Buscar

Resumo Introdução ao Estudo do Direito

Prévia do material em texto

Introdução ao Estudo do Direito
Finalidade da IED: fornece uma visão global do direito, uma visão panorâmica e unitária das disciplinas jurídicas.
O que é o direito? A palavra direito é usada, na acepção comum, para designar o conjunto de regras que se disciplina a vida em sociedade, regras essas que se caracterizam pelo caráter genérico, pois é aplicada a todos os indivíduos, e ao caráter jurídico que diferencia das demais regras de comportamento social e lhe confere eficácia garantida pelo Estado. (Norma = lei)
Jurisprudência: decisões reiteradas dos tribunais, e que norteiam as decisões dos juízes.
Sinônimos da palavra Direito
Justiça: consiste em dar a cada um o que lhe pertence. (“Significa nunca ninguém pretender alguma coisa se não seja sua, nem que não possa ser legitimamente adquirida. ” – São Tomás de Aquino.
Faculdade: Nem todas as leis tem caráter de obrigatoriedade, existe lei que apenas conceituam determinadas situações, também existem leis que não nos obrigam a qualquer coisa os limitando a permitir determinado comportamento, estas leis são chamadas permissivas, teremos uma situação de direito significando faculdade. 
Bens de família/Art.128, II, CP: interromper gravidez ou não.
Ciência: “O estudo do Direito requer métodos próprios.”
Fato social: O fato social é a fonte principal das normas que regulam nosso comportamento enquanto vivendo em sociedade.
Fato: qualquer acontecimento
Fato jurídico: qualquer acontecimento regulado pelo direito
Ação: fazer alguma coisa = ato (namoro) = ato jurídico (casamento) 
Função social: Dentre as inúmeras funções do Direito, podemos elencar a solução e prevenção de conflitos, a regulamentação e orientação da vida em sociedade, trazer segurança e justiça, reprimir e penalizar os socialmente inadequados, institucionalizar, organizar os poderes do Estado e da Administração Pública, preservar os direito humanos dentre outros. 
Lei: Uma forma, uma regra de comportamento ou ainda, um conjunto de regras, que tem por objetivo regular o comportamento da pessoa que vive em sociedade. Essas regras são elaboradas pela própria sociedade através de seus representantes, e, quando prontas são entregues ao governo para que cuide de sua aplicação que será feita de forma coercitiva (impor).
Sociedade e Direito
O homem é um ser social, e por sua natureza e condição, um ser que necessita da presença do outro para firma-se como um ser pensante, racional e desse modo aprende a evoluir através dos conflitos que surgem no transcorrer da convivência social.
Uma sociedade é definida como um conjunto de indivíduos que gozam de interesses comuns associados de forma amistosa visando a consecução de seus objetivos. É composta pela aglomeração de grupos sociais compondo a estrutura de uma sociedade. 
A partir de tais definições, fica evidente a relação entre o direito e a sociedade, de modo que não poderia existir um sem a presença do outro. Sem o direito, a sociedade nasceria morta e mesmo que perdurasse por algum tempo, entraria em processo de entropia (queda). Até que atingisse o colapso e gerasse o caos. 
Dignidade da pessoa humana (Art. 1º, III, CF/88)
Direito e Moral: Conceito – Conjunto de práticas, padrões de conduta, formadores da ambiência ética. Trata-se de algo que varia no tempo e no espaço, por quanto cada povo possui sua moral, que evoluiu no curso da história consagrando novos modos de agir e de pensar
Diferenças entre Direito e Moral
Coercibilidade: Inicialmente, para Hans Kelsen, o direito era uma ordenação coercitiva (punição) da conduta humana. Entretanto, a verdade é que o direito é que é uma ordenação coercível (só trará punição se agir contra a lei) da conduta humana. 
Heteronomia: regras jurídicas são impostas. Valem independente de nossa adesão a opinião. Regras morais são aceitas unanimemente, nascem de uma consciência coletiva.
O campo da moral é mais amplo.
O direito tem coação (impõe limites) e a moral é incoercível (o que é moralmente legítimo sempre será)
A moral visa a abstenção do mal e a prática do bem. O direito visa evitar que se lese ou prejudique a outrem.
A moral dirige-se ao momento interno (é de cada indivíduo), psíquico e o direito ao momento externo, físico. 
A moral é unilateral, o direito é bilateral (resguarda o direito de um em detrimento da ação do outro)
A moral impõe deveres, o direito impõe deveres e confere direitos. 
Ética e Moral em Kant 
Para Kant, o valor moral das ações depende unicamente da intenção em que são praticadas, a ética Kantiana tem o propósito de um princípio moral universalmente válido, onde toda ação deve ser pensada, pela ótica moral. Para Kant, o ser racional tem consciência da realidade de uma lei moral. 
Quando é que a intenção tem valor moral ou é boa?
Quando o propósito do agente é cumprir o dever pelo dever. O cumprimento do dever é o único motivo em que a ação se baseia. Uma ação com valor moral é uma ação que cumpre seu dever sem segundas intenções.
Vontade absolutamente boa: É a capacidade de agir segundo a boa vontade, ou seja, uma vontade com princípios que concordam com as leis morais. É boa em si mesma sem qualquer interesse ou intenções. 
Vontade não absolutamente boa: É a vontade humana, porque não age unicamente pela razão, deixando-se levar por seus desejos e inclinações, exigindo assim, a imposição de uma ação por dever. 
Autonomia da vontade: Considerando o princípio moral supremo, a autonomia da vontade, é a capacidade auto legisladora da razão, tendo a liberdade como elemento fundamental. É a base do conceito de moral, para Kant e está diretamente relacionada a liberdade, pois considera que o homem é o legislador de suas próprias leis.
História do pensamento jurídico
Direito Natural – jusnaturalismo (jus naturale)
Conceito: São todos os princípios, normas, direitos que se tem como ideia universal e imutável de justiça, e independente da vontade humana. Para a teoria do jusnaturalismo o direito é algo natural e anterior ao ser humano, devendo seguir sempre aquilo que conduz aos valores da humanidade, e ao ideal de justiça. Desta forma, o que compõe o jusnaturalismo é tido como imutável, universal, atemporal e inviolável, pois está presente na natureza humana. Em suma, o direito natural está baseado no bom senso, sendo este pautado no princípio da mora, ética, equidade entre todos os indivíduos e liberdade.
