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RESUMO LIVRO PANORAMA ECONOMICO

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RESUMO LIVRO PANORAMA ECONOMICO 
CAPITULO 1 
 
Toda decisão empresarial é de natureza econômica, mesmo quando envolve assuntos não 
diretamente relacionados à economia. 
Existem diversas formas de se medir o retorno de uma ação empresarial, de acordo com o tipo 
de atividade a que se refere. Um investimento produtivo gera lucro, a remuneração de uma 
aplicação financeira chama-se juros e a renda pela cessão temporária de um bem, imóvel ou 
não, chama-se aluguel, basicamente, os investimentos serão remunerados por lucro, juros ou 
aluguel. 
Para tomar decisões de qualidade, o executivo deve partir de uma análise do ambiente interno 
e externo da organização, considerando os fatores que podem influenciar os resultados que 
pretende alcançar. No entanto, como são muitas as variáveis a serem analisadas e se dispõem 
de recursos e tempo escassos, deve-se aí também escolher que informações serão utilizadas. 
 
Pode-se classificar os sistemas econômicos em dois grandes grupos: 
O sistema socialista, onde as atividades econômicas subordinam-se às decisões do Estado e o 
sistema capitalista, onde o funcionamento da economia é regido pelo mercado. No sistema 
socialista, ou de economia planificada, as questões econômicas são resolvidas pelo Estado, 
através de órgãos de planejamento que organizam a produção e a distribuição do produto, de 
acordo com os interesses da sociedade identificados pelo governo. 
Países e Sistemas Econômicos: organização social, política e econômica 
*Arábia Saudita: Monarquia, forte influência da religião e do Estado na condução da vida 
econômica e na distribuição do produto. Atravessando processo de modernização econômica 
e tecnológica. 
*Angola: Presidencialismo. Economia de mercado incipiente. Estado em vias de construção. 
*Suécia: Monarquia constitucionalista. Mercado maduro, com forte presença do Estado, 
principalmente na manutenção de um sistema previdenciário e de assistência social bastante 
abrangente. 
*Estados Unidos: Presidencialismo. Embora disponha de um sistema de previdência e 
assistência social relativamente inclusivo e um Estado bastante forte, a maior parte das 
soluções econômicas se dá via mercado. 
*China: Estado forte, de origem socialista, que controla e administra a economia, mas vem 
implantando uma economia de mercado bastante dinâmica. 
Desse ponto de vista, é interessante refletir sobre como se organiza o Brasil. Como se organiza 
o Estado brasileiro? Como se dá sua relação com o Mercado? Como ocorrem as decisões de 
alocação dos recursos econômicos? Fazer essa discussão sobre uma realidade na qual estamos 
imersos pode se mostrar mais complicada do que avaliar outros países, de quem dispomos de 
menos informação. Mas é um exercício interessante. (Brasil - MRE - Ministério das Relações 
Exteriores, 2011) 
 
