé, vendem a prazo aos devedores, desconhecendo a crítica situação financeira 
destes. 
 Nessa mesma linha, o STJ considerou como importância passível de 
restituição os valores adiantados pelos clientes da empresa falida para 
realização de contrato de câmbio: 
Súmula STJ 307 - A restituição de adiantamento de contrato de câmbio, na 
falência, deve ser atendida antes de qualquer crédito. 
 Relativamente aos créditos com garantia real, há que se destacar 
que preferem ao crédito tributário, até o limite de valor do bem gravado 
com garantia real���2�³YDORU�GR�EHP´�p�DTXHOH�HIHWLYDPHQWH�DUUHFDGDGR�FRP�
a sua venda. 
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 Lembre-se de que a oneração de bens (garantia real, por exemplo) após 
a inscrição do crédito tributário, desde que não tenham sido reservados bens 
suficientes para a quitação do crédito inscrito, é considerada fraudulenta (CTN, 
art. 185), não gozando da preferência estabelecida no CTN. 
 Outro aspecto a ser destacado é o art. 186, II, do CTN, o qual afirma que 
a lei poderá estabelecer limites e condições para a preferência dos 
créditos decorrentes da legislação do trabalho. Foi nesse rumo que a Lei 
11.101/2005 estipulou como limite o valor de 150 salários-mínimos por 
credor. Destaque-se que esse limite não se aplica aos créditos 
decorrentes de acidentes de trabalho. 
 Ademais, prescreve o art. 186, III, do CTN, que, na falência, a multa 
tributária não tem a mesma preferência do crédito tributário, 
preferindo apenas aos créditos subordinados. O objetivo é que, se as 
multas tivessem maior prioridade, muitos credores deixariam de receber seus 
créditos, havendo verdadeira punição aos credores, pela infração cometida 
pelos devedores (afinal, quem fez surgir a penalidade foram estes). 
 Vamos resumir a ordem de pagamento dos créditos na falência: 
ORDEM CRÉDITOS OBSERVAÇÕES 
1º Importâncias Passíveis de Restituição Adiant. de contrato de câmbio 
2º Créditos Extraconcursais Podem ser tributários ou não 
3º Créditos derivados da legislação do trabalho e decorrentes de acidente de trabalho 
Limite p/ créd. Leg. 
Trab.: 150 salários-
mínimos 
4º Créditos com garantia real Até o limite do bem gravado 
5º Créditos tributários, seja qual for sua natureza ou tempo de constituição 
1ª Obs.: Não são 
extraconcursais. 
2ª Obs.: As multas 
não se incluem 
nessa classe 
6º Créditos com privilégio especial - 
7º Créditos com privilégio geral - 
8º Créditos quirografários - 
9º 
Multas contratuais, penas pecuniárias por 
infração penal ou administrativa, inclusive as 
multas tributárias 
- 
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10º Créditos subordinados - 
 
Observação: Para as provas de Direito Tributário, não é necessário estudar 
as características de cada classe. O tema é detalhadamente estudado no 
Direito Empresarial. 
DICA DE PROVA: Se a questão cobrar privilégios do crédito tributário, a 
SULPHLUD�DWLWXGH�D�VHU�WRPDGD�p�YHULILFDU�VH�D�TXHVWmR�PHQFLRQD�³SURFHVVR�GH�
IDOrQFLD´�� VLWXDomR� HP� TXH� YRFr� GHYHUi� XWLOL]DU� DV� UHJUDV� HVSHFtILFDV� GR� SDU. 
único, do art. 186, do CTN. Caso contrário, utilize o que foi estabelecido no 
caput do referido artigo. 
1.6.3 ± Autonomia da execução fiscal 
 Este tópico, na realidade,trata especificamente de processo tributário, 
ou seja, a maneira como deve ser feita a cobrança do crédito tributário. 
 Quando se instaura processo de cobrança coletiva, como na falência, 
concordata ou inventário, os credores devem se habilitar no respectivo juízo 
para receberem seus créditos. Não é possível, portanto, ajuizar ação 
individual em tais casos. Essa é a regra para todos, com exceção do 
Fisco. 
 Veja o que diz o caput do art. 187, do CTN: 
Art. 187. A cobrança judicial do crédito tributário não é sujeita a 
concurso de credores ou habilitação em falência, recuperação judicial, 
concordata, inventário ou arrolamento. (Redação dada pela Lcp nº 118, 
de 2005) 
 Portanto, a execução fiscal não é obrigatoriamente habilitada no 
juízo universal (onde estão os demais credores). No entanto, nada impede 
que a cobrança do crédito tributário seja feita juntamente aos demais 
credores. 
 