Direito Natural – clássico.
(jus = usado pelo romanos para designar “justum”)
Também pode designar “lex” = “norma” = lei para designar a medida do que é justo. “licitum” e “potestas” = potestativo (não admite contrariedade)
Também pode significar “jurisprudentia”
Sendo a lei, um fator determinante do que é justo, não pode ser elaborada de acordo com o puro entendimento do legislador ao seu livre arbítrio. É necessário que a lei se reporte a uma justiça anterior e superior as leis já positivadas 
Direito Natural na Antiguidade
Cícero – defende a existência ou uma lei verdadeira. Conforme a razão, imutável e eterna que não muda com os países e com o tempo. Acredita que o homem não pode violar a própria natureza humana.
Santo Agostinho – Para ele, a lei eterna inspira a lei humana da mesma forma que a natureza divina inspira a natureza humana. 
Direito Natural e Santo Tomas de Aquino
Na Idade Média, o direito natural para alguns, se identificava com a lei revelada por Deus à Moises e com o evangelho. Santo Tomas de Aquino recebeu de Roma a missão de cristianizar Aristóteles, colocando-o dentro dos princípios de Santo Agostinho e com os princípios do Catolicismo e do direito canônico, que já não atendia a sociedade de forma satisfatória. 
 	Para Tomás de Aquino: A lei natural é algo imposto pela mente de Deus. 
Para Aristóteles: A doutrina do direito natural existe, sem o viés da originalidade. 
Declínio do Direito Natural
A razão começou a ser usada para discernir a forma ideal e mais perfeita do direito natural. Com isso, surge o racionalismo com o objetivo de construir uma ordem jurídica, que se baseava nos princípios de igualdadee liberdade que são basilares para se invocar a razão e a justiça.
Positivismo jurídico: Com o declínio do Direito Natural surge outra forma de fundamentar a natureza do direito. O Direito Positivo sustentava que as leis feitas pelos homens eram obrigatórias e válidas, sem considerar o seu conteúdo moral. O positivismo jurídico nasce quando o Direito Positivo e o Direito Natural não são comparados de forma igual. O Direito Positivo, passa a ser considerado como direito em sentido próprio. Passa então, a existir somente o Direito Positivo e o Direito Natural é excluído da categoria dos direitos. 
Correntes do Positivismo Jurídico
1º Escola = Escola Exegética
O defensor da escola de exegese não aceitava a existência de lacunas na lei, pois, por ser fruto da razão, ela obrigatoriamente alcançaria todo o ordenamento jurídico.
Código Justiniano: Idade Média.
Código Napoleônico: Idade Moderna. 
Codificação: Esta escola utilizou uma técnica inteiramente nova de elaboração legislativa, um documento completo de toda disciplina jurídica de uma determinada área do direito denominada código. Essa forma de elaboração legislativa se expandiu para diversas áreas do direito. 
A mentalidade dos juristas: Denomina pelo princípio da autoridade e com base na vontade do legislador que colocou em evidência a norma jurídica. 
Separação dos poderes: Constitui o fundamento ideológico da estrutura do Estado Moderno. 
Certeza do Direito: O Estado é a única fonte do direito, pois todo ordenamento jurídico seria originado da lei e esta, por ser proveniente do legislador, teria como origem o Estado, ou seja, somente a lei era admitida como fonte do direito. 
Juiz – representante do Estado. / Legislador cria, para que o Estado aplique.
Motivos de natureza política: É representada pelas pressões exercidas pelo governo napoleônico nas escolas de ensino superior de Direito. As velhas faculdades de Direito nas universidades foram substituídas pelas Escolas Centrais e colocadas sobre domínio direto das autoridades políticas para ser ensinado somente o direito positivo e deixado e lado o jusnaturalismo. 
Somente o Direito Positivo seria ensinado. 
2º Escola = O Pandectismo Jurídico Alemão 
Alemanha, Século XIX – pandectas = digesto (compilação de livros) do imperador Justiniano, principal fonte do estudo do Direito Romano. 
Possuía cunho primordialmente normativista, considerando que o costume jurídico encontra sua força na vontade do legislador, com base no Direito Positivo. 
A sistematização (código): Demonstrava a localização do instituto em análise no código. 
A teorização (uso da doutrina): A validade das assertivas feitas sobre ele.
O pandectismo se identificava com a sistematização da escola de exegese francesa. Porém, a diferença fundamental entre as duas escolas era que, enquanto a francesa era codicista, capitaneada por Napoleão por razões político-legislativa, a alemã era de perfil doutrinário, representada por grandes juristas que protagonizaram a unificação jurídica e a construção institucional do Estado. 
O pandectismo defendia os conceitos jurídicos construídos pelo estudo. Este conceito organizou e deu origem a Teoria Geral do Direito Privado e a Teria Geral do Direito. 
O pandectismo apenas se adaptou a regra criada pela exegese, firmando o positivismo jurídico. Aliou o código criado pela exegese aos grandes pensamentos dos juristas. 
3º Escola = Escola Histórica do Direito
Montesquieu (1689 a 1755) na França.
Friedrich Karl Von Sontegny (1779 a 1861) na Alemanha. 
Seu principal fundamento era a adaptação da letra da lei ao mundo fático, isto é o Direito positivado pelo Estado, que deve interagir com a realidade social. Deve se adaptar as velhas leis, aos tempos novos e não as abandonar, dando assim, vida aos códigos. 
A aplicação da lei não deve ater-se apenas aos antecedentes legislativos e suas condições de nascimento, mas a lei deve ser adaptada as condições do meio social que lhes proporcionam nova vida. Quando a lei se adapta as condições sociais seu sentido também evolui. 
O Normativismo Jurídico – Século XX 
Hans Kelsen = Teoria Pura do Direito
A Teoria Pura do Direito criada por Hans Kelsen atribuía características de ciência ao ramo do direito, isolando as normas jurídicas em um sistema onde possuíam entre si um critério de hierarquia e subordinação, afastando do direito qualquer compreensão sociológica, metafísica ou política, transformando sua teoria em Pura, porque concentra na fonte principal por meio da qual o sistema se formaliza: a norma jurídica. 