1.3 A empresa 
 A empresa, a entidade responsável diretamente pelas decisões de produção, tem como 
objetivo primeiro obter os melhores resultados possíveis, a partir de uma lógica econômica. A 
essência dessa lógica se define pelo conceito de eficiência. Como o objetivo da ciência 
econômica é buscar resolver o problema de atender às necessidades infinitas das pessoas com 
os recursos escassos disponíveis, esses recursos são utilizados eficientemente e quando 
“exploram plenamente as oportunidades de melhorar a situação de cada um. 
A eficiência na empresa, ou em qualquer organização, corresponde, então, ao uso de todos os 
recursos na produção, de tal forma que não se pode aumentar a produção de um bem sem 
diminuir a de outro. Esse conceito é central para a economia, tanto para países quanto para 
empresas, pois sua aplicação determina a dimensão dos resultados a serem alcançados. Os 
recursos devem ser empregados de tal forma que se obtenha a maior produção possível com 
dada quantidade de recursos. Isso define a natureza econômica das organizações 
contemporâneas, independentemente de ter ou não fins lucrativos, conforme vimos. As 
decisões de mercado e produção são feitas tendo sempre como base esse conceito. Pode 
ocorrer, no entanto, que organizações tomem decisões que não sejam racionais, por erro ou 
algum comportamento disfuncional, o que levará a resultados abaixo do esperado ou do 
possível 
Estruturas de mercados Quando se fala de oferta e demanda, está se falando de mercado. A 
feira livre e o setor de energia elétrica são mercados, no entanto é possível perceber que não 
funcionam da mesma forma. Na feira livre, temos uma grande quantidade de pequenos 
ofertantes, sem que nenhum deles possa individualmente afetar o preço, pois pela competição 
os preços tenderão a estabilizar-se em torno de um mínimo possível para a manutenção dos 
negócios. Já o setor de fornecimento de energia elétrica é operado por uma ou poucas 
empresas, tendo seus preços, por causa disso, normalmente controlados pelo governo. 
Existem diversas estruturas de mercado que determinam dinâmicas diferentes na formação do 
preço. Esquematicamente encontram-se as seguintes estruturas no mercado de bens e 
serviços. 
Concorrência perfeita: muitos ofertantes de um mesmo produto, sem que nenhum tenha 
capacidade de influenciar os preços. Na verdade, esse tipo de mercado raramente é 
encontrado, embora seja utilizado como modelo para se entender o funcionamento do 
mecanismo de preços em termos ideais. Poucos exemplos disponíveis: feiras livres podem se 
enquadrar nessa concepção ou o setor agrícola, quando em uma região temos pequenos 
produtores especializados em um mesmo produto. Os lucros nesse caso são sempre lucros 
normais, isto é, definidos pelo mínimo possível para que os empresários se mantenham no 
negócio (poderíamos dizer, no ponto em que os ganhos igualam o seu custo de oportunidade). 
Concorrência imperfeita ou monopolista: muitos ofertantes de produtos diferenciados, mas 
substituíveis uns pelos outros. A diferenciação de produto pode se dar por produto, por 
localização ou por qualidade. O comportamento das empresas em tal mercado é concorrencial 
e não cooperativo, podendo existir vantagens momentânea nos preços. Nesse caso os lucros 
tendem a ser extraordinários, mas se tornando, no longo prazo, normais. Exemplo: lojas de 
roupas de moda, com coleções exclusivas. 
Monopólio: uma empresa vende um produto que não possui substitutos. Isso pode ocorrer 
por conta de uma patente que garanta a exclusividade, pelo domínio de uma tecnologia ou 
pela escala de produção, normalmente encontrados no fornecimento dos serviços públicos, 
como no fornecimento de água e de energia. O monopólio sempre maximiza seus lucros, pois 
como único fornecedor de um bem, escolhe o preço em que a quantidade demandada 
maximiza sua receita. 
Oligopólio: pequeno número de ofertantes de um mesmo produto, mas que mantém certo 
grau de diferenciação do produto, fazendo que a ações de uma em relação ao preço e ao 
produto afete as demais, quer dizer afete o mercado como um todo. Existe uma competição 
de preços mantida em estritos limites, pois qualquer movimento mais acentuado na tentativa 
de aumentar a participação de mercado pode ter como resultante uma guerra de preços, em 
caso de redução unilateral, ou exclusão do mercado, em caso de elevação. É a forma 
predominante de organização de mercados dos setores mais dinâmicos da economia, como o 
automobilístico, o de eletrodomésticos, o de produtos de higiene, entre outros. O grau de 
diferenciação dos produtos é identificado diretamente pela marca. A determinação dos 
preços, portanto, subordina-se a estrutura de mercado: em um regime concorrencial os preços 
resultam de um equilíbrio quase autônomo entre a oferta e a demanda, enquanto nos regimes 
monopolistas os preços são inteiramente controlados pela oferta (exceto quando há controle 
governamental). Nos outros dois tipos de mercado, existe uma concorrência limitada entre os 
agentes e, pelas suas características, mecanismos específicos de determinação do preço.Define-se a demanda como “a quantidade de um determinado bem ou serviço que o 
consumidor deseja adquirir em certo período A demanda é, então, o desejo de comprar, 
expressa como uma quantidade desejada em dado período de tempo. Assim, ao fazermos 
nossas compras de mantimentos, por exemplo, estabelecemos uma quantidade desejada de 4 
quilos de arroz por mês. Essa seria nossa demanda por arroz. 
 