A ação de execução fiscal não está sujeita ao 
concurso de credores. 
 Neste ponto, pode suscitar algumas dúvidas, como a seguinte: se o 
crédito tributário não possui prioridade absoluta (sobre todos os demais), será 
respeitada a preferência dos demais créditos (como os trabalhistas, por 
exemplo), se a ação é ajuizada individualmente? 
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 Sim, será! Se houver, por exemplo, penhora de bem na ação de 
execução fiscal, o montante arrecadado com a alienação do referido bem deve 
ser remetido ao juízo falimentar (onde estão os demais credores), para que 
seja distribuído conforme a ordem. 
 Destaque-se que, na hipótese da cobrança do crédito tributário ser feita 
no juízo universal, se houver contestação do devedor acerca da legitimidade do 
crédito tributário, não compete ao juiz da falência decidir sobre o 
assunto. Neste caso, a controvérsia deverá ser remetida ao juízo 
competente: 
Art. 188 - (...): 
§ 1º Contestado o crédito tributário, o juiz remeterá as partes ao 
processo competente, mandando reservar bens suficientes à extinção 
total do crédito e seus acrescidos, se a massa não puder efetuar a 
garantia da instância por outra forma, ouvido, quanto à natureza e valor 
dos bens reservados, o representante da Fazenda Pública interessada. 
 Por fim, destaque-se que as mesmas regras previstas no art. 188 são 
aplicáveis aos processos de concordada, conforme preceitua o § 2º, do art. 
188, do CTN. Embora não tenha aplicação prática, o dispositivo deve estar 
sempre na memória dos candidatos que se preparam para provas de 
Direito Tributário. 
1.6.4 ± O crédito tributário nos processos de inventário e arrolamento 
e na liquidação judicial ou voluntária 
 No que se refere aos processos de inventário ou arrolamento, o art. 189 
do CTN estabelece o seguinte: 
Art. 189. São pagos preferencialmente a quaisquer créditos habilitados 
em inventário ou arrolamento, ou a outros encargos do monte, os 
créditos tributários vencidos ou vincendos, a cargo do de cujus ou de seu 
espólio, exigíveis no decurso do processo de inventário ou arrolamento. 
 Dessa forma, os créditos tributários exigíveis no decurso do 
processo de inventário ou arrolamento são pagos preferencialmente a 
qualquer encargo do monte. 
Observação: Encargo do monte são as dívidas deixadas pelo de cujus. 
 Da mesma forma como ocorre no juízo falimentar, no processo de 
inventário ou arrolamento, se for contestado o crédito tributário, o juiz 
deve remeter as partes ao processo competente, adotando os mesmos 
procedimentos previstos no § 1º do art. 188 (CTN, art. 189, par. único). 
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 Semelhantemente, nos processos de liquidação judicial ou voluntária, os 
créditos tributários vencidos ou vincendos são pagos 
preferencialmente a quaisquer outros créditos. Vejamos o que diz o art. 
190 do CTN: 
Art. 190. São pagos preferencialmente a quaisquer outros os créditos 
tributários vencidos ou vincendos, a cargo de pessoas jurídicas de direito 
privado em liquidação judicial ou voluntária, exigíveis no decurso da 
liquidação. 
Observação: A liquidação consiste no levantamento do patrimônio da 
sociedade, realizando (venda) o ativo, e pagando o passivo. Trata-se de 
procedimento com a finalidade de extinguir a sociedade, após decisão 
societária. 
DICA DE PROVA: Se a questão cobrar privilégios ou preferências do crédito 
tributário, em processo de inventário ou arrolamento, ou mesmo em processo 
de liquidação, lembre-se que o crédito tributário prefere a quaisquer 
outros. 
1.6.5 ± Concurso de preferência entre as Fazendas Públicas 
 Vimos que o crédito tributário não se sujeite ao concurso de credores, ou 
seja, é possível que a ação de execução fiscal tramite individualmente. 
Contudo, o CTN prevê o concurso de preferência entre as pessoas jurídicas de 
direito público, quando mais de uma for credora: 
Art. 187 - (...): 
Parágrafo único. O concurso de preferência somente se verifica 
entre pessoas jurídicas de direito público, na seguinte ordem: 
I - União; 
II - Estados, Distrito Federal e Territórios, conjuntamente e pró rata; 
III - Municípios, conjuntamente e pró rata. 
 Isso significa que, ao realizar o pagamento dos créditos, segue-se a 
ordem que aprendemos, partindo-se da primeira classe, em direção às demais, 
assim que for esgotado o crédito daquela. 
 Ao chegar a vez do crédito tributário, deve-se analisar o concurso de 
preferência entre as pessoas jurídicas de direito público. Primeiramente, 
procede-se ao pagamento dos créditos da União. Somente são pagos os 
créditos tributários dos Estados e DF, se for possível quitar todos os de 
competência da União. O mesmo raciocínio se aplica aos créditos tributários 
dos Municípios. 
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 Se, porventura, o montante a ser distribuído não for suficiente para 
quitar os créditos dos vários Estados interessados (ou Municípios), deve-se 
fazer o rateio proporcionalmente ao valor total dos créditos de cada 
ente federativo. 
 Vamos exemplificar? 
 Imagine que em um processo de falência todos os credores com 
preferência sobre o crédito tributário já tenham sido pagos, cabendo ao Fisco o 
recebimento de seus créditos de natureza tributária. 
 O montante a ser distribuído é de R$ 200.000,00. 
 O valor dos créditos tributários de cada ente federativo são os seguintes: 
x União: R$ 100.000,00 
x Estado de Minas Gerais: R$ 400.000,00 
x Estado de São Paulo: R$ 600.000,00 
x Município de Belo Horizonte: R$ 100,000,00 
 Fazendo os cálculos, conforme explicado acima: 
ENTE FEDERATIVO CRÉDITO TRIBUT. VALOR PAGO PROPORÇÃO 
União R$ 100.000,00 R$ 100.000,00 - 
Minas Gerais R$ 400.000,00 R$ 40.000,00 40% 
São Paulo R$ 600.000,00 R$ 60.000,00 60% 
Belo Horizonte R$ 100,000,00 - - 
 Veja que a União recebeu os seus créditos tributários integralmente, o 
que não ocorreu com os Estados, pois o valor dos créditos superou o montante 
a ser distribuído. Sendo assim, foi feito rateio proporcionalmente ao valor total 
de cada Estado, quando comparado à soma total dos créditostributários 
estaduais. 
 Com relação ao Município de Belo Horizonte, nada foi pago, já que o 
montante se esgotou. O mesmo se poderia dizer em relação aos demais 
créditos que deveriam ser pagos após o crédito tributário, como os créditos 
com privilégio especial, por exemplo. 
 Cumpre destacar, para finalizar o assunto, que a Lei 6.830/1980 
equiparou aos entes federados suas respectivas autarquias, conforme se 
demonstra na redação do art. 29: 
Art. 29 - A cobrança judicial da Dívida Ativa da Fazenda Pública não é 
sujeita a concurso de credores ou habilitação em falência, concordata, 
liquidação, inventário ou arrolamento 
Parágrafo Único - O concurso de preferência somente se verifica entre 
pessoas jurídicas de direito público, na seguinte ordem: 
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I - União e suas autarquias; 
II - Estados, Distrito Federal e Territórios e suas autarquias, 
conjuntamente e pro rata; 
III - Municípios e suas autarquias, conjuntamente e pro rata. 
 Observe que, no inciso I, não se fala em rateio. O que isso significa? Em 
todos os casos em que houver créditos do ente e da respectiva autarquia, 
primeiramente se procede ao pagamento do ente federativo, para 
posteriormente realizar o pagamento da autarquia. 
 
