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* * * Ascaris lumbricoides É o maior nematelminto que parasita o homem São conhecidos, popularmente, como lombrigas ou bichas Localizam-se de preferência no duodeno e no jejuno, onde produzem um quadro clínico variado denominado ascaridíase ou ascaríase São vermes longos, cilíndricos e com extremos afilados, sobretudo anteriormente A extremidade posterior das fêmeas é retilínea, enquanto a dos machos é enrolada ventralmente em espiral Ascaris lumbricoides: A, fêmea; B, macho * * * O PARASITO Em geral, há em torno de 6 vermes por paciente. Mas esse número pode elevar-se a 500 ou 700 em alguns casos Na maioria das vezes, a infecção é leve e clinica-mente benigna Mas um único helminto introduzindo-se, p. ex., no apêndice, nas vias biliares ou pancreáticas, ou em um brônquio chega a produzir um estado grave e por vezes fatal Mais comum, em crianças, é a obstrução intestinal por um bolo de áscaris, determinando o quadro de abdome agudo. * * * MORFOLOGIA A boca (M) fica centrada no extremo anterior e é cercada por 3 lábios grandes, providos de papilas sensoriais (flechas). Segue-se um esôfago musculoso e cilíndrico O intestino é retilíneo e achatado, abrindo-se no ânus que, nas fêmeas, tem a forma de fenda transversal, próximo da extremidade posterior Uma fêmea produz cerca de 200.000 ovos por dia * * * Os vermes localizam-se, em geral, nas alças jejunais (90%); o resto no íleo Raramente migram para o duodeno, estômago ou outros lugares. Mas, crianças muito parasitadas podem eliminar alguns pela boca ou pelas narinas Os helmintos mantêm-se em atividade constante, movendo-se quase sempre contra a corrente peristáltica. Aí, se nutrem de materiais semi-digeridos ou outros, dispondo para isso de todas as enzimas necessárias FISIOLOGIA DO PARASITO * * * Os ovos férteis são ovais ou quase esféricos e medem em torno de 60 x 45 µm (A) Possuem uma delgada casca interna, impermeável; outra média, quitinosa; e a mais externa é albuminosa, espessa e com rugosidades grosseiras No solo, embrionam em 2 semanas (entre 20 e 30ºC) e tornam-se infectantes dentro de outra semana (B). Mas podem permanecer aí infectantes durante um ou mais anos Os ovos de áscaris são abundantes no chão do peridomicílio poluído com fezes humanas, e podem ser suspensos no ar, com a poeira, pela ação dos ventos Quando isoladas ou mais numerosas que os machos, as fêmeas podem por ovos inférteis, mais alongados (C), que não embrionam FISIOLOGIA DO PARASITO * * * Ovos férteis Ovo infértil Ovo sem membrana mamilonada * * * Ovos podem ser ingeridos com os alimentos ou a partir das mãos sujas. Mas, também, serem aspirados e depois deglutidos com o muco das vias aéreas No ceco do hospedeiro, os ovos embrionados são induzidos a eclodir pela ação do CO2 e de outros fatores, liberando uma larva de 2º estádio Esta, que é aeróbia, invade a mucosa intestinal e vai pela circulação até o pulmão, onde chega em 4 ou 5 dias Aí, cresce e sofre nova muda, passando a larva de 3º estádio após 8 ou 9 dias As larvas de 3º estádio penetram nos alvéolos, onde ocorre a 3ª muda Medindo agora 1 a 2 mm, são arrastadas pela corrente de muco dos bronquíolos e brônquios, sobem pela traquéia e laringe, sendo deglutidas com as secreções brônquicas Ao chegarem ao intestino, dá-se a 4ª e última muda que as transforma em adultos jovens O crescimento continua até a maturidade, ao fim de 2 meses CICLO BIOLÓGICO * * * * * * Estes nematódeos podem permanecer assintomáticos, sendo descobertos, ocasionalmente, quando um exemplar adulto for expulso com as fezes. Ou pelo encontro do ovo através dos exames parasitológicos de