Buscar

IED HD Prova SLIDES AULAS 1o semestre 2016

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

*
*
IED – 1ª AULA
CONCEITOS DE DIREITO
Noções introdutórias abrangem:
Como os alunos entendem o objeto de estudo: o que é o Direito ?
Visão inicial dos meios e dos fins do Direito;
Acepções do vocábulo “Direito”;
Noções introdutórias de “Fontes do Direito”;
Noções introdutórias das fronteiras (limites) do Direito.
*
*
IED – 1ª AULA
CONCEITOS DE DIREITO
0 QUE É ESTA REALIDADE QUE CHAMAMOS DE “DIREITO” ? Multiplicidade de significados. O que os alunos entendem por “Direito” ? Primeiras perguntas já embutem certa intuição do objeto questionado: há uma noção comum do Direito.
Pessoa Humana é a noção central: Direito é construído pelo homem (e para o homem), e não encontrado na natureza; é experiência humana que se constrói na história. 
Pessoa humana e suas relações com as coisas e com outras pessoas: Direito relaciona-se sempre com o universo social, só existe na vida social; ubi jus, ibi societas. 
Ordem (harmonia): Direito não é um fim em si mesmo, existe em função de outros objetivos; os meios e os fins do Direito.
Direito envolve componente ético, próprio da natureza humana. 
*
*
IED – 1ª AULA
CONCEITOS DE DIREITO
Eventos (fatos, experiências) que o senso comum costuma relacionar ao Direito: 
Lei: não é apenas o texto escrito que relaciona-se ao universo jurídico (elaboração pelo homem, valores, fins; texto escrito que precisa ser interpretado e aplicado para “ganhar vida”); 
Processo (conflito, decisão judicial): declaração do Direito no caso concreto; só existe em razão de uma solução (justa/ correta) do conflito; jurisprudência;
Contrato (divisão/atribuição dos bens): não é apenas o pacto em si que integra o Direito (elaboração, manifestação de vontade, boa-fé, finalidade, função social); 
*
*
IED – 1ª AULA
CONCEITOS DE DIREITO
Gregos (e tb Romanos): Direito é o “Justo”, o devido, objeto da justiça; a justiça é uma virtude (hábito) que consiste em dar a cada um o que é seu. Dar o quê? O seu Direito (oriundo da natureza, da lei ou da convenção). 
 Institutas (Justiniano): “Justiça é a vontade constante e firme de atribuir a cada um o que é seu por direito”.
Dante Alighieri: O Direito é uma proporção real e pessoal, de homem para homem, que, conservada, conserva a sociedade; corrompida, corrompe-a.
Hans Kelsen (judeu-austríaco, séc. XX, Teoria Pura do Direito): Direito é um conjunto de normas emanadas da autoridade competente. Mas qual é a finalidade?
Santi Romano (italiano, 1ª metade do séc. XX, Teoria Institucional do Direito): “realização de convivência ordenada”. Por meio do quê?
Miguel Reale: Direito é a realização ordenada e garantida do bem comum numa estrutura tridimensional bilateral atributiva.
*
*
IED – 1ª AULA
CONCEITOS DE DIREITO
O vocábulo “Direito” tem diversas acepções (Montoro):
Fato social: a experiência jurídica se dá na vida concreta das pessoas e das comunidades. Sob este aspecto, o Direito pode ser estudado sob a ótica da faculdade de Direito, mas também é objeto de estudo da História, da Sociologia (fato social), da Filosofia, da Psicologia.
Ciência do Direito, Jurisprudência: é o estudo desta dimensão da experiência humana. 
Direito como “Justo”: a solução equitativa no caso concreto, aquilo que é devido a cada um.
Direito como Norma: a norma jurídica como regra de conduta ou de organização.
Direito Subjetivo: “meu direito”.
*
*
IED – 1ª AULA
CONCEITOS DE DIREITO
Destas várias acepções, uma configura a noção fundamental de Direito, à qual os outros significados do vocábulo remetem. E esta essência do Direito é o que é apreendido como “o justo”, como “o devido” a cada um. As outras acepções do vocábulo remetem a esta primordial, pois só há sentido nelas se houver referência ao “justo”.
Miguel Reale, a despeito de apontar distintas acepções para o vocábulo e de indicar os mesmos elementos essenciais – componente ético, relações entre pessoas, regramento social, etc – prefere uma conceituação única: Direito é a realização ordenada e garantida do bem comum numa estrutura tridimensional bilateral atributiva. O conceito está inserido na teoria tridimensional do Direito proposta pelo autor.