 
Questão 01 ± FCC/TCM-RJ-Procurador/2015 
 
Existe presunção iure et iure de fraude à execução a alienação de bens após a 
citação do devedor no processo de execução fiscal. 
 
Comentário: Ao dizer que a presunção de fraude à execução é iure et iure, a 
banca quis dizer que a presunção é absoluta, e realmente é, já que, se os bens 
foram alienados, não há como haver contestação em sentido contrário. 
Contudo, a presunção de fraude à execução ocorre pela alienação de bens 
após pelo devedor após a inscrição do crédito em dívida ativa, e não após a 
citação do devedor no processo de execução fiscal. É o que estabelece o art. 
185, do CTN. Questão errada. 
 
Questão 02 ± FCC/TCM-RJ-Procurador/2015 
 
O crédito tributário não prefere aos créditos extraconcursais, mas se 
decorrente de fato gerador ocorrido no curso do processo de falência são 
considerados extraconcursais. 
Comentário: Realmente, na falência, o crédito tributário não prefere aos 
créditos extraconcursais. Ademais, devemos nos lembrar de que são 
extraconcursais os créditos tributários decorrentes de fatos geradores 
ocorridos no curso do processo de falência. Questão correta. 
 
Questão 03 ± FCC/SEFAZ-PE-Auditor Fiscal do Tesouro Estadual/2014 
 
Presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seu 
começo, por sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública por crédito 
tributário regularmente inscrito como dívida ativa em fase de execução. 
 
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Comentário: Não há necessidade de o crédito tributário estar em fase de 
execução fiscal. Basta que já tenha sido inscrito em dívida ativa para se 
presumir fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seu 
começo, pelo sujeito passivo. Questão errada. 
 
Questão 04 ± FCC/TJ-PE-Juiz/2013 
 
A fraude à execução fiscal tem seu termo inicial a partir do despacho do juiz 
que ordena a citação. 
 
Comentário: Na realidade, a fraude à execução fiscal fica presumida a partir 
da inscrição do crédito tributário em dívida ativa, conforme estabelece o art. 
185, caput, do CTN: presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de bens 
ou rendas, ou seu começo, por sujeito passivo em débito para com a Fazenda 
Pública, por crédito tributário regularmente inscrito como dívida ativa. Questão 
errada. 
 
Questão 05 ± FCC/TCE-AP-Analista de Controle Externo/2012 
 
Sobre as garantias e privilégios do crédito tributário é correto afirmar: 
a) Os créditos tributários preferem os créditos trabalhistas e os créditos 
decorrentes de acidente do trabalho. 
b) A alienação de bens que reduza o devedor à insolvência a partir da regular 
inscrição do crédito tributário em dívida ativa já caracteriza fraude à execução. 
c) A cláusula de inalienabilidade, seja qual for a forma e a data de constituição, 
é oponível ao Fisco, desde que registrada no Cartório de Registro de Imóveis. 
d) A ordem de preferência dos créditos tributários é a mesma em caso de 
falência ou fora de hipótese de falência. 
e) A cobrança de créditos tributários é sujeita a concurso de credores e 
habilitação em falência, recuperação judicial, inventário e arrolamento. 
 
Comentário: 
 
Alternativa A: De acordo com o art. 186, caput, do CTN, o crédito tributário 
prefere a qualquer outro, seja qual for sua natureza ou o tempo de sua 
constituição, ressalvados os créditos decorrentes da legislação do trabalho ou 
do acidente de trabalho. Alternativa errada. 
 
Alternativa B: De fato, a partir da inscrição do crédito tributário em dívida 
ativa, a alienação ou oneração de bens ou rendas que reduza o devedor à 
insolvência presume fraude à execução fiscal. Alternativa correta. 
 
Alternativa C: De acordo com o art. 184, do CTN, responde pelo pagamento 
do crédito tributário a totalidade dos bens e das rendas, de qualquer origem ou 
natureza, do sujeito passivo, seu espólio ou sua massa falida, inclusive os 
gravados por ônus real ou cláusula de inalienabilidade ou impenhorabilidade, 
seja qual for a data da constituição do ônus ou da cláusula. Alternativa errada. 
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b
 
 
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Alternativa D: Na falência, existem regras especiais em relação aos 
privilégios do crédito tributário. Alternativa errada. 
 
Alternativa E: De acordo com o art. 187, caput, a cobrança judicial do crédito 
tributário não é sujeita a concurso de credores ou habilitação em falência, 
recuperação judicial, concordata, inventário ou arrolamento. Alternativa 
errada. 
 
Gabarito: Letra B 
 
Questão 06 ± FCC/TCM-BA-Procurador Especial de Contas/2011 
 
Sobre garantias e privilégios do crédito tributário, é correto afirmar que 
a) o crédito tributário, na falência, se sujeita a concurso de credores com 
créditos decorrentes de legislação do trabalho ou do acidente do trabalho e 
com os créditos extraconcursais. 
b) o bem gravado com cláusula de impenhorabilidade convencional responde 
pelo pagamento do crédito tributário, qualquer que seja a data de constituição 
do ônus. 
c) o termo inicial da presunção de alienação de bens em fraude à execução é o 
despacho do juiz que ordena a citação em sede de execução fiscal. 
d) a decretação de indisponibilidade de bens e direitos de devedor tributário 
devidamente citado, que não paga nem oferece bens à penhora no prazo legal, 
e não são encontrados bens penhoráveis, deve ser decretada apenas em sede 
de medida cautelar fiscal. 
e) o crédito tributário, na falência, prefere a qualquer outro, seja qual for sua 
natureza ou tempo de sua constituição, ressalvados apenas os créditos 
decorrentes da legislação do trabalho ou do acidente do trabalho e os créditos 
extraconcursais. 
 
