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RESUMO BIOFÍSICA

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RESUMO BIOFÍSICA
Aula 1
Infelizmente, dizemos que não é fácil definir de maneira simples, rápida e precisa uma ciência que envolve diferentes áreas do conhecimento. Já que a Biofísica é uma ciência, que aplica os princípios físicos para resolver questões biológicas podemos dizer que: a Biofísica é o estudo dos fenômenos físicos aplicado aos organismos, servindo como base para compreensão das funções entre os elementos do organismo; é o estudo da Matéria, Energia, Espaço e Tempo.
Objetivos 
1. Conceituar Biofísica e reconhecer a sua importância para a formação acadêmica;
2. Identificar as grandezas fundamentais, as grandezas derivadas, o sistema internacional de pesos e medidas;
3. Estabelecer sua aplicabilidade nas profissões da área da Saúde.
Você sabe como e quando nasceu a Biofísica? A Biofísica, como ciência, tem origem no século XIX, com objetivo de explicar os fenômenos biológicos utilizando os conhecimentos dos princípios físicos. O conhecimento da Ciência Física fundamenta vários fenômenos biológicos, como aspectos elétricos, gravitacionais, magnéticos e até mesmo nucleares.
De que se compõem os seres vivos? Os seres vivos são compostos por matéria (massa), que utilizam e produzem energia, e ocupam lugar no espaço e vivem na dimensão do tempo.
Qual a composição do universo? O universo é composto por: Matéria (M), Energia (E), Espaço (L) e Tempo (T).
Grandeza Física é tudo aquilo que pode ser medido, associado a um valor numérico e a uma unidade. As grandezas físicas estão relacionadas aos ritmos biológicos circadianos: Ritmos da termorregulação - Temperatura do corpo; Ritmos no sistema regulatório - Frequência respiratória; Ritmos do sistema cardiovascular - Batimento cardíaco.
Alguns exemplos de grandezas físicas são: tempo, comprimento, velocidade, aceleração, força, energia, trabalho, temperatura e pressão.
As grandezas fundamentais formam o universo ( seres vivos) –qualitativas, vejamos: 
Matéria - Qualquer substância que ocupa lugar no espaço, representada pela quantidade de massa de um corpo.
Energia - Capacidade de gerar trabalho.
Espaço -Relação de distâncias, comprimentos, áreas e volume dos objetos.
Tempo - Sucessão de acontecimentos, de ordem natural como dia e noite, fenômenos físicos, químicos e biológicos.
A Biofísica é o estudo da Matéria, Energia, Espaço e Tempo nos sistemas biológicos, HENEINE (2002).
As grandezas derivadas são a combinação das grandezas fundamentais – quantitativas – representas pelo Sistema Internacional de Pesos e Medidas.
As grandezas derivadas são o tipo de grandeza mais utilizada pelos profissionais da área da saúde.
Grandezas físicas fundamentais
Vejamos, na tabela a seguir, as grandezas físicas fundamentais estabelecidas pelo S.I.:
AULA 2 
Iniciaremos esta aula abordando a Biofísica de forma mais aproximada à realidade de todos os profissionais da área da saúde. Aplicaremos os conhecimentos biofísicos para um estudo deste importante sistema do corpo humano: o sistema visual. Ele permite ampla interação do ser humano com o meio em que vive. Trataremos da visão, do caminho percorrido pela onda luminosa, desde o ambiente até o órgão receptor, o olho. Do trajeto percorrido pelas diferentes estruturas do olho até a sua decodificação no córtex cerebral. Veremos como a formação da imagem passa por uma série de transformações, dando-nos a percepção de um mundo colorido. Abordaremos, também, os principais distúrbios da visão, que atingem uma grande parcela da população.
VISÃO - O sentido da visão é complexo e elaborado. Para iniciarmos esse estudo, é importante conhecer as características da onda luminosa. Vejamos a figura a seguir:
A figura nos mostra algumas características das ondas eletromagnéticas e o que realmente conseguimos perceber no nosso dia a dia. Com isso, podemos concluir que o sistema nervoso só percebe a faixa de frequência da luz visível.
A luz, tal como o som, também se propaga por meio de ondas, embora as ondas luminosas tenham características diferentes das sonoras. As principais diferenças entre elas são:
ONDA SONORA - É propagada através da vibração de partículas em determinado meio material e de ondas longitudinais; Necessita de um meio para se propagar; Não se propaga no vazio; Propaga-se no ar com velocidade de 340m/s; Propaga-se através de ondas mecânicas.
ONDA LUMINOSA - Não resulta da vibração de partículas, mas de alterações elétricas e magnéticas; Propaga-se através de ondas transversais, eletromagnéticas; Não necessita de um meio para se propagar; Propaga-se em qualquer meio e no vazio com velocidade de 300.000.000 m/s; As Radiações com menor frequência, e, por isso, com menor energia, são as Ondas Rádio; As Radiações com maior frequência, e, por isso, com maior energia, são os Raios ϒ (Raios Gamma); A Luz Visível é a única que os nossos olhos são capazes de detectar.
SENTIDOS ESPECIAIS - Para continuarmos com nosso estudo, é importante conhecer o órgão receptor das ondas luminosas e observar suas características.
A visão é um dos sentidos especiais do corpo humano, faz parte do sistema nervoso sensorial e, através das vias aferentes, carrega toda informação dos órgãos, do sentido até o sistema nervoso.
Audição
EquilíbrioSENTIDOS ESPECIAS 
Gustação
Olfação
Visão
O OLHO - O mecanismo da visão acontece através dos olhos, e é a incidência de luz visível nos olhos que fornece a energia necessária para que células especializadas, localizadas em seu interior, sejam excitadas. A interpretação físico-biológica da excitação produzida por essa radiação eletromagnética depende da estrutura do receptor de luz ou do olho (cf. DURÁN, 2010). O olho é o sistema óptico do ser humano, em que a luz passa por uma abertura variável denominada pupila e é focalizada na retina pelo sistema córnea/cristalino. A luz, inicialmente, percorre a córnea, o humor aquoso, a íris, o cristalino e o humor vítreo antes de atingir a retina, onde a imagem real invertida do objeto será formada. A partir dessa etapa, o nervo óptico irá transmitir, por meio de estímulo elétrico, a informação para o cérebro (córtex cerebral). 
O mecanismo de formação da imagem ocorre por refração da luz, e o principal meio refrativo do olho é a interface ar/córnea. Isso ocorre devido à grande diferença no índice de refração do ar e da córnea.
O olho humano é um sistema óptico convergente que refrata a luz que o penetra pela pupila e converge para sua porção posterior, a retina, para formar uma imagem real e invertida (cf. PASSOS, 2008). Diante disso, vejamos, na figura a seguir, de forma simplificada, o processo de formação da imagem real, desde a entrada da onda luminosa no olho, onde ocorre a refração da luz, até a formação da imagem no córtex cerebral.
Já na figura a seguir, podemos observar o trajeto da visão dentro do sistema nervoso: nervos ópticos - quiasma óptico - trato óptico - corpo geniculado óptico - radiações ópticas - córtex cerebral. Vejamos:
LENTES
Para compreendermos melhor a descrição da formação da imagem pelo olho, precisamos retomar alguns conceitos sobre os tipos de lentes e como elas formam a imagem. As lentes são dispositivos ópticos que atuam por refração da luz, em geral, feitas de material mais refringente do que o meio em que serão utilizadas. Elas podem ser do tipo Convergente ou Divergente. Lentes Convergentes - Possuem um foco real e atuam convergindo os raios de luz. Podem ser do tipo biconvexa, plano-convexa, ou côncavo-convexa.
