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TEORIA DA CONTABILIDADE AULA 1 A 5

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TEORIA DA CONTABILIDADE
AULA 1: Importância da Contabilidade
Você sabe qual é a importância da Contabilidade para as organizações e para toda a sociedade?
Essa ciência contribui, principalmente, para o processo de gestão:
Da própria organização – através das etapas de planejamento, execução e controle;
De outros organismos que se relacionam com a empresa – tais como investidores, bancos, governo, clientes, fornecedores, empregados etc.
Por outro lado, apesar de essa constatação ser óbvia para contadores, pesquisadores e estudantes da área, por diversas vezes, o profissional contábil é ignorado em organizações – seja por shareholders, stakeholders, seja pela própria sociedade.
*Shareholders: Todos aqueles que possuem participação em determinada empresa ou em determinado negócio: os acionistas.
* Stakeholders: Conhecidos, também, como partes interessadas ou relacionadas com a empresa. Trata-se de todos aqueles que possuem qualquer interesse em determinada empresa ou em determinado negócio. Exemplos: fornecedores, clientes, bancos, investidores, governo etc.
Muitos se preocupam em ter dinheiro e bens para, um dia, tornar-se pessoas ricas. A diferença entre o ativo e o passivo é simples – o ativo coloca dinheiro em seu bolso; o passivo tira dinheiro dele.
Portanto, antes de conhecer as ferramentas e técnicas de que a Contabilidade disponibiliza, é necessário compreender sua essência, suas premissas, seus princípios, seus postulados e suas convenções, bem como a evolução de suas teorias
É fundamental estudá-la enquanto ciência, enquanto ramo de um conhecimento abrangente.
“Temo o dia em que a tecnologia se sobreponha à humanidade. Então, o mundo terá uma geração de idiotas”.
(Albert Einstein)
A história da Contabilidade está relacionada diretamente ao avanço da sociedade, das atividades econômicas, das mudanças sociais e tecnológicas.
É certo que as organizações necessitam, cada vez mais, de informações que sustentem sua sobrevivência, ou seja, que garantam sua continuidade no mercado.
Para tanto, tem-se dinamizado o conjunto de dados sistematizados e inteligíveis por meio da Tecnologia da Informação (TI), que é capaz de auxiliar o processo decisório.
Essa é uma realidade que não mudará, e os futuros contadores não podem ficar alheios a isso.
Os profissionais contábeis que não acompanham essa evolução e – mais do que isso – que não compreendem a essência da Contabilidade, mas se preocupam somente em debitar e creditar, em registrar, em cumprir com as obrigações tributárias e acessórias, estão fadados à obsolescência e, assim, ao fracasso.
Quer ver um exemplo? Então, vamos lá!
Exemplo no âmbito empresarial
Imagine uma pequena empresa que possui um setor de Contabilidade, mas que é utilizado apenas para quitar suas obrigações fiscais e tributárias.
Será que o dono da empresa está disposto a gastar muito ou pouco com esse setor?
Esse empresário disponibilizará mais ou menos orçamento para a contratação de estagiários ou funcionários que atuarão na área?
Agora, suponha que essa mesma empresa esteja crescendo. Se o setor de Contabilidade só tem a competência de regularidade fiscal e tributária:
O contador ficará pouco ou muito sobrecarregado?
Esse profissional continuará ganhando o mesmo salário ou terá um aumento?
Vamos prosseguir com nossa reflexão adiante...
Digamos que o setor de Contabilidade de nossa empresa-modelo passe a fornecer informações sobre:
A situação patrimonial e financeira da organização; A situação de liquidez e de endividamento; O desempenho econômico em determinado período; O fluxo de caixa; As projeções futuras; As comparações entre o realizado e o planejado etc.
Nesse caso, o dono da empresa poderia ter outra perspectiva da Contabilidade ou esse setor permaneceria como antes?
Este exemplo que estamos analisando é simples, mas pense um pouco em todas as organizações: de direito público ou privado, com fins lucrativos ou não, com pessoas físicas ou jurídicas.
A Contabilidade é necessária a uma boa gestão do patrimônio de todas essas entidades.
Diante dessa constatação, você deve estar se questionando sobre o motivo de haver profissionais contábeis em situação crítica ou, ainda, sobre a má reputação da profissão.
O fato é que muitos desses profissionais preferem ficar inertes a todas essas mudanças e, portanto, obsoletos. Esse grupo representa poucos benefícios às empresas e, em alguns casos, até traz prejuízo a seus patrimônios por falhas no exercício da profissão.
Como alguns sabem, a partir de 2008, houve muitas mudanças nas normas contábeis – inclusive relativas às pequenas e médias empresas.
Dando continuidade a nossa reflexão baseada em uma empresa-modelo, vamos considerar que o contador está elaborando as demonstrações financeiras conforme o que era exigido antes dessa nova regulamentação.
Suponhamos, ainda, que o dono da empresa tenha analisado a possibilidade de transformá-la em uma Sociedade Anônima de capital aberto para conseguir investidores.
Será que o setor de Contabilidade estaria preparado para isso?
O contador conseguiria atender a todas as prerrogativas exigidas?
E se não conseguisse, o que aconteceria com ele?
Um bom profissional contábil se anteciparia antes mesmo de qualquer possibilidade apresentada pelo gestor. Mas muitos não se modernizam e não estão antenados com a evolução contábil, o que enfatiza sua má reputação e a pouca valorização de sua prática.
Vejamos, a seguir, a importância da teoria da Contabilidade na carreira de quem atua na área.
Competência do profissional contábil
Apesar da crise econômica global e mesmo com o aumento de licenciados, todos os anos, pelos exames de suficiência do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), a demanda por profissionais contábeis só tem aumentado.
Nesse sentido, um grande nicho é ofertado. Se buscarem a educação continuada, os estudantes e futuros profissionais da área poderão garantir seu lugar no mercado.
Em síntese, a teoria da Contabilidade propicia ao profissional contábil – seja qual for sua especialidade, sua área de atuação ou o ramo da ciência contábil em que exerce a profissão – a competência para explicar e interpretar os fatos contábeis que foram registrados, e não apenas identificá-los e mensurá-los.
*Especialidades: O profissional contábil pode ser: Auditor; Controller; Perito; Analista; Gestor etc.
*Área de atuação: O profissional contábil pode atuar tanto na área pública quanto na área privada.
* Ramo da ciência contábil: Entre os ramos da ciência da Contabilidade, podemos citar: Societário; Tributário; Ambiental; Social; Gerencial; Industrial; Do Terceiro Setor etc.
Compreender, explicar e interpretar o que representa um número bem como indicar o motivo de sua apresentação são ações muito mais importantes do que somente identificá-lo e registrá-lo.
Enfoques teóricos
No decorrer da evolução contábil, diversos enfoques têm sido adotados num esforço para resolver problemas em Contabilidade. De acordo com Hendriksen e Van Breda (2007), são eles:
Enfoque fiscal
O enfoque preferido por muitos iniciantes em ciência contábil consiste em perguntar o que a Receita Federal ou a legislação fiscal diz sobre determinado assunto. Contudo, a legislação fiscal propriamente dita não tem sido um pioneiro do pensamento contábil.
