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RESUMO LIVRO PANORAMA ECONOMICO CAPITULO 1 Toda decisão empresarial é de natureza econômica, mesmo quando envolve assuntos não diretamente relacionados à economia. Existem diversas formas de se medir o retorno de uma ação empresarial, de acordo com o tipo de atividade a que se refere. Um investimento produtivo gera lucro, a remuneração de uma aplicação financeira chama-se juros e a renda pela cessão temporária de um bem, imóvel ou não, chama-se aluguel, basicamente, os investimentos serão remunerados por lucro, juros ou aluguel. Para tomar decisões de qualidade, o executivo deve partir de uma análise do ambiente interno e externo da organização, considerando os fatores que podem influenciar os resultados que pretende alcançar. No entanto, como são muitas as variáveis a serem analisadas e se dispõem de recursos e tempo escassos, deve-se aí também escolher que informações serão utilizadas. Pode-se classificar os sistemas econômicos em dois grandes grupos: O sistema socialista, onde as atividades econômicas subordinam-se às decisões do Estado e o sistema capitalista, onde o funcionamento da economia é regido pelo mercado. No sistema socialista, ou de economia planificada, as questões econômicas são resolvidas pelo Estado, através de órgãos de planejamento que organizam a produção e a distribuição do produto, de acordo com os interesses da sociedade identificados pelo governo. Países e Sistemas Econômicos: organização social, política e econômica *Arábia Saudita: Monarquia, forte influência da religião e do Estado na condução da vida econômica e na distribuição do produto. Atravessando processo de modernização econômica e tecnológica. *Angola: Presidencialismo. Economia de mercado incipiente. Estado em vias de construção. *Suécia: Monarquia constitucionalista. Mercado maduro, com forte presença do Estado, principalmente na manutenção de um sistema previdenciário e de assistência social bastante abrangente. *Estados Unidos: Presidencialismo. Embora disponha de um sistema de previdência e assistência social relativamente inclusivo e um Estado bastante forte, a maior parte das soluções econômicas se dá via mercado. *China: Estado forte, de origem socialista, que controla e administra a economia, mas vem implantando uma economia de mercado bastante dinâmica. Desse ponto de vista, é interessante refletir sobre como se organiza o Brasil. Como se organiza o Estado brasileiro? Como se dá sua relação com o Mercado? Como ocorrem as decisões de alocação dos recursos econômicos? Fazer essa discussão sobre uma realidade na qual estamos imersos pode se mostrar mais complicada do que avaliar outros países, de quem dispomos de menos informação. Mas é um exercício interessante. (Brasil - MRE - Ministério das Relações Exteriores, 2011) 1.3 A empresa A empresa, a entidade responsável diretamente pelas decisões de produção, tem como objetivo primeiro obter os melhores resultados possíveis, a partir de uma lógica econômica. A essência dessa lógica se define pelo conceito de eficiência. Como o objetivo da ciência econômica é buscar resolver o problema de atender às necessidades infinitas das pessoas com os recursos escassos disponíveis, esses recursos são utilizados eficientemente e quando “exploram plenamente as oportunidades de melhorar a situação de cada um. A eficiência na empresa, ou em qualquer organização, corresponde, então, ao uso de todos os recursos na produção, de tal forma que não se pode aumentar a produção de um bem sem diminuir a de outro. Esse conceito é central para a economia, tanto para países quanto para empresas, pois sua aplicação determina a dimensão dos resultados a serem alcançados. Os recursos devem ser empregados de tal forma que se obtenha a maior produção possível com dada quantidade de recursos. Isso define a natureza econômica das organizações contemporâneas, independentemente de ter ou não fins lucrativos, conforme vimos. As decisões de mercado e produção são feitas tendo sempre como base esse conceito. Pode ocorrer, no entanto, que organizações tomem