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aula 06 A CRISE DOS ANOS SESSENTA

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ECONOMIA BRASILEIRA E CONTEMPORÂNEA
A CRISE DOS ANOS SESSENTA 
ROSI VIEIRA
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Tema da Apresentação
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A DÉCADA DE 60
FOI MARCADA PELAS FORTES CRISES DECORRENTES DOS EXCESSOS HERDADOS DO PLANO DE METAS DE JUSCELINO KUBITSCHEK, SENDO, A PARTIR DE 1962:
A PRIMEIRA GRANDE CRISE ECONÔMICA APÓS O DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA. NESTE PERÍODO FORAM REGISTRADOS:
BAIXOS ÍNDICES DE DESEMPENHO DO PIB, 
UMA PEQUENA DESACELERAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO NACIONAL.
ESSES ACONTECIMENTOS GERARAM MUDANÇAS BASTANTE SIGNIFICATIVAS NOS CENÁRIOS SOCIOECONÔMICO E POLÍTICO BRASILEIROS. O QUE TORNARIA AINDA MAIS DIFÍCIL A SITUAÇÃO NA QUAL O PAÍS SE ENCONTRAVA, SERIA:
A AGRAVANTE CRISE POLÍTICA ENVOLVENDO PARTIDOS DE ESTILO POPULISTA,
E CLASSES CONSERVADORAS, FORMADAS POR GRUPOS CAPITALISTAS, SEMIFEUDAIS E A BURGUESIA INDUSTRIAL. 
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Tema da Apresentação
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É POSSÍVEL AFIRMAR QUE A CRISE DE 1962 NÃO FOI OCASIONADA POR FATORES ISOLADOS, MAS SIM, POR UM CONJUNTO DE EVENTOS RELACIONADOS:
ÀS ESTRUTURAS E CONJUNTURA ECONÔMICAS,
A INSTABILIDADE POLÍTICA DA ÉPOCA. 
EM MEIO A ESSES FATORES DE INSTABILIDADE O GOVERNO CONTINUAVA NA TENTATIVA DE CONTER:
A INFLAÇÃO QUE PERSISTIA DESENFREADAMENTE, 
ENQUANTO AS QUESTÕES POLÍTICAS ERAM DISCUTIDAS E DECIDIDAS CONJUNTAMENTE COM GRUPOS POLÍTICOS PARLAMENTARES.
PRIMEIRA CRISE ENDÓGENA EXPLICAÇÕES PARA A CRISE CRISE CÍCLICA: CAPACIDADE OCIOSA CELSO FURTADO: IMPORTAÇÃO DE TECNOLOGIAS POUPADORAS DE MÃO DE OBRA INSTABILIDADE POLÍTICA INFLAÇÃO; 
AGRAVADA PELA INSTABILIDADE POLÍTICA E PELA POLÍTICAS DE ESTABILIZAÇÃO RECESSIVAS (PLANO TRIENAL E PAEG) 
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Tema da Apresentação
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CRISE POLÍTICA E O PLANO TRIENAL DE CELSO FURTADO
O FOCO DA CRISE POLÍTICA BRASILEIRA NA DÉCADA DE 1960, DO PONTO DE VISTA
SOCIOPOLÍTICO,
E ECONÔMICO,
DESENCADEIA UMA NOVA QUESTÃO SOBRE O QUE SERIA MELHOR PARA O DESENVOLVIMENTO DO BRASIL.
SURGEM ASSIM, DUAS FILOSOFIAS NACIONALISTAS: 
O REFORMISMO,
E O CONSERVADORISMO. 
ESSES DOIS PENSAMENTOS CAUSARAM DIVERSAS MANIFESTAÇÕES, NÃO SÓ POPULARES, MAS TAMBÉM NAS DISCUSSÕES TRAVADAS ENTRE AS POLÍTICAS DE ESQUERDA E DE DIREITA DA ÉPOCA.
TRATAVA-SE DE UM CONFRONTO IDEOLÓGICO E PACÍFICO, ISSO PELO MENOS ATÉ A PRECOCE RENÚNCIA DE JÂNIO QUADROS, EM AGOSTO DE 1961, SENDO SUBSTITUÍDO PELO SEU VICE, JOÃO GOULART.
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Tema da Apresentação
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JÂNIO QUADROS, QUE ERA DE PARTIDO DE DIREITA E QUE ESTEVE NO PODER POR UM CURTO PERÍODO DE APENAS SETE MESES, NÃO CHEGOU A IMPOR UM RITMO DE DESENVOLVIMENTO, PORÉM CHEGOU A PROPOR ALGUMAS MEDIDAS PARA ESTABILIZAÇÃO ECONÔMICA, DIRECIONADA MAIS UMA VEZ PARA:
A DESVALORIZAÇÃO DA MOEDA,
UNIFICAÇÃO DA TAXA DE CÂMBIO,
E SUSPENSÃO DO SUBSÍDIO À IMPORTAÇÃO.
CONSEGUIU TAMBÉM O APOIO DO FMI NA RENEGOCIAÇÃO DOS FINANCIAMENTOS DE CURTO PRAZO.
CRISE POLÍTICA E O PLANO TRIENAL JANIO QUADROS HERDOU PROBLEMAS DO PLANO DE METAS:
INFLAÇÃO DÉFICIT PÚBLICO;
DÉFICIT EM TRANSAÇÕES CORRENTES 
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Tema da Apresentação
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JOÃO GOULART, POR SUA VEZ, TEVE O APOIO:
DAS MASSAS TRABALHADORA,
E SINDICAL,
AO APROVAR AS CHAMADAS REFORMAS DE BASE, DANDO INÍCIO A UMA POLÍTICA POPULISTA.