Norma fundamental de Kelsen
As normas jurídicas são portadoras de um sentido objetivo de dever-ser, isso porque a sansão se revela insuficiente para caracterizar a norma jurídica. A norma só existe em um sistema jurídico, ou seja, quando uma norma é oriunda de outra norma superior.
Para Kelsen, para cada norma vigente precisa, para ser válida, estar fundamentada em uma norma anterior e superior. Trata-se de uma norma que, diferente de todas as outras, tem sua validade fundamentada não em outra norma, mas na simples aceitação de sua validade. 
Planos da norma jurídica
Validade: Possui relação com o ingresso da norma no ordenamento jurídico, ou seja, uma norma será válida quando não contradizer norma superior, e tenha ingressado no ordenamento jurídico, atendendo ao processo legislativo pré-estipulado. Para Kelsen a validade da norma está relacionada com o fato de haver uma outra norma que prescreva uma conduta. 
Vigência: Possui relação direta com a sua existência específica, é o termo usado para se demarcar o tempo de validade de uma norma. Assim, a norma será vigente quando puder ser exigida. Isso implica dizer que pode existir uma norma válida e que ainda não esteja vigendo e não poderá ser exigida e nenhuma autoridade competente poderá exigir o seu cumprimento. 
Eficácia: Está relacionada com a produção dos efeitos, ou seja, com a sua real aplicação e observação das circunstâncias de uma conduta humana, de acordo com o que prevê a norma no mundo dos fatos, para Kelsen a eficácia está relacionada com a validade da norma, já que para uma norma ser válida, ela precisa ser eficaz. 
Teoria Tridimensional de Miguel Reale
Axiológico: valor de justiça
Fático: afetividade social e histórica
Normativo: o ordenamento, o dever-ser
Fato: Capaz de revelar as intencionalidades objetivas de um determinado lugar ou época e não é visto como um fato natural, mas sempre impregnado de um valor. O fato é uma dimensão do direito, é o acontecimento social que envolve interesses básicos para o homem e que por isso enquadra-se nos assuntos regulados pela ordem jurídica. 
Valor: Considerando não como um objeto ideal, o valor é um dever ser ligado a um campo prático e ligado a uma ação. O valor é o elemento moral do direito, se toda obra humana é impregnada de sentido ou valor, igualmente o direito: Ele protege e procura realizar valores fundamentais da vida social, quais sejam, a ordem, a segurança e a justiça
Norma: Descreve os valores que vão se concretizando na condicionalidade dos fatos sociais e históricos. A norma consiste no padrão de comportamento social imposto aos indivíduos que vem observá-la em determinadas circunstâncias.
Fato: acontecimento social que envolve interesses básicos para o homem. 
Valor: elemento moral do direito, protege valores fundamentais da sociedade.
Norma: padrão de comportamento imposto 
O Direito Ciência e sua Metodologia
Método é o caminho que deve ser percorrido para aquisição da verdade, ou seja, um resultado exato ou rigorosamente verificado. Cada ciência tem sua forma de verificação e o direito também possui seus métodos.
1º Indutivo: Particular para o Geral.
Tira-se conclusões a partir de casos parecidos onde pressupõe uma verdade geral. Este método pode ser verdadeiro ou falso, com grande probabilidade de erro. Por ser baseada em estatística onde se tira conclusões a partir de um número de acontecimentos. 
2º Dedutivo
É a modalidade de raciocínio lógico que fazuso da dedução para obter uma conclusão a respeito de determinada premissa, essencialmente os raciocínios dedutivos se caracterizam por apresentar conclusões que devem necessariamente serem verdadeiras. 
Exemplo: Todos os homens são mortais. Sócrates é um homem, portanto, Sócrates é mortal (silogismo) 
Formulação de um problema > Formulação de uma hipótese > Verificação do resultado (Teorias, enunciados, leis, etc.)
3º Analógico
É utilizado frequentemente na teoria e na prática forense. Em matéria de fato e de direito, na elaboração da lei, na sua interpretação, na prova judicial, nas perícias e nas sentenças. É o processo lógico pelo qual o aplicador da lei adapta a um evento concreto não previsto pelo legislador, regra jurídica atinente a um caso previsto, desde que entre ambos ocorra semelhança e a mesma razão jurídica para soluciona-las de forma igual. 
OBS: No Direito Penal, só pode ser usada para favorecer o réu.
4º Dialética
É um método de diálogo cujo foco é a contraposição de ideias que levam a outras ideias e que tem sido o tema central na filosofia ocidental e oriental desde os tempos antigos.
“Há possibilidade de acordo entre as partes?”
Direito Substantivo e Direito Adjetivo
Direito Substantivo (Direito Material)
É o conjunto de regras criadas pelo Estado que normatiza a vida em sociedade definindo relações jurídicas. É o complexo de normas que definem sua matéria. 
Ex: Direito Penal, Direito Civil, Direito Comercial...
Direito Adjetivo (Direito Processual)
Consiste nas regras que regulamentam a existência dos processos, bem como o modo destes se iniciarem, se desenvolverem e terminarem. O direito adjetivo diz respeito à processualística, ou seja, a forma pela qual se aplica o direito material. 
Ex: Direito Processual Penal, Direito Processual Civil...
Direito Objetivo e Direito Subjetivo 
Direito Objetivo
É composto pelas normas jurídicas, as leis, que devem ser obedecidas rigorosamente para todos os seres humanos que vivem na sociedade que adota essas leis. O seu descumprimento dá origem a sanções. É o conjunto de leis vigentes que nasceram da vontade geral e passaram a integrar o ordenamento jurídico. 
Ex: Código Civil, Código Penal, Eca, Estatuto do Idoso...
Direito Subjetivo
Também chamado de “facultas agendi”, que é a faculdade de agir, designa dentro das regras do direito a forma de agir da pessoa. É o poder que as pessoas têm de fazer valer seus direitos individuais, ou seja, nasce da vontade individual. É a faculdade de fazer ou deixar de fazer alguma coisa de acordo com a norma jurídica. 
Direito Público e Direito Privado
Direito Público
É o ramo do direito composto pelas normas que tem por matéria interesse do Estado, tais como a função e organização, a ordem e a segurança, a paz social, etc. Tais normas regulam as relações entre o Estado e os particulares, visando sempre a concretização do interesse público conforme as previsões da lei. O interesse público se concretiza por meio da atuação da administração pública, com a organização e prestação dos serviços públicos e utilização de recursos financeiros públicos. 
