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AMINOÁCIDOS E PROTEÍNAS Disciplina: Bioquímica Profa: Dra. Ivina Brito AMINOÁCIDOS São as unidades estruturais básicas (monômeros) das proteínas Apesar de existirem aproximadamente 300 aminoácidos na natureza, apenas 20 comumente constituem as proteínas ESTRUTURA BÁSICA DOS AMINOÁCIDOS Apresentam em sua estrutura geral um carbono α ligado à: ▪ Grupo amina (básico) ▪ Grupo carboxila (ácido) ▪ Hidrogênio (H) ▪ Cadeia lateral (R) É a cadeia lateral (R) que diferencia um aminoácido de outro e determina o seu papel em uma proteína α AMINOÁCIDOS: ESTRUTURA BÁSICA Grupo amino Grupo carboxila Cadeia lateral α AMINOÁCIDOS * O carbono α é assimétrico (quiral): liga-se a quatro grupos substituintes diferentes AMINOÁCIDOS O carbono α é assimétrico (quiral): liga-se a quatro grupos substituintes diferentes ▪ Exceção: glicina ▪ Cadeia lateral é o H ▪ Não possui carbono quiral H Glicina AMINOÁCIDOS ▪ Aminoácidos com carbono quiral podem existir em duas formas opticamente ativas: ▪ Isômero L e isômero D são imagens especulares uma da outra ▪ A glicina não forma isômeros Amina no lado esquerdo (isômero L) Amina no lado direito (isômero D) AMINOÁCIDOS Só os aminoácidos L são constituintes de proteínas! Os aminoácidos D podem ser encontrados: ▪ Parede celular bacteriana ▪ Alguns antibióticos AMINOÁCIDOS Os aminoácidos também são conhecidos por suas abreviaturas: CLASSIFICAÇÃO DOS AMINOÁCIDOS Os aminoácidos podem ser classificados: ▪ Quanto à capacidade de síntese do organismo ▪ Quanto à cadeia lateral CLASSIFICAÇÃO DOS AMINOÁCIDOS Quanto à capacidade de síntese do organismo ▪Aminoácidos naturais ou não-essenciais: são produzidos pelo organismo ▪Aminoácidos essenciais: o organismo não produz, devem ser obtidos através da alimentação ▪ Histidina e Arginina: essenciais apenas durante a infância ALIMENTOS RICOS EM AMINOÁCIDOS ▪ Carne de frango, bovina, suína e peixes ▪ Laticínios ▪ Frutos do mar ▪Ovo ▪ Dieta vegetariana: nozes, castanhas, amendoins, amêndoas, feijão, lentilha, arroz e aveia CLASSIFICAÇÃO DOS AMINOÁCIDOS Quanto à cadeia lateral: ▪ Apolar ▪ Polar: ácidos, básicos ou neutros CLASSIFICAÇÃO DOS AMINOÁCIDOS Aminoácidos com cadeias laterais APOLARES ▪ Cadeia lateral hidrofóbica ▪ Não é capaz de formar pontes de hidrogênio * * * * Aminoácidos de cadeia ramificada (BCAA): fornecem energia em exercícios de longa duração e evitam a degradação de proteínas musculares * Cadeia lateral forma anel – contem grupo imino, em vez de amino (iminoácido) * ** * CLASSIFICAÇÃO DOS AMINOÁCIDOS Aminoácidos POