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RESUMO DE CONTABILIDADE INTERNACIO

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A contabilidade brasileira continua passando por muitas mudanças em diferentes aspectos, mas a principal 
delas foi a adoção das normas internacionais conhecidas como International Financial Reporting Standards 
(IFRS). Essas alterações afetaram todos os setores e, inclusive, a contabilidade financeira – aquela ligada 
ao dia a dia das empresas e de suas demonstrações contábeis, aos órgãos governamentais e aos bancos 
das faculdades. Afinal, o ensino da contabilidade teve que se adaptar a esta nova realidade e, assim, todo o 
ambiente envolvendo a prática contábil passou por grandes transformações percebidas até hoje. 
A Lei 6.404/76, também conhecida como Lei das Sociedades Anônimas, sofreu diversas mudanças, e a 
principal legislação responsável por essas mudanças foi a Lei 11.638/2007, que trouxe as alterações 
originadas pela adoção das IFRS. É preciso lembrar que o processo de harmonização contábil respeitou as 
características legais e societárias do Brasil e, com isso, muitos dos pontos foram adaptados para a 
realidade brasileira. Durante algum tempo, foi comum o uso do termo “padronização” ao invés do termo 
atualmente aceito e usado: “harmonização”. Mas você sabe a diferença entre os dois? No caso da 
harmonização, há um acordo para que existam mudanças, tal qual aconteceu no Brasil, elaborado 
respeitando as normas e características vigentes do país e de suas operações comerciais. A padronização, 
por sua vez, é um processo que busca reduzir todos os objetos de um processo a um só tipo, unificado e 
simplificado, utilizando um único modelo preestabelec ido. Assim, observou-se a necessidade de harmonizar 
a contabilidade brasileira com as IFRS, ao invés de padronizá -la de acordo com o padrão mundial. Uma das 
vantagens do processo de harmonização foi a facilidade de entendimento das demonstrações, do envio e 
recebimento de funcionários entre matriz e filiais de diferentes países, de acesso a recursos internacionais e 
de negociação de valores em bolsas internacionais. 
Entretanto, ao almejar um maior respeito à estrutura societária, legal e fiscal de cada país, a harmonização 
pode gerar uma redução de opções de práticas contábeis que sejam mundialmente entendidas e bem 
fundamentadas. 
As maiores dificuldades, portanto, culminaram em décadas de espera para uma mudança definitiva, já que 
as alterações da Lei 6.404/76 só ocorreram com a Lei 11.638/2007, estabelecida 31 anos depois. Essas 
dificuldades devem-se ao alto grau de diferenças entre normas e práticas contábeis entre os diferentes 
países, especialmente no Brasil, onde a grande influência do governo e a complexidade da questão fiscal 
são diferentes de outras estruturas econômicas. 
Um bom exemplo de como podem ser compreendidos os impactos da legislação brasileira é a modificação 
do artigo 177 da Lei 6.404/76, que foi alterada pela Lei 11.638/2007: 
 
 
Posteriormente, observou-se também a necessidade de promulgação da Lei 11.941/2009, que reparou 
alguns pontos que ainda não haviam ficado claros na 11.638/2007, separando definitivamente a 
contabilidade fiscal da contabilidade societária por meio da remodelagem dos aspectos contábeis que antes 
eram aceitos. 
Um exemplo que pode ser citado para ilustrar essas mudanças é o caso da depreciação, que antes era 
basicamente um cálculo fiscal, baseado em anos preestabelecidos para o cálculo da perda do valor 
econômico dos bens. Como o próprio nome diz, a depreciação representa o valor econômico e, então, um 
simples cálculo fiscal já não mais se adequava à realidade da nova contabilidade. 
Hoje, o que temos é o cálculo baseado no valor econômico do bem. Dessa forma, a depreciação de dois 
carros, por exemplo – sendo um usado para fins particulares e outro para gerar renda de aluguel -, que 
antes era feita de igual forma, agora irá variar, já que um sofre mais desvalorização econômica do que o 
outro. 
Também foram editadas as normas adaptadas e traduzidas para o português pelo Comitê de 
Pronunciamentos Contábeis (CPC). Essas normas trazem as orientações de acordo com a realidade do 
cenário brasileiro, sendo utilizadas como um norteador para as contabilizações. Até hoje, essas normas 
continuam passando por revisões e atualizações. Muitas já estão em sua terceira ou quarta versão, já que 
há uma busca constante pelo modelo mais bem adequado à realidade do País. 
Uma importante mudança que a adoção das IFRS trouxe ao Brasil foi o aumento da responsabilidade do 
contador em relação ao julgamento que este tem das demonstrações contábeis. Assim, o profissional 
passou a ter mais responsabilidade em diversos assuntos, pois seu julgamento é utilizado como base para 
algumas operações. 
E não foram apenas as demonstrações contábeis que foram modificadas pelo processo de adoção das 
IFRS. Muitas das práticas que eram observadas no Brasil, como a extinção da Reserva de Reavaliação e 
do Grupo Diferido, também culminou na criação de grupos como o Intangível e na mudança da 
nomenclatura e da estrutura dos grupos, tanto no Balanço Patrimonial quanto na Demonstração do 
Resultado do Exercício. 
Um dos grandes objetivos das IFRS, que pode ser também entendido como uma vantagem para a 
contabilidade brasileira, é o fato de que sua adoção permitiu que a informação contábil ficasse mais 
acessível sem abrir mão de sua linguagem contábil, já que as demonstrações de todos os países que 
adotam essas normas têm a mesma estrutura e utilizam, de forma básica, os mesmos mecanismos para 
contabilização dos fatos que modificam o patrimônio das entidades. 
 
