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INSTALAÇÕES PREDIAIS PROF: MICHEL HADDAD ENGº CIVIL, DR INSTALAÇÕES DE ÁGUA FRIA Definição Corresponde ao conjunto de tubulações, conexões e acessórios que permitem levar a água da rede pública até os pontos de consumo ou utilização dentro da edificação. Sistemas de Abastecimento Sistema direto - todos os aparelhos e torneiras são alimentados diretamente pela rede pública. Vantagens Água de melhor qualidade devido a presença de cloro residual na rede de distribuição Maior pressão disponível devido a pressão mínima de projeto em redes de distribuição pública ser da ordem de 15 m.c.a. Menor custo da instalação, não havendo necessidade de reservatórios, bombas, registros de bóia, etc. Desvantagens Falta de água no caso de interrupção no sistema de abastecimento ou de distribuição; Grandes variações de pressão ao longo do dia devido aos picos de maior ou de menor consumo na rede pública; Pressões elevadas em prédios situados nos pontos baixos da cidade; Limitação da vazão, não havendo a possibilidade de instalação de válvulas de descarga devido ao pequeno diâmetro das ligações domiciliares empregadas pelos serviços de abastecimento público; Possíveis golpes de aríete; Maior consumo (maior pressão); Sistema indireto comum - todos os aparelhos e torneiras são alimentados por um reservatório superior do prédio, o qual é alimentado diretamente pela rede pública, caso haja pressão suficiente na rede. Vantagens dos Sistemas de Distribuição Indireta Fornecimento de água de forma contínua, pois em caso de interrupções no fornecimento, tem-se um volume de água assegurado no reservatório; Pequenas variações de pressão nos aparelhos ao longo do dia; Permite a instalação de válvula de descarga; Golpe de aríete desprezível; Menor consumo que no sistema de abastecimento direto. Desvantagens Possível contaminação da água reservada devido à deposição de lodo no fundo dos reservatórios e à introdução de materiais indesejáveis nos mesmos; Menores pressões, no caso da impossibilidade da elevação do reservatório; Maior custo da instalação devido a necessidade de reservatórios, registros de bóia e outros acessórios. Misto – parte pela rede pública e parte pelo reservatório superior o que é mais comum em residências, por exemplo, a água para a torneira do jardim direto da rede pública. Sistema hidro-pneumático – é constituído por uma bomba centrífuga, um injetor de ar e um tanque de pressão. Além desses componentes principais, o sistema é automatizado por meio do uso de um pressostato. Sistema indireto com bombeamento - todos os aparelhos e torneiras são alimentados por um reservatório superior do prédio, o qual é por meio de recalque, a partir de um reservatório inferior. Componentes de um sistema indireto com bombeamento. _ Sub-ramal- canalização que liga o ramal á peça de utilização. _ Ramal – canalização derivada da coluna de distribuição e destinada a alimentar os sub-ramais. _ Coluna de distribuição- canalização vertical derivada do barrilete ou colar e destinada a alimentar os ramais. _ Colar ou barrilete – canalização horizontal derivada do reservatório e destinada a alimentar as colunas de distribuição. _ Ramal predial – canalização que conduz a agua da rede pública para o imóvel. _ Reservatórios de água inferior(cisterna) e superior Tipos de reservatórios Alvenaria Metálico Fibrocimento PVC PVC reforçado com fibras Concreto armado Dimensionamento de Reservatórios Consumo diário Para se estimar o consumo diário de água é necessário que se conheça a quantidade de pessoas que ocupará a edificação. Para o setor residencial, Creder (1995) recomenda que se considere cada quarto social ocupado por duas pessoas e cada quarto de serviço, por uma pessoa. Para prédios públicos ou comerciais, pode-se considerar as taxas de ocupação apresentadas na Tabela. TIPO DE USO TAXA DE OCUPAÇÃO Bancos Uma pessoa por 5,00 m 2 de área Escritórios Uma pessoa por 6,00 m 2 de área Pavimentos térreos Uma pessoa por 2,50 m 2 de área Lojas (pavimentos superiores) Uma pessoa por 5,00 m 2 de área Museus e bibliotecas Uma pessoa por 5,50 m 2 de área Salas de hotéis Uma pessoa por 5,50 m 2 de área Restaurantes Uma pessoa por 1,40 m 2 de área Salas de operação (hospital) Oito pessoas Teatros, cinemas e auditórios Uma cadeira para cada 0,70 m 2 de área Conhecida a população do prédio, pode-se calcular o consumo de água. Os Serviços de Abastecimento Municipais costumam fornecer recomendações de consumo para edificações. Para efeitos didáticos, pode-se utilizar os dados apresentados na Tabela a seguir. Capacidade dos reservatórios A NBR 5626:1998 estabelece que o volume de água reservado para uso doméstico deve ser, no mínimo, o necessário para atender 24 horas de consumo normal do edifício, sem considerar o volume de água para a reserva técnica de combate a incêndio. Em virtude das deficiências no abastecimento público de água em praticamente todo o país, Creder (1995) recomenda que se adote reservatórios com capacidade suficiente para dois dias de consumo sendo que o reservatório inferior armazena 60% e o superior 40% do consumo. Na prática, para evitar problemas decorrentes das deficiências no abastecimento público de água, adota-se reserva de 1 a 3 dias de consumo. Exemplo: Determinar as capacidades dos reservatórios superior e inferior de um edifício com 12 pavimentos que tenha 2 apartamentos cada pavimento. Cada apartamento tem 3 dormitórios e 1 quarto de empregada. Prever 10000 litros para reserva técnica de incêndio. 