Direito Público Interno e Direito Público Externo
Direito Público Interno (Brasil) – Rege os interesses estatais e sociais. Suas normas encontram-se nos direitos constitucional e administrativo, processual, tributário, penal e eleitoral. 
Direito Público Externo – Trata das relações internacionais entre os Estados soberanos. Encontram-se no direito internacional público através de convenções e tratados com as organizações internacionais. 
Direito Privado 
É formado por normas que têm por matéria as relações existentes entre os particulares relativos à vida privada, às relações patrimoniais e extrapatrimoniais. As normas de Direito Privado encontram-se no Direito Civil e no Direito Comercial. 
República = res-publica = coisa pública 
Ramos do Direito Público: Direito Constitucional, Financeiro, Tributário, Internacional Privado, Administrativo, Processual, Ambiental e Penal.
Ramos do Direito Privado: Civil e Comercial.
Ubi Societas, Ubi Jus = onde está a sociedade, está o direito. 
Não se pode conceber qualquer atividade social desprovida de forma e garantias jurídicas, nem qualquer regra jurídica que não se refira a sociedade. Ou seja, o direito é um fato ou fenômeno social, não existe senão na sociedade e não pode ser concebido fora dela. 
Multiplicidade e unidade do direito: 
O direito se apresenta sobre múltiplas formas, em razão de múltiplos campos de interesse, o que se reflete em distintas e renovadas estruturas normativas. Porém, deve existir uma visão comum a todos os fatos jurídicos, sem o que não seria possível falar em direito como uma expressão constante da experiência social. 
Ubi Jus, Ubi ratio = onde existe o direito, existe a razão. 
O que importa é verificar que em cada disciplina sempre há um limite estabelecido através da razão. Tanto para a ação do indivíduo como do Estado. 
Complementariedade do direito: 
As diferentes partes do direito não se situam uma ao lado da outra como coisas acabadas e estáticas, pois o direito é ordenação que dia a dia se renova, porém, cada parte só existe e 
Linguagem Utilizada: “alienar” = vender
“competente” = local onde a situação ocorreu
Teoria da norma jurídica
Conceito: O direito é um conjunto de normas de conduta, sendo estas os valores jurídicos protegidos que fundamentam o ordenamento legal. A norma é, portanto, tudo que se estabelece como base ou medida para a realização ou avaliação de algum fato. É o modelo do padrão de conduta e ação para o indivíduo em sociedade sendo uma forma abstrata daquela que deve ser obedecida e seguida em todos os fatos humanos que admitem um juízo de valor. 
{Somente naqueles que admitem juízos de valor; o que interessa ao direito são as condutas que interferem na esfera jurídica do outro} 
Estrutura lógica da norma
Para Kelsen, a estrutura da norma esta subdividida em duas partes distintas, uma norma secundária que afirma ser dada a não prestação devendo ser aplicada a sansão; e uma norma primária, que afirma que havendo um fato temporal deve ser feita a prestação. 
{Secundária: pai que não prestou assistência material ao filho menor deve ser submetido a uma penalidade. Primária: pai que possui filho menor deve prestar assistência} 
Características da norma jurídica
Para Miguel Reale, o que caracteriza uma norma jurídica, seja qual for esta norma, é o fato de ser uma estrutura proposicional de uma forma de organização ou de conduta que deve ser seguida de maneira objetiva e obrigatória.
Bilateralidade: O direito existe sempre vinculado a duas ou mais pessoas, atribuindo poder a uma e obrigatoriedade a outra. (sujeito ativo – sofreu alguma lesão) (sujeito passivo - réu) 
Generalidade: “erga omnes”: A norma é preceito de norma geral, que obriga a todos que se acham em igual situação jurídica. Desse princípio, deduz-se o princípio da isonomia da lei, segundo o qual todos são iguais perante ela. (Art. 5º CF/88 – Todos são iguais perante a lei) 
Abstratividade: Visa atingir o maior número possível de situações regulando os casos em um denominador comum como ocorro em via de regra. A vida social é mais rica do que a imaginação do homem e cria sempre acontecimentos novos e de forma imprevisível. 
Imperatividade: Na missão de disciplinar a forma de agir na sociedade e garantir a efetividade da ordem social o direito se apresenta por normas de caráter imperativo. Se assim não fosse não garantiria segurança nem justiça. 
Coercibilidade: Significa a possibilidade de uso da coação, que possui dois elementos: O psicológico e o material. O psicológico exerce a intimidação através das punições cabíveis para o descumprimento da norma jurídica. O material, é a força propriamente dita quando o destinatário do sansão não a cumpre espontaneamente. 
Classificação das normas jurídicas
Quanto ao sistema a que pertencem:
Nacionais: São as normas obrigatórias do âmbito do Estado e fazem parte do seu ordenamento jurídico. 
Estrangeiras:É possível que essa norma jurídica tenha aplicação além do território do Estado que a criou. 
Direito uniforme: Quando dois ou mais Estados resolvem, mediante um tratado adotar internacionalmente uma legislação padrão. 
Quanto a fonte:
Escritas: Se corporificam pelas leis, que emanam do poder legislativo, e as medidas provisórias e decretos que emanam do poder executivo. 
Consuetudinária: Que são as normas não escritas, elaboradas espontaneamente pela sociedade, para uma prática social ser considerada costume necessita ser reiterada, constante e uniforme, além de estar enraizada na sociedade como regra obrigatória. 
Jurisprudência: É a norma criada pelos tribunais, não é considerada como fonte formal de direito.
Quanto aos diversos âmbitos de validez: 
Âmbito espacial de validez: 
Gerais – As que se aplicam em todo território nacional, são sempre normas federais. 
Locais – As que se destinam a apenas parte do Estado ou território nacional, podem ser normas federais, estaduais ou municipais. 
Âmbito temporal de validez:
Vigência por prazo indeterminado não é pré-fixado. 
Determinado: Com menos frequência, a norma tem seu tempo de duração pré-determinado. 
Âmbito pessoal de validez: Podem ser genéricas, se aplicam a todos que se achem na mesma situação jurídicas também são chamadas de normas gerais.
Individualizadas: Se aplicam a vários membros de uma mesma classe de forma individual. 
