Buscar

Direito Adm II Prova I completo

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 53 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 53 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 53 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DIREITO ADMINISTRATIVO II
Leonardo V. Bento
UNIDADE I – AGENTES PÚBLICOS (CF, Art. 37 – 40)
AGENTES PÚBLICOS
1. Conceito: é sempre uma pessoa física. É a pessoa física que desempenha alguma função pública (função ligada ao poder público). Atua exercendo uma função que lhe foi atribuída pelo poder público. Atua em nome do poder público.
Agente público é o termo mais abrangente, pois também abarca aqueles que exercem funções publicas ainda que em caráter temporário e/ou não remunerado.
Alexandrino: A expressão “agente público” é a mais abrangente e genérica, incluindo toda e qualquer pessoa que mantenha algum vínculo de natureza funcional com o poder público.
Resumindo: pessoa física que atua em nome do ente público, mesmo que sem receber remuneração e ainda que atue temporariamente.
Ex.: Um jurado é agente público; mesário; Deputado; Prefeito; Presidente da república, Estagiário.
Não é agente publico aquela pessoa tal qual o servidor de pais estrangeiro. Ele será considerado como um particular. Isso gerou um problema porque também existe corrupção internacional (corrupção de agentes públicos estrangeiros). Então, é muito comum empresas no Brasil subornarem o representante de outro país para conseguir um contrato para a construção de alguma coisa, por exemplo. Isso não seria considerado corrupção, pois o agente é estrangeiro, não sendo a propina direcionada a agente público, desta forma.
Existe, todavia, uma convenção (Convenção das Nações Unidas contra a corrupção) que define a proibição da corrupção de agentes estrangeiros. 
Ainda, a convenção da OCDE sobre corrupção de funcionários públicos estrangeiros, para proibir que empresas paguem propinas para servidores estrangeiros sem que isso seja considerado corrupção. Como o Brasil assinou essa convenção, o Código Penal foi modificado para incluir como funcionário público (no crime de corrupção) aquele servidor estrangeiro.
Mesmo com essas convenções, o conceito de agente público permanece o mesmo: somente aquele que trabalha para o poder público nacional.
Obs.: A lei de improbidade administrativa não abrange os funcionários estrangeiros. Somente os agentes públicos.
2 Classificação das espécies:
2.1 Agentes políticos: não existe uma unanimidade doutrinaria sobre quais são eles. Existe uma definição bem geral. Utiliza-se, para se definir o agente politico, a natureza do cargo: o cargo tem que ter natureza politica. 
São considerados agentes políticos: 
- os chefes do poder executivo nos três níveis de governo, 
- os auxiliares diretos destes (ministros e secretários do governo) 
- e os parlamentares (vereadores e deputados).
Esses cargos são consensos. Existem alguns autores que acrescentam a esse grupo os membros da magistratura (membros de poder) e do Ministério Público (independência funcional, cargos vitalícios, previstos constitucionalmente); os conselheiros dos tribunais de contas; embaixadores (chefes de missão diplomática).
Qual a relevância dessa distinção doutrinária? Recentemente, surgiu uma polemica: foi julgada no STF uma Reclamação (nº 2138/DF). O caso foi ainda no governo de FHC, no qual um ministro utilizou um jatinho da força aérea brasileira para passear com a família em Noronha. Ele foi processado por improbidade administrativa (enriquecimento ilícito). A ação de improbidade, como veremos, tramita em 1º grau (não possui foro privilegiado por não se tratar de ação penal, mas civil). Ele foi condenado e recorreu até que chegou no STF, que decidiu, julgando a reclamação, que a CF prevê dois regimes de responsabilização: a lei de improbidade administrativa e a lei dos crimes de responsabilidade (nº 1.079/50). Na lei de crime de responsabilidade, ele tem for privilegiado. O STF entendeu que não se aplica a lei de improbidade administrativa aos agentes políticos. Para estes, existe a lei dos crimes de responsabilidade. A lei de improbidade é somente para os servidores públicos. Foi uma decisão isolada, mas extremamente complicada. Como eu não poderei processar o prefeito (agente politico) por improbidade? Isso acaba “matando” a lei de improbidade. No entanto, recentemente foi proposta uma ação de improbidade contra o Lula. Mas essa ação foi julgada improcedente sem o julgamento do mérito, baseada no precedente da reclamação 2138/DF. Essa discussão sobre agentes políticos, então, pode render, dependendo se mais ações de improbidade forem propostas contra os agentes políticos.
Obs.: Decreto Lei 201/67 – legislação especifica para os prefeitos. O STF, na decisão isolada da reclamação, definiu a situação para os ministros, mas não se manifestou sobre os prefeitos. A discussão seria pra saber como o STF se comportaria se o caso lhe chegasse hoje.
2.2 Agentes administrativos: é muito comum contrapor os agentes políticos aos agentes administrativos.
Os agentes administrativos possuem um vínculo permanente com a administração pública – diferentemente da maioria dos agentes políticos.
Alexandrino: os agentes administrativos são todos os que exercem uma atividade pública de natureza profissional e remunerada, sujeitos à hierarquia funcional e ao regime jurídico estabelecido pelo ente federado ao qual pertencem. Subdividem-se em: servidores públicos, empregados públicos e temporários.
Dentro dessa espécie temos 3 subespécies:
Servidores públicos: É a categoria mais comum de agente público.
São permanentes e possuem um vínculo legal – são nomeados (por decreto ou portaria) e tomam posse.
São estatutários – não sendo regidos pelo Direito do Trabalho.
Ex.: servidores da união – regidos pela 8.112/90.
Servidores público ocupa cargo público – e não emprego.
Ele tem estabilidade após cumprir 3 anos de estágio probatório, onde será avaliado e passará por uma avaliação de desempenho (exceção: 2 anos para juízes). Uma vez adquirida a estabilidade não pode haver a sua dispensa imotivada.
Possuem regime especial de previdência – possuem previdência própria (art. 40, CF). Têm uma aposentadoria diferenciada, com um cálculo que proporciona um valor melhor.
Alexandrino: são os agentes administrativos sujeitos a regime jurídico-administrativo, de caráter estatutário (isto é, de natureza legal, e não contratual); são os titulares de cargos públicos de provimento efetivo e de provimento em comissão. É oportuno anotar que a expressão “servidores públicos” é frequentemente empregada em sentido amplo, englobando os servidores públicos em sentido estrito (estatuários) e os empregados públicos.
Empregados públicos: São permanentes, mas possuem um vínculo contratual com a administração pública – assinam contrato.
São regidos pela CLT. 
Só existem nas entidades da administração pública que possuem personalidade jurídica de direito privado (fundações públicas de direito privado, empresas públicas, sociedades de economia mista, consórcios públicos de direito privado). 
Não possuem estabilidade. Não tem estágio probatório.
Tem um vínculo mais frágil. Podem ser dispensados, ainda que não tenham cometido nenhuma falta. Podem ser dispensados se justa causa para adequação de limites que gastos com pessoal (União 50% e Estados e Municípios 60%) – começa-se com os comissionados e passa-se aos empregados.
Art. 173, §1º, II CF – as empresas públicas e sociedades de economia mista que exploram atividades econômicas, devem ser equiparadas às privadas no que tange as obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributárias. Deste dispositivo, retira-se o entendimento do TST que permite a dispensa imotivada de empregados públicos.
A aposentadoria desses servidores é de acordo com o art. 201, CF – regime geral da previdência social.
Alexandrino: são os ocupantes de empregos públicos, sujeitos a regime jurídico contratual trabalhista; tem “contrato de trabalho”, em sentido próprio, e são regidos basicamente pela CLT, por isso são chamados de “celetistas”.
Militares: 
A CF costumava chamá-los de servidores militares – a EC/18 mudou para somente militares.
Os limitares possuem seus próprios estatutos.
Também se aposentam por um regime de previdênciaespecial.
Não podem fazer greve, mas podem se sindicalizar.
Agentes temporários: 
Não são ocupantes nem de cargo nem de emprego público. Ocupam uma função pública.
Estão previstos no art. 37, IX, CF. A lei Federal 8745/93 regulamenta esse dispositivo.
Só se admite a contratação de temporários para atender uma necessidade excepcional do interesse público. Assinam contrato por tempo determinado.
Ex.: professor substituto, licenciadores do IBGE, agentes de combate a endemias e situações de calamidade pública.
Aqui não há concurso, mas sim um processo seletivo simplificado – não envolve prova necessariamente, podendo ser por entrevista ou análise de currículo.
Alexandrino: são os contratados por tempo determinado para atender necessidade temporária de excepcional interesse público, nos termos do art. 37, IX, da CF; não tem cargo público nem emprego público; exercem uma função pública remunerada temporária e o seu vinculo funcional com a administração pública é contratual, mas se trata de um contrato de direito público, e não de natureza trabalhista. Em síntese, não são agentes públicos celetistas, nem propriamente estatutários, mas estão vinculados à administração pública por um regime funcional de direito público, de natureza jurídico-administrativa (e não trabalhista).
Particulares em colaboração:
São pessoas que não possuem nenhum vínculo de natureza funcional com a adm. pública.
Tem duas categorias:
- Agentes honoríficos: desempenham função pública de natureza cívica, mas não recebem remuneração nenhuma. Ex.: jurados, mesários, conselheiros de conselhos de políticas públicas.
- Agentes credenciados: Ex.: são os tradutores, intérpretes, leiloeiros, tabeliães, notários...
Alexandrino considera importante a compreensão da definição, por estarem intimamente relacionadas aos conceitos acima vistos, dos seguintes vocábulos:
Cargos públicos: são as mais simples e indivisíveis unidades de competência a serem expressadas por um agente, previstas em numero certo, com denominação própria, retribuídas por pessoas jurídicas de direito público e criadas por lei. submetem-se ao regime estatutário ou institucional (não contratual).
Empregos públicos: são núcleos de encargos de trabalho permanetes a serem preenchidos por agentes contratados para desempenhá-los, sob relação trabalhista. O regime jurídico é trabalhista (contratual), embora pontualmente derrogado por normas de direito público, sobretudo as que diretamente constam do texto constitucional. É a forma de contratação própria das pessoas juridicas de direito privado.
Funções públicas: são as funções de confiança e ass exercidas pelos agentes públicos contratados por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público. Em nenhum caso há concurso público para o preenchimento de funções públicas.
3. Regras constitucionais – concernentes aos servidores públicos (art. 37 – 40, CF)
Art. 37 – Regras gerais. 
Art. 38 – Mandato Eletivo. Trata especificamente do que acontece quando um servidor público é eleito para algum cargo político.
Art. 39 – Servidores estatutários. 
Art. 40 – Regime Previdenciário
3.1 Acesso a cargos, empregos e funções dentro da administração pública (art. 37, CF – regras gerais)
Quem pode se tornar uma gente público? Quem pode ocupar cargo, emprego ou função pública?
3.1.1 Princípio da universalidade: 
Os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis a todos os brasileiros que cumpram os requisitos legais. Essas são as condições bascas para o exercício dos cargos públicos.
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei;
Assim, pode-se afirmar que condição básica de acesso a cargo público é: ser brasileiro e cumprir os requisitos legais.
Mas e os estrangeiros?
3.1.2 Estrangeiros: 
Só podem disputar os cargos públicos se tiver uma lei que autorize o estrangeiro a fazer concurso para AQUELE cargo publico determinado. Se a lei nada disser, é porque o cargo é privativo do brasileiro (podendo ser nato ou naturalizado).
Alexandrino: O inciso I do art. 37 afirma que os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei. Há no dispositivo duas normas diferentes. Com efeito, para que os brasileiros, natos ou naturalizados, tenham possibilidade de acesso aos cargos, empregos e funções públicas, basta o atendimento aos requisitos da lei. já os estrangeiros tem acesso a cargos, empregos e funções “na forma da lei”, vale dizer, no caso dos estrangeiros estamos diante de norma constitucional de eficácia limitada, cuja aplicação depende de regulamentação em lei. 
Cumpre lembrar, ademais, a existencia de cargos que são privativos de brasileiro nato, enumerados no art. 12, §3º, da Carta Política:
Cargos privativos: Existem cargos que são privativos de brasileiros natos, como de presidente da republica, do senado ou da câmara, chefe em missão diplomática, etc.
Art. 12, § 3º - São privativos de brasileiro nato os cargos:
I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
III - de Presidente do Senado Federal;
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
V - da carreira diplomática;
VI - de oficial das Forças Armadas.
VII - de Ministro de Estado da Defesa
Art. 207, §1º, CF permite que as universidades públicas contratem pesquisadores, professores, técnicos e cientistas estrangeiros.
Lei nº 8.745/93 permite a contratação de processor visitante estrangeiro.
Obs.: Não existe uma lei geral do concurso público, então cada carreira é que vai colocar seus requisitos legais. Cada carreira estabelece os seus requisitos, por exemplo, em relação a formação. A lei que estrutura cada carreira determinará seus requisitos legais (ex.: com relação a formação).
O concurso será regido por um edital, que estabelecerá alguns dos requisitos. A questão, aqui, é a razoabilidade dessas exigências.
Alexandrino: decorre também do inciso I do art. 37 a vedação à imposição, sem amparo legal, de exigências que limitem ou condicionem a participação de candidatos em concurso público. Os editais de concurso público, dessa forma, não podem criar, por força própria, restrições à participação de candidatos nos certames. Ademais, o veto à participação no concurso do candidato que não satisfaça as exigências legais deve sempre ser motivado, conforme determina a súmula 684, STF.
Nem mesmo a lei é livre para estabelecer restrições à participação de candidatos em concurso público, uma vez que não pode o legislador contrariar os princípios jurídicos constitucionais, como a isonomia, a razoabilidade, a proporcionalidade.
3.2 Exigência de aprovação prévia em Concurso público: art. 37, II
Art. 37, II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;
A norma estabelece a obrigatoriedade de concurso para os cargos e empregos públicos de provimento efetivo. Não abrange a nomeação para cargos em comissão, os quais, por definição, são de livre nomeação e exoneração segundo critérios subjetivos da autoridade competente. Não se aplica também à contratação por tempo determinado para atender necessidade temporária de excepcional interesse público.
Mesmo as entidades que tem personalidade de direito provado devem fazer concurso público. 
Espécies 
Esse concurso pode ser de provas ou de provas etítulos, onde a titulação conta pontos meramente classificatórios (jamais eliminatórios).
O exame de prova somente se considera razoável para cargos que tem natureza predominantemente intelectual.
Essa prova de títulos é uma etapa de concursos onde vale não apenas a situação acadêmica, mas também aprovação em concurso anterior.
O concurso deve ser de provas ou de provas e títulos. Ficam, assim, proibidas contratações para cargos ou empregos públicos efetivos com base exclusivamente em análise de títulos ou currículos, ou quaisquer outros procedimentos que não incluam a realização de provas.
A exigência de títulos somente se justifica para cargos ou empregos cujas atribuições dependam de especial conhecimento técnico ou científico. Nada justifica a exigência de títulos em cargos de atribuições genéricas cujo desempenho não se relacione a qualquer área especifica de formação, nem demande maiores habilidades ou aprofundamentos técnicos, científicos ou acadêmicos.
Um concurso será regido por um edital, pois deve ser dado publicidade a ele. Como não existe uma lei geral do concurso publico, cada edital estabelecerá os requisitos do concurso (inscrição, datas das provas, etc.). 
A única coisa que poderá ser regulada pelo Judiciário é a razoabilidade das exigências.
O STF já deixou assente, mais de uma vez, que, embora o edital seja a “lei do concurso” – portanto de observância obrigatória para todas as partes envolvidas –, é legítimo que a administração pública modifique condições de um concurso, já em andamento, que estivessem originalmente previstas no respectivo edital, quando isso for necessário para adequação a eventuais novidades surgidas na legislação posteriormente à publicação do edital, contanto que o concurso ainda não esteja concluído e homologado.
Outra orientação jurisprudencial merecedora de nota diz respeito à impossibilidade de impedir a participação em concurso, ou mesmo a nomeação de candidato aprovado, com base em alegação de “inidoneidade moral” ou “não atendimento a requisito de bons antecedentes”, ou, ainda, “ausência de capacitação moral”, fundada exclusivamente no fato de o candidato estar respondendo ação penal AINDA NÃO TRANSITADA EM JULGADO. Tal procedimento, segundo o entendimento do STF, fere o principio da presunção da inocência.
Uma discussão importante concerne à possibilidade de impugnação judicial dos gabaritos oficias divulgados em um determinado concurso público – se estão ou não corretos, se deveriam ser alterados, se uma ou outra questão deveria ser anulada –, bem como dos critérios de correção das questões e de atribuição de notas adotados pela respectiva banca examinadora.
A jurisprudência tradicional do STF, até hoje, considera que a apreciação do ato administrativo que divulga os gabaritos finais do concurso, com as respectivas alterações ou mesmo anulações de questões, configura controle do mérito administrativo desse ato, e não controle de legalidade.
Por essa razão, nossa Corte Maior entende que não podem ser acolhidas demandas judiciais que pretendam impugnar os gabaritos oficiais indicados para as questões objetivas, tampouco ações que tencionem contestar os critérios de avaliação de questões subjetivas, ou de atribuição de notas, entre outras que envolvam discussões semelhantes.
Prazo de validade do concurso público
III - o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual período;
2 anos, prorrogável por igual período uma vez. (art. 37, III e IV).