decisões que não sejam racionais, por erro ou algum comportamento disfuncional, o que levará a resultados abaixo do esperado ou do possível Estruturas de mercados Quando se fala de oferta e demanda, está se falando de mercado. A feira livre e o setor de energia elétrica são mercados, no entanto é possível perceber que não funcionam da mesma forma. Na feira livre, temos uma grande quantidade de pequenos ofertantes, sem que nenhum deles possa individualmente afetar o preço, pois pela competição os preços tenderão a estabilizar-se em torno de um mínimo possível para a manutenção dos negócios. Já o setor de fornecimento de energia elétrica é operado por uma ou poucas empresas, tendo seus preços, por causa disso, normalmente controlados pelo governo. Existem diversas estruturas de mercado que determinam dinâmicas diferentes na formação do preço. Esquematicamente encontram-se as seguintes estruturas no mercado de bens e serviços. Concorrência perfeita: muitos ofertantes de um mesmo produto, sem que nenhum tenha capacidade de influenciar os preços. Na verdade, esse tipo de mercado raramente é encontrado, embora seja utilizado como modelo para se entender o funcionamento do mecanismo de preços em termos ideais. Poucos exemplos disponíveis: feiras livres podem se enquadrar nessa concepção ou o setor agrícola, quando em uma região temos pequenos produtores especializados em um mesmo produto. Os lucros nesse caso são sempre lucros normais, isto é, definidos pelo mínimo possível para que os empresários se mantenham no negócio (poderíamos dizer, no ponto em que os ganhos igualam o seu custo de oportunidade). Concorrência imperfeita ou monopolista: muitos ofertantes de produtos diferenciados, mas substituíveis uns pelos outros. A diferenciação de produto pode se dar por produto, por localização ou por qualidade. O comportamento das empresas em tal mercado é concorrencial e não cooperativo, podendo existir vantagens momentânea nos preços. Nesse caso os lucros tendem a ser extraordinários, mas se tornando, no longo prazo, normais. Exemplo: lojas de roupas de moda, com coleções exclusivas. Monopólio: uma empresa vende um produto que não possui substitutos. Isso pode ocorrer por conta de uma patente que garanta a exclusividade, pelo domínio de uma tecnologia ou pela escala de produção, normalmente encontrados no fornecimento dos serviços públicos, como no fornecimento de água e de energia. O monopólio sempre maximiza seus lucros, pois como único fornecedor de um bem, escolhe o preço em que a quantidade demandada maximiza sua receita. Oligopólio: pequeno número de ofertantes de um mesmo produto, mas que mantém certo grau de diferenciação do produto, fazendo que a ações de uma em relação ao preço e ao produto afete as demais, quer dizer afete o mercado como um todo. Existe uma competição de preços mantida em estritos limites, pois qualquer movimento mais acentuado na tentativa de aumentar a participação de mercado pode ter como resultante uma guerra de preços, em caso de redução unilateral, ou exclusão do mercado, em caso de elevação. É a forma predominante de organização de mercados dos setores mais dinâmicos da economia, como o automobilístico, o de eletrodomésticos, o de produtos de higiene, entre outros. O grau de diferenciação dos produtos é identificado diretamente pela marca. A determinação dos preços, portanto, subordina-se a estrutura de mercado: em um regime concorrencial os preços resultam de um equilíbrio quase autônomo entre a oferta e a demanda, enquanto nos regimes monopolistas os preços são inteiramente controlados pela oferta (exceto quando há controle governamental). Nos outros dois tipos de mercado, existe uma concorrência limitada entre os agentes e, pelas suas características, mecanismos específicos de determinação do preço.Define-se a demanda como “a quantidade de um determinado bem ou serviço que o consumidor deseja adquirir em certo período A demanda é, então, o desejo de comprar, expressa como uma quantidade desejada em dado período de tempo. Assim, ao fazermos nossas compras de mantimentos, por exemplo, estabelecemos