Embora as leis fiscais tenham acelerado a adoção de boas práticas contábeis e, portanto, provocado uma análise mais crítica de procedimentos e conceitos contábeis aceitos, também têm representado um obstáculo à aceitação da boa teoria contábil.
Enfoque legal
O segundo enfoque comum para os iniciantes em Contabilidade é buscar o aspecto legal de determinado assunto. Embora a lei proporcione numerosos exemplos que podem estimular o pensamento em questões da teoria contábil, raramente esse fator é decisivo.
Enfoque ético
O terceiro enfoque pergunta se há uma solução ética para determinado assunto.
Exemplo: Será que não seria o caso de fazer mais do que simplesmente obedecer à legislação vigente?
A moderna Contabilidade admite como um deseus pilares a subjetividade responsável do contador, que exerce grande influência sobre toda a área.
O enfoque ético à teoria da Contabilidade dá ênfase aos conceitos de justiça, verdade e equidade. Afinal, questões éticas fundamentais são importantes para toda a moderna construção de teorias.
Enfoque econômico
Nos últimos anos, tem havido verdadeira explosão de pesquisas que analisam a correspondência entre interpretações econômicas e dados contábeis. Dentro do enfoque econômico, estão as abordagens da macroeconomia, da microeconomia e da Contabilidade socioempresarial.
*Macroeconomia: Esta abordagem procura explicar o efeito de procedimentos alternativos de divulgação de dados sobre indicadores e atividades econômicas num nível mais amplo do que o de uma empresa – como um setor de atividade ou a economia nacional.
Exemplo: A regulamentação do Simples Nacional causou algum efeito sobre a economia do país? Qual?
*Microeconomia: Esta abordagem procura explicar o efeito de procedimentos alternativos de divulgação de dados sobre indicadores e atividades econômicas no nível da empresa.
Exemplo: A regulamentação do Simples Nacional causou algum efeito sobre a empresa X? Qual?
*Contabilidade socioempresarial: A visão microeconômica da Contabilidade não abrange, necessariamente, todos os efeitos que as empresas exercem na sociedade.
A Contabilidade socioempresarial visa atacar essas questões – como, por exemplo, custos com: Poluição ambiental; Desemprego; Condições insalubres de trabalho; Outros problemas sociais.
Enfoque comportamental
Uma alternativa ao enfoque econômico consiste em confiar nas visões da Psicologia e da Sociologia no desenvolvimento das teorias da Contabilidade.
O enfoque comportamental se preocupa, portanto, com a relevância da informação contábil e com o comportamento dos usuários, em consequência da apresentação das informações contábeis.
Essa abordagem tem estimulado uma busca, tanto entre contadores acadêmicos quanto entre contadores profissionais, de objetivos fundamentais para a área.
Enfoque estrutural
Este é o enfoque clássico da Contabilidade, que visa solucionar problemas que se concentram na estrutura do próprio sistema contábil e lidar com tais obstáculos por semelhança.
Por exemplo, os contadores procuram classificar transações semelhantes de forma similar ou, mais formalmente, buscam uniformidade no registro e na divulgação dessas transações.
Apenas quando encontram uma transação que não se encaixa num molde prévio, são obrigados a recorrer a princípios mais fundamentais.
Hoje, estão em moda definições mais amplas de Contabilidade, mas o processo de registro, classificação e sintetização ainda representa o núcleo da área.
Classificações das teorias
Independentemente do enfoque adotado para resolver problemas de Contabilidade, sempre nos questionamos:
Teoria como linguagem
A primeira forma de classificar o debate teórico consiste em analisar a questão que pretendemos solucionar, considerando a Contabilidade como linguagem de negócios.
Dentro dessa classificação, a Contabilidade pode ser examinada com base em três aspectos da linguagem: pragmática, semântica e sintaxe.
* Pragmática: Que efeito terá? Trata-se da situação em que a problemática estuda o efeito da linguagem. O papel desse tipo de teoria é encontrar os efeitos das informações contábeis.Exemplos: Enfoques comportamental e econômico.
Embora seja justo afirmar que quase toda a pesquisa atual na área contábil tenha orientação pragmática – foco no efeito –, a semântica e a sintaxe também são importantes na teoria da Contabilidade.
* Semântica: O que significa? Trata-se da situação em que a problemática estuda o significado da linguagem. O papel desse tipo de teoria é encontrar maneiras de melhorar a interpretação das informações contábeis.
* Sintaxe: Quais são as regras? Trata-se da situação em que a problemática estuda a lógica ou a gramática da linguagem. O papel desse tipo de teoria é encontrar a lógica para a apresentação das informações contábeis. Exemplo: Enfoque estrutural.
Teoria como raciocínio
A segunda forma de classificar o debate teórico consiste em analisar como os argumentos são processados. Essa análise pode ser feita através do raciocínio dedutivo ou indutivo.
* Raciocínio dedutivo: Neste método, os argumentos fluem de generalizações para observações específicas. Em Contabilidade, as generalizações são, normalmente, denominadas postulados. Logo, as aplicações e as regras práticas são deduzidas dos postulados, e não da observação da prática. Exemplo: A Lei nº 6.404/1976 dispõe sobre as Sociedades por Ações. A Estácio Participações S.A. deve obedecer a essa Lei.
Observe que o argumento parte de uma premissa universal – generalização – para uma conclusão com proposição particular – observação específica.
* Raciocínio indutivo: Neste método, os argumentos fluem de observações específicas para uma generalização. Exemplo: Aqueles que querem ser contadores públicos devem ter registro profissional no CFC. O mesmo vale para aqueles que desejam ser contadores privados ou tributaristas. Logo, todos aqueles que querem ser contadores devem ter esse registro profissional.
Frequentemente – mas nem sempre –, o que é específico se baseia em experiências práticas, tais como resultados de experimentos.
A teoria da Contabilidade que coleta dados financeiros para chegar a suas conclusões pode ser considerada empírica. Por outro lado, o enfoque estrutural é tipicamente não empírico.
Quase todas as teorias incluem alguns elementos tanto do raciocínio dedutivo quanto do indutivo.
Teoria como decreto
De acordo com Hendriksen e Van Breda (1999), tanto as teorias indutivas quanto as dedutivas podem ser descritivas ou prescritivas.
* Teorias descritivas ou positivas: Aquelas que visam mostrar e explicar quais informações financeiras são apresentadas e comunicadas aos usuários de dados contábeis, e descobrir como os administradores e outros indivíduos decidem o que é melhor para eles. Exemplo: Por que a administração deseja registrar o lucro por competência?
* Teorias prescritivas ou normativas: Aquelas que visam recomendar quais dados devem ser comunicados e como devem ser apresentados, e descobrir a melhor maneira de registrar contabilmente uma transação. Exemplo: Como devemos reconhecer uma receita de venda?