2ª Aula Dimensionamento do conjunto elevatório Uma instalação elevatória consiste no bombeamento de água de um reservatório inferior para um reservatório superior ou para um reservatório hidropneumático. Sistema de Recalque é o conjunto constituído pelas canalizações e pelos meios mecânicos de elevação. Suas partes principais são: a)Tubulação de Sucção b)Conjunto moto-bomba c)Tubulação de recalque. O reservatório inferior deve ter uma área conveniente para serem alojados dois conjuntos moto- bomba. Cada conjunto motor-bomba deve ser independente, para funcionar separadamente. Entretanto a tubulação de recalque para o reservatório superior deverá ser única. Isto por que o reservatório já aloja vários tubos evitando a possibilidade de vazamentos. A queda d´água no reservatório superior é controlada por uma torneira de bóia, que desliga automaticamente o conjunto moto-bomba. Pela NBR 5626, a vazão de recalque deverá ser igual ou maior que 15% do consumo diário, ou seja, o conjunto elevatório funcionará no máximo 6,66 horas por dia, dependendo do tipo de edifício. Recomenda-se adotar: 4 horas de funcionamento para prédios de escritórios e comerciais. 4 à 5 horas de funcionamento para prédios de apartamentos. 6 horas de funcionamento para hospitais e hotéis. No caso de um prédio residencial, por exemplo, se a bomba funcionar 4,5 horas por dia, em cada hora ela elevará 22,22% do Cd, em 4,5 horas ela terá elevado os 100% do Cd, necessário para o consumo do dia. As instalações elevatórias devem possuir no mínimo duas moto-bombas independentes para garantir o abastecimento de água no caso de falha de uma das unidades. DIMENSIONAMENTO DO CONJUNTO ELEVATÓRIO Vazãode Recalque ou vazão a ser bombeada: Onde: QR Vazão de recalque Cd =consumo diário em m³ T = tempo de funcionamento em horas (4 a 6 horas) Diâmetro da Tubulação de Recalque: Fórmula de ForchHeimer-Bresse Dr = k . X 1/4 . QR 1/2 Onde: DR = diâmetro da tubulação de recalque (metros) K = coeficiente de Bresse (0,75 e 1,40), normalmente no Brasil adota-se k=1,30. X = T/24 sendo T o tempo de funcionamento da bomba em horas QR = vazão de recalque em m³/s Diâmetro da Tubulação de Sucção (Ds) Determinado o DR , adota-se o Ds comercial imediatamente superior a DR Diâmetro dos Extravasores Os extravasores, tanto do reservatório superior quanto do inferior, não precisam ser dimensionados. Deve-se adotar um diâmetro comercial imediatamente superior ao diâmetro da tubulação de recalque Potência da moto-bomba A potência da moto-bomba é determinada através da equação (para elevação de água) P = QR Hman 75R Onde: P = potência necessária para a moto-bomba (CV) QR = vazão de recalque (litros/s) Hman = altura manométrica dinâmica (m) R = rendimento da moto-bomba, adota-se 0,65 (65%) Altura Manométrica (Hm) É a altura a ser vencida quando o sistema está em operação. Isto é, a soma da altura geométrica + perdas de carga totais na sucção + perdas de carga totais no recalque. Hm = Hg + Hs + Hr Hr – perda de carga total no recalque Hs – perda de carga total na sucção Altura Geométrica (Hg): Denomina-se altura geométrica (Hg) ou estática, a altura de elevação ou desnível entre os reservatórios inferior (nível mínimo) e o reservatório superior (nível máximo). A altura geométrica de elevação pode ser dividida em duas parcelas: altura estática de sucção (Hs) e altura estática de recalque(Hr). Hg= Hgs + Hgr Hgs= Distância vertical do nível de água no reservatório inferior (10 cm acima da válvula de pé) ao eixo da bomba (entrada de água). Hgr=Distância vertical do eixo da bomba ao ponto de descarga do recalque. A altura geométrica pode ser calculada da seguinte forma: Hg = altura do reservatório inferior + altura do pé direito x Nº de pavimentos + espaço para o barrilete + altura do reservatório superior. PERDA DE CARGA NAS TUBULAÇÕES Atrito exercido na parede interna do tubo quando da passagem do fluído pelo seu interior. É mensurada obtendo-se, através de coeficientes, um valor percentual sobre o comprimento total da tubulação, em função do diâmetro interno da tubulação e da vazão desejada. As perdas de carga classificam-se em: CONTÍNUAS: Causadas pelo movimento da água ao longo da tubulação. É uniforme em qualquer trecho da tubulação (desde que de mesmo diâmetro), independente da posição do mesmo. (Ábacos) LOCALIZADAS: Causadas pelo movimento da água nas paredes internas e emendas das conexões e acessórios da instalação, sendo maiores quando localizadas nos pontos de mudança de direção do fluxo. Estas perdas não são uniformes, mesmo que as conexões e acessórios possuam o mesmo diâmetro. Atrito exercido na parede interna das conexões, registros, válvulas, dentre outros, quando da passagem do fluído. É mensurada obtendo-se, através de coeficientes, um comprimento equivalente em metros de tubulação, definido em função do diâmetro nominal e do material da conexão. FATORES QUE INFLUENCIAM NAS PERDAS DE CARGA: A. Natureza do fluído escoado (peso específico, viscosidade): Como as bombas em geral, são fabricadas basicamente para o bombeamento de água, cujo peso específico é de 1.000 Kgf/m3, não há necessidade de agregar fatores ao cálculo de perdas de carga, em se tratando desta aplicação; B. Material empregado na fabricação dos tubos e conexões (PVC, ferro) e tempo de uso: Comercialmente, os tubos e conexões mais utilizados são os de PVC e Ferro Galvanizado, cujas diferenças de fabricação e acabamento interno (rugosidade e área livre) são bem caracterizadas, razão pela qual apresentam coeficientes de perdas diferentes. Cálculo da Perda de Carga Perda de carga em conexões – comprimento equivalente para tubos lisos (PVC rígido ou cobre) Diâmetro Conexão mm pol 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 20 1/2 1,2 0,5 0,5 0,3 0,8 2,4 2,4 0,4 1,0 0,9 9,5 2,7 4,1 11,4 0,2 6,1 25 ¾ 1,5 0,7 0,6 0,4 0,9 3,1 3,1 0,5 1,2 1,3 13,3 3,8 5,8 15,0 0,3 8,4 32 1 2,0 1,0 0,7 0,5 1,5 4,6 4,6 0,6 1,8 1,4 15,5 4,9 7,4 22,0 0,4 10,5 40 1¼ 3,2 1,3 1,2 0,6 2,2 7,3 7,3 1,0 2,3 3,2 18,3 6,8 9,1 35,8 0,7 17,0 50 1½ 3,4 1,5 1,3 0,7 2,3 7,6 7,6 1,5 2,8 3,3 23,7 7,1 10,8 37,9 0,8 18,5 60 2 3,7 1,7 1,4 0,8 2,4 7,8 7,8 1,6 3,3 3,5 25,0 8,2 12,5 38,0 0,9 19,0 75 2½ 3,9 1,8 1,5 0,9 2,5 8,0 8,0 2,0 3,7 3,7 26,8 9,3 14,2 40,0 0,9 20,0 85 3 4,3 1,9 1,6 1,0 2,6 8,3 