Quando o globo ocular apresenta alguma dificuldade para focar a imagem sobre a retina, as imagens formadas não são nítidas. Essa condição é definida como ametropia ou erro de refração. Vejamos os tipos de ametropia:
MIOPIA 
HIPERMETROPIA
ASTIGMATISMO
PRESBIOPIA 
AULA 3 
Continuando o estudo da biofísica, iremos conhecer e principalmente entender, as características físicas das ondas mecânicas e dos fenômenos ondulatórios, em especial das ondas sonoras. Tal compreensão se faz necessária, pois as ondas mecânicas estão presentes no diaa dia dos seres vivos e fazem parte da rotina do profissional da área da saúde As ondas sonoras, além de serem importantes na comunicação dos seres vivos (audição), permitiram avanços significativos no diagnóstico por imagem e na terapêutica clínica. As ondas sonoras possuemcaracterísticas distintas das ondas eletromagnéticas, enquanto as ondas eletromagnéticas são somente transversais, as ondas sonoras podem ser transversais e longitudinais. Por ser de natureza mecânica as ondas sonoras necessitam de um meio material para se propagar, no entanto não se propagam no vácuo.
 ONDAS - As ondas são movimentos oscilatórios que se propagam no meio material ou no espaço, transportando energia sem transportar matéria. Podemos classificá-las quanto à sua natureza, direção de propagação e perturbação. Vejamos, primeiramente, a classificação quanto à natureza:
DIREÇÃO DA PROPRAGAÇÃO
Vejamos, agora, a classificação das ondas quanto à sua direção de propagação:
Unidimensionais - A energia se propaga linearmente em uma única dimensão, como em uma corda. ; Bidimensionais - A energia se propaga superficialmente em um plano, como na superfície da água. ; Tridimensionais - A energia se propaga no espaço em todas as direções, como as ondas sonoras e luminosas.
PERTURBAÇÃO 
Por fim, vejamos a classificação da onda quanto à perturbação: Longitudinais - Quando a perturbação é paralela à direção de propagação da onda, como nas ondas sonora. Transversais - Quando a perturbação é perpendicular à direção de propagação da onda, como nas ondas produzidas pelas cordas e ondas eletromagnéticas.
ONDAS SONORAS 
São ondas de natureza mecânica, longitudinal, tridimensional e não se propagam no vácuo. Podem viajar através de gases, líquidos e sólidos. No entanto, o vácuo é o melhor isolante acústico. Nas ondas longitudinais, a partícula e a onda oscilam na mesma direção de propagação. A vibração do primeiro plano de partículas é transferida para o plano seguinte e daí por diante. Dessa forma, todo o meio elástico vibra na mesma direção de propagação, existindo zonas de compressão e de rarefação de partículas. Os pulsos ondulatórios são perturbações de extensão limitada, ou seja, têm princípio e fim. Por exemplo, o barulho de um tiro é um pulso ondulatório acústico; um relâmpago de luz é um pulso luminoso; uma onde de maré é um pulso ondulatório na água. Em qualquer instante, somente uma região limitada do espaço estará perturbada; Em qualquer ponto, o pulso leva um tempo limitado para passar; Em qualquer instante ou posição, ele estará transmitindo movimento linear e energia.
ACÚSTICA
O estudo das ondas sonoras denomina-se Acústica. O som é a impressão fisiológica produzida pelas ondas sonoras que percorrem um meio elástico e que satisfaz certas frequências e intensidade. Para termos o fenômeno da sensação sonora, é necessário:
	Um movimento vibratório de meio material, que pode ser sólido (corda), líquido (água) ou gasoso (ar);
	Um meio material elástico entre o corpo vibrante e a orelha.
COMENTÁRIO Os seres vivos captam e emitem sons, desde insetos até humanos, para esses seres, o som é um importante agente de informação e comunicação. Diferente de outros animais, a faixa de frequências de sons audíveis para o ser humano está entre 20 e 20.000 Hz. No entanto, pode variar de pessoa para pessoa, pois o limite superior da audição humana declina com o envelhecimento, o que chamamos de Presbiacusia. Não temos a capacidade de perceber sons com frequências muito baixas – abaixo de 20 Hz (infrassom), ou frequências muito altas – acima de 20.000 Hz (ultrassom).
QUALIDADES FISIOLÓGICAS A audição é um dos cinco sentidos do ser humano e, para que uma pessoa escute, uma gama considerável de eventos precisa acontecer: um som audível deve ser produzido, deve haver um meio para se propagar e que atinja o aparelho auditivo, este deve funcionar e transmitir informações do som (frequência, amplitude, timbre) para o nervo auditivo. Este último, por sua vez, deve conduzir tais informações, via células auditivas, para o encéfalo, que interpretará o som. É um longo caminho que perpassa muitos fenômenos físicos (cf. RUI, 2007). Os sons distinguem-se uns dos outros pelas seguintes qualidades fisiológicas:
Altura ou tom do som: Relaciona-se somente à frequência da onda sonora, as baixas frequências são percebidas como sons graves e as mais altas como sons agudos.
Timbre: Depende dos harmônicos associados ao som fundamental.
Intensidade: Está ligada à amplitude das vibrações da onda sonora.
AULA 5 
Nesta aula, iremos estudar os aspectos da audição, as estruturas que fazem parte do aparelho auditivo do ser humano e a percepção do som a partir das ondas sonoras. Estudaremos, pois, o mecanismo que traduz as ondas sonoras em estímulo elétrico. Acompanharemos o caminho percorrido pelo estímulo elétrico até o sistema nervoso central, pelo ramo coclear do nervo vestibulococlear, para que possa ocorrer o reconhecimento e a interpretação do estímulo. E identificaremos os principais tipos de surdez, que causam grande prejuízo na interação do homem com o meio externo. 
A ORELHA 
A orelha é o órgão do corpo humano encarregado de transformar as diferenças de pressão das ondas sonoras (som) em pulsos elétricos, que são enviados ao cérebro para reconhecimento e interpretação. É dividida em três partes:Processos mecânicos ocorrem na orelha externa e na média, já na orelha interna, ocorrem processos mecânicos e elétricos.
Em 2001, a Sociedade Brasileira de Anatomia passou a designar orelha todo o órgão auditivo. A parte visível e externa é chamada de pavilhão auricular.
PARTES DA ORELHA 
Vamos estudar mais detalhadamente cada uma das três parte da orelha? Clique nas áreas destacadas e descubra as especificidades de cada uma delas.
Orelha externa - É formada pelo pavilhão auricular (parte externa e mais visível) e pelo canal auditivo externo (meato acústico externo). Por estar em contato com o meio externo, é nesse compartimento que incide o estímulo produzido por uma fonte sonora. O canal tem aproximadamente 2,5 cm de comprimento e 0,7 cm de diâmetro e termina na membrana timpânica (tímpano). Protege o tímpano esquentando o ar e impedindo, pela presença de pelos e de cerúmen, a entrada de partículas e insetos.
Orelha média - A membrana timpânica é o início da orelha média, uma cavidade cheia de ar que contém três pequenos ossos: martelo, bigorna e estribo. Outras partes são: Membrana timpânica: as ondas sonoras provocam variações de pressão que, ao se chocarem com o tímpano, produzem vibração; Ossículos: formam uma cadeia que se estende da membrana timpânica até a janela oval e seguem a sequência martelo, bigorna e estribo; Músculos: dois músculos fazem parte da orelha média, o tensor do tímpano e o estapédio (menor músculo estriado do corpo humano). A contração simultânea desses músculos aproxima os ossículos e estira o tímpano; Tuba auditiva: meio de comunicação entre a orelha média e a nasofaringe. Essa estrutura tem a função de igualar a pressão do ar em ambas as faces do tímpano e se abre durante bocejos e deglutição. 