Verificação das teorias
Todas as teorias da Contabilidade apresentadas anteriormente devem ser verificadas. Afinal, as normativas são julgadas de uma forma, e as positivas, de outra.
Desenvolvimento das teorias
Conforme apontam Hendriksen e Van Breda (2007) e grande parte da doutrina contábil, embora uma única teoria geral possa ser desejável, como ciência, a Contabilidade ainda se encontra em estágio de desenvolvimento.
Isso ocorre porque a área reúne um conjunto de teorias – modelos – e subteorias complementares ou concorrentes. Entretanto, ainda assim, essa ciência é muito importante e valiosa.
A teoria da Contabilidade, tal como a estudamos, concentra-se no grupo de princípios subjacentes e fundamentais para a prática contábil, mas não se resume apenas a isso.
Além do desenvolvimento de tais princípios, essa teoria também busca compreender outras forças externas – como a política, a economia e a legislação –, que formam um quadro geral de referência para a investigação da natureza da Contabilidade, dentro do qual a prática contábil pode ser explicada e prevista.
Aula 2 - Evolução e principais escolas
Contabilidade: uma atividade preexistente à ciência
Você sabe quando surgiu a Contabilidade e quem a inventou?
Diversos exemplos mostram que a Contabilidade já existia entre os povos mais primitivos, ainda que os conhecimentos da matemática, das letras, dos negócios e, até mesmo, do patrimônio fossem limitados.
Vamos analisar alguns casos que aparecem na Bíblia Sagrada, cujos escritos antigos nos remetem a esse conceito:
1. No tempo de José, no Egito, houve tal acumulação de bens que perderam a conta do que se tinha! (Gênesis 41.49)
2. Houve um homem muito rico, denome Jó, cujo patrimônio foi detalhadamente inventariado. Depois de perder tudo, ele recuperou os bens, e um novo inventário foi apresentado. (Jó 1.3; 42.12)
3. Os bens e as rendas de Salomão também foram inventariados. (1 Rs 4.22-26; 10.14-17)
4. Em outra parábola de Jesus, um construtor faz contas para verificar se o que dispunha era suficiente para construir uma torre. (Lucas 14.28-30)
5. Há, também, o caso do administrador que fraudou seu senhor, alterando os registros de valores a receber dos devedores. (Lucas 16.1-7)
6. Relata-se, ainda, a história de um devedor que foi perdoado de sua dívida registrada. (Mateus 18.23-27)
Tais passagens comprovam a existência da Contabilidade desde os tempos mais remotos.
Origem da Contabilidade
A Contabilidade não é uma ciência exata, e sim uma ciência social aplicada. Afinal, é a ação humana que gera e modifica o fenômeno patrimonial. Mas suas principais ferramentas são os métodos quantitativos – matemática e estatística.
De acordo com doutrinadores como Iudícibus, Marion e Faria (2009), e Hendriksen e Van Breda (2007), podemos afirmar, com certa segurança, que a origem do campo de conhecimento que, mais tarde, se consolidaria como Contabilidade fica em torno de 4.000 a.C.
Alguns historiadores, por sua vez, acreditam que o surgimento dessa atual ciência data de bem antes: por volta do sexto milênio a.C.
Praticada pelo homem primitivo, a Contabilidade empírica já tinha como objeto o patrimônio, representado pelos aspectos quantitativos de rebanhos e de outros bens.
Já a origem dos registros contábeis está relacionada à necessidade de registros do comércio. Há indícios de que as primeiras cidades comerciais eram dos fenícios, mas a prática do comércio não era exclusiva deles, e sim exercida nas principais cidades da Antiguidade.
A atividade de troca e venda dos comerciantes semíticos exigia o acompanhamento das variações de seus bens quando cada transação era efetuada. As trocas de bens e serviços eram seguidas de simples registros ou relatórios sobre o fato.
Entretanto, na Babilônia, já se faziam as cobranças de impostos com escritas – embora rudimentares.
Por exemplo, nas margens do rio Nilo, os agricultores egípcios pagavam aos coletores de tributos com cereais e linhaça pelo uso de água para irrigação. Os recibos dados aos agricultores eram representados por desenhos de figuras de recipientes de cereais nas paredes de suas casas.
O fato é que não sabemos quem inventou a Contabilidade. Sua origem nos remete aos primórdios da humanidade, às primeiras manifestações humanas da necessidade social de proteção à posse.
Primeiros sistemas contábeis
Muito antes de a Europa emergir de tendas e peles, economias sofisticadas já existiam no Oriente Médio e no Extremo Oriente.
Há relatos de que sistemas contábeis desse tipo parecem ter existido na China, já em 2000 a.C., e referências intrigantes denotam uma familiaridade com o sistema de partidas dobradas em Roma, no início da Era Cristã.
*Sistema de partidas dobradas: Sistema publicado, pela primeira vez, em Veneza, em 1494 – apenas dois anos depois da chegada de Colombo à América. Seu surgimento derivou da codificação dos sistemas de escrituração de partidas dobradas mais antigos da Itália, no apêndice Summa de Arithmetica, Geometria, Proportioni e Proporcionalista, que foi escrito pelo Frei Luca Pacioli – um abade responsável por fazer cálculos para Leonardo da Vinci, de quem também era amigo.
Há até controvérsias a respeito dessa alegação: alguns pesquisadores acreditam que os romanos conheciam o conceito de depreciação.
Na cidade de Roma, a tabulação das contas era feita em uma instituição chamada Tabularium.
Vamos observar, então, a visão dos romanos – pronunciada no senado, em 55 a.C. – sobre as contas públicas:
“O orçamento nacional deve ser equilibrado. As dívidas públicas devem ser reduzidas. A arrogância das autoridades deve ser moderada e controlada. Os pagamentos a estrangeiros devem ser reduzidos, se a nação não quiser ir à falência. As pessoas devem novamente aprender a trabalhar em vez de viver por conta pública”.
(Marcus Túlio Cícero)
Contudo, os sistemas de escrituração de partidas dobradas mais antigos e formalizados foram encontrados no norte da Itália e datam do século XIV.
Evolução da Contabilidade
Houve poucos avanços na Contabilidade nos séculos seguintes ao XIV, em um período marcado por grandes acontecimentos – tais como os descobrimentos das Américas por Colombo e do Brasil por Pedro Álvares Cabral, bem como o início da Revolução Industrial.
Vamos analisar os principais acontecimentos da história que marcaram a evolução da Contabilidade:
1870: Promulgação do Decreto nº 4.475 – primeira regulamentação para a profissão contábil no Brasil.
1880: Criação do Instituto de Contadores Registrados na Inglaterra e no País de Gales.
1887: Criação do Instituto Americano de Contadores Públicos Certificados.
1902: Criação, na América do Sul, da Escola de Comércio Álvares Penteado, em São Paulo. A partir desse momento, o Brasil começou a se destacar como um dos primeiros países a ter um estabelecimento de Ensino Superior em Contabilidade.