8,3 2,2 4,0 3,9 28,6 10,4 16,0 42,3 1,0 22,1 110 4 4,9 2,4 1,9 1,1 3,3 10,0 10,0 2,5 5,0 4,9 37,4 12,5 19,2 50,9 1,1 26,2 135 5 5,4 2,6 2,1 1,2 3,8 11,1 11,1 2,8 5,6 5,5 43,4 13,9 21,4 56,7 1,2 28,9 1 Joelho 90 o 7 Tê de saída bilateral 13 Válvula de retenção tipo pesado 2 Joelho 45 o 8 Entrada normal 14 Registro de globo aberto 3 Curva 90 o 9 Entrada de borda 15 Registro de gaveta aberto 4 Curva 45 o 10 Saída de canalização 16 Registro de ângulo aberto 5 Tê de passagem direta 11 Válvula de pé e crivo 6 Tê de saída de lado 12 Válvula de retenção tipo leve Exemplo: Dimensionar o conjunto elevatório e os extravasores para a instalação abaixo sabendo-se que a mesma atende um hotel cujo consumo de água tratada é de 40000 litros por dia. DETALHES CONSTRUTIVOS DE RESERVATÓRIOS DE CONCRETO É recomendável posicionar os flanges (figura) de entrada e saída antes da concretagem, evitando perfurar o concreto para isto, devido ao surgimento de fissuras que irão vazar. 3ª Aula DIMENSIONAMENTO DA TUBULAÇÃO Para se garantir a suficiência do abastecimento de água, deve-se determinar a vazão em cada trecho da tubulação corretamente. Isso pode ser feito através de dois critérios: o do consumo máximo possível e o do consumo máximo provável. Critério do consumo máximo possível Este critério se baseia na hipótese que os diversos aparelhos servidos pelo ramal sejam utilizados simultaneamente. O uso simultâneo ocorre em geral em edificações coletivas como fábricas, escolas, quartéis, instalações esportivas etc. Esse critério aplica-se, também, para residências onde apenas um ramal alimenta as peças dos banheiros, cozinha e área de serviço, pois é possível que a descarga do vaso sanitário, a pia da cozinha e o tanque funcionem ao mesmo tempo. O dimensionamento é feito através do Método das Seções Equivalentes, que consiste em expressar o diâmetro de cada trecho da tubulação em função da vazão equivalente obtida com diâmetros de 20mm (1/2 polegada). A Tabela apresenta os diâmetros nominais mínimos dos sub-ramais de alimentação para diferentes aparelhos. Aparelho Diâmetro mm polegadas Aquecedor de baixa pressão 25 ¾ Aquecedor de alta pressão 20 ½ Vaso sanitário com caixa de descarga 20 ½ Vaso sanitário com válvula de descarga 40/50 1¼ / 1 ½ Banheira 20 ½ Bebedouro 20 ½ Bidê 20 ½ Chuveiro 20 ½ Filtro de pressão 20 ½ Lavatório 20 ½ Máquina de lavar roupa 25 ¾ Máquina de lavar louça 25 ¾ Mictório auto-aspirante 32 1 Mictório de descarga descontínua 20 ½ Pia de despejo 25 ¾ Pia de cozinha20 ½ Tanque de lavar roupa 25 ¾ Torneira de jardim 25 ¾ A Tabela seguinte apresenta os diâmetros equivalentes para aplicação deste critério. N° de tubos de ½” Ø tubo com igual capacidade 1,0 ½” 2,9 ¾” 6,2 1” 10,9 1 ¼” 17,4 1 ½” 37,8 2” 65,5 2 ½” 110,5 3” Como exemplo da aplicação deste Método, seguem a planta baixa e a isométrica de um banheiro, onde os diâmetros e as peças são detalhadas, elaborando-se a lista de materiais necessários a esta instalação. Nº descrição quantidade und 1 Tê de redução 90° soldável 50 x 25 mm 1 pç 2 Adaptador soldável curto com bolsa e rosca para registro 25mm x ¾” 2 pç 3 Joelho 90° soldável 25 mm 1 pç 4 Tê 90° soldável 25 mm 1 pç 5 Tê 90° soldável 25 mm 1 pç 6 Adaptador soldável curto com bolsa e rosca para registro 25 mm x ¾” 1 pç 7 Tê 90° soldável 25 mm 1 pç 8 Luva soldável e com rosca 25 mm x ¾” 1 pç 9 Joelho 90° soldável 25 mm 1 pç 10 Joelho 90° soldável e com bucha de latão 25 mm x ¾” 2 pç 11 Joelho de redução 90° soldável e com bucha de latão 25 mm x ½” 2 pç 12 Joelho de redução 90° soldável e com bucha de latão 25 mm x ½” 2 pç 13 Registro de gaveta ¾” 1 pç 14 Registro de pressão para chuveiro ¾” 1 pç 15 Tubo soldável de 20 mm m 16 Tubo soldável de 25 mm m 17 Adesivo, lixa, solução limpadora, estopa pç Critério do consumo máximo provável Este critério se baseia na hipótese de que o uso simultâneo dos aparelhos de um mesmo ramal é pouco provável e na probabilidade do uso simultâneo diminuir com o aumento do número de aparelhos. Resulta, desta forma, num custo menor para executar a instalação pois conduz a diâmetros menores do que pelo critério anterior, Dentre os métodos disponíveis para a determinação dos diâmetros das tubulações através desse critério, o recomendado pela NBR 5626:1998 é o Método da Soma dos Pesos. Este método, aplicado para o dimensionamento de ramais e colunas de alimentação, é baseado na probabilidade de uso simultâneo dos aparelhos e peças. O método da soma dos pesos consiste nas seguintes etapas: 1º Verificar o peso relativo de cada aparelho sanitário conforme indicado na Tabela; Aparelho sanitário Peça de utilização Vazão de projeto (l/s) Peso relativo Bacia sanitária Caixa de descarga 0,15 0,3 Bacia sanitária Válvula de descarga 1,70 32 Banheira Misturador (água fria) 0,30 1,0 Bebedouro Registro de pressão 0,10 0,1 Bidê Misturador (água fria) 0,10 0,1 Chuveiro ou ducha Misturador (água fria) 0,20 0,4 Chuveiro elétrico Registro de pressão 0,10 0,1 Lavadora de pratos Registro de pressão 0,30 1,0 Lavadora de roupas Registro de pressão 0,30 1,0 Lavatório Torneira ou misturador (água fria) 0,15 0,3 Mictório cerâmico com sifão integrado Válvula de descarga 0,50 2,8 Mictório cerâmico sem sifão integrado Caixa de descarga, registro de pressão ou válvula de descarga para mictório 0,15 0,3 Mictório tipo calha Caixa de descarga ou registro de pressão 0,15 por metro de calha 0,3 Pia Torneira ou misturador (água fria) 0,25 0,7 Pia Torneira elétrica 0,10 0,1 Tanque Torneira 0,25 0,7 Torneira de jardim ou lavagem em geral Torneira 0,20 0,4 2º Somar os pesos dos aparelhos alimentados em cada trecho de tubulação; 3º Calcular a vazão em cada trecho da tubulação através da equação Q = 0,3 (∑ P )1/2 ou através do ábaco; 4º Determinar o diâmetro de cada trecho da tubulação através do ábaco; Ábaco de Fair-Whipple-Hsiao para determinação da vazão e do diâmetro em função dos pesos 5º Verificar se a