A oferta é definida como “a quantidade de um bem que os produtores desejam vender por 
unidade de tempo” Assim como a demanda, devemos entender a oferta como um desejo 
medido como um fluxo por unidade de tempo. 
 
Os efeitos da ação do governo sobre os preços 
Quando se diz que o Governo não deve intervir no mercado, pretende-se mostrar que o efeito 
de tal participação seria danosa ao sistema de mercado. Cabe examinar-se, então, qual seria o 
efeito de uma intervenção governamental no sistema de preços. Primeiro, cabe examinar o 
efeito do aumento dos impostos sobre o consumo. Eles agem diretamente sobre a curva de 
oferta, provocando um deslocamento à esquerda, como uma elevação dos custos de 
produção. Isso faria com que o preço de equilíbrio aumente e a quantidade demandada 
diminua. Ao contrário, uma redução dos impostos permitiria a redução dos preços, 
aumentando correspondentemente a demanda. 
 
CAPITULO 2 
 
 
Sociedade e mercado Uma questão importante, que surge quando examinamos qualquer 
sociedade, é como ela supre as necessidades materiais de seus membros, ou seja, como ela 
organiza a produção e a distribuição dos bens e serviços produzidos. 
 
Sociedade e estado Podemos definir o Estado como a nação politicamente organizada, 
constituindo-se em um organismo político-administrativo cuja existência se justifica a partir de 
três elementos essenciais: o povo, o território e o poder político. 
 
Função do Estado pode entender o Estado como um instrumento para a humanidade alcançar 
seus objetivos. Dessa perspectiva, o Estado não é um fim em si mesmo, mas tem por finalidade 
última atender às expectativas humanas nas suas realizações, ou seja, o Estado busca o bem 
comum. É competência do Estado exercer seu poder sobre os negócios e as pessoas, sendo sua 
finalidade o objetivo que busca alcançar. Esse objetivo é o bem público, ou o bem comum, que 
não pode ser entendido como a soma do bem de cada indivíduo, o que seria impossível 
realizar. Esse bem comum, assim, pode ser definido como “o complexo de condições 
indispensáveis para que todos os membros do Estado – nos limites do possível – atinjam 
livremente e espontaneamente sua felicidade na terra”. O bem público pode ser definido 
resumidamente por dois bens sociais fundamentais: a segurança e o progresso dos indivíduos. 
Para ao primeiro objetivo, o Estado desempenha funções que atendem aos diversos aspectos 
da proteção ao indivíduo e à sociedade, como, por exemplo, a segurança das fronteiras, os 
direitos do consumidor, o policiamento, entre outros. Para atingir os objetivos de progresso 
dos indivíduos, poderíamos acrescentar as seguintes funções, de acordo com Joseph Stiglitz: 
•Promover a educação; •Fomentar a tecnologia; •Oferecer suporte ao setor financeiro; 
•Investir em infraestrutura; •Promover a concorrência; •Promover o desenvolvimento 
sustentável; •Manter uma rede de seguridade social. 
 
