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Civil III Resumo Aula 4

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DIREITO CIVIL III AULA 04
(A FORMAÇÃO DOS CONTRATOS)
Regulamenta-se no código civil.
 A formação dos contratos pode ser dividida em três etapas: negociação preliminar, proposta, aceitação. A primeira etapa, que é uma negociação prévia e sem compromisso, mas com a necessidade de atitudes de boa-fé, não encontra artigos no código civil. Ex: uma pessoa que não tem a mínima condição de comprar um imóvel, marca com um corretor para visitar um imóvel, somente para conhecer a casa. Não assume nenhum compromisso e diz que irá pensar. Ele não fez nada contra a lei. Pois não ofereceu nada. Mas iniciou uma negociação ao visitar a casa. Ou seja, por existir a possibilidade do não comprometimento na primeira fase, as partes podem fazer este tipo de coisa. Sendo assim, as obrigações preliminares não geram obrigação. Não geram um dever a quem preliminarmente está negociando. Pois está, a pessoa, somente negociando. Mas a boa-fé deve sempre existir em todas as etapas da negociação, inclusive nesta. A segunda etapa do contrato é a proposta. Ou também chamado de oferta ou policitação. Nesta etapa aquele que oferece a proposta, chamado também de policitante, propõe a outra parte também chamada de oblato, os termos do contrato. Para juridicamente ter validade a proposta do policitante ou a resposta do oblaco, ambos devem conter elementos do contrato. Como valor, ou a forma de pagamento, ou coisas que levam a outra parte a se posicionar, se mobilizar para fechar o contrato. Lembrando que não precisa ser escrito. Basta somente a conversa seguir em um tom mais objetivo e direcionado aos termos do negócio. Fora estas possibilidades ainda se encontra na fase preliminar as negociações. Lembrando também que toda proposta tem um tempo de duração, e que a simples proposta gera comprometimento unilateral para aquele que a proposta fez. Não existe ainda um comprometimento ou contrato, pois não existem ainda manifestação bilateral. ART. 427 cc – COMENTADO: Aqui mostra-se que se gera obrigação de cumprir o que foi proposto para a parte que assim fez a proposta. ART. 428 cc – COMENTADO: Aqui mostra-se que deixa de ser obrigatória a proposta se não se faz presente a resposta da pessoa no momento que a proposta foi feita. Lembrando que a presença não necessariamente precisa ser física, pois hoje em dia instrumentos como as redes de comunicação online, que comunicam pessoas no mundo todo, é considerada uma forma ao vivo e presente, em tempo real. Salvo os e-mails, pois nestes existe uma lacuna temporal entre proposta e resposta a proposta. Ou seja, observamos aqui um caráter de temporalidade, que se faz necessário sempre observar. Seguindo esta linha torna-se importante falar sobre a retratação eficaz. Que aparece no inciso 4º deste mesmo artigo. Na qual nada mais é, do que a retratação daquilo que foi proposto, antes ou simultaneamente, da proposta chegar ou ser lida ou sabida pelo destinatário. Ex: você manda um e-mail para um comprador oferecendo sua casa, mas se arrepende. Você pega o telefone e liga para ele, antes dele receber o e-mail, se retratando sobre a proposta feita. ART. 429 cc – COMENTADO: Existem ofertas, propostas, que são feitas de forma coletiva. Ex: Um encarte de supermercado. Estas propostas geram obrigação unilateral, obviamente, pois somente quem fez a proposta coletiva que se compromete. Quem recebe pode simplesmente rejeitar. Lembrando sempre que por mais que a proposta tenha sido feita, precisa-se julgá-la pelo prisma da boa-fé e bons usos. Ex: uma TV é anunciada por 17 reais, pois houve um erro de impressão na hora de fazer o encarte da loja. Pedro percebe o erro e tenta se aproveitar da situação exigindo a venda da TV. A loja não vende a nada Pedro poderá fazer, pois está agindo de má-fé. Observe que a posição do policitante pode ser alternada, quando a figura da contraproposta aprece em cena. Ex: Carlos oferece seu carro a Ronaldo por 25 mil. Ronaldo contrapropões 20 mil. Carlos aceita e fecha negócio. O Policitante foi Ronaldo e o oblato foi o Carlos. Apesar de na primeira proposta ter acontecido de forma inversa. ART. 431 cc – COMENTADO: Aqui neste artigo tem-se exatamente a figura do jogo da proposta e da contraproposta. Dando prosseguimento ao estudo da formação dos contratos veremos agora a terceira etapa, que é a aceitação. Este é o momento em que o contrato realmente passa a existir. Ou seja, o contrato somente existe depois do momento da aceitação. Esta aceitação deve ser pura. Pois caso contrário será entendido como contraproposta. Um “sim” puro e sem nenhum tipo de adição ou modificação. ART. 432 c/c Art. 111 – COMENTADO: Aqui nestes artigos fala-se do silencio. O silencio deve ser analisado caso a caso. Pois ora o silencio será tido com sim ora como não. Tudo depende da situação. Não existe o ditado quem cala consente!