PORÉM, SUA PARTICIPAÇÃO NO GOVERNO FOI COMPROMETIDA POR VETOS MILITARES,
IMPOSSIBILITANDO QUALQUER REAÇÃO EM RELAÇÃO ÀS MEDIDAS GOVERNAMENTAIS DE
COMBATE INFLACIONÁRIO. 
FURTADO (1988) DESTACA ESTE COMO O PERÍODO DE RETRATAÇÃO AO QUAL SE EXPLICAVA OS BAIXOS NÍVEIS DE ATIVIDADE E ACELERAÇÃO DO QUADRO INFLACIONÁRIO.
EM MEIO A TUDO ISSO O GOVERNO DEVERIA CONCENTRAR SUA ATENÇÃO NA TAXA DE
INFLAÇÃO DO PAÍS, A QUAL REQUERIA MEDIDAS DE COMBATE IMEDIATAS. SENDO ASSIM,
CELSO FURTADO, ECONOMISTA ESTRUTURALISTA, TEÓRICO E MINISTRO EXTRAORDINÁRIO PARA ASSUNTOS DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, PROPÔS AO GOVERNO NO FINAL DE 1962 UM PLANO DE AÇÃO ANTI-INFLACIONÁRIO. 
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Tema da Apresentação
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ESTE PLANO FOI CHAMADO DE PLANO TRIENAL DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL PARA O PERÍODO DE 1963/1965, QUE FICOU MAIS CONHECIDO COMO PLANO TRIENAL, QUE CONSISTIA EM: POLÍTICA DE CONTENÇÃO DE GASTO 
PÚBLICO,
E LIQUIDEZ. 
FURTADO (1988) CHAMA A ATENÇÃO:
NÃO SÓ PARA SUA IMPORTÂNCIA ECONÔMICA, 
MAS TAMBÉM PARA SEU CARÁTER SOCIAL,
DESTACANDO COMO OBJETIVOS PRINCIPAIS:
O RESTABELECIMENTO DO CRESCIMENTO DO PIB, 
A CRIAÇÃO DE PLANOS DE DESENVOLVIMENTOS REGIONAIS,
E REFORMAS DAS ESTRUTURAS AGRÁRIAS, FISCAL,
BANCÁRIA E ADMINISTRATIVA. 
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Tema da Apresentação
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APESAR DA EXPECTATIVA, HOUVE RESISTÊNCIA POR PARTE:
DOS TRABALHADORES ASSALARIADOS,
E INTERVENÇÃO DOS SINDICATOS,
E POLÍTICAS DE BASE DE APOIO DO GOVERNO, 
POIS ALEGAVAM AS DIFICULDADES ECONÔMICAS MEDIANTE A PRESSÃO CAUSADA PELA CONTRAÇÃO MONETÁRIA PARA A CLASSE TRABALHADORA. 
DIANTE DESSE AMBIENTE DE CONSTANTE PRESSÃO O FRACASSO ERA IMINENTE “A TENTATIVA DE ESTABILIZAÇÃO FRACASSOU E PROVOCOU O CRESCIMENTO DO PIB PER
CAPTA:
A ECONOMIA CRESCEU 6,6% EM 1962,
MAS APENAS 0,6% EM 1963,
COM A INFLAÇÃO ANUAL DE 83,25%.” 
A SITUAÇÃO PIOROU COM:
A SAÍDA DE CELSO FURTADO DO GOVERNO,
SOMADO AO CRESCIMENTO AINDA MAIS ACENTUADO DA INFLAÇÃO,
E A CONTURBAÇÃO POLÍTICA QUE ATINGIA O GOVERNO. 
ESTE FOI CONSIDERADO UM PERÍODO DE INSEGURANÇA, ONDE JÁ ERA POSSÍVEL NOTAR CERTA INSUFICIÊNCIA ADMINISTRATIVA, OS CAPITALISTAS ESTAVAM SE RETRAINDO E HAVIA PLANOS INICIADOS E INACABADOS.
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Tema da Apresentação
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A CONCLUSÃO DE TODO ESTE CONTEXTO FOI:
A REVOLUÇÃO DE 64, QUANDO OCORREU A TOMADA DO PODER PELOS MILITARES, COMANDADO PELO MARECHAL HUMBERTO DE ALENCAR CASTELO BRANCO CARACTERIZADO COMO UM GOLPE DE ESTADO. 
O QUE SE VIU NA VERDADE FOI UMA VITÓRIA DA DIREITA QUE APOIAVA AMPLAMENTE A DERRUBADA DO GOVERNO E O FIM DO POPULISMO.
O PERÍODO 1964-73 ABRIGOU TRÊS MANDATOS DE PRESIDENTES MILITARES:
DO MARECHAL HUMBERTO CASTELLO BRANCO (1964-66),
DO GENERAL ARTHUR DA COSTA E SILVA (1967-69),
E GENERAL EMÍLIO GARRASTAZU MÉDICI (1969-73).
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Tema da Apresentação
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CENÁRIO
A HOMOGENEIDADE POLÍTICA DO PERÍODO FOI SUSTENTADA POR UM REGIME DE EXCEÇÃO, INSTITUÍDO NO PAÍS PELO GOLPE MILITAR QUE DEPÔS O ENTÃO PRESIDENTE JOÃO GOULART EM 31 DE MARÇO DE 1964.
CASTELLO BRANCO ASSUMIU O GOVERNO EM 15 DE ABRIL DO MESMO ANO, COM UM MANDATO QUE SE EXTINGUIRIA EM 20 DE JANEIRO DE 1967.