Orelha interna - Composta por três partes que atuam na audição (cóclea) e no equilíbrio (vestíbulo e canais semicirculares), assunto da nossa próxima aula. Cóclea: suas paredes limitam três tubos enrolados em espiral e cheios de endolinfa, em torno de um eixo central (modíolo). Nesse local, a energia transportada pelo estímulo sonoro será convertida em sinal elétrico.
ESTRUTURA DO SISTEMA NERVOSO
As estruturas do sistema nervoso também participam da audição. Vejamos duas importantes estruturas e seus papéis nesse processo:
NERVO AUDITIVO - A porção coclear do nervo vestibulococlear (VIII par craniano) é responsável por conduzir o estímulo elétrico, originado nos filetes nervosos ligados à cóclea, ao encéfalo (sistema nervoso central).
CENTROS AUDITIVO CEREBRAIS - Região do córtex cerebral com função auditiva, chamado de córtex auditivo.
ESTRUTURAS DO SIST. NERVOSO - Na figura a seguir, podemos observaro caminho percorrido pelo sinal elétrico gerado no nervo auditivo após a transformação do estímulo mecânico na cóclea. 
Isso explica, também, porque a orelha interna é a mais complexa de todas as três partes do aparelho auditivo, já que está ligada diretamente ao encéfalo pelo nervo vestibulococlear. É importante ressaltar que o encéfalo faz parte do sistema auditivo, já que é ele que decodifica os impulsos elétricos gerados na orelha interna. Sem as áreas cerebrais responsáveis pela audição, os sons não teriam sentido.
TIPOS DE SURDEZ 
Para concluirmos nossos estudos sobre a audição, vejamos os tipos de surdez existentes:
Surdez de transmissão ou condução - Ocorre quando existe impedimento da passagem das ondas sonoras através da orelha externa e média. ; Surdez sensorioneural ou de percepção - Quando existe uma lesão no aparelho auditivo ou nas vias e centros nervosos, deve-se ao aumento do limiar de excitabilidade para produzir os potenciais de ação que se propagam pelo nervo. ; Surdez central - Quando há lesão das vias nervosas centrais ou do córtex cerebral.
AULA 5 – EQUILÍBRIO
Nesta aula, estudaremos o sistema vestibular, parte da orelha interna responsável pelo equilíbrio do corpo humano, pelo ajuste postural, pelo movimento e orientação da cabeça e pela estabilização do olhar. Abordaremos, também, os distúrbios do sistema vestibular, as chamadas vestibulopatias, que, na queixa de tontura, afetam uma parcela considerável da população.
O APARELHO VESTIBULAR 
O equilíbrio do corpo humano é resultado da interação do aparelho vestibular, da visão e da propriocepção. Nesta aula, iremos conhecer o aparelho vestibular e entender sua influência sobre o corpo humano.
FUNÇÕES DO APAR. VESTIBULAR
O aparelho vestibular é o receptor da gravidade e da aceleração percebidas pelo nosso corpo, através do qual o sistema nervoso central se mantém a par da posição da cabeça no espaço e de seus movimentos através de órgãos sensitivos. Ele é o responsável pela manutenção e regulação do tônus muscular, da postura, do equilíbrio estático e dinâmico, da coordenação dos movimentos e da estabilização dos olhos em relação ao ambiente. Na figura a seguir, podemos observar a localização do aparelho na orelha interna e percebemos que os canais semicirculares estão Intimamente ligados ao osso temporal do crânio.
O APARELHO VESTIBULAR E SUA DIVISÃO 
O aparelho vestibular pode ser dividido em Labirinto ósseo e Labirinto Membranoso.
LABIRINTO OSSÉO (CANAIS SEMICIRCULARES ) - São tubos ósseos encaixados na porção petrosa do osso temporal.
LABIRINTO MENBRANOSO ( VESTIBULO) - Onde está localizada a parte funcional dos aparelhos auditivo e vestibular. No seu interior, encontra-se a endolinfa e, no exterior, a perilinfa.
VESTÍBULO E CANAIS SEMICIRCULARES - O aparelho vestibular é formado pelo Vestíbulo (sáculo e utrículo) e pelos Canais Semicirculares (canal superior ou anterior, canal posterior e canal lateral ou horizontal com uma das extremidades dilatadas, a ampola), que são os órgãos do sentido do equilíbrio aptos a informar o cérebro quanto à localização do corpo no espaço. O vestíbulo é uma pequena cavidade localizada entre os canais semicirculares e a cóclea. Compreende o sáculo e o utrículo. No interior do utrículo, encontra-se um órgão sensorial chamado mácula acústica, formado pelas células ciliadas do aparelho vestibular, contendo receptores chamados otólitos. A mácula do utrículo fica paralela ao chão (quando estamos em pé, detecta acelerações no plano horizontal). Já a mácula do sáculo fica perpendicular ao chão (quando estamos em pé, detecta acelerações no plano vertical). Influenciados pela gravidade, os otólitos movimentam os cílios das células da mácula, formando impulsos que detectam acelerações lineares. Eles tornam o indivíduo consciente de sua posição no espaço e capaz de movimentos reflexos e voluntários para a manutenção do equilíbrio. Os canais semicirculares medem as acelerações angulares provocadas pela rotação da cabeça e estão dispostos quase que perpendicularmente uns aos outros, por isso são capazes de detectar acelerações nos três planos. Eles são inervados pelo ramo vestibular do nervo vestibulococlear. As cristas ampulares estão localizadas no interior da ampola, que fica na base dos canais semicirculares. São formadas por células de suporte e células ciliadas, cujos estereocílios mergulham na cúpula, que vai de um lado ao outro da ampola. À medida em que a cabeça roda em um determinado sentido, o labirinto membranoso roda no mesmo sentido. A cúpula está presa ao labirinto membranoso, tende a acelerar com ele e, ao deslocar-se na mesma direção do movimento, empurra a endolinfa. Como consequência, a cúpula fica deformada para trás e transmite a deformação às cristas ampulares. 
Em resumo: os canais semicirculares são responsáveis por detectar a rotação e o vestíbulo pela aceleração/desaceleração da cabeça. A informação proveniente do aparelho vestibular e da cóclea é transmitida ao cérebro pelo nervo vestibulococlear (VIII par craniano). O aparelho vestibular também atua na estabilização do olhar através do reflexo vestíbulo-ocular (controle dos movimentos oculares durante o deslocamento da cabeça).
DISTÚRBIOS VESTIBULARES – VESTIBULOPATIAS.
Referem-se ao mau funcionamento do aparelho vestibular como consequência de afecções nos trajetos vestibulares centrais ou periféricos.
Centrais - São distúrbios que acometem o sistema nervoso central, como por exemplo, o núcleo vestibular localizado no tronco encefálico ou o cerebelo.
Periféricos - São distúrbios decorrentes do comprometimento do sistema vestibular periférico, dos órgãos e do nervo vestibular.
Os distúrbios vestibulares podem ocasionar no paciente: surdez, zumbido, vertigem, náusea, vômito, nistagmo e até mesmo quedas.
