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Fundação Universidade de BrasíliaFUB - DF
Assistente em Administração
EDITAL Nº 2 – FUB, DE 8 DE DEZEMBRO DE 2014
RETIFICAÇÃO
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Professora Mariela Ribeiro Nunes Cardoso Professora Angélica Calil
Ética e função pública.	01
Ética no setor público.	03
Decreto n. 1.171/1994 (Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federa).	06
Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União (Lei n. 8.112/1990).	10
Disposições preliminares: Do Provimento, Vacância, Remoção, Redistribuição e Substituição.	11
Estágio probatório	16
Direitos e vantagens.	17
Regime disciplinar, deveres e proibições, acumulação, responsabilidade e penalidades.	26
2.3 Lei n. 8.429/1992.	32
Disposições gerais.	32
Atos de improbidade administrativa.	33
Processo administrativo (Lei n. 9.784/1999): conceito, princípios, fases e modalidades.	36
Estatuto e Regimento Geral da Universidade de Brasília	42
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
Professor Rafael de Lazari
Constituição. 1.1 Conceito, classificações, princípios fundamentais.	01
Direitos e garantias fundamentais.	03
Direitos e deveres individuais e coletivos, direitos sociais, nacionalidade, cidadania, direitos políticos.	03
Administração pública.	19
Disposições gerais, servidores públicos.	19
Professora Mariela Ribeiro Nunes Cardoso
Jornalista e advogada na Área Civil e Direito de Família. Especialização na Fundação Getúlio Vargas, graduada pelo
Centro Universitário Eurípides de Marília e pela Universidade de Marília.
Caro Candidato:
Para nós é uma imensa satisfação tê-lo como nosso leitor. Gra- ças a sua confiança nosso trabalho vem se expandindo por todo o país. Esperamos atender suas expectativas e auxilia-lo em seu estu- do; oferecemos suporte para dúvidas que porventura venham surgir.
A partir de agora serão analisados os temas em relação a esta
matéria.
O objetivo do presente trabalho é potencializar os seus estu- dos, sendo que procuramos trazer um conteúdo mais abrangente, viabilizando um estudo mais aprofundado do tema.
O foco principal é disponibilizar um material didático, objeti- vo e de conteúdo amplo, que os capacite para concursos públicos. Portanto, não deixe de fazer a leitura minuciosa de toda a le- gislação pelo fato de que muitos artigos são autoexplicativos; ten-
tar explica-los ou comenta-los poderia não ser didático.
Diante disto, aproveitem o material fazendo-o bom uso e boa sorte, para novas conquistas, com muita dedicação.
Acredite em sua aprovação! Acreditar em um sonho é o pri- meiro passo para conseguir conquista-lo!
1 ÉTICA E FUNÇÃO PÚBLICA.
A ação estatal encontra-se norteada por diversos princípios dentre os quais destaca-se o da legalidade, que delimita o campo de atuação possível do Estado e garante aos cidadãos a titularida- de de direitos. No entanto, sendo o Estado um ser ético-político, a avaliação da conduta de seus agentes não pode pautar-se, ape- nas, pelo aspecto da legalidade. Revela-se imperiosa a verificação quanto a obediência à preceitos éticos que estejam disseminados na própria sociedade. A ética na condução da res publica emerge como instrumento eficaz de proteção dos direitos fundamentais, a exemplo da liberdade e da igualdade.
A Administração Pública se constitui no instrumental de que dispõe o Estado para implementar as prioridades do Governo. As- sim, merece atenção especial o estudo acerca das ações empreen- didas pelo gestor da coisa pública, sobretudo em relação ao grau de aderência ao interesse público (efetividade). Deve haver compati- bilidade entre as prioridades de governo e o querer da coletividade. Verifica-se grande dificuldade da sociedade em avaliar a con- duta dos gestores públicos, notadamente em função da ausência de informações tempestivas, suficientes e confiáveis. Até mesmo o processo de escolha dos governantes nas democracias, através de eleições seguras e livres, vem sendo objeto de ressalvas quanto a sua eficácia como mecanismo garantidor de que os escolhidos tra- balharão em função dos melhores interesses da coletividade, uma vez que os cidadãos não possuem todas as informações necessárias a uma escolha correta. O que reforça a importância do acesso às
informações.
Dentro deste contexto torna-se imprescindível a existência de órgãos integrantes da estrutura estatal que componham uma ver- dadeira rede de agências de accountability incumbidas de supervi- sionar, controlar, aplicar sanções, e sobretudo prover o cidadão das informações relativas a conduta do gestor público.
No caso brasileiro, esta rede de agencias de accountability en- globaria, dentre outros, o Ministério Público, o sistema de controle interno dos Poderes, o Poder Judiciário e os Tribunais de Contas. Estes últimos foram, sobretudo a partir da edição da Lei de Res- ponsabilidade Fiscal, alçados à condição de grandes provedores de informações sobre a gestão pública.
Aos Tribunais de Contas compete verificar o cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal, que está erigida sobre alguns pi- lares, dentre os quais o da transparência. Assim entendida, não só a disponibilização de informações, mas, sobretudo a compreensão dos dados divulgados por parte do cidadão mediano. O objetivo mais nobre do princípio da transparência é permitir e estimular o exercício do controle social, a mais eficaz das formas de controle da conduta do gestor público.
Ética na Gestão Pública e Exercício da Cidadania
A palavra ética deriva do grego e expressa a idéia de confor- midade aos costumes. Segundo Masip é o “conjunto de hábitos, costumes, normas e leis que regulam o modo de proceder das pes- soas, individual e coletIvamente.”.
A avaliação quanto a conduta ética tem fundamento na as- sertiva de que as ações refletem os valores de quem as pratica. Devemos dissociar a ética social caracterizada pela unilateralidade de suas normas da ética legal, cuja bilateralidade expressa-se pela imposição de deveres e concessão de direitos.
A este trabalho interessa à ética na gestão dos negócios do Estado, assim entendida como o conjunto de regras de conduta estabelecidas para a atuação da Administração Pública.
No caso brasileiro a Constituição federal define, expressamen- te, os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publi- cidade e eficiência como norteadores da conduta administrativa.
A moralidade como princípio explícito conduz ao entendi- mento de que o ato administrativo, além da conformação à lei, deve obediência à moral pública, aos bons costumes e ao senso comum de honestidade.
A conduta do agente público deve ser dirigida para a consecu- ção do bem comum, e sob esta perspectiva encontra sua interface com a cidadania, cujo conceito tem sido objeto de muitos estudos que indicam o surgimento de um novo conceito de cidadania.
Fundamentalmente, a acepção que se tem de cidadania abran- ge duas dimensões. A primeira está intrinsecamente ligada e deriva até da experiência dos movimentos sociais. Dessa experiência, boa parte é aquilo que entendemos como luta por direitos que, aliás, encampa o conceito clássico de cidadania, que é a titularidade de direitos.
A essa experiência dos movimentos sociais, tem-se agregado uma ênfase mais ampla na consolidação da democracia. O exercí- cio da cidadania relaciona-se, intimamente, com a consolidação de uma conduta democrática.
Uma segunda dimensão, além da titularidade de direitos, é aquela que deriva do republicanismo clássico, enfatizando a preo- cupação com a coisa pública, com a res publica.
Constata-se, na realidade, um certo desconhecimento da po- pulação em relação a titularidade de direitos.
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
94
Didatismo e Conhecimento
Em uma pesquisa realizada na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, pedia-se que o entrevistado citasse 3 (três) direitos constitucionais. As respostas não podiam ter sido mais preocupan- tes. Não menos do que 56,7% dos entrevistados não conseguiram relacionar um único direito constitucional.Dentre aqueles direitos citados, os direitos sociais ligados à saúde, à educação, à previdên- cia aparecem com 25,8% dos entrevistados.
No segundo lugar, já bem distante, aparecem os direitos civis com 11,7% e os direitos políticos, notadamente votar e ser votado, com 1,6% de referência pelos entrevistados. Uma das conclusões da pesquisa é de que a baixa percepção dessa titularidade de direi- tos políticos se deve até pelo fato de que no Brasil o voto, por ser obrigatório, muito mais é entendido como um dever do que como um direito.
Parece que dentro dessa perspectiva da baixa percepção da população em relação à titularidade desses direitos, não restam dúvidas de que estamos vivenciando um processo, que ainda é de descoberta, de conhecimento para o exercício da cidadania.
Esse processo envolve muitos atores e não restam dúvidas de que os Tribunais de Contas se constituem um desses atores, dire- tamente envolvidos no processo de difusão de direitos, de garantia de exercício de direitos e sobretudo de exercício pleno de cidada- nia.
Kant, teórico clássico do pensamento político, já no final do século XVIII, enumerava algumas características comuns do que ele entende ser um cidadão. A primeira dessas características é a autonomia. Os cidadãos têm de ter capacidade de conduzir-se se- gundo o seu próprio arbítrio. A segunda é a igualdade perante a lei. E a terceira é a independência, ou seja, a capacidade de sustentar-
-se a si próprio. A simples observação dessas três características ci- tadas por Kant, dificilmente permitiria identificarmos um número expressivo de cidadãos que as atendesse.
John Stuart Mill, no século XIX, também um clássico do pen- samento político, dividia o cidadão em duas categorias: os ativos e os passivos. Ele diz que os governantes, em muitos casos, pre- ferem os cidadãos passivos, embora a democracia necessite dos cidadãos ativos, sobretudo na democracia que tem a regra da maio- ria como uma de suas regras fundamentais. Seu pressuposto é a participação ativa.