O que são as normas internacionais de contabilidade? 
Um breve resumo da contabilidade mundial recente é necessário para que possamos entender quais são e 
como funcionam as normas internacionais da área. Em 1973 foi criado o International Accounting 
Standard Comitee(IASC) – Comitê de Normas Internacionais de contabilidade, cuja função era emitir 
pronunciamentos denominados de International Accounting Standard(IAS) – Normas Internacionais de 
contabilidade. 
A partir do ano de 2001, em substituição ao IASC, foi criado a International Accounting Standard 
Board(IASB) – Junta de Normas Internacionais de Contabilidade, uma entidade independente do setor 
privado. O IASB foi criado, dentre outras funções, para a preparação e emissão das IFRS. A sede do IASB 
está localizada em Londres e conta com a experiência de mais de 140 diferentes entidades profissionais da 
contabilidade, originárias do mundo todo, inclusive do Brasil. 
No ano de 2005, o CPC foi criado no Brasil. Seu objetivo, entre outras atividades, é a redução dos riscos 
internacionais relativos a empréstimos, participações societárias e outros riscos que, de alguma forma, 
estejam associados ao entendimento das demonstrações contábeis. Buscou-se também a melhora cont ínua 
na comunicação, no mundo dos negócios, com a utilização de uma linguagem contábil universal e comum a 
todos os países que adotaram as IFRS. 
Os Pronunciamentos Contábeis do CPC têm como base as IFRS mas, além delas, também utilizam os 
conhecimentos da Associação Brasileira de Companhias Abertas (ABRASCA), da Fundação Instituto de 
Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (FIPECAFI), da Associação dos Analistas e Profissionais de 
Investimento do Mercado de Capitais (Apimec), do Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (Ibracon), 
da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) e do Conselho Federal de Contabilidade (CFC). 
Há órgãos ligados à contabilidade ou ao mercado financeiro e, também, às empresas que compõem os 
Organismos Nacionais que possuem interesse direto nas demonstrações contábeis harmonizadas. Aqui 
entram, portanto, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o Banco Central do Brasil (Bacen), a 
Federação Brasileira de Bancos(Febraban), a Secretaria da Receita Federal do Brasil (SRFB) e a 
Superintendência de Seguros Privados (Susep). 
Embora tenha havido a convergência às normas internacionais de contabilidade, sabe-se que o modelo 
brasileiro não se adaptou ao modelo norte-americano, conhecido como US-GAAP, espécie de Princípios 
Fundamentais da Contabilidade Norte Americana. A abordagem US-GAAP, majoritariamente utilizada pelos 
Estados Unidos, é uma legislação complexa e que possui raízes profundamente ligadas à questão 
societária norte-americana. Assim, a adaptação dessas normas para a realidade brasileira mostrou-se uma 
tarefa difícil e com pouco resultado efetivo, já que o modelo IFRS é amplamente utilizado por outros países 
desenvolvidos ao redor do mundo. 
Portanto, percebe-se que a integração de diversos organismos – em um primeiro momento internacional e, 
posteriormente, dentro do Brasil – deram início ao processo de harmonização contábil e de adoção das 
IFRS. 
Os desafios da adoção das normas internacionais no Brasil 
Com as mudanças trazidas pela Lei 11.638/2007 e pela Lei 11.941/2009, ficou claramente definida a 
segregação entre a contabilidade societária e a fiscal. Em um primeiro momento, já que a intenção era o 
aumento da transparência e a necessidade de se apresentar e elaborar demonstrações mais adequadas 
para atrair investidores estrangeiros, as empresas mais afetadas pela harmonização contábil foram as 
Sociedades Anônimas de Capital Aberto. Afinal, são elas que buscam capitais no mercado nacional e 
estrangeiro, adaptando suas demonstrações e informações contábeis. 
Em 2009, foi aprovado o CPC-PME, dedicado exclusivamente à exposição de normas de Contabilidade de 
Pequenas e Médias Empresas, já que muitos dos instrumentos observados nas grandes corporações não 