 O lugar do contrato. O lugar do contrato é o lugar da proposta. Ex: se você faz um contrato com uma empresa chinesa, é válida a lei da china. ART. 435 cc – COMENTADO: Aqui fala-se exatamente sobre o local do contrato. Vale-se o local que foi proposto. ART. 09 lei de introdução – COMENTADO: Aqui reforça-se a ideia de que vale o local da proposta do contrato. Observa-se que no território nacional os estados têm lei de tributação diferenciada. Sendo assim quem vende, quem faz a proposta, também leva junto a sua proposta as leis de tributação do seu estado. Sendo assim quem compra pode pagar mais ou menos tributos pelos seus produtos. Ex: se um comprador do RJ compra em um site em SP, tem ele retroatividade lucrativa de imposto, pois o estado de SP cobra menos tributos do que o estado do RJ. Sendo assim entende-se que o momento que o contrato é firmado é o momento da aceitação, mas o local do contrato é o local da proposta. 
 Regras de interpretação dos contratos. Artigos 11, 112, 113, 114 cc. ART. 111 cc – COMENTADO: O silencio pode significar um sim ou não dependendo o caso. ART. 112 cc – COMENTADO: Vale-se a intenção dos contratantes muito mais do que o que está escrito. Pode-se escrever algo em um contrato, mas desejando-se outra coisa. Por este motivo vale-se muito mais a intenção do que qualquer outra coisa. ART. 113 cc – COMENTADO: os contratos devem ser interpretados segundo os costumes e bons usos de sua celebração. Ou seja, o direito civil funciona de forma diferenciada no Brasil, em relação a interpretação dos contratos, pois segundo este artigo os contratos devem ser interpretados segundo os costumes locais. Ex: uma professora do RJ que vai dar uma aula de direito imobiliário em Marabá. Nunca que a forma que a lei é aplicada em marabá será igual a forma que a lei será aplicada no Rio de Janeiro. Os costumes são diferentes. Assim como o artigo 326 cc nos aponta. Que deve ser a medida correta para a aferição de medidas territoriais, aquela da propositura do contrato. Seguindo os costumes das medidas locais. ART. 114 cc – COMENTADO: como já foi dito anteriormente os contratos gratuitos são interpretados restritivamente a favor daquele que fez a liberalidade.
 Os efeitos dos contratos em relação aos terceiros. O contrato faz lei entre as partes. Assim entende-se que a terceiros não se faz lei. Somente lei entre aqueles que acordaram no contrato. Ou seja, ninguém fala pelo contratante a não ser o próprio contratante. Se este contratante tiver um procurador, o procurador é na verdade a própria pessoa do contratante e não um terceiro. ART. 115 cc – COMENTADO: Um contrato gera obrigações somente para as partes contratadas, mas pode gerar direitos para terceiros. Ex: contrato de seguro de vida. Ou seja, se a terceira parte beneficiada, que não faz parte do contrato, não receber o benefício, poderá ela mover ação contra quem deveria lhe fornecer o benefício, que fora proposto pela parte que contratou com a parte fornecedora do serviço. Ou seja não se pode processar quem lhe oferece uma liberalidade, mas sim quem deixou de cumprir o contrato com quem lhe oferece uma liberalidade. 
FONTE: AULA MARCELA SARDAS

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