EM JULHO DE 1964, A EMENDA CONSTITUCIONAL NO. 9 PRORROGOU O MANDATO DE CASTELLO BRANCO ATÉ 15 DE MARÇO DE 1967. 
NESSA DATA, ASSUMIU O GOVERNO O GENERAL COSTA E SILVA, CUJO MANDATO FOI INTERROMPIDO EM AGOSTO DE 1969, POR PROBLEMAS DE SAÚDE.
ASSUMIU, ENTÃO, O GENERAL MÉDICI, QUE SE MANTEVE NO CARGO ATÉ 15 DE MARÇO DE 1974, QUANDO FOI SUBSTITUÍDO POR OUTRO MILITAR, O GENERAL ERNESTO GEISEL.
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Tema da Apresentação
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O MODELO DE POLÍTICA ECONÔMICA TRAÇADO NO GOVERNO CASTELLO BRANCO FORA FORMULADO PELO:
MINISTRO DO PLANEJAMENTO, ROBERTO DE O. CAMPOS,
E MINISTRO DA FAZENDA, OCTÁVIO G. DE BULHÕES, AMBOS ECONOMISTAS DE PERFIL ORTODOXO.
NO QUE TANGE AO DESEMPENHO DA ECONOMIA, OS ANOS 1964-73 ABRIGAM DUAS FASES DISTINTAS.
A PRIMEIRA, DE 1964 A 1967: CARACTERIZOU-SE COMO UMA FASE DE AJUSTE:
CONJUNTURAL,
ESTRUTURAL DA ECONOMIA,
VISANDO AO ENFRENTAMENTO DO PROCESSO:
INFLACIONÁRIO,
DO DESEQUILÍBRIO EXTERNO,
DO QUADRO DE ESTAGNAÇÃO ECONÔMICA DO INÍCIO DO PERÍODO.
O PANO DE FUNDO DA AÇÃO ECONÔMICA DO GOVERNO MILITAR QUE SE INSTALAVA NO BRASIL:
UM PLANO DE ESTABILIZAÇÃO DE PREÇOS DE INSPIRAÇÃO ORTODOXA;
O PLANO DE AÇÃO ECONÔMICA DO GOVERNO (PAEG);
IMPORTANTES REFORMAS ESTRUTURAIS – DO SISTEMA FINANCEIRO, DA ESTRUTURA TRIBUTÁRIA E DO MERCADO DE TRABALHO.
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Tema da Apresentação
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A CRISE DOS ANOS 60 E O PAEG (PLANO DE AÇÃO ECONÔMICA DO GOVERNO) LANÇADO NO GOVERNO CASTELO BRANCO 
MENTORES:
ROBERTO CAMPOS,
OTÁVIO GOUVÊA DE BULHÕES,
LINHAS DE ATUAÇÃO:
POLÍTICAS CONJUNTURAIS DE COMBATE À INFLAÇÃO,
E REFORMAS ESTRUTURAIS. 
OBJETIVOS DO PAEG:
ACELERAR O RITMO DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO;
CONTER O PROCESSO INFLACIONÁRIO;
ATENUAR OS DESEQUILÍBRIOS SETORIAIS E REGIONAIS;
AUMENTAR O INVESTIMENTO
E COM ISSO O EMPREGO;
CORRIGIR A TENDÊNCIA DE DESEQUILÍBRIO EXTERNO.
O CONTROLE INFLACIONÁRIO E AS FORMAS DE CONVIVER COM ELA ERAM VISTOS COMO PRECONDIÇÕES PARA A RETOMADA DO DESENVOLVIMENTO, E O COMBATE A INFLAÇÃO PASSOU A SER FEITO ACOPLADO ÀS REFORMAS INSTITUCIONAIS. 
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Tema da Apresentação
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MEDIDAS DE COMBATE À INFLAÇÃO DO PAEG
CENÁRIO
EM 1963 INFLAÇÃO NA ORDEM DE 83,2% A.A;
EM 1963 DIAGNÓSTICO:
EXCESSO DE DEMANDA;
FORTE TENDÊNCIA AO DÉFICIT PÚBLICO;
ELEVADA PROPENSÃO A CONSUMIR;
FALTA DE CONTROLE SOBRE A EXPANSÃO DO CRÉDITO;
INFLAÇÃO PROPAGADA PELA EXPANSÃO MONETÁRIA.
PRINCIPAIS METAS DO PAEG:
REDUÇÃO DO DÉFICIT PÚBLICO;
 MEDIANTE REDUÇÃO DOS GASTOS E DA AMPLIAÇÃO DA RECEITAS;
 RESTRIÇÃO DO CRÉDITO E APERTO MONETÁRIO;
POLÍTICA SALARIAL RESTRITIVA VISANDO REDUZIR AS REIVINDICAÇÕES ATRAVÉS DA DETERMINAÇÃO DOS REAJUSTES SALARIAIS. 
COM ESSAS MEDIDAS, A INFLAÇÃO REDUZIU-SE ENTRE 1964 A 1967 DA CASA DE 90% A.A;
PARA OS 20%A.A, COM GRANDE RETRAÇÃO NAS TAXAS DE CRESCIMENTO. 
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Tema da Apresentação
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O CENÁRIO A SER ENFRENTADO PELA POLÍTICA ECONÔMICA NO INÍCIO DO GOVERNO CASTELLO BRANCO.
AO LONGO DE 1963 E ATÉ O INÍCIO DE 1964, A ECONOMIA BRASILEIRA OPEROU EM VERDADEIRO ESTADO DE “ESTAGFLAÇÃO” – ESTAGNAÇÃO DA ATIVIDADE ECONÔMICA, ACOMPANHADA DE AUMENTO DA INFLAÇÃO.