Comentário: 
 
Alternativa A: De acordo com o art. 187, caput, a cobrança judicial do crédito 
tributário não é sujeitaa concurso de credores ou habilitação em falência, 
recuperação judicial, concordata, inventário ou arrolamento. Alternativa 
errada. 
 
Alternativa B: A cláusula de impenhorabilidade convencional não decorre de 
imposição legal, mas sim do acordo entre as partes. Consequentemente, em 
conformidade com o art. 184, do CTN, o bem gravado com cláusula de 
impenhorabilidade convencional não deixa de responder pelo pagamento do 
crédito tributário. Alternativa correta. 
 
Alternativa C: O termo inicial para presunção de alienação de bens em fraude 
à execução é a inscrição do crédito tributário em dívida ativa. Alternativa 
errada. 
 
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Alternativa D: O que é medida cautelar fiscal? É uma ação judicial de 
iniciativa da Fazenda Pública para ver assegurado o pagamento do crédito 
tributário lançado, tornando indisponíveis os bens do sujeito passivo (bloqueio 
dos bens), proposta antes ou no curso da execução fiscal. A assertiva trata da 
penhora on-line (CTN, art. 185-A), dizendo que é medida decretada apenas em 
sede dessa ação judicial, o que não é correto. Na realidade, a penhora on-line 
pode ser utilizada no próprio processo executivo. Alternativa errada. 
 
Alternativa E: Na falência, não podemos nos esquecer que, além dos créditos 
trabalhistas e acidentários, o crédito tributário não prefere aos créditos 
extraconcursais ou às importâncias passíveis de restituição, nos termos da 
lei falimentar, nem aos créditos com garantia real, no limite do valor do 
bem gravado. Alternativa errada. 
 
Gabarito: Letra B 
 
Questão 07 ± FGV/ISS-Cuiabá/2016 
Sobre as garantias e os privilégios do crédito tributário, assinale a afirmativa 
correta. 
(A) Na falência, o crédito tributário prefere a qualquer outro, seja qual for sua 
natureza ou o tempo de sua constituição, ressalvados apenas, os créditos 
extraconcursais ou as importâncias passíveis de restituição, nos termos da lei 
falimentar, e os créditos com garantia real, no limite do valor do bem gravado. 
(B) Presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou rendas, por 
sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública, por crédito tributário 
regularmente inscrito em dívida ativa. 
(C) O juiz pode determinar a indisponibilidade de bens e direitos do executado 
antes da sua citação, como forma de assegurar a garantia do juízo na 
execução fiscal. 
(D) A cobrança judicial do crédito tributário está sujeita à habilitação em 
falência e recuperação judicial. 
(E) Na falência, a multa tributária prefere apenas aos créditos subordinados e 
quirografários. 
Comentário: 
Alternativa A: Na verdade, o crédito tributário, na falência, não prefere 
também aos créditos trabalhistas e acidentários. Alternativa errada. 
Alternativa B: Acertadamente, a banca transcreveu a literalidade do art. 185, 
do CTN, com a redação dada pela Lei 118/05. A alienação ou oneração 
somente será considerada fraudulenta a partir do momento da inscrição do 
crédito tributário em dívida ativa. Alternativa correta. 
Alternativa C: Não se admite que o juiz determine a indisponibilidade de bens 
e direitos do executado antes da sua citação, conforme se depreende da 
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redação do art. 185-A: Na hipótese de o devedor tributário, devidamente 
citado, não pagar nem apresentar bens à penhora no prazo legal e não forem 
encontrados bens penhoráveis, o juiz determinará a indisponibilidade de seus 
bens e direitos, comunicando a decisão, preferencialmente por meio eletrônico, 
aos órgãos e entidades que promovem registros de transferência de bens, 
especialmente ao registro público de imóveis e às autoridades supervisoras do 
mercado bancário e do mercado de capitais, a fim de que, no âmbito de suas 
atribuições, façam cumprir a ordem judicial. Trata-se da denominada penhora 
on-line. Alternativa errada. 
Alternativa D: De acordo com o caput, do art. 187, do CTN, a cobrança 
judicial do crédito tributário não é sujeita a concurso de credores ou habilitação 
em falência, recuperação judicial, concordata, inventário ou arrolamento. 
Alternativa errada. 
Alternativa E: Conforme determina o art. 186, par. único, III, do CTN, a 
multa tributária, na falência, prefere apenas aos créditos subordinados. 
Alternativa errada. 
Gabarito: Letra B 
Questão 08 ± FGV/Agente Fazendário-Niterói/2015 
 
Nos termos previstos no Código Tributário Nacional, em relação aos créditos 
tributários decorrentes de fatos geradores ocorridos no curso do processo de 
falência, é correto afirmar que: 
a) o art. 188 do CTN, após a entrada em vigor da Lei Complementar nº 
118/2005, passou a prever que os créditos tributários vencidos ou vincendos 
serão pagos preferencialmente a quaisquer outros, como encargos da massa 
falida; 
b) pela nova redação do art. 188 do CTN os créditos tributários que surgirem 
de fatos geradores no curso do processo falimentar não devem ser satisfeitos 
diretamente pela massa falida; 
c) os créditos tributários oriundos de fatos geradores ocorridos no curso do 
processo falimentar, nos termos do art. 188 do CTN, após a entrada em vigor 
da Lei Complementar nº 118/2005, preferem apenas os créditos 
quirografários; 
d) o art. 188 do CTN passou, após a entrada em vigor da Lei Complementar nº 
118/2005, a considerar extraconcursais os créditos tributários decorrentes de 
fatos geradores ocorridos no curso do processo falimentar; 
e) contestado o crédito tributário, deverá o juízo falimentar decidir sobre o 
incidente, mandando reservar bens suficientes à extinção total do crédito e 
seus acrescidos, se a massa não puder efetuar a garantia de instância por 
outra forma, ouvido, quanto à natureza e valor dos bens reservados, o 
representante da Fazenda Pública interessada. 
 