*
*
IED – 1ª AULA
CONCEITOS DE DIREITO
Leituras: 
Reale, cap. I (p. 1/11), cap. VI (p.59/68); 
Montoro, 1a parte, cap. 1 “O conceito de Direito”, p. 29/59. 
*
*
IED – 2ª AULA
FONTES DO DIREITO
NOÇÃO INTRODUTÓRIA: Modos de concretização do Direito (Reale diz que são “os processos de produção de normas jurídicas”). 
O tema é complexo e polêmico, objeto de reflexões filosóficas, mas com implicações também na aplicação prática do Direito (fontes do Direito ou fontes das Normas Jurídicas ?).
Definição das fontes está relacionada com a concepção de “Direito”. Se a visão é mais próxima das correntes positivistas (conjunto de normas emanadas da autoridade competente), as fontes estarão restritas ao que for positivado pelo Estado . Reale não admite as “fontes materiais”, para ele estas estão situadas fora do campo propriamente jurídico, pois são o fundamento ético e social das normas jurídicas (p. 140). 
De outro lado, se o autor se aproxima das correntes jusnaturalistas vai trabalhar com as fontes materiais como origem remota do Direito, e indicar a “natureza humana” e a “natureza das coisas” como fundamento último do Direito.
Sistemas: 
-Common Law (precedentes baseados em costumes)-Tradição anglo-americana
-Civil Law (primado da lei escrita)- Tradição romanística
*
*
IED – 2ª AULA
FONTES DO DIREITO
FONTES FORMAIS (DIRETAS, IMEDIATAS):
Legislação (sentido estrito: norma abstrata e genérica, escrita, elaborada pela autoridade competente)
Jurisprudência
Costumes
Contratos (autonomia da vontade)
FONTES MATERIAIS (INDIRETAS, MEDIATAS):
Realidade social
Valores
Natureza humana e natureza das coisas
Doutrina (já foi fonte direta: Roma conferiu força obrigatória, em certa época,`a opinião de alguns juristas; na Idade Média, as opiniões de Bártolo e Acúrsio eram subsidiárias da lei nas Ordenações Afonsinas)
 Exemplos
Predomínio das fontes estatais: lei, jurisprudência.
*
*
IED – 2ª AULA
FONTES DO DIREITO
Ordenações não estatais (fontes não estatais): associações, Igreja, direito esportivo, convenções coletivas, relações internacionais. Montoro, p. 358
São ordenações jurídicas formais, mas a fonte direta não é o Estado. Aplicação em campo restrito, e a um grupo determinado de pessoas, e a pessoa pode fugir destas ordenações retirando-se daquele meio. Estes entes podem elaborar suas regras de conduta, e elas têm aplicação naquele meio determinado, desde que não conflitem com o ordenamento em vigor.
Exemplos: CF/88, art. 217 (direito desportivo e sua autonomia); Direito Canônico (ordenação autônoma da Igreja Católica e suas relações com o Estado, o Tratado Brasil/Santa Sé).
Leituras: Reale, capítulos XII, XIII e XIV, p. 139/181
Montoro, 3ª parte, capítulo 11, p. 321/367. 
*
*
IED – 3ª AULA
FRONTEIRAS (LIMITES) DO DIREITO
Conclusão das aulas sobre noções introdutórias do Direito, abordando as relações entre o Direito e outros códigos de conduta (Religião, Moral). Trata-se de um dos temas mais polêmicos, e um dos mais antigos na história da reflexão filosófica.
Noção introdutória acerca do conceito de MORAL. A visão dos alunos sobre a Moral.
Moral e Ética: equivocidade dos conceitos.
A palavra “ética” deriva de um termo grego que significa “costume”. Aristóteles o trata como “adjetivo” das ações, um qualificativo das “virtudes” práticas orientadas a um fim: as virtudes éticas (justiça, amizade, valor, etc) servem para a realização da ordenação da convivência humana. Já as virtudes “dianoéticas” são intelectuais (sabedoria, prudência), e são princípios fundamentais que regeriam as virtudes éticas (práticas). Vamos trabalhar com o conceito mais abrangente de Moral, como um dos códigos de conduta regradores da convivência humana. 