Cabe à adm pública, discricionariamente, estabelecer a validade de cada concurso público que promova, a qual constará do respectivo edital. A decisão da adm quanto a prorrogar ou não o prazo de validade do concurso é igualmente discricionária. E o ato de prorrogação, se houver, deve obrigatoriamente ser editado enquanto o prazo inicial de validade ainda não tiver expirado.
O prazo de validade do concurso corresponde ao período que a administração tem para nomear ou contratar os aprovados para o cargo ou emprego público a que o certame se destinava e é contado da sua homologação (ato administrativo de controle, mediante o qual a autoridade competente declara a legalidade do procedimento do concurso e sua regular conclusão).
Atualmente, está pacificado na jurisprudência do STF o entendimento de que o candidato aprovado em concurso público dentro do número de vagas indicado no edital tem direto subjetivo de ser nomeado, observado o prazo de validade do concurso. 
Apenas em casos excepcionalíssimos, provocados por circunstâncias supervenientes à publicação do edital, pode ser aceitável que a administração deixe de nomear (total ou parcialmente) os aprovados dentro do numero de vagas.
Obs.: Súm 15, STF – Dentro do prazo de validade do concurso, o candidato aprovado tem o direito à nomeação, quando o cargo for preenchido sem observância da classificação.
Se o concurso público estiver no prazo inicial/original, não se pode abrir novo concurso. Estando em prazo improrrogável (o prazo dilatado) pode-se abrir concurso, só que os aprovados no primeiro terão prioridade e deverão ser nomeados primeiro.
IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira;
Embora a redação desse dispositivo não prime pela clareza, a verdade é que nem a doutrina administrativa nem nossa jurisprudência costuma demonstrar grande preocupação em decifrar o significado de “prazo improrrogável previsto no edital de convocação”. Considera-se que se refere ao prazo de validade do concurso.
O concurso tem que ser homologado até 3 meses antes das eleições (5 de julho, por exemplo).
Dispensam concurso: 
Cargos comissionados (de livre nomeação e exoneração) 
Cargos temporários (processo seletivo – análise de currículo e entrevista) 
Ex.: estagiário, professor e pesquisador visitante, licenciador do IBGE...
3.3 Função de confiança x Cargo em comissão: art. 37, V
V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento;
Só deveriam existir para as funções de chefia, direção e acessoriamente. Não deve haver abuso dessas funções. O STF já julgou inconstitucional uma lei municipal que criou cargos comissionados de natureza técnica – tais cargos devem ser efeitos (mediante concurso). Há uma tendência da jurisprudência em controlar a criação desses cargos.
A função de confiança só pode ser preenchida por servidor efetivo – o servidor não larga o cargo, só assume mais uma função. Nos cargos em comissão existem percentuais mínimos que devem ser preenchidos por gente da carreira (definido em lei) – servidor sai do cargo que está e passa a assumir outro cargo.
Os cargos em comissão são declarados em lei como de livre nomeação e exoneração. Significa isso que, em principio, qualquer pessoa, mesmo que não seja servidor público, pode ser nomeada para exercer um cargo em comissão. A mesma autoridade competente para nomear é competente para, a seu critério, exonerar o servidor ocupante do cargo comissionado. Tal exoneração não precisa ser motivada e nem se cogita instauração de processo administrativo. É um ato administrativo discricionário.
No caso de função de confiança, a designação para seu exercício deve recair, obrigatoriamente, sobre servidor ocupante de cargo efetivo. Já a dispensa de função de confiança é livre, a critério da autoridade competente. 
A EC 19/1998 introduziu outra regra e intuito moralizado segundo a qual as funções de confiança e os cargos em comissão destinam-se APENAS PARA AS ATRIBUIÇÕES DE DIREÇÃO, CHEFIA E ASSESSORAMENTO.
Curiosidade: cargos em comissão da união (DAS – direção e assessoramento superior): DAS 01, 02 e 03 deve ter 75% de genteda carreira; DAS 04, 50%; DAS 05 e 06, livre; Natureza especial, livre.
3.4 Nepotismo: Súmula vinculante nº 13 – não pode nomear, para cargo em comissão e função de confiança, parente até 3º grau de quem já ocupa cargo e comissão naquele órgão; proíbe-se também o nepotismo cruzado – “nomeio o seu parente e você nomeia o meu”; 
Súm. Vinculante nº 13 - A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos poderes da união, dos estados, do distrito federal e dos municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a constituição federal.
Recentemente foi proibido o nepotismo utilizando empresas terceirizadas; a dispensa de licitação de empresas que tenham como sócios parentes de ocupantes de cargos em comissão ou função de confiança – Dec 7.203/10.
Obs.: A vedação ao nepotismo não alcança, em regra, a nomeação para cargos políticos.
A regra geral é não configurar nepotismo a nomeação de parentes para cargos políticos, MAS, excepcionalmente, dependendo das circunstancias do caso concreto, poderá, sim, a nomeação ser caracterizada como nepotismo, hipótese em que será ilícita, por afronta à Súmula Vinculante 13.
3.5 Direito de Associação Sindical e Direito de Greve:
VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical;
O servidor público também tem direto de associação sindical. Os militares, por exemplo, não podem criar um sindicato, assim como eles também não tem direito de greve.
Com relação as associações sindicais, o STF já sumulou (nº 679) que o poder publico não pode celebrar acordo coletivo ou convenção coletiva para aumentar salario dos servidores. A convenção coletiva não pode ser realizada para o aumento de salário porque o aumento de salario tem que ser feito por lei. Então o acordo seguiria o mesmo raciocínio.
Qualquer litigio decorrente de relação de trabalho envolvendo servidores públicos é resolvido na justiça comum, e não na justiça do trabalho como podemos ser levados a pensar.
Esse inciso garante ao servidor público (civil) o direito à livre associação sindical, nos mesmos moldes em que é assegurado esse direito aos trabalhadores em geral. É uma norma de eficácia plena (autoaplicável).
VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica;
No caso dos servidores, a CF assegura o direito de greve nos termos da lei. Todavia, essa lei nunca foi criada. Na ausência de lei, a jurisprudência do STF decidiu que, enquanto não se criasse uma lei especifica, é utilizada uma lei que regulamenta a greve no setor privado.
O direito de greve só tá regulamentado no setor privado, na lei 7.783/89. Enquanto não se cria uma lei especifica para o servidor publico, fica valendo a lei retrocitada.
Por outro lado, já se reconhece que o poder público tem o direto de cortar o ponto dos servidores que fizerem greve.
Trata-se, segundo J.Afonso da Silva, de norma de eficácia limitada. É necessária a edição de lei ordinária específica que estabeleça os termos e limites do exercício do direito de greve do servidor público civil. Até hoje essa lei ainda não foi editada. O direito de greve do servidor, ao contrário do que acontece no inciso VII do art. 37, não é autoaplicável, ou seja, não pode ser considerado automaticamente exercitável com a simples promulgação da CF/88.
A lei regulamentadora do direito de greve dos servidores públicos, requerida pela Carta da República, até hoje não foi editada. É relevante registrar que, em face da inércia de nosso legislador, o STF determinou a aplicação temporária ao setor público, no que couber, da lei de greve vigente no setor privado (lei nº 7.783/89), até que o Congresso Nacional edite a mencionada lei regulamentadora.
3.6 Reserva de vagas: 37, VIII + 12.990/14 (reserva para negros em concursos públicos) + 8.112/90
VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão;
A Lei 12.990/14 reserva 20% das vagas para negros; 
A Lei 8.112/90 reserva até 20% das vagas para deficientes.
Obs.: em alguns casos (de poucas vagas) não será possível cumprir esse percentual.
A CF/88 confere à União competência legislativa para estabelecer normas gerais sobre “proteção e integração social das pessoas portadoras de deficiência” (art. 24, XIV). No uso dessa competência, o Congresso Nacional editou a lei nº 7.853/89, que “dispõe sobre o apoio as pessoas portadoras de deficiência, sua integração social (...) e dá outras providências”.
Embora essa lei não contenha regras acerca da participação de pessoas com deficiência em concursos públicos, o Poder Executivo federal, a pretexto de regulamentá-la, editou o decreto 3.298/99, que, nos seus arts. 37 a 44, estabelece uma série de preceitos sobre esse tema específico.
Ponto importante é que, da mesma forma que os outros candidatos, aqueles que estejam concorrendo na qualidade de pessoa com deficiência precisam fazer o concurso público. Além disso, o conteúdo das provas, os critérios de correção e a nota mínima exigida devem ser exatamente os mesmos para todos os candidatos, sem peculiaridades.