1924: Realização do Primeiro Congresso Brasileiro de Contabilistas, no Rio de Janeiro, no qual foi formulado o conceito oficial de Contabilidade, difundido até hoje: Ciência que estuda e pratica as funções de orientação, de controle e de registro relativas à administração econômica.
1946: Criação do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) e aprovação da Resolução CFC nº 1, que dispõe sobre a organização dos Conselhos Regionais.
1964: Criação da Lei nº 4.320, que instituiu normas gerais para a Contabilidade pública no Brasil.
1976: Criação da Lei nº 6.404 – Lei das Sociedades por Ações – e da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
1993: Aprovação da Resolução CFC nº 750, que estabeleceu os princípios da Contabilidade.
2005: Aprovação da Resolução CFC nº 1.055, que criou o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC).
2007: Criação da Lei nº 11.638, que alterou a Lei das Sociedades por Ações.
2008: Emissão de CPCs em conformidade com as normas internacionais – essa ação perdura até hoje.
2009: Criação da Lei nº 11.941, que alterou a legislação tributária federal – inclusive a Lei das Sociedades por Ações.
Desenvolvimento da ciência contábil
A Contabilidade se desenvolveu em resposta a mudanças no ambiente, às novas descobertas e aos progressos tecnológicos.
Diante do constante crescimento e da intensa transformação da sociedade, não há motivo para acreditarmos que essa ciência deixará de evoluir. Mas esse processo evolutivo não foi – e não é – fácil.
Vamos conhecer, a seguir, as principais escolas da teoria contábil que contribuíram para esse progresso.
Escola europeia
No século XIX, os responsáveis por dar uma nova roupagem à Contabilidade foram:
Até então, a Contabilidade era tratada como mera ferramenta ou mero método de escrituração.
Logo, à época das primeiras correntes de pensamento contábil, ainda não era considerada como ciência. Só passou a receber cunho científico a partir de renomados escritores italianos.
Os primeiros profissionais da área começaram a surgir no final desse século.
Como afirmam Iudícibus, Marion e Faria (2009), foi através da obra La ragioneira, de Fábio Besta, que se definiu a Contabilidade como a “[...] ciência do controle econômico das entidades [...]”.
Talvez essa seja, ainda hoje, a mais perfeita e abrangente definição da disciplina, que antecipa em, pelo menos, uns 20 ou 40 anos as modernas noções de Controladoria.
Diante dessa base muita sólida deixada por Besta, no século XX, surgiram grandes correntes e doutrinas contábeis pelo mundo, lideradas pelos seguintes estudiosos:
Itália – Gino Zappa, Vincenzo Mais e, mais recentemente, Aldo Amaduzi;
Alemanha – Schmalembach e Fritz, que pesquisaram, inclusive, os problemas das variações de preços.
Escola norte-americana
No início do século XX, com a ascensão econômica da grande potência norte-americana, o mundo contábil voltou sua atençãopara os Estados Unidos – principalmente a partir de 1920 –, dando origem ao que alguns chamam de Escola Contábil Norte-Americana.
Aliado ao grande desenvolvimento do mercado de capitais, o surgimento das gigantescas corporations representou o cenário de um campo fértil para o avanço das teorias e práticas contábeis norte-americanas.
Não podemos nos esquecer, também, de que os Estados Unidos herdaram da Inglaterra uma excelente tradição no campo da auditoria, criando raízes sólidas nessa área de aplicação contábil.
Nesse contexto, entre os principais pensadores, podemos citar:
Hatfield; Paton; Littleton; Moonitz; Anthony; Horngren; Edwards; Bell.
A grande contribuição que se pode atribuir a essa escola de pensamento contábil é a disseminação da ciência da Contabilidade e, principalmente, a busca pela aplicação do conhecimento, por explicar e predizer na ascensão do positivismo contábil.
Escola brasileira
No fim do século XX e no início do século XXI, a Contabilidade passou a ser influenciada por escritores brasileiros, que apresentaram novas correntes de pensamento.
De acordo Iudícibus, Marion e Faria (2009), o Brasil é um país extremamente interessante para o estudo da evolução dessa ciência – principalmente por parte dos demais países em desenvolvimento.
Afinal, a legislação contábil do País – em especial, das sociedades de capital aberto – é considerada uma das mais aperfeiçoadas do mundo. Além disso, a escola brasileira tem contribuído muito para o progresso da Contabilidade – sobretudo nas últimas três décadas.
Em função do cenário econômico inflacionário crônico que prevaleceu até 1994, os brasileiros desenvolveram técnicas de correção avançadas. Entre elas, destacamos a correção monetária integral.
Nesse contexto, vários autores se destacaram internacionalmente, tais como:
Carlos de Carvalho; Francisco D’Auria; Frederico Herrmann Junior; Hilário Franco; Antonio Lopes de Sá; Américo Mateus Florentino.
Na avaliação global das contribuições de cada um, diríamos que, principalmente na Europa, D’Auria ainda é o nome mais conhecido da Contabilidade brasileira.
Outra grande colaboração brasileira foi a criação do CPC, que, formado por membros de diversas entidades relevantes à Contabilidade no Brasil, vem estudando e divulgando alguns pronunciamentos relevantes.
Tais pronunciamentos não apenas se convertem em Instruções da CVM e Normas Brasileiras de Contabilidade, mas também fomentam pesquisas na área contábil.
Em julho de 2009, o International Accounting Standards Board (IASB) elaborou e publicou as International Financial Reporting Standards (IFRS) para Pequenas e Médias Empresas (IFRS for SME).
Logo em seguida, em dezembro de 2009, o CPC emitiu uma norma equivalente: o Comitê de Pronunciamentos Contábeis aplicado às Pequenas e Médias Empresas (CPC-PME).
O Brasil vem se destacando, também, quanto à convergência contábil às PMEs. Mais do que isso, o País tem se evidenciado mundialmente, devido às contribuições oferecidas ao próprio IASB e ao Comitê de Interpretação IFRS (IFRIC).
Como exemplo, podemos citar as ressalvas feitas quando da adoção das IFRS for SME, que requerem o uso do método da equivalência patrimonial para contabilizar os investimentos em entidades controladas nas demonstrações financeiras separadas.
O IASB adotou essa consideração feita pelo Brasil e apresentou, recentemente, uma alteração semelhante ao IFRS integral. Isso será considerado para o IFRS destinado às PMEs em uma futura revisão.
Aula 3 - Postulados, princípios e convenções
Perspectiva doutrinária
A teoria da Contabilidade vai muito além de normas legais. Trata-se de um fundamento para pesquisas e estudos validados perante a comunidade científica, aderente à filosofia do modelo contábil de mercado, e não à visão legalista – normativa somente.
Atualmente, há uma confusão muito grande entre o que é teoria e o que é norma contábil. Precisamos, contudo, entender que a doutrina da Contabilidade apresenta sustentação conceitual da essência própria da ciência contábil.
