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PRECISAMOS FALAR SOBRE KEVIN ANALISE

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FERNANDO HENRIQUE DE SOUSA 9 TERMO B
PRECISAMOS FALAR SOBRE KEVIN 
 O filme retrata a história de Kevin de uma criança desamparada emocionalmente por seus pais desde a mais tenra infância e que apresenta tendências antissociais desde cedo. Kevin não consegue estabelecer um vínculo afetivo com a mãe e possui um pai que parece ter dificuldades em estabelecer limites, além de ser omisso em algumas situações às suas necessidades. Kevin se torna um adolescente com comportamentos transgressores, cometendo um delito que marca a vida de sua mãe, Eva, em todos os âmbitos de sua vida, por matar sua família e colegas e funcionários da escola que estudava. Os tipos de violências presentes na história de Kevin, acarretaram no que o garoto se tornou. 
 Kevin apresenta algumas características do transtorno de conduta com início na infância, devido a seu comportamento incomum na infância. O transtorno de conduta é definido pelo DSM-IV como um padrão repetitivo e persistente de comportamentos, no qual os direitos básicos dos outros ou normas ou regras sociais importantes e apropriadas à idade são desrespeitadas. As características apresentadas por este transtorno Trindade (2004) destacam:
Pouca preocupação com o sentimento, desejo e bem-estar alheios,
Ausência ou prejuízo de sentimento de culpa, 
Remorso inautêntico, 
Responsabilidade de outras pessoas pelos seus atos, 
Fraca tolerância à frustração,
Acesso de raiva e irritabilidade,
Imprudência 
Pouca empatia
 Para Sarti (2004) A família desempenha papel essencial na formação e no desenvolvimento da criança e do adolescente, uma vez que ela é o lugar em que se ouvem as primeiras falas com as quais se constroem a autoimagem e imagem do mundo exterior.
 Kevin mora com os pais e e a irmã, é um menino proveniente de classe média, porém a família tem algumas questões no que tange a mãe em não se encarrega de maneira amorosa dos cuidados maternos, e do pai não representa a lei para o filho não sendo uma figura de autoridade. Franklin só gostava de se divertir com o garoto e prover bens que o garoto queria, porém, era ausente no que se refere ao exercício de suas funções de Pai. Franklin não percebia de fato as necessidades do menino, como por exemplo, o pedido de limites. Constatando que, além de Eva, Franklin também desampara o filho ao se negar a ver seus comportamentos agressivos e as dificuldades na relação estabelecida desde o início entre Kevin e sua mãe. Franklin, muitas vezes foi, de certa forma, omisso ao não perceber que Eva precisava de ajuda e que não conseguia cuidar do filho sozinha, além de achar normal as atitudes do menino. É certo que o adolescente é, tradicionalmente, um desafiador da Lei, contudo, o garoto precisa que a Lei se mantenha, tanto para dar sentido à sua rebeldia, como para barrar os excessos que ele quer ou não quer cometer (Kehl, 2004).
 Concorda-se com Goldenberg (1998) quando afirma que “a presença paterna tem a função de capacitar a criança a ter domínio da realidade, de não praticar o incesto, de não matar, de não roubar e aceitar que não pode fazer tudo que deseja sem consequências” (p. 117).
 Outro ponto que pode ser destacado se refere à dificuldade de comunicação entre os membros da família. Eva está sempre tentando conversar com Franklin sobre Kevin e expor suas preocupações com o comportamento apresentado pelo filho, mas nunca consegue ter um diálogo com o marido. Na cena em que ela tenta dizer para o marido que Kevin pode ser responsável pelo acidente da filha mais nova, ele apenas lhe diz: “você precisa conversar com alguém”, isentando-se da responsabilidade de conversar sobre o filho e demonstrando a sua dificuldade em assumir uma posição frente às atitudes do mesmo.
 Na família de Kevin, no entanto, ambos os pais parecem não se sentirem confortáveis com as atribuições que os papéis de pai e mãe comportam, parecendo ter dificuldades para assumir as responsabilidades pelo garoto, uma vez que as regras não eram estabelecidas, as suas necessidades não eram ouvidas e seus problemas muitas vezes negados. Os pais não assumiam os riscos de educar o filho, assim pode-se pensar que Kevin parece ter sido vítima de um abandono materno e paterno (Kehl, 2003). Pois ninguém conseguia falar sobre Kevin.