A lei deve simplesmente garantir que um percentual de vagas seja reservado para candidatos com deficiência. Essa reserva, quando aos cargos públicos FEDERAIS, está disciplinada no §2º, art. 5º, da lei nº 8.112/90, que determina que sejam reservadas às pessoas com deficiência até vinte por cento das vagas oferecidas em concursos públicos.
3.7 Direito a vaga:
Quando o candidato for preterido na ordem de nomeação: o candidato preterido tem o direito a vaga. A adm não pode anular a nomeação (só de mal, por exemplo), pois aplicando-se a teoria dos motivos determinantes, se ela nomeou 5 vagas, era porque necessitava das 5.
Quando o edital fixa nº vagas: quando edital diz que há 5 vagas para agente adm., por exemplo, tem que nomear os 5 primeiros colocados, obrigatoriamente.
Quando há desistência de candidato nomeado: quando há desistência, o candidato subsequente passa a ter o direito a nomeação.
Obs.: Cadastro de reserva – Dec. 6.944/2009
Abrir concurso para cadastro de reserva é excepcional e só é permitido para cargos administrativos e de apoio operacional
3.7 Acumulação de cargos
XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI:
a) a de dois cargos de professor;
 b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico; 
c) a de dois cargos privativos de médico;
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas;
XVII a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações mantidas pelo Poder Público;
XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público.
A regra geral é que o servidor não pode acumular dois cargos. Isso serve, inclusive, para quem é aposentado. Mas, existem exceções a essa regra. Unicamente nas hipóteses expressamente previstas na CF será licita a acumulação, mesmo assim, quando houver compatibilidade de horários.
Trata-se da regra geral de vedação à acumulação remunerada de cargos, empregos e funções públicos pelos agentes da administração pública. Unicamente nas hipóteses expressamente previstas no próprio texto constitucional será lícita a acumulação, mesmo assim, quando houver compatibilidade de horários.
O servidor poderá acumular cargo quando:
- 2 cargosde professor.
- 1 cargo técnico cumulado com 1 de professor.
- 2 cargos de profissionais de saúde com profissão regulamentada.
Obs.: Deve sempre haver compatibilidade de horários. Aqui, temos três situações (art. 37, XVI e XVII). Essa regra deve estar sempre presente para que até mesmo as exceções possam existir.
Eu só posso acumular dois cargos na aposentadoria se os dois cargos forem acumuláveis em atividade. 
A proibição estende-se à acumulação de proventos de aposentadoria pagos por regime próprio de previdência social (RPPS) com remuneração pelo exercício do cargo, emprego ou função. Trata-se, todavia, de uma restrição menos abrangente, porque não inclui os cargos eletivos, nem os cargos em comissão (além de não obstar a percepção simultânea de provento e remuneração de cargos cuja acumulação seja lícita). 
Também não se enquadram na proibição de acumulação de proventos com remuneração geral de previdência (RGPS), previsto no art. 201, CF. Ver §10, art. 37.
3.8 Sistema remuneratório
Existem dois sistemas remuneratórios: existem alguns servidores que recebem por remuneração e outros que recebem por subsídios.
Remuneração:
Recebem um vencimento básico e vai acumulando, durante a prestação de seu serviço, uma série de vantagens pessoais – que são os adicionais e gratificações. É importante saber que esses adicionais e gratificações não incorporam a aposentadoria.
Subsídios:
Só pode ser pago para servidores que estão organizados em carreira – significa que tem uma lei organizando esse cargo em várias classes.
Subsidio é um valor que é pago em parcela única, sendo proibido qualquer tipo de acréscimo. A única forma de aumentar o salário dessas pessoas, é aumentando o próprio salário. Só podem ganhar aquilo que é de natureza indenizatória (ex.: diárias; horas extras).
Qualquer cargo que esteja estruturado em carreira pode receber por subsídio, basta que tenha uma lei que determine isto. Contudo, há algumas carreiras em que é obrigatório a remuneração por subsídio (CF, art. Art. 39, §4º) – membros de poder (presidentes, governadores, prefeitos, deputados, senadores, vereadores...), detentor de mandato eletivo, ministros, secretários estaduais e municipais, membros do MP e TCU, AGU, Procuradores, Polícias.
Caracteriza-se por ser um estipêndio fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória.
3.4.1 Limites de remuneração dos servidores públicos
Art. 37, XI – Teto Nacional
O teto nacional é dos ministros do STF – ninguém pode receber mais do que eles.
XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como li-mite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o sub-sídio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tri-bunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos;
Problemas:
Esse teto vale inclusive para casos de acumulação. As duas remunerações somadas, em caso de servidores que tem dois cargos, devem obedecer ao teto. Além da compatibilidade de horário, deveria haver a compatibilidade com o teto – mas isso não pratica não é observado.
Obs.: verbas indenizatórias não incorporam ao teto.
O §11 do art. 37 determina que não serão computadas na aplicação do teto de remuneração “as parcelas de caráter indenizatório previstas em lei”.
As pessoas que já ganhavam acima do teto, não poderão ganhar aumentos até que se enquadrem no teto – não receberão reajuste até que o teto alcance a remuneração delas.
No judiciário estabelece um teto para os Ministros do STF – só pode receber no máximo, 95% do que ganha o Ministro do STF.
Nos TJ’s, TRF’s, TRT’s só poderão receber 95% de um Ministro do STJ, que será 90,25% de um Ministro do STF.
Nos Estados passa a ser segmentado por poder. Vai haver um teto para o executivo (subsídio do governador), legislativo (subsídio do dep. Estadual – 75% do dep. federal), e no judiciário (subsídio dos desembargadores).
Nos municípios o teto é o subsídio do prefeito.
Art. 37, XII
XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo;
A regra é que, havendo o mesmo cargo no três poderes, o do legislativo e judiciário não pode ser maior que o do executivo.
Evidentemente, essa regra somente pode se referir a cargos de atribuições assemelhadas nos três poderes.
Art. 37, XIII - Proibição de equiparação e vinculação salarial
XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do serviço público;
Não pode haver indexação de salários de nenhuma forma. Não se pode determinar um servidor receber 6 salários mínimos, por exemplo.
É uma vedação dirigida ao legislador. Evitam-se, assim, reajustes automáticos de remuneração, bem como aumentos em cascata.
Art. 37, XIV
XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão computados nem acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores;
A ideia é evitar capitalização de acréscimos. Não se pode calcular acréscimo sobre acréscimo.
Ex.: ganha 100 e + adicional de 10%. Se ganhar um próximo acréscimo ele sempre será sobre o vencimento básico.
O principal objetivo dessa regra foi abolir a situação em que o servidor, depois de exercer por alguns anos uma função gratificada de um determinado nível, incorporava o valor dela ao seu vencimento e, passando a exercer outra função gratificada de um nível superior, recebia esta calculada sobre o valor do vencimento já acrescido da incorporação da função anterior, e assim sucessivamente.
Art. 37, XV - Irredutibilidade dos vencimentos.
XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;
Não pode haver redução salarial.
A CF garante uma revisão anual, mas não estabelece uma garantia sobre compensar a inflação.
O STF já decidiu que o preceito em foco aplica-se não só a cargos efetivos, mas também aos cargos em comissão.
A irredutibilidade não impede a majoração de tributos incidentes sobre os vencimentos ou subsídios.
3.9 Regime Previdenciário
Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência de caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo.
O regime previdenciário do servidor público é regido pelo art. 40, CF
O art. 40 trata da aposentadoria dos servidores que ocupam cargos efetivos.
Os servidores que ocupam cargos de comissão, não é servidor de carreira, não são regidos por essas regras – mas pelo regime geral de previdência (at. 201, CF).
O regime de previdência social aplica-se aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos estados, do DF e dos municípios, incluídas as respectivas autarquias e fundações públicas.Só pode haver um regime de previdência para o serviço público. Todo mundo que é servidor público efetivo terá somente um regime de previdência.
Exceções: art. 40, §4 e §5
É vedado qualquer tipo de diferenciação para uma ou outra carreira, a despeito do que a CF já prevê – por exemplo, em relação as mulheres, deficientes, professores que trabalham exclusivamente na educação básica.
§ 4º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria aos abrangidos pelo regime de que trata este artigo, ressalvados, nos termos definidos em leis complementares, os casos de servidores:
I - portadores de deficiência;
II - que exerçam atividades de risco
III - cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física.
§ 5º - Os requisitos de idade e de tempo de contribuição serão reduzidos em cinco anos, em relação ao disposto no § 1º, III, "a", para o professor que comprove exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio.
Não muda nada em relação, por exemplo, a aposentadoria compulsória.
Tipos de aposentadoria:
Por invalidez: em caso de acidente ou doença incapacitante. É necessário passar por uma perícia. Quem é aposentado dessa forma não paga imposto de renda. Art. 40, §1, I.
Com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, em todos os casos, exceto quando a invalidez decorrer de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, na forma da lei.