Quanto a hierarquia:
Constitucionais: Que condicionam a validade de todas as outras normas jurídicas e tem o poder de revoga-las. 
Ordinárias: Leis, medidas provisórias e leis delegadas. 
Regulamentares: São as contidas nos decretos. 
Individualizadas: Utilizadas para a grande validade dos atos jurídicos como testamento, contrato, sentença, etc. 
Quanto a sansão:
Perfeita: Quando prevê a nulidade do ato na hipótese de ser a norma violadas. (Art. 1750, CC)
Mais que perfeitas: Quando prevê a norma, além da nulidade do ato, uma pena para os casos de violação. (Art. 1521, CC)
Menos que perfeitas: É a norma que determina apenas uma penalidade pelo seu descumprimento. (Art. 1523, I, CC)
Imperfeita: Quando não considera nulo ou anulável o ato que a contraria, nem determina castigo para os infratores. (Art. 814, CC) 
Quanto ao critério de existência:
Explícitas: É a norma tal qual está escrita nos códigos e na lei.
Implícitas: É a subentendida a partir da norma explícita. 
Ordenamento Jurídico e seus elementos constitutivos
Conceito: É o conjunto de normas jurídicas. Uma norma que pertence ao ordenamento é considerada válida e, portanto, pode ser qualificada de jurídica. 
Regras Estruturais: A produção dede novas normas é regulada por essas regras estruturais, estabelecendo requisitos para que se crie uma nova norma válida. 
Regra de Coesão: Estabelece o limite do ordenamento jurídico e confere a ele a sua forma específica dentre elas a validez e a hierarquia. 
Regra de Coerência: Significa dizer que uma norma deve ser corrente, consistente. Se o direito é o conjunto de normas que servem para solucionar conflitos não podem existir duas normas que os solucione de forma contraditória, isso deixaria o operador do Direito e a população sem critérios de comportamento. 
Regra de Completude: O ordenamento jurídico não pode deixar descoberta, sem dar solução, qualquer litígio ou conflito capaz de abalar e equilíbrio, a ordem e a segurança da sociedade. Por isso, ele contém a possibilidade de solução para todas as questões que surgirem na vida de relação social, suprindo as lacunas deixadas pelas fontes do Direito. 
Normas, regras e princípios. 
Princípios: São normas básicas inquestionáveis. Constituem a composição primária do Direito e estão vinculados aos valores fundamentais da sociedade, que exprime o que foi por ela eleito e que é justo. 
Os princípios impõem ao legislador a jurisprudência, a administração e aos particulares a interpretação do Direito de acordo com os valores por eles espelhados. O fundamental, tanto na vida como no Direito, são os princípios porque deles tudo decorre. 
1) todos são iguais perante a lei
2) falar e não provar é o mesmo que não falar
3) ninguém pode se beneficiar da própria torpeza
4) não há crime sem lei anterior que o descreva
5) presunção de inocência 
6) ditar dispositivos legais “Iura Novit Curia” 
7) contraditório e ampla defesa
Regras: São normas jurídicas destinadas a dar concreção aos princípios. É o que a lei ou o usa determina. Para DWorkin, as regras são aplicadas de forma disjuntiva, ou seja, ocorrendo a hipótese de incidência e sendo a norma válida a consequência jurídica deve necessariamente ocorrer, o que comprova que a norma é lícita. A regra jurídica é sempre um critério de qualificação e de decisão e estabelece o dever-ser, ou seja, regulam especificamente o comportamento e a conduta social 
Regras meramente qualificativas: Delimita os elementos da ordem jurídica.
Regras que produzem automaticamente efeitos jurídicos. 
Regras sobre regrar: Norma Revogatória – Uma nova lei que revoga a lei anterior. 
Validade do Ordenamento Jurídico
Conceito: Para que uma norma seja válida é necessário que todas as etapas legais de sua elaboração tenham sido obedecidas. Deve ser elaborada por um órgão competente que é legítimo e constituído para esse fim; competência desse órgão para tratar daquela matéria; observância dos procedimentos estabelecidos em lei para a sua proteção. 
Promulgação e Publicação: É a superação do veto, atestando então a existência de uma norma. 
Publicação é o requisito fundamental para a sua validade. É a forma pela qual o diploma legal se torna conhecido pela sociedade demonstrando a sua validade ao saber de todos. 
Vocation Legis: É o período compreendido entre a data de sua publicação e de sua entrada em vigor, o que tornará válida a obrigatoriedade da norma e inclusive, atentará o início de sua permanência no ordenamento jurídico. 
Fim da Norma: 
Vigência Temporária: São normas que já possuem um tempo curto de duração e desaparecem do cenário jurídico quando desaparecem os motivos que a ensejaram. 
Vigência sem prazo determinado: Termina com a sua revogação que torna sem efeito toda ela ou parte de seus dispositivos legais. 
Revogação Total: É chamada de “ab-rogação”. Quando a revogação atinge totalmente a lei anterior.
Revogação Parcial: É chamada de “derrogação”. Quando a nova lei revoga parcialmente a lei anterior. 
Hierarquia e Constitucionalidade
Normas Constitucionais: Ocupam o grau mais elevado da hierarquia das normas jurídicas. Todas as demais devem subordinassem as normas presentes na Constituição Federal. Quando 
Normas Complementares: São as leis que complementam o texto constitucional. A lei complementar deve estar prevista na Constituição Federal. 
Normas Ordinárias: São as normas elaboradas pelo poder legislativo em sua função típica de legislar. 
Normas Regulamentares: São os regulamentos estabelecidos pelas autoridades administrativas 
Normas Individuais: São as normas que representam a aplicação completa das demais normas do direito à conduta social das pessoas. 
Relações Jurídicas
Conceito: É o vínculo estabelecido e regulado de maneira legal entre 2 ou mais sujeitos relativamente a determinados interesses. Trata-se de uma relação que, devido a sua regulação jurídica, gera efeitos legais. Desta relação derivam direitos e obrigações que ligam as partes intervenientes.
Conteúdo das relações jurídicas: É o poder conferido ao titular do direito subjetivo. Os homens, ao estabelecerem uma relação jurídica criam entre si direito e obrigações. Tais direitos e obrigações compõe o conteúdo da relação jurídica. 