Não havendo participação ativa, será desvirtuada a regra da maioria. Nesse caso, uma minoria passa a tomar as decisões. A abstenção não é condizente com regime democrático consolidado e cidadania efetiva.
Diante destas constatações, parece-nos que os Tribunais de Contas têm um espaço institucional, a ser ocupado, de promoção da ética na gestão pública e garantia do exercício pleno da cida- dania.
Sob o aspecto do republicanismo clássico, da preocupação com a coisa pública que revela a face da cidadania comprometida com o aperfeiçoamento democrático e o bem estar coletivo cons- truído sobre sólidos padrões éticos, não resta dúvida de que se trata do campo próprio de atuação das Cortes de Contas.
Mas, a ação dos Tribunais de Contas como instrumentos de ci- dadania, também encampa a dimensão da titularidade de direitos.
Trabalhos recentes que analisaram a questão das eleições e da representação têm apontado para o fato de que as eleições não são um mecanismo suficiente para garantir que os governantes atuem naquilo que é de melhor interesse para população. Parte-se do pressuposto de que parcela, significativa, dos eleitores, não tem in-
formação suficiente para escolher de forma mais adequada os seus governantes. Dessa forma, as eleições não seriam suficientes para consolidação do processo democrático. Não se trata de rejeição do modelo, mas de um incentivo à inovação institucional. É um estímulo à criação de novos mecanismos que permitam ao cidadão ter acesso a todas as informações que lhe sirvam de parâmetro para escolha, correta, de seus governantes.
Parece-nos clara a necessidade de instituições que levem ao cidadão essas informações, que confiram transparência à gestão da coisa pública, que sirvam como verdadeiras agências de accounta- bility, agências de transparência, de responsividade e prestação de contas de recursos públicos.
A informação disponibilizada em quantidade e qualidade ade- quadas implicam aumento da confiança do cidadão em seus gover- nantes. Nesse mesmo sentido, O’Donnell desenvolveu o conceito de accountability horizontal. Segundo ele, não é mais suficiente apenas o conceito clássico de accountability vertical, que se re- fere, sobretudo, ao controle, por parte da população, dos atos de seus governantes. É preciso que, no âmbito do Estado, dentro do aparelho estatal, exista uma teia, uma rede de agências interliga- das que se comuniquem com regularidade para permitir o controle permanente da administração pública e da gestão dos recursos pú- blicos. Os Tribunais de Contas integram essa teia da accountability horizontal, que passa a ser mecanismo essencial de transparência e promoção da ética na gestão pública. Devemos atentar para o fato de que a escolha do governante, em eleições livres, não encerra o direito/dever do cidadão. Torna-se imprescindível um acompanha- mento, rigoroso, das ações do eleito.
Dentro dessa perspectiva, os Tribunais de Contas possuem os atributos necessários para serem os provedores de informações para os cidadãos, capazes de lastrear às suas decisões na hora da escolha dos governantes e consequente avaliação de sua gestão. As informações devem ser disponibilizadas tempestivamente e em linguagem compreensível pelo cidadão mediano, constituindo-se, de fato, em instrumento de transparência. Não basta só divulgar os dados, não basta só publicar, não se trata do amesquinhamento do princípio constitucional da publicidade. Trata-se da possibilidade de que os dados divulgados sejam compreensíveis e tenham um objetivo bastante nobre, que é permitir controle e, sobretudo, o controle social, a mais eficaz das formas de controle da Adminis- tração Pública.
É preciso que os Tribunais de Contas utilizem linguagem acessível pelo cidadão comum. Moreira Neto ensina que a grande preocupação em relação ao exercício da cidadania deve ser com o chamado estrato apolítico da sociedade. Esse estrato apolítico encontra-se dividido em apáticos, abúlicos e acráticos. Os apáticos são aqueles aos quais falta sensibilidade para participar, não têm interesse em participar. Os abúlicos são aqueles nos quais falta o desejo de atuar politicamente, não querem participar. E, finalmen- te, os acráticos são aqueles que não têm condições de participar, não podem se integrar ao processo. O trabalho dos Tribunais de Contas pode contribuir para trazer estes cidadãos para o debate, constituindo-se em garantidores de uma participação popular efe- tiva, notadamente na gestão fiscal.
A título de exemplo, a Lei de Responsabilidade Fiscal obriga a participação popular no processo de elaboração dos orçamen- tos. O que, no passado, era prática de alguns gestores na busca da legitimação da decisão político-administrativa passa a ser uma obrigação legal. Não é mais possível elaborar orçamento, sem a
participação popular. Os Tribunais de Contas apresentam-se como a instituição capaz de comprovar esta participação e impor sanções pelo seu descumprimento.
A realização de audiências públicas, a cada quatro meses, com o objetivo de demonstrar o cumprimento das metas fiscais, também expressa outro exemplo da importância dos Tribunais de Contas, que são os responsáveis pela aferição e pela verificação do cumprimento desses comandos legais.
Na realidade, a atuação dos Tribunais na promoção da ética e na garantia do exercício pleno da cidadania constrói uma via de mão dupla. Não só os Tribunais servem como provedores de infor- mações e garantidores de que esses mecanismos de participação popular estejam sendo respeitados, como também os Tribunais se legitimam junto à sociedade, maximizando suas ações. www.sjt. com.br
2 ÉTICA NO SETOR PÚBLICO.
A respeito deste tema há um importante texto de Maria Denise Abeijon Pereira Gonçalves, que aborda de uma maneira sucinta e eficaz, conforme segue:
Uma vez que é através das atividades desenvolvidas pela Ad- ministração Pública que o Estado alcança seus fins, seus agentes públicos são os responsáveis pelas decisões governamentais e pela execução dessas decisões.Para que tais atividades não desvirtuem as finalidades estatais a Administração Pública se submete às normas constitucionais e às leis especiais. Todo esse aparato de normas objetiva a um compor- tamento ético e moral por parte de todos os agentes públicos que servem ao Estado.
Princípios constitucionais que balizam a atividade adminis- trativa:
Devemos atentar para o fato de que a Administração deve pau- tar seus atos pelos princípios elencados na Constituição Federal, em seu art. 37 que prevê: “A administração pública direta e indi- reta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (...)”.
Quanto aos citados princípios constitucionais, o entendimento do doutrinador pátrio Hely Lopes Meirelles é o seguinte:
“- Legalidade - A legalidade, como princípio da administração (CF, art. 37, caput), significa que o administrador público está, em toda a sua atividade funcional, sujeito aos mandamentos da lei e às exigências do bem comum, e deles não se pode afastar ou desviar, sob pena de praticar ato inválido e expor-se a responsabilidade dis- ciplinar, civil e criminal, conforme o caso. (...)
Impessoalidade – O princípio da impessoalidade, (...), nada mais é que o clássico princípio da finalidade, o qual impõe ao ad- ministrador público que só pratique o ato para o seu fim legal. E o fim legal é unicamente aquele que a norma de Direito indica ex- pressa ou virtualmente como objetivo do ato, de forma impessoal. Esse princípio também deve ser entendido para excluir a promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos sobre suas realiza- ções administrativas (...)
Moralidade – A moralidade administrativa constitui, hoje em dia, pressuposto de validade de todo ato da Administração Pública (...). Não se trata – diz Hauriou, o sistematizador de tal conceito – da moral comum, mas sim de uma moral jurídica, entendida como “o conjunto de regras de conduta tiradas da disciplina interior da Administração” (...)
Publicidade - Publicidade é a divulgação oficial do ato para conhecimento público e início de seus efeitos externos. (...) O prin- cípio da publicidade dos atos e contratos administrativos, além de assegurar seus efeitos externos, visa a propiciar seu conhecimento e controle pelos interessados diretos e pelo povo em geral, através dos meios constitucionais (...)
Eficiência – O princípio da eficiência exige que a atividade administrativa seja exercida com presteza, perfeição e rendimento funcional. É o mais moderno princípio da função administrativa, que já não se contenta em ser desempenhada apenas com legali- dade, exigindo resultados positivos para o serviço público e sa- tisfatório atendimento das necessidades da comunidade e de seus membros. (...).”
Controle da atuação da Administração Pública:
Visando a assegurar que a Administração Pública atue sempre em consonância com os princípios normativos que lhe são impos- tos, faz-se necessário que se sujeite ao controle por parte dos Pode- res Legislativo e Judiciário, além de, ela própria, exercer controle sobre seus atos.
Ressalte-se que todos os Poderes estão sujeitos ao mesmo controle, desde que os atos emanados deem-se no exercício de função tipicamente administrativa.
Através de instrumentos de ação outorgados pela Constitui- ção, também os administrados podem provocar o procedimento de controle, visando não só à defesa de interesses individuais como de interesses coletivos, embora tal controle seja atribuição estatal. A Emenda Constitucional número 19/98, inseriu o § 3º no artigo 37, prevendo formas de participação dos administrados na Administração Pública, necessitando, porém, da edição de lei que regulamente o dispositivo constitucional, o que ainda não foi ob-
servado pelo legislador pátrio.
Por outro lado, o Ministério Público desempenha importante papel no controle dos atos administrativos, sendo, hoje, o órgão mais bem estruturado para tal finalidade, devido às funções que lhe foram atribuídas pelo artigo 129 da Carta Magna, onde, além da função de denunciar autoridades públicas por crimes praticados no exercício de suas funções, tem ainda competência para realizar o inquérito civil, requisitar diligências investigatórias e atuar como autor da ação civil pública, objetivando a reprimir atos de impro- bidade administrativa e resguardar interesses coletivos e difusos.