EXEMPLOS DE DISTÚRBIOS VESTIBULARES 
Dentre os distúrbios vestibulares, podemos citar: Vertigem - Definida por ocasionar ilusões de movimento do corpo ou do ambiente, com caráter rotatório, em decorrência de patologias dos canais semicirculares ou do utrículo, dos nervos vestibulares ou das estruturas centrais. Nas causas centrais, a vertigem é um sintoma comum. ; Ataxia - alteração de equilíbrio com ausência da coordenação motora, que não é ocasionada pelo sistema musculoesquelético, mas ocorre nas vias nervosas relacionadas à sua atividade ou a distúrbios psiquiátricos. Por ser muito complexa pode ser dividida em: vestibular, cerebelar, sensitiva e frontal. ; Nistagmo - Reflexo do sistema vestibular sobre a movimentação do globo ocular, que apresenta dois componentes: uma via lenta, com origem em fibras que atravessam o fascículo longitudinal medial e a formação reticular, e uma via rápida, com origem na formação reticular.
AULA 6 – TEMPERATURA CORPORAL , REGULAÇÃO DA TEMPERATURA E FEBRE. 
Nesta aula, você irá entender a importância da manutenção da temperatura corporal, bem como o funcionamento dos mecanismos de regulação e sua adaptação às diferentes condições ambientais. Além de compreender o papel do sistema nervoso central nesse mecanismo tão importante para o metabolismo celular. Bons estudos!
Você sabe o que significa homeotermia? Trata-se da propriedade que certos corpos possuem de manter sua temperatura constante. Sabendo disso, podemos considerar o ser humano homeotermo, já que o mesmo possui a capacidade de controlar a temperatura interna do corpo. Para isso, conta com dois mecanismos que são amplamente estudados: Termogênese e Termólise. Esse controle efetivo é possível devido ao equilíbrio dinâmico entre a quantidade de calor produzida – mecanismos que produzem calor: Termogênese – e a quantidade perdida – mecanismos que dissipam calor: Termólise. A temperatura corporal, mesmo com variação da temperatura ambiente, mantém-se entre 36,7º e 37º. No entanto, uma pequena variação pode existir em função do local do corpo onde a temperatura foi verificada. Podemos verificar a temperatura na axila, boca, reto, prega inguinal ou sulco inframamário.
Afirmar que o ser humano controlaa temperatura interna do corpo significa dizer que, mesmo em situação adversas (calor ou frio) a temperatura interna se mantém constante. O mesmo não ocorre com a temperatura da pele, que pode variar em função da temperatura do ambiente.
TERMOGÊNESE BIOLÓGICA 
A termogênese biológica é o mecanismos biológico que produz calor para manutenção do metabolismo celular basal. Ela pode ser: MECÂNICA - Contração muscular involuntária para produzir calor. Gera aumento de 2 a 5 vezes no consumo de O2, o que indica envolvimento da junção neuromuscular com atividade nervosa descontrolada. Exemplo: Calafrio, primeira reação do corpo em situações de frio. ; QUÍMICA - Aumento do metabolismo interno, por meio de reações exotérmicas que ocorrem no metabolismo de açúcares, gorduras e proteínas. Sobretudo no metabolismo das gorduras localizadas no tecido adiposo marrom. ; 
A termogênese química é mais lenta do que a mecânica, no entanto é mais importante na manutenção da temperatura.
TERMOLÍSE BIOLÓGICA - Trata-se do mecanismo interno de dissipação de calor para manutenção do metabolismo celular basal. Vejamos as formas como o corpo humano pode perder calor: VAPORIZAÇÃO - Passagem do estado líquido para o estado gasoso. No corpo humano, a vaporização ocorre por evaporação da água na pele e nos pulmões. A umidade do ar afeta a evaporação, maior umidade menor evaporação. RADIAÇÃO - Perda de calor por ondas eletromagnéticas. Cerca de 60% da perda de calor corporal ocorre por radiação. A pele é a principal fonte de radiação do corpo humano através da emissão raios infravermelhos. CONVECÇÃO - Transferência de energia térmica de um sistema para outro que se faz através da movimentação de massas de fluido. Essas correntes se deslocam das regiões mais frias para as mais quentes e vice-versa. CONDUÇÃO - É a transferência direta de calor de um corpo para outro, quando há contato de um corpo quente e outro frio.
MATERIAIS ISOLANTES - Para ajudar a manter a temperatura corporal constante, algumas partes do corpo funcionam como materiais isolantes. São elas: TECIDOS SUBCUTÂNEOS, PELE E A GORDURA DOS TECIDOS SUBCUTANEOS.
TERMOREGULAÇÃO: O corpo humano pode manter a termorregulação através de - Mecanismos fisiológicos, onde o organismo utiliza alterações metabólicas para manter a temperatura, como o suor e os calafrios. ; Mudanças no comportamento e atitudes, onde o indivíduo busca alternativas no meio externo para conter as variações térmicas, como, por exemplo, uso de roupas apropriadas, procurar locais mais ventilados, abrigo ao sol, dentre outros. Para uma temperatura corporal estável, é necessária a integridade dos termorreceptores centrais e periféricos, do centro integrador e de comando e das vias eferentes.
SISTEMA DE CONTROLE CENTRAL: O HITPOTÁLAMO. 
O hipotálamo, região do sistema nervoso central que faz parte do diencéfalo, é denominado o sistema de controle central, pois é responsável por manter o equilíbrio entre a produção e a eliminação de calor integrando impulsos térmicos originados nos tecidos. A produção de calor ocorre através de hormônios que aumentam o metabolismo e por meio do calafrio. A eliminação de calor é controlada por meio de processos de vasodilatação periférica.
FATORES DE INTERFERÊNCIA - Dentre os fatores que interferem na temperatura da pele, podemos destacar fatores externos e internos, que auxiliam no processo de manutenção da temperatura corporal: FATORES INTERNOS -> Circulação sanguínea - O sistema circulatório auxilia no processo de termorregulação, para isso aumenta os batimentos cardíacos para aumentar o bombeamento de sangue, a dilatação dos vasos periféricos e, por consequência, favorecer a de troca de calor permitindo a redução do calor corporal. O inverso também ocorre, a diminuição dos batimentos cardíacos promoverá a vasoconstrição periférica e concentração do sangue no centro do corpo. ; Ingestão de alimentos - Os alimentos são fontes de calor por meio de reações químicas envolvidas no processo de respiração celular. No entanto, alguns alimentos favorecem ainda mais a produção de calor, podemos citar exemplo o álcool e os alimentos denominados termogênicos. Mais alguns alimentos termogênicos: café, canela, pimenta, curry, chá verde, gengibre, linhaça. ; Cor da pele - Quase a metade da (cerca de a 50%) da luz que incide na pele branca é refletida, o mesmo não ocorre na pele negra, que apresenta menor capacidade refletora. FATORES EXTERNOS -> Vestuário - A roupa que utilizamos pode atuar como um isolante térmico nos processos de trocas de calor por meio da convecção e da radiação. Ingestão de alimentos - Temperatura e umidade do ar: quando o ambiente possuir baixa saturação de vapor d´água é denominado seco. Quando o ar apresenta uma saturação de vapor d’água de 100%, a temperatura corporal tende a subir quando a temperatura externa é superior 34,4ºC e, desta forma a eficiência da evaporação diminui. Em umidade intermédia, a temperatura corporal central máxima tolerada é de aproximadamente 40ºC, enquanto a temperatura mínima é em torno de 35,3ºC. Em ambientes frios e úmidos, a umidade confere uma sensação térmica maior de frio e, em ambientes quentes e úmidos, a umidade confere maior sensação térmica de maior calor. ; Movimento do ar - As correntes de ar afetam a temperatura da pele, pois aumentam a evaporação e promovem troca da camada de ar que está próxima do equilíbrio térmico com ela.