uma quantidade desejada de 4 quilos de arroz por mês. Essa seria nossa demanda por arroz. A oferta é definida como “a quantidade de um bem que os produtores desejam vender por unidade de tempo” Assim como a demanda, devemos entender a oferta como um desejo medido como um fluxo por unidade de tempo. Os efeitos da ação do governo sobre os preços Quando se diz que o Governo não deve intervir no mercado, pretende-se mostrar que o efeito de tal participação seria danosa ao sistema de mercado. Cabe examinar-se, então, qual seria o efeito de uma intervenção governamental no sistema de preços. Primeiro, cabe examinar o efeito do aumento dos impostos sobre o consumo. Eles agem diretamente sobre a curva de oferta, provocando um deslocamento à esquerda, como uma elevação dos custos de produção. Isso faria com que o preço de equilíbrio aumente e a quantidade demandada diminua. Ao contrário, uma redução dos impostos permitiria a redução dos preços, aumentando correspondentemente a demanda. CAPITULO 2 Sociedade e mercado Uma questão importante, que surge quando examinamos qualquer sociedade, é como ela supre as necessidades materiais de seus membros, ou seja, como ela organiza a produção e a distribuição dos bens e serviços produzidos. Sociedade e estado Podemos definir o Estado como a nação politicamente organizada, constituindo-se em um organismo político-administrativo cuja existência se justifica a partir de três elementos essenciais: o povo, o território e o poder político. Função do Estado pode entender o Estado como um instrumento para a humanidade alcançar seus objetivos. Dessa perspectiva, o Estado não é um fim em si mesmo, mas tem por finalidade última atender às expectativas humanas nas suas realizações, ou seja, o Estado busca o bem comum. É competência do Estado exercer seu poder sobre os negócios e as pessoas, sendo sua finalidade o objetivo que busca alcançar. Esse objetivo é o bem público, ou o bem comum, que não pode ser entendido como a soma do bem de cada indivíduo, o que seria impossível realizar. Esse bem comum, assim, pode ser definido como “o complexo de condições indispensáveis para que todos os membros do Estado – nos limites do possível – atinjam livremente e espontaneamente sua felicidade na terra”. O bem público pode ser definido resumidamente por dois bens sociais fundamentais: a segurança e o progresso dos indivíduos. Para ao primeiro objetivo, o Estado desempenha funções que atendem aos diversos aspectos da proteção ao indivíduo e à sociedade, como, por exemplo, a segurança das fronteiras, os direitos do consumidor, o policiamento, entre outros. Para atingir os objetivos de progresso dos indivíduos, poderíamos acrescentar as seguintes funções, de acordo com Joseph Stiglitz: •Promover a educação; •Fomentar a tecnologia; •Oferecer suporte ao setor financeiro; •Investir em infraestrutura; •Promover a concorrência; •Promover o desenvolvimento sustentável; •Manter uma rede de seguridade social. Governo O exercício do poder ou da autoridade do Estado constitui o Governo. A ele cabe executar as políticas que resultam no cumprimento de suas funções. Nesse sentido, devemos fazer a distinção entre as Políticas de Estado e as Políticas de Governo, o que é importante para entendermos o caráter das ações governamentais quanto à vontade do governante e sua obrigação como chefe de Estado. As Políticas de Estado são aquelas definidas por lei que estabelecem as premissas e objetivos do Estado, possuindo por isso um sentido de permanência e estabilidade, resultantes de um diálogo da sociedade através das instituições políticas nacionais, em dado momento histórico. A Constituição Federal brasileira separa claramente as funções de Estado e as funções de Governo, quando, por exemplo, estabelece como obrigação do Estado brasileiro a promoção da saúde e da educação, tornando mandatório aos Governos orientarem suas ações para o atendimento dessas áreas. Governo, déficit e inflação na execução das políticas de arrecadação e de gastos do governo, interessa-nos especialmente entender o impacto líquido sobre a