Governo O exercício do poder ou da autoridade do Estado constitui o Governo. A ele cabe 
executar as políticas que resultam no cumprimento de suas funções. Nesse sentido, devemos 
fazer a distinção entre as Políticas de Estado e as Políticas de Governo, o que é importante 
para entendermos o caráter das ações governamentais quanto à vontade do governante e sua 
obrigação como chefe de Estado. As Políticas de Estado são aquelas definidas por lei que 
estabelecem as premissas e objetivos do Estado, possuindo por isso um sentido de 
permanência e estabilidade, resultantes de um diálogo da sociedade através das instituições 
políticas nacionais, em dado momento histórico. 
A Constituição Federal brasileira separa claramente as funções de Estado e as funções de 
Governo, quando, por exemplo, estabelece como obrigação do Estado brasileiro a promoção da 
saúde e da educação, tornando mandatório aos Governos orientarem suas ações para o 
atendimento dessas áreas. 
Governo, déficit e inflação na execução das políticas de arrecadação e de gastos do governo, 
interessa-nos especialmente entender o impacto líquido sobre a sociedade. Este é o 
significado das políticas fiscais. Como é função do governo, entre outras, estimular o 
crescimento econômico e como, no desempenho de suas funções ele é chamado a gastar cada 
vez mais, entender e administrar o déficit público é um ponto central nas discussões sobre as 
finanças públicas. As ações imediatas de Política Fiscal em caso de déficit são o aumento de 
impostos ou o corte nos gastos. No entanto, pelo impacto que tais medidas podem ter sobre a 
economia, pode-se considerar financiá-lo com recursos extra fiscais, obtendo os recursos 
necessários junto ao Banco Central ou junto ao setor privado. 
Na primeira forma, o Tesouro Nacional obtém o recurso do Banco Central, que, por sua vez, 
emite moeda para compensação do déficit. Essa forma é, por isso, inflacionária, pois eleva a 
quantidade de moeda em circulação. Isso cria o que se chama de imposto inflacionário, isto é, 
uma diminuição do poder aquisitivo da população pela defasagem entre os preços e os 
salários, pois estes são corrigidos após a elevação dos preços. Isso é uma decorrência do 
monopólio de emissão do Banco Central e da sua capacidade de emitir quase indefinidamente, 
fazendo que a moeda, pelo aumento da quantidade em circulação, perca seu valor frente aos 
bens e serviços ofertados. 
Atualmente, o déficit público é colocado, de forma quase consensual, como elemento chave a 
ser contemplado em qualquer estratégia que vise manter sob controle a inflação no Brasil. 
A obtenção dos recursos com o setor privado, a segunda forma, é feita com a emissão de 
títulos da dívida pública, trocados por moeda em circulação, o que não traria, de imediato, 
efeitos inflacionários, mas elevaria o montante da dívida pública. Eventualmente, a depender 
das condições de crescimento da dívida, o governo poderia ser obrigado a elevar as taxas de 
juros oferecidas, de modo a atrair investidores, internos e externos. Uma consequência disso 
seria a diminuição dos investimentos no setor produtivo, que seriam voltados para os 
empréstimos ao governo. O aumento da dívida, considerada como uma proporção do PIB 
poderia, enfim, aumentar o risco percebido pelos emprestadores e forçar uma escalada nos 
juros. Este é, na verdade, um ponto importante: o nível dos juros é, em parte, função do risco 
percebido pelo emprestador, quanto maior o risco de uma operação maior os juros a partir do 
qual os investidores estariam dispostos a aplicar seu capital. Em se tratando de empréstimos a 
governos, o risco associado resulta da capacidade percebida de pagamento. Assim, países 
desenvolvidos, como os Estados Unidos, pelo tamanho de sua economia e da força de seu 
Estado, são avaliados como de risco baixo para o investidor, isto é, supõe-se que eles sempre 
honrarão os títulos emitidos. Seus governos podem, então, mesmo com um elevado nível de 
endividamento, trabalhar não só com níveis baixos de juros, mas, principalmente, oferecer 
títulos de longo prazo, com vencimento para mais de 10 anos. Situações como essa, 
normalmente aplicáveis a países desenvolvidos, podem, no entanto, serem revertidas, por 
conta de um continuado crescimento da dívida pública ou de fatores externos que se 
combinem para forçar uma diminuição no grau de confiança na capacidade de um país 
gerenciar sua dívida. 
 
O setor público A intervenção do Estado na economia não se justifica apenas por sua 
capacidade de aumentar a demanda agregada via gastos, mas para corrigir situações ou suprircarências que o mercado por si não consegue atender. Mercados competitivos, sob certas 
condições específicas, promoveriam uma melhor alocação dos recursos, o que resultaria 
sempre na maximização das satisfações individuais, isto é, em uma situação de equilíbrio 
teórico em que nenhum indivíduo conseguiria melhorar seu grau de satisfação sem piorar o de 
outro indivíduo. Tal condição de alocação de recursos, estabelecida pelo livre jogo de 
mercado, é denominada ótimo de Pareto. Para atingir esse nível ótimo de alocação, é 
dispensável a atuação de uma entidade reguladora, de um planejador central (como o 
governo). Na verdade, de acordo com essa teoria, apenas operação das empresas em um 
mercado competitivo, buscando a maximização de seu lucro, permitiria a maximização do 
produto total, logo da maior eficiência no uso dos recursos. 
 