Compulsória: é aos 70 anos, tanto para homens quanto para mulheres. Os proventos serão proporcionais ao tempo de contribuição. No dia que completa 70 anos, deve ser, o servidor efetivo, obrigatoriamente aposentado. Art. 40, §1, II.
Voluntária: 
III - voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de dez anos de efetivo exercício no serviço público e cinco anos no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria, observadas as seguintes condições
a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuição, se homem, e cinquenta e cinco anos de idade e trinta de contribuição, se mulher;
b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição.
Requisitos da aposentadoria voluntária:
- 10 anos de serviço público
- mais 5 anos no cargo de aposentadoria.
Obs.: O STF já deixou assente que os cinco anos de exercício no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria não precisam ser ininterruptos.
- 65 anos de idade para os homens e 60 para as mulheres
- 35 anos de contribuição para homens e 30 para as mulheres.
§ 2º - Os proventos de aposentadoria e as pensões, por ocasião de sua concessão, não poderão exceder a remuneração do respectivo servidor, no cargo efetivo em que se deu a aposentadoria ou que serviu de referência para a concessão da pensão.
Antes da EC 41 de 2003, os servidores tinham proventos integrais – se aposentava com o último salário – e submeteu todos os servidores públicos ao teto do INSS – permitiu a criação de um fundo de previdência complementar e um teto. Leva-se em conta, agora, uma média de salários.
A lei 12.618/2012 imputou o teto igual ao do INSS, para aqueles servidores que adentraram depois de 2012, e criou uma empresa pública que gerenciará contribuições complementares (empresa pública de previdência complementar), que funcionará da mesma forma que a previdência privada. Oferece alguns planos e o servidor opta. No final, quando se aposentar, a sua aposentadoria será a quantidade de diehiro ali guardada.
É um sistema mais flexível, permitindo um controle maior de déficits.
§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios estabelecidos em lei.
A EC 41 de 2003 também acabou com a paridade entre servidores ativos e inativos.
Assegura-se o reajuste, mas não equiparado ao dos ativos.
Unidade II - LICITAÇÕES PÚBLICAS
A licitação é um procedimento administrativo que tem por objetivo selecionar um contratante, nos contratos de obras, serviços, alienações, etc. Qualquer contrato que a adm queira realizar e haja possibilidade de disputa, precisa de licitação.
O objetivo desse procedimento administrativo é selecionar o contratante, tanto para obras, serviços, compras e alienações.
A doutrina conceitua licitação como um procedimento administrativo, de observância obrigatória pelas entidades governamentais, em que, assegurada a igualdade entre os participantes, deve ser selecionada a melhor proposta dentre as apresentadas pelos interessados em com elas travar determinadas relações de conteúdo patrimonial, uma vez preenchidos os requisitos mínimos necessários ao bom cumprimento das obrigações a que eles se propõem.
Marco legal: lei nº 8.666/93 – lei geral de licitação e contratos.
Por que para selecionar, a adm precisa fazer esse procedimento? A finalidade é obter a proposta mais vantajosa. A licitação garante também a transparência e a isonomia, uma vez que oportuniza a todos os fornecedores igual oportunidade de contratação.
Tem uma terceira finalidade que foi acrescentada à lei em 2011: a busca do desenvolvimento nacional sustentável. O desenvolvimento sustentável passa a ser um objetivo para as licitações.
O que tem a ver licitação com sustentabilidade? O poder público é o maior comprador do país. A adm publica, portanto, tem a oportunidade de, dependendo das suas escolhas de compra, modificar todo o mercado. Ex.: alguns anos atrás, era difícil encontrar na papelaria uma resma de papel reciclado. Se a adm passasse a comprar somente o papel reciclado, teria que se fomentar a indústria deste papel para poder abastecer o poder público. Existem atos normativos sobre como fazer licitações sustentáveis. Existe o risco também, pois, as vezes, o sustentável é mais caro e pode se deixar de lado o caráter vantajoso da licitação.
Licitação traz a ideia de disputa isonômica ao fim da qual será selecionada a proposta mais vantajosa aos interesses da administração com vistas a celebração de um contrato administrativo, entre ela e o particular vencedor do certame, para a realização de obras, serviços, concessões, permissões, compras, alienações ou locações.
1. Previsão constitucional
Art. 37, XXI. É obrigatório para todos os entes da federação.
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.     
É o preceito mais genérico sobre a obrigatoriedade de a adm pública realizar licitação previamente a suas contratações.
Conforme se constata, esse dispositivo constitucional admite a possibilidade de a legislação estabelecer hipóteses excepcionais de celebração de contratos administrativos sem a realização de licitação (a denominada “contratação direta”).
2. Competência legislativa
Quem pode legislar em matéria de licitações?
Art. 22, XXVII – compete privativamente a União a edição de normas gerais. Apesar de falar que é competência privativa da união, temos a impressão de que se trata de uma competência concorrente. A expressão “normas gerais” é ambígua. Pode ser interpretada como normas gerais, amplas, principiologicas. Mas podemos interpretar como normas uniformes, normas iguais para todos. Assim, a união é competente para criar normas aplicáveis a todos os entes. Nessa interpretação, poderíamos dizer que cabe à união impor o grau para cada país. 
Só que a intepretação se da no sentido de que a competência da união restringe-se as normas genéricas, à princípios básicos de licitação. Isso significa que estados e municípios podem ter normativospróprios.
A maioria doutrinária diz que a lei 8666 só é obrigatória na parte que traz normas gerais. Quanto às normas especificas, os demais entes podem criar normas próprias. O problema é saber o que é norma geral e especifica.
O ideal é que a licitação tivesse uma lei simples e padronizada. Porque cada estado e município criando sua própria lei pode ser muito complicado.
Quem está obrigado a licitar?
Adm Pública direta e indireta. Mas temos algumas ressalvas. 
Na adm indireta, as agencias executivas podem ter normativo próprio, ou seja, elas não precisam seguir a lei geral de licitações. 
Temos ainda o caso especifico da Petrobrás (adm indireta), que não segue a 8666. A questão da Petrobrás começa na CF, art. 173, §1º, II. A ideia é que as estatais como a Petrobrás sejam tratadas da mesma forma que as empresas privadas.
E as paraestatais? Ex.: Sistema “S” (Sebrae, Senac). Eles fazem licitação, mas tem normativos próprios. Só precisam seguir os princípios da adm publica, mas podem criar suas próprias regras.
As organizações sociais e as OSCIP’s, em tese, tem que fazer pregão dos recursos que eles recebem. Elas tem que gastar os recursos públicos que recebem por meio de licitação, na modalidade pregão.
todos os órgãos e entidades da adm pública estão sujeitos à lei 8.666. existe, é verdade, jurisprudência segundo a qual as entidades estatais que explorem atividades econômicas em sentido estrito não se sujeitam a licitação quando o contrato que pretendem celebrar tenha objeto relacionado às atividades-fim da entidade.
Quem não precisa licitar?
Empresas concessionarias de serviços públicos, a exemplo das empresas de ônibus. 
Exceção: contratos de sub-concessao. Pega parte da sua concessão e entrega para outra empresa.
3. PRINCÍPIOS – Art. 3º, 8666
Art. 3o  A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.
3.1 Isonomia: os licitantes tem que ser tratados todos nas mesmas condições. O edital (instrumento convocatório) estabelece condições iguais para todos os participantes. Como todo principio, pode ser flexibilizado.
A observância da igualdade entre os participantes no procedimento licitatório possui uma dupla vertente: devem ser tratados isonomicamente todos os que participam da disputa, o que significa vedação a discriminações injustificadas no julgamento das propostas, e deve ser dada oportunidade de participação nas licitações em geral a quaisquer interessados que tenham condições de assegurar o futuro cumprimento do contrato a ser celebrado.
Com a edição da lei nº 12.349/2010, a lei de licitações passou a ter algumas regras que estabelecem, ou autorizam que sejam estabelecidas, importantes diferenças de tratamento entre licitantes, em determinados certames, visando, em linhas gerais, a favorecer aqueles que forneçam produtos e serviços nacionais, bem como a fortalecer empresas atuantes em áreas relacionadas à pesquisa cientifica e à criação de tecnologias nacionais.
Quando a lei flexibiliza? 
§ 2o  Em igualdade de condições, como critério de desempate, será assegurada preferência, sucessivamente, aos bens e serviços:
II - produzidos no País;
III - produzidos ou prestados por empresas brasileiras.
IV - produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no País.
Quando estabelece critérios de desempate. No caso de propostas empatadas, existe um critério de desempate para empresas que:
produzam no Brasil (empresas brasileiras).
Invistam em pesquisa e desenvolvimento tecnológico no brasil.
Quando estabelece margem de preferencia em favor de empresas que produzem no Brasil. 