O poder-dever que a lei atribui aos órgãos públicos de contro- lar os atos emanados pela Administração não pode ser renunciado sob pena de responsabilização de quem se omitiu, sendo que tal controle abrange a fiscalização e a correção dos atos ilegais, bem como, dos inoportunos ou inconvenientes para o interesse público. “(...) pode-se definir o controle da Administração Pública como o poder de fiscalização e correção que sobre ela exercem os órgãos dos Poderes Judiciário, Legislativo e Executivo, com o ob- jetivo de garantir a conformidade de sua atuação com os princípios
que lhe são impostos pelo ordenamento jurídico.”
O controle da atuação administrativa e financeira e do cumpri- mento dos deveres funcionais do Poder Judiciário e do Ministério Público, após a edição da Emenda Constitucional 45/2004, passou
a ser exercida pelo Conselho Nacional de Justiça e pelo Conselho Nacional do Ministério Público, respectivamente, competindo-
-lhes zelar pela aplicação das leis relativas ao Judiciário e ao Mi- nistério Público.
Deve-se ressaltar que não se trata de controle externo, uma vez que os referidos Conselhos integram a instituição controlada, não prejudicando o controle externo exercido pelos Tribunais de Contas, limitando-se, o controle dos citados órgãos, aos atos e a atividade administrativa do Judiciário e do Ministério Público, não abrangendo os atos jurisdicionais ou judiciais propriamente ditos. A referida Emenda Constitucional 45/2004, criou ainda, as ouvidorias, objetivando provocar a atuação dos Conselhos Nacio- nais de Justiça e do Ministério Público, através de reclamações e
denúncias de quaisquer interessados.
Temos ainda o controle legislativo ou parlamentar, trata-se de controle eminentemente político e financeiro, objetivando a pro- teção dos interesses do Estado e da Comunidade, exercido pelos órgãos legislativos, (Congresso Nacional, Assembléias Legislati- vas e Câmaras de Vereadores) ou por Comissões Parlamentares, analisando a legalidade e a conveniência pública de determinados atos do Executivo.
Este controle é exercido dentro da expressa previsão constitu- cional de forma a evitar a interferência de um Poder sobre outro, preponderando o equilíbrio entre os Poderes, no chamado sistema de pesos e contrapesos, que impõe o controle dos atos de um Poder por outro, como por exemplo, na aprovação do orçamento e na fiscalização de sua execução.
O controle legislativo manifesta-se ainda, através do disposto no artigo 50, que trata da possibilidade de convocação de autori- dades e pedidos de informações por escrito e no § 3º do artigo 58, da Constituição Federal, que regula as atividades desempenhadas pelas Comissões Parlamentares de Inquérito.
Em relação à fiscalização financeira, orçamentária e contábil, o Poder Legislativo conta com o auxílio do Tribunal de Contas.
“(...) ao Poder Legislativo compete a fiscalização financei- ra, orçamentária, contábil, operacional e patrimonial dos demais Poderes, instituições e órgãos encarregados da administração de receitas e despesas públicas. Essa função conta com o auxílio do Tribunal de Contas.”
A sociedade dispõe ainda do controle judicial que é o contro- le exercido privativamente pelo Poder Judiciário sobre os atos da Administração, com vistas a preservar a legalidade dos referidos atos. Tal controle abrange os atos do Poder Executivo, do Legis- lativo e do próprio Judiciário quando configuram atos de natureza administrativa.
Sendo a legalidade do ato administrativo a condição primeira para a sua validade, importante se faz o controle de tais atos para garantirsua adequação com as normas pertinentes (princípio da legalidade), com a moral da instituição (princípio da moralidade), com a destinação pública (principio da finalidade), com a divul- gação necessária (princípio da publicidade) e com o rendimento funcional e presteza (princípio da eficiência). Ao desviar-se ou contrariar qualquer desses princípios, a Administração edita ato viciado de ilegalidade, o que o torna passível de anulação, pelo Poder Judiciário, se provocado, ou pela própria Administração.
Para requerer a reparação de danos advindos de atos públi- cos ilegais, os particulares dispõem de ações específicas, como, o Mandado de Segurança, a Ação Popular, a Ação Civil Pública, o habeas corpus, o habeas data e as ações de controle concentrado de constitucionalidade, exceto a ação declaratória de constitucionali- dade, além das vias judiciais comuns.
É pacífica, em nossa doutrina, a possibilidade de anulação dos atos ilegais tanto pela própria Administração quanto pelo Poder Judiciário.
“Anulação é a declaração de invalidação de um ato adminis- trativo ilegítimo ou ilegal, feita pela própria Administração ou pelo Poder Judiciário...
...O conceito de ilegalidade ou ilegitimidade, para fins de anu- lação do ato administrativo, não se restringe somente à violação frontal da lei. Abrange não só a clara infringência do texto legal como, também, o abuso, por excesso ou desvio de poder, ou por relegação dos princípios gerais do Direito, especialmente os prin- cípios do regime jurídico administrativo”.
O Poder Judiciário, ao exercer o controle judicial, pode anular os atos ilegais editados pela Administração, sempre que levados à sua apreciação pelos meios processuais cabíveis, sendo que a revisão é ampla, ou seja, a única restrição é quanto ao objeto do julgamento que se restringe ao exame da legalidade ou da lesivida- de ao patrimônio público, não podendo adentrar no mérito de con- veniência e oportunidade para a edição do ato pela Administração.
Importante se faz, ainda, atentar para as restrições colocadas ao Judiciário, quando do conhecimento de atos políticos, assim entendidos aqueles praticados por agentes do Governo, no uso de competência constitucional, os quais destinam-se à condução dos negócios públicos e fundam-se em ampla liberdade de apreciação de conveniência e oportunidade, devendo, o controle judicial, dar-
-se apenas sobre a apreciação quanto a lesividade a direito indivi- dual ou ao patrimônio público, não adentrando nos fundamentos políticos do ato.
A GESTÃO PÚBLICA NA BUSCA DE UMA ATIVIDADE ADMINISTRATIVA ÉTICA
Com a vigência da Carta Constitucional de 1988, a Adminis- tração Pública em nosso país passou a buscar uma gestão mais eficaz e moralmente comprometida com o bem comum, ou seja, uma gestão ajustada aos princípios constitucionais esculpidos no artigo 37 da Carta Magna.
Para isso a Administração Pública vem implementando po- líticas públicas com enfoque em uma gestão mais austera, com revisão de métodos e estruturas burocráticas de governabilidade.
Aliado a isto, temos presenciado uma nova gestão preocupada com a preparação dos agentes públicos para uma prestação de ser- viços eficientes que atendam ao interesse público, o que engloba uma postura governamental com tomada de decisões políticas res- ponsáveis e práticas profissionais responsáveis por parte de todo o funcionalismo público.
Neste sentido, Cristina Seijo Suárez e Noel Añez Tellería, em artigo, descrevem os princípios da ética pública, que, conforme afirmam, devem ser positivos e capazes de atrair ao serviço pú- blico, pessoas capazes de desempenhar uma gestão voltada ao co- letivo. São os seguintes os princípios apresentados pelas autoras:
“- Os processos seletivos para o ingresso na função pública devem estar ancorados no princípio do mérito e da capacidade, e não só o ingresso como carreira no âmbito da função pública;
A formação continuada que se deve proporcionar aos funcio- nários públicos deve ser dirigida, entre outras coisas, para trans- mitir a idéia de que o trabalho a serviço do setor público deve realizar-se com perfeição, sobretudo porque se trata de trabalho realizado em benefícios de “outros”;
A chamada gestão de pessoal e as relações humanas na Ad- ministração Pública devem estar presididas pelo bom propósito e uma educação esmerada. O clima e o ambiente laboral devem ser positivos e os funcionários devem se esforçar para viver no coti- diano esse espírito de serviço para a coletividade que justifica a própria existência da Administração Pública;
A atitude de serviço e interesse visando ao coletivo deve ser o elemento mais importante da cultura administrativa. A menta- lidade e o talento se encontram na raiz de todas as considerações sobre a ética pública e explicam, por si mesmos, a importância do trabalho administrativo;
Constitui um importante valor deontológico potencializar o orgulho são que provoca a identificação do funcionário com os fins do organismo público no qual trabalha. Trata-se da lealdade institucional, a qual constitui um elemento capital e uma obriga- ção central para uma gestão pública que aspira à manutenção de comportamentos éticos;
A formação em ética deve ser um ingrediente imprescindí- vel nos planos de formação dos funcionários públicos. Ademais se devem buscar fórmulas educativas que tornem possível que esta disciplina se incorpore nos programas docentes prévios ao acesso à função pública. Embora, deva estar presente na formação contínua do funcionário. No ensino da ética pública deve-se ter presente que os conhecimentos teóricos de nada servem se não se interiorizam na práxis do servidor público;
O comportamento ético deve levar o funcionário público à busca das fórmulas mais eficientes e econômicas para levar a cabo sua tarefa;
A atuação pública deve estar guiada pelos princípios da igualdade e não discriminação. Ademais a atuação de acordo com o interesse público deve ser o “normal” sem que seja moral receber retribuições diferentes da oficial que se recebe no organismo em que se trabalha;
O funcionário deve atuar sempre como servidor público e não deve transmitir informação privilegiada ou confidencial. O funcionário, como qualquer outro profissional, deve guardar o si- gilo de ofício;
O interesse coletivo no Estado social e democrático de Di- reito existe para ofertar aos cidadãos um conjunto de condições que torne possível seu aperfeiçoamento integral e lhes permita um exercício efetivo de todos os seus direitos fundamentais. Para tan- to, os funcionários devem ser conscientes de sua função promocio- nal dos poderes públicos e atuar em conseqüência disto.(tradução livre).”