Falhas de mercado Essas condições não se realizam, na prática, de forma generalizada. 
Circunstâncias específicas, chamadas de “falhas de mercado”, impedem que se verifique esse 
equilíbrio automático no jogo de forças do mercado, são elas: 
• A existência de bens públicos; • A existência de monopólios naturais; •As externalidades; 
•Os mercados incompletos; •As falhas de informação; •A ocorrência de desemprego e 
inflação. 
 
Bens públicos são aqueles cujo consumo por um indivíduo não afeta o consumo do mesmo 
bem por outro indivíduo. Resulta disso que toda a sociedade se beneficia da produção de bens 
públicos, mesmo que alguns se beneficiem mais do que outros. Exemplos de bens públicos: 
ruas, iluminação pública, justiça, segurança pública e defesa nacional. O consumo desses bens, 
é fácil constatar, não é afetado pela quantidade consumida por cada indivíduo, todos podem 
indistintamente usufruir dos benefícios gerados. É claro que, se muitas pessoas transitarem 
por uma determinada rua a uma determinada hora, haverá engarrafamentos e lentidão no 
trânsito, mas esse efeito afetará igualmente a todos os usuários. 
Uma das características do bem público é sua indivisibilidade: pelos exemplos vistos, é fácil 
perceber que esses bens não podem utilizados parcialmente e de forma identificável por cada 
indivíduo: todos nós nos beneficiamos da iluminação pública como um todo. 
Outra característica importante é o chamado princípio da não exclusão: de um modo geral 
todos podem usufruir o bem público, sendo praticamente impossível vedar seu acesso a um 
indivíduo em particular. Isso implica na não rivalidade do consumo, ao contrário do que ocorre 
com os bens privados, quando seu uso por uma pessoa implica da exclusão de uso por outra 
pessoa. Exemplificando: todos se beneficiam igualmente da administração da justiça, direito 
assegurado constitucionalmente à cada cidadão. 
 
Desemprego e inflação O funcionamento normal do mercado não garante, por sua dinâmica 
de operação, a manutenção dos níveis de emprego do nível dos preços nos patamares mais 
próximos possíveis do desejado pela sociedade. Somente o Estado pode estabelecer políticas 
que conduzam a economia a operar dentro de limites que maximizem a geração do produto. 
 
Falhas de mercado e governo Essas condições não ocorrem isoladamente, mas combinam-se 
muitas vezes de forma variada, gerando benefícios, ou malefícios, para a sociedade como um 
todo. A despoluição do ar, por exemplo, gera uma externalidade positiva para todo e, ao 
mesmo tempo, constitui-se em um bem público, já que todos têm acesso ao ar de melhor 
qualidade. Além disso, por gerarem um efeito sobre toda a sociedade, essas falhas de mercado 
demandam necessariamente a ação governamental para sua correção, pois o mercado é 
incapaz de resolver a contento todas as demandas de uma população. 
Impostos: o governo pode, e normalmente o faz, estabelecer alíquotas de impostos mais altas 
sobre os bens considerados de luxo, ou de consumo supérfluo. Além disso, a própria forma de 
cálculo do imposto sobre a renda implica em maior taxação das rendas mais altas. 
Subsídios: o governo pode ainda subsidiar atividades econômicas de interesse social, 
aplicando, por exemplo, zerando ou reduzindo as alíquotas para produtos de consumo 
popular. 
 
Curva de Laffer Segundo esse modelo, a partir de um determinado nível de carga tributária, 
haverá uma redução e não um aumento da receita para qualquer aumento da alíquota do 
imposto. A partir desse ponto, os agentes econômicos não estarão dispostos a produzir mais 
ou sonegarão impostos. Intuitivamente podemos compreender da seguinte forma, conforme 
a) Com uma alíquota nula, a receita é nula. 
b) Com uma alíquota de 100%, a receita também é nula, pois ninguém estará disposto a 
trabalhar para ver toda a sua renda ser apropriada pelo governo. 
c) A receita governamental, então, irá crescendo, a partir da alíquota zero, até o ponto a partir 
do qual a atividade econômica geradora do imposto deixará de ser interessante ao indivíduo, 
pois sua renda seria crescentemente destinada ao pagamento de impostos. 
 