faziam parte da rotina destas. Mas elas também conheciam a necessidade de transparência e de 
apresentar uma informação que pudesse ser compreendida em com contexto universal. 
Apesar da desconfiança dos contadores, a adoção das IFRS para as PMEs justificou-se pela necessidade 
de maior transparência e confiabilidade das demonstrações contábeis destas, além de um enfoque mais 
gerencial da informação que, agora, deixa de ser meramente fiscal e passa a auxiliar no processo de 
tomada de decisão. 
O fato de uma empresa ser considerada pequena ou média não a exime de ter grandes ambições ou de ser 
procurada por interessados ou investidores estrangeiros. Por isso, justificou-se também a adoção das IFRS 
para que essas empresas, já adequadas ao modelo internacional padrão, continuassem crescendo. 
A adoção do padrão IFRS também facilita o trabalho da auditoria e de uma possível análise para abertura 
de capital, caso a empresa vire uma sociedade anônima de capital aberto. 
A importância da adoção das normas de contabilidade 
Em um primeiro momento, sua maior conquista foi a possibilidade de comparação e transparência das 
demonstrações contábeis brasileiras em qualquer outro país que também siga o modelo das IFRS. 
Anteriormente, o entendimento das demonstrações contábeis era bastante dificultado pelas particularidades 
de cada país, o que praticamente não existe mais após a harmonização contábil. Assim, o país pode formar 
parcerias e fazer negócios com outras nações de forma livre, seguindo os interesses da empresa. 
Como consequência de uma maior transparência e da possibilidade do entendimento das demonstrações 
contábeis em outros países, houve uma maior integração com o mercado internacional de capitais, já que 
ele possuía exigências relativas ao risco e à estrutura das demonstrações contábeis apresentadas. 
As IFRS também trouxeram um aumento na qualidade e na eficiência de grupos internacionais, já que as 
modificações nas demonstrações financeiras praticamente deixaram de existir. Com isso, buscou-se projetar 
o Brasil em relação a outras economias internacionais, procurando atrair mais investidores para as 
empresas brasileiras de capital aberto. 
Ao observar as IFRS, as empresas também ganharam em eficiência. O modelo de normas exige relatórios 
internos e externos que permitem uma otimização e padronização das atividades contábeis. 
Buscou-se também a geração de informações contábeis mais voltadas para um cunho gerencial, ou seja, 
que pudessem ser facilmente utilizadas dentro do processo de decisão. Essas normas não têm mais um 
caráter puramente fiscal, utilizando agora outras medidas para a contabilização dos fatos que alteram o 
patrimônio das empresas. 
No contexto da harmonização, algumas das principais mudanças foram relativas aos critérios de 
reconhecimento dos elementos patrimoniais. De acordo com as novas práticas brasileiras em consonância 
com as IFRS, a mensuração dos elementos patrimoniais do Ativo deve ser feita pelo valor histórico com 
limitação à probabilidade de recuperação de seu valor no futuro, e caso o valor seja zero, o mesmo não 
mais deverá fazer parte do grupo devido à impossibilidade inexistente de benefícios futuros. 
Também houve a introdução do conceito de valor justo, relacionado à capacidade de geração de benefícios 
econômicos futuros por meio de sua venda ou uso. Outra importante modificação foi a utilização do valor 
justo para mensuração de propriedades para investimento, como imóveis de uso administrativo ou industrial. 
Anteriormente avaliados pelo valor de custo, os estoques agora são mensurados por seu valor recuperável 
líquido no caso daqueles produtos ou itens estocados. 
Outras modificações ocorreram em relação a instrumentos financeiros, operações de leasing, provisões, 
divulgações e outras exigências, buscando o aumento da transparência das informações e da clareza na 
contabilização dos fatos. 
IAS – 1 – APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 
 