Nesse caso, devem ser levadas em conta condições equivalentes de prazo de entrega, suporte de serviços, qualidade, padronização, compatibilidade e especificação de desempenho e preço.
Lei complementar 123/06 (estatuto da pequena empresa e empresa de pequeno porte). O art. 40-44 estabelece diversos critérios vantajosos para a microempresa e EPP quando participantes. Essa lei permite que pequenas empresas complementem a falta de documentos exigidos na licitação, a exemplo da certidão de negativa de débitos (aceita-se sua participação com pendencias tributarias, desde que, por obvio, estas sejam sanadas posteriormente).
O art. 44 da LC 123/2006 dispõe que “nas licitações será assegurada, como critério de desempate, preferencia de contratação para as microempresas e empresas de pequeno porte”. Embora o texto legal fale, literalmente, em “critério de desempate”, a regra que a ei estabelece não se aplica somente a casos em que efetivamente haja um empate, isto é, quando seja igual o valor da proposta da ME ou da EPP e o de uma outra empresa.
3.2 Vinculação ao instrumento convocatório
Instrumento convocatório é o edital que divulga ao publico a licitação e chama as empresas. Tudo tem que acontecer exatamente como tá no edital. O procedimento é nulo se fugir ao que foi estabelecido no edital.
“O edital é a lei interna da licitação”.
Art. 41.  A Administração não pode descumprir as normas e condições do edital, ao qual se acha estritamente vinculada.
Esse preceito veda à adm o descumprimento das normas e condições do edital, “ao qual se acha estritamente vinculada”. No mesmo artigo, a lei assegura a qualquer cidadão o direito de impugnar o edital de licitação por motivo de ilegalidade.
§ 1o  Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar edital de licitação por irregularidade na aplicação desta Lei, devendo protocolar o pedido até 5 (cinco) dias úteis antes da data fixada para a abertura dos envelopes de habilitação, devendo a Administração julgar e responder à impugnação em até 3 (três) dias úteis, sem prejuízo da faculdade prevista no § 1o do art. 113.
3.3 Julgamento objetivo
Os critérios que a adm vai usar para avaliar as propostas tem que tá previstos no instrumento convocatório de forma objetiva.
De todos os critérios de julgamento, o que a lei acha melhor é o do menor preço. Isso porque é o mais objetivo. Não há discricionariedade. O problema, aqui, é a qualidade: quando se utiliza o critério do preço, não se repara em mais nada além disso.
Julgamento objetivo é o que se baseia no critério indicado no edital e nos termos específicos das propostas. Em tese, não pode haver qualquer discricionariedade na apreciação das propostas pela administração.
É de todo evidente que só se pode cogitar absoluta objetividade quando o critério da licitação é o de “menor preço” ou, nas alienações, o de “maior lance ou oferta”. Diferentemente, os critérios de “melhor técnica” ou “técnica e preço” inexoravelmente implicarão certa dose de valoração subjetiva na escolha da proposta vencedora.
3.4 Competitividade
Não se pode direcionar uma marca: deve-se especificar o produto sem direcionar a licitação a nenhuma marca.
Restrição a competitividade pode acontecer quando se pede, por exemplo, uma coisa que somente uma empresa produz. Também pode ser quando se coloca requisitos de qualificação técnica para as empresas: estabelece-se tantos requisitos, que só uma conseguira executar o serviço, por exemplo.
Somente o procedimento em que haja efetiva competição entre os participante, evitando manipulações de preços, será capaz de assegurar à administração a obtenção da proposta mais vantajosa para a consecução de seus fins.
4. CONTRATAÇÃO DIRETA
Existem três situações de contratação direta: hipóteses em que se vai direto no fornecedor que se quer.
Como regra geral, a adm não pode fazer isso. As exceções estão nos arts. 17, 24 e 25, da lei 8666.
As situações em que não haverá ou poderá não haver licitação prévia às contrataçõesem geral, exceto as de concessões e permissões de serviços públicos, dividem-se em dois grupos: situações de inexigibilidade e situações de dispensa. 
Há inexigibilidade quando a licitação é juridicamente impossível (art. 25). A impossibilidade jurídica de licitar decorre da impossibilidade de competição, em razão da inexistência de pluralidade de potenciais proponentes.
Há dispensa de licitação quando esta é possível, ou seja, há possibilidade de competição, mas a lei dispensa ou permite que seja dispensada a licitação.
Em qualquer caso é obrigatória a motivação do ato administrativo que decida sobre a dispensa ou inexigibilidade de licitação.
Art. 17 – licitação dispensada. Serve para a venda de produtos. Quando a adm quer vender ou dar as coisas. Ex.: distribuição de preservativos.
Ex.: programa de moradia popular. A distribuição é feita gratuitamente para a população cadastrada. Não tem sentido fazer leilão.
Ex.: correios quando vende seus produtos – a pessoa vai na agencia e manda a carta; Petrobras quando vende petróleo – usa mercado de ações. Não fazem leilão, atuam da mesma forma que as empresas privadas.
Obs.: a adm. faz leilão de: imóveis de penhora, de produtos que tenham sido apreendidos, ou ainda de bens móveis inservíveis (sucata).
Quando a lei diretamente dispensa a licitação, temos a chamada licitação dispensada. Aqui, não haverá licitação, porque a própria lei dispensou.
Como regra, as situações de licitação dispensada referem-se à alienação de bens pela administração. As alíneas do inciso I do art. 17 trazem a lista de hipóteses de licitação dispensada em operações relativas a bens imóveis da administração, enquanto as alíneas do inciso II enumeram os casos de licitação dispensada para a alienação de bens móveis.
Art. 24 – licitação dispensável. 
A competição de vários fornecedores é possível, mas existe uma razão superior de interesse publico que justifica a contratação direta, ou seja, justifica que a licitação não aconteça.
Quando a lei autoriza que a administração, discricionariamente, deixe de realizar licitação, temos a denominada licitação dispensável. Portanto, aqui, a competição é possível, mas a administração poderá ou na realizar a licitação, conforme seus critérios de conveniência e oportunidade.
Quase 30 incisos de hipóteses de dispensa de licitação. Casos em que se permite a contratação direta. Essa relação é taxativa.
Só pode haver dispensa de licitação nas hipóteses do art. 24.
Mas mesmo quando é caso de dispensa, se precisa formalizar um processo. 
O processo licitatório seguem alguns passos:
Começa quando o setor interessado solicita à chefia
A chefia autoriza a abertura da licitação
Autuação
A autoridade superior vai nomear uma comissão, formada por 3 servidores estáveis (1 presidente e dois vogais), com mandado de até 1 ano
Ordenador de despesa: responsável por verificar se há dotação orçamentária e declara se há dinheiro para custear os contratos
Minuta de edital e de contrato
Planilha orçamentária
Parecer jurídico (da assessoria jurídica). Nos órgãos públicos federais, cabe à AGU.
Essa é a fase interna. Mesmo que a licitação não aconteça, todavia, o processo de dispensa deverá acompanhar todos esses documentos.
Na contratação direta, precisa-se:
Motivar o fundamento da dispensa. Precisa apontar qual o inciso do art. 24 que está se baseando a dispensa.
Fundamentar a escolha do fornecedor. Dizer porque aquela determinada empresa fora escolhida. Normalmente, isso é feito com a junção de três orçamentos de três empresas diferentes.
Motivar o preço pago
Obs.: A hipótese mais comum de dispensa é a que decorre do baixo valor do contrato.
Baixo valor do contrato
Quando o contrato é de valor muito pequeno, pode não vale a pena licitar. A licitação pode sair mais cara que o próprio produto/serviço.
O que é considerado de baixo valor? Para compras e serviços, até R$ 8.000,00. Para obras ou serviços de engenharia, até R$ 15.000,00.
Uma irregularidade muito comum nesses casos é o chamado “fracionamento das despesas”. Acima desses valores, é preciso licitar. Então, é comum que a adm fraciona a compra: 3 compras de 8mil para não fazer uma de 24mil.
Mas, quando se avalia o limite pra dispensa, deve se levar em consideração o que foi gasto em todo o exercício financeiro com produtos da mesma espécie. Todas as compras daquele determinado produto devem somar 8mil.
Calamidade pública, urgência e emergência 
Segunda hipótese mais comum. Essas situações justificam a contratação direta. Nesse caso, pode ser de qualquer valor, desde que caracterizada a urgência. 
O tribunal de contas analisa muito de perto essas situações e condena o mal uso dessa motivação de dispensa.
Só pode dispensar por urgência se o contrato tiver alguma relação com a situação de urgência.
Uma fraude muito comum aqui são as urgências fabricadas. O gestor, muitas vezes, vai levando com a barriga para que se torne uma situação urgente e dispense a licitação. Só que, nesses casos, quem criou a urgência foi o próprio gestor (sua desídia). A urgência por desídia do gestor, por falta de planejamento, é fictícia. É considerada irregular e o gestor pode ser punido, podendo gerar até improbidade administrativa.