APÓS UM CRESCIMENTO REAL MÉDIO DE 8,8% AO ANO NO PERÍODO 1957-62,
O PIB BRASILEIRO CRESCEU APENAS 0,6% EM 1963, 
ENQUANTO A INFLAÇÃO (MEDIDA PELO IGP) ELEVOU-SE DA MÉDIA DE 32,5% AO ANO NAQUELES ANOS PARA 79,9% EM 1963.
AS METAS DO PAEG PARA A INFLAÇÃO
INDICAVAM UMA ESTRATÉGIA ASSUMIDAMENTE GRADUALISTA.
O PLANO NÃO SE PROPÔS A ELIMINAR O PROCESSO INFLACIONÁRIO EM CURTO ESPAÇO DE TEMPO, MAS APENAS A ATENUÁ-LO AO LONGO DE TRÊS ANOS,
ADMITINDO AINDA UMA INFLAÇÃO DE DOIS DÍGITOS (10%) NO TERCEIRO ANO.
A OPÇÃO PELO GRADUALISMO FOI JUSTIFICADA NO PLANO COM BASE NO ARGUMENTO DE QUE HAVIA:
A NECESSIDADE DE UMA “INFLAÇÃO CORRETIVA” ;
DE EVITAR-SE UMA GRAVE CRISE DE ESTABILIZAÇÃO.
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A “INFLAÇÃO CORRETIVA”
A ACELERAÇÃO DA INFLAÇÃO É, EM GERAL, ACOMPANHADA DE UM PROCESSO DE DESAJUSTE DE PREÇOS RELATIVOS, SENDO PARTICULARMENTE PENALIZADOS AQUELES PREÇOS FIXADOS EM CONTRATOS DE LONGO PRAZO (UM ANO OU MAIS), COMO:
SALÁRIOS,
ALUGUÉIS,
TARIFAS PÚBLICAS E,
EM REGIMES DE CÂMBIO ADMINISTRADO, (COMO O VIGENTE NO BRASIL NA ÉPOCA), 
A TAXA DE CÂMBIO.
ESSE DESAJUSTE É, EM SI, UMA FONTE REALIMENTADORA DA INFLAÇÃO, PORQUE GERA UM CONFLITO DISTRIBUTIVO CAUSADOR DE CONTÍNUAS DEMANDAS POR CORREÇÕES DE PREÇOS DEFASADOS.
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Tema da Apresentação
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REFORMAS INSTITUCIONAIS DO PAEG PONTO BÁSICO
A AUSÊNCIA DE CORREÇÃO MONETÁRIA, EM UMA SITUAÇÃO INFLACIONARIA O QUE GERAVA VÁRIOS PROBLEMAS:
A INFLAÇÃO CONJUGADA À LEI DA USURA;
A LEI DO INQUILINATO, DESESTIMULANDO A AQUISIÇÃO DE IMÓVEIS E CONSEQÜENTEMENTE A CONSTRUÇÃO CIVIL.
DESORDEM TRIBUTÁRIA.
REDUZIR A INFLAÇÃO, MAS TAMBÉM CRIAR MECANISMOS QUE POSSIBILITASSEM O CRESCIMENTO ECONÔMICO EM UM AMBIENTE DE INFLAÇÃO MODERADA.
PRINCIPAIS REFORMAS:
TRIBUTÁRIA;
MONETÁRIA,
FINANCEIRA,
REFORMA DO SETOR EXTERNO 
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A CRISE DE ESTABILIZAÇÃO
O ARGUMENTO ERA DE QUE A MAGNITUDE DOS CORTES FISCAIS E MONETÁRIOS NECESSÁRIOS PARA REDUZIR RAPIDAMENTE A INFLAÇÃO, A PARTIR DO NÍVEL ELEVADO EM QUE SE ENCONTRAVA NO INÍCIO DE 1964 (144% ANUALIZADA), PROVOCARIA:
UMA GRAVE RECESSÃO DA ATIVIDADE ECONÔMICA, O QUE NÃO ERA POLITICAMENTE RECOMENDÁVEL ÀQUELA ALTURA.
OS MILITARES ASSUMIRAM O PODER EM 1964 COM UM DISCURSO QUE ATRIBUÍA AO GOVERNO MILITAR A MISSÃO DE “SALVAR” O PAÍS DO CAOS ECONÔMICO E POLÍTICO EM QUE SE ENCONTRAVA.
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Tema da Apresentação
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A REFORMA TRIBUTÁRIA:
OS PRINCIPAIS ELEMENTOS DESTA REFORMA FORAM:
INTRODUÇÃO DA CORREÇÃO MONETÁRIA NO SISTEMA TRIBUTÁRIO. 
TRANSFORMAÇÃO DOS IMPOSTOS EM CASCATA EM IMPOSTOS SOBRE VALOR ADICIONADO, COMO:
O IPI,
O ICM.
REDEFINIÇÃO DO ESPAÇO TRIBUTÁRIO ENTRE AS DIVERSAS ESFERAS DO GOVERNO.
FORAM CRIADOS OS FUNDOS DE TRANSFERÊNCIA INTERGOVERNAMENTAIS O SURGIMENTO DE VÁRIOS FUNDOS PARAFISCAIS, COMO:
O FGTS,
O PIS,
A CHAMADA INFLAÇÃO CORRETIVA,
UMA POLÍTICA DE REALISMO TARIFÁRIO
PRINCIPAIS CONSEQÜÊNCIAS DA REFORMA TRIBUTÁRIA:
AUMENTO DA ARRECADAÇÃO;
CENTRALIZAÇÃO DA ARRECADAÇÃO,
CENTRALIZAÇÃO DAS DECISÕES DE POLÍTICA TRIBUTÁRIA;
CRÍTICA: SISTEMA INJUSTO.  