 O IAS 1 determina a base de apresentação das demonstrações financeiras, buscando garantir a 
comparabilidade com as informações financeiras de períodos anteriores de uma mesma entidade e entre 
entidades diferentes. Ainda estabelece requisitos de apresentação das demonstrações financeiras, além de 
determinar as diretrizes para a sua estrutura e requisitos mínimos para o seu conteúdo. 
 
Demonstrações Financeiras: finalidade e composição 
As demonstrações financeiras são uma representação da posição e desempenhos financeiros de uma 
entidade. O objetivo é fornecer informações da entidade que sejam úteis para um grande número de 
usuários na tomada de decisões, e na previsão dos seus fluxos de caixa futuros. 
As demonstrações financeiras devem fornecer os seguintes dados acerca de uma entidade: ativo, passivo, 
patrimônio líquido, receitas e despesas, incluindo ganhos e perdas, contribuições de proprietários e 
distribuição aos proprietários, na sua posição de proprietários e fluxos de caixa. 
O IAS 1 define que os seguintes relatórios compõem o conjunto completo de demonstrações 
financeiras: 
a) Uma demonstração da posição financeira no final do período; 
b) Uma demonstração do resultado abrangente para o período; 
c) Uma demonstração das mutações do patrimônio líquido para o período; 
d) Uma demonstração dos fluxos de caixa para o período; 
e) Notas explicativas, contendo um resumo das principais políticas contábeis e outras informações, e; 
f) Uma demonstração da posição financeira no início do período comparativo mais antigo em que a entidade 
aplique uma política contábil retrospectivamente, efetue uma representação retrospectiva ou quando 
reclassifique itens em suas demonstrações financeiras. 
A IAS 1 define ainda que a entidade pode utilizar títulos diferentes daqueles utilizados pela IAS 1 para 
denominar as demonstrações financeiras, apresentar, fora das demonstrações financeiras, uma análise 
financeira da administração que descreve e explica as principaiscaracterísticas do desempenho financeiro 
e da posição financeira das entidades e as principais incertezas às quais está sujeita. 
Demonstrações Financeiras: Estrutura e Conteúdo 
A IAS 1 exige níveis mínimos de itens que devem ser obrigatoriamente incluídos em cada demonstração, 
contudo, permite grande flexibilidade de ordem e disposição. 
De acordo com a IAS 1, as demonstrações financeiras deverão ser claramente identificadas, bem como 
diferenciadas de outras informações publicadas no mesmo documento. Além disso, as seguintes 
informações devem ser exibidas de forma destacada e, se preciso, repetidas para serem compreendidas: 
a) O nome da entidade que reporta ou outros meios de identificação e qualquer mudança nessas 
informações deste o final do período de relatório anterior; 
b) Se as demonstrações financeiras são de uma entidade individual ou de um grupo de entidades; 
c) A data de final de período de relatório ou período coberto pelo conjunto de demonstrações financeiras ou 
notas explicativas; 
d) A moeda de apresentação, e; 
e) O nível de arredondamento utilizado na apresentação de valores nas demonstrações financeiras. 
Demonstração da Posição Financeira 
O IASB concluiu que o título "Demonstração da posição financeira" não só reflete melhor a função desta 
demonstração, como também é consistente com a Estrutura para a Apresentação e Divulgação de 
Demonstrações Financeiras, que contém várias referências a posição financeira. Na visão do IASB, a 
expressão balanço simplesmente indica que a contabilização por partidas dobradas requer que os débitos 
igualem os créditos. Todavia, o título não identifica o conteúdo e o objetivo da demonstração. O IASB 
também concluiu que "posição financeira" é uma expressão bem conhecida e aceita, uma vez que é 
utilizada internacionalmente pelos auditores independentes por mais de 20 anos em seus pareceres, para 
descrever o que balanço representa. Contudo, o IASB não veda a utilização da nomenclatura antiga e, por 
isso, no Brasil, a Demonstração da Posição Financeira continua sendo denominada de Balanço Patrimonial. 
Na maioria das situações, a IAS 1 exige que as demonstrações de posição financeira façam a distinção 
entre ativo e passivo corrente e ativo e passivo nãoo corrente. A distinção entre itens correntes e não 
correntes depende da duração do ciclo operacional da entidade. No Brasil, utiliza-se os termos circulante e 
não circulante que significa a mesma coisa. 
A exigência básica da norma é que os ativos correntes e não correntes e os passivos correntes e não 
correntes sejam apresentados como classificações separadas no corpo da demonstração da posição 