OS TIPOS DE VIOLÊNCIA:
NEGLIGÊNCIA
 Para Azevedo e Guerra (1998), a negligência é descrita quando os pais ou responsáveis pelas crianças e adolescentes não agem no sentido de suprir as necessidades físicas, de saúde, educacionais, higiênicas de seus filhos, de não supervisionar suas atividades, as quais proporcionam um desenvolvimento biopsicossocial saudável e isento de riscos. Os autores afirmam também que a negligência ainda se apresenta como uma violência diferenciada das outras, visto que não é caracterizada pela ação dos pais, mas sim pela omissão.
Algumas cenas no filme que exemplifica isso:
Eva fica parada no meio de uma rua em construção diante de britadeiras ligadas, onde sente-se aliviada em ouvir outro barulho que seja de Kevin por alguns instantes. 
Eva tem muita dificuldade em saber como segurar o filho, sempre o segura distante de si e chacoalhando-o para cima e para baixo e esboçando um sorriso falso para a criança fingindo estar gostando da situação. 
Eva não consegue em várias situações criar vínculos com o seu filho, nem quando era criança e nem quando já está adolescente. Ela sempre falhou impor suas vontades e não as do garoto, como na cena dela tentando brincar com a bola, ensinando matemática para o filho, e também quando o chama para jogar golf e ir no restaurante.
Kevin deixa claro os sentimentos que a mãe tem por ele ao falar para Ela que “ Não se gosta de alguma coisa por que está acostumado, você está acostumada comigo né? ”. 
Violência Física
 A violência física corresponde ao emprego de força física no processo disciplinador da criança ou adolescente, seja por meio de uma ação única ou repetida, não acidental, cometida por um adulto que provoque consequências leves ou extrema como a morte (Guerra,1998).
No filme algumas cenas que exemplificam tal ato:
Eva dá um tapa na mão de Kevin para fazê-lo para de importunar a conversa dela com Franklin.
Kevin mostra uma cicatriz a Eva na prisão e ela pergunta se ele lembra como conseguiu aquilo e ele fala que “foi a coisa mais sensata que ela já fez”. Eva arremessa Kevin na parede por não querer fazer lições de matemática e por ele se divertir em fazer cocô nas fraudas toda hora para ela limpar. 
PSICOLÓGICA:
 No artigo “A Violência Doméstica e Suas Diferentes Manifestações” os autores caracteriza que esse tipo de violência inclui toda ação ou omissão que causa ou visa a causar dano à autoestima, à identidade ou ao desenvolvimento da pessoa. Sendo de uma forma mais subjetiva, ela está sempre frequente associada a outros tipos de agressões, o que compromete toda a vida mental do sujeito.
 No filme Kevin sofre esse tipo de Violência na primeira infância, porém, é sua irmã Célia que é alvo desse tipo de violência constante que Kevin provoca nela.
CONSEQUÊNCIAS
As consequências das violências físicas encontradas no filme de acordo Ferrari (2002) em seu texto “A Definição de Abuso na Adolescência” são a curto prazo:
Problemas Físicos 
Perda do olho de Célia provocado por Kevin
Cicatriz no Braço de Kevin provocado por Eva 
Problemas no desenvolvimento das relações de apego e afeto.
Desenvolve reações de evitação e resistência ao apego; 
Investidas de carinho e afeto sem sucesso que Eva tenta ter com Kevin
Problemas de afeto como depressão e diminuição da autoestima; 
A irmã de Kevin apresentava problemas de autoestima provocados por Kevin
Distúrbios de conduta tanto por assumir um padrão igual ao dos pais (tornando-se agressivos). Como por apresentar pouca habilidade social ou reação inadequada ao estresse 
Kevin fala que sua mãesabe ser muito cruel quando quer e que aprendeu a ser do jeito que ele é com ela. 
Alterações no desenvolvimento cognição social como má percepção de si próprio 
Célia tinha isso ao ser diminuída pelo Kevin
Problemas na compreensão e na aceitação das emoções do outro 
Kevin não tinha empatia com ninguém 
Consequências a longo prazo: 
Sequelas físicas 
Pais abusadores mais tarde
Conduta delinquencial e comportamentos suicidas na adolescência que geram mais problemas emocionais, como ansiedade e depressão, com diminuição da capacidade de análise e síntese. 