sociedade. Este é o significado das políticas fiscais. Como é função do governo, entre outras, estimular o crescimento econômico e como, no desempenho de suas funções ele é chamado a gastar cada vez mais, entender e administrar o déficit público é um ponto central nas discussões sobre as finanças públicas. As ações imediatas de Política Fiscal em caso de déficit são o aumento de impostos ou o corte nos gastos. No entanto, pelo impacto que tais medidas podem ter sobre a economia, pode-se considerar financiá-lo com recursos extra fiscais, obtendo os recursos necessários junto ao Banco Central ou junto ao setor privado. Na primeira forma, o Tesouro Nacional obtém o recurso do Banco Central, que, por sua vez, emite moeda para compensação do déficit. Essa forma é, por isso, inflacionária, pois eleva a quantidade de moeda em circulação. Isso cria o que se chama de imposto inflacionário, isto é, uma diminuição do poder aquisitivo da população pela defasagem entre os preços e os salários, pois estes são corrigidos após a elevação dos preços. Isso é uma decorrência do monopólio de emissão do Banco Central e da sua capacidade de emitir quase indefinidamente, fazendo que a moeda, pelo aumento da quantidade em circulação, perca seu valor frente aos bens e serviços ofertados. Atualmente, o déficit público é colocado, de forma quase consensual, como elemento chave a ser contemplado em qualquer estratégia que vise manter sob controle a inflação no Brasil. A obtenção dos recursos com o setor privado, a segunda forma, é feita com a emissão de títulos da dívida pública, trocados por moeda em circulação, o que não traria, de imediato, efeitos inflacionários, mas elevaria o montante da dívida pública. Eventualmente, a depender das condições de crescimento da dívida, o governo poderia ser obrigado a elevar as taxas de juros oferecidas, de modo a atrair investidores, internos e externos. Uma consequência disso seria a diminuição dos investimentos no setor produtivo, que seriam voltados para os empréstimos ao governo. O aumento da dívida, considerada como uma proporção do PIB poderia, enfim, aumentar o risco percebido pelos emprestadores e forçar uma escalada nos juros. Este é, na verdade, um ponto importante: o nível dos juros é, em parte, função do risco percebido pelo emprestador, quanto maior o risco de uma operação maior os juros a partir do qual os investidores estariam dispostos a aplicar seu capital. Em se tratando de empréstimos a governos, o risco associado resulta da capacidade percebida de pagamento. Assim, países desenvolvidos, como os Estados Unidos, pelo tamanho de sua economia e da força de seu Estado, são avaliados como de risco baixo para o investidor, isto é, supõe-se que eles sempre honrarão os títulos emitidos. Seus governos podem, então, mesmo com um elevado nível de endividamento, trabalhar não só com níveis baixos de juros, mas, principalmente, oferecer títulos de longo prazo, com vencimento para mais de 10 anos. Situações como essa, normalmente aplicáveis a países desenvolvidos, podem, no entanto, serem revertidas, por conta de um continuado crescimento da dívida pública ou de fatores externos que se combinem para forçar uma diminuição no grau de confiança na capacidade de um país gerenciar sua dívida. O setor público A intervenção do Estado na economia não se justifica apenas por sua capacidade de aumentar a demanda agregada via gastos, mas para corrigir situações ou suprircarências que o mercado por si não consegue atender. Mercados competitivos, sob certas condições específicas, promoveriam uma melhor alocação dos recursos, o que resultaria sempre na maximização das satisfações individuais, isto é, em uma situação de equilíbrio teórico em que nenhum indivíduo conseguiria melhorar seu grau de satisfação sem piorar o de outro indivíduo. Tal condição de alocação de recursos, estabelecida pelo livre jogo de mercado, é denominada ótimo de Pareto. Para atingir esse nível ótimo de alocação, é dispensável a atuação de uma entidade reguladora, de um planejador central (como o governo). Na verdade, de acordo com essa