financeira Exceção a essa exigência faz-se quando uma apresentação baseada na liquidez fornece 
informações confiáveis e mais relevantes. Sendo esse o caso, exige-se que todos os ativos e passivos 
sejam apresentados de modo geral em ordem de liquidez. O motivo pelo qual a norma estabelece essa 
exceção é que algumas entidades (tais como instituições financeiras) não fornecem bens e serviços dentro 
de um ciclo operacional claramente identificável e, portanto, no caso dessas entidades, uma apresentação 
de ativos e passivos em ordem de liquidez crescente ou decrescente fornece informações confiáveis e mais 
relevantes do que uma apresentação no modelo corrente/não corrente. 
A norma também esclarece que uma entidade poderá apresentar alguns de seus ativos e passivos usando 
a classificação corrente/não corrente e outros poderão ser apresentados em ordem de liquidez quando isso 
se constituir em informações confiáveis e mais relevantes. Destaca-se que no Brasil, adota-se uma ordem 
decrescente de liquidez para apresentação do Balanço Patrimonial. 
A IAS 1 não prescreve ordem ou formato em que a entidade apresenta as informações, apenas relaciona 
rubricas que são suficientemente diferentes de natureza ou função e, por este motivo, devem ser 
impreterivelmente incluídas na demonstração da posição financeira: 
a) Imobilizado; 
b) Propriedade para investimento; 
c) Ativos intangíveis; 
d) Ativos financeiros (excluindo os valores demonstrados em (e), (h) e (i)); 
e) Investimentos contabilizados pelo método de equivalência patrimonial; 
f) Ativos biológicos; 
g) Estoques; 
h) Contas a receber de clientes e outros recebíveis; 
i) Caixa de equivalentes de caixa; 
j) O total de ativos classificados como mantidos para venda e ativos incluídos em grupo de alienação 
classificados como mantidos para venda, de acordo com a IFRS 5; 
k) Contas a pagar a fornecedores e outros; 
l) Provisões; 
m) Passivo financeiros (excluindo os valores demonstrados em (k) e (l); 
n) Passivos e ativos relativos à tributação corrente, conforme definido na IAS 2; 
o) Impostos diferidos passivos e ativos, conforme definidos no IAS 12; 
p) Passivos incluídos em grupo de alienação classificados como mantidos para venda, de acordo com a 
IFRS 5; 
q) Participação de acionistas não controladores, apresentada dentro do patrimônio líquido, e; 
r) Capital integralizado e reservas e outras contas atribuíveis a proprietários da entidade controladora 
Demonstração do Resultado Abrangente 
Uma entidade deve apresentar todos os itens de receita e despesa reconhecidos no período em uma das 
duas seguintes formas: 
a) uma única demonstração do resultado abrangente; ou 
b) em duas demonstrações: uma demonstrando os componentes de lucro ou prejuízo (uma demonstração 
do resultado à parte) e uma segunda demonstração começando com o lucro ou prejuízo, seguido dos 
componentes de outro resultado abrangente. 
A IAS 1 adota uma abordagem essencialmente permissiva quanto ao formato da demonstração do resultado 
abrangente. No Brasil, adota-se a segunda alternativa. 
Tal como no caso da demonstração da posição financeira, a IAS 1 especifica determinados itens que 
devem aparecer no corpo da demonstração do resultado abrangente e outras divulgações exigidas que 
devem ser feitas no corpo ou nas notas. 
a) receita; 
b) custos financeiros; 
c) parcela de lucro ou prejuízo de associadas e empreendimentos conjuntos contabilizada pelo método da 
equivalência patrimonial; 
d) despesa de imposto; 
e) uma única quantia abrangendo o total de: 
(i) lucro ou prejuízo após impostos de unidades operacionais descontinuadas; e 
(ii) ganho ou perda após impostos reconhecidos na mensuração do valor justo menos custos de venda ou 
na alienação dos ativos ou grupo(s) de alienação constituindo a operaçãoo descontinuada; 
f) lucro ou prejuízo; 
g) cada componente de outro resultado abrangente, classificado por natureza (exceto valores em (h)); 
h) parcela de outro resultado abrangente de associadas ou joint-ventures registrado pelo método de 
equivalência patrimonial; e 
i) resultado abrangente total (total comprehensive income). 
Uma entidade deve divulgar na demonstração do resultado abrangente, como alocação de lucro ou prejuízo 
para o período, os seguintes itens: 
1) lucro ou perda atribuível à participação dos acionistas não controladores; e 
2) lucro ou perda atribuível aos acionistas da empresa-mãe. 
Uma entidade pode apresentar os itens lista- dos de (a) a (f) e as divulgações requeridas em (i) e (ii) acima 
numa demonstração de resultado à parte. 
Ressaltas-se que a IAS 1 requer que a entidade reconheça todas as receitas e despesas do período em 
lucro ou prejuízo, a menos que uma IFRS requeira ou permita diferentemente. 
 
