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OS ANOS REBELDES (no Brasil e no Mundo)
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III- Estratégias de contestação:
 “Luta Armada” e Contracultura (“Paz e Amor”)
I- Geral:
 Década de 1960 e parte da de 1970: período de sonhos e utopias, onde os jovens da época contestavam, das mais variadas formas, a ordem social, econômica (capitalismo), política e cultural então vigentes, propondo, em seu lugar, novas formas de se comportar, de se relacionar e de intervir no mundo.
		 Busca de soluções para mudar o mundo.
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II.a) “Luta Armada”: 
 Ideal: sonho com o fim do Capitalismo e elaboração de sociedades igualitárias e fraternas.
		 
 Métodos:
 - passeatas;
 - jornais alternativos;
 - conscientização popular;
 - militantes de partidos políticos;
 - grupos guerrilheiros.
 Influência: Revolução Cubana de 1959.
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Revolução Cubana (1959):
 Definição: movimento armado de aspiração socialista liderado por Fidel Castro e Che Guevara que acabou com a dependência cubana em relação os EUA e com o poder das elites agroexportadoras cubanas.
 Alinhamento: com o Bloco Socialista/Comunista (URSS).
 Conseqüências da Revolução:
 melhorias sociais para a população da ilha;
 histeria anticomunista nos demais países americanos;
 bloqueio econômico do Bloco Capitalista à Cuba, agravando a crise do país pós o fim da URSS;
 experiência revolucionária cubana influenciou outros movimentos na América.
http://www.youtube.com/watch?v=sLuRr4lOsXs
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http://www.youtube.com/watch?v=gM5dU-oKFes
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Proposta dos hippes: 
Trocar: o acúmulo de capital e de propriedades privadas, o domínio do homem pelas máquinas, armas e pela sociedade de consumo.
Para: a vida simples, privilegiando a busca do prazer, a alegria, a integração com a natureza, desprezando todos os meios de dominação e controle. Trocar a força das armas pelo poder da flor.
Lema: “PAZ e AMOR”
http://www.youtube.com/watch?v=gM5dU-oKFes
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 WOODSTOCK FESTIVAL: emblema dos anos 60 e do movimento de contracultura. Aristas participantes: Jimi Hendrix, Santana, Joe Cocker, Janis Joplin, etc. 
http://br.youtube.com/watch?v=MFLy8eGtSYo
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- Hino dos anos 60: Blowin’ in the wind, de Bob Dylan
 “música de protesto”
Before they're allowed to be free? Antes de poderem ser livres? Yes and how many times can a man turn his head, Sim e quantas vezes um homem pode virar a cabeça 
Pretend that he just doesn't see? Fingir que ele não vê The answer, my friend, is blowin' in the wind A resposta, meu amigo, está voando no vento The answer is blowin' in the wind. A resposta está voando no vento Yes and how many times must a man look up, Sim e quantas vezes um homem deve olhar pra cima Before he can see the sky? Antes de conseguir ver o céu? Yes and how many ears must one man have, Sim e quantos ouvidos um homem deve ter Before he can hear people cry? Pra poder conseguir ouvir as pessoas chorarem? Yes and how many deaths will it take till he knows Sim e quantas mortes serão necessárias até ele saber That too many people have died? Que pessoas demais morreram? The answer, my friend, is blowin' in the wind A resposta, meu amigo, está voando no vento The answer is blowin' in the wind A resposta está voando no vento
Blowin’ in the wind
Soprando o vento
How many roads must a man walk down, Quantas estradas um homem deve percorrer Before you call him a man? Pra poder ser chamado de homem? How many seas must a white dove sail, Quantos oceanos uma pomba branca deve navegar Before she sleeps in the sand? Pra poder dormir na areia? Yes and how many times must cannonballs fly, Sim e quantas vezes as bolas de canhão devem voar Before they're forever banned? Antes de serem banidas pra sempre? The answer, my friend, is blowin' in the wind A resposta, meu amigo, está voando no vento The answer is blowin' in the wind A resposta está voando no vento Yes and how many years can a mountain exist, Sim e por quantos anos uma montanha pode existir Before it's washed to the seas (sea) Antes de ser lavada pelos oceanos? Yes and how many years can some people exist, Sim e por quantos anos algumas pessoas devem existir 
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 “I have a dream”: a luta contra o preconceito racial
líder: Martin Luther King.