rotina Nos casos sintomáticos, as manifestações mais freqüentes são: desconforto abdominal, dor epigástrica, cólicas intermitentes e má digestão; assim como náuseas, anorexia e emagrecimento Também costuma haver irritabilidade, sono intranqüilo, ranger de dentes à noite e coceira no nariz Pessoas hipersensíveis podem apresentar quadros alérgicos, como urticária, edemas e crises de asma que se curam com anti-helmínticos. Em populações de baixa renda e crianças desnutridas, os parasitos agravam o mau estado nutricional. A ASCARIDÍASE * * * Espasmos, intussuscepção (invaginação de um segmento intestinal em outro), obstrução intestinal por um bolo de áscaris, peritonite etc., são complicações que podem levar o paciente à morte. Peça com obstrução intestinal por áscaris Segundo as es-tatísticas hospi-talares, cerca de 45% das obstru-ções por bolo de áscaris ocorrem em crianças com menos de 2 anos de idade. COMPLICAÇÕES DA FASE CRÔNICA * * * Não é rara a eliminação de um verme adulto pela boca ou pelo nariz, quando o parasitismo é intenso ou quando os vermes são irritados por certos alimentos, drogas ou, mesmo, anti-helmínticos A capacidade migratória dos áscaris leva-os, por vezes, a penetrar no apêndice, causando apendicite Penetram nas vias biliares, simulando quadros de colecistite, de colelitíase ou de angiocolite; e nas vias pancreáticas, produzindo pancreatite aguda, sempre fatal Outros quadros obstrutivos graves ocorrem quando, subindo pelo esôfago, os vermes penetram na laringe ou nos brônquios LOCALIZAÇÕES ECTÓPICAS Imagem negativa de um áscaris, em estômago contendo contraste radiológico. * * * Caso clínico: Pancreatite e obstrução biliar por Ascaris lumbricoides Localização ectópica: fígado * * * * * * Os quadros clínicos não distinguem a ascaríase de outras helmintíases intestinais. A menos que um verme seja eliminado durante uma defecação ou vômito O exame parasitológico das fezes a melhor forma de se diagnosticar esta helmintíase. Dada a quantidade de ovos habitualmente produzida, basta um simples exame de fezes diluídas e colocadas entre lâmina e lamínula, para que sejam reconhecidos ao microscópio DIAGNÓSITCO DA ASCARIDÍASE * * * Doença de distribuição mundial. Maior incidência em países de clima quente e úmido No Brasil, sobre 1 milhão de exames feitos pela SUCAM (em 1976), 36,7% eram positivos para áscaris. Na Amazônia eram superiores a 60%, mas em Alagoas e Sergipe chegavam a 78 e 92%, respectivamente. No sul do país, 33% ou menos. EPIDEMIOLOGIA DA ASCARIDÍASE * * * O homem é a única fonte de infecção, sendo as crianças em idade escolar e pré-escolar as principais poluidoras do meio e, também, a população de mais alto risco Pelo hábito de defecarem no chão, o peridomicílio mantém-se sempre rico em ovos. No mate-rial de varredura de quintais podem ser encontrados 100 a 250 ovos por grama de terra Relação entre a idade e a carga parasitária, em uma localidade de Rangoon, na Tailândia. EPIDEMIOLOGIA DA ASCARIDÍASE * * * PROFILAXIA DA ASCARIDÍASE uso constante das instalações sanitárias (Saneamento básico) lavar as mãos após defecar, antes de comer ou de preparar alimentos; e sempre que sujas de terra (Educação sanitária) lavar as frutas e legumes consumidos crus; e proteger os alimentos contra as poeiras, os insetos e outros vetores de infecção Não utilizar fezes humanas como adubo tratamento individual ou em massa Nos casos de infecções mistas tratar prioritariamente o Ascaris * * * TRATAMENT0 DA ASCARIDÍASE Piperazina (100 mg/kg/dia) Mebendazol (100 mg/2Xdia/3 dias) Albendazol (400 mg) Pamoato de pirantel, (15-20 mg /kg/dia)
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