DISTÚRBIOS DA REGULAÇÃO TÉRMICA 
A Eutermia é um estado térmico em que a temperatura corporal é mantida dentro da faixa normal, enquanto a hipertermia ou hipotermia são distúrbios da regulação térmica que podem ser promovidos devido às falhas dos mecanismos termorreguladores. A hipertemia é a elevação da temperatura, já a hipotermia é a redução da temperatura corporal. Essas variações podem ser fisiológicas ou patológicas e as condições patológicas nas quais a temperatura do corpo sai da taxa normal incluem diferentes estados de ambas.
A febre é uma elevação regulada na temperatura corporal e se expressa através da ativação dos mecanismos de ganho de calor e inibição dos mecanismos de perda de calor. Esse elevação já foi considerada uma resposta patológica às infecções, mas atualmente é considerada parte da resposta imunológica normal do corpo.
A Hipotermia é definida pela redução da temperatura corporal para valores inferiores a 35ºC, sendo classificada em primária ou secundária em decorrência da ausência ou presença de falhas na função do hipotálamo. Os fatores que favorecem a hipotermia são exposição a ambientes frios, uso inadequado de roupas, idade, ausência de atividades físicas, uso de drogas, anestésicos, sedativos, dentre outros. Estados de subnutrição, doenças metabólicas, lesões no sistema nervoso central e insuficiência cardíaca também devem ser considerados.
ATENÇÃO
Podemos destacar que a temperatura é um indicador simples do estado de saúde do corpo humano, por ser objetivo e preciso de um estado fisiológico. É menos suscetível a variações de estímulos externos e psicogênicos como o batimento cardíaco, a frequência respiratória e a pressão arterial. Favorece a avaliação da gravidade de uma doença, sua evolução e avalia o efeito do tratamento utilizado.
AULA 7 – RADIOATIVIDADE, O ESPECTO ELETROMAGNÉTICOE A RADIAÇÃO NÃO IONIZANTE.
Radioatividade, o espectro eletromagnético e a radiação não ionizante 
Para iniciarmos, vamos definir rapidamente o que significa Radiação?
Radiação é qualquer processo de emissão de energia por intermédio de ondas ou de partículas. As radiações são ondas eletromagnéticas, compostas por um campo elétrico e um campo magnético oscilantes e perpendiculares entre si. A principal radiação existente na terra é a luz solar, uma luz branca que se decompõe do vermelho ao violeta (vermelho, alaranjado, amarelo, verde, azul, anil e violeta). Estas são as cores do arco íris (várias ondas eletromagnéticas com diferentes comprimentos de onda/frequência). A cor visível de um objeto é a reflexão da radiação (parte da luz branca), pois asdemais ficam retidas no tecido. Na cor preta, todas as radiações são absorvidas, e, na cor branca, todas as radiações são refletidas.
Radiação do Espectro Eletromagnético - O espectro eletromagnético é uma classificação das radiações segundo o transporte de energia, da mais fraca até a mais energética.
Na figura, a seguir, percebemos que cada tipo de radiação apresenta uma faixa de frequência diferente: Existem várias maneiras de classificar as radiações, porém, a que nos parece mais útil é a classificação de acordo com o efeito que causam no sistema para o qual a energia é transferida. ; Uma vez que um átomo libera radiação, essa energia será transferida para um corpo qualquer. Dependendo da intensidade da radiação emitida, o corpo que irá recebê-la poderá ou não sofrer ionização. Dessa forma, uma boa maneira de classificar as radiações de acordo com seu efeito é dividindo-as em radiações ionizantes e radiações não ionizantes (cf. MOURÃO e ABRAMOV, 2010).
CLASSIFICAÇÃO DAS RADIAÇÕES - Ionizante: É o tipo de radiação que arranca elétrons da matéria e que apresenta alta frequência e pequeno comprimento de onda, como: raios alfa, beta, gama e raio X. - Não ionizante: É o tipo de radiação que não arranca elétrons da matéria, e tem como principal efeito o aquecimento dos tecidos do corpo, como: radiação ultravioleta, infravermelho, luz visível, micro-ondas, ondas de rádio. Na figura 02, observamos o espectro eletromagnético e percebemos a presença dos diferentes tipos de radiação em nossas vidas:
OUTROS TIPOS DE RADIAÇÃO : Ondas de Rádio - As ondas de rádio possuem grande comprimento, o que permite que elas sejam refletidas pelas camadas ionizadas da atmosfera superior. Essas ondas, além disso, têm a capacidade de contornar obstáculos como prédios e árvores, de modo que é relativamente fácil captá-las em um aparelho radiorreceptor. 
Micro-ondas - As micro-ondas correspondem à faixa de mais alta frequência produzida por osciladores eletrônicos. São muito utilizadas em telecomunicações, equipamentos de cozinha e como um dos recursos eletrotermofototerapêuticos utilizados por fisioterapeutas.
Luz visível - A luz branca visível (tipo de radiação não ionizante) é, na verdade, um espectro com várias cores de luz, que correspondem à faixa de frequência visível pelo olho humano.
Radiação infravermelha - Os raios infravermelhos são emitidos por corpos cuja superfície encontra-se com temperatura superior ao zero absoluto, temperatura essa em que a vibração molecular cessa. Em geral, associada como fonte local de geração de calor, compreende comprimentos de onda que variam de 0,8 -1.000 µm, sendo dividida segundo seus efeitos biológicos em três classificações:
1. Radiação infravermelha curta: compreende comprimentos de onda no intervalo de 0,8-1,5 µm;
2. Radiação infravermelha média: apresenta comprimentos de onda na faixa de 1,5-5,6 µm;
3. Radiação infravermelha longa: com comprimentos de onda variando entre 5,6-1.000 µm, situa-se no espectro eletromagnético, entre a luz visível e as micro-ondas. 
Dentre as aplicações da radiação infravermelha estão: A. A capacidade de transformar informações em frequências de ondas para telefone celular e controle remoto; B. A aplicabilidade médica e fisioterapêutica como o uso na fototerapia; C. A função, em setores militares e de segurança, para detecção de seres vivos ou objetos em trânsito.
Radiação ultravioleta - A radiação ultravioleta pode ser subdividida em três comprimentos de onda distintos:
UV próximo - que corresponde ao comprimento de onda de 380 a 200 nm;
UV distante - que delimita o intervalo de 200 a 10 nm de comprimento de onda;
UV extremo - que varia de 31 a 1 nm e situa-se entre as radiações de raios X e a luz visível no espectro eletromagnético.
A radiação ultravioleta, proveniente da fonte natural (o sol), é subdividida em:
UVA - que compreende comprimentos de ondas longas com intervalo de 320-400 nm, com capacidade de atingir a superfície terrestre;
UVB - que remete a comprimentos de ondas na faixa de 280 – 320nm, as quais são parcialmente absorvidas na atmosfera e atingem parcialmente a superfície terrestre;
UVC - que são ondas curtas, com comprimentos de onda entre 200 -280nm, absorvidas pela camada de ozônio.
Veja quase são os efeitos biológicos da radiação ultravioleta: 
Benéficos
É a principal promotora da síntese de vitamina D. A vitamina D3 corresponde ao tipo de vitamina encontrado na pele dos animais.
