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Resenha Critica do filme Perdido em Marte

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Resenha filme Perdido em Marte
DAVID SOARES DE CAMPOS�
	Uma tempestade de areia em Marte surpreende seis astronautas durante uma missão de exploração. Um deles, o também botânico Mark Watney, é acertado por destroços e se perde do restante do grupo; devido às condições, é dado como morto mesmo sem ter sido encontrado, e deixado para trás após a decisão da comandante. Os sobreviventes partem de volta para a Terra antes do previsto, e a NASA declara a morte ocorrida durante a missão, causando assim uma comoção mundial. 
	Acontece que Mark não morreu durante o acidente, apesar de sua barriga ter sido perfurada. 	Ele logo descobre que foi deixado para trás, estando dessa forma condenado à morte, uma vez que não tem como se comunicar com a NASA pedindo resgate ou mais suprimentos para estender seu tempo de vida até a próxima missão levá-lo de volta para casa. De qualquer forma, os alimentos que ainda lhe restam não seriam suficientes até que a longa viagem entre a Terra e Marte fosse realizada para lhe trazer mais. A resignação perante sua situação dura pouco, contudo, e Mark decide que usará a ciência a seu favor para não morrer ali. Enquanto faz vídeos atualizando de maneira divertida os progressos que obtém, Watney utiliza seus conhecimentos botânicos e científicos para fazer o que antes era considerado impossível: cultivar batatas em Marte. Graças a isso, um satélite capta seus movimentos e na Terra é descoberto que ele ainda esta vivo. Agora, a agência espacial precisa lidar com a delicada situação em que se encontra, tendo dado por morto o astronauta e realizado um enterro simbólico para alguém que na verdade esta vivo, mas que não se sabe por quanto tempo.
	Dirigido por Ridley Scott (Alien, O Oitavo Passageiro), o filme foi baseado na obra homônima do escritor norte-americano Andy Weir, e se trata de uma ficção científica não tão fictícia assim, que pode muito bem acontecer daqui uns bons anos caso a ciência e a tecnologia continuem a se desenvolver da maneira como acontece atualmente. Inclusive os detalhes técnicos, de acordo com algumas leituras que fiz, são reais – como os lugares em que Mark esteve, baseados em mapas do planeta, os dias marcianos denominados sóis, além das tecnologias que provavelmente estarão envolvidas nas primeiras missões tripuladas a Marte, previstas para acontecer até 2030. Andy fez diversas pesquisas, e a produção baseada no livro em momento algum parece exagerada ou fantasiosa. 
	O filme aborda questões políticas envolvendo a necessidade da NASA ser transparente em relação a suas realizações, o que muitas vezes representa um empecilho para a agência. Além disso, traz como comandante da missão espacial uma mulher, e também um personagem secundário (Rich Purnell) desenvolvendo uma ideia ousada para auxiliar no resgate de Mark, apresentando seu plano aos superiores da agência para a qual trabalha após se certificar da exatidão de seus cálculos e se dirigindo a eles quase como se fizesse pouco caso das posições que ocupam, de uma maneira muito cômica. 
	Além da incrível história, o grande destaque é o próprio protagonista e astronauta vivido por Matt Damon. Carismático e muito engraçado, Watney não entra em desespero diante da situação na qual se encontra e enfrenta todos os problemas que aparecem em seu caminho de maneira digna e extremamente divertida. Ao contrário do que aparenta no trailer, ele não possui mulher ou filhos, o que eu considerei como ponto positivo para que não existisse tanto drama em seu desejo de voltar para a Terra. Mark deseja voltar, mas ama o que faz e sabe que se morrer será por uma causa grande para si mesmo e para a humanidade. Seu diário de bordo em vídeo nos faz torcer cada vez mais por ele e os planos que elabora com o auxílio da ciência e da botânica. Apesar de ser o único ser humano no planeta todo, Mark não perde o bom humor pois sabe que de outra forma enlouqueceria. Mesmo com a leveza da trama, é sim possível se comover e até temer pela vida do protagonista. Na minha opinião, o ator soube muito bem demonstrar a fraqueza humana e o medo da morte nos momentos em que foi preciso fazer isso. 
	Todos os outros personagens se encaix​​​am em meio aos acontecimentos e possuem a devida importância para o desenrolar da história. Os funcionários da NASA que aparecem na Terra contribuindo para o resgate do astronauta, além dos outros cinco tripulantes da missão, não se desfocam em momento algum durante o filme. É quase impossível recordar o nome de todos, mas você não se esquece dos rostos e do papel que cabe a cada um deles. Para os leigos, às vezes se torna um pouco difícil acompanhar a linha de pensamento científico, mas o bom humor esta presente inclusive quando uma das astronautas da missão diz de maneira totalmente técnica o que pretende fazer e o outro pede que explique de uma maneira que ele (todos nós) entenda o que ela quis dizer.
	É impossível assistir ao filme sem trazer à tona aquele sonho de “ser um astronauta quando crescer”, mesmo que apenas para “voar” nos locais onde não há gravidade, ou experimentar a sensação única e inexplicável que observar a Terra do espaço deve proporcionar. Da mesma forma, é impossível sair da sala de cinema sem sentir admiração e respeito pela profissão, não apenas do astronauta, mas todas aquelas que envolvem a ciência e a utilização do raciocínio e da matemática para resolver problemas reais. Sim, essa é pra você que reclama do pouco que seus professores de matemática/física tentam ensinar na escola, achando que não será útil em momento algum da sua vida; talvez realmente não seja útil para a sua, mas não significa que não seja útil para coisas realmente importantes. 
Por fim, creio que ficou muito clara a minha indicação para que assistam Perdido em Marte. Se possível, a recomendação é para que seja assistido enquanto ainda esta em cartaz (se é que esta), mesmo que não em 3D, porque vale a pena. A dublagem não esta ruim e as piadas não perdem a graça em português. As risadas são garantidas até mesmo com a trilha sonora do filme, mas principalmente com Mark. Esse é provavelmente um dos melhores filmes de 2015, e eu tiro o chapéu para a produção, além de estar com uma vontade imensa de ler o livro no qual ela foi inspirada. 
�Formado em Pedagogia na Universidade Estadual do Piaui – UESPI, Especialista em Psicopedagogia Clinica e Institucional, Coordenador Psicossocial na secretaria municipal de educação, Esporte e Lazer – SEMEL,PI e se Esp. Em LIBRAS.

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