IAS 36 - Redução ao valor recuperável de ativos 
 
 O IAS 36 é o pronunciamento emitido no âmbito das Normas Internacionais de Contabilidade e define a 
metodologia a ser aplicada por uma companhia para assegurar que seus ativos de longo prazo não estão 
registrados contabilmente por um valor superior àquele passível de recuperação por uso nas operações da 
companhia ou por meio de sua venda. 
O objetivo do teste de impairment é assegurarque o valor contábil l íquido de um ativo ou grupo de ativos de 
longo prazo na~o seja superior ao seu valor recuperável, sendo este último o maior entre o valor líquido de 
venda e o valor em uso. 
Para melhor compreensão da norma, é necessário o entendimento de alguns termos e conceitos, que serão 
detalhados a seguir: 
Valor contábil líquido: é o valor pelo qual o ativo está registrado na contabilidade, líquido da depreciação 
acumulada e das provisões para perda registradas para esse ativo. 
Unidade geradora de caixa : é o menor nível identificável de um ativo ou grupo de ativos capazes de gerar 
entradas de caixa representativas e independentes de outros ativos ou grupo de ativos. 
Valor líquido de venda : é o valor obtido ou que se pode obter na venda de um ativo ou de uma unidade 
geradora de caixa, líquido dos custos correspondentes. Esse valor deve considerar uma transção entre 
partes independentes, em condições usuais de mercado. 
Valor em uso: é o valor presente da estimativa de fluxos futuros de caixa descontados a valor presente, 
derivados de um determinado ativo ou unidade geradora de caixa. 
Valor recuperável: é o maior valor entre o valor líquido de venda e o valor em uso. 
Perda por redução ao valor recuperável : é a parcela do valor contábil l íquido de um ativo que excede o 
seu valor recuperável. 
Vida útil: é o período no qual é esperado que um ativo seja utilizado por uma entidade; ou, as unidades 
totais esperadas na produção por parte desse ativo ao longo da sua utilização por uma entidade. 
Identificação de um ativo que possa apresentar problemas de recuperação 
Um ativo apresenta problemas de recuperação quando o seu valor contábil excede o seu valor recuperável. 
Ao final de cada período do relatório, se houver indicação de que esse ativo teve problemas de recuperação, 
o valor recuperável desse ativo deve ser estimado. 
Entretanto, os seguintes ativos e/ou classe de ativos deverão ser testados para impairment pelo menos 
anualmente: 
a) ativos intangíveis de vida útil indefinida; 
b) ativos intangíveis ainda não disponíveis para uso; 
c) ágio gerado através de uma combinação de negócios, cujo fundamento econômico seja a expectativa de 
rentabilidade futura (goodwill). 
Embora não seja necessária a determinação do valor recuperável para todos os ativos anualmente (exceto 
para aqueles listados acima), a companhia deverá avaliar e documentar a existência ou não de indicativos 
de impairment a cada data de encerramento de exercício ou período contábil. 
 
IAS 16 - Imobilizado 
 
O objetivo da IAS 16 é prescrever um tratamento contábil para o imobilizado, de modo que os usuários das 
demonstrações financeiras possam discernir informações sobre o investimento de uma entidade em 
imobilizado e as mudanças nesse investimento. As principais questões na contabilização do imobilizado são 
o reconhecimento de ativos, a determinação de seus valores contábeis e os encargos de depreciação e 
perdas por redução ao valor recuperável a serem reconhecidos em relação a eles. 
 