velocidade atende ao limite estabelecido por norma. O ruído proveniente de tubulação é gerado quando suas paredes sofrem vibração pela ação do escoamento da água. O ruído de escoamento não é significativo para velocidade média da água inferior a 3,0m/s. Portanto, a NBR 5626:1998 recomenda que as tubulações sejam dimensionadas de modo que a velocidade tenha valores inferiores a 3m/s em nenhum trecho da tubulação. Deste modo, adota-se o valor para velocidade máxima de 2,5 m/s, a favor do conforto da instalação e durabilidade da tubulação. Conhecendo-se o diâmetro e a vazão da tubulação, a velocidade pode ser calculada através da equação: V = Q/A Onde: V = velocidade da água (m/s); Q = vazão (m 3 /s); A = área da seção transversal da tubulação (m 2 ) Sendo a área de uma seção circular calculada por πr 2 e que 1m 3 contém 1000 litros, a equação pode ser reescrita na seguinte forma: V = 4000 Q / (π D 2 ) Onde: V = velocidade da água (m/s); Q = vazão (litros/s); D = diâmetro da tubulação (mm); 6º Verificar a perda de carga. A perda de carga deve ser verificada nos tubos e também nas conexões. a) Nos tubos Para determinação da perda de carga em tubos, a NBR 5626:1998 estabelece que podem ser utilizadas as expressões de Fair-Whipple-Hsiao. No caso de tubos lisos (plástico, cobre), utiliza-se a equação J = 8,69 10 5 Q 1,75 D -4,75 Onde: J é a perda de carga unitária (mca/m); Q é a vazão estimada na seção considerada (litros/s); D é o diâmetro interno do tubo (mm). Observação: Tanto a velocidade quanto a perda de carga nas tubulações podem ser determinadas através da utilização do ábaco de Fair-Whipple-Hsiao, mostrado adiante. Ábaco de Fair-Whipple-Hsiao para cálculo de velocidade e perda de carga em tubos lisos b) Nas conexões A perda de carga nas conexões que ligam os tubos, formando as tubulações, deve ser expressa em termos de comprimento equivalente desses tubos. A NBR 5626:1998 estabelece que quando for impraticável prever os tipos e números de conexões a serem utilizadas, um procedimento alternativo consiste em estimar uma porcentagem do comprimento real da tubulação como o comprimento equivalente necessário para cobrir as perdas de carga em todas as conexões. Essa porcentagem varia de 10% a 40% do comprimento real, dependendo da complexidade de desenho da tubulação, sendo que o valor utilizado depende da experiência do projetista. 7º Verificar se a pressão se situa dentro dos limites estabelecidos por norma. A NBR 5626:1998 estabelece que a pressão estática (quando não há escoamento) em qualquer ponto de utilização da rede predial de distribuição seja inferior a 400kPa (40mca) para proteger a tubulação contra pressão e golpe de aríete. Com relação à pressão dinâmica (com escoamento), a NBR 5626:1998 estabelece que seja superior a 5kPa (0,5mca). A Tabela apresenta as pressões dinâmicas mínimas para as peças de utilização conforme recomendações da NBR 5626:1998. Aparelho sanitário Peça de utilização Pressão dinâmica mínima (kPa)/mca Bacia sanitária Caixa de descarga 5 / 0,5 Bacia sanitária Válvula de descarga 15 /1,5 Banheira Misturador (água fria) 10 /1,0 Bebedouro Registro de pressão 10 /1,0 Bidê Misturador (água fria) 10 /1,0 Chuveiro ou ducha Misturador (água fria) 10 /1,0 Chuveiro elétrico Registro de pressão 10 /1,0 Lavadora de pratos Registro de pressão 10 /1,0 Lavadora de roupas Registro de pressão 10 /1,0 Lavatório Torneira ou misturador (água fria) 10 /1,0 Mictório cerâmico com sifão integrado Válvula de descarga 10 /1,0 Mictório cerâmico sem sifão integrado Caixa de descarga, registro de pressão ou válvula de descarga para mictório 10 /1,0 Mictório tipo calha Caixa de descarga ou registro de pressão 10 /1,0 Pia Torneira ou misturador (água fria) 10 /1,0 Pia Torneira elétrica 10 /1,0 Tanque Torneira 10 /1,0 Torneirade jardim ou lavagem em geral Torneira 10 /1,0 Procedimento de cálculo: Para facilitar e organizar o cálculo, utiliza-se a tabela abaixo que estabelece a sequência anteriormente demonstrada. Coluna (1): Indica-se a coluna que está sendo dimensionada; Coluna (2): Indica-se os pavimentos (do último ao primeiro); Coluna (3): Indica-se o trecho que está sendo dimensionado; Coluna (4): Indica-se o peso de cada banheiro; Coluna (5): É a soma acumulada dos pesos nos diversos trechos de baixo para cima; Coluna (6): Em função do somatório dos pesos em cada trecho, determina-se a vazão correspondente através da equação ou do ábaco; Coluna (7): Em função do somatório dos pesos em cada trecho, determina-se o diâmetro correspondente através do ábaco da Figura; Coluna (8): Em função da vazão e do diâmetro de cada trecho, determina-se a velocidade correspondente através da equação ou do ábaco; Coluna (9): Indica-se o comprimento de cada trecho da tubulação (dado de projeto); Coluna (10): Indica-se o comprimento equivalente das conexões em cada trecho Coluna (11): É a soma das colunas 9 e 10; Coluna (12): Em função da vazão e do diâmetro de cada trecho, determina-se a perda de carga correspondente através da equação ou do ábaco; Coluna (13): É a multiplicação dos valores das colunas 11 e 12; Coluna (14): É a pressão disponível no trecho mais o desnível entre o início e o final do trecho menos a perda de carga no trecho Coluna Pvto. Trecho Pesos Vazão (litros/s) Diâmetro (mm) Velocidade (m/s) Comprimento (m) Perda de carga (mca/m) Pressão (mca) Simples Acum. Real Equiv. Total Unit. Total (1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) (8) (9) (10) (11) (12) (13) (14) 4ª Aula Exercício: Utilizando o Método dos Pesos, dimensionar a coluna de água fria AF1 em PVC soldável, que alimenta os banheiros do apartamento do exemplo anterior, num prédio de 5 pavimentos. A altura geométrica até a derivação do último pavimento é de 5,5 m e o comprimento horizontal da tubulação é de 5,0 m. Considerar o vaso com válvula de descarga. PAV PESO ∑ PESOS Q (l/s) D (mm) V(m/s) J(m/m) 1º - somar o peso