*
*
IED – 3ª AULA
FRONTEIRAS (LIMITES) DO DIREITO
A ordenação da convivência humana é efetivada
por meio da disciplina do comportamento das pessoas. Nesse sentido, o Direito (estatal)
disciplina todas as condutas humanas, ou só algumas ?
abarca somente a conduta exteriorizada, ou também o que se passa no plano da consciência ? Crime doloso, dano moral, boa-fé: abarcados pelo Direito apenas quando relacionados a uma conduta exteriorizada.
Direito e Moral prescrevem sanções para o descumprimento de seus comandos ? Estas sanções são equivalentes, da mesma natureza ?
As respostas a estas 3 questões vão nos esclarecer as relações entre Direito e Moral.
*
*
IED – 3ª AULA
FRONTEIRAS (LIMITES) DO DIREITO
Teorias:
Do mínimo ético: tudo que é jurídico é moral, mas nem tudo que é moral é jurídico (2 círculos concêntricos, o da Moral englobando integralmente o do Direito);
Dos círculos secantes: uma parte comum à Moral e ao Direito, com outras áreas independentes; 
Dos círculos coincidentes: o campo da Moral e o do Direito são comuns (tudo que é jurídico é moral, e tudo que é moral é jurídico); 
Dos círculos independentes: não há nada em comum entre a Moral e o Direito, trabalham em campos totalmente distintos.
Ótica positivista: esferas distintas, o que pertence ao universo do Direito é aquilo que a autoridade constituída decidiu.
Ótica jusnaturalista: o que é “indiferente” pode ser regrado pelo Direito positivo segundo conveniências que variam no tempo e no espaço (legislação de trânsito, taxas de juros).
*
*
IED – 3ª AULA
FRONTEIRAS (LIMITES) DO DIREITO
Podemos apontar, dentre outras, 2 grandes diferenças: primeiro, a Moral se ocupa tanto do plano da conduta prática quanto do plano da consciência, enquanto o Direito disciplina apenas as condutas exteriorizadas.
Segundo, no mundo moderno há uma distinção importante que caracteriza (qualifica) o Direito: a coercibilidade estatal, a possibilidade do uso da força com vistas ao cumprimento de uma obrigação. A Moral não dispõe deste atributo, que é próprio do Direito, e que será o tema da próxima aula.
Leituras: Reale, capítulos IV e V, p. 33/59;
Montoro, 1ª parte, capítulo 3, p. 83/101.
*
*
IED – 4ª AULA
Coação e sanção estatal
Atributos distintivos do Direito. Predomínio das fontes estatais do Direito. Coação estatal como força organizada em busca do cumprimento do Direito; heteronomia; ordenações não estatais. Sanção jurídica: organização e predeterminação; Estado como ente autorizado ao uso da força; autotutela.
 
Depois de abordar algumas noções introdutórias sobre o universo jurídico, e comparar as 3 grandes ordenações da conduta humana (Direito, Moral, Religião), vamos estudar a característica que mais aparta o Direito das outras ordenações, que é a coercibilidade estatal. Para tanto, vamos esmiuçar as 2 vertentes da atuação do Estado, a Coação e a Sanção.
*
*
IED – 4ª AULA
Coação e sanção estatal
Coercibilidade > Possibilidade do uso da força com vistas ao cumprimento de uma norma jurídica.
COAÇÃO (COERÇÃO): Há autores que tratam os termos como sinônimos, outros preferem uma distinção sutil (coerção como pressão psicológica, coação como pressão material).
 Coação é termo equívoco, e em Direito tem dois sentidos distintos:
1) Violência (física ou psíquica) contra uma pessoa. É um dos vícios que geram a anulação do ato jurídico (CC, arts 151 e ss), o ato é anulável. 
2) Força organizada para o cumprimento obrigatório das normas jurídicas.
 
Estamos estudando COAÇÃO no segundo sentido, como atributo do Direito enquanto poder estatal organizado que dispõe de força para obrigar o cumprimento de seus comandos.
*
*
IED – 4ª AULA
Coação e sanção estatal
 HETERONOMIA > Diz-se que o Direito é heterônomo porque o comando vem “de fora”, não é a própria pessoa que estabelece as regras de conduta, nem a coerção ou a sanção. Em certo sentido também a Moral e a Religião são heterônomas e dispõe de coerção (pressão psicológica) e sanção heterônomas. A diferença é que no plano da Moral e da Religião não se delega ao Estado (ou a qualquer outro ente) o uso da força no caso de descumprimento de preceito.
O Estado é o ente ao qual o Direito delega o uso da força, quando necessário ao cumprimento do preceito legal. É possível afirmar que esta é uma nota distintiva do Direito em relação às outras ordenações da convivência humana, vez que apenas ele dispõe da força estatal.