Princípios básicos da Contabilidade de Custos
Assim como em qualquer outro tipo de aprendizado – como, por exemplo, aprender a dirigir um veículo –, a Contabilidade também tem suas regras, ou seja, seus princípios. Vamos conhecê-los?
Postulados – pilares da Contabilidade
Os postulados representam a base sobre a qual se desenvolve todo o raciocínio contábil – o ambiente e as condições em que a Contabilidade deve atuar. Por isso, são conhecidos como os pilares dessa área do conhecimento. São eles:
Entidade
As entidades possuem um patrimônio – diferente daquele que pertence aos sócios – qualitativo e quantitativo. Logo, a Contabilidade deve efetuar separadamente os registros dos sócios da empresa.
Continuidade
A entidade é uma instituição contínua. Sua principal finalidade é gerir e utilizar ativos que não serão vendidos, mas que servirão a ela própria, esforçando-se para produzir receita.
Em síntese, os postulados da entidade e da continuidade admitem que a Contabilidade é mantida para entidades como pessoas distintas dos sócios que as integram e que – se supõe – continuarão operando por um período indefinido de tempo.
Princípios – “paredes” da Contabilidade
Além de qualificar o campo de atuação da Contabilidade, os princípios contábeis servem de suporte aos postulados. Os princípios básicos, doutrinariamente essenciais ao exercício da Contabilidade, são:
Convenções – “teto” da Contabilidade
As convenções são mais objetivas e têm a função de indicar a conduta adequada que deve ser observada no exercício profissional da Contabilidade. São elas:
Perspectiva normativa
De acordo com o Dicionário eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa, linguagem é:
“O sistema de símbolos ou sinais, de signos convencionais, sonoros, gráficos e gestuais de que se serve o homem para exprimir suas ideias e seus sentimentos”.
Já no ramo da Contabilidade, a linguagem está sob uma base sólida de práticas geralmente aceitas, de princípios e postulados contábeis, e sob uma exigência globalizada quanto à evidenciação contábil.
Apesar disso, nessa área, a harmonização da linguagem depende de alguns fatores, dentre os quais o que mais se destaca é o sistema legal.
Para entendermos as características da Contabilidade sob a perspectiva normativa, precisamos compreender o significado de cada sistema legal e sua influência sobre a teoria contábil e o financial reporting.
Teoria contábil X legislação contábil
Em países como a Alemanha, de regime code law, a teoria contábil tende a se confundir com a legislação contábil. A Contabilidade não possui corpo teórico próprio nem estruturas conceituais básicas.
Já países que possuem o modelo common law possuem profissões contábeis autorregulamentadas, com enorme impacto social e prestígio. Nesses países, a Contabilidade está fora da esfera de influência governamental.
Mesmo quando possuem autoridade para regulamentar a profissão e as práticas contábeis, os órgãos públicos a transferem para entidades privadas, que acomodam membros da profissão e do mercado em seus quadros decisórios.
Atenção
A norma ou legislação contábil NÃO corresponde exatamente à teoria da Contabilidade. Como vimos na aula 1, quando estudamos os diversos enfoques teórico-contábeis, ela representa parte da teoria, mas não exprime sua completude.
A teoria da Contabilidade NÃO é norma em essência, e sim a CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO contábil.
Com a promulgação da Lei nº 11.638/2007 – que alterou, em alguns aspectos, a Lei nº 6.404/1976 (Lei das Sociedades por Ações) –, foi constituído o CPC, com membros de diversas entidades relevantes à Contabilidade no Brasil, que vem divulgando alguns pronunciamentos relevantes, os quais se tornaram Instruções da CVM e Normas Brasileiras de Contabilidade. O Banco Central e a Receita Federal também têm atuado nas legislações contábeis.
Estrutura Conceitual
Sob a perspectiva normativa, uma das maiores contribuições para a Contabilidade é a Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgaçãode Relatório Contábil-Financeiro, emitida pelo CPC e aprovada pela Resolução CFC nº 1.374/2011 – NBC TG ESTRUTURA CONCEITUAL.
Essa Estrutura aborda:
O objetivo da elaboração e divulgação de relatório contábil-financeiro;
As características qualitativas da informação contábil-financeira útil;
A definição, o reconhecimento e a mensuração dos elementos a partir dos quais as demonstrações contábeis são elaboradas;
Os conceitos de capital e de manutenção de capital.
Indo de encontro ao que a teoria da Contabilidade já previa, a Estrutura Conceitual estabelece como objetivo do relatório contábil-financeiro de propósito geral fornecer informações contábil-financeiras sobre a entidade que as reporta (reporting entity) – aquelas consideradas úteis aos usuários externos (investidores e credores) quando da tomada de decisões econômicas.
Mas a principal contribuição da Estrutura Conceitual à teoria da Contabilidade foi a definição das características qualitativas da informação contábil-financeira útil.
De acordo com o CPC:
“Se a informação contábil-financeira é útil, ela precisa ser relevante e representar com fidedignidade o que se propõe. A utilidade da informação contábil-financeira será melhorada se for comparável, verificável, tempestiva e compreensível.”
A definição, o reconhecimento e a mensuração dos elementos a partir dos quais as demonstrações contábeis são elaboradas também são outras grandes contribuições da Estrutura Conceitual, que utiliza o conhecimento já estabelecido na teoria contábil doutrinária para refinar as normas de Contabilidade.
Princípios de Contabilidade: nova redação
Sem medir seus esforços, o CFC também inseriu outro tijolo muito importante no muro do conhecimento contábil quando emitiu a Resolução CFC nº 750/1993, tornando obrigatório observar os princípios de Contabilidade no exercício da profissão.
Essa obrigatoriedade constitui condição de legitimidade das Normas Brasileiras de Contabilidade, sob pena de multa e de suspensão do exercício profissional contábil.
De acordo com o Artigo 2º dessa Resolução:
“Os princípios de Contabilidade representam a essência das doutrinas e teorias relativas à ciência da Contabilidade, consoante o entendimento predominante nos universos científico e profissional de nosso País. Concernem, pois, à Contabilidade no seu sentido mais amplo de ciência social, cujo objeto é o patrimônio das entidades.”
Em sua redação original, a Resolução CFC nº 750/1993 adotava a denominação “princípios fundamentais de Contabilidade”. Mas, com a edição da Resolução CFC nº 1.282/2010, essa denominação foi substituída por princípios de Contabilidade – expressão que, de acordo com o CFC, é “suficiente para o perfeito entendimento dos usuários das demonstrações contábeis e dos profissionais da Contabilidade”.
Nessa nova redação, continuaram como princípios de Contabilidade:
ENTIDADE
Princípio que destaca a necessidade da autonomia patrimonial, isto é, que diferencia o patrimônio particular de uma pessoa física, independentemente dos patrimônios das pessoas jurídicas individuais e do conjunto de pessoas jurídicas, sem considerar se a finalidade é ou não a obtenção de lucro. O patrimônio de uma pessoa física não se confunde nem se mistura com o patrimônio da pessoa jurídica de que fizer parte. Por exemplo, despesas particulares de pessoas físicas – administradores, funcionários e terceiros – não devem ser consideradas como despesas da empresa. Da mesma forma, bens particulares de administradores não devem ser confundidos ou registrados na empresa. 