 
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Comentário: 
 
Alternativa A: Na realidade, os créditos tributários não gozam de prioridade 
absoluta, não preferindo aos créditos extraconcursais ou às importâncias 
passíveis de restituição, nem aos créditos com garantia real, no limite do bem 
gravado. Alternativa errada. 
 
Alternativa B: São os denominados créditos extraconcursais, que devem ser 
satisfeitos diretamente pela massa falida, não havendo que se falar em 
participação em concurso. Alternativa errada. 
 
Alternativa C: Na verdade, tais créditos preferem gozam de prioridade em 
relação aos demais créditos tributários, entre outros. Alternativa errada. 
 
Alternativa D: Após a entrada em vigor da LC 118/05, o art. 188 do CTN 
passou a considerar extraconcursais os créditos tributários decorrentes de 
fatos geradores ocorridos no curso do processo falimentar. Alternativa correta. 
 
Alternativa E: Na realidade, o § 1°, do art. 188, do CTN, prevê que 
contestado o crédito tributário, o juiz remeterá as partes ao processo 
competente, mandando reservar bens suficientes à extinção total do crédito e 
seus acrescidos, se a massa não puder efetuar a garantia da instância por 
outra forma, ouvido, quanto à natureza e valor dos bens reservados,o 
representante da Fazenda Pública interessada. Alternativa errada. 
 
Gabarito: Letra D 
 
Questão 09 ± FGV/Agente Fazendário-Niterói/2015 
 
Determinado contribuinte do IPTU não pagou o tributo relativo ao seu único 
imóvel residencial nos últimos quatro anos e vem a sofrer a execução fiscal 
para cobrança do imposto. Nesse caso: 
a) o imóvel residencial não pode responder pela dívida do IPTU por ser bem de 
família; 
b) todos os bens e rendas do contribuinte, sem comportar exceções, 
respondem pelo pagamento de todo crédito de natureza tributária; 
c) o único imóvel residencial poderá ser penhorado para satisfação do crédito 
tributário de IPTU; 
d) bens gravados por ônus real ou por cláusulas de inalienabilidade não podem 
ser alcançados para satisfação do crédito tributário; 
e) todos os bens móveis do contribuinte, sem comportar exceções, respondem 
pelo pagamento de todo crédito de natureza tributária. 
 
Comentário: Na execução fiscal, o imóvel residencial pode vir a responder 
pela dívida tributária, ainda que se trate de bem de família. Na realidade, o 
art. 184, do CTN, dispõe que, sem prejuízo dos privilégios especiais sobre 
determinados bens, que sejam previstos em lei, responde pelo pagamento do 
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crédito tributário a totalidade dos bens e das rendas, de qualquer origem ou 
natureza, do sujeito passivo, seu espólio ou sua massa falida, inclusive os 
gravados por ônus real ou cláusula de inalienabilidade ou impenhorabilidade, 
seja qual for a data da constituição do ônus ou da cláusula, excetuados 
unicamente os bens e rendas que a lei declare absolutamente impenhoráveis. 
 
Gabarito: Letra C 
 
Questão 10 ± FGV/Fiscal de Tributos-Niterói/2015 
 
Um contribuinte do ISS foi autuado em 15/09/2012 pelo não recolhimento do 
imposto relativo ao mês de abril de 2011. Não foi feito o pagamento e nem foi 
apresentada impugnação ao auto de infração, tendo o crédito tributário sido 
inscrito em dívida ativa em 20/05/2013. A execução fiscal foi ajuizada em 
15/10/2014 e o juiz despachou determinando a citação em 20/01/2015. 
Considerando a situação hipotética acima e as disposições do CTN, é correto 
afirmar que, se o contribuinte alienou um bem: 
a) em 20/04/2015, mesmo possuindo outros bens de valor superior ao crédito 
tributário, essa operação é presumida como fraudulenta; 
b) em 15/10/2012, e não possuía outros bens, essa operação é presumida 
como fraudulenta; 
c) em 20/01/2014, e não possuía outros bens, essa operação é presumida 
como fraudulenta; 
d) em 25/08/2011, e não possuía outros bens, essa operação é presumida 
como fraudulenta; 
e) em 15/11/2014, mesmo possuindo outros bens de valor superior ao crédito 
tributário, essa operação é presumida como fraudulenta. 
Comentário: De acordo com o art. 185, caput, do CTN, presume-se 
fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seu começo, por 
sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública, por crédito tributário 
regularmente inscrito como dívida ativa. Por outro lado, não há que se falar 
nessa presunção caso tenham sido reservados, pelo devedor, bens ou rendas 
suficientes ao total pagamento da dívida inscrita. 
 
Logo, para resolver a questão, temos que analisar as alternativas que 
mencionem alienação em data posterior a 20/05/2013 (data de inscrição do 
crédito em dívida ativa), e que mencione ainda que não foram reservados bens 
ou rendas suficientes ao pagamento da dívida inscrita. 
 
Assim sendo, a única alternativa que se enquadra no nosso entendimento é a 
Letra C. 
 