Uma obra só é urgente se puder ser concluída em 180 dias.
Licitação deserta ou fracassada
Houve interessados, mas todos eles foram desclassificados.
Quanto se tem uma licitação fracassada, é necessário que se conceda um prazo de oito dias úteis, para que as empresas corrijam os vícios. Se após os oito dias estes não restarem resolvidos, o responsável pode classificar a licitação como fracassada e procede com a contratação da empresa de sua preferência. 
Obs.: contratação de remanescente de obra, serviço ou fornecimento: neste caso, o poder público faz uma licitação para construção e um prédio. A empresa que se posicionou em primeiro lugar foi contratada, no meio da obra houve a necessidade de rescisão do contrato. É necessário que se contrate uma outra empresa para que conclua o remanescente. O poder público só poderá contratar a segunda colocada se esta aceitar concluir a obra pelo mesmo preço da primeira. Caso nenhuma das outras empresas aceite, é necessário que se faca uma outra licitação para o remanescente.
Art. 25 – licitação inexigível. 
No caso da dispensa, a competição é possível, mas existe alguma razão no interesse público que impede que faça. Neste caso não é possível que haja competição. 
Art. 25.  É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competição, em especial:
I - para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo, vedada a preferência de marca, devendo a comprovação de exclusividade ser feita através de atestado fornecido pelo órgão de registro do comércio do local em que se realizaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes;
II - para a contratação de serviços técnicos enumerados no art. 13 desta Lei, de natureza singular, com profissionais ou empresas de notória especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação;
III - para contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou através de empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública.
O rol do artigo 25 é apenas exemplificativo. 
Se o fornecedor é único – é necessário que haja um atestado 
Para serviços de natureza singular com profissional especializado (notória especialização) – art. 13, Lei 8.666/93
Parecer, pericias 
Artistas 
Deve ser um serviço singular ou um profissional especializado. Tendo em vista isso, não pode se contratar uma empresa para uma obra corriqueira, mas sim singular. Não se encaixam nesta regra construções de hospitais, estradas...
“Instituto ícone”.
5. MODALIDADES DE LICITAÇÃO
Cada procedimento é uma modalidade licitatória.
A lei 8666 elenca 5 tipos:Concorrência – para licitações de alto valor. A própria lei estabelece os limites. Só se usa para compras acima de 650 mil reais ou para obras acima de 1,5 milhão. Art. 23.
É a mais complexa das modalidades de licitação. Presta-se a contratação de obras, serviços e compras, de qualquer valor. Seja qual for o valor do contrato que a adm pretenda firmar, a concorrência, em tese, pode ser utilizada. 
Em relação ao valor do contrato, há hierarquia entre a concorrência (contratos sem limites de valor), a tomada de preços (contratos até determinado valor, intermediário) e o convite (contratos de valor reduzido). Por isso, quando for possível o convite, será, alternativamente, possível usar a tomada de preços ou a concorrência; quando for possível a tomada de preços, será possível, alternativamente, utilizar a concorrência.
Uma das características da concorrência é possuir uma fase de habilitação preliminar, após a abertura do procedimento (publicação do resumo do edital).
Tomada de preço – para contratos de vulto médio. Serve para compras de 80 mil até 650 mil e para obras de 150 mil até 1,5 milhão. 
Aqui, a habilitação, que corresponde ao próprio cadastramento, é previa à abertura do procedimento.
Presta-se à celebração de contratos relativos a obras, serviços e compras de menor vulto do que os que exigem a concorrência.
Convite – para licitações de baixo valor. Para compras de 8 a 80 mil e para obras de 15 a 150 mil.
Modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de três pela unidade administrativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na correspondente especialidade que manifestarem seu interesse com antecedência de até 24 horas da apresentação das propostas.
Leilão – serve para alienações de bens apreendidos, penhorados ou moveis inservíveis. 
Modalidade de licitação entre quaisquer interessados, para a venda, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação, de bens móveis inservíveis para a administração até o valor de 650mil; produtos legalmente apreendidos ou penhorados; bens imóveis da adm, cuja aquisição haja derivado de procedimentos judiciais ou de dação em pagamento.
Concurso – para premiar trabalho técnico, cientifico ou artístico. Esse concurso é uma premiação.
Modalidade de licitação entre quaisquer interessados para escolha de trabalho técnico, cientifico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme critérios constantes de edital publicado na imprensa oficial com antecedência mínima de 45 dias. Portanto, o que determina a necessidade de realizar a licitação na modalidade concurso é a natureza do seu objeto, não o valor do contrato.
Obs.: Concorrência, convite e tomada de preço servem para contratação de serviços, execução de obras ou compra.
Não trataremos nem de leilão e nem de concurso.
E quando a compra/obra for abaixo de 8 mil? Dispensa-se e procede-se a contratação direta.
Quanto mais alto o valor, mais complexo se torna o procedimento. O procedimento fica mais amplo, se torna mais detalhado. Em relação a concorrência, por exemplo, os demais são mais sumários.
O administrador não tem discricionariedade para criar modalidades licitatórias. Isso só acontece mediante lei. ele não pode substituir uma modalidade por outra, nem misturar modalidades.
Posteriormente, foi criada por medida provisória uma outra modalidade, o pregão, atualmente regulado pela lei 10.520/2002. Ao lado dessas, cumpre registrar ainda a existencia de uma sétima modalidade, a denominada consulta.
5.1 Procedimento da concorrência 
A concorrência é a mais complexa das modalidades de licitação e, por essa razão, é aquela em que todas as etapas são bem definidas. Assim, o estudo adotará como parâmetro as etapas do procedimento ordinário de concorrência.
O procedimento da concorrência tem algumas etapas: 
O procedimento tem inicio dentro do órgão ou entidade que realizará a licitação. Trata-se da denominada fase interna, segundo o art. 38: “o procedimento da licitação será iniciado com a abertura de processo administrativo, devidamente autuado, protocolado e numerado, contendo a autorização respectiva, a indicação sucinta de seu objeto e do recurso próprio para a despesa.”.
Mais importante, todavia, é o conhecimento da denominada fase externa, a qual começa no momento em que se torna pública a licitação.
1) Abertura do procedimento: 
É a abertura da licitação. Começa com a publicação do instrumento convocatório do edital. Na verdade, o edital todo é muito grande, então não se publica inteiro. O que se publica é o aviso do edital. Esse aviso, no caso da concorrência, tem que ser publicado pelo menos uma vez no diário oficial e em um jornal de grande circulação.
O aviso é uma nota contendo:
- Qual o órgão que está licitando;
- Qual o procedimento (modalidade) e o número;
- Qual o tipo de licitação - não se confunde com modalidade. É o julgamento, podendo ser: melhor técnica, melhor preço, etc.;
- Qual o objeto;
- Qual o local onde acontecerá a sessão publica de licitação, além da data e da hora;
- Contato para dizer onde se pode obter informações e onde se pode pegar o edital completo (aonde ele estiver a disposição dos interessados).
Pode cobrar taxa para participar de licitação? Não pode haver. A participação na licitação é gratuita. Mas para obter uma copia do edital pode cobrar e esse custo está limitado ao preço da cópia: não se pode cobrar nada além do valor da cópia.
Embora se possa cobrar pelo edital, comprar o edital não é condição obrigatória para participar da licitação. Uma empresa pode participar da licitação sem ter a copia, porque o órgão responsável pela licitação deve disponibilizar uma copia no lugar onde ocorrerá esta.
A lei estabelece um prazo mínimo entre a publicação do aviso e a sessão de licitação. Que prazo é esse?
Prazo: 
45 dias para as modalidades concurso; concorrência, quando o contrato for de melhor técnica/melhor preço.
30 dias para as modalidades concorrência; tomada de preço, quando for melhor técnica/melhor preço.
15 dias para as modalidades tomada de preços; leilão.
8 dias para o pregão.
5 dias para o convite.
Edital: é a lei interna da licitação. Traz em detalhe tudo o que vai acontecer no procedimento (prazos, recursos, documentação). Traz as regras do procedimento e alguns anexos obrigatórios. Existem três anexos obrigatórios:
- Projeto básico: detalhamento do serviço de engenharia que a licitação pretende. Se não for serviço de engenharia, detalha todo o processo que a administração precisa. Ex.: serviço de manutenção de rede – tem-se que detalhar se a empresa disponibilizará a equipe no local ou se colocará serviço a disposição, mas a distancia. Etc.
- Planilha orçamentaria: traz todos os itens da compra/serviço que serão obtidos, pelo valor global e individual.
- Minuta do contrato.
Além de outras declarações.
Passada a fase de abertura a administração fica aguardando o envio das propostas. 