Objetivo: buscar a igualdade racial nos EUA.
Resultado: aprovação da Lei dos Diretos Civis, proibindo a segregação social em lugares públicos, prática antes legal nos EUA. Assassinato de Luther King.
http://www.youtube.com/watch?v=yCLCyvF9p7g&feature=related
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''Eu estou contente em unir-me com vocês no dia que entrará para a história como a maior demonstração pela liberdade na história de nossa nação. (...)
Eu tenho um sonho que um dia esta nação se levantará e viverá o verdadeiro significado de sua crença - nós celebraremos estas verdades e elas serão claras para todos, que os homens são criados iguais. Eu tenho um sonho que um dia nas colinas vermelhas da Geórgia os filhos dos descendentes de escravos e os filhos dos desdentes dos donos de escravos poderão se sentar junto à mesa da fraternidade. (...). Eu tenho um sonho que minhas quatro pequenas crianças vão um dia viver em uma nação onde elas não serão julgadas pela cor da pele, mas pelo conteúdo de seu caráter. Eu tenho um sonho hoje! Eu tenho um sonho que um dia, no Alabama, com seus racistas malignos, com seu governador que tem os lábios gotejando palavras de intervenção e negação; nesse justo dia no Alabama meninos negros e meninas negras poderão unir as mãos com meninos brancos e meninas brancas como irmãs e irmãos. Eu tenho um sonho (...).” 
(28 de agosto de 1963)
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 Maio de 1968 na França:
- estudantes criticam o sistema educacional e político francês.
- operários e estudantes se uniram para protestar nas ruas de Paris.
 Primavera de Praga:
- estudantes da Tchecoslováquia protestam contra a dominação soviética.
- demonstração de que a opressão não era apenas do Bloco Capitalista.
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III- Cultura brasileira nos anos 1960 e 1970: trevas e luzes
III.a) Contexto interno:
 1964: início da Ditadura Militar
 1968  - 28/03: morte do estudante Edson Luis
 - 26/06: “Passeata dos Cem Mil”
 - 03/09: discurso do deputado Marcio Moreira Alves (MDB)
 - 02/10: conflito entre os estudantes da USP e do Mackenzie
 - 12/10: prisões de estudantes no Congresso da UNE em Ibiúna/SP
 - 13/12: decretado o Ato Institucional n.º 5 (AI-5)
O movimento de contracultura ganha força no Brasil como uma forma de reação a repressão e ao endurecimento do Regime Militar.
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III.b) Formas de Contracultura no Brasil:
 Cinema Novo: 
Objetivo: tentar revolucionar o cinema brasileiro (estética e conteúdo).
Cineastas mais famosos: Glauber Rocha, Nelson Pereira dos Santos e Ruy Guerra.
Características: antiimperialista; anticapitalista; denuncia do subdesenvolvimento e da miséria de país; e defesa da justiça social e do nacionalismo.
Filmes: Terra em Transe (1967) e Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964), de Glauber Rocha, Vidas Secas (1963), de Pereira dos Santos. 
http://www.youtube.com/watch?v=DzhHDRHGBkI&feature=related
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 Música na décadas de 1960 e 1970:
Jovem Guarda:
- movimento profundamente influenciado pelo rock e pelo pop internacional.
- principal cantor: Roberto Carlos.
- canções apolitizadas e alienadas, como:
Entrei na Rua Augusta A 120 por hora Toquei a turma toda Do passeio prá fora Com 3 pneus carecas Sem usar a buzina Parei a quatro dedos Da esquina Falou! Vai! Vai! Johnny Vai! Vai! Alfredo Quem é da nossa gangue Não tem medo...(2x) Meu carro não tem breque Não tem luz Não tem buzina Tem 3 carburadores Todos os 3 envenenados Só pára na subida Quando falta a gasolina
Só passa se tiver Sinal fechado
Tremendão! Vai! Vai! Johnny Vai! Vai! Alfredo Quem é da nossa gangue Não tem medo...(2x) Toquei a 130 Com destino a cidade No Anhangabaú Botei mais velocidade Com três pneus carecas Derrapando na raia Subi a Galeria Prestes Maia Tremendão! Vai! Vai! Johnny Vai! Vai! Alfredo Quem é da nossa gangue Não tem medo...(2x) 
Bossa Nova:
- movimento surgido na década de 1950.
