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PROVA EMPRESTADA NO NOVO CPC

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PROVA EMPRESTADA NO NOVO CPC
Não e toda e qualquer transferência de elementos probatórios produzidos em um processo e transferidos para outro que se enquadra dentro daquilo que se costuma conceituar de prova emprestada. 
Por : Caroline Ribas Sergio
Introducao (Joelson)
O presente trabalho abordara a respeito da Prova emprestada, no âmbito das provas civeis do Novo Código de Processo Civil, o qual dedica especificamente o seu artigo 372, para abordar sobre a matéria.
Antes considerada como Prova Atípica pelo Código Civil de 1973, na nova legislação que entrou em vigor em 2016, a prova emprestada, passou a ser considerada como Prova Típica, passando a ter previsão e descrição em Lei, conforme já mencionado.
Assim, o Novo Código, condiciona a Prova Emprestada em respeito do Principio do contraditório, ou seja, as partes devem ser ouvidas, devem ter o direito de manifestarem-se sobre a utilização da prova advinda de outro processo.
 Dessa forma, o estudo abordara a evolução da utilização da prova emprestada e sua aplicação de acordo com o Novo CPC, analisando o entendimento dos tribunais sobre o tema e realizando uma breve analise do que pode vir a acarretar a partir da vigência da nova legislação Processual Civil.
A PROVA EMPRESTADA
CONCEITO (Arnaldo)
Prova emprestada e aquela que, não obstante ter sido produzida em outro processo, e deste transferida para demanda distinta, a fim de produzir nesta os efeitos de onde não e originaria.
Nesse sentido leciona a doutrina de Moacyr Amaral Santos:
“Muito comum e o oferecimento em um processo de provas produzidas em outro. São depoimentos de testemunhas, de litigantes, são exames, traslados, por certidão, de uns autos para outros, com o fim de fazer prova. Tais são as chamadas provas emprestadas, denominação consagrada entre os escritores e pelos tribunais do pais. E a prova que “ já foi feita juridicamente, mas em outra causa, da qual se extrai para aplica-la a causa em questão define Benthan.”
Entende-se assim, como o material probatório produzido num processo e conduzido a outro, situação que gera infindáveis discussões no âmbito jurídico, eis que, segundo alguns doutrinadores, a utilização vulneraria os princípios do contraditório, devido processo legal, bem como ferria os princípios do juiz natural, da oralidade e imediação.
 Assim leciona Fredie Didier Jr. Sobre a matéria: “ Prova emprestada e a prova de um fato, produzida em um processo, seja por documentos, testemunhas, confissão , depoimento pessoal ou exame pericial, que e trasladada para outro processo, por meio de certidão extraída daquele”. [2]
 