Gabarito: Letra C 
 
 
 
 
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Questão 11 ± VUNESP/Câmara de Mogi das Cruzes-SP-
Procurador/2017 
 
Em relação às preferências do crédito tributário, estabelecidas pelo Código 
Tributário Nacional, 
a) o crédito tributário prefere aos créditos extraconcursais ou às importâncias 
passíveis de restituição, nos termos da lei falimentar, bem como aos créditos 
com garantia real, no limite do valor do bem gravado. 
b) são extraconcursais os créditos tributários decorrentes de fatos geradores 
ocorridos no curso do processo de falência. 
c) a multa tributária prefere apenas aos créditos com garantia real. 
d) são pagos preferencialmente a quaisquer outros, os créditos tributários 
vencidos, a cargo de pessoas jurídicas de direito público ou privado em 
liquidação judicial ou voluntária, exigíveis no decurso da liquidação, sendo 
vedada a cobrança dos créditos vincendos. 
e) é inconstitucional a lei que estabeleça limites e condições para a preferência 
dos créditos decorrentes da legislação do trabalho. 
 
Comentário: 
 
Alternativa A: Na realidade, o art. 186, par. único, I, do CTN, prevê que o 
crédito tributário não prefere aos créditos extraconcursais ou às importâncias 
passíveis de restituição, nos termos da lei falimentar, bem como aos créditos 
com garantia real, no limite do valor do bem gravado. Alternativa errada. 
 
Alternativa B: De acordo com o caput do art. 188, do CTN, são 
extraconcursais os créditos tributários decorrentes de fatos geradores 
ocorridos no curso do processo de falência. Alternativa correta. 
 
Alternativa C: De acordo com o art. 186, par. único, III, do CTN, a multa 
tributária prefere apenas aos créditos subordinados. Alternativa errada. 
 
Alternativa D: Na verdade, nesse caso, são pagos preferencialmente a 
quaisquer outros não só os créditos tributários vencidos mas também os 
créditos vincendos, a cargo de pessoas jurídicas de direito privado em 
liquidação judicial ou voluntária, exigíveis no decurso da liquidação. Alternativa 
errada. 
 
Alternativa E: De acordo com o art. 186, par. único, II, do CTN, a lei poderá 
estabelecer limites e condições para a preferência dos créditos decorrentes da 
legislação do trabalho. Alternativa errada. 
 
Gabarito: Letra B 
 
 
 
 
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Questão 12 ± ESAF/PGFN/2012 
 
A lei estabelecerá limites e condições para a preferência dos créditos 
decorrentes da legislação do trabalho em relação aos demais créditos, inclusive 
aos tributários. 
 
Comentário: De acordo com o art. 186, par. único, II, do CTN, a lei poderá 
estabelecer limites e condições para a preferência dos créditos decorrentes da 
legislação do trabalho. Portanto, trata-se de uma regra facultativa e não 
obrigatória. Questão errada. 
 
Questão 13 ± ESAF/PGFN/2012 
 
Com as alterações havidas em relação ao regime falimentar, a alteração do 
Código Tributário Nacional deixa claro o propósito de preservar as empresas 
em dificuldades e consequentemente a oferta de empregos, pelo que se 
permite afirmar que o crédito tributário ganhou posições em relação à 
sistemática até então vigente. 
 
Comentário: Na realidade, o crédito tributário perdeu posição na ordem de 
preferência, não preferindo, atualmente, aos créditos com garantia real até o 
limite do valor do bem gravado. Questão errada. 
 
Questão 14 ± ESAF/PGFN/2012 
 
Na falência, o crédito tributário prefere aos créditos extraconcursais eàs 
importâncias passíveis de restituição. Todavia, não prefere aos créditos com 
garantia real, no limite do valor do bem gravado. 
 
Comentário: Está correto dizer que, na falência, o crédito tributário não 
prefere aos créditos com garantia real, no limite do valor do bem gravado. 
Contudo, o crédito tributário também não prefere aos créditos extraconcursais 
e às importâncias passíveis de restituição. Questão errada. 
 
Questão 15 ± ESAF/PGFN/2012 
 
As multas contratuais e as penalidades pecuniárias por infração das leis penais 
ou administrativas, inclusive as multas tributárias, preferem aos credores 
quirografários. 
 
Comentário: Conforme estudamos, as multas tributárias são pagas após os 
créditos quirografários, preferindo apenas aos créditos subordinados. Questão 
errada. 
 
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Questão 16 ± ESAF/PGFN/2007 
 
Na falência, dentro do limite do valor do bem gravado, o crédito tributário fica 
abaixo dos créditos com hipoteca. 
 
Comentário: Como a questão se trata do processo de falência, os créditos 
com garantia real, no limite do valor do bem gravado, preferem aos créditos 
tributários. Questão correta. 
 
Questão 17 ± ESAF/PGFN/2007 
 
Decorre do CTN que a multa tributária tem, na falência, a mesma preferência 
dos demais créditos tributários. 
 
Comentário: Pela redação do art. 186, par. único, III, pode-se inferir que, na 
falência, a multa tributária não tem a mesma preferência dos demais créditos 
tributários. Portanto, a questão está errada. 
 
Questão 18 ± ESAF/PGFN/2007 
 
A dívida inscrita precisa estar em fase de execução, para que se presuma 
fraudulenta a alienação de bem efetuada por sujeito passivo insolvente, em 
débito para com a Fazenda Pública. 
 
Comentário: Antes da LC 118/05, a presunção só se dava se o crédito inscrito 
em dívida ativa tivesse sido objeto de ação de execução fiscal. Contudo, com 
as alterações promovidas pela referida lei complementar, basta que haja 
regular inscrição em dívida ativa para que se presuma fraudulenta a alienação 
de bem efetuada por sujeito passivo insolvente. Questão errada. 
 
Questão 19 ± ESAF/SEFAZ-CE/2007 
 
Como regra, respondem pelo pagamento do crédito tributário a totalidade dos 
bens e de rendas, de qualquer natureza ou origem, do sujeito passivo. 
 