A taxa Selic O Banco Central mantém o Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic), 
que é um sistema informatizado que se destina à custódia de títulos escriturais de emissão do 
Tesouro Nacional, bem como ao registro e à liquidação de operações com esses títulos. Esse 
sistema apura a chamada taxa Selic, obtida mediante o cálculo da taxa média ponderada e 
ajustada das operações de financiamento lastreadas em títulos públicos federais e feitas no 
próprio sistema ou em câmaras de compensação e liquidação de ativos. O Comitê de Política 
Monetária – Copom, cuja função é ditar as diretrizes da política monetária do Estado e fixar a 
taxa de juros, estabelece periodicamente a meta para a taxa Selic, que funciona, assim, como 
uma taxa básica da economia. 
 
Falhas de governo Vimos como as falhas de mercado servem para justificar a participação do 
Governo na economia. Isto porque o crescimento econômico pode provocar ou acentuar 
desequilíbrios sociais e regionais, e a existência de monopólios e cartéis pode impedir ou 
retardar o processo de desenvolvimento econômico. A correção dessas distorções, as quais 
tirariam o mercado de seu funcionamento ótimo, justificam-se de modo mais claro nos países 
em desenvolvimento, cuja imaturidade do mercado não conduz necessariamente a um 
crescimento equilibrado. No entanto, o crescimento da participação do Governo na economia 
acabou por gerar as chamadas falhas de governo. O aumento dos gastos públicos 
acompanhado por má gestão dos recursos e corrupção teve como resultado uma continuada 
perda de eficiência econômica. Reforçam-se, a partir de 1980, as críticas à participação do 
Estado na economia diante desse quadro, sugerindo que deveria restringir-se, de fato, às suas 
funções básicas na saúde, educação e segurança. Adam Smith preconizou que a busca de cada 
para a maximização de seu ganho levaria a um aumento generalizado da riqueza, atingindo-se, 
por fim o ótimo de Pareto, isto é, para qualquer grupo não haveria possibilidade de melhorar 
sua situação a não ser piorando a de outro grupo. Assim, somente com o aumento da 
produtividade e do crescimento econômico pode haver aumento no nível de riqueza geral sem 
que alguém saia perdendo. Isso significa que o bem-estar social não aumenta quando há 
simplesmente a transferência de riqueza de um grupo para outro, sem crescimento do 
produto. Em uma sociedade excessivamente regulamentada, em que os princípios de mercado 
não são exatamente aplicados, e grupos de interesse controlam partes do sistema público ou 
de setores produtivos de forma cartelizada, verifica-se uma elevação de custos privados e 
sociais. Essa elevação de custos compromete a eficiência da economia como um todo, fazendo 
com que o produto efetivo fique abaixo do produto potencial. 
 
 
 
 
CAPITULO 3 
 
Moeda pode ser definida como “um objeto de aceitação geral, utilizado na troca de bens e 
serviços. 
Moeda metálica("moedinhas"): destina-se a operações de pequeno valor e empregadas 
especialmente para troco. 
Moeda (cédulas): representa parcela significativa de dinheiro em poder do público e que não 
pode ser recusada como meio de pagamento. 
Moeda Bancária ou Escritural: representada pela escrituração contábil dos depósitos à vista 
feitos junto aos bancos comerciais. Então vejamos: não existe somente papel moeda como 
meios de pagamento! O conceito de meios de pagamento é que são ativos que podem ser 
utilizados sem restrições para pagamento de uma dívida (liquidez imediata). É representada 
pela soma da Moeda Metálica e o Papel – Moeda em poder do público com os depósitos à 
vista nos bancos comerciais. A oferta de moeda também é chamada de meios de pagamento. 
 
A inflação é definida como sendo uma alta persistente e generalizada dos pre- ços da 
economia. A alta de preços deve ser persistente, não podendo ser confundida com altas 
esporádicas de preços ocasionadas por flutuações sazonais. Bom, essa é a sua definição 
clássica. 
 