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UMA IMPORTANTE MUDANÇA FOI INTRODUZIDA NO MERCADO DE TRABALHO EM 1964, MANTENDO-SE EM VIGOR AINDA NA DÉCADA DE 2000. TRATA-SE DA:
CRIAÇÃO DO FUNDO DE GARANTIA POR TEMPO DE SERVIÇO – FGTS, QUE SUBSTITUIU O REGIME DE ESTABILIDADE DE EMPREGO, ENTÃO VIGENTE,
ENTENDIDO COMO UM ENTRAVE INSTITUCIONAL AO:
AUMENTO DO EMPREGO E, 
AO CRESCIMENTO ECONÔMICO.
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A REFORMA TRIBUTÁRIA
OS OBJETIVOS EXPLÍCITOS DA REFORMA TRIBUTÁRIA ERAM:
O AUMENTO DA ARRECADAÇÃO DO GOVERNO (VIA AUMENTO DA CARGA TRIBUTÁRIA DA ECONOMIA);
A RACIONALIZAÇÃO DO SISTEMA TRIBUTÁRIO.
NESSE SENTIDO, PRETENDIA-SE REDUZIR OS CUSTOS OPERACIONAIS DA ARRECADAÇÃO ELIMINANDO:
IMPOSTOS DE POUCA RELEVÂNCIA FINANCEIRA, 
DEFINIR UMA ESTRUTURA TRIBUTÁRIA CAPAZ DE INCENTIVAR O CRESCIMENTO ECONÔMICO.
 
PARA TANTO, AS PRINCIPAIS MEDIDAS IMPLEMENTADAS FORAM:
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INSTITUIÇÃO DA ARRECADAÇÃO DE IMPOSTOS POR MEIO DA REDE BANCÁRIA
SUBSTITUIÇÃO DO IMPOSTO ESTADUAL SOBRE VENDAS, INCIDENTE SOBRE O FATURAMENTO DAS EMPRESAS, PELO ICM (IMPOSTO SOBRE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS), INCIDENTE APENAS SOBRE O VALOR ADICIONADO A CADA ETAPA DE COMERCIALIZAÇÃO DO PRODUTO
CRIAÇÃO DE UMA SÉRIE DE MECANISMOS DE:
ISENÇÃO,
E INCENTIVOS A ATIVIDADES CONSIDERADAS PRIORITÁRIAS PELO GOVERNO À ÉPOCA – BASICAMENTE, APLICAÇÕES FINANCEIRAS, PARA ESTIMULAR A POUPANÇA,
E INVESTIMENTOS (EM CAPITAL FIXO) EM REGIÕES E SETORES ESPECÍFICOS
CRIAÇÃO DO ISS (IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS), A SER ARRECADADO PELOS MUNICÍPIOS
CRIAÇÃO DO FUNDO DE PARTICIPAÇÃO DOS ESTADOS E MUNICÍPIOS (FPEM), POR MEIO DO QUAL PARTE DOS IMPOSTOS ARRECADADOS NO NÍVEL FEDERAL (NO QUAL SE CONCENTROU A ARRECADAÇÃO) ERA REPASSADA ÀS DEMAIS ESFERAS DE GOVERNO.
AMPLIAÇÃO DA BASE DE INCIDÊNCIA DO IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOAS FÍSICAS
EXTINÇÃO DOS IMPOSTOS DO SELO (FEDERAL), SOBRE PROFISSÕES E DIVERSÕES PÚBLICAS (MUNICIPAIS)
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Até meados da década de 1960, o sistema financeiro brasileiro (SFB) constituía-se, basicamente, de quatro tipos de instituições: bancos comerciais privados e financeiras, que atuavam na provisão de capital de giro para as empresas; caixas econômicas federais e estaduais, atuando no crédito imobiliário e bancos públicos (Banco do Brasil e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico – BNDE), únicos que atuavam na intermediação a prazos mais longos. Instituições não-bancárias, embora existissem, tinham papel secundário no mercado financeiro do Brasil pré-1964. As reformas de 1964-67 tiveram por objetivo explícito complementar o SFB, constituindo um segmento privado de longo prazo no Brasil.
A Reforma Financeira
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O período de 1968-73
Recuperação e “Milagre”
Em 1968, a economia brasileira inaugurou uma fase de crescimento vigoroso, que se estendeu até 1973. Nesse período, o PIB cresceu a uma taxa média da ordem de 11% ao ano, liderado pelo setor de bens de consumo durável e, em menor escala, pelo de bens de capital. A taxa de investimento, que ficou estagnada, em torno de 15% do PIB no período de 1964-67, subiu para 19% em 1968 e encerrou o período do “milagre” em pouco mais de 20%. O crescimento do período de 1968-73 retomou e complementou o processo de difusão da produção e consumo de bens duráveis, iniciado com o Plano de Metas.
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Tema da Apresentação
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O PERÍODO DO MILAGRE ECONÔMICO
É UM PERÍODO DE FORTE CONCENTRAÇÃO DE RENDA, TANTO É QUE NESSE PERÍODO VOCÊ TEM A FAMOSA FRASE QUE SE ATRIBUI AO DELFIM NETTO, EX-MINISTRO DA FAZENDA DE QUE “É PRECISO CRESCER PARA DEPOIS DISTRIBUIR. MAS NÓS SÓ CONSEGUIMOS DESCONCENTRAR A RENDA” 
AS REFORMAS ECONÔMICAS FEITAS NOS PRIMEIROS ANOS DA DITADURA MILITAR, NOS ANOS DE 1964 A 1968,
FORAM OS PRINCIPAIS FATORES PARA A CRIAÇÃO DE UM AMBIENTE FAVORÁVEL AO CHAMADO MILAGRE ECONÔMICO, NOS ANOS DE 1968 A 1973.
“FOI A ÚNICA OCASIÃO EM QUE SE REALIZARAM REFORMAS DE PESO, DO PONTO DE VISTA ECONÔMICO. REFORMAS IMPORTANTÍSSIMAS. FOI CRIADO:
O BANCO CENTRAL, A LEI QUE GERE TODO O BANCO CENTRAL E O SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL. 
FOI CRIADO TODO O MERCADO DE CAPITAIS,
TODO O SISTEMA TRIBUTÁRIO”.
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TAXA DE CRESCIMENTO DA ORDEM DE 11% AO ANO POR SEIS ANOS CONSECUTIVOS JÁ MERECERIAM A DESIGNAÇÃO DE “MILAGRE ECONÔMICO”. 
A FAÇANHA DA ECONOMIA BRASILEIRA NESSE PERÍODO FOI AINDA MAIS SURPREENDENTE PORQUE TAL RITMO DE CRESCIMENTO FOI ACOMPANHADO DE:
QUEDA DA INFLAÇÃO (EMBORA MODERADA);
SENSÍVEL MELHORA DO BP, QUE REGISTROU SUPERÁVITS CRESCENTES AO LONGO DO PERÍODO. 
O TERMO “MILAGRE” SE JUSTIFICA AINDA MAIS NESSE CASO EM RAZÃO DE DUAS RELAÇÕES MACROECONÔMICAS BASTANTE CONHECIDAS: 
A RELAÇÃO DIRETA ENTRE CRESCIMENTO OU INFLAÇÃO (OU INVERSA ENTRE DESEMPREGO E INFLAÇÃO, NO ORIGINAL), RETRATADA NA CURVA DE PHILLIPS;
(2) A RELAÇÃO INVERSA ENTRE CRESCIMENTO ECONÔMICO E SALDO DO BP, RETRATADA EM DIVERSOS MODELOS DE MACROECONOMIA ABERTA, QUE RESSALTAM O “DILEMA” DA POLÍTICA ECONÔMICA ENTRE O EQUILÍBRIO INTERNO (RUMO AO PLENO EMPREGO) E EXTERNO.
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A Curva de Phillips (CP), originalmente (1958), estabelece uma relação inversa entre a taxa de desemprego e a taxa de variação dos salários nominais numa mesma economia. Lembrando que os salários são um importante item dos custos de produção e que estes afetam, diretamente, o comportamento dos preços, economistas keynesianos criaram uma nova versão da CP (nos anos 60), que se popularizou como “a” CP, na qual a taxa de desemprego é inversamente relacionada à inflação: a redução da taxa de desemprego provaria aumento da taxa de inflação. O trade off [uma situação em que há conflito de escolha] entre emprego e inflação é explicado pela tendência ao aumento dos custos (não só através dos salários, mas também das matérias-primas), à medida que a economia se aproxima do pleno emprego.
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Inflação
Desemprego
Deflação
Emprego
Esta é Curva de Phillips
Esta é a generalização do conceito econômico
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Tema da Apresentação
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PARA COMPENSAR OS POSSÍVEIS EFEITOS DA EXPANSÃO MONETÁRIA SOBRE A INFLAÇÃO, FORAM INSTITUÍDOS:
CONTROLES DE PREÇOS, ATRAVÉS DE UM ÓRGÃO CRIADO EXCLUSIVAMENTE PARA ESTE FIM – A CONEP (COMISSÃO NACIONAL DE ESTABILIZAÇÃO DE PREÇOS), MAIS TARDE SUBSTITUÍDA PELA CIP (COMISSÃO INTERMINISTERIAL DE PREÇOS). 
A CONEP PASSOU A “TABELAR” NÃO APENAS PREÇOS PÚBLICOS:
TARIFAS,
CÂMBIO,
JUROS DO CRÉDITO PÚBLICO, 
MAS TAMBÉM UMA SÉRIE DE PREÇOS PRIVADOS – BASICAMENTE:
INSUMOS INDUSTRIAIS.
OS JUROS COBRADOS PELOS BANCOS COMERCIAIS FORAM TAMBÉM TABELADOS PELO BACEN.
EM MEADOS DE 1968 FOI LANÇADO O PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO (PED), CUJAS PRIORIDADES ERAM:
A ESTABILIZAÇÃO GRADUAL DOS PREÇOS, MAS SEM A FIXAÇÃO DE METAS EXPLÍCITAS DE INFLAÇÃO;
O FORTALECIMENTO DA EMPRESA PRIVADA, VISANDO A RETOMADA DOS INVESTIMENTOS;
A CONSOLIDAÇÃO DA INFRAESTRUTURA, A CARGO DO GOVERNO;
A AMPLIAÇÃO DO MERCADO INTERNO, VISANDO A SUSTENTAÇÃO DA DEMANDA DE BENS DE CONSUMO, ESPECIALMENTE DOS DURÁVEIS.
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Tema da Apresentação
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NA VERDADE, HOUVE UM:
AUMENTO DA RECEITA DO ESTADO,
UM AUMENTO DA RECEITA DO CAPITAL,
 E UMA QUEDA NA RECEITA DO TRABALHO”, DESTACA O DIRETOR DO DIEESE.
HOUVE CRÍTICAS
DE QUE TERIA HAVIDO UMA CONCENTRAÇÃO DE RENDA POR CONTA DA POLÍTICA SALARIAL. 