A coercibilidade do Direito não se restringe apenas ao aspecto intimidativo (possibilidade de sanções punitivas: prisão, execução forçada), mas também se expressa no incentivo ao cumprimento espontâneo dos preceitos legais (vantagens: isenções tributárias).
*
*
IED – 4ª AULA
Coação e sanção estatal
Ordenações não estatais (associações, Igreja, direito esportivo): também dispõe de coercibilidade (possibilidade do uso da força), e portanto de sanções. A diferença parece ser que estas ordenações não estatais estão voltadas a um campo restrito de aplicação (e a pessoa pode fugir da sanção retirando-se daquele meio), e no Direito o campo é mais vasto, do qual em princípio não se pode abdicar. 
*
*
IED – 4ª AULA
Coação e sanção estatal
SANÇÃO: Termo equívoco. Em Direito tem dois sentidos:
1) Fase do procedimento de aprovação de uma lei: sanção é a concordância do chefe do executivo com a nova Lei; ato anterior à promulgação e publicação da nova lei. Se discordar, Presidente pode vetar e este veto vai à apreciação do Congresso Nacional para ser derrubado ou confirmado.
2) Penalidade, castigo. 
Sanções: formas de garantia do cumprimento das normas. Toda norma de conduta (religiosa, moral, jurídica) existe para ser cumprida. Dependendo do tipo da norma, haverá uma modalidade de sanção.
Normas morais: sanção interior (remorso) e exterior (reprovação social). 
Normas religiosas: sanção interior (remorso, arrependimento, sentimento de culpa), e exterior (reprovação da instituição, necessidade de emenda do erro).
Normas jurídicas: sanção estatal, se necessário com uso da força.
*
*
IED – 4ª AULA
Coação e sanção estatal
Sanção é a face real da força no Direito, é a concretização da coercibilidade da norma jurídica. 
Exemplos: norma jurídica prevê pena para prática de crime, responsabilização do autor de um dano, execução forçada do devedor inadimplente, nulidade do ato praticado em desconformidade com a lei. Praticou crime, sanção é uma pena; causou dano sanção é indenização; não pagou dívida sanção é execução forçada; não seguiu as formalidades legais sanção é nulidade do ato. 
A sanção jurídica nunca é na dimensão da consciência, sempre se estabelece no mundo exteriorizado (privação da liberdade, execução forçada patrimonial, anulação de ato jurídico, restrição de um direito). Isto confirma a máxima de que o Direito só atua no mundo dos comportamentos exteriorizados, a despeito de certas normas jurídicas adentrarem o plano da consciência: crime doloso (com intenção de produzir o resultado), dano moral (reparação pelo sofrimento causado a outrem), boa-fé (princípio contratual, exigida no usucapião ordinário, intenção reta, ignorância dos eventuais vícios), posse ad usucapionem (com intenção de dono). PRESUNÇÃO: Suposição que se tem por verdadeira, baseada no conjunto dos fatos provados ou em indícios substanciais. 
*
*
IED – 4ª AULA
Coação e sanção estatal
PRESUNÇÃO JURÍDICA (LEGAL): Absoluta (juris et de jure – “Na união estável, vigente o regime da comunhão parcial, há presunção absoluta de que os bens adquiridos onerosamente na constância da união são resultado do esforço comum dos conviventes.”) ou relativa (juris tantum – presunção de inocência), que admite prova em contrário. Presunção de violência em estupro de menor de 14 anos, absoluta ou relativa ????
PREDETERMINAÇÃO DA SANÇÃO > Normas jurídicas: sanção predeterminadamente organizada. O Estado é o ente que produz a hipótese de sanção (comando legal), e aquele que aplica a sanção jurídica (averiguação, jurisdição, execução). A sanção jurídica é determinada de antemão, e a própria existência do Poder
Judiciário atesta a predeterminação da sanção jurídica (quem infringir uma norma jurídica sabe antecipadamente que o lesado pode acionar a justiça em busca da devida reparação). 
Apenas a sanção jurídica é predeterminada ? Parece que também a sanção no campo da Moral e da Religião é conhecida de antemão. A diferença é que nestas ordenações não há sanção estatal, que só existirá para a Moral e para a Religião na medida que o ilícito for concomitantemente jurídico. Ex: homicídio é ilícito moral e religioso, mas só recebe sanção estatal porque configura ofensa ao ordenamento jurídico.