É produzida fotoquimicamente pela ação da luz ultravioleta sob o 7-desidrocolesterol, que é convertido em vitamina D.
Maléficos
Podem promover efeitos imediatos, como queimadura na pele, bronzeamento, lesões nas células de Langerhans, cerato-conjuntivite.
Pode, também, gerar efeitos tardios, como envelhecimento precoce, câncer de pele e catarata.
AULA 8 – RADIAÇÃO IONIZANTE 
Nesta aula continuamos com o tema da aula anterior, o estudo da radiação, no entanto abordaremos a radiação ionizante. A capacidade das ondas eletromagnéticas de ionizar a matéria e como isso ocorre, a formação de raios alfa, beta, gama e X. Trataremos também da radiação nuclear, dosimetria e decaimento de um material radioativo.
RADIAÇÃO IONIZANTE - Na aula anterior, aprendemos o que é a radiação. Você se lembra? Trata-se de qualquer processo de emissão de energia, por intermédio de ondas ou de partículas. As radiações podem surgir tanto no núcleo quanto na eletrosfera de átomos, dependendo de onde ocorre excesso de matéria ou energia. Agora, trataremos das radiações ionizantes, que são definidas pela propriedade de, ao incidirem sobre um meio qualquer, ceder ou retirar elétrons dos átomos constituintes deste meio, tornando-os eletricamente carregados. Esse processo é denominado de ionização. Iremos estudá-lo a seguir.
IONIZAÇÃO - É o processo pelo qual os átomos de uma determinada matéria perdem ou ganham elétrons, formando íons. Energia e partículas emitidas de núcleos instáveis são capazes de causar ionização. Quando um núcleo instável emite partículas são, tipicamente, na forma de partículas alfa, beta ou nêutrons. No caso da emissão de energia, a emissão se faz por onda eletromagnética, muito semelhante aos raios X, os raios gama.
TIPOS DE RADIAÇÕES IONIZANTES - As radiações ionizantes podem ser de dois tipos:
1. Radiação nuclear;
2. Radiação eletromagnética.
Trataremos de cada um deles a seguir.
RADIAÇÃO NUCLEAR: A radiação nuclear pode ser Radiação Alfa (α): Partícula alfa é a maior partícula emitida por núcleos instáveis, são compostas por dois prótons e dois nêutrons. Quando um átomo emite uma partícula alfa, ele perde dois prótons tornando-se um elemento diferente. Em geral, emitidas por núcleos de elevada massa atômica, caracterizados instáveis, tais como, urânio, tório e radônio. A radiação α é classificada como sendo a radiação de menor poder de penetração e elevada taxa de ionização. A exposição externa as partículas α são consideradas inofensivas, pois a camada epitelial é capaz de impedir a penetração dessas partículas. No entanto, ao serem ingeridas ou inaladas em grandes quantidades, acarretam danos na mucosa dos sistemas respiratório, gastrintestinal e nas células dos tecidos adjacentes, o que torna o indivíduo contaminado uma fonte radioativa.
Radiação beta (β):
A radiação beta (β) é composta pela emissão de um elétron (β-) ou pósitron (β+) de um núcleo de um átomo instável. São muito mais leves do que as partículas alfa e são, essencialmente, elétrons de alta energia cinética. Quando um átomo emite uma partícula beta, ele se transforma em outro átomo. Partículas beta são emitidas quando um nêutron do átomo se transforma em um próton, ocorre a emissão de um "antineutrino" e calor. Dentre os elementos que emitem partículas β podem ser citados o potássio, carbono, iodo e bário. A exposição externa às radiações β permite a penetração destas partículas em alguns milímetros do tecido humano, podendo ser usada em procedimentos médicos na superfície da pele, mas pode ser interrompida com uma folha de alumíniocom 1 mm de espessura.
Radiação gama (γ):
Raios gama são fótons de alta energia emitidos pelo núcleo de alguns átomos. Raios gama são idênticos aos raios X usados para diagnóstico por imagem. A diferença está no fato de que os raios gama vêm do centro do átomo e os raios X não, com isso os raios gama têm muito mais energia que os raios X. A radiação gama tem a propriedade de penetração alta o que a permite atravessar grandes espessuras. Esta propriedade faz a radiação gama ser utilizada na área médica, terapêutica e aplicabilidade industrial. A blindagem deste tipo de radiação ocorre por meio de chumbo, concreto, aço ou terra.
RADIAÇÃO ELETROMAGNÉTICA
Vejamos os tipos de radiações eletromagnéticas Raio x - Ondas eletromagnéticas equivalentes aos raios gama diferindo apenas quanto à sua origem, isso faz com que as propriedades dos raios X sejam semelhante aos raios gama. Emitida pela camada eletrônica (não nuclear), ou produzida pelo impacto de elétrons energéticos sobre um alvo (equipamento de raios X). As dificuldades de blindagem e poder de penetração são semelhantes aos da radiação gama. As aplicações mais conhecidas dos raios X são no radiodiagnóstico e na radioterapia. Como vimos, a radiação ionizante têm energia suficiente para ionizar átomos por meio de emissão de fótons perdendo toda ou quase toda energia numa única ou em várias interações com átomos, ejetando elétrons deles que, por sua vez, saem ionizando átomos até pararem. Os fótons podem também atravessar um meio sem interagir. Teoricamente, não há material nem forma de blindar todos os fótons e isso é um dos motivos da necessidade de proteção radiológica que dita regras quanto ao nível de radiação que as pessoas expostas podem receber.
Radiação gama - Mesma descrição anterior.
Emissão de Nêutrons - O quarto tipo de radiação ionizante é o resultado da emissão de nêutrons por núcleos de átomos radioativos. A emissão nêutron é associada com a fissão nuclear. Fissão nuclear (quebra do núcleo atômico) é usada em usinas nucleares para gerar o calor usado para produzir energia elétrica. A fissão envolve a divisão de átomos com muitos prótons e nêutrons (como o urânio 235) em átomos menores. O processo de fissão libera energia e dois ou três nêutrons.
Radionuclídeo - É um átomo com energia nuclear instável que emite radiação, como vimos até o momento. Este núcleo procura a estabilidade com a emissão de radioatividade ionizante na forma de partículas. O tempo no qual um radionuclídeo, emite radiação é definido como meia-vida (tempo necessário para que a atividade radioativa de uma amostra seja reduzida à metade da atividade inicial). Para medir a radioatividade do ambiente é utilizado um medidor, o mais conhecido é o Gaiger-Muller. A radiação entra no tubo do equipamento que produz a ionização das moléculas gasosas, gerando uma corrente elétrica. O registro da corrente elétrica é a expressão da radioatividade presente.
AULA 9 – TECNOLOGIA RADIOLÓGICA
Nesta aula, trataremos da aplicação de um tipo muito importante de radiação ionizante, os raios X. A principal aplicação dos raios X é na radiologia diagnóstica, em que o principal exemplo é a radiografia. No entanto, podemos citar outros tipos de exames, como mamografia, fluoroscopia e a tomografia computadorizada. Esses exames necessitam de aparelhos especializados, e representam um avanço muito importante no diagnóstico de doenças e acompanhamento do estado de saúde dos indivíduos. A radiação também é utilizada como aplicação terapêutica, como acontece na radioterapia.
RAIO X A radiação ionizante tem energia suficiente para ionizar átomos através da emissão de fótons, perdendo toda ou quase toda energia em uma única ou em várias interações com átomos. Ao ejetar elétrons, essa radiação promove a ionização dos átomos até parar. Os fótons, por sua vez, também podem atravessar um meio sem interagir. 