MAS O FATO É QUE OS SETORES DE BENS DURÁVEIS:
GELADEIRAS,
TELEVISORES - CRESCERAM MUITO. 
E OS SETORES DE BEM DE CAPITAL:
 MÁQUINAS,
EQUIPAMENTOS 
BENS INTERMEDIÁRIOS CRESCERAM MUITO TAMBÉM. 
ISSO ACABOU CRIANDO UM MERCADO INTERNO MUITO FORTE, QUE AJUDOU MUITO O CRESCIMENTO ECONÔMICO”.
O PAÍS FICAVA MAIS RICO MAS BOA PARTE DA POPULAÇÃO NÃO ERA BENEFICIADA NA MESMA PROPORÇÃO. 
A POLÍTICA SALARIAL DO REGIME PROCURAVA NÃO DAR AUMENTOS SALARIAIS ACIMA DOS GANHOS DE PRODUTIVIDADE. 
APENAS RECOMPUNHA AS TAXAS DE INFLAÇÃO PASSADAS. 
À CLASSE TRABALHADORA, POR EXEMPLO, RESTARAM POUCAS OPORTUNIDADES.
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Tema da Apresentação
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“SÓ ALGUNS SETORES, EM FUNÇÃO DA FALTA DE MÃO DE OBRA MAIS ESPECIALIZADA, PASSARAM A PAGAR SALÁRIOS BEM ACIMA DA TAXA DE INFLAÇÃO.
MAS FOI PELA NECESSIDADE IMPERIOSA DO SETOR INDUSTRIAL EM DEMANDAR UMA MÃO DE OBRA MAIS QUALIFICADA.”
ALÉM DA CONCENTRAÇÃO DE RENDA, O PAÍS PASSOU A ENFRENTAR PROBLEMAS COM:
O CHOQUE DO PETRÓLEO, EM 1973.
À DÍVIDA PÚBLICA DO PONTO DE VISTA INTERNO E DO PONTO DE VISTA EXTERNO, 
TERMINADO O CICLO DO MILAGRE, A ECONOMIA DO PAÍS INGRESSA NOS ANOS 1980 E 1990 PROFUNDAMENTE DEBILITADA PARA CONDUZIR QUALQUER ESTRATÉGIA DE INVESTIMENTO, O QUE AGRAVA A CAPACIDADE DE CRESCIMENTO.
“A DEBILIDADE DE ESTADO ERA SEMPRE FRAGILIZADA PELAS CRISES INTERNACIONAIS, TODAS ELAS FRAGILIZAVAM A NOSSA ECONOMIA. 
AS CONTAS PÚBLICAS ERAM PREJUDICADAS PELO DÉFICIT QUE NÓS TÍNHAMOS EM CONTA CORRENTE, PELO VALOR DE NOSSA DÍVIDA EXTERNA”.
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A POLÍTICA ECONÔMICA E A ECONOMIA DURANTE O “MILAGRE”
QUATRO FATORES ATUARAM PARA CONTER A TENDÊNCIA AO AUMENTO DA INFLAÇÃO:
A CAPACIDADE OCIOSA DA ECONOMIA, HERDADA DO PERÍODO DE FRACO CRESCIMENTO (1962-67);
O CONTROLE DIRETO DO GOVERNO SOBRE OS PREÇOS INDUSTRIAIS E JUROS;
A POLÍTICA SALARIAL EM VIGOR QUE, EM GERAL, RESULTOU EM QUEDA DOS SALÁRIOS REAIS, 
A POLÍTICA AGRÍCOLA IMPLEMENTADA, QUE CONTRIBUIU PARA EXPANDIR A PRODUÇÃO E EVITAR PRESSÕES INFLACIONÁRIAS NO SETOR, ATRAVÉS DE FINANCIAMENTOS PÚBLICOS SUBSIDIADOS E DE ISENÇÕES FISCAIS PARA A COMPRA DE FERTILIZANTES E TRATORES.
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A POLÍTICA ECONÔMICA E A ECONOMIA DURANTE O “MILAGRE”
(CONTINUAÇÃO)
QUANTO AO DILEMA ENTRE CRESCIMENTO E EQUILÍBRIO EXTERNO, A SOLUÇÃO DO PROBLEMA FOI FACILITADA POR UMA COMBINAÇÃO DE CONDIÇÕES FAVORÁVEIS: 
A DISPONIBILIDADE DE LIQUIDEZ A JUROS BAIXOS NO MERCADO EXTERNO, ALIADA À JÁ MENCIONADA “BOA VONTADE” DOS EUA PARA COM O BRASIL;
A POSIÇÃO FAVORÁVEL DOS TERMOS DE TROCA, DIANTE DO AUMENTO DOS PREÇOS DAS COMMODITIES EXPORTÁVEIS, 
A EXPANSÃO DO COMÉRCIO MUNDIAL.
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Tema da Apresentação
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COMENTÁRIOS FINAIS:
O PERÍODO DE 1964-73 E A HERANÇA PARA O GOVERNO GEISEL
O ANO DE 1964 É UM MARCO NA HISTÓRIA POLÍTICA E ECONÔMICA BRASILEIRA, INAUGURANDO UM LONGO PERÍODO DE GOVERNOS MILITARES, QUE SE ESTENDEU ATÉ OS PRIMEIROS MESES DE 1985.
ESTE CAPÍTULO EXAMINOU O DESEMPENHO DA ECONOMIA BRASILEIRA NA PRIMEIRA DÉCADA DO REGIME MILITAR. AO LONGO DESSE PERÍODO, OS OBJETIVOS DA POLÍTICA ECONÔMICA FORAM OS MESMOS:
COMBATE À INFLAÇÃO,
PROMOÇÃO DO CRESCIMENTO ECONÔMICO,
MELHORA DAS CONTAS EXTERNAS,
POR MEIO DO AUMENTO DAS EXPORTAÇÕES E DA SUBSTITUIÇÃO DE IMPORTAÇÕES.