O imobilizado são itens tangíveis que: 
a) são mantidos para uso na produção ou fornecimento de bens ou serviços, para aluguel a terceiros ou 
para fins administrativos; e 
b) espera-se que sejam usados durante mais de um período. 
Reconhecimento de um item do imobilizado 
O custo de um item do imobilizado será reconhecido como um ativo se, e apenas se: 
a) for provável que os benefícios econômicos futuros associados ao item fluirão para a entidade; e 
b) o custo do item puder ser mensurado de forma confiável. 
Destaca-se que as peças de reposição e os equipamentos de serviço são normalmente contabilizados 
como estoque e reconhecidos em lucros e perdas quando consumidos. Todavia, peças de reposição de 
grande porte e equipamentos de reserva se qualificam como imobilizado quando uma entidade espera usá -
los durante mais de um período. 
Uma entidade avalia, de acordo com o princípio do reconhecimento, todos os seus custos do imobilizado no 
momento em que forem incorridos. Esses custos incluem custos incorridos inicialmente para adquirir ou 
construir um item do imobilizado e custos incorridos subsequentemente para adicionar, substituir ou 
restaurar esse item. 
Mensuração no reconhecimento de um imobilizado 
Todos os itens que atendam às regras de reconhecimento devem ser mensurados inicialmente pelo custo. 
O custo de um item do imobilizado compreende: 
a) seu preço de compra, inclusive tarifas de importação e impostos não recuperáveis sobre compras, após 
deduzir os descontos comerciais e rebates; 
b) quaisquer custos diretamente atribuíveis para colocar o ativo no local e condição necessários, para que 
seja capaz de operar da forma pretendida pela administração, e; 
c) a estimativa inicial dos custos de desmontagem e retirada do item e restauração do local em que está 
localizado, em cuja obrigação uma entidade incorre, seja quando o item é adquirido ou como consequência 
de ter usado o item durante um período específico, para fins que não sejam o da produção de estoques 
durante esse período. 
Vale ressaltar que o preço de compra a ser reconhecido como custo dever representar o valor presente da 
compra. Caso esta tenha sido efetuada em parcelas, a IAS 16 não permite que juros embutidos façam parte 
do custo do imobilizado. 
São exemplos de custos diretamente atribuíveis: 
a) custos de benefícios aos empregados decorrentes diretamente da construção ou aquisição do item do 
imobilizado; 
b) custos de preparação do local; 
c) custos de entrega inicial e manuseio; 
d) custos de instalação e montagem; 
e) custos de testes para confirmar se o ativo está funcionando adequadamente, após deduzir as receitas 
líquidas da venda de quaisquer itens produzidos ao colocar o ativo nesse local e condição (tais como as 
amostras produzidas ao testar o equipamento), e; 
f) honorários profissionais. 
Exemplos de custos que não se enquadram como custos de um item do imobilizado: 
a) custos de abertura de uma nova instalação; 
b) custos de introdução de um novo produto ou serviço (inclusive custos de publicidade e atividades 
promocionais); 
c) custos da realização de um negócio em um novo local ou com uma nova classe de cliente (inclusive 
custos de treinamento de pessoal), e; 
d) custos administrativos e outros custos gerais. 
O reconhecimento do custo no valor contábil de um item do imobilizado cessa quando esse item está no 
local e condição necessários para que seja capaz de operar da forma pretendida pela administração. 
Portanto, os custos incorridos no uso ou reaplicação de um item não estão incluídos no valor contábil desse 
item. 
Exemplos de custos que não estão incluídos no valor contábil de um item do imobilizado: 
a) custos incorridos enquanto um item, capaz de operar da forma pretendida pela administração, ainda tem 
de ser colocado em uso ou ser operado em capacidade inferior à total; 
b) perdas operacionais iniciais, tais como aquelas incorridas enquanto a demanda pela produção do item 
está sendo formada, e; 
c) custos de realocação ou reorganização de parte ou da totalidade das operações de uma entidade. 
Um ou mais itens do imobilizado podem ser adquiridos em troca de um ativo ou ativos não monetários, ou 
uma combinação de ativos monetários e não monetários. O custo desse item do imobilizado é mensurado 
ao valor justo, a menos que: 
a) a transação de troca não possua substância comercial, ou; 
b) o valor justo do ativo recebido ou do ativo concedido não possa ser mensurado de forma confiável. 
Após o reconhecimento como um ativo, um item do imobilizado será reconhecido pelo seu custo, menos 
qualquer depreciação acumulada e quaisquer perdas acumuladas por redução ao valor recuperável. 
Depreciação 
A depreciação representa o consumo dos benefícios econômicos do ativo. Diversos fatores afetam o cálculo 
da depreciação,como a determinação da vida útil (tempo em que o ativo trará benefícios econômicos para 
a entidade), o cálculo do valor residual (valor estimado de venda do ativo no final da sua vida útil), a 
definição do método de depreciação (padrão no qual os benefícios econômicos são consumidos). 
Ressalta-se que cada parte de um item do imobilizado com um custo que seja significativo em relação ao 
custo total do item será depreciada separadamente. 
Uma entidade aloca o valor inicialmente reconhecido em relação a um item do imobilizado a suas partes 
significativas e deprecia separadamente cada uma dessas partes. Por exemplo, pode ser apropriado 
depreciar separadamente a estrutura e as turbinas de uma aeronave, seja ela própria ou sujeita a um 
arrendamento financeiro. 
 