CONTINUIDADE
Princípio que assume que os negócios da empresa continuarão a existir por um tempo longo e indeterminado no futuro – salvo boa evidência do contrário. Por exemplo, se uma empresa entra em liquidação, como regra, o valor apurado por seus ativos é significativamente menor que o valor normal de realização dos bens, em virtude das circunstâncias em que estão sendo vendidos. Nessa situação, o passivo também pode ser afetado.
OPORTUNIDADE
Princípio que exige o registro de todas as variações sofridas pelo patrimônio da entidade no momento em que ocorrem, ainda que tais valores sejam considerados estimados, com integridade e tempestividade. Normalmente, a informação divulgada fora do momento adequado ou aquela não confiável deixa de ser importante para o público interessado nela. Por exemplo, no mercado de ações, o investidor não pode esperar um relatório contábil por muito tempo antes de tomar decisões. Portanto, a informação precisa ser divulgada com agilidade, sem deixar de lado a segurança quanto a sua veracidade.
REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL
Princípio que indica que o registro inicial dos elementos deve ser baseado nas quantias contratadas nessas transações – custo histórico –, podendo sofrer variações – custo corrente, valor realizável, valor presente, valor justo ou atualização monetária. Por exemplo, no caso de aquisição de um ativo, devemos adotar seu custo histórico para efeito de registro, ou seja, o valor pago ou a pagar em dinheiro, ou o valor justo dos recursos a serem transferidos ao fornecedor na data da aquisição.
COMPETÊNCIA
Princípio que indica que as receitas e despesas devem ser registradas no período ao qual pertencem, ainda que não tenham sido recebidas ou pagas. Por exemplo, a receita de venda é realizada quando da efetiva entrega da mercadoria e a receita de serviço, quando de sua efetiva prestação. Os valores recebidos antecipadamente devido à entrega de mercadoria ou prestação futura de serviço devem ser registrados no passivo exigível.
PRUDÊNCIA
Princípio que aponta a necessidade de precaução na avaliação das hipóteses de incerteza para evitar a superavaliação de ativos e de receitas, bem como a subavaliação de passivos e de despesas. Não é o caso da aplicação da opção que resulte em menor ou maior valor, e sim da mais provável. Por exemplo, se a companhia é acionada judicialmente, isso não é suficiente para seu contador constituir provisão. Caso se conclua que a Justiça tende a dar ganho de causa para a empresa, a provisão não deverá ser lançada.
A partir desses exemplos, podemos concluir que há uma forte relação entre o aspecto doutrinário e normativo da teoria da Contabilidade.
A doutrina termina servindo de fundamentação para a norma, e a norma, ao refinar os achados científicos, também auxilia o processo de evolução da teoria.
Aula 4 - Evidenciação – disclosure
Formas de evidenciação
De acordo com o Dicionário de Contabilidade (SÁ; SÁ, 2009):
EVIDENCIAR = DEMONSTRAR
Sendo assim, a evidenciação pode ser encarada pela Contabilidade como a demonstração de determinadas informações contábil-financeiras.
Já para Lopes e Martins (2005), a evidenciação é a terceira etapa do processo contábil e representa o produto final dessa atividade, que vem depois de seu reconhecimento e de sua mensuração, conforme apresenta o esquema a seguir:
Para Hendriksen e Van Breda (2007), a divulgação ou evidenciação envolve todo o processo contábil. Entretanto, há diversos métodos distintos de divulgação disponíveis. A escolha do melhor método de divulgação, em cada caso, depende da natureza da informação e de sua importância relativa.
Os métodos mais comuns de divulgação podem ser classificados da seguinte maneira:
1. Forma e apresentação das demonstrações contábeis: A informação mais relevante e significativa deve sempre aparecer no corpo de uma ou mais demonstrações, caso seja possível incluí-la. Essas demonstrações devem conter a maior quantidade de evidenciação. Colocá-las em uma forma ou ordem que facilite sua análise ajuda a melhorar a evidência
2. Terminologia e apresentação detalhadas: No processo de evidenciação, tão relevante quanto a forma das demonstrações são as descrições usadas em uma demonstração e o grau de detalhamento empregado. É importante utilizar nessas demonstrações uma terminologia clara e relativamente simplificada. Termos obscuros só podem levar à confusão ou incompreensão.
3. Informações entre parênteses: As informações mais relevantes devem serapresentadas no corpo de uma demonstração, e não em Notas Explicativas (NEs) ou em quadros suplementares. Maiores esclarecimentos sobre um título de um grupo ou um critério de avaliação utilizado podem ser feitos entre parênteses, a fim de evitar que sejam indevidamente longos. Mas essas explicações também devem ser curtas ou acabarão reduzindo a importância dos dados principais sintetizados na demonstração contábil.
4. Notas Explicativas (NEs): O objetivo destas notas é evidenciar a informação que não pode ser apresentada no corpo dos demonstrativos contábeis – se o fizéssemos, diminuiríamos sua clareza.
Os tipos mais comuns de NEs são os seguintes:
I. Explanações de técnicas ou mudanças nos métodos;
II. Explanações sobre direitos de credores a ativos específicos ou direitos de prioridade;
III. Evidenciação de ativos ou passivos contingentes;
IV. Evidenciação de restrições para o pagamento de dividendos;
V. Descrições de transações que afetam o capital e os direitos dos acionistas;
VI. Descrição de contratos.
Às vezes, as NEs são utilizadas para apresentar dados quantitativos detalhados, mas os quadros suplementares seriam o lugar mais adequado para isso. No Brasil, ainda observamos um excesso de NEs.
5. Quadros e demonstrativos suplementares: Nos quadros suplementares, podemos apresentar detalhes de itens que constam das demonstrações tradicionais e que não seriam cabíveis no corpo destas. Já as demonstrações suplementares podem ser de utilização mais ambiciosa, servindo para apresentar os quadros completos – contábeis – sob outra perspectiva de avaliação: corrigidos pelo nível geral de preços ou a custos de reposição.
6. Parecer de auditoria: O parecer dos auditores não é o local apropriado para divulgar informações contábil-financeiras importantes sobre a empresa, mas funciona como um método de divulgação dos seguintes tipos de informação:
I. Efeito relevante pela utilização de métodos contábeis diversos dos geralmente praticados;
II. Efeito relevante pela mudança de um princípio para outro;
III. Diferença de opinião entre o auditor e o cliente com relação à aceitabilidade de um ou mais métodos contábeis utilizados nos relatórios.
7. Relatório de administração: Este relatório engloba, normalmente, informações de caráter não financeiro que afetam a operação da empresa, tais como:
Expectativas com relação ao futuro no que se refere à organização e ao setor; Planos de crescimento da companhia; Valor de gastos efetuados ou a efetuar no orçamento de capital ou em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D).