Por outro lado, a nova gestão pública procura colocar à dis- posição do cidadão instrumentos eficientes para possibilitar uma fiscalização dos serviços prestados e das decisões tomadas pelos governantes. As ouvidorias instituídas nos Órgãos da Administra- ção Pública direta e indireta, bem como junto aos Tribunais de Contas e os sistemas de transparência pública que visam a pres- tar informações aos cidadãos sobre a gestão pública são exemplos desses instrumentos fiscalizatórios.
Tais instrumentos têm possibilitado aos Órgãos Públicos responsáveis pela fiscalização e tutela da ética na Administração apresentar resultados positivos no desempenho de suas funções, cobrando atitudes coadunadas com a moralidade pública por parte dos agentes públicos. Ressaltando-se que, no sistema de controle atual, a sociedade tem acesso às informações acerca da má gestão por parte de alguns agentes públicos ímprobos.
Entretanto, para que o sistema funcione de forma eficaz é ne- cessário despertar no cidadão uma consciência política alavancada pelo conhecimento de seus direitos e a busca da ampla democracia. Tal objetivo somente será possível através de uma profunda mudança na educação, onde os princípios de democracia e as no- ções de ética e de cidadania sejam despertados desde a infância, antes mesmo de o cidadão estar apto a assumir qualquer função
pública ou atingir a plenitudede seus direitos políticos.
Pode-se dizer que a atual Administração Pública está desper- tando para essa realidade, uma vez que tem investido fortemente na preparação e aperfeiçoamento de seus agentes públicos para que os mesmos atuem dentro de princípios éticos e condizentes com o interesse social.
Além, dos investimentos em aprimoramento dos agentes pú- blicos, a Administração Pública passou a instituir códigos de ética para balizar a atuação de seus agentes. Dessa forma, a cobrança de um comportamento condizente com a moralidade administrativa é mais eficaz e facilitada.
Outra forma eficiente de moralizar a atividade administrativa tem sido a aplicação da Lei de Improbidade Administrativa (Lei nº 8.429/92) e da Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar nº 101/00) pelo Poder Judiciário, onde o agente público que desvia sua atividade dos princípios constitucionais a que está obrigado responde pelos seus atos, possibilitando à sociedade resgatar uma gestão sem vícios e voltada ao seu objetivo maior que é o interesse social.
Assim sendo, pode-se dizer que a atual Administração Pública está caminhando no rumo de quebrar velhos paradigmas consubs- tanciados em uma burocracia viciosa eivada de corrupção e desvio de finalidade. Atualmente se está avançando para uma gestão pú- blica comprometida com a ética e a eficiência.
Para isso, deve-se levar em conta os ensinamentos de Andrés Sanz Mulas que em artigo publicado pela Escuela de Relaciones Laborales da Espanha, descreve algumas tarefas importantes que devem ser desenvolvidas para se possa atingir ética nas Adminis- trações.
“Para desenhar uma ética das Administrações seria necessário realizar as seguintes tarefas, entre outras:
Definir claramente qual é o fim específico pelo qual se cobra a legitimidade social;
Determinar os meios adequados para alcançar esse fim e quais valores é preciso incorporar para alcançá-lo;
Descobrir que hábitos a organização deve adquirir em seu conjunto e os membros que a compõem para incorporar esses va- lores e gerar, assim, um caráter que permita tomar decisões acerta- damente em relação à meta eleita;
Ter em conta os valores da moral cívica da sociedade em que se está imerso;
Conhecer quais são os direitos que a sociedade reconhece às pessoas.”
2.1 DECRETO Nº 1.171/1994 (CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO SERVIDOR PÚBLICO CIVIL DO PODER
EXECUTIVO FEDERAL).
DECRETO Nº 1.171, DE 22 DE JUNHO DE 1994
Aprova o Código de Ética Profissional do Servidor Público Ci- vil do Poder Executivo Federal.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o art. 84, incisos IV e VI, e ainda tendo em vista o disposto no art. 37 da Constituição, bem como nos arts. 116 e 117 da Lei n° 8.112, de 11 de dezembro de 1990, e nos arts. 10, 11 e 12 da Lei n° 8.429, de 2 de junho de 1992,
DECRETA:
Art. 1° Fica aprovado o Código de Ética Profissional do Servi- dor Público Civil do Poder Executivo Federal, que com este baixa. Art. 2° Os órgãos e entidades da Administração Pública Fe- deral direta e indireta implementarão, em sessenta dias, as provi- dências necessárias à plena vigência do Código de Ética, inclusive mediante a Constituição da respectiva Comissão de Ética, integra- da por três servidores ou empregados titulares de cargo efetivo ou
emprego permanente.
Parágrafo único. A constituição da Comissão de Ética será co- municada à Secretaria da Administração Federal da Presidência da República, com a indicação dos respectivos membros titulares e suplentes.
Art. 3° Este decreto entra em vigor na data de sua publicação. Brasília, 22 de junho de 1994, 173° da Independência e 106°
da República.
ITAMAR FRANCO
Romildo Canhim
Este texto não substitui o publicado no DOU de 23.6.1994.
ANEXO
Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal
CAPÍTULO I
Seção I
Das Regras Deontológicas
- A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos princípios morais são primados maiores que devem nortear o ser- vidor público, seja no exercício do cargo ou função, ou fora dele, já que refletirá o exercício da vocação do próprio poder estatal. Seus atos, comportamentos e atitudes serão direcionados para a preser- vação da honra e da tradição dos serviços públicos.
- O servidor público não poderá jamais desprezar o elemen- to ético de sua conduta. Assim, não terá que decidir somente entre
o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconve- niente, o oportuno e o inoportuno, mas principalmente entre o ho- nesto e o desonesto, consoante as regras contidas no art. 37, caput, e § 4°, da Constituição Federal.
- A moralidade da Administração Pública não se limita à distinção entre o bem e o mal, devendo ser acrescida da ideia de que o fim é sempre o bem comum. O equilíbrio entre a legalidade e a finalidade, na conduta do servidor público, é que poderá conso- lidar a moralidade do ato administrativo.
- A remuneração do servidor público é custeada pelos tri- butos pagos direta ou indiretamente por todos, até por ele próprio, e por isso se exige, como contrapartida, que a moralidade adminis- trativa se integre no Direito, como elemento indissociável de sua aplicação e de sua finalidade, erigindo-se, como consequência, em fator de legalidade.
- O trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a comunidade deve ser entendido como acréscimo ao seu próprio bem-estar, já que, como cidadão, integrante da sociedade, o êxito desse trabalho pode ser considerado como seu maior patrimônio.
- A função pública deve ser tida como exercício profissio- nal e, portanto, se integra na vida particular de cada servidor públi- co. Assim, os fatos e atos verificados na conduta do dia-a-dia em sua vida privada poderão acrescer ou diminuir o seu bom conceito na vida funcional.
- Salvo os casos de segurança nacional, investigações po- liciais ou interesse superior do Estado e da Administração Pública, a serem preservados em processo previamente declarado sigiloso, nos termos da lei, a publicidade de qualquer ato administrativo constitui requisito de eficácia e moralidade, ensejando sua omissão comprometimento ético contra o bem comum, imputável a quem a negar.
- Toda pessoa tem direito à verdade. O servidor não pode omiti-la ou falseá-la, ainda que contrária aos interesses da própria pessoa interessada ou da Administração Pública. Nenhum Estado pode crescer ou estabilizar-se sobre o poder corruptivo do hábito do erro, da opressão ou da mentira, que sempre aniquilam até mes- mo a dignidade humana quanto mais a de uma Nação.
- A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo dedicados ao serviço público caracterizam o esforço pela disciplina. Tratar mal uma pessoa que paga seus tributos direta ou indiretamente significa causar-lhe dano moral. Da mesma forma, causar dano a qualquer bem pertencente ao patrimônio público, deteriorando-o, por descuido ou má vontade, não constitui apenas uma ofensa ao equipamento e às instalações ou ao Estado, mas a todos os homens de boa vontade que dedicaram sua inteligência, seu tempo, suas esperanças e seus esforços para construí-los.
- Deixar o servidor público qualquer pessoa à espera de solução que compete ao setor em que exerça suas funções, per- mitindo a formação de longas filas, ou qualquer outra espécie de atraso na prestação do serviço, não caracteriza apenas atitude con- tra a ética ou ato de desumanidade, mas principalmente grave dano moral aos usuários dos serviços públicos.
- 0 servidor deve prestar toda a sua atenção às ordens legais de seus superiores, velando atentamente por seu cumprimento, e, assim, evitando a conduta negligente. Os repetidos erros, o desca- so e o acúmulo de desvios tornam-se, às vezes, difíceis de corrigir e caracterizam até mesmo imprudência no desempenho da função pública.
- Toda ausência injustificada do servidor de seu local de trabalho é fator de desmoralização do serviço público, o que quase sempre conduz à desordem nas relações humanas.
- 0 servidor que trabalha em harmonia coma estrutura or- ganizacional, respeitando seus colegas e cada concidadão, colabo- ra e de todos pode receber colaboração, pois sua atividade pública é a grande oportunidade para o crescimento e o engrandecimento da Nação.