Elementos da relação jurídica
Sujeito Ativo: titular do direito
Sujeito Passivo: responsável pelo cumprimento da obrigação. 
Objeto: São as coisas ou utilidades sobre as quais incide o interesse legítimo do sujeito ativo, a que se refere o dever do sujeito passivo. 
Espécies de relação jurídica
Quanto à abrangência:
Abstratas: Quando e lei estabelece um comando geral e abstrato.Concreta: Relação jurídica existente na realidade entre pessoas determinadas sobre um objeto determinado e procedendo a um fato jurídico e determinado 
Quanto ao número:
Simples: quando se forma de um só vinculo, unindo duas partes. 
Complexas: quando contiver vários direitos subjetivos, caso em que as pessoas ocupam, simultaneamente, as duas posições, figurando, ao mesmo tempo, como sujeito ativo e passivo. 
Quanto à natureza:
Principais: quando é autônoma. 
Acessórias: quando depende de uma principal, na sua existência ou na sua eficácia. 
Quanto à eficácia:
Absolutas: quando vinculam aos seus efeitos todas e quaisquer pessoas e não apenas as pessoas diretamente envolvidas, operam erga omnes (para com todos). Compreendem as relações de direito personalíssimos e as de direitos reais. 
Relativas: quando vincular aos seus efeitos apenas as pessoas diretamente envolvidas. Somente envolvem as partes relacionadas entre si. São também chamadas de relações pessoais. 
Quanto ao objeto:
Reais: quando os seus efeitos incidem sobre bens. 
Obrigacionais: quando visa prestações específicas e geralmente economicamente apreciáveis. Aqui o objeto denomina-se prestação o que pode ser um dar, um fazer ou um não fazer.
Quanto à forma:
Públicas: aquela em que participa o Estado com predomínio de seu interesse ou com poder de autoridade. 
Privadas: quando as pessoas, inclusive o Estado, participam em condições de igualdade. 
As relações jurídicas também podem ser:
Simples ou complexas: São aquelas onde os direitos e as obrigações recaem sobre ambos os sujeitos da relação. Exemplo – Contrato de compra e venda.
De Direito Material: 
Cíveis: Estabelecem entre pessoas considerações em pé de igualdade. São as relativas a pessoa em si mesma ou no seio da família, bem como as decorrentes da sucessão, além daquelas estabelecidas entre particulares de caráter patrimonial. 
Penal: É aquela onde o Estado, como titular do direito de punir trata contra o autor de uma conduta definida como crime na lei, a aplicação de uma sansão. 
Processual: Havida entre o Estado e as partes envolvidas no processo, no qual são exigidos comportamentos atinentes ao bom andamento do processo, visando uma decisão sobre um direito material questionado. 
Tributária: Estabelecida entre o Estado e o particular, com a finalidade de criar e cobrar tributos, visando prover recursos que se voltarão para benefício de toda sociedade. 
Direito Subjetivo
Conceito: É o poder de exigir determinada conduta de alguém que, por lei, ato ou negócio jurídico, está obrigado a observá-la. É a faculdade ou poder atribuído pela ordem jurídica a uma pessoa de exigir ou pretender de outra um determinado comportamento positivo (fazer) ou negativo (não fazer) ou de, por um ato de vontade, produzir determinados efeitos jurídicos que se impõe inevitavelmente a outra pessoa. 
Poder jurídico: É a situação jurídica em que a uma pessoa são atribuídos poderes relativos sobre outra, exercível em favor e no interesse desta que tem a obrigação de obedecer-lhe desde que não abusivo.
Classificação do Direito Subjetivo
Públicos: São aqueles que possuem polo passivo como réu ou demandado, o poder público. Esse direitos surgem quando estão em jogo direitos relativos a liberdade, ao direito de ação, que é o direito que qualquer um tem de recorrer ao judiciário, o direito de petição, que é o direito de requisitar informações de seu interesse e direitos políticos, relativos a efetiva participação da sociedade no exercício do poder público. 
Privados: Possui como sujeito de uma obrigação o particular. 
Patrimoniais: São direitos que podem ser quantificados financeiramente e se diferem em:
Reais: relativos ao direito sobre uma coisa, ou seja, um bem que pode ser móvel ou imóvel. 
Obrigacionais: tem por objetivo uma obrigação de dar, fazer ou não fazer.
Sucessórios: decorre da sucessão hereditária, na qual os bens do falecido são repassados aos herdeiros. 
Intelectuais: exploração de obras e invenções de seus criadores, inventores, referente aos direitos autorais. 
Não-patrimoniais: Se dividem em duas categorias:
Personalíssimos: relativos a essência do ser humano e envolvem o direito a integridade física, psíquica e moral. 
Familiares: decorre das relações de parentesco que pode ser familiar ou conjugais, que disciplinam o comportamento dos pais, filhos e conjugues. 
Com relação à eficácia, os direitos subjetivos podem ser:
Absolutos: oponíveis erga omnes, ou seja, são validos para qualquer pessoa e devem ser observados por todos. 
Relativos: quando disser respeito somente aos envolvidos
Transmissíveis: quando permitirem a transferência para terceiros
Principais: quando o direito possui existência autônoma independente do outro. 
Acessórios: quando um direito depende da existência de outro para ser efetivado. 
Renunciáveis: quando a pessoa decidir por não o exercer
Irrenunciáveis: quando não se aceita que outra pessoa o exerça, somente o seu titular. 
Direito Objetivo
É o conjunto de normas que o Estado mantem em vigor, e que obrigam as pessoas a um comportamento de acordo com a ordem social. Ou seja, é através da norma que se determina a conduta que as pessoas devem observar nas relações sociais. É tudo que está previsto nas leis e na Constituição Federal. 
Direito Potestativo
É o direito sobre o qual não recai qualquer discussão, ou seja, ele é incontroverso, cabendo a outra parte apenas aceita-la, sujeitando-se ao seu exercício, é um direito que não admite contestação. 
Abuso de direito: Há abuso de direito sempre que o titular o exerce fora dos limites próprios da natureza do direito. É a utilização de um direito que ultrapassa os limites do razoável, pautado no abuso, na perturbação, trazendo em si a oposição aos valores que 
Fontes e Integração do Direito
Fontes do direito: são os vários modos de onde são buscadas, nascem ou surgem as normas jurídicas e os princípios gerais de direito. 