Para Iudícibus (2015), essas evidenciações são de relativa importância, desde que não sejam auditadas ou não estejam sujeitas à revisão do auditor – caso em que são enviesadas pelo lado do otimismo inconsequente. Disso resulta frases comuns, como, por exemplo: “Confiamos que continuaremos a apresentar um desenvolvimento favorável de nossas operações no futuro”, e outras do gênero.
Embora deva ser encarado com cautela, esse tipo de evidenciação não deixa de ser interessante por apresentar indícios de políticas da empresa que podem auxiliar o usuário a formar uma tendência.
Demonstrações contábeis
Conforme a NBC TG 26 (R3), o conjunto completo das demonstrações contábeis inclui:
O conjunto completo das demonstrações contábeis deve ser apresentado, pelo menos, anualmente – inclusive com informação comparativa –, a menos que um Pronunciamento Técnico, uma Interpretação ou Orientação do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) permita ou exija, de outra forma, que a entidade divulgue informação comparativa com respeito ao período anterior para todos os montantes apresentados nas demonstrações contábeis do período corrente.
A entidade precisa, portanto, apresentar como informação mínima:
Dois Balanços Patrimoniais (BPs); Duas Demonstrações do Resultado do Exercício (DREs) – separadamente; Duas Demonstrações do Resultado Abrangente (DRAs); Duas Demonstrações dos Fluxos de Caixa (DFCs); Duas Demonstrações das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPLs); As respectivas Notas Explicativas (NEs).
O objetivo das demonstrações contábeis é proporcionar informação sobre a posição patrimonial e financeira, o desempenho e os fluxos de caixa da entidade – informação essa considerada útil a um grande número de usuários em suas avaliações e tomada de decisões econômicas.
Balanço Patrimonial (BP)
O Balanço Patrimonial (BP) evidencia a posição patrimonial e financeira da entidade em períodos distintos. A entidade deve apresentar ativos circulantes e não circulantes, e passivos circulantes e não circulantes como grupos de contas separados no BP. Além disso, respeitando a legislação, a companhia tem de expor, no mínimo, as seguintes contas:
	ATIVO
(a) Caixa e equivalente de caixa;
(b) Clientes e outros recebíveis;
(c) Estoques;
(d) Ativos financeiros;
(e) Total de ativos classificados como disponíveis para venda e ativos à disposição para venda;
(f) Ativos biológicos;
(g) Investimentos avaliados pelo método da equivalência patrimonial;
(h) Propriedades para investimento;
(i) Imobilizado;
(j) Intangível;
PASSIVO
(k) Contas a pagar comerciais e outras;
(l) Provisões;
(m) Obrigações financeiras;
(n) Obrigações e ativos relativos à tributação corrente;
(o) Impostos diferidos – ativos e passivos;
(p) Obrigações associadas a ativos à disposição para venda;
(q) Participação de não controladores apresentada com destaque dentro do patrimônio líquido;
(r) Capital integralizado, reservas e outras contas atribuíveis aos proprietários da entidade.
DRE e DRA
De acordo com a NBC TG 26 (R1), as empresas devem apresentar todas as mutações do patrimônio líquido reconhecidas em cada exercício, que não representem transações entre a empresa e seus sócios, em duas demonstrações: a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) e a Demonstração do Resultado Abrangente (DRA).
Portanto, observado o princípio da competência, a DRE evidencia o resultado econômico, isto é, o lucro ou prejuízo apurado pela empresa no desenvolvimento de suas atividades durante determinado período – geralmente igual a um ano –, através do confronto entre as receitas e os correspondentes custos e despesas.
Já a DRA é a demonstração que tem por objetivo apresentar:
Todos os itens que aumentam ou diminuem o valor do patrimônio líquido – exceto aqueles originários de transações com os sócios na qualidade de proprietários, tal como a subscrição de ações, que aumenta esse patrimônio;
A distribuição de dividendos, que diminui o patrimônio líquido – incluindo o resultado do período (lucro ou prejuízo) e outros resultados abrangentes.
Nesse sentido, a DRA compreende todos os componentes da DRE e outros resultados abrangentes.
DLPA e DMPL
A Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) é aquela que tem como objetivo principal evidenciar a distribuição do resultado do exercício, isto é, mostrar as destinações do lucro ou prejuízo líquido obtido no final da DRE.
Em outras palavras, ao passo que a DRE mostra como a empresa chegou a determinado lucro ou prejuízo líquido, a DLPA mostra o que a empresa fará com ele, no sentido de indicar como esse lucro ou prejuízo será “fatiado” e distribuído.
De acordo com a Lei nº 6.404/1976, Artigo 176, Inciso II, a DLPA é obrigatória a todas as sociedades anônimas. Entretanto, de forma geral, esse tipo de sociedade não está apresentando a DLPA de modo isolado, mas implicitamente, na Demonstração de Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL), conforme facultado no Artigo 186 da mesma Lei.
Atenção!
De acordo com a Lei nº 6.404/1976, Artigo 186, Parágrafo 2º, a DLPA pode ser incluída na DMPL se elaborada e divulgada pela companhia, pois não inclui somente o movimento da conta de lucros ou prejuízos acumulados, mas também o movimento de todas as demais contas do patrimônio líquido. Em outras palavras, a DLPA pode ser substituída pela DMPL.
Em comparação com a DLPA, a DMPL é mais abrangente, porque expõe as variações ocorridas durante o exercício em todas as contas do patrimônio líquido– inclusive a conta de lucros ou prejuízos acumulados.
Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC)
A Demonstração de Fluxos de Caixa (DFC) evidencia as atividades que geram caixa e aquelas que consomem caixa da entidade. O esquema a seguir explica melhor o papel da DFC:
Demonstração do Valor Adicionado (DVA)
Também chamada de Demonstração do Valor Agregado, a Demonstração do Valor Adicionado (DVA) tem como objetivo evidenciar a riqueza gerada por uma empresa ao longo do exercício social – ou período menor –, sob a ótica do regime de competência, e o modo como essa riqueza foi distribuída.
A DVA indica, de forma clara e precisa, a parte da riqueza que pertence aos sócios ou acionistas, aquela que pertence aos demais capitalistas que financiam a entidade – capital de terceiros –, aquela que pertence aos empregados e, finalmente, a parte que fica com o governo.
Atenção!
Antes da concessão de incentivos fiscais, várias esferas governamentais – municipais, estaduais e federais – analisam o projeto de instalação da empresa – mão de obra, serviços de terceiros utilizados ou adquiridos, impostos, juros e lucros –, inclusive o montante do possível valor a ser adicionado e sua efetiva distribuição, que podem, na maioria das vezes, ser decisivos sobre tal concessão.
Balanço Social
Apesar de ser mais uma evidenciação discricionária – facultativa – às empresas, o Balanço Social ou Relatório de Sustentabilidade é um mecanismo utilizado pelas empresas para tornar públicas as intenções e os compromissos assumidos, visando à transparência de suas ações de responsabilidade social.