2) Habilitação prévia:
Os licitantes aparecem com as propostas em dois envelopes lacrados (porque as propostas são sigilosas), com etiquetas. No envelope numero 1, tem-se documentos da empresa, com o objetivo de provar a capacidade técnica e econômica da empresa. No outro envelope, a proposta propriamente dita da empresa. Na fase de habilitação, se abre o envelope numero 1.
Se faz uma checagem de todas as empresas participantes para verificar se possuem capacidade para realizar o contrato.
Nessa fase, a empresa não pode esquecer nenhum documento. Se ela esqueceu, acaba ficando de fora da concorrência. Por essa razão, os concorrentes ficam observando pra ver se os demais não esqueceram nenhum documento.
Esses requisitos de habilitação, a documentação exigida já está prevista na lei. Um tipo de fraude comum na licitação é colocar tantos documentos que somente uma empresa é capaz de fornecer.
A fim de garantira maior competitividade possível à disputa, a lei 8.666 proíbe qualquer exgencia supérflua ou desnecessária. Somente poderá ser exigida dos interessados, para habilitação nas licitações, documentação relativa a:
Habilitação jurídica: mostrar que a empresa está regularmente constituída. Nesse caso, necessário se faz, no caso de pessoa jurídica, o ato constitutivo (contrato), o CNPJ e o registro em cartório da empresa.
Qualificação técnica: saber se a empresa possui capacidade técnica, pessoal habilitado e conhecimento para exercer as funções do contrato. Pode-se exigir, por exemplo, uma comprovação de experiência, desde que seja limitada a apenas uma comprovação (ex.: de que a construtora já fez alguma obra).
Não se admite: exigir que a empresa tenha sido constituída no MA (mas posso exigir que, na hipótese de não ser daqui, tenha um escritório aqui montado); não se pode exigir que a empresa esteja constituída a determinado tempo.
Pode-se exigir equipamentos, desde que moderadamente, razoavelmente. Ex.: não posso exigir um equipamento extremamente moderno e qualificado que somente uma empresa tem. Isso seria direcionamento, fraude.
Qualificação econômico/financeira: aqui eu quero saber se a empresa tem lastro financeiro, capacidade financeira de suportar o ônus do contrato. Aqui é onde acontecem diversos problemas.
Se pede os balanços das empresas, os demonstrativos contábeis. Pode ser exigido também, no caso de contratos de alto custo, alguns índices de patrimônio liquido, ILC (índice de liquidez corrente), declaração negativa de falência ou de recuperação judicial.
Nos contratos de alto risco e alta complexidade, é possível se exigir das empresas uma garantia de proposta. Essa garantia é limitada em até 5% do valor estimado da contratação. Essa garantia serve para cobrir eventuais prejuízos da adm publica pela não execução do contrato, ou pelo contrato mal executado.
Regularidade fiscal e trabalhista: atestar que a empresa não está em debito com a Fazenda Pública e nem com o FGTS/INSS. É uma regularidade fiscal e trabalhista.
Esses requisitos de qualificação tem que ser mantido não só durante a licitação, mas durante todo o cumprimento do contrato. Até porque a adm pública pode ser responsabilizada por eventuais faltas das empresas, a exemplo do não pagamento do FGTS.
A ata de habilitação conterá a relação dos que foram habilitados e os que foram inabilitados. Estes receberão o envelope da proposta lacrado. Da inabilitação cabe recurso administrativo, no prazo de 5 dias, coom efeito suspensivo.
Uma empresa pode recorrer contra a sua própria inabilitação (para que ela seja habilitada) ou poderá recorrer contra a habilitação de outra empresa (para que essa seja inabilitada).
Tal recurso é a etapa mais demorada.
Obs.: A etapa da habilitação é comum na concorrência. Nas outras modalidades, habilita-se somente o ganhador.
E se todos forem inabilitados? Trata-se de licitação fracassada. Só é fracassada quando TODOS são inabilitados.
Para isso, dá-se o prazo de 8 dias para regular a documentação. Esgotado o prazo, faz-se uma nova habilitação. Se continuar fracassada, pode-se contratar mediante dispensa de licitação. Obs.: conta-se com prazo processual.
3) Classificação
Só participam aqueles que foram habilitados. Aqui, se abre o segundo envelope (o das propostas).
O que se quer saber é se as propostas estão de acordo com o que foi pedido no edital e se o preço é aceitável, exequível.
Faz-se dois testes: 1) de conformidade com a proposta; e 2) de exigibilidade de preço. No segundo, eliminam-se os preços altos e também os preços baixos demais.
A lei não da margem de discricionariedade quando o preço é muito baixo. Ela estabelece um cálculo. 
O edital pode exigir que os licitantes forneçam amostra. O problema é que, na maioria das vezes, a amostra é boa, mas o fornecimento em massa não.
Sai uma ata de classificação relacionando os que foram classificados e os que foram desclassificados. Cabe recurso administrativo em 5 dias, com efeito suspensivo.
Se nenhuma empresa for classificada, licitação fracassada. Mesma coisa da habilitação.
4) Julgamento
Ranking das propostas (da melhor para a pior). Geralmente, em ordem crescente de preços.
Existem 3 tipos de licitação: a lei privilegia a do menor preço, mas ainda temos a da melhor técnica e a da melhor técnica e preço.
As modalidades “melhor técnica” e “melhor técnica e preço” são para atividades muito intelectuais.
Mesma coisa: recurso em 5 dias, coom efeito suspensivo.
5) Adjudicação
Apontar o vencedor da licitação. É um documento formal dizendo qual empresa venceu. Agora o contrato não pode ser feito com nenhuma outra empresa além da adjudicada.
Com a adjudicação, a comissão finaliza o seu trabalho.
6) Homologação
A entidade superior do órgão dá o seu “ok”. Normalmente, precedido de um parecer jurídico da assessoria. A autoridade pode revogar ou anular.
OBS.: O edital pode permitir a participação de consórcios de empresas. É uma empresa formada por outras empresas, uma sociedade de empesas que se unem com o objetivo de participar da licitação. Geralmente, é para executar algum serviço (obra). As empresas não criam logo de inicio o consorcio, mas registram em cartório o compromisso de criação de consorcio, caso ganhem a licitação. Todos os consorciados tem que ser habilitados. Se uma das empresas não passar na licitação, já não poderá mais ocorrer o consorcio. A empresa que está participando da licitação com compromisso de um consorcio não pode apresentar proposta individual.
OBS.: A administração pública pode abrir concorrência para registro de preços. Pode fazer uma licitação não para contratar imediatamente, mas para registrar os melhores preços oferecidos. Para manter um banco de dados e, quando precisar, contratar. Abre-se uma concorrência (ou pode ser por pregão), sempre pelo menor preço, passa por todo o processo e, no fim, em vez de ter um contrato, registra-se uma ata de registro de preço. Aquele que venceu tem o seu preço registrado, junto com o produto e a quantidade. Para adm isso é interessante porque ela não fica obrigada a comprar. Ela pode, inclusive, proceder a outra licitação para comprar o mesmo produto. Nesse caso, ela não poderá licitar por preço maior do que aquele registrado inicialmente. Por outro lado, a empresa fica obrigada a fornecer pelo preço registrado, nos moldes do quantitativo registrado. A lei manda que a ata de registro seja publicada (no diário oficial) e informatizada.
A lei permite que um órgão use a ata de outro órgão. É o que se chama de “carona”.
A ata tem prazo de validade: só vale 1 ano.
TOMADA DE PREÇOS
Modalidade de licitação para contratos de valor médio: para compras e serviços (que não sejam de engenharia) entre 80 mil e 650 mil; e para obras ou serviços de engenharia de 150 mil até 1.500 milhão.
Fica menos tempo disponível, porque o contrato tem valor menor. Entre a publicação do aviso e a sessão pública teremos 15 dias, na tomadas de preço de menor preço. 30 dias quando for de melhor técnica ou de melhor técnica e preço.
A tomada de preços, a principio, não é aberta para qualquer empresa (participante). Inicialmente, só podem participar as empresas que estão devidamente cadastradas no registro cadastral. É através desse registro que se faz a habilitação.
Aqui, em vez de habilitação prévia, como ocorre nos outro procedimentos, temos a habilitação substituída pelo certificado de registro no registro cadastral.
Os órgãos públicos mantem um sistema preferencialmente informatizado contendo um cadastro segmentado por áreas de negócios (empresas de gênero alimentício, material de construção, etc). Se a empresa tem interesse em participar em tomada de preço, ela deve reunir toda a documentação da habilitação e da entrada em um pedido de registro cadastral. Se a papelada tiver em ordem, a empresa ganha o certificado, com validade de 1 ano.
Com esse certificado, é como se a empresa estivesse previamente habilitada para a tomada de preço. Em principio, só pode

Outros materiais