Seção II
Dos Principais Deveres do Servidor Público
- São deveres fundamentais do servidor público:
desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo, função ou emprego público de que seja titular;
exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e rendimen- to, pondo fim ou procurando prioritariamente resolver situações procrastinatórias, principalmente diante de filas ou de qualquer outra espécie de atraso na prestação dos serviços pelo setor em que exerça suas atribuições, com o fim de evitar dano moral ao usuário;
ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a integri- dade do seu caráter, escolhendo sempre, quando estiver diante de duas opções, a melhor e a mais vantajosa para o bem comum;
jamais retardar qualquer prestação de contas, condição es- sencial da gestão dos bens, direitos e serviços da coletividade a seu cargo;
tratar cuidadosamente os usuários dos serviços aperfeiçoan- do o processo de comunicação e contato com o público;
ter consciência de que seu trabalho é regido por princípios éticos que se materializam na adequada prestação dos serviços pú- blicos;
ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e atenção, res- peitando a capacidade e as limitações individuais de todos os usu- ários do serviço público, sem qualquer espécie de preconceito ou distinção de raça, sexo, nacionalidade, cor, idade, religião, cunho político e posição social, abstendo-se, dessa forma, de causar-lhes dano moral;
ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum temor de re- presentar contra qualquer comprometimento indevido da estrutura em que se funda o Poder Estatal;
resistir a todas as pressões de superiores hierárquicos, de contratantes, interessados e outros que visem obter quaisquer fa- vores, benesses ou vantagens indevidas em decorrência de ações imorais, ilegais ou aéticas e denunciá-las;
zelar, no exercício do direito de greve, pelas exigências es- pecíficas da defesa da vida e da segurança coletiva;
ser assíduo e frequente ao serviço, na certeza de que sua ausência provoca danos ao trabalho ordenado, refletindo negativa- mente em todo o sistema;
comunicar imediatamente a seus superiores todo e qual- quer ato ou fato contrário ao interesse público, exigindo as provi- dências cabíveis;
manter limpo e em perfeita ordem o local de trabalho, se- guindo os métodos mais adequados à sua organização e distribui- ção;
participar dos movimentos e estudos que se relacionem com a melhoria do exercício de suas funções, tendo por escopo a realização do bem comum;
apresentar-se ao trabalho com vestimentas adequadas ao exercício da função;
manter-se atualizado com as instruções, as normas de ser- viço e a legislação pertinentes ao órgão onde exerce suas funções;
cumprir, de acordo com as normas do serviço e as instru- ções superiores, as tarefas de seu cargo ou função, tanto quanto possível, com critério, segurança e rapidez, mantendo tudo sempre em boa ordem.
facilitar a fiscalização de todos atos ou serviços por quem
de direito;
exercer com estrita moderação as prerrogativas funcionais que lhe sejam atribuídas, abstendo-se de fazê-lo contrariamente aos legítimos interesses dos usuários do serviço público e dos ju- risdicionados administrativos;
abster-se, de forma absoluta, de exercer sua função, poder ou autoridade com finalidade estranha ao interesse público, mesmo que observando as formalidades legais e não cometendo qualquer violação expressa à lei;
divulgar e informar a todos os integrantes da sua classe so- bre a existência deste Código de Ética, estimulando o seu integral cumprimento.
Seção III
Das Vedações ao Servidor Público
- E vedado ao servidor público;
o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tempo, posição e influências, para obter qualquer favorecimento, para si ou para outrem;
prejudicar deliberadamente a reputação de outros servido- res ou de cidadãos que deles dependam;
ser, em função de seu espírito de solidariedade, conivente com erro ou infração a este Código de Ética ou ao Código de Ética de sua profissão;
usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exercício regular de direito por qualquer pessoa, causando-lhe dano moral ou material;
deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao seu alcance ou do seu conhecimento para atendimento do seu mister;
permitir que perseguições, simpatias, antipatias, caprichos, paixões ou interesses de ordem pessoal interfiram no trato com o público, com os jurisdicionados administrativos ou com colegas hierarquicamente superiores ou inferiores;
pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer tipo de ajuda financeira, gratificação, prêmio, comissão, doação ou vantagem de qualquer espécie, para si, familiares ou qualquer pes- soa, para o cumprimento da sua missão ou para influenciar outro servidor para o mesmo fim;
alterar ou deturpar o teor de documentos que deva encami- nhar para providências;
iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite do aten- dimento em serviços públicos;
desviar servidor público para atendimento a interesse par- ticular;
retirar da repartição pública, sem estar legalmente autoriza- do, qualquer documento, livro ou bem pertencente ao patrimônio público;
fazer uso de informações privilegiadas obtidas no âmbito interno de seu serviço, em benefício próprio, de parentes, de ami- gos ou de terceiros;
apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele habitu- almente;
dar o seu concurso a qualquer instituição que atente contra a moral, a honestidade ou a dignidade da pessoa humana;
exercer atividade profissional aética ou ligar o seu nome a empreendimentos de cunho duvidoso.
CAPÍTULO II
DAS COMISSÕES DE ÉTICA
- Em todos os órgãos e entidades da Administração Pú- blica Federal direta, indireta autárquica e fundacional, ou em qual- quer órgão ou entidade que exerça atribuições delegadas pelo po- der público, deverá ser criada uma Comissão de Ética, encarregada de orientar e aconselhar sobre a ética profissional do servidor, no tratamento com as pessoas e com o patrimônio público, competin- do-lhe conhecer concretamente de imputação ou de procedimento susceptível de censura.
(Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007)
- À Comissão de Ética incumbe fornecer, aos organis- mos encarregados da execução do quadro de carreira dos servido- res, os registros sobre sua conduta ética, para o efeito de instruir e fundamentar promoções e para todos os demais procedimentos próprios da carreira do servidor público.
XIX- (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007) XX - (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007) XXI -(Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007)
- A pena aplicável ao servidor público pela Comissão de Ética é a de censura e sua fundamentação constará do respectivo parecer, assinado por todos os seus integrantes, com ciência do faltoso.
– (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007)
- Para fins de apuração do comprometimento ético, entende-se por servidor público todo aquele que, por força de lei, contrato ou de qualquer ato jurídico, preste serviços de natureza permanente, temporária ou excepcional, ainda que sem retribuição financeira, desde que ligado direta ou indiretamente a qualquer ór- gão do poder estatal, como as autarquias, as fundações públicas, as entidades paraestatais, as empresas públicas e as sociedades de economia mista, ou em qualquer setor onde prevaleça o interesse do Estado.
- (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007)
Para a análise do Código de Ética do Servidor Público Fe- deral, nada melhor que o trabalho desenvolvido pelo professor de ética Márcio Azevedo, que dispõe a respeito e conforme segue:
“O comportamento ético do servidor público na sua vida particular só é exigível se, pela natureza do cargo, houver uma razoável exigência do servidor se comportar moralmente, como invariavelmente ocorre nas carreirastípicas de Estado.
O que dizer então do Decreto 1.171, de 1994, que impõe o comportamento ético e moral de todo e qualquer servidor, na sua vida particular, independentemente da natureza do seu cargo?
Quando tal Código estabelece algumas “Regras Deontológi- cas”, quer dizer que o servidor público está envolto em um siste- ma onde a moral tem forte influência no desenvolvimento da sua carreira pública. Assim, quem passa pelo serviço público sabe ou deveria saber que a promoção profissional e o adequado cumpri- mento das atribuições do cargo estão condicionados também pela ética e, assim, pelo comportamento particular do servidor.
Veja que o referido Decreto cria normas de conduta, conheci- das no Direito como normas materiais, porque impõem compor- tamentos.
O Decreto 1171 é inconstitucional, na medida em que impõe regras de condutas, ferindo a Constituição. Esta Lei Máxima diz, no seu art. 5º, diz que “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei” e que “não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal”. Esta lei citada pelo art. 5º é a norma primária, não podendo ser confundida com a possibilidade de ser imposta normas de con- duta pela norma secundária.
Assim, não poderia ser imposta nenhuma norma de conduta a alguém via Decreto, que é uma norma secundária, porque só a norma primária tem esta capacidade constitucional.
Atualmente, com a nova redação do art. 84, inciso VI, dada pela Emenda Constitucional n. 32, de 11 de setembro de 2001, é possível falar em Decreto Autônomo. Isto é: é possível falar em Decreto como norma primária, para fins de dispor sobre organi- zação e funcionamento da Administração Pública Federal, quando não houver aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos, e também para extinguir funções ou cargos públicos, quando vagos.
Somente uma grande força de interpretação, que chegaria a ultrapassar os limites constitucionais do art. 84, VI, da CF/88, po- deria aceitar que a criação de normas de conduta para servidores públicos estaria inserta na organização e funcionamento da Admi- nistração Pública Federal.
Apesar disto, o fato é que o Decreto Autônomo só apareceu verdadeiramente no ordenamento jurídico nacional em 11 de setembro de 2001, e o Decreto 1.171 é de 22 de junho de 1994, quando não havia no ordenamento jurídico o Decreto como norma primária.
Por isso, o Decreto 1171 não impõe coerção quanto às normas materiais nele indicadas; impõe tão somente em relação às normas processuais, como a obrigação de criação de Comissão de Ética por todas as entidades e órgãos públicos federais.
Diante desta situação, o que resta do Código de Ética do Ser- vidor do Poder Executivo Federal, imposto pelo referido Decreto?
Continua com o mesmo vigor que sempre teve, porque o vigor nunca foi sancionador ou coercitivo.