teoria, apenas operação das empresas em um mercado competitivo, buscando a maximização de seu lucro, permitiria a maximização do produto total, logo da maior eficiência no uso dos recursos. Falhas de mercado Essas condições não se realizam, na prática, de forma generalizada. Circunstâncias específicas, chamadas de “falhas de mercado”, impedem que se verifique esse equilíbrio automático no jogo de forças do mercado, são elas: • A existência de bens públicos; • A existência de monopólios naturais; •As externalidades; •Os mercados incompletos; •As falhas de informação; •A ocorrência de desemprego e inflação. Bens públicos são aqueles cujo consumo por um indivíduo não afeta o consumo do mesmo bem por outro indivíduo. Resulta disso que toda a sociedade se beneficia da produção de bens públicos, mesmo que alguns se beneficiem mais do que outros. Exemplos de bens públicos: ruas, iluminação pública, justiça, segurança pública e defesa nacional. O consumo desses bens, é fácil constatar, não é afetado pela quantidade consumida por cada indivíduo, todos podem indistintamente usufruir dos benefícios gerados. É claro que, se muitas pessoas transitarem por uma determinada rua a uma determinada hora, haverá engarrafamentos e lentidão no trânsito, mas esse efeito afetará igualmente a todos os usuários. Uma das características do bem público é sua indivisibilidade: pelos exemplos vistos, é fácil perceber que esses bens não podem utilizados parcialmente e de forma identificável por cada indivíduo: todos nós nos beneficiamos da iluminação pública como um todo. Outra característica importante é o chamado princípio da não exclusão: de um modo geral todos podem usufruir o bem público, sendo praticamente impossível vedar seu acesso a um indivíduo em particular. Isso implica na não rivalidade do consumo, ao contrário do que ocorre com os bens privados, quando seu uso por uma pessoa implica da exclusão de uso por outra pessoa. Exemplificando: todos se beneficiam igualmente da administração da justiça, direito assegurado constitucionalmente à cada cidadão. Desemprego e inflação O funcionamento normal do mercado não garante, por sua dinâmica de operação, a manutenção dos níveis de emprego do nível dos preços nos patamares mais próximos possíveis do desejado pela sociedade. Somente o Estado pode estabelecer políticas que conduzam a economia a operar dentro de limites que maximizem a geração do produto. Falhas de mercado e governo Essas condições não ocorrem isoladamente, mas combinam-se muitas vezes de forma variada, gerando benefícios, ou malefícios, para a sociedade como um todo. A despoluição do ar, por exemplo, gera uma externalidade positiva para todo e, ao mesmo tempo, constitui-se em um bem público, já que todos têm acesso ao ar de melhor qualidade. Além disso, por gerarem um efeito sobre toda a sociedade, essas falhas de mercado demandam necessariamente a ação governamental para sua correção, pois o mercado é incapaz de resolver a contento todas as demandas de uma população. Impostos: o governo pode, e normalmente o faz, estabelecer alíquotas de impostos mais altas sobre os bens considerados de luxo, ou de consumo supérfluo. Além disso, a própria forma de cálculo do imposto sobre a renda implica em maior taxação das rendas mais altas. Subsídios: o governo pode ainda subsidiar atividades econômicas de interesse social, aplicando, por exemplo, zerando ou reduzindo as alíquotas para produtos de consumo popular. Curva de Laffer Segundo esse modelo, a partir de um determinado nível de carga tributária, haverá uma redução e não um aumento da receita para qualquer aumento da alíquota do imposto. A partir desse ponto, os agentes econômicos não estarão dispostos a produzir mais ou sonegarão impostos. Intuitivamente podemos compreender da seguinte forma, conforme a) Com uma alíquota nula, a receita é nula. b) Com uma alíquota de 100%, a receita também é nula, pois ninguém estará disposto a trabalhar para ver toda a sua renda ser apropriada pelo governo. c) A receita governamental, então, irá crescendo, a partir da alíquota zero, até o ponto