Comentário: De acordo com o art. 184, a regra é que responde pelo 
pagamento do crédito tributário a totalidade dos bens e das rendas, de 
qualquer origem ou natureza, do sujeito passivo, seu espólio ou sua massa 
falida, inclusive os gravados por ônus real ou cláusula de inalienabilidade ou 
impenhorabilidade, seja qual for a data da constituição do ônus ou da cláusula. 
A exceção são os bens e rendas que a lei declare absolutamente 
impenhoráveis. Questão correta. 
 
 
 
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Questão 20 ± ESAF/SEFAZ-CE/2007 
 
Na execução fiscal, existe hipótese em que o juiz pode decretar a 
indisponibilidade dos bens e direitos do sujeito passivo. 
 
Comentário: Estabelece o caput do art. 185-A, do CTN, que na hipótese de o 
devedor tributário, devidamente citado, não pagar nem apresentar bens à 
penhora no prazo legal e não forem encontrados bens penhoráveis, o juiz 
determinará a indisponibilidade de seus bens e direitos. Questão correta. 
 
Questão 21 ± ESAF/SEFAZ-CE/2007 
 
Nos casos de falência e recuperação judicial, podemos afirmar que a lei não 
poderá estabelecer limites e condições para a preferência dos créditos 
decorrentes da legislação do trabalho. 
 
Comentário: Em se tratando de processo de falência, o art. 186, par. único, 
II, do CTN, prevê que a lei poderá estabelecer limites e condições para a 
preferência dos créditos decorrentes da legislação do trabalho. Questão errada. 
 
Questão 22 ± ESAF/SEFAZ-CE/2007 
 
Nos casos de falência e recuperação judicial, podemos afirmar que a multa 
tributária prefere apenas aos créditos subordinados. 
 
Comentário: Na falência, a multa tributária prefere apenas aos créditos 
subordinados, conforme preceitua o art. 186, par. único, III, do CTN. Questão 
correta. 
 
Questão 23 ± CESPE/ANATEL-Especialista em Regulação/2014 
 
Suponha que Franco, após ter recebido notificação de lançamento para 
pagamento voluntário, antes da inscrição do débito em dívida ativa, tenha 
alienado, pela metade do valor de mercado, barco de sua propriedade a 
Alemão. Nesse caso, está configurada fraude à execução fiscal. 
 
Comentário: De acordo com o art. 185, caput, do CTN, presume-se 
fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seu começo, por 
sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública, por crédito tributário 
regularmente inscrito como dívida ativa. Como o crédito ainda não havia sido 
inscrito em dívida ativa, não há que se falar em fraude à execução fiscal. 
Questão errada. 
 
 
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Questão 24 ± CESPE/ANATEL-Especialista em Regulação/2014 
 
O crédito trabalhista prefere ao crédito tributário quando aquele for inferior a 
duzentos e cinquenta salários mínimos. 
Comentário: De acordo com o CTN, na falência, a lei poderá estabelecer 
limites e condições para a preferência dos créditos decorrentes da legislação 
do trabalho. Com base nisso, a Lei 11.101/2005 estipulou como limite o valor 
de 150 salários-mínimos por credor. Questão errada. 
Questão 25 ± CESPE/ANATEL-Especialista em Regulação/2014 
 
Para a extinção das obrigações do falido e a concessão de recuperação judicial, 
exige-se prévia quitação dos tributos devidos, sendo possível, nesse último 
caso, a concessão da recuperação se o devedor obtiver a suspensão da 
exigibilidade do crédito devido. 
Comentário: De acordo com o art. 191-A, do CTN, a concessão de 
recuperação judicial depende da apresentação da prova de quitação de todos 
os tributos. Vale lembrar que, quando um crédito tributário está com sua 
exigibilidade suspensa, é possível a emissão da certidão positiva com efeitos 
de negativa (CTN, art. 206). Ou seja, embora exista a dívida, os efeitos da 
certidão positiva são os mesmos da certidão negativa, podendo ser utilizada 
para a concessão da recuperação judicial. Questão correta. 
Questão 26 ± CESPE/JUIZ-TJ-PB/2011 
 
O bem de família, instituído por lei, pode ser penhorado em execução fiscal, 
independentemente da natureza do tributo cobrado em juízo. 
 
Comentário: O bem de família somente pode ser penhorado em execução 
fiscal, se os tributos objetos de cobrança forem relativos ao bem imóvel. 
Portanto, a questão está errada. 
 
Questão 27 ± CESPE/JUIZ-TJ-PB/2011 
 
A fraude à execução fiscal ocorre com a alienação de bens pelo sujeito passivo 
em débito tributário para com a fazenda pública, após a regular inscrição do 
crédito tributário na dívida ativa, tornando-o insolvente. 
 
Comentário: De acordo com o caput do art. 185, do CTN, presume-se 
fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seu começo, por 
sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública, por crédito tributário 
regularmente inscrito como dívidaativa. Questão correta. 
 
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Questão 28 ± CESPE/JUIZ-TJ-PB/2011 
 
Os créditos tributários gozam de preferência em relação a quaisquer outros, 
incluindo-se os decorrentes da legislação trabalhista. 
 
Comentário: Os créditos tributários não preferem aos decorrentes da 
legislação trabalhista. Questão errada. 
 
Questão 29 ± CESPE/JUIZ-TJ-PB/2011 
 
O concurso de preferência para recebimento do crédito tributário entre as 
pessoas jurídicas de direito público obedece à seguinte ordem: municípios, 
estados e DF e, por fim, a União. 
 
Comentário: O concurso de preferência entre as pessoas jurídicas de direito 
público segue a seguinte ordem (CTN, art. 187, par. único): União; Estados, 
Distrito Federal e Territórios, conjuntamente e pró rata;e Municípios, 
conjuntamente e pró rata. Questão errada. 
 
Questão 30 ± CESPE/JUIZ-TJ-PB/2011 
 
Respondem pelo pagamento do crédito tributário todos os bens, presentes e 
futuros, do sujeito passivo, salvo os gravados por ônus real ou cláusula de 
inalienabilidade ou impenhorabilidade. 
 