EMBALADA PELO PED, A ECONOMIA BRASILEIRA INICIOU, EM 1968, UMA FASE DE CRESCIMENTO VIGOROSO, QUE SE ESTENDEU E SE ACELEROU ATÉ 1973.
O “MILAGRE” REALIZADO NESSE PERÍODO FOI A COMBINAÇÃO DESSE CRESCIMENTO COM:
A REDUÇÃO DAS TAXAS DE INFLAÇÃO;
COM A TOTAL ELIMINAÇÃO DOS DÉFICITS DO BALANÇO DE PAGAMENTOS – ALIÁS, CONVERTIDOS EM SUPERÁVITS.
ESSA FAÇANHA FOI TORNADA POSSÍVEL POR DOIS GRUPOS DE FATORES: 
DE UM LADO: ATUARAM ALGUMAS CONDIÇÕES ECONÔMICAS E POLÍTICAS FAVORÁVEIS,
DE OUTRO: A HABILIDADE DO GOVERNO NO APROVEITAMENTO DAS OPORTUNIDADE QUE ESSA CONJUNTURA OFERECIA.
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Tema da Apresentação
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OS DOIS FATORES: CONDIÇÕES ECONÔMICAS E POLÍTICAS FAVORÁVEIS E A HABILIDADE NO APROVEITAMENTO DAS OPORTUNIDADES.
NO PRIMEIRO GRUPO, DEVE-SE MENCIONAR: 
A EXISTÊNCIA DE CAPACIDADE OCIOSA NA ECONOMIA, FRUTO DA DEBILIDADE ECONÔMICA DA FASE ANTERIOR;
O QUADRO DE AMPLA LIQUIDEZ NO MERCADO INTERNACIONAL; 
O REGIME AUTORITÁRIO VIGENTE, QUE FACILITAVA A IMPLEMENTAÇÃO DAS POLÍTICAS DO GOVERNO;
A “SIMPATIA” AMERICANA PELO REGIME.
NO SEGUNDO GRUPO, VIA:
ADOÇÃO DO CONTROLE DE PREÇOS (INCLUSIVE SALÁRIOS); 
NA POLÍTICA DE JUROS TABELADOS (EM NÍVEIS BAIXOS);
NA POLÍTICA DE FLUTUAÇÃO CAMBIAL PARA O CÂMBIO (BASEADA EM MINIDESVALORIZAÇÕES CAMBIAIS,
DE ACORDO COM A INFLAÇÃO), 
QUE EVITOU MOVIMENTOS BRUSCOS DA TAXA DE CÂMBIO REAL, ESTIMULANDO AS EXPORTAÇÕES E, INDIRETAMENTE, O NÍVEL DE ATIVIDADE ECONÔMICA E,
NA POLÍTICA DELIBERADA DE CAPTAÇÃO DE RECURSOS EXTERNOS.
ESSES FORAM, EM SUMA, OS ALICERCES DO “MILAGRE ECONÔMICO” BRASILEIRO.
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Tema da Apresentação
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A HERANÇA QUE O PERÍODO DE 1964-73 TRANSMITIU 
AO GOVERNO GEISEL (1974-79)
FOI UM MISTO DE VANTAGENS E PROBLEMAS. 
AS VANTAGENS ÓBVIAS FORAM:
A INFLAÇÃO MUITO MAIS BAIXA, NA CASA DOS 15% EM 1973, ANTE 80% EM 1963,
A REORGANIZAÇÃO DA ESTRUTURA FISCAL E FINANCEIRA,
A RECUPERAÇÃO DO BP. 
UMA VANTAGEM NÃO MUITO EVIDENTE À ÉPOCA, MAS QUE SE TORNOU CLARA A PARTIR DE 1974, FOI O PRÓPRIO RITMO ACELERADO DE CRESCIMENTO DO PERÍODO DO “MILAGRE”, QUE, EM CERTA MEDIDA, CONDICIONOU A OUSADA OPÇÃO DE POLÍTICA ECONÔMICA DO GOVERNO GEISEL, GUIADA PELO OBJETIVO DE MANUTENÇÃO DO CRESCIMENTO, APESAR DAS DIFICULDADES EXTERNAS DO PERÍODO. 
OS GRANDES PROBLEMAS FORAM:
A CORREÇÃO MONETÁRIA, COM SEUS EFEITOS PERVERSOS SOBRE A DINÂMICA DOS PREÇOS,
O AUMENTO DA DEPENDÊNCIA EXTERNA DO PAÍS, EM DOIS SETORES: INDUSTRIAL (BENS DE CAPITAL, PETRÓLEO E SEUS DERIVADOS)
E FINANCEIRO, ESTE COMO REFLEXO DA POLÍTICA DE ENDIVIDAMENTO.
ESSAS CONDIÇÕES MOSTRARIAM SEUS DESAFIOS E RISCOS A PARTIR DO PRIMEIRO CHOQUE DOS PREÇOS DO PETRÓLEO EM FINS DE 1973.
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Tema da Apresentação
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Marco Antonio Sandoval de Vasconcellos;Amaury Patrick Gremaud;Rudinei Toneto
Junior, Economia Brasileira Contemporânea, editora: Atlas, edição: 7, ano:2007
capítulo: 12 O Brasil ao Longo do Século XX: Alguns Fatos Estilizados, nº de páginas: 20
capítulo: 16 Do Crescimento Forçado à Crise da Dívida, nº de páginas: 17
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