Fontes materiais: são os fatos sociais, as próprias forças sociais criadoras do direito. Constituem a sua matéria prima de elaboração, pois são os valores sociais que informam o conteúdo das normas jurídicas. As fontes materiais são ainda o direito pronto perfeito. Mas concorrem para a sua formação. 
Diretas ou imediatas: são aquelas fontes que criam diretamente as normas jurídicas, representadas pelos órgãos legiferantes. Ex: Poder legislativo, Executivo, judiciário, doutrinadores, sociedade. 
Indiretas ou mediatas: são fatos ou fenômenos sociais que ocorrem em determinada sociedade, trazendo como consequência o nascimento de novos valores que serão protegidos pela norma jurídica. 
Fontes históricas: são os documentos jurídicos e coleções coletivas do passado que, a mercê de sua sabedoria, continuam a influir nas legislações do presente. 
Fontes formais: seriam a lei, os costumes, a jurisprudência e a doutrina. O Estado cria a lei e dá ao costume e a jurisprudência a força desta. São assim, de modo imediato aquele 
A lei e seu processo de Produção
É a sucessão de atos realizados para a produção das leis em geral. O conteúdo, a forma e a sequência desses atos obedecem a regras próprias ditadas pela Constituição Federal, por leis e regimentos. 
Iniciativa Legislativa: É a faculdade que se atribui a alguém ou a um órgão para apresentar projetos de lei ao legislativo. 
Votação: Constitui ato coletivo das casas do Congresso geralmente é precedida de estudos e pareceres de comissões técnicas e de debates em plenário e o ato de adesão se toma por maioria dos votos. 
Sansão e Veto: São atos de Competência exclusiva do presidente da república. Somente recai sobre projetos de lei. 
Sansão: É a adesão do chefe do poder executivo ao projeto de lei aprovado pelo legislativo. 
Veto: É o modo pelo qual o chefe do poder executivo exprime sua discordância com o projeto aprovado por entende-lo inconstitucional ou contrário ao interesse público. 
Direito Consuetudinário: É o Direito que surge dos costumes de uma sociedade, não passando por umum processo normal de criação de leis. Também é denominado Direito não escrito, isto é, normas resultantes de práticas sociais reiteradas, constantes e tidas como obrigatórias. 
Contra Legem: por opor-se as leis não têm admissibilidade em nosso Direito. 
Secundum Legem: Por estar de acordo com a lei, serve de interpretação pois é o costume que esclarece a lei por estar em perfeita sintonia com ela. 
Praeter Legem: É utilizável quando a lei for omissa para preencher a lacuna existente. É o costume considerado como subsidiário do Direito. 
Jurisprudência: Em sentido amplo – É a coletânea de decisões proferidas pelos juízes ou tribunais sobre uma determinada matéria jurídica. Inclui jurisprudência uniforme e jurisprudência contraditória. 
Em sentido restrito – É o conjunto de decisões uniformes prolatadas pelos órgãos do poder judiciário sobre uma determinada questão jurídica. 
A doutrina é uma das fontes subsidiárias do Direito, e é uma forma expositiva e esclarecedora do Direito feita pelo jurista a quem cabe o estudo aprofundado da Ciência. São os estudos e teorias desenvolvidas com o objetivo de sistematizar e interpretar as normas vigentes e de conceber novos institutos jurídicos reclamados pelo momento histórico.
Equidade: É o princípio pelo qual o direito se adapta à realidade da vida sócio jurídica, conformando-se com a ética e a boa razão, salvando as lacunas do direito para melhorá-lo e enobrece-lo. A equidade é a justiça do caso concreto.
Direito comparado: Ao confrontar ordenamentos jurídicos vigentes em diversos povos o direito comparado aponta-lhes as semelhanças e diferenças, procurando elaborar sínteses conceituais e preparar o caminho para unificação de certos setores do direito.
Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro: 
Conceito: Esta lei fixa e define algumas questões básicas como tempo de vigor da Lei, o momento dos efeitos da Lei , da validade da Lei para todos. Caracteriza-se por seu um meta direito ou supra direito, na medida em que se dispõe sobre a própria estrutura e funcionamento das normas, coordenando, assim, a aplicação de toda e qualquer lei e não a penas dos preceitos de ordem civil.
Princípio da Continuidade das Leis: (art. 2º da LINDB) Quando a lei não se destina a uma vigência temporária ela tem vigência indeterminada até que uma lei posterior venha modificá-la ou revogá-la.
Expresso: quando a própria lei fala sobre a revogação.
Tácita: quando há incompatibilidade entre a lei nova e a lei velha ou quando a lei nova regula inteiramente um assunto disposto na lei velha. Nos dois casos revogam-se as leis velhas.
Princípio da Obrigatoriedade das Leis (arts. 1º e 3º da LINDB) : A lei é obrigatória e deve ser cumprida por todos, não por motivo de um conhecimento presumido ou ficto mas por elevadas razões de interesse público para que seja possível a convivência social.
Retroatividade das Leis: Dá-se pela substituição de uma lei por outra que gera um conflito de leis no tempo ou possibilidade de retroatividade da mesma. O conflito aparece quando numa situação jurídica a Lei tem de surtir efeito sobre fatos do passado que ocorreram sob a vigência de uma outra norma revogada ou que perdeu seu efeito.
Irretroatividade das Leis: Efeito que se dá quando uma lei nova não surte efeitos sobre fatos do passado e sim atos posteriores à sua promulgação. Função de não deixar que os direitos, atos, contratos e etc., possam ser mudados toda hora pelo legislador ocasionando insegurança jurídica.