A publicação do Balanço Social oferece uma proposta de diálogo com os diferentes públicos envolvidos no negócio da empresa que o adota. São eles:
Governo; Meio Ambiente; Sociedade; Comunidade; Público Interno; Fornecedores; Clientes.
Notas Explicativas (NEs)
As Notas Explicativas (NEs) integram o conjunto completo de demonstrações contábeis, fornecendo descrições narrativas e detalhes de itens apresentados em outras demonstrações, bem como informações sobre itens que não foram reconhecidos naquelas demonstrações. Veja um exemplo:
De acordo com a NBC TG 26 (R1), as informações apresentadas nas NEs objetivam:
a) Apresentar a base para a elaboração das demonstrações contábeis e das políticas contábeis específicas utilizadas;
b) Divulgar dados requeridos pelos Pronunciamentos Técnicos, pelas Orientações e Interpretações do CPC – aqueles que não tenham sido apresentados nas demonstrações contábeis;
c) Prover informe adicional que não tenha sido apresentado nas demonstrações contábeis, mas que seja relevante para sua compreensão.
Todas as demonstrações contábeis “conversam” entre si. Apesar de cada uma ter um objetivo específico, todas utilizam os mesmos elementos – seja evidenciando a posição patrimonial e financeira da empresa (ativo, passivo e patrimônio líquido), seja evidenciando sua performance ou seu resultado (receitas e despesas).
Aula 5 - Núcleo fundamental I – ativo, passivo e patrimônio líquido
Elementos das demonstrações contábeis
Para darmos início à aula, utilizaremos, aqui, os conceitos trazidos pela Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro – documento que conhecemos na Aula 3. Não a escolhemos por ser uma norma, mas porque faz parte da evolução da teoria contábil, já que congrega os estudos de várias doutrinas até o momento.
Vamos retomar, então, as noções básicas de ativo, passivo e patrimônio líquido presentes nesse Pronunciamento:
O ativo é um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos passados e do qual se espera que fluam futuros benefícios econômicos para a entidade.
O passivo é uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos passados, cuja liquidação se espera que resulte na saída de recursos da entidade capazes de gerar benefícios econômicos.
O patrimônio líquido representa o interesse residual nos ativos da entidade depois de deduzidos todos os seus passivos.
Observe que essas definições identificam as características essenciais de cada um desses elementos, mas não procuram especificar os critérios necessários a seu reconhecimento e a sua adequada evidenciação no Balanço Patrimonial. Aqui, vamos listar e entender tais critérios.
Reconhecimento
Para que sejam reconhecidos, os elementos das demonstrações contábeis devem obedecer a dois critérios principais: PROBABILIDADE e CONFIABILIDADE.
O primeiro critério indica que é provável que algum benefício econômico futuro associado ao item flua para a entidade ou flua dela – independentemente de ser um valor certo ou não. Em outras palavras, para que possamos reconhecer um ativo ou passivo e, assim, realizar seu registro contábil, é imprescindível analisarmos a probabilidade ou o grau de incerteza dessa fluidez.
Por exemplo, o fato de um funcionário colocar a empresa em que atua na Justiça, reclamando direitos trabalhistas, por si só, não admite o reconhecimento do passivo – provisão. Em função dessa disputa judicial, para que possamos reconhecê-lo, é necessário sabermos se a saída de benefícios econômicos – recursos – da empresa será mesmo provável.
O segundo critério de reconhecimento indica que o elemento deve possuir custo ou valor que possa ser mensurado com confiabilidade. Em muitos casos, esse custo precisa ser estimado. O uso de estimativas razoáveis é parte essencial da elaboração das demonstrações contábeis e não prejudica sua confiabilidade.
Vamos retomar o exemplo anterior, em que um funcionário colocou a empresa onde trabalha na Justiça, a fim de reclamar sobre seus direitos. Além de identificar a probabilidade de saída de benefícios econômicos futuros da companhia, para reconhecermos o passivo – provisão –, precisaremos mensurá-la, ou seja, identificar o quanto essa saída será provável.
Atenção: De acordo com Hendriksen e Van Breda (2007), obrigações contingentes que dependem de eventos futuros devem ser consideradas apenas quando existir uma boa probabilidade de que tais eventos ocorrerão e desde que o fato gerador esteja relacionado, de alguma forma, com o passado ou com o presente.
Provisão
Nem sempre, é possível saber, com certeza, qual será o valor desembolsado. Nesse caso, então, o valor a ser provisionado ou o passivo a ser registrado deverá se basear na melhor estimativa de desembolso na data do Balanço Patrimonial.
Para entender melhor os critérios de reconhecimento do ativo e do passivo, observe o esquema a seguir...
Um ativo deve ser reconhecido no Balanço Patrimonial quando:
For provável que benefícios econômicos futuros dele provenientes fluirão para a entidade;
 Seu custo ou valor puder ser mensurado com confiabilidade.
Os benefícios econômicos futuros incorporados a um ativo podem fluir para a entidade de diversas maneiras. Por exemplo, o ativo pode ser:
Um passivo deve ser reconhecido no Balanço Patrimonial quando:
For provável que benefícios econômicos futuros dele provenientes fluirão da entidade para terceiros, exigida a liquidação de obrigação presente; O valor dessa liquidação puder ser mensurado com confiabilidade.
Os benefícios econômicos futuros incorporados a um ativo podem fluir para a entidade de diversas maneiras. Esse processo referente ao passivo pode ocorrer através de:
Mensuração e avaliação
Mensuração é o processo que consiste em determinar os montantes monetários por meio dos quais os elementos das demonstrações contábeis devem ser reconhecidos e apresentados no Balanço Patrimonial e na Demonstração do Resultado. Esse processo envolve a seleção da base específica de mensuração, que pode ser:
Observe que todas as bases de mensuração citam o valor justo. A base mais adotada pelas entidades na elaboração de suas demonstrações contábeis é o custo histórico, mas ela não é a única. Normalmente, combina-se esta com outras bases de mensuração no processo de avaliação para evidenciar as demonstrações no fim dos períodos.
Por exemplo: Os estoques são geralmente mantidos pelo menor valor entre o custo e o valorlíquido de realização; Os títulos e valores mobiliários negociáveis podem, em determinadas circunstâncias, ser mantidos a valor de mercado;
O imobilizado pode, após o reconhecimento inicial, ser mensurado pelo custo ou por reavaliação; Os passivos decorrentes de pensões são mantidos por seu valor presente.
Já os ativos imobilizados obtidos a título gratuito devem ser registrados pelo valor justo na data de sua aquisição. Nesse caso, devemos considerar ou:
O valor resultante da avaliação feita com base em procedimentos técnicos;
O valor patrimonial definido nos termos da doação.
Além disso, em algumas situações, determinadas entidades usam a base de custo corrente como resposta à incapacidade de o modelo contábil de custo histórico enfrentar os efeitos das mudanças de preços dos ativos não monetários.

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