ATENÇÃO : Em princípio, não há forma ou material para blindar os fótons. Essa é a razão da necessidade de haver uma proteção radiológica agindo sobre o nível de radiação que as pessoas podem receber.
CARACTERISTICA - Os raios X são um tipo de onda eletromagnética equivalente aos raios gama, com propriedades semelhantes, diferindo apenas quanto à sua origem.
Você sabe como esses dois tipos de raios são formados? Os raios gama são formados naturalmente na porção externa ao núcleo. Já os raios X são formados artificialmente. Nos tubos de raios X, ocorre a produção de elétrons por emissão termiônica, que remete ao aumento do fluxo de elétrons emitidos por causa do aumento de temperatura. Os raios são acelerados devido à diferença de potencial elétrico a um alvo metálico, onde os elétrons irão colidir. Na colisão com o metal alvo, a maioria dos elétrons acelerados é absorvida ou espalhada, produzindo aquecimento no alvo. Apenas cerca de 5% dos elétrons sofrem reduções bruscas de velocidade, e a energia dissipada se converte em ondas eletromagnéticas, denominadas raios X.
TUBOS DE RAIO X Agora, que já entendemos como a produção de elétrons por emissão termiônica ocorre, vejamos um exemplo de tubo de ensaio:
INTERAÇÃO DA RADIOAÇÃO IONIZANTE COM A MATÉRIA 
A interação dos raios X e gama com a matéria é possível por meio da interação com átomos ou com elétrons, mas também há a possibilidade de ausência de interação, em que a radiação eletromagnética (REM) atravessa distâncias consideráveis em um meio material sem modificá-lo e sem se modificar. Como já foi visto em aulas anteriores, a radiação eletromagnética ionizante é caracterizada pelos fótons, sendo estes os responsáveis pela transferência de energia no momento da colisão com outras partículas.
A interação entre os fótons e a matéria pode ocorrer de diferentes formas:
ESPALHAMENTO COERENTE OU EFEITO RAYLEIGH : Corresponde, em primeiro instante, à absorção da energia e, posteriormente, à remissão da radiação ionizante pelo átomo em direção oposta à incidente. Somente nessa interação a radiação é tratada como onda.
EFEITO FOTOELÉTRICO : Há a absorção do fóton pelo átomo e, consequentemente, a emissão de um elétron do material ionizado. A energia cinética adquirida por esse elétron é a diferença entre a energia do fóton e a energia de ligação do elétron ao átomo.
ESPALHAMENTO INELÁSTICO OU EFEITO COMPTON: Trata-se da diminuição de energia ou do aumento de comprimento de onda de um fóton mediante a interação com a matéria; é de particular importância, devido à interação com elétrons livres, com transferência de parte da energia e do momento do fóton para o elétron, e um fóton com a energia restante é espalhado em outra direção.
PRODUÇÃO DE PARES ELETRON – PÓSITRON : Ocorre a absorção total do fóton, sendo sua energia convertida em massa de repouso e energia cinética de um par partícula/antipartícula, denominado elétron/pósitron. Ou seja, há a transição total da energia negativa do elétron para energia positiva do pósitron, sendo a diferença de energia entre os dois estados a quantidade de energia do fóton incidente, que é absorvido. O efeito da produção de pares elétron-pósitron é o resultado da interação entre o fóton e o campo eletromagnético, e ocorre, normalmente, nas vizinhanças do núcleo, podendo também acontecer devido à interação do fóton com o campo de qualquer partícula carregada, incluindo os elétrons atômicos. Nesse caso particular, um elétron atômico também é ejetado e o efeito é chamado de produção de tripleto.
REAÇÃO FOTONUCLARES: A fotodesintegração corresponde à principal reação nuclear, a qual se delineia com a absorção do fóton, que apresenta energia superior à energia de ligação de núcleons (prótons + nêutrons) e, a consequente emissão de um próton ou um nêutron com energia cinética suficiente para abandonar o núcleo, que se transforma em outra espécie nuclear.
PODER DE FREAMENTO 
O principal modelo que descreve a interação de uma partícula carregada pela matéria propõe pequenas perdas consecutivas de energia até a perda completa, em que ocorre a consequente descaracterização da partícula como radiação ionizante.O parâmetro do impacto de interação das partículas carregadas à matéria é dependente, basicamente, da distância entre a trajetória da partícula e o centro do átomo mais próximo, sendo o choque com a eletrosfera mais frequente do que com o núcleo. Para cada interação, ocorre perda da energia cinética da partícula, sendo, essa perda, dependente do tipo de partícula, da sua energia cinética e do meio de interação. Ela é denominada poder de freamento, pois representa a perda média de energia por unidade de caminho em um determinado meio, considerando-se a média sobre um conjunto grande de partículas idênticas e com mesma energia. Ainda existe uma distância máxima percorrida pelas partículas carregadas que permite a interação com a matéria, sendo que a existência de uma espessura específica de um material a certa distância, denominado alcance, é suficiente para frear as partículas carregadas que nela incidir.
Em outras palavras, há a redução da energia cinética a valores equivalentes à energia térmica. O alcance é dependente da energia cinética da partícula, do comprimento médio da trajetória e da espessura mínima da matéria incidente.
APLICAÇÕES DA RADIOATIVIDADE 
Devido à propriedade dos elementos químicos emitirem partículas e energia promovendo a ionização da matéria, tecnologias foram sendo desenvolvidas e empregadas no avanço da Ciência e da tecnologia. Atualmente, os efeitos positivos da radioatividade podem ser observados nas mais diversas áreas de interesse, desde a geração de energia elétrica em usinas nucleares à determinação da idade de fósseis. Podemos destacar algumas aplicações da radioatividade na área da saúde: Radioterapia É a terapia empregada em tratamentos dos mais diversos tipos de câncer, em que a emissão de radionuclídeos libera partículas beta, capazes de destruir células tumorais. Cintilografia Baseia-se no uso de elementos químicos para emissão de radiações gama com capacidade de se ligarem especificamente a um determinado fármaco, formando a molécula radiofármaco e, visam à obtenção de imagens de processos fisiológicos, órgãos e sistemas do organismo. Tomografia computadorizada Realiza a emissão de feixes paralelos de raios X, em rotação de 360° sobre o paciente, gerando radiografias transversais da região a ser analisada, as quais são submetidas à conversão pelo computador em imagens em três dimensões, oferecendo, assim, melhor resolução do que as obtidas pela técnica de radiografia convencional. Tomografia por Emissão de Pósitrons Baseia-se na emissão de partículas beta ou pósitron. A administração da radiação beta ocorre com associação a moléculas de glicose marcadas com um elemento químico emissor de pósitrons, que se concentra em áreas metabolicamente ativas. Isso porque a atuação da emissão beta leva em consideração que tecidos com maior atividade metabólica consomem mais glicose, fato que direciona a glicose para tecidos de maior atividade, tais como células tumorais.
AULA 10 – PROTEÇÃO RADIOLÓGICA 
Nesta aula, vamos estudar a última parte do conteúdo desta disciplina: as fontes de exposição às radiações ionizantes, a conduta e os cuidados que os profissionais da área de saúde devem ter, bem como os efeitos biológicos dessas radiações. Também será abordado o conceito de “proteção radiológica”, os tipos de exposição e os limites da exposição, sobretudo, as normas de proteção radiológica e as instituições relacionadas.