O então Ministro Chefe da Secretaria da Administração Fede- ral da Presidência da República, e presidente da Comissão Espe- cial criada para estudar a construção do Código de Ética, Romildo Canhim, ao expor os motivos para o Presidente da República da época, Itamar Franco, foi enfático, ao dizer o seguinte:
“Para melhor se compreender a total separação entre o Códi- go de Ética e a lei que institui o regime disciplinar dos servidores públicos, basta a evidência de que o servidor adere à lei por uma simples conformidade exterior, impessoal, coercitiva, imposta pelo Estado, pois a lei se impõe por si só, sem qualquer consulta prévia a cada destinatário, enquanto que, no atinente ao Código de Ética, a obrigatoriedade moral incluir a liberdade de escolha e de ação do próprio sujeito, até para discordar das normas que por- ventura entenda injustas e lutar por sua adequação aos princípios da Justiça. Sua finalidade maior é produzir na pessoa do servidor público a consciência de sua adesão às normas preexistentes atra- vés de um espírito crítico, o que certamente facilitará a prática do cumprimento dos deveres legais por parte de cada um e, em conse- quência, o resgate do respeito aos serviços públicos e à dignidade social de cada servidor.”
Exatamente por isso, o Código de Ética cria regras deontoló- gicas de ética, isto é, cria um sistema de princípios e fundamentos da moral, daí porque não se preocupa com a previsão de punição e processo disciplinar contra o servidor antiético, apesar de, na maioria das vezes, haver coincidência entre a conduta antiética e a necessidade de punição administrativa.
A verdadeira intenção do Código de Ética foi estimular os ór- gãos e entidades públicas federais a promoverem o debate sobre a ética, para que ela, e as discussões que dela se extrai, permeie amiúde as repartições, até com naturalidade.
O professor finaliza destacando alguns pontos importantes acerca da ética no serviço público federal:
“Servidor que não é ocupante de cargo efetivo da entidade ou órgão pode ser membro ou secretário-executivo de Comissão de Ética de que trata o Decreto 1171/94”.
O presidente da Comissão de Ética Pública será escolhido pe- los próprios integrantes da Comissão. A atuação da Comissão de Ética, no que concerne ao exercício de suas competências próprias, não se subordina a instância superior a que se vincule. Eventuais dúvidas de natureza legal devem ser resolvidas junto ao jurídico da entidade ou órgão. Dúvidas sobre a aplicação das normas do Códi- go de Ética devem ser dirimidas pela Comissão de Ética Pública.
De acordo com o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, aprovado pelo Decreto 1171/94, as normas ali previstas não se aplicam às sociedades de economia mista.
As dúvidas levantadas sobre a aplicação do Decreto 1171/94 devem ser resolvidas pela Comissão de Ética do próprio órgão ou entidade, cabendo à Comissão de Ética Pública atender às dúvidas dessas Comissões ou se manifestar em caso de interpretações di- vergentes. (...)
Diretores e Conselheiros de Empresas Públicas sujeitam-se ao Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil, apro- vado pelo Decreto 1171/94, haja vista que para fins de apuração do comprometimento ético, entende-se por servidor público todo aquele que, por força de lei, contrato ou de qualquer ato jurídico, preste serviços de natureza permanente, temporária ou excepcio- nal, ainda que sem retribuição financeira, desde que ligado direta ou indiretamente a qualquer órgão do poder estatal, como as autar- quias, as fundações pública, as entidades paraestatais, as empresas públicas e as sociedades de economia mista, ou em qualquer setor onde prevaleça o interesse do Estado (...)”.
Professora Angélica Massoca Baptista Calil
Especialista em Direito Civil e Direito Processual Civil; Ba- charel em Direito, graduada pela Faculdade de Direito da Alta Paulista.
“E quando você pensar em desistir, lembre-se dos motivos
que te fizeram aguentar até agora”.
Meus caros alunos e amigos, agradeço desde já a confiança e desejo profundamente, que minha matéria realmente contribua para o seu conhecimento e aprovação no concurso almejado. Uma das vantagens de se estudar para concursos públicos é que os mes- mos se repetem periodicamente e, quando se alcança a vitória, esta compensa todo o esforço da caminhada, bem como todas as even- tuais e possíveis derrotas anteriores.
Apenas antes de adentrarmos à matéria propriamente dita, gostaria de apontar quatro técnicas básicas, mas realmente neces- sárias quando estudamos para um concurso público: I) disciplina;
método de estudo correto; III) se identificar com a carreira ou área profissional do respectivo concurso; e IV) verificar o nível de relevância de cada matéria a ser estudada. (FAGA, Tânia. Jurispru- dência e Concursos).
Sem o esforço da busca torna-se impossível a alegria da con- quista.
Como já disse Galileu, “Não se pode ensinar tudo a alguém, pode-se apenas ajudá-lo a encontrar por si mesmo”.
A maior satisfação de um professor acontece quando aquele que recebeu seus ensinamentos, orientações, aulas ou conselhos, acrescentaalgum ganho de qualidade, seja esta, de tempo ou satis- fação. E é exatamente esse ganho de qualidade de qualquer espécie aos meus alunos e leitores, que eu, como professora, gostaria de obter com meu modesto trabalho.
Sucesso a todos!
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚ-
BLICA: COMENTÁRIO DE INTRODUÇÃO:
Meus queridos alunos, começaremos com uma DICA DA PROFESSORA: Aconselha-se, para complementação e melhor entendimento das matérias de Direito Administrativo, Adminis- tração Pública e Servidores Públicos, também a leitura dos Arti- gos 37 a 41 da CF/88, que trata dos referidos assuntos.
Ainda, aprendamos antes, alguns conceitos básicos para com- preensão das legislações específicas do edital desse concurso.
Vamos lá!
Conceito de Direito Administrativo:
O Direito Administrativo é o conjunto harmônico de princí- pios jurídicos que regem a atividade administrativa, as entidades, os órgãos e os agentes públicos tendentes a realizar concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado. (NADAL, Fábio; e SANTOS, Vauledir Ribeiro. Direito Administrativo. 3. ed. São Paulo: Método, 2006, p. 20).
É o ramo do direito público que tem por objeto os órgãos, agentes e pessoas jurídicas administrativas que integram a Administração Pública, a atividade jurídica não contenciosa que exerce e os bens de que se utiliza para a consecução de seus fins, de natureza pública. (DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 16. ed. São Paulo: Atlas, 2003, p. 47).
Da Administração Pública:
Conceito de Administração Pública: Art. 37, caput, CF:
Administração Pública é o conjunto de pessoas e órgãos que desempenham uma função de atendimento ao interesse público, ou seja, que estão a serviço da coletividade. (LÉPORE, Paulo. Noções de Direito Constitucional. Salvador: JusPodivm, 2014, p.161.)
Administração Pública é o aparelhamento estatal, integrado por pessoas jurídicas, órgãos e agentes públicos postos à disposi- ção do cidadão para a consecução das necessidades gerais e coleti- vas. (PIRES, Antonio Cecílio Moreira).
A Administração Pública divide-se em:
Administração Pública Direta: podendo ser Federal, Esta- dual, Distrital e Municipal e Administração Pública Indireta: sendo dividida em Autarquias, também classificadas como agên- cias reguladoras; Fundações, também classificadas como agências executivas; Sociedades de economia mista e Empresas Públicas. Observamos também a existência de Entes cooperados que embora não integrem o conceito de Administração Pública, pres- tam serviços de interesse público (ex. SESI, SENAC, SENAI,
ONG´s).
Órgãos e Funções:
O Direito Administrativo regula a atividade administrativa do Estado, não importando quem exerça as funções típicas, se- jam as mesmas primárias, ou seja, referentes ao Poder Executivo, ou ainda funções atípicas, ou secundárias, referentes aos Poderes Legislativo e Judiciário.
Em relação à atuação do Estado, existem três Funções essen- ciais, que são exercidas separadamente em três blocos orgânicos, denominados Poderes. Ou seja, podemos classificar de tal forma: Quanto ao Poder: Órgão Legislativo – Função Normativa; Órgão Executivo – Função Administrativa; Órgão Judiciário
– Função Judicial.
IMPORTANTE PARA CONCURSOS PÚBLICOS: Tais
funções não são exercidas pelos respectivos Poderes de maneira absoluta e exclusiva, pois são atribuídas de maneira restrita, com objetivo de preservar o necessário equilíbrio entre os mesmos, o que se denomina nas doutrinas administrativas como “sistema de freios e contrapesos”.
Serviços Públicos:
Serviço Público é todo aquele prestado pela Administração Pública ou por seus delegados, sob normas e controles estatais, para satisfazer necessidades essenciais ou secundárias da coleti- vidade ou simples conveniência do Estado. (MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 26. ed. São Paulo: Ma- lheiros, 2001, p. 675).
Os mesmos caracterizam-se pela atividade de interesse públi- co, pela presença do Estado e pelo procedimento de direito públi- co.
Servidores Públicos:
Servidores Públicos são pessoas físicas que prestam serviços à Administração Pública Direta, às autarquias ou fundações públicas, gerando entre as partes um vínculo empregatício ou estatutário. São serviços prestados à União, Estados – membros, Distrito Federal ou Municípios. (NADAL, Fábio e SANTOS, Vauledir Ribeiro, ob. cit., p. 133).
O servidor público é a pessoa legalmente investida em cargo público.
O servidor público somente está obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa em virtude de lei, assim, se o mesmo praticar ato ilegal, ainda que cumprindo ordens, deve ser responsabilizado.
Também existem os Agentes Políticos e os Particulares que colaboram com o Poder Público.