 
A prova produzida ingressa em outro processo sob a forma documental, cuja forca probatória será valorada pelo juiz, que não esta adstrito a dar-lhe idêntico valor ao que teve nos autos em que foi produzida. 
Não se deve olvidar sobre a conveniência do traslado de provas de um processo a outro, de tal sorte, que há o prestigio dos princípios da celeridade bem como da economia processual, a fim de se evitar repetição desnecessária de atos processuais já esgotados com o aproveitamento de provas pretéritas. Imperiosa, entretanto, quando tais provas diante das circunstancias fáticas não puderem ser colhidas no atual processo e, forem indispensáveis.
A PROVA EMPRESTADA NO CODIGO DE PROCESSO CIVIL DE 1973
No 
A PROVA EMPRESTADA NO NOVO CPC 
De acordo com o novo CPC, a Prova Emprestada deixou de ser considerada como prova atípica, para ser introduzida como prova típica, encontrando previsão legal em seu artigo 372.
Nesse sentido, colaciona-se o dispositivo supramencionado:
Art. 372. O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em outro processo, atribuindo-lhe o valor que considerar adequado, observado o contraditório.
Verifica-se pelo dispositivo acima, que o Novo CPC, condiciona a prova emprestada ao principio do contraditório, ou seja, as partes devem ser ouvidas, devem ter o direito de se manifestar sobre a prova emprestada. A parte prejudicada pela prova deve sr ouvida também, a fim de que verifique a sua concordância com a utilização ou não desta.
Segundo o entendimento do STJ, as partes de ambos processos, tanto o da origem como o de destino da prova emprestada, não precisam ser necessariamente as mesmas, para a sua utilização.
Todavia, consoante os recentes julgados do nosso tribunal de justiça, para a admissibilidade da prova emprestada, e necessário que, dentre outros fatores haja identidade de partes entre o processo que pretende ela ser utilizada, sob pena de ofensa ao principio do contraditório. Assim, verifica-se que o nosso TJRS, já vem aplicando o dispositivo constante no artigo 372 do novo CPC, que passara a ter vigência a partir de 2016:
AGRAVO DE INSTRUMENTO. ACAO DE OBRIGACAO DE FAZER. COBERTURA DE SINAL DE TELEFONIA. PERICI. PROVA EMPRESTADA. Das circunstancias segundo as quais inexiste identidade de partes entre a demanda originaria e a demanda atual, não se justifica o deferimento de prova pericial emprestada em respeito aos princípios do contraditório, da ampla defesa.
AGRAVO DE INSTRUMENTO. PROVA EMPRESTADA. PROCESSO SEM PARTICIPACAO DO RECORRENTE. IMPOSSIBILIDADE. OFENSA AO CONTRADITORIO. Para que seja admitida a prova emprestada, e necessario que, dentre outros fatores, haja identidade de partes entre o processo em que se pretende seja ela utilizada e aquele no qual foi ela produzida, sob pena de ofensa ao principio do contraditorio. Não aceitando o Estado a utilizacao do laudo pericial produzido no outro sua utilizacao como prova emprestada.
Precedentes desta Corte. AGRAVO DE INSTRUMENTO PARCIALMENTE PROVIDO. (Agravo de instrumento n 70066166612, Vigésima Primeira Camara Civel, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Almir Porto da Rocha Filho, Julgado em 07/10/2015).
 Nesse sentido, importante frisar o ensinamento de Nelson Nery júnior e Rosa Maria de Andrade Nery que lecionam acerca da Prova Emprestada ao dizer que: “ a condição mais importante para que se de validade e eficácia a prova emprestada e sua sujeição aos pessoas dos litigantes, cuja consequência primordial e a obediência ao contraditório. Vê-se, portanto, que a prova emprestada do processo realizado entre terceiros e res inter alios e não produz nenhum efeito senão para aquelas partes.
Tal entendimento, apenas foi introduzido em nossa legislação, pois já havia sendo há muito tempo admitido e aplicado por nossos Tribunais. 
Atualmente, mesmo na vigência do Código de 73, a doutrina e os Tribunais, consoante já exposto, admitem a prova emprestada, desde que respeitado o principio do contraditório. No Novo código, tal entendimento encontra uma disposição expressa, o que poderá ensejar futuramente, em uma maior quantidade de casos, em que utilizando-se a prova transladada de outro feito, serão julgados de forma mais célere. 
Ademais, a primeira vista, o empréstimo da prova do processo penal, por exemplo, para o processo civil, poderá também ser aceito, eis que a disposição contida no artigo 372, apenas dispõe a respeito da prova produzida em “ outro processo “, não fazendo distincao entre as esferas civil e penal.
Dessa forma, verifica-se que com o Novo Codigo houve um avanço, uma positivação da possibilidade de se admitir a prova emprestada.
Conclusao ( Rayane/Arnaldo)
De todo exposto, verifica-se que o Novo CPC trouxe um avanço no tocante a prova emprestada, antes considerada como ilícita pela Legislação de 73.
Ocorre que com o passar dos anos e com a evolucao do nosso Direito, verifica-se que a possibilidade de transladar uma prova advinda de outro processo, atendendo principalmente a economia processual, tornou-se mais do que eficaz.
Assim, acredita-se que na pratica, com o advento do Novo Código, aplicando-se de forma mais frequente, acarretara em um processo mais célere, pois dispensaria como nos casos de prova pericial, uma nova pericia e todos os procedimentos que a envolvem e que acabam pro dificultar o regular andamento do feito.
Por fim, acredito que não deve apenas ser
observado o contraditório, conforme prevê a disposição contida no artigo 372 do CPC/15, devendo o Magistrado observar as demais garantias constitucionais, dentre elas a proibição de prova ilícita.
Referencia
SANTOS, Moacyr Amaral. Prova Judicaria no Civel e Comercial. 2 ed. São Paulo: Max Limondad, 1952. p. 293.
DIDIER JR., Fredie. Curso de Direito Processual Civil: Teoria geral do processo e processo de conhecimento. 6. ed. Salvador: JusPodivm, 2006, p.523.
JUNIOR, Humberto Theodoro. Curso de Direito Processual Civil. Vol. I. 47 ed. Rio de janeiro: Forense, 2007. p. 481.
CAMBI, Edurardo. Ob. Cit. P. 53.
JUNIOR, Humberto Theodoro. Ob. Cit. P. 292
[1] SANTOS, Moacyr Amaral. Prova Judiciaria no Civel e Comercial. 2 ed. São Paulo: Max limonad, 1952. p. 293.
[2] DIDIER JR.,Fredie. Curso de Direito Processual Civil: Teoria geral do processo e processo de conhecimento. 6. ed. Salvador: JusPodivm, 2006, p.523.
[3]Todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, ainda que não especificados neste código, são hábeis para provar a verdade dos fatos, em que se funda a ação ou a defesa.
[4]JUNIOR, Humberto Theodoro. Curso de Direito Processual Civil. Vol. I. 47 ed. Rio de Janeiro: Forense, 2007. p. 481.
[5] CAMBI, Eduardo. Ob. Cit. P. 53.
[6] JUNIOR, Humberto Theodoro. Ob. Cit. P.292.
[7] NERY JUNIOR, Nelson; NERY, Rosa Maria de Andrade. Codigo de Processo Civil Comentado. 11 Ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2010. p. 632.

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