Antes de entender o que significa proteção radiológica, precisamos conhecer quais os efeitos das radiações ionizantes nos sistemas biológicos. Você sabe quais são eles? Os efeitos da exposição às radiações ionizantes estão relacionados com a dose da radiação ionizante e o modo como essa exposição ocorre. Podemos citar dois mecanismos de ação da radiação ionizante: MECANISMO DIRETO Ocorre interação da radiação diretamente com as moléculas como DNA, RNA, proteínas, enzimas, entre outras, podendo promover a quebra e a alteração estrutural. MECANISMO INDIRETO A radiação interage com substâncias, como a água e compostos, produzindo radicais livres, os quais ionizam o citoplasma e afetam moléculas importantes do metabolismo celular basal. Frequentemente, o dano causado pela radiação é reparado pelas próprias células, a partir dos sistemas de reparo do corpo, mediados por enzimas, para os diferentes tipos de lesão.
ATENÇÃO : A falha nos sistemas de reparo celular pode gerar: falência e morte celular; incapacidade de reprodução; modificação celular permanente, podendo desencadear a formação de um câncer; nas células germinativas, podem ocorrer alterações no DNA e essa mutação pode ser transmitida para os descendentes.
EFEITOS DA RADIAÇÃO - Os efeitos da radiação podem ser divididos em somáticos e hereditários. 
Efeitos somáticos - Quando a exposição é crônica, ou seja, a dose é recebida pouco a pouco, durante anos, os efeitos são tardios (anos ou décadas), como por exemplo, câncer, úlceras, catarata, esterilidade, envelhecimento precoce e leucemia.A gravidade dos efeitos depende da dose total de radiação recebida, do intervalo de tempo em que ela foi recebida, e da região do corpo que foi atingida. Ocasionam danos nas células e se manifestam apenas na pessoa irradiada, não oferecendo riscos às gerações futuras. Quando a exposição é aguda, ou seja, a dose total de radiação é recebida em um curto intervalo de tempo, os efeitos são imediatos (poucas horas, dias ou semanas), como por exemplo, náusea, perda de apetite e de peso e até mesmo a morte.
Efeitos hereditários- Também conhecidos como efeitos genéticos, são originados somente no descendente da pessoa irradiada. São resultantes dos danos que as radiações provocam nas células dos órgãos reprodutores. A sensibilidade das células à radiação é resumida em: “A sensibilidade das células à radiação é diretamente proporcional à sua atividade reprodutora e inversamente proporcional ao seu grau de especialização”. Sendo assim, a maior sensibilidade das células à radiação é observada em células com hipóxia e, portanto, a medula óssea, o esperma e os tecidos linfáticos são mais sensíveis do que o tecido nervoso.
COMENTÁRIO : Segundo a Comissão Internacional de Proteção Radiológica, em sua publicação 118 de 2012, a dose limiar foi definida como sendo a dose estimada capaz de gerar efeitos de reações teciduais em 1% dos tecidos irradiados.Sendo considerada a dose de 0,5 Gy, tanto para exposição aguda quanto para crônica, capaz de induzir catarata, doenças circulatórias, tanto para morbidade quanto para mortalidade. A 4 Gy é capaz de promover a morte de 50% dos indivíduos que são expostos a essa dose de radiação. Doses absorvidas de 10 kGy a 20 kGy são capazes de esterilizar sementes e eliminar microrganismos.
O QUE É PROTEÇÃO RADIOLÓGICA? O entendimento da interação da radiação com o organismo e com o meio ambiente é de fundamental importância para assegurar uso adequado da proteção, maximizando os benefícios, minimizando os efeitos indesejáveis e proporcionando um aumento na qualidade de vida.Para determinar limiares de princípios básicos da proteção radiológica, foi criada, inicialmente, a International Commission on Radiation Units and Measurements (ICRU), com a finalidade de estabelecer grandezas e unidades de Física das radiações, critérios de medidas, métodos de comparação etc. Posteriormente, foi criada a International Commission on Radiological Protection (ICRP), com o intuito de elaborar normas de proteção radiológica e estabelecer limites de exposição à radiação ionizante para indivíduos que atuam diariamente nessa área e para o público em geral.
As normas de proteção radiológica, apesar de indicarem valores de limitação da dose, estabelecem o princípio fundamental conhecido como ALARA.Cada país regulamentou um órgão capaz de adequar as normas internacionais às condições do país. No Brasil, as diretrizes básicas referentes à proteção radiológica estão relacionadas nas normas da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), descritas nas Diretrizes Básicas de Radio (NE-3.01).
PRINCÍPIO ALARA : Oprincípio ALARA (As Low As Reasonably Achievable - tão baixo quanto razoavelmente exequível), também conhecido como princípio da otimização, fundamenta que toda exposição deve manter o nível mais baixo possível de radiação ionizante.
Vejamos o que é feito para esse nível se mantenha baixo:
ATENÇÃO : A proteção radiológica é otimizada quando as exposições empregam a menor dose possível de radiação, sem que haja perda na qualidade da imagem.
PRINCIPIO DA JUSTIFICATIVA O princípio da justificativa fundamenta que toda a atividade com exposição à radiação ionizante deve ser justificada considerando os benefícios pretendidos. Do ponto de vista médico, esse princípio deve relevar a necessidade da exposição e as características particulares do indivíduo envolvido, sendo proibida a exposição que não possa ser justificada. Isso inclui a exposição com o objetivo único de demonstração, treinamento ou outros fins que contrariem o princípio da justificativa.
LIMITAÇÕES DA DOSE 
Os limites de dose estabelecidos pelas normas de radioproteção de cada país devem orientar e ser, obrigatoriamente, cumpridos pelos trabalhadores expostos à radiação ionizante e pelo público em geral. O limite individual de dose para o trabalhador é de 50 mSv/ano e, para o público em geral, é de 1mSv/ano. No entanto, a limitação da dose não se aplica aos pacientes, pois justifica que os benefícios advindos das radiações ionizantes aos tratamentos superam os possíveis danos causados pelo emprego da técnica.
PROTEÇÃO CONTRA A RADIAÇÃO A proteção contra a radiação visa, por meio da avaliação de risco e do correto planejamento das atividades desenvolvidas, projetar e construir instalações, bem como implementar práticas adequadas de manuseio da radioatividade.Dessa forma, inicialmente, há a orientação aos trabalhadores sobre o uso de equipamentos de proteção coletiva (EPC) e individual (EPI).Importa observar a otimização dessa proteção pela elaboração e execução correta de projetos de instalações laboratoriais, na escolha adequada dos equipamentos e na execução correta dos procedimentos de trabalho. A proteção dos trabalhadores ainda é determinada pela avaliação de três fatores:
Tempo - A quantidade de dose recebida deve ser proporcional ao tempo de exposição e à velocidade da dose.
Distância - Define o espaço necessário entre o trabalhador e a fonte de radiação, de modo que a intensidade de radiação decresça com o quadrado da distância.
Blindagem - Refere-se à espessura do material utilizado para barrar a penetração da radiação. Esta é dependente do tipo de radiação, da atividade da fonte e da velocidade de dose aceitável após a blindagem. Observe os materiais de blindagem utilizados para barrar a penetração de cada radiação:
LEVANTAMENTO RADIOMÉTRICO Por fim, a confirmação da estrutura de ambiente de trabalho adequada a manter a proteção do trabalhador pode ser realizada através do levantamento radiométrico, o qual utiliza dosímetros para quantificar o nível de radiação no ambiente e qualificá-lo como adequado.
FIM

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