E podemos dizer que existem três tipos de Inflação, a saber: 
Inflação de Demanda: Refere-se ao excesso de demanda agregada de mercadorias e serviços, 
tanto de consumo como de produção, em relação à oferta mercadorias e serviços. A economia 
quando está produzindo perto do pleno emprego de recursos está mais sujeita ao processo 
inflacionário. O aumento da demanda agregada pode ser ocasionado pelo aumento dos 
investimentos, aumento dos gastos do governo, aumento das exportações, redução dos 
tributos, redução das importações, e aumento da oferta da moeda. As medidas de combate ao 
processo inflacionário devem se basear em instrumentos que provoquem uma redução da 
demanda por mercadorias e serviços – redução dos gastos governamentais, aumento da carga 
tributária, controle sobre salários, restrição ao crédito e elevação da taxa de juros. 
Inflação de Custos: está associada a uma elevação dos custos de produção. O nível da 
demanda permanece constante, mas os custos de certos fatores produção aumentam. Com 
isso, as empresas repassam o aumento de custo para o preço final do produto. As causas mais 
comuns dos aumentos dos custos de produção são os aumentos salariais, aumentos do custo 
de matérias primas ou estrutura monopolista ou oligopolista de mercado. 
Inflação inercial: é a aquela em que a inflação presente é uma função da inflação passada. 
Deve-se à inércia inflacionária, que é a resistência que os preços de uma economia oferecem 
às políticas de estabilização que atacam as causa primárias da inflação. Aqui no Brasil temos 
quase que diariamente notícias sobre inflação. O índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) 
mede a inflação e fazemos a referência frente a “meta” do governo. 
 
Quais as consequências do processo inflacionário que tanto preocupa a economia? São 
vários e podem afetar as economias de diferentes intensidades , a saber: 
a) Redução do poder aquisitivo e piora na distribuição de renda – os assalariados e os 
rendimentos de aluguel são diretamente afetados, pois, com o passar do tempo, vão ficando 
com seus orçamentos reduzidos até a chegada de um novo reajuste. 
b) Desequilíbrio no Balanço de Pagamentos – encarecimento do produto nacional em relação 
ao produzido no exterior, provocando um estímulo às importações e um desestímulo às 
exportações. 
c) Redução da arrecadação tributária – a inflação tende a reduzir o valor da arrecadação dos 
tributos pelo governo, pela defasagem existente entre o fato gerador e o recolhimento efetivo 
do imposto, ocasionando menor arrecadação real pelo governo. 
d) Desestímulo a aplicação no setor produtivo – desestímulo à aplicação de recursos no 
mercado financeiro, estímulo à compra de imóveis e de moeda estrangeira. 
e) Menor crescimento econômico/ efeito sobre as expectativas – desestímulo à produção 
devido a insegurança do empresariado no que se refere aos seus investimentos, provocando 
desemprego. 
 
A taxa de juros representa o preço do dinheiro no tempo. No entanto, em outros momentos, 
assume ele um sentido inverso, qual seja, de servir como um preço pelo não pagamento do 
dinheiro. Enquanto que no seu sentido inicial infere-se uma natureza compensatória dos juros, 
no segundo caso o que há é uma função nitidamente moratória. É uma taxa de rentabilidade 
para os aplicadores, e o custo de empréstimo para os tomadores. 
Taxas de juros elevadas resultam na diminuição do consumo, pois os indivíduos vão optar pela 
poupança ao invés do consumo. Por sua vez, a elevação da taxa de juros terá influência sobre 
as prestações do crediário, que deverá ser mais onerosa, reduzindo as compras a prazo. 
Uma das siglas mais conhecidas de quem acompanha os noticiários é a Selic. A cada 45 dias, 
o Comitê de política Monetária do banco Central (Copom) se reúne e decide se a taxa básica 
da economia brasileira irá subir, reduzir ou se manter. Selic significa Sistema Especial de 
Liquidação e Custódia, Ela é usada nos empréstimos feitos entre os bancos e também nas 
aplicações feitas por estas instituições bancárias em títulos públicos federais.

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