Existem três categorias de Servidores Públicos:
Funcionário Público: (servidor público), está sujeito ao regi- me estatutário e ocupa cargo público;
Empregado Público: contratado sob o regime da CLT, ocu- pando emprego público, admitido seja por meio de concurso ou pertencendo a quadros funcionais; e
Servidor Temporário: exerce função, em caráter excepcional, por tempo determinado, sem vínculo a cargos ou emprego público, sob regime administrativo especial.
Visto tais conceitos básicos, porém necessários, adentraremos na matéria específica deste concurso! Coragem e vamos lá!
2.2 REGIME JURÍDICO DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS DA UNIÃO
(LEI N. 8.112/1990)
COMENTÁRIO:
Caros alunos, o presente trabalho trará as partes específicas desta Lei 8112/90, que serão cobradas neste concurso. Mesmo as- sim, anexamos tal Lei em seu texto íntegro, ao final do nosso tra- balho, para sua complementação de aprendizado e utilização em demais e posteriores concursos. Aproveitem e estudem!
A Lei 8112/90 dispõe sobre o Regime Jurídico dos Servido- res Públicos Civis Federais, regulando os direitos e deveres dos servidores estatutários da União, das autarquias federais e das fun- dações públicas federais.
§ 3º As universidades e instituições de pesquisa científica e tecnológica federais poderão prover seus cargos com professores, técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo com as normas e os procedimentos desta Lei.2.2.1 DISPOSIÇÕES PRELIMINARES: DO PROVIMENTO, VACÂNCIA, REMOÇÃO,
REDISTRIBUIÇÃO E SUBSTITUIÇÃO
Art. 6º O provimento dos cargos públicos far-se-á mediante ato da autoridade competente de cada Poder.
LEI Nº 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990 TÍTULO I
CAPÍTULO ÚNICO
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 1º Esta Lei institui o Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União, das autarquias, inclusive as em regime especial, e das fundações públicas federais.
Art. 2º Para os efeitos desta Lei, servidor é a pessoa legalmen- te investida em cargo público.
Art. 3º Cargo público é o conjunto de atribuições e respon- sabilidades previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor.
Parágrafo único. Os cargos públicos, acessíveis a todos os bra- sileiros, são criados por lei, com denominação própria e vencimen- to pago pelos cofres públicos, para provimento em caráter efetivo ou em comissão.
Art. 4º É proibida a prestação de serviços gratuitos, salvo os casos previstos em lei.
TÍTULO II
DO PROVIMENTO, VACÂNCIA, REMOÇÃO, REDIS- TRIBUIÇÃO E SUBSTITUIÇÃO
CAPÍTULO I DO PROVIMENTO
SEÇÃO I DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 5º São requisitos básicos para investidura em cargo pú- blico:
- a nacionalidade brasileira;
- o gozo dos direitos políticos;
- a quitação com as obrigações militares e eleitorais;
- o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo; V - a idade mínima de dezoito anos;
VI - aptidão física e mental.
§ 1º As atribuições do cargo podem justificar a exigência de outros requisitos estabelecidos em lei.
§ 2º Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o direito de se inscrever em concurso público para provimento de cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que são portadoras; para tais pessoas serão reservadas até 20%(vinte por cento) das vagas oferecidas no concurso.
Art. 7º A investidura em cargo público ocorrerá com a posse.
Art. 8º São formas de provimento de cargo público: I - nomeação;
II - promoção; III - (Revogado) IV - (Revogado) V - readaptação; VI - reversão;
VII - aproveitamento; VIII - reintegração; IX - recondução.
SEÇÃO II DA NOMEAÇÃO
Art. 9º A nomeação far-se-á:
- em caráter efetivo, quando se tratar de cargo isolado de provimento efetivo ou de carreira;
- em comissão, inclusive na condição de interino, para car- gos de confiança vagos.
Parágrafo único. O servidor ocupante de cargo em comissão ou de natureza especial poderá ser nomeado para ter exercício, in- terinamente, em outro cargo de confiança, sem prejuízo das atri- buições do que atualmente ocupa, hipótese em que deverá optar pela remuneração de um deles durante o período da interinidade.
Art. 10. A nomeação para cargo de carreira ou cargo isolado de provimento efetivo depende de prévia habilitação em concurso público de provas ou de provas e títulos, obedecidos a ordem de classificação e o prazo de sua validade.
Parágrafo único. Os demais requisitos para o ingresso e o de- senvolvimento do servidor na carreira, mediante promoção, serão estabelecidos pela lei que fixar as diretrizes do sistema de carreira na Administração Pública Federal e seus regulamentos.
SEÇÃO III
DO CONCURSO PÚBLICO
Art. 11. O concurso será de provas ou de provas e títulos, po- dendo ser realizado em duas etapas, conforme dispuserem a lei e o regulamento do respectivo plano de carreira, condicionada a inscrição do candidato ao pagamento do valor fixado no edital, quando indispensável ao seu custeio, e ressalvadas as hipóteses de isenção nele expressamente previstas.
Art. 12. O concurso público terá validade de até 2 (dois ) anos, podendo ser prorrogado uma única vez, por igual período.
§ 1º O prazo de validade do concurso e as condições de sua realização serão fixados em edital, que será publicado no Diário Oficial da União e em jornal diário de grande circulação.
§ 2º Não se abrirá novo concurso enquanto houver candidato aprovado em concurso anterior com prazo de validade não expirado.
SEÇÃO IV
DA POSSE E DO EXERCÍCIO
Art. 13. A posse dar-se-á pela assinatura do respectivo termo, no qual deverão constar as atribuições, os deveres, as responsabi- lidades e os direitos inerentes ao cargo ocupado, que não poderão ser alterados unilateralmente, por qualquer das partes, ressalvados os atos de ofício previstos em lei.
§ 1º A posse ocorrerá no prazo de trinta dias contados da publicação do ato de provimento.
§ 2º Em se tratando de servidor, que esteja na data de publicação do ato de provimento, em licença prevista nos incisos I, III e V do
Art. 81, ou afastado nas hipóteses dos incisos I, IV, VI, VIII, alíneas “a”, “b”, “d”, “e” e “f”, IX e X do
Art. 102, o prazo será contado do término do impedimento.
§ 3º A posse poderá dar-se mediante procuração específica.
§ 4º Só haverá posse nos casos de provimento de cargo por
nomeação.
§ 5º No ato da posse, o servidor apresentará declaração de bens e valores que constituem seu patrimônio e declaração quanto ao exercício ou não de outro cargo, emprego ou função pública.
§ 6º Será tornado sem efeito o ato de provimento se a posse não ocorrer no prazo previsto no § 1º deste artigo.
Art. 14. A posse em cargo público dependerá de prévia inspe- ção médica oficial.
Parágrafo único. Só poderá ser empossado aquele que for jul- gado apto física e mentalmente para o exercício do cargo.
Art. 15. Exercício é o efetivo desempenho das atribuições do cargo público ou da função de confiança.
§ 1º É de quinze dias o prazo para o servidor empossado em cargo público entrar em exercício, contados da data da posse.
§ 2º O servidor será exonerado do cargo ou será tornado sem efeito o ato de sua designação para função de confiança, se não entrar em exercício nos prazos previstos neste artigo, observado o disposto no Art. 18.
§ 3º À autoridade competente do órgão ou entidade para onde for nomeado ou designado o servidor compete dar-lhe exercício.
§ 4º O início do exercício de função de confiança coincidirá com a data de publicação do ato de designação, salvo quando o servidor estiver em licença ou afastado por qualquer outro motivo legal, hipótese em que recairá no primeiro dia útil após o término do impedimento, que não poderá exceder a trinta dias da publicação.
Art. 16. O início, a suspensão, a interrupção e o reinício do exercício serão registrados no assentamento individual do servi- dor.
Parágrafo único. Ao entrar em exercício, o servidor apresen- tará ao órgão competente os elementos necessários ao seu assen- tamento individual.
Art. 17. A promoção não interrompe o tempo de exercício, que é contado no novo posicionamento na carreira a partir da data de publicação do ato que promover o servidor.
Art. 18. O servidor que deva ter exercício em outro município em razão de ter sido removido, redistribuído, requisitado, cedido ou posto em exercício provisório terá, no mínimo, dez e, no má- ximo, trinta dias de prazo, contados da publicação do ato, para a retomada do efetivo desempenho das atribuições do cargo, incluí- do nesse prazo o tempo necessário para o deslocamento para a nova sede.
§ 1º Na hipótese de o servidor encontrar-se em licença ou afastado legalmente, o prazo a que se refere este artigo será contado a partir do término do impedimento.
§ 2º É facultado ao servidor declinar dos prazos estabelecidos no caput.
Art. 19. Os servidores cumprirão jornada de trabalho fixada em razão das atribuições pertinentes aos respectivos cargos, res- peitada a duração máxima do trabalho semanal de quarenta horas e observados os limites mínimo e máximo de seis horas e oito horas diárias, respectivamente.
§ 1º O ocupante de cargo em comissão ou função de confiança submete-se a regime de integral dedicação ao serviço, observado o disposto no Art. 120, podendo ser convocado sempre que houver interesse da Administração.
§ 2º O disposto neste artigo não se aplica a duração de trabalho estabelecida em leis especiais.
- assiduidade;
- disciplina;
- capacidade de iniciativa; IV - produtividade;
V- responsabilidade.
§ 1º 4 (quatro) meses antes de findo o período do estágio probatório, será submetida à homologação da autoridade competente a avaliação do desempenho do servidor, realizada por comissão constituída para essa finalidade, de acordo com o que dispuser a lei ou o regulamento da respectiva carreira ou cargo, sem prejuízo da continuidade de apuração dos fatores enumerados nos incisos I a V do caput deste artigo.