- cantores: Tom Jobim, Vinícius de Moraes, etc.
- canções apolitizadas e alienadas, como:
Olha que coisa mais linda Mais cheia de graça É ela menina Que vem e que passa Num doce balanço, a caminho do mar Moça do corpo dourado Do sol de Ipanema O seu balançado é mais que um poema É a coisa mais linda que eu já vi passar Ah, porque estou tão sozinho Ah, porque tudo é tão triste Ah, a beleza que existe A beleza que não é só minha E também passa sozinha Ah, se ela soubesse Que quando ela passa O mundo interinho se enche de graça E fica mais lindo Por causa do amor 
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Viva a mata Ta, ta Viva a mulata Ta, ta, ta, ta...(2x) No pátio interno há uma piscina Com água azul de Amaralina Coqueiro, brisa E fala nordestina E faróis Na mão direita tem uma roseira Autenticando eterna primavera E no jardim os urubus passeiam A tarde inteira Entre os girassóis... Viva Maria Ia, ia Viva a Bahia Ia, ia, ia, ia...(2x) No pulso esquerdo o bang-bang Em suas veias corre Muito pouco sangue Mas seu coração
Balança um samba de tamborim Emite acordes dissonantes Pelos cinco mil alto-falantes Senhoras e senhores Ele põe os olhos grandes Sobre mim... 
Viva Iracema Ma, ma Viva Ipanema Ma, ma, ma, ma...(2x) Domingo é o fino-da-bossa Segunda-feira está na fossa Terça-feira vai à roça Porém! O monumento é bem moderno Não disse nada do modelo Do meu terno Que tudo mais vá pro inferno Meu bem! Que tudo mais vá pro inferno Meu bem!... Viva a banda Da, da Carmem Miranda Da, da, da, da...(3x) 
(Caetano Veloso)
Tropicália:
Sobre a cabeça os aviões Sob os meus pés os caminhões Aponta contra os chapadões Meu nariz Eu organizo o movimento Eu oriento o carnaval Eu inauguro o monumento No planalto central do país... Viva a bossa Sa, sa Viva a palhoça Ca, ça, ça, ça...(2x) O monumento É de papel crepom e prata Os olhos verdes da mulata A cabeleira esconde Atrás da verde mata O luar do sertão O monumento não tem porta A entrada é uma rua antiga Estreita e torta E no joelho uma criança Sorridente, feia e morta Estende a mão...
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Ela pensa em casamento E eu nunca mais fui à escola Sem lenço e sem documento, Eu vou... Eu tomo uma coca-cola Ela pensa em casamento E uma canção me consola Eu vou... Por entre fotos e nomes Sem livros e sem fuzil Sem fome, sem telefone No coração do Brasil... Ela nem sabe até pensei Em cantar na televisão O sol é tão bonito Eu vou... Sem lenço, sem documento Nada no bolso ou nas mãos Eu quero seguir vivendo, amor Eu vou... Por que não, por que não... Por que não, por que não... Por que não, por que não... Por que não, por que não... 
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Músicas de protesto:
- cantadas principalmente nos Festivais.
- grande engajamento político.
http://www.youtube.com/watch?v=D_cQz6IElgc
Pra não dizer que não falei de Flores
Geraldo Vandré
Caminhando e cantando E seguindo a canção Somos todos iguais Braços dados ou não Nas escolas, nas ruas Campos, construções Caminhando e cantando E seguindo a canção... Vem, vamos embora Que esperar não é saber Quem sabe faz a hora Não espera acontecer...(2x) Pelos campos há fome Em grandes plantações Pelas ruas marchando Indecisos cordões Ainda fazem da flor Seu mais forte refrão E acreditam nas flores Vencendo o canhão... Vem, vamos embora Que esperar não é saber Quem sabe faz a hora Não espera acontecer...(2x)
Há soldados armados Amados ou não Quase todos perdidos De armas na mão Nos quartéis lhes ensinam Uma antiga lição: De morrer pela pátria E viver sem razão... Vem, vamos embora Que esperar não é saber Quem sabe faz a hora Não espera acontecer...(2x) Nas escolas, nas ruas Campos, construções Somos todos soldados Armados ou não Caminhando e cantando E seguindo a canção Somos todos iguais Braços dados ou não... 