em cada ramal 2º - totalizar os pesos na coluna 3º - encontrar a vazão e o diâmetro em cada trecho (1º ábaco) 4º - encontrar a velocidade e a perda de carga unitária em cada trecho (2º ábaco) 5º - verificar se a velocidade é maior que 3,0 m/s 6º - caso positivo, escolher diâmetro superior(ábaco) 7º - verificar a pressão e vazão no ponto mais crítico 8º - verificar velocidade nos demais pontos EXEMPLO DE ESQUEMA VERTICAL 5ª Aula Exercício: Utilizando o Método dos Pesos, dimensionar a coluna de água fria AF1 em PVC soldável, que alimenta os banheiros do apartamento do exemplo anterior, num prédio de 10 pavimentos. A altura geométrica até a derivação do último pavimento é de 5,5 m e o comprimento horizontal da tubulação é de 5,0 m. Considerar o vaso com válvula de descarga. PAV PESO ∑ PESOS Q (l/s) D (mm) V(m/s) J(m/m) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 SEQUENCIA 1º - somar o peso em cada ramal 2º - totalizar os pesos na coluna 3º - encontrar a vazão e o diâmetro em cada trecho (1º ábaco) 4º - encontrar a velocidade e a perda de carga unitária em cada trecho (2º ábaco) 5º - verificar se a velocidade é maior que 3,0 m/s 6º - caso positivo, escolher diâmetro superior(ábaco) 7º - verificar a pressão e vazão no ponto mais crítico 8º - verificar velocidade nos demais pontos 6ª AULA BARRILETE OU COLAR DE DISTRIBUIÇÃO Trata-se de uma tubulação ligando as duas seções do reservatório superior, e da qual partem as derivações correspondentes às diversas colunas de alimentação. O barrilete é a solução que adota para se limitarem as ligações ao reservatório. O traçado barrilete depende exclusivamente da localização das colunas de distribuição. Estas por sua vez, devem ser localizadas de comum acordo com a equipe envolvida no projeto global do edifício (arquiteto, engenheiro do cálculo estrutural, etc.). São duas as opções no projeto do barrilete. -Sistema unificado ou central; -Sistema ramificado. Sistema Unificado Do barrilete ligando as duas seções do reservatório partem diretamente todas as ramificações, correspondendo cada qual a uma coluna de alimentação. Colocam-se dois registros que permitem isolar uma ou outra seção do reservatório. Cada ramificação para a coluna correspondente tem seu registro próprio. Deste modo, o controle e a manobra de abastecimento, bem como o isolamento das diversas colunas, são feitos num único local da cobertura. Se o número de colunas for muito grande, prolonga-se o barrilete além dos pontos de inserção no reservatório. Sistema ramificado Do barrilete saem ramais, os quais por sua vez dão origem a derivações secundárias para as colunas de alimentação. Ainda neste caso, na parte superior da coluna, ou no ramal do barrilete próximo à descida da coluna, coloca-se um registro. Tecnicamente, este sistema não é considerado ideal como o primeiro. EXEMPLO DE DIMENSIONAMENTO A (entrada do reservatório) F E D C B P=20,9 P=263,5 P=15,4 P=8,8 TRECHO PESO Q (l/s) D (mm) V(m/s) J(m/m) Iniciar seguindo a mesma sequencia para dimensionamento das colunas, porém lançando na tabela os trechos do barrilete. Após o preenchimento dos valores, verificar a velocidade máxima em cada trecho, que não deve ser superior a 2,5 m/s. Caso isso ocorra, deve-se voltar ao 2º ábaco e alinhar a vazão do trecho em questão com a velocidade máxima e verificar o diâmetro resultante. Fim do 1º BIM 2º BIM Orientação para o projeto de Instalação de Água Fria Correção da Prova 3º BIM 1ª Aula INSTALAÇÕES PREDIAIS DE ESGOTO SANITÁRIO DEFINIÇÃO Conjunto de tubulações e demais acessórios que tem por finalidade coletar e afastar do prédio encaminhando para um destino conveniente, todos os despejos domésticos e industriais. OBJETIVO Os sistemas de tubulações e peças que constituem os esgotos sanitários de uma edificação, tem a finalidade de transportar todo efluente das pecas de utilização até a rede pública, atendendo a requisitos mínimos de higiene, segurança, conforto e economia. INSTALAÇÃO PREDIAL DE ESGOTO SANITÁRIO NBR 8160: Sistemas prediais de esgoto sanitário - Projeto e execução. As instalações sanitárias devem ser capazes de: Coletar os esgotos das residências; Afastar de forma eficiente os dejetos; Impedir a contaminação do interior das edificações por gases provenientes do esgoto; Impedir a entrada de insetos, ratos e outros animais; Impedir a contaminação da água potável. DEFINIÇÕES águas residuárias: líquidos residuais, efluentes de esgotos e águas de inflitração; águas imundas: águas residuárias contendo elevada quantidadede matéria fecal; águas servidas: águas resultantes da operação de lavagem e limpeza de cozinhas, banheiros e tanques. TIPOS DE ESGOTO Esgoto doméstico - É a água utilizada no banho, nos lavatórios, nas máquinas de lavar roupa, na descarga da bacia sanitária, etc. Esgoto industrial - É a água utilizada nos processos de produção industrial que gera um resíduo industrial, o chamado esgoto industrial. Esgoto Pluvial - As águas das chuvas, após serem recolhidas dos telhados, coberturas e ruas são consideradas esgoto pluvial. TIPOS DE SISTEMA DE COLETA E TRANSPORTE DOS ESGOTOS SANITÁRIOS Solução coletiva: Meio urbano(cidades) Esses sistemas consistem em canalizações que recebem o esgoto, transportando-os ao seu destino final, de forma sanitariamente adequada. Solução individual Sistema adotado para o atendimento unifamiliar. Sistema Coletivo: Os Sistemas de Escoamento dessas águas residuárias podem ser de dois tipos : Sistema Unitário Sistema Separador Sistema Unitário: É aquele onde a rede é construída para coletar e conduzir as águas servidas juntamente com as águas pluviais. Adotado em muitas cidades européias como Paris. Inconvenientes: Grandes dimensões das canalizações que ficam ociosas nas épocas de estiagens ; -riscos de refluxo do esgoto sanitário para o interior das residências, por ocasião de cheias; -as estações de tratamento não podem ser dimensionadas para tratar