IAS 17 – Arrendamento 
O objetivo da IAS 17 é prescrever, para arrendatários e arrendadores, as políticas contábeis apropriadas e a 
divulgação a serem aplicadas aos arrendamentos. 
Arrendamento é um acordo pelo qual o arrendador transmite ao arrendatário, em troca de um pagamento ou 
série de pagamentos, o direito de usar um ativo por um período de tempo pactuado. 
 
A definição de um arrendamento inclui contratos para o aluguel de um ativo que contenha uma condição 
que dê, ao locatário, a opção de adquirir a propriedade do ativo por ocasião do atendimento de condições 
pactuadas. Esses contratos são algumas vezes denominados contratos de aluguel com opção de compra. 
 
Classificação de Arrendamentos 
 
A classificação de arrendamentos adotada na IAS 17 é baseada na extensão em que os riscos e benefícios 
inerentes à propriedade de um ativo arrendado permanecem com o arrendador ou o arrendatário. Os riscos 
incluem as possibilidades de perdas decorrentes de capacidade ociosa ou obsolescência tecnológica e de 
variações no retorno devido às condições econômicas variáveis. 
Um arrendamento é classificado como um arrendamento financeiro se transferir substancialmente todos os 
riscos e benefícios inerentes à propriedade. Um arrendamento é classificado como um arrendamento 
operacional se não transferir substancialmente todos os riscos e benefícios inerentes à propriedade. 
Ressalta-se que o arrendador é quem detém a propriedade, enquanto o arrendatário é quem tem a posse 
ou gestão do ativo. 
O fato de um arrendamento ser um arrendamento financeiro ou um arrendamento operacional depende da 
essência da transação, em vez da forma do contrato. 
Exemplos de situações que, individualmente ou em combinação, normalmente levariam um arredamento a 
ser classificado como um arrendamento financeiro: 
a) o arrendamento transfere a propriedade do ativo ao arrendatário até o final do prazo do arrendamento; 
b) o arrendatário tem a opção de comprar o ativo a um preço que se espera seja suficientemente mais baixo 
do que o valor justo, na data em que a opção se tornar exercível, para que seja razoavelmente certo, no 
início do arrendamento, que a opção será exercida; 
c) o prazo do arrendamento é equivalente à vida econômica do ativo, mesmo se a propriedade não for 
transferida; 
d) no início do arrendamento, o valor presente dos pagamentos mínimos do arrendamento equivale 
substancialmente à totalidade do valor justo do ativo arrendado, ;e 
e) os ativos arrendados são de uma natureza tão especializada que somente o arrendatário pode usá -los 
sem modificações importantes. 
Arrendamentos nas Demonstrações Financeiras de Arrendatários 
Arrendamentos financeiros 
No início do prazo do arrendamento, os arrendatários reconhecerão os arrendamentos financeiros como 
ativos e passivos em suas demonstrações da posição financeira, pelos valores equivalentes ao valor justo 
do bem arrendado ou, se menor, o valor presente dos pagamentos mínimos do arrendamento, cada um 
deles determinado no início do arrendamento. 
A taxa de desconto a ser usada no cálculo do valor presente dos pagamentos mínimos do arrendamento é a 
taxa de juros implícita no arrendamento, se for praticável determiná-la; em caso negativo, será usada a taxa 
incremental do arrendatário. Quaisquer custos diretos iniciais do arrendatário são adicionados ao valor 
reconhecido como um ativo. 
As transações e outros eventos são contabilizados e apresentados de acordo com sua essência e realidade 
financeira, e não apenas com a forma legal. 
Arrendamentos operacionais 
As prestações do arrendamento previstas em um arrendamento operacional serão reconhecidas como uma 
despesa pelo método linear ao longo do prazo do arrendamento, exceto se outra forma sistemática for mais 
representativa do padrão temporal do benefício do usuário. 
Para arrendamentos operacionais, as prestações do arrendamento (excluindo custos de serviços, tais como 
seguro e manutenção) são reconhecidas como uma despesa pelo método linear, exceto se outra forma 
sistemática for representativa do padrão temporal do benefício do usuário, mesmo se as prestações não 
estiverem nessa forma.

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