a partir do qual a atividade econômica geradora do imposto deixará de ser interessante ao indivíduo, pois sua renda seria crescentemente destinada ao pagamento de impostos. A taxa Selic O Banco Central mantém o Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic), que é um sistema informatizado que se destina à custódia de títulos escriturais de emissão do Tesouro Nacional, bem como ao registro e à liquidação de operações com esses títulos. Esse sistema apura a chamada taxa Selic, obtida mediante o cálculo da taxa média ponderada e ajustada das operações de financiamento lastreadas em títulos públicos federais e feitas no próprio sistema ou em câmaras de compensação e liquidação de ativos. O Comitê de Política Monetária – Copom, cuja função é ditar as diretrizes da política monetária do Estado e fixar a taxa de juros, estabelece periodicamente a meta para a taxa Selic, que funciona, assim, como uma taxa básica da economia. Falhas de governo Vimos como as falhas de mercado servem para justificar a participação do Governo na economia. Isto porque o crescimento econômico pode provocar ou acentuar desequilíbrios sociais e regionais, e a existência de monopólios e cartéis pode impedir ou retardar o processo de desenvolvimento econômico. A correção dessas distorções, as quais tirariam o mercado de seu funcionamento ótimo, justificam-se de modo mais claro nos países em desenvolvimento, cuja imaturidade do mercado não conduz necessariamente a um crescimento equilibrado. No entanto, o crescimento da participação do Governo na economia acabou por gerar as chamadas falhas de governo. O aumento dos gastos públicos acompanhado por má gestão dos recursos e corrupção teve como resultado uma continuada perda de eficiência econômica. Reforçam-se, a partir de 1980, as críticas à participação do Estado na economia diante desse quadro, sugerindo que deveria restringir-se, de fato, às suas funções básicas na saúde, educação e segurança. Adam Smith preconizou que a busca de cada para a maximização de seu ganho levaria a um aumento generalizado da riqueza, atingindo-se, por fim o ótimo de Pareto, isto é, para qualquer grupo não haveria possibilidade de melhorar sua situação a não ser piorando a de outro grupo. Assim, somente com o aumento da produtividade e do crescimento econômico pode haver aumento no nível de riqueza geral sem que alguém saia perdendo. Isso significa que o bem-estar social não aumenta quando há simplesmente a transferência de riqueza de um grupo para outro, sem crescimento do produto. Em uma sociedade excessivamente regulamentada, em que os princípios de mercado não são exatamente aplicados, e grupos de interesse controlam partes do sistema público ou de setores produtivos de forma cartelizada, verifica-se uma elevação de custos privados e sociais. Essa elevação de custos compromete a eficiência da economia como um todo, fazendo com que o produto efetivo fique abaixo do produto potencial. CAPITULO 3 Moeda pode ser definida como “um objeto de aceitação geral, utilizado na troca de bens e serviços. Moeda metálica("moedinhas"): destina-se a operações de pequeno valor e empregadas especialmente para troco. Moeda (cédulas): representa parcela significativa de dinheiro em poder do público e que não pode ser recusada como meio de pagamento. Moeda Bancária ou Escritural: representada pela escrituração contábil dos depósitos à vista feitos junto aos bancos comerciais. Então vejamos: não existe somente papel moeda como meios de pagamento! O conceito de meios de pagamento é que são ativos que podem ser utilizados sem restrições para pagamento de uma dívida (liquidez imediata). É representada pela soma da Moeda Metálica e o Papel – Moeda em poder do público com os depósitos à vista nos bancos comerciais. A oferta de moeda também é chamada de meios de pagamento. A inflação é definida como sendo uma alta persistente e generalizada dos pre- ços da economia. A alta de preços deve ser persistente, não podendo ser confundida com altas esporádicas de preços ocasionadas por flutuações sazonais. Bom, essa é a sua definição clássica. E