a vazão gerada no período de chuvas; Custo elevado. Separador Absoluto: Os esgotos domésticos e industriais são totalmente separados do sistema de águas pluviais. Os esgotos domésticos e industriais são coletados e tratados em Estações de Tratamento de Esgoto (ETE). As águas pluviais são coletadas e encaminhadas diretamente aos rios e córregos. Esse é o sistema adotado no Brasil. Sistema Separador absoluto: Vantagens: canalizações com dimensões menores; redução de custos e prazos de construção. pode-se fazer a implantação do sistema por partes, construindo-se inicialmente a rede de maior importância, e ampliando-se posteriormente; as tubulações são menores favorecendo o emprego de tubos pré moldados; as condições de operação das elevatórias e estações de tratamento são melhores, não sofrendo alterações significativa de vazão por ocasião dos períodos chuvosos; COLETA DO ESGOTO SANITÁRIO O esgoto domiciliar é ligado na rede coletora local. A rede coletora é ligada a coletores tronco e os coletores tronco são ligados a tubos interceptores. Os interceptores levam o esgoto até as Estações de Tratamento de Esgoto (ETE) onde serão tratados. As tubulações se diferenciam por tamanho, localização e são instaladas de forma que o fluxo do esgoto ocorra, na maior parte do tempo, por gravidade. RAMAL PREDIAL, COLETOR PREDIAL OU RAMAIS DOMICILIARES São os ramais que transportam os esgotos das casas até a rede pública de coleta. É o trecho compreendido entre o limite do terreno e o coletor público de esgotos. COLETOR DE ESGOTO Tubulação que recebe as contribuições dos ramais prediais e que passam em todas as ruas. PROJETOS DE SISTEMAS DE ESGOTAMENTO PREDIAIS Nos projetos de sistemas prediais de esgoto sanitário serão dimensionadas e traçadas as tubulações que vão desde os aparelhos sanitários até o coletor público de esgoto. Um bom projeto de esgoto deve permitir o rápido escoamento do esgoto para fora do ambiente e para fora da edificação e não permitir o seu refluxo. O escoamento dos esgotos deve ser feito por gravidade devendo, para isso, apresentar uma declividade constante. Não permitir que os gases da decomposição do esgoto provenientes da fossa ou coletor público entrem no ambiente e na edificação. Os gases ficam impedidos de passarem devido a presença do fecho hídrico. Fecho hídrico: é uma camada líquida que impede a passagem dos gases e insetos. Altura do fecho hídrico:Profundidade da camada líquida. Desconectores Aparelhos destinados a impedir o retorno ao ambiente dos gases gerados pela decomposição do esgoto na rede. Todos os aparelhos sanitários (vasos sanitários, pias, box de chuveiro) devem possuir desconectores. Os desconectores podem atender a um aparelho ou a um conjunto de aparelhos de um mesmo ambiente. Exemplo: a caixa sifonada pode servir como desconector de um box de banheiro, de uma lavatório e de uma banheira. Os desconectores separam o esgoto primário do esgoto secundário. Esgoto primário: é aquele que emana gases, como no caso dos esgotos de águas imundas. Esgoto secundário: é o esgoto tipicamente de água servida, não libera gases. Tubulações de esgoto primário é a parte da instalação à qual tem acesso os gases provenientes do coletor público ou de dispositivos de tratamento; parte da instalação compreendida após os desconectores até o coletor público; Os ramais provenientes das bacias sanitárias ou pias de despejo serão sempre canalizações primárias. Tubulações de esgoto secundário é a parte da instalação que não tem contato com os gases formados pois está protegida por desconectores; canalização que vem antes dos desconectores. Sistema de Ventilação é o conjunto de tubulações que protege os desconectores, impedindo o rompimento do fecho hídrico; permite a saída dos gases do esgoto para a atmosfera. 2ª AULA Componentes Canalização primária: aquela em que há acesso dos gases provenientes do coletor público ou dos dispositivos de tratamento. Canalização secundária: esta é protegida de gases por desconector. Ramal de descarga: é a canalização que recebe diretamente os efluentes dos aparelhos sanitários. Ramal de esgoto: recebe os efluentes dos ramais de descarga. Tubo de queda (TQ) para o caso de construções com mais de um pavimento, é canalização vertical que recebe os efluentes dos ramais de esgoto. Caixa de gordura (CG): é a caixa coletora de gorduras Ralo seco (Rs): Caixa dotada de grelha na parte superior, destinada a receber águas de lavagem de pisos ou de chuveiros. Ralo sifonado ou caixa sifonada (cs): recebe águas de lavagens de pisos e efluentes de aparelhos sanitários, exceto de bacias sanitárias (vasos). Caixa de passagem (CP) ou caixa de inspeção (CI): caixa destinada a permitir a inspeção e desobstruções de canalizações. Coluna de ventilação (CV): tubo ventilador de diâmetro de 75 ou 100mm que se desenvolve através de pavimento e cuja extremidade superior é aberta á atmosfera; prolongado até aproximadamente 30 cm acima da cobertura, longe de qualquer vão de ventilação (porta ou janela). Pontos Importantes a Serem Observados no Sistema de Esgoto. O esgoto deve correr sempre em linha reta e com declividade uniforme (2 a 3% para PVC e aproximadamente 5% para manilhas). Usar caixas de passagem nas mudanças de direção. Ramais de esgoto(coletores e sub-coletores) com mais de 15 m de extensão, deverão ter CP intermediárias para inspeção. Sempre que possível, o esgoto deve desenvolver-se pelo exterior da construção. A rede de esgoto deve estar a profundidade mínima de 30 cm. Lavatórios, chuveiros e bidês devem ser ligados por ramais de descarga a um desconector (caixa sifonada) cuja saída vai ao ramal de esgotos. A água do chuveiro pode ser coletada por uma caixa sifonada própria ou por um simples ralo seco (se assim for, este deve ser ligado à caixa sifonada) Vasos sanitários devem ser ligados diretamente à canalização primária (ramal deesgoto) de diâmetro nominal 100mm