Comentário: De acordo com o art. 184 do CTN, responde pelo pagamento do 
crédito tributário a totalidade dos bens e das rendas, de qualquer origem ou 
natureza, do sujeito passivo, seu espólio ou sua massa falida, inclusive os 
gravados por ônus real ou cláusula de inalienabilidade ou impenhorabilidade. 
Questão errada. 
 
Questão 31 ± CESPE/JUIZ-TJ-PI/2012 
 
As garantias atribuídas ao crédito tributário estão previstas no CTN, não se 
admitindo outras oriundas de outras fontes legislativas, ainda que de maneira 
subsidiária. 
 
Comentário: De fato, a enumeração das garantias atribuídas ao crédito 
tributário pelo CTN não é exaustiva. No entanto, de acordo com o caput do art. 
183 do CTN, somente previsão expressa em lei pode atribuir outras garantias 
ao crédito tributário. Questão errada. 
 
 
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2 ± ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA 
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Foram estabelecidas algumas regras para nortear os procedimentos a serem 
adotados pelos órgãos e agentes fazendários. 
 Conforme foi visto no início do nosso curso, os tributos são a principal 
fonte de receita do Estado. É por isso que a administração tributária é, em 
termos simples, a sustentação do Estado, conforme está previsto no art. 37, 
XXII, da CF/88: 
XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios, atividades essenciais ao funcionamento do 
Estado, exercidas por servidores de carreiras específicas, terão 
recursos prioritários para a realização de suas atividades e 
atuarão de forma integrada, inclusive com o compartilhamento de 
cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou convênio. 
 Destaque-se que, em compatibilidade com a previsão acima no sentido 
de que as administrações tributárias terão recursos prioritários, o art. 167, IV, 
da própria CF/88, permitiu a excepcional vinculação da receita dos 
impostos para realização das atividades da administração tributária. 
 Em suma, o que nos importa nesse momento é saber que o CTN dividiu 
o tema em três capítulos, quais sejam: Fiscalização, Dívida Ativa e Certidões 
Negativas. 
 Vamos estudar cada um deles a partir de agora! 
2.1 - Fiscalização 
 O capítulo que trata da fiscalização diz respeito aos poderes e deveres 
das autoridades administrativas. Também trata das restrições quanto à 
divulgação de informações relativas à situação econômica dos contribuintes. 
2.1.1 ± Poderes das autoridades administrativas 
 Em primeiro lugar, cabe relembrar que o CTN é uma norma geral em 
matéria tributária. Por conseguinte, há outras regras atinentes à fiscalização 
tributária, previstas em leis ordinárias de cada ente federativo. 
 Sendo assim, em cada esfera podem ser criadas normas 
regulamentando as prerrogativas das autoridades fiscais a ela 
vinculadas. Tais normas podem ser tanto em caráter geral, aplicando-se à 
fiscalização de todos os tributos de competência do ente, ou em caráter 
especial, aplicando-se a um tributo especificamente. 
 Vejamos o que estabelece o art. 194 do CTN: 
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Art. 194. A legislação tributária, observado o disposto nesta Lei, 
regulará, em caráter geral, ou especificamente em função da 
natureza do tributo de que se tratar, a competência e os poderes 
das autoridades administrativas em matéria de fiscalização da 
sua aplicação. 
Parágrafo único. A legislação a que se refere este artigo aplica-se às 
pessoas naturais ou jurídicas, contribuintes ou não, inclusive às que 
gozem de imunidade tributária ou de isenção de caráter pessoal. 
 Neste ponto, é muito importante que o aluno perceba que, ainda que o 
contribuinte esteja imune ou isento, deve ser fiscalizado. Isso ocorre porque a 
imunidade e a isenção exoneram o contribuinte da obrigação de pagar, 
mas não da possibilidade de vir a ser fiscalizado. 
 Ademais, há casos de imunidade ou isenção em que o contribuinte fica 
sujeito a alguns requisitos, e só há um meio de verificar se estão sendo 
realmente cumpridos: fiscalização. 
 Nesse rumo, o art. 195 dispõe sobre os poderes das autoridades fiscais: 
Art. 195. Para os efeitos da legislação tributária, não têm aplicação 
quaisquer disposições legais excludentes ou limitativas do direito 
de examinar mercadorias, livros, arquivos, documentos, papéis e efeitos 
comerciais ou fiscais, dos comerciantes industriais ou produtores, ou da 
obrigação destes de exibi-los. 
 Sendo assim, as autoridades fiscais têm o direito de examinar os livros, 
arquivos e documentos do sujeito passivo, e este tem o dever de exibi-los, 
ainda que haja lei excluindo ou limitando essa prerrogativa fiscal. É 
claro que a fiscalização deve se limitar ao objeto da investigação, conforme se 
extrai do entendimento sumulado do STF: 
Súmula STF 439 - Estão sujeitos a fiscalização tributária ou previdenciária 
quaisquer livros comerciais, limitado o exame aos pontos objeto da 
investigação. 
 Repare que o STF deixa claro que quaisquer livros comerciais estão 
submetidos à fiscalização tributária ou previdenciária. O que isso quer dizer? 
Ora, até mesmo aqueles livros que não são de escrituração obrigatória 
(não constituem obrigações acessórias) submetem-se ao exame do Fisco. 
 Relativamente aos livros obrigatórios de escrituração comercial e 
fiscal e aos comprovantes dos lançamentos neles efetuados, o par. 
único do art. 195, do CTN, assevera que devem ser conservados até que 
ocorra a prescrição dos créditos tributários decorrentes das operações 
a que se refiram. 
09279989200 - Maria Deusa Amorim Duarte
 
 
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DIREITO TRIBUTÁRIO ± TRF 5ª REGIÃO ± ANALISTA JUDICIÁRIO 
Curso de Teoria e Questões Comentadas 
Aula 12 - Prof. Fábio Dutra 
 
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