Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Instituto Federal do Espírito Santo Campus de Alegre Licenciatura em Ciências Biológicas Professor: Raphael Steinberg raphael.steinberg.ds@gmail.com Biologia Molecular Tradução e código genético A mortal toxina diftérica Infecção no nariz, tonsilas e orofaringe sangue prostração grave, pulso acelerado, paralisia, torpor, coma e morte; XVII-XVIII: principal causa de morte infantil no “mundo” temperado; Antibioticoterapia + imunização controle; Corynebacterium diphtheriae toxina diftérica: Ação da toxina Inibi EF2 (fator de alongamento). Dogma central da Biologia Molecular • Ações e propriedades das células PROTEÍNAS quais e em que quantidade: DNApol RNApol Transcrição reversa (Transcriptase reversa) Replicação de RNA (RNA pol dependente de molde de RNA) mRNA maduro Início da transcrição (+1) Sinal de Poli (A) Códon de iniciação (AUG) – Éxon 1) Stop Códon (último éxons) Região codificadora (vários éxons unidos) Tradução – o que é? • Síntese de polipeptídio com base em uma sequencia de mRNA usando como componentes obrigatórios: Procarioto X Eucarioto: Componentes + processo geral de tradução é similar entre Eucariotos e Procariotos CONSERVADO. Diferença básica: localização no tempo / espaço da tradução e transcrição. Tradução – o que é? Proteínas Importância: enzimas, componentes estruturais (arcabouço de sustentação de membranas, filamentos), transportadores, comunicação celular e defesa do organismo. Definição: polímero de aminoácidos cadeias polipeptídicas formadas por AMINOÁCIDOS (20≠s) unidos por LIGAÇÕES PEPTÍDICAS; Grupo Amino Grupo carboxila Grupo radical (cadeia lateral) Hidrogênio Extremidade amino terminal Extremidade carboxi terminal Ligação peptídica Ligação peptídica Proteínas 1963 – Yanofsky: correspondência linear entre sequência de nt. do DNA aa de proteínas. 16 mutações no gene trpA – mapeados por recombinação 16 alterações de aa na proteína TrpA – coincidiam em ordem de posição com as mutações no gene trpA (distância correlata de aa alterados com a distância das mutações no mapa genético!) TrpA Tr ip to fa n o si n te ta se Colinearidade gene-proteína Posições das mutações no DNA Aminoácidos no tipo selvagem Aminoácidos alterados Definição: relação entre a sequência de bases no DNA (mRNA) e a sequência correspondente de aminoácidos, na proteína. Decifrando o código genético Unidade do código: Códon: conjunto de nt. aa (unidade básica do código); 3 nt.: 4x4x4 = 64 combinações 20 ≠s aa codificados (1961- Francis Crick); Mudança na matriz de leitura (peptídeo truncado) Supressão do efeito de mutações de 3 inserções (1nt.) só era revertido por 3 deleções (1nt.) Código genético: tabela periódica da biologia molecular (Francis Crick) Definição: relação entre a sequência de bases no DNA (mRNA) e a sequência correspondente de aminoácidos, na proteína. Decifrando o código genético Tipos de código: Não superposto: aa em sequência são especificados por códons consecutivos; Superposto: aa determinados por códons que tem bases consecutivas em comum; 1961: um nt. alterado muda um aa não superposto. Código superposto Código não superposto Ponto inicial Definição: relação entre a sequência de bases no DNA (mRNA) e a sequência correspondente de aminoácidos, na proteína. Decifrando o código genético Constituição do código genético: Nirenberg e Matthaei (1961): Polinucleotídeo fosforilase (une nt. SEM MOLDE) detecção de polipeptídeo em tradução in vitro com aa marcado radioativamente. Definição: relação entre a sequência de bases no DNA (mRNA) e a sequência correspondente de aminoácidos, na proteína. Decifrando o código genético Redundante: 64 códons - 3 (parada) = 61 códons com sentido 20 aa ≠s (1aa MAIS de um códon: sinônimos); tRNA (adaptadores: carregam aa ribossomos) tRNAs ≠s se liga a UM aa. tRNA isoaceptores: carregam o mesmo aa; P ri m ei ra b as e Terceira b ase Segunda base 5’ 3’ Características do código genético Não superposto: cada nt. pertence a um códon matriz de leitura (3 ≠ s para cada mRNA códon de iniciação – AUG=Met); Códons de término: UAA, UAG e UGA sem sentido (sem aa) não pareiam com tRNA FIM; Universal: mesmo códon mesmo aa (TODOS os organismos) existem exceções! Decifrando o código genético Algumas exceções do código genético universal RNAs necessários para tradução mRNA (RNA mensageiro) processado: carrega a “informação”(sequência de nt.) síntese da proteína; rRNA (RNA ribossomico): constituinte estrutural e funcional dos ribossomos início da tradução; tRNA (RNA transportador): carrega aa ribossomos proteína nascente decodifica o código genético; tRNA - adaptador Características: Unifilamentar; Forma de “trevo”: 4 hastes de dupla- hélice (pareamento intra-molecular) + 3 alças unifilamentares: Alça média: alça do anticódon: 3 nt. complementares ao códon; tRNA - adaptador Características: aa 3’ OH- do tRNA : AMINO ACIL-tRNA sintetases uma para cada aa 20 diferentes na célula crítica; rRNA - ribossomos Definição: complexos multisubunitários responsáveis pela tradução de mRNAs polipeptídeos; 1955 - George Palade – microscopia eletrônica; 2 subunidades (≠s velocidades de sedimentação); 2/3 RNA + 1/3 proteínas; Livres ou aderidos RE (RE rugoso); P ro ca ri o to Eu ca ri o to rRNA - ribossomos 3 sítios de ligação para tRNAs: Sítio A (amiacil): recebe aminoacil-tRNA (carregado c/ aa ) anticódon pareia com o códon centro decodificador (sub. menor); Sítio P (peptidil): contém tRNA cadeia polipeptídica crescente (túnel na subunidade maior) + centro peptidiltransferase (sub. maior) formação da lig. peptídica; Sítio E (saída): contém tRNA desacilado (sem aa) liberado; tRNA desacilado liberado do sítio E Cadeia polipeptídica crescente Centro peptidiltransferase Centro decodificador Movimento do ribossomo rRNA - ribossomos Etapas do processo de tradução 1. Iniciação: ligação da subunidade menor + met-acil-tRNA AUG (mRNA) + montagem do ribossomo; 2. Alongamento: polipeptídio nascente ligação de novos aminoácidos; 3. Terminação: parada da síntese códon de parada + desligamento do polipeptídio desmontagem do ribossomo; 4. Processamento pós-traducional do polipeptídio; Iniciação Colocar o primeiro aminoacil-tRNA sítio P estabelecer a correta matriz de leitura do mRNA; Códon de iniciação: AUG Met (tRNAi MET): 5’ UTR: início da transcrição (+1) e o inicio da tradução (AUG): Procariotos: seq. de Shine-Dalgarno (mRNA) pareamento com rRNA16S (sub. menor) posiciona corretamente o sítio P no códon de iniciação entrada do tRNAi MET Iniciação 5’ UTR: início da transcrição (+1) e o inicio da tradução (AUG): Procariotos: seq. de Shine-Dalgarno (mRNA) pareamento com rRNA16S (sub. menor) posiciona corretamente o sítio P no códon de iniciação entrada do tRNAi MET Iniciação 5’ UTR: início da transcrição (+1) e o inicio da tradução (AUG): Eucariotos: Fatores de iniciação associam ao CAP5’ + sub. menor + tRNAi MET move-se no sentido 5’ 3’ escaneando em busca do AUG (seq. de Kozak: ACCAUGG) + cauda Poli (A): Alongamento fMET-tRNA ocupa seu local no sítio P do ribossomo Início da tradução EF-Tu, GTP e tRNA carregado formam o complexo ternário... ... que pode entrar no sítio A do ribossomo. Depois que o tRNA carregado é colocado no sítio A (reconhecimento códon-anticódon),o GTP é clivado em GDP, e EF-Tu-GDP é liberado. EF-Ts regenera o complexo EF-Tu-GTP, que então está pronto para associar-se a outro tRNA carregado. Forma-se uma ligação peptídica entre os aa presentes nos sítios A e P (centro peptidiltransferase). O tRNA no sítio P libera seu aa para o