*
*
IED – 4ª AULA
Coação e sanção estatal
Competência > O Estado como poder organizado não se constitui de forma unitária, mas é composto de vários entes e órgãos. A predeterminação inclui tanto o órgão que pode produzir a norma sancionadora, quanto o ente que tem poder para processar e para aplicar a sanção em concreto. Ex: homicídio doloso cometido em Sorocaba. A norma foi elaborada pelo ente competente (crime é da alçada do legislativo da União), e a sanção será aplicada pela Justiça estadual de Sorocaba (local do fato), após julgamento pelo Júri popular, com eventual recurso para o TJ/SP. 
Ordenações não estatais (associações, Igreja, direito esportivo): também dispõe de coercibilidade (exercício da força), e portanto de sanções. A diferença parece ser que nestas há um campo restrito (e a pessoa pode fugir da sanção retirando-se do meio), e no Direito o campo é mais vasto (do qual em regra não se pode abdicar).
*
*
IED – 4ª AULA
Coação e sanção estatal
Estado é o ente autorizado a usar a força para aplicação da sanção: quem tira a liberdade do criminoso, quem retira do patrimônio do devedor bens suficientes para saldar a dívida, quem declara a nulidade do ato (e impede que ele produza efeitos válidos). Estado se sobrepõe aos indivíduos na aplicação da sanção.
Autotutela: Exceção à regra de que apenas o Estado pode se valer da força para o cumprimento de preceito legal. Nestes casos, o próprio Direito autoriza o ofendido a proteger seus interesses, se necessário com o uso da força. Exemplos: legítima defesa no campo criminal; desforço imediato no caso de ataque à posse.
No âmbito supranacional, há outros entes além do Estado que dispõe de coercibilidade, ou seja, podem aplicar sanções no caso de descumprimento de suas regras. Ex: ONU, Mercosul, União Européia, OMC, outros entes internacionais. 
*
*
IED – 4ª AULA
Coação e sanção estatal
Leituras: Reale, capítulo VII, p. 69/80.
*
*
IED – 5ª AULA
LINDB (LICC)
DECRETO-LEI Nº 4.657, DE 4 DE SETEMBRO DE 1942.
 Lei de Introdução ao Código Civil Brasileiro – Ementa revogada pela Lei 12.376, de 30/12/10, que passou a ter a seguinte redação: Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro.
LEI Nº 12.376, DE 30 DE DEZEMBRO DE 2010.
 Altera a ementa do Decreto-Lei no 4.657, de 4 de setembro de 1942.
 O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: 
 Art. 1o  Esta Lei altera a ementa do Decreto-Lei no 4.657, de 4 de setembro de 1942, ampliando o seu campo de aplicação. 
 Art. 2o  A ementa do Decreto-Lei no 4.657, de 4 de setembro de 1942, passa a vigorar com a seguinte redação: 
 “Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro.” 
 Art. 3o  Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. 
 Brasília,  30  de dezembro de 2010; 189o da Independência e 122o da República. 
 LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA Luiz Paulo Teles Ferreira Barreto
 
*
*
IED – 5ª AULA
LINDB (LICC)
O Presidente da República, usando da atribuição que lhe confere o artigo 180 da Constituição, decreta:
 Art. 1o  Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada.
 § 1o  Nos Estados estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia três meses depois de oficialmente publicada. (Vide Lei 2.145, de 1953)
*
*
IED – 5ª AULA
LINDB (LICC)
 § 2o  A vigência das leis, que os Governos Estaduais elaborem por autorização do Governo Federal, depende da aprovação deste e começa no prazo que a legislação estadual fixar. (Revogado pela Lei nº 12.036, de 2009).
 § 3o  Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada a correção, o prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores começará a correr da nova publicação.
 § 4o  As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova.      
*
*
IED – 5ª AULA
LINDB (LICC)
 Art. 2o  Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue. (CPMF, DRU, Lei orçamentária)
 § 1o  A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior. (revogação por norma de hierarquia igual ou superior; ab-rogação:total; derrogação:parcial; judiciário declara inconstitucionalidade ou não recepção da lei)
 § 2o  A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior.
 § 3o  Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência. (repristinação)
*
*
IED – 5ª AULA
LINDB (LICC)
 Art. 3o  Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece.
 Art. 4o  Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito. (CPC, art 335, das provas: Em falta de normas jurídicas particulares, o juiz aplicará as regras de experiência comum subministradas pela observação do que ordinariamente acontece e ainda as regras da experiência técnica, ressalvado, quanto a esta, o exame pericial.)