Os amores na mente As flores no chão A certeza na frente A história na mão Caminhando e cantando E seguindo a canção Aprendendo e ensinando Uma nova lição... Vem, vamos embora Que esperar não é saber Quem sabe faz a hora Não espera acontecer...(4x) 
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Metáforas para driblar a Ditadura Militar:
- muitos artistas utilizaram pseudônimos e metáforas em suas letras para enganar a censura.
Exemplo: Chico Buarque vira Julinho de Adelaide
Cálice
Chico Buarque
Pai! Afasta de mim esse cálice Pai! Afasta de mim esse cálice Pai! Afasta de mim esse cálice De vinho tinto de sangue...(2x) Como beber Dessa bebida amarga Tragar a dor Engolir a labuta Mesmo calada a boca Resta o peito Silêncio na cidade Não se escuta De que me vale Ser filho da santa Melhor seria Ser filho da outra Outra realidade Menos morta Tanta mentira Tanta força bruta...
Pai! Afasta de mim esse cálice Pai! Afasta de mim esse cálice Pai! Afasta de mim esse cálice De vinho tinto de sangue... Como é difícil Acordar calado Se na calada da noite Eu me dano Quero lançar Um grito desumano Que é uma maneira De ser escutado Esse silêncio todo Me atordoa Atordoado Eu permaneço atento Na arquibancada Prá a qualquer momento Ver emergir O monstro da lagoa... Pai! Afasta de mim esse cálice Pai! Afasta de mim esse cálice Pai! Afasta de mim esse cálice De vinho tinto de sangue... De muito gorda A porca já não anda (Cálice!)
De muito usada A faca já não corta Como é difícil Pai, abrir a porta (Cálice!) Essa palavra Presa na garganta Esse pileque Homérico no mundo De que adianta Ter boa vontade Mesmo calado o peito Resta a cuca Dos bêbados Do centro da cidade... Pai! Afasta de mim esse cálice Pai! Afasta de mim esse cálice Pai! Afasta de mim esse cálice De vinho tinto de sangue... Talvez o mundo Não seja pequeno (Cálice!) Nem seja a vida Um fato consumado (Cálice!) Quero inventar O meu próprio pecado (Cálice!)
Quero morrer Do meu próprio veneno (Pai! Cálice!) Quero perder de vez Tua cabeça (Cálice!) Minha cabeça Perder teu juízo (Cálice!) Quero cheirar fumaça De óleo diesel (Cálice!) Me embriagar Até que alguém me esqueça (Cálice!) 
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Acorda Amor
Chico Buarque
Acorda amor Eu tive um pesadelo agora Sonhei que tinha gente lá fora Batendo no portão, que aflição Era a dura, numa muito escura viatura Minha nossa santa criatura Chame, chame, chame lá Chame, chame o ladrão, chame o ladrão Acorda amor Não é mais pesadelo nada Tem gente já no vão de escada Fazendo confusão, que aflição São os homens E eu aqui parado de pijama Eu não gosto de passar vexame Chame, chame, chame Chame o ladrão, chame o ladrão Se eu demorar uns meses Convém, às vezes, você sofrer Mas depois de um ano eu não vindo Ponha a roupa de domingo E pode me esquecer 
Acorda amor Que o bicho é brabo e não sossega Se você corre o bicho pega Se fica não sei não Atenção Não demora Dia desses chega a sua hora Não discuta à toa não reclame Clame, chame lá, chame, chame Chame o ladrão, chame o ladrão, chame o ladrão (Não esqueça a escova, o sabonete e o violão)
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IV- A aldeia global:
Anos 60: popularização da TV no Brasil.
Consequências: - mudanças de hábitos entre os brasileiros.
 - difusão do estilo de vida paulista e carioca (sede das transmissoras de TV). 
 - impressionante crescimento da Rede Globo, uma das aliadas da Ditadura. 
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“Eu acredito muito nas formas culturais de educação política. Imagino que muitas vezes uma música educa muito mais do que trinta aulas de história, quarenta discursos, dez passeatas.”
(Hebert de Souza, sociólogo)
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