Pias de cozinha devem ser conectadas a uma caixa de gordura antes de serem ligadas à rede. Tanques podem ser conectados diretamente à canalização primária. Rede pública ou fossa em nível inferior, após ultima CP. Dimensionamento É feito atribuindo-se aos diversos aparelhos valores chamados unidades de descarga (UD) ou unidades Hunter de contribuição (UHC). A unidade de descarga é um fator numérico que representa a frequência habitual de utilização, associada à vazão típica de cada uma das diferentes peças de um conjunto de aparelhos heterogêneos em funcionamento simultâneo. Corresponde a descarga de um lavatório de residência. Para o dimensionamento serão utilizadas as Tabelas seguintes. Número de unidades de descarga dos aparelhos sanitários e diâmetro nominal dos ramais de descarga. APARELHO Nº DE UHC DIÂMETRO MÍNIMO BACIA 6 100 BEBEDOURO 2 40 BANHEIRO RESIDENCIAL 0,5 40 BIDE 1 40 CHUVEIRO RESIDENCIAL COLETIVO 2 4 40 40 LAVATÓRIO RESIDENCIAL USO GERAL 1 2 40 40 PIA RESIDENCIAL 3 50 PIA INDUSTRIAL PREPARAÇÃO LAVAGEM 3 4 50 50 TANQUE 3 40 MÁQUINA LAVA LOUÇA 2 50 MÁQUINA LAVA ROUPA 3 50 Ramais de Esgoto (diâmetro mínimo) EXEMPLO DE DIMENSIONAMENTO Dimensione os tubos de queda das colunas de um apartamento de um prédio com 11 pavimentos com os seguintes aparelhos ligados: 1-Banheiro 2-Banheiro e área de serviço 3- Cozinha 4- Banheiro de serviço 01 vaso sanitário..... 01 vaso sanitário.............. 01 pia......... 01 vaso sanitário....... 01 bide................... 01 chuveiro...................... 01 lavatório............. 01 chuveiro............ 01 lavatório...................... 02 lavatórios........... 01 tanque......................... Quadros TQ-1 UD por pav TD TUBO D(mm) DIMENSIONAMENTO DE TUBOS DE QUEDA Diâmetro nominal do tubo Número máximo de unidades Hunter de contribuição Prédios até 3 pavimentos Prédios acima de 3 pavimentos 40 4 8 50 10 24 75 30 70 100 240 500 150 960 1900 200 2200 3600 250 3800 5600 300 6000 8400 DIMENSIONAMENTO DE SUB-COLETORES E COLETORES Diâmetro nominal do tubo Número máximo de unidades Hunter de contribuição em função da declividade mínima (%) 0,5 1 2 4 100 180 216 250 150 700 840 1000 200 1400 1600 1920 2300 250 2500 2900 3500 4200 300 3900 4600 5600 6700 400 7000 8300 10000 12000 DIMENSIONAMENTO DOS RAMAIS DE VENTILAÇÃO Grupo de aparelhos sem vaso sanitário Grupo de aparelhos com vaso sanitário Número de UHC Diâmetro do ramal Número de UHC Diâmetro do ramal Até 2 40 Até 17 50 3 a 12 40 18 a 60 75 13 a 18 50 19 a 36 75 DIMENSIONAMENTO DE COLUNAS E BARRILETES DE VENTILAÇÃO SIMBOLOGIA CAIXA DE GORDURA CAIXA DE INSPEÇÃO ESQUEMA VERTICAL ESQUEMA HORIZONTAL 3ª AULA INSTALAÇÕES PREDIAIS DE ÁGUAS PLUVIAIS As instalações prediais de águas pluviais seguem as preconizações da norma NBR 10844 (ABNT,1989) - Instalações Prediais de Águas Pluviais. Os objetivos específicos que se pretende atingir com o projeto de instalações de águas pluviais são os seguintes: • Permitir recolher e conduzir as águas da chuva até um local adequado e permitido; • Conseguir uma instalação perfeitamente estanque; • Permitir facilmente a limpeza e desobstrução da instalação; • Permitir a absorção de choques mecânicos; • Permitir a absorção das variações dimensionais causadas por variações térmicas bruscas; • Ser resistente às intempéries e à agressividade do meio (Ex. maresia da orla marítima); • Escoar a água sem provocar ruídos excessivos; • Resistir aos esforços mecânicos atuantes na tubulação; • Garantir indeformabilidade através de uma boa fixação da tubulação. Segundo CREDER (1995), os códigos de obras dos municípios, em geral, proíbem o caimento livre da água dos telhados de prédios de mais de um pavimento, bem como o caimento em terrenos vizinhos. Tal água deve ser conduzida aos condutores de águas pluviais, ligados a caixas de areia no térreo; daí, podendo ser lançada aos coletores públicos de águas pluviais. Aplica-se a drenagem de águas pluviais em coberturas, terraços, pátios, etc. Terminologia Apresentam-se abaixo algumas das definições associadas aos conceitos de hidrologia e hidráulica: • Altura pluviométrica: é o volume de água precipitada (em mm) por unidade de área, ou é a altura de água de chuva que se acumula, após um certo tempo, sobre uma superfície horizontal impermeável e confinada lateralmente, desconsiderando a evaporação. • Intensidade pluviométrica: é a altura pluviométrica por unidade de tempo (mm/h). • Duração de precipitação: é o intervalo de tempo de referência para a determinação de intensidades pluviométricas. • Período de retorno: número médio de anos em que, para a mesma duração de precipitação, uma determinada intensidade pluviométrica é igualada ou ultrapassada apenas uma vez. • Área de contribuição: soma das áreas das superfícies que, interceptando chuva, conduzem as águas para determinado ponto da instalação. • Tempo de concentração: intervalo de tempo decorrido entre o início da chuva e o momento em que toda a área de contribuição passa a contribuir para determinada seção transversal de um condutor ou calha. • Calha: canal que recolhe a água de coberturas, terraços e similares e a conduz a um ponto de destino. • Condutor horizontal: canal ou tubulação horizontal destinada a recolher e conduzir águas pluviais até locais permitidos pelos dispositivos legais. • Condutor vertical: tubulação vertical destinada a recolher águas de calhas, coberturas, terraços e similares e conduzí-las até a parte inferior do edifício. • Perímetro molhado: linha que limita a seção molhada junta as paredes e ao fundo do condutor ou calha. • Área molhada: área útil de escoamento em uma seção transversal de um condutor ou calha. • Raio hidráulico: é a relação entra a área e o perímetro molhado. • Vazão de projeto: vazão de referência para o dimensionamento de condutores e calhas. • Coeficiente de deflúvio superficial: quantidade de chuva que escoa superficialmente. Projeto