Kevin é flagrado por Eva se masturbando no banheiro do qual não se importa com a situação
Kevin entope a pia da cozinha propositalmente
Kevin mata o hamster de sua irmã
Conduta criminal violenta mais tarde 
Kevin comete um ato infracional fazendo um assassinato em massa.
O PAPEL DO PSICÓLOGO CLÍNICO NO CASO KEVIN 
Os instrumentos que o psicólogo clínico irá utilizar nesse caso são:
Anamnese com os Pais e Responsáveis
Entrevista com o garoto
Para o Psicodiagnóstico, aplicação de testes válidos e reconhecidos pelo Conselho Federal de Psicologia – CFP
Psicoterapia
 No artigo “Transtorno da conduta e comportamento antissocial” os autores mostram o seu ponto de vista da maneira que é retratado a conduta de Kevin no filme. Eles afirmam que na infância, alguns sintomas do transtorno que o garoto apresenta são irritabilidade fácil, recuso em obedecer a regras ou atender solicitações dos adultos, perturba as pessoas deliberadamente, merecendo ações preventivas junto à criança e aos seus pais. Muitas vezes, o foco do problema está no conflito entre pais e filhos ou pais, demasiadamente envolvidos com problemas pessoais e necessitam de apoio precisando de ajuda para estabelecer limites e escolher métodos mais apropriados para educar os filhos. 
 No artigo também fala que, quanto mais cedo os pais buscarem ajuda menos graves serão os sintomas tendo uma maior probabilidade do indivíduo se beneficiar de uma psicoterapia. Porém, quando se trata de adolescente que já cometeu delitos como no caso de Kevin, observa-se maior resistência à psicoterapia, podendo ser útil o envolvimento com profissionais especializados no manejo de jovens antissociais em conflito com a lei, através de oficinas de artes, música e esportes fazendo ter a oportunidade de estabelecer vínculo afetivo com os profissionais responsáveis pelas atividades, tomando-os como modelo, além de perceber-se capaz de criar, o que favorece o desenvolvimento da autoestima, e construir uma possível empatia. Sempre que possível, a família dos pacientes deve ser incluída no processo terapêutico. 
 Também trabalhar questões como o ponto de vista do relacionamento entre pais e filhos, da colocação de limites, da repercussão das dificuldades de comunicação de afetos entre mãe e filho, dos possíveis problemas decorrentes da depressão pós-parto com a mãe da dificuldade dos pais em entrar em contato com aspectos cruéis de seus filhos.
 No caso de Kevin, que já cometeu um ato infracional, tem o transtorno que é, desprovido empatia, as tentativas de tratamento são cognitivas sendo importante uma abordagem de Psicologia Cognitiva Comportamental, no sentido de fazê-lo avaliar as consequências negativas como a prisão, de seu comportamento infrator.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AZEVEDO, M. A.; GUERRA, V. N. de A. Infância e violência fatal em família: primeiras aproximações ao nível de Brasil. São Paulo: Iglu, 1998.
BORDIN, I. OFFORD, D. "Transtorno Da Conduta E Comportamento Anti-Social" <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-44462000000600004> Acessado em 02/06/2017
FERRARI, D.C.A e VECINA, T.C.C. (orgs). O fim do silêncio na violência familiar: teoria e prática. São Paulo. Ágora, 2012.
GOLDENBERG, G. W. (1998). O pai simbólico está ausente
na criança e no adolescente infrator. In D. L. Levisky
(Org.). Adolescência pelos caminhos da violência: a psicanálise
na prática social. (pp. 113-128). São Paulo: Casa do
psicólogo.
GUERRA, V.N.A. (1998). "Violência de pais contra filhos: a tragédia revisitada". 3.a ed. São Paulo, Cortez.
KEHL, M. R. (2004). A juventude como sintoma da
cultura. In R. Novaes, & P. Vannuchi (Orgs.), Juventude e
Sociedade: Trabalho, educação, cultura e participação (pp. 89-
114). São Paulo: Fundação Perseu Abramo
SARTI, C. A. (2004). O jovem na família: o outro necessário. In R. Novaes, & P. Vannuchi (Orgs.), Juventude e Sociedade: Trabalho, educação, cultura e participação. (Pp. 115-129). São Paulo: Fundação Perseu Abramo.
TRINDADE, J. (2004). Manual de Psicologia Jurídica. Para Operadores do Direito. Porto Alegre: Livraria do Advogado.

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