 Art. 5o  Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum.
*
*
IED – 5ª AULA
LINDB (LICC)
 Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. (Redação dada pela Lei nº 3.238, de 1º.8.1957) (CF/88, art 5º, XXXVI: a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada; XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal; XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; a regra é a irretroatividade, mas a lei penal retroage para beneficiar o réu; período de transição, NCC, art 2028, redução prazo de usucapião)
 
*
*
IED – 5ª AULA
LINDB (LICC)
 § 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou. (Parágrafo incluído pela Lei nº 3.238, de 1º.8.1957) (contratos)
 § 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por ele, possa exercer, como aqueles cujo começo do exercício tenha termo pré-fixo, ou condição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem. (Parágrafo incluído pela Lei nº 3.238, de 1º.8.1957) (aposentadoria)
 § 3º Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba recurso. (Parágrafo incluído pela Lei nº 3.238, de 1º.8.1957) 
*
*
IED – 5ª AULA
LINDB (LICC)
Leitura: Franco Montoro, “Introdução à ciência do Direito”, 3a parte, capítulo 13.
*
*
IED – 8ª AULA 
Ordenamento e sistema jurídico
NOÇÃO DE ORDENAMENTO JURÍDICO. 
O DIREITO COMO UM TODO ORDENADO. 
NOÇÃO DE SISTEMA E SUA APLICAÇÃO NO MUNDO JURÍDICO. 
NOÇÃO DE REGIME JURÍDICO.
TEORIAS DO NORBERTO BOBBIO E DO TERCIO SAMPAIO FERRAZ JR.
*
*
IED – 8ª AULA 
Ordenamento e sistema jurídico
Noção introdutória: Ordenamento jurídico é o conjunto de elementos, representado pelas normas jurídicas. 
Mas não um simples amontoado de elementos; envolve a idéia de ORDEM, de várias partes harmonicamente ordenadas, de um todo lógico e coerente.
 Porém, não basta conhecer apenas o conjunto das normas, é preciso saber relaciona-las, estabelecer qual o tipo de coordenação
existe entre as normas.
O estudo do ordenamento jurídico busca, em última instância, a validade da norma; normas não são válidas em si, dependem do contexto (relação das normas com as demais normas), e assim a validade de uma norma depende do ordenamento no qual está inserida.
	Sala de aula: simples junção dos materiais pode ser um depósito; disposição dos elementos é que indica a sala de aula. 
*
*
IED – 8ª AULA 
Ordenamento e sistema jurídico
ORDENAMENTO JURÍDICO 
ELEMENTOS + RELAÇÕES = SISTEMA JURÍDICO. 
O Sistema jurídico é um complexo composto pelas normas e pelas relações que se estabelecem entre elas.
ELEMENTOS (repertório): NORMAS JURÍDICAS
LEGISLAÇÃO
JURISPRUDÊNCIA
COSTUMES
CONTRATOS
RELAÇÕES (estrutura): Coordenação entre os elementos – hierarquia, norma-princípio e norma-regra, lex posterior, lex specialis, competência (legislativa, administrativa, judicial), norma geral na competência legislativa concorrente (Direito Urbanístico), Súmulas dos Tribunais, etc.
*
*
IED – 8ª AULA 
Ordenamento e sistema jurídico
REGIMES JURÍDICOS: são sub-sistemas do Ordenamento Jurídico (Sistema Constitucional, Tributário, Penal, Civil, Consumidor, Ambiental, etc.).
Um fato, 3 efeitos jurídicos distintos (batida de carro: responsabilidade penal, civil-reparação do dano, administrativa-multa)
 Um contrato de compra e venda de veículo, dependendo do objeto e das pessoas envolvidas, gera 3 situações jurídicas distintas: comercial (fábrica para concessionária), consumidor (concessionária-fornecedora para consumidor final) ou civil (carro usado, de particular para particular).
Incidência do IPTU: CTN estabelece requisitos para tributação (sistema tributário), mas quem define zona urbana é o município (sistema urbanístico).
Leituras: 
 - Tercio Sampaio Ferraz Jr., “Introdução ao estudo do direito”, Norma e ordenamento (4.3.1), p. 174/181.
Norberto Bobbio, “Teoria do ordenamento jurídico”.
*
*
Outros exemplos de normas jurídicas com caráter de incentivo ao cumprimento espontâneo dos preceitos legais: 
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Outros materiais