tRNA do sítio A. Ribossomo se move 5’3’ até o próximo códon (translocação- 3nts ) ... ... que reque EF-G e GTP. O tRNA que estava no sítio P agora está no sítio E, de onde segue para o citoplasma (reciclagem) O tRNA que ocupava o sítio A agora está no P, deixando o sítio A vazio sobre novo códon. O sítio vazio A está pronto para receber outro complexo ternário. CONCLUSÃO: Ao fim de cada ciclo de alongamento, o aa que estava no sítio A é acrescentado à cadeia polipeptídica (P) e o sítio A fica livre para aceitar outro tRNA. Síntese do polipeptídio: 5’ NH2 (amino terminal) 3’COOH (carboxi terminal). Alongamento Término Quando o ribossomo é translocado para um códon de parada, não há tRNA com anticódon que possa emparelhar-se com o códon no sítio A. Fatores de liberação RF1 ou RF2 fixa-se no sítio A... ... RF3 forma um complexo com GTP e liga-se ao ribossomo... Polipeptídio é liberado do tRNA no sítio P. GTP associado ao RF3 é hidrolisado em GDP. O tRNA, o mRNA e fatores de liberação são dissociados do ribossomo, que se desmonta. CONCLUSÃO: quando o códon de parada é encontrado, fatores de liberação associam-se com o ribossomo e levam ao fim da tradução. Códons de término: UAA, UAG e UGA sem sentido (sem aa) não pareiam com tRNA FIM; Etapas do processo de tradução Polirribossomos mRNA traduzido por muitos (10- 100) ribossomos Procariotos e Eucariotos; Tradução rápida mensagem única. Transcrição e tradução simultânea: Procariotos Transcrição e tradução não simultânea: Eucariotos Visão geral da tradução http://www.egs.ie/files/codon-animation.gif Visão geral da tradução http://www-mtl.mit.edu/Courses/6.050/2014/notes/images/trans1.gif Visão geral da tradução https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/9/94/Protein_translation.gif Eventos pós-traducionais Polipeptídio recém-sintetizado: incapaz de funcionar dobrado corretamente + alteração química de alguns aa forma NATIVA (ativa); Dobramento da proteína na conformação nativa ambiente aquoso (citosol) não favorece: CHAPERONAS: cria ambiente hidrofóbico e eletricamente neutro dobramento correto. Eventos pós-traducionais Polipeptídio recém-sintetizado: incapaz de funcionar dobrado corretamente + alteração química de alguns aa forma NATIVA (ativa); Alteração química de aa: RADICAIS lig. covalente de moléculas por ação enzimática: Regulação da atividade da proteína: acetilação, glicosilação, oxidação /redução de grupos SH, ubiquitinação e ADP-ribosilação. Os antibióticos e a tradução Antibióticos: matam micro-organismos com pouco dano ao hospedeiro eucarioto; Alvo: componentes da maquinaria de tradução que são DIFERENTES entre procariotos e eucariotos (ribossomos são ≠s) Se liga ao sítio A do ribossomo bacteriano e impede entrada de tRNA carregados. Se liga a subunidade maior e afeta o sítio peptidiltransferase impedindo a ligação peptídica. Se liga a subunidade ribossômica menor e inibe a iniciação da tradução. Se liga a subunidade maior e afeta o sítio peptidiltransferase impedindo a ligação peptídica dos ribossomos EUCARIÓTICOS (fungos). Retomando... https://www.youtube.com/watch?v=kmrUzDYAmEI Tradução e código genético Básica: 1. PIERCE, BENJAMIN A. Genética: Um Enfoque Conceitual. 2004. 3 ed. Guanabara Koogan. 2. GRIFFITHS, ANTHONY J.F. Introdução à Genética. 2006. 9 ed. Guanabara Koogan. 3. NELSON, D. L., COX, M. M. Lehninger Princípios de Bioquímica. 4º ed. São Paulo: Sarvier, 2006. Complementar: 1. ALBERTS, Bruce et al. Biologia molecular da célula. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010. 2. LODISH, H. et al. Biologia molecular e celular. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. 3. BERG, J. M., TYMOCZKO, J. L., STRYER, L. Bioquímica, 4ºed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004.
Compartilhar