Ultratividade das Leis: Consiste na ação de aplicar uma lei ou dispositivo de lei que já foi revogada em casos que ocorreram durante o período em que estava vigente. Neste caso a lei revogada age em caráter ultrativo pois continua a valer mesmo após a sua anulação, mas apenas para crimes cometidos durante a sua vigência. A lei só é ultrativa se for benéfica ao acusado. “tempus regit actum”
Respristinação : Não se aplica salvo por disposição em contrário, ao nosso ordenamento jurídico, a não ser que seja de forma expressa. É o fenômeno legislativo no qual uma lei anteriormente revogada por outra lei volta a viger. Em razão da revogação da norma revogadora 
Direito adquirido e expectativa do direito: 1) Direito adquirido:( Art. 6º parágrafo 2º da LINDB) é uma espécie de direito subjetivo definitivamente incorporado ao patrimônio jurídico do titular, apesar de ainda consumado, o que torna possível a exigibilidade na via judicial, seu titular está protegido de futuras mudanças legislativas que regulem a matéria em questão porque tal direito já se encontra incorporado ao patrimônio jurídico do titular, o que preserva seu direito mesmo que surja nova lei contraria a seus interesses. 2) Expectativa de Direito -situação jurídica da pessoa cujo direito é subjetivo para se perfazer, carece da realização de um ato ou fato futuro e previsível. É uma esperança que se configura na probabilidade dou na possibilidade de o interessado vir a adquirir ou ter um direito subjetivo.
Tipos de Leis:
Temporárias: São as leis destinadas a vigorar por um certo período fixado na própria lei ou dependente de uma condição nela também determinada
Perpétuas/Permanentes: São as que vigoram até serem revogadas por outra
Comuns: Também chamadas de gerais. São as leis de aplicação genérica e ampla que regulam um maior número de hipóteses enquadradas nos tipos legais.
Especiais: São as que regulam determinado número de situações de amplitude mais oi menos considerável, sujeitando-se a um tratamento diferente.
Poder Judiciário Brasileiro
O funcionamento do poder judiciário se dá por meio de instancias judicantes as quais visam a concretização dos princípios do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa.
Primeira Instância: É a ação que analisa e julga inicialmente a ação apresentada ao poder judiciário (termina com a sentença do processo) juiz de 1º grau, defensor, 
Segunda Instancia: A decisão proferida na primeira instancia são submetidas a apreciação desta instancia superior, composta por órgãos colegiados dando a oportunidade as partes conflitantes de obter um reexame da matéria. (Só atua quando efetivamento quando a não concordação dada pelo juiz)
Competência - é a esfera legitima de exercício de um determinado poder dado a uma autoridade pública pela lei. É utilizada para significar a limitação ao exercício do poder jurisdicional. A competência estabelece os limites dentro dos quais pode, legitimamente um juiz julgar. Quando essas regras não são observadas, ocorre a incompetência, que torna o exercício do poder jurisdicional em determinados casos ilegítimo.
Divisão da competência
Justiça Federal – composto pelos Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais e julga ações em que a União, as Autarquias ou Empresas Públicas Federais forem parte, isto é, a Justiça Federal Comum. Existe, ainda, a Justiça Federal especializada que é composta pela Justiça do Trabalho, Eleitoral e Militar;
Justiça Estadual – cabe o julgamento das ações que não são da justiça federal comum ou especializada. É a chamada competência residual.
Supremo Tribunal Federal (STF) – órgão máximo do poder judiciário, composto por 11 ministros, brasileiros natos, escolhidos entre os cidadãos com mais de 35 anos e menos de 65 anos de idade de notável saber jurídico e reputação ilibada. São nomeados pelo Presidente da República após a aprovação da escolha pela maioria absoluta do Senado Federal.
Atribuições do STF: 
-Julgar ações diretas de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual; 
- Julgar ações declaratórias de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal;
-Julgar arguição de descumprimento de preceito fundamental decorrente da CF;
- Julgar extradição solicitada por estado estrangeiro;
Na esfera penal:
- Julgar infrações comuns do presidente da República e do Vice, dos membros do Congresso Nacional e seus próprios ministros e do procurador geral da República
O Presidente e o Vice-Presidente do STF são eleitos pelo Plenário do Tribunale tem Mandato de 2 anos. É dividido em duas Turmas cada uma com cinco ministros.
Superior Tribunal de Justiça (STJ): Composto por 33 ministros e é responsável por uniformizar a interpretação da Lei Federal em todo o Brasil, de acordo com a CF. O STJ é a última instancia da justiça brasileira para as causas infraconstitucionais, sendo órgão de convergência da justiça comum.
Atribuições: julgar crimes comuns praticados pelo governador do Estado e do Distrito Federal, crimes dos Desembargadores dos Tribunais de Justiça e de conselheiros dos Tribunais de Contas estaduais, membros dos tribunais regionais eleitorais e do trabalho;
Habeas corpus de autoridades ou ministros de estados; analisa a concessão de carta rogatória e julga a homologação de sentença estrangeira.
Tribunal Superior Eleitoral (TSE) – Acompanha a legislação eleitoral junto com os tribunais regionais eleitorais; expede instruções para a execução da lei do processo eleitoral; organiza as eleições e garante o exercício dos direitos políticos da população.
Composto por sete membros, 3 escolhidos entre os ministros do STF, 2 escolhidos entre os ministros do STJ e 2 nomeados pelo presidente da república.
Tribunal Superior do Trabalho – TST – Composto por 27 Ministros nomeados pelo Presidente da República e aprovada pela maioria absoluta do Senado Federal. Sua principal função é uniformizar a jurisprudência em todo pais; julga recursos contra decisões do TRT e dissídios coletivos e outras ações.
Supremo Tribunal Militar (STM) – A mais antiga corte superior do pais, tem funções judiciais e administrativas, especializada em processar e julgar crimes que envolvam militares da marinha, exército e aeronáutica. Composto por 15 ministros nomeados pelo presidente da república e aprovados pelo Senado Federal: 3 da Marinha, 4 do Exército, 3 da Aeronáutica e 5 civis.
Tribunal Regional Federal (TRF) Só existem 5, Brasília, RJ, SP, Porto Alegre e Recife. Composto por 7 juízes nomeados pelo Presidente da República. Processa e julga as ações e os juízes federais e membro do MPF
Tribunal Regional do Trabalho (TRT) - Segunda instância na Tramitação dos processos Trabalhistas
Tribunal Regional Eleitoral -Responsável pela organização, fiscalização e execução do processo eleitoral nas áreas de uma jurisdição. Composto por 7 julgadores, 2 desembargadores do TJ um juiz do TRF, dois juízes de direitos e dois advogados indicados pelo TJ.
CNJ - Conselho Nacional de Justiça – É o órgão do poder judiciário encarregado de controlar a atuação administrativa e financeira dos órgãos do poder judiciário e fiscalizar o cumprimento dos deveres funcionais dos juízes.

Continue navegando