podemos dizer que existem três tipos de Inflação, a saber: Inflação de Demanda: Refere-se ao excesso de demanda agregada de mercadorias e serviços, tanto de consumo como de produção, em relação à oferta mercadorias e serviços. A economia quando está produzindo perto do pleno emprego de recursos está mais sujeita ao processo inflacionário. O aumento da demanda agregada pode ser ocasionado pelo aumento dos investimentos, aumento dos gastos do governo, aumento das exportações, redução dos tributos, redução das importações, e aumento da oferta da moeda. As medidas de combate ao processo inflacionário devem se basear em instrumentos que provoquem uma redução da demanda por mercadorias e serviços – redução dos gastos governamentais, aumento da carga tributária, controle sobre salários, restrição ao crédito e elevação da taxa de juros. Inflação de Custos: está associada a uma elevação dos custos de produção. O nível da demanda permanece constante, mas os custos de certos fatores produção aumentam. Com isso, as empresas repassam o aumento de custo para o preço final do produto. As causas mais comuns dos aumentos dos custos de produção são os aumentos salariais, aumentos do custo de matérias primas ou estrutura monopolista ou oligopolista de mercado. Inflação inercial: é a aquela em que a inflação presente é uma função da inflação passada. Deve-se à inércia inflacionária, que é a resistência que os preços de uma economia oferecem às políticas de estabilização que atacam as causa primárias da inflação. Aqui no Brasil temos quase que diariamente notícias sobre inflação. O índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) mede a inflação e fazemos a referência frente a “meta” do governo. Quais as consequências do processo inflacionário que tanto preocupa a economia? São vários e podem afetar as economias de diferentes intensidades , a saber: a) Redução do poder aquisitivo e piora na distribuição de renda – os assalariados e os rendimentos de aluguel são diretamente afetados, pois, com o passar do tempo, vão ficando com seus orçamentos reduzidos até a chegada de um novo reajuste. b) Desequilíbrio no Balanço de Pagamentos – encarecimento do produto nacional em relação ao produzido no exterior, provocando um estímulo às importações e um desestímulo às exportações. c) Redução da arrecadação tributária – a inflação tende a reduzir o valor da arrecadação dos tributos pelo governo, pela defasagem existente entre o fato gerador e o recolhimento efetivo do imposto, ocasionando menor arrecadação real pelo governo. d) Desestímulo a aplicação no setor produtivo – desestímulo à aplicação de recursos no mercado financeiro, estímulo à compra de imóveis e de moeda estrangeira. e) Menor crescimento econômico/ efeito sobre as expectativas – desestímulo à produção devido a insegurança do empresariado no que se refere aos seus investimentos, provocando desemprego. A taxa de juros representa o preço do dinheiro no tempo. No entanto, em outros momentos, assume ele um sentido inverso, qual seja, de servir como um preço pelo não pagamento do dinheiro. Enquanto que no seu sentido inicial infere-se uma natureza compensatória dos juros, no segundo caso o que há é uma função nitidamente moratória. É uma taxa de rentabilidade para os aplicadores, e o custo de empréstimo para os tomadores. Taxas de juros elevadas resultam na diminuição do consumo, pois os indivíduos vão optar pela poupança ao invés do consumo. Por sua vez, a elevação da taxa de juros terá influência sobre as prestações do crediário, que deverá ser mais onerosa, reduzindo as compras a prazo. Uma das siglas mais conhecidas de quem acompanha os noticiários é a Selic. A cada 45 dias, o Comitê de política Monetária do banco Central (Copom) se reúne e decide se a taxa básica da economia brasileira irá subir, reduzir ou se manter. Selic significa Sistema Especial de Liquidação e Custódia, Ela é usada nos empréstimos feitos entre os bancos e também nas aplicações feitas por estas instituições bancárias em títulos públicos federais.
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