de instalações prediais de águas pluviais Principais prescrições da NBR 10844 a serem observadas e adotadas • O sistema de esgotamento das águas pluviais deve ser completamente separado da rede de esgotos sanitários, rede de água fria e de quaisquer outras instalações prediais. Deve-se prever dispositivo de proteção contra o acesso de gases no interior da tubulação de águas pluviais, quando houver risco de penetração destes. • Nas junções e, no máximo de 20 em 20 metros, deve haver uma caixa de inspeção. • Quando houver risco de obstrução, deve-se prever mais de uma saída. • Lajes impermeabilizadas devem ter declividade mínima de 0,5%. • Calhas de beiral e platibanda devem ter declividade mínima de 0,5%. • Nos casos em que um extravasamento não pode ser tolerado, pode-se prever extravasores de calha que descarregam em locais adequados. • Sempre que possível,usar declividade maior que 0,5% para os condutores horizontais. Fatores meteorológicos Para se determinar a intensidade pluviométrica para fins de projeto, deve ser fixada a duração da precipitação e do período de retorno adequado, com base em dados pluviométricos locais. Duração da precipitação Deve ser fixada em 5 minutos. Período de retorno A NBR 10844 fixa os seguintes períodos de retorno, baseados nas características da área a ser drenada: • T = 1 ano: para áreas pavimentadas onde empoçamentos possam ser tolerados; • T = 5 anos: para coberturas e/ou terraços; • T = 25 anos: para coberturas e áreas onde empoçamentos ou extravasamentos não possam ser tolerados. Intensidade de precipitação A intensidade pluviométrica (I) a ser adotada deve ser de 150mm/h quando a área de projeção horizontal for menor que 100m². Se a área exceder a 100m² utilizar a tabela 5 (Chuvas Intensas no Brasil) da NBR 10844/1989. Algumas cidades estão representadas na Tabela. Chuvas intensas no Brasil para duração de 5 minutos (algumas cidades como exemplo) Local Intensidade pluviométrica Período de retorno(anos) 1 5 25 Belém 138 157 185 Belo Horizonte 132 227 230 Florianópolis 114 120 144 Fortaleza 120 156 180 Goiânia 120 178 192 João Pessoa 115 140 163 Maceió 102 122 174 Manaus 138 180 198 Niterói (RJ) 130 183 250 Porto Alegre 118 146 167 Rio de Janeiro (Jardim Botânico) 122 167 227 Área de contribuição O vento deve ser considerado na direção que ocasionar maior quantidade de chuva interceptada pelas superfícies consideradas. A área de contribuição deve ser tomada na horizontal e receber um incremento devido à inclinação da chuva. Estes incrementos são calculados de acordo com a NBR 10844. Alguns exemplos estão apresentados nas Figuras Vazão de projeto A vazão de projeto é determinada pela fórmula: Q= IA/60 onde: Q = vazão de projeto (l/min); I = intensidade pluviométrica (mm/h); A = área de contribuição (m²). Em calhas de beiral ou platibanda, quando a saída estiver a menos de 4 metros de uma mudança de direção, a vazão de projeto deve ser multiplicada pelos seguintes fatores de acordo com a Tabela. Dimensionamento das calhas As calhas podem ser dimensionadas pela fórmula de Manning-Strickler: onde: Q = vazão da calha (l/min); S = área molhada (m²); RH = raio hidráulico = S/P (m); P = perímetro molhado (m); i = declividade da calha (m/m); n = coeficiente de rugosidade; K = 60000 (coeficiente para transformar a vazão em m³/s para l/min). A Tabela a seguir indica os coeficientes de rugosidade dos materiais (n) normalmente utilizados na confecção de calhas. A Tabela indica as capacidades de calhas semicirculares, usando coeficiente de rugosidade n=0,011 para alguns valores de declividade. Os valores foram calculados utilizando a fórmula de Manning- Strickler, com lâmina de água igual à metade do diâmetro interno. Dimensionamento dos condutores verticais Os condutores deverão ser instalados, sempre que possível, em uma só prumada. Quando houver necessidade de desvios, devem ser utilizadas curvas de 90º de raio longo ou curvas de 45º, sempre com peças de inspeção. Dependendo do tipo de edifício e material dos condutores, os mesmos poderão ser instalados interna ou externamente ao edifício. O diâmetro interno mínimo dos condutores verticais de seção vertical é de 75mm e devem ser dimensionados a partir dos seguintes dados: • Q = vazão de projeto (l/min); • H = altura da lâmina de água na calha (mm); • L = comprimento do condutor vertical (m). A partir dos dados deve-se consultar os ábacos das Figuras, da seguinte maneira: levantar uma vertical por Q até interceptar as curvas de H e L correspondentes. No caso de não haver curvas dos valores de H e L, interpolar entre as curvas existentes. Transportar a interseção mais alta até o eixo D. Deve-se adotar um diâmetro nominal interno superior ou igual ao valor encontrado no ábaco. Caixa de areia Devem ser previstas inspeções nas tubulações aparentes nos seguintes casos: - conexão com outra tubulação; - mudança de declividade e/ou de direção; - a cada trecho de 20 metros nos percursos retilíneos. Devem ser previstas caixas de areia nas tubulações nos seguintes casos: - nas conexões com outra tubulação; - mudança de declividade e/ou direção; - a cada trecho de 20 metros nos percursos retilíneos. Em ambos os casos, em cada descida (condutor vertical) ou no pé do tubo condutor vertical deverá ser instalada uma caixa de areia. De acordo com a NBR 10844, a ligação entre os condutores verticais e horizontais é sempre feita por curva de raio longo com inspeção caixa de areia. A Figura indica um modelo desta caixa. Dimensionamento dos condutores horizontais Utilizando-se a fórmula de Manning-Strickler e considerando uma altura de lâmina igual a 2/3 do diâmetro, confeccionou-se a Tabela onde o diâmetro é determinado a partir da rugosidade, da declividade adotada e da vazão necessária. Exercício: Dimensionar as calhas e os condutores verticais e horizontais da edificação abaixo:
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