§ 2º O servidor não aprovado no estágio probatório será exonerado ou, se estável, reconduzido ao cargo anteriormente ocupado, observado o disposto no parágrafo único do Art. 29.
§ 3º O servidor em estágio probatório poderá exercer quaisquer cargos de provimento em comissão ou funções de direção, chefia ou assessoramento no órgão ou entidade de lotação, e somente poderá ser cedido a outro órgão ou entidade para ocupar cargos de Natureza Especial, cargos de provimento em comissão do Grupo- Direção e Assessoramento Superiores - DAS, de níveis 6, 5 e 4, ou equivalentes.
§ 4º Ao servidor em estágio probatório somente poderão ser concedidas as licenças e os afastamentos previstos nos arts. 81, incisos I a IV, 94, 95 e 96, bem assim afastamento para participar de curso de formação decorrente de aprovação em concurso para outro cargo na Administração Pública Federal.
§ 5º O estágio probatório ficará suspenso durante as licenças e os afastamentos previstos nos arts. 83, 84, § 1º, 86 e 96, bem assim na hipótese de participação em curso de formação, e será retomado a partir do término do impedimento.
SEÇÃO V
DA ESTABILIDADE
Art. 21. O servidor habilitado em concurso público e empos- sado em cargo de provimento efetivo adquirirá estabilidade no serviço público ao completar 2 (dois) anos de efetivo exercício. (prazo 3 anos - vide EMC nº 19)
Art. 22. O servidorestável só perderá o cargo em virtude de sentença judicial transitada em julgado ou de processo administra- tivo disciplinar no qual lhe seja assegurada ampla defesa.
SEÇÃO VI
DA TRANSFERÊNCIA
Art. 23. (Revogado)
SEÇÃO VII
DA READAPTAÇÃO
Art. 24. Readaptação é a investidura do servidor em cargo de atribuições e responsabilidades compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental verificada em inspeção médica.
§ 1º Se julgado incapaz para o serviço público, o readaptando será aposentado.
§ 2º A readaptação será efetivada em cargo de atribuições afins, respeitada a habilitação exigida, nível de escolaridade e equivalência de vencimentos e, na hipótese de inexistência de cargo vago, o servidor exercerá suas atribuições como excedente, até a ocorrência de vaga.
SEÇÃO VIII DA REVERSÃO
Art. 25. Reversão é o retorno à atividade de servidor aposen- tado:
- por invalidez, quando junta médica oficial declarar insub- sistentes os motivos da aposentadoria; ou
- no interesse da administração, desde que:
tenha solicitado a reversão;
a aposentadoria tenha sido voluntária;
estável quando na atividade;
a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos anteriores à
solicitação;
haja cargo vago.
§ 1º A reversão far-se-á no mesmo cargo ou no cargo resultante
de sua transformação.
§ 2º O tempo em que o servidor estiver em exercício será considerado para concessão da aposentadoria.
§ 3º No caso do inciso I, encontrando-se provido o cargo, o servidor exercerá suas atribuições como excedente, até a ocorrência de vaga.
§ 4º O servidor que retornar à atividade por interesse da administração perceberá, em substituição aos proventos da aposentadoria, a remuneração do cargo que voltar a exercer, inclusive com as vantagens de natureza pessoal que percebia anteriormente à aposentadoria.
§ 5º O servidor de que trata o inciso II somente terá os proventos calculados com base nas regras atuais se permanecer pelo menos cinco anos no cargo.
§ 6º O Poder Executivo regulamentará o disposto neste artigo. Art. 26. (Revogado)
Art. 27. Não poderá reverter o aposentado que já tiver comple- tado 70 (setenta) anos de idade.
SEÇÃO IX
DA REINTEGRAÇÃO
Art. 28. A reintegração é a reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo resultante de sua transformação, quando invalidada a sua demissão por decisão ad- ministrativa ou judicial, com ressarcimento de todas as vantagens.
§ 1º Na hipótese de o cargo ter sido extinto, o servidor ficará em disponibilidade, observado o disposto nos arts. 30 e 31.
§ 2º Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocupante será reconduzido ao cargo de origem, sem direito à indenização ou aproveitado em outro cargo, ou, ainda, posto em disponibilidade.
SEÇÃO X
DA RECONDUÇÃO
Art. 29. Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado e decorrerá de:
I - inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo; II - reintegração do anterior ocupante.
Parágrafo único. Encontrando-se provido o cargo de origem, o servidor será aproveitado em outro, observado o disposto no
Art. 30.
SEÇÃO XI
DA DISPONIBILIDADE E DO APROVEITAMENTO
Art. 30. O retorno à atividade de servidor em disponibilidade far-se-á mediante aproveitamento obrigatório em cargo de atribui- ções e vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado.
Art. 31. O órgão Central do Sistema de Pessoal Civil determi- nará o imediato aproveitamento de servidor em disponibilidade em vaga que vier a ocorrer nos órgãos ou entidades da Administração Pública Federal.
Parágrafo único. Na hipótese prevista no § 3º do Art. 37, o servidor posto em disponibilidade poderá ser mantido sob respon- sabilidade do órgão central do Sistema de Pessoal Civil da Admi- nistração Federal - SIPEC, até o seu adequado aproveitamento em outro órgão ou entidade.
Art. 32. Será tornado sem efeito o aproveitamento e cassada a disponibilidade se o servidor não entrar em exercício no prazo legal, salvo doença comprovada por junta médica oficial.
CAPÍTULO II DA VACÂNCIA
Art. 33. A vacância do cargo público decorrerá de:
I - exoneração; II - demissão; III - promoção; IV - (Revogado) V - (Revogado)
VI - readaptação; VII - aposentadoria;
VIII - posse em outro cargo inacumulável; IX - falecimento.
Art. 34. A exoneração de cargo efetivo dar-se-á a pedido do servidor, ou de ofício.
Parágrafo único. A exoneração de ofício dar-se-á:
- quando não satisfeitas as condições do estágio probatório;
- quando, tendo tomado posse, o servidor não entrar em exercício no prazo estabelecido.
Art. 35. A exoneração de cargo em comissão e a dispensa de função de confiança dar-se-á:
I - a juízo da autoridade competente; II - a pedido do próprio servidor.
Parágrafo único. (Revogado)
CAPÍTULO III
DA REMOÇÃO E DA REDISTRIBUIÇÃO
SEÇÃO I DA REMOÇÃO
Art. 36. Remoção é o deslocamento do servidor, a pedido ou de ofício, no âmbito do mesmo quadro, com ou sem mudança de sede.
Parágrafo único. Para fins do disposto neste artigo, entende-se por modalidades de remoção:
I - de ofício, no interesse da Administração; II - a pedido, a critério da Administração;
III - a pedido, para outra localidade, independentemente do
interesse da Administração:
para acompanhar cônjuge ou companheiro, também servi- dor público civil ou militar, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, que foi deslocado no interesse da Administração;
por motivo de saúde do servidor, cônjuge, companheiro ou dependente que viva às suas expensas e conste do seu assenta- mento funcional, condicionada à comprovação por junta médica oficial;
em virtude de processo seletivo promovido, na hipótese em que o número de interessados for superior ao número de vagas, de acordo com normas preestabelecidas pelo órgão ou entidade em que aqueles estejam lotados.
- interesse da administração;
- equivalência de vencimentos;
- manutenção da essência das atribuições do cargo;
- vinculação entre os graus de responsabilidade e comple- xidade das atividades;
- mesmo nível de escolaridade, especialidade ou habilitação profissional;
- compatibilidade entre as atribuições do cargo e as finali- dades institucionais do órgão ou entidade.
§ 1º A redistribuição ocorrerá ex officio para ajustamento de lotação e da força de trabalho às necessidades dos serviços, inclu- sive nos casos de reorganização, extinção ou criação de órgão ou entidade.
§ 2º A redistribuição de cargos efetivos vagos se dará mediante ato conjunto entre o órgão central do SIPEC e os órgãos e entidades da Administração Pública Federal envolvidos.
§ 3º Nos casos de reorganização ou extinção de órgão ou entidade, extinto o cargo ou declarada sua desnecessidade no órgão ou entidade, o servidor estável que não for redistribuído será colocado em disponibilidade, até seu aproveitamento na forma dos arts. 30 e 31.
§ 4º O servidor que não for redistribuído ou colocado em disponibilidade poderá ser mantido sob responsabilidade do órgão central do SIPEC, e ter exercício provisório, em outro órgão ou entidade, até seu adequado aproveitamento.
CAPÍTULO IV DA SUBSTITUIÇÃO
Art. 38. Os servidores investidos em cargo ou função de dire- ção ou chefia e os ocupantes de cargo de Natureza Especial terão substitutos indicados no regimento interno ou, no caso de omis- são, previamente designados pelo dirigente máximo do órgão ou entidade.
§ 1º O substituto assumirá automática e cumulativamente, sem prejuízo do cargo que ocupa, o exercício do cargo ou função de direção ou chefia e os de Natureza Especial, nos afastamentos, impedimentos legais ou regulamentares do titular e na vacância do cargo, hipóteses em que deverá optar pela remuneração de um deles durante o respectivo período.
§ 2º O substituto fará jus à retribuição pelo exercício do cargo ou função de direção ou chefia ou de cargo de Natureza Especial, nos casos dos afastamentos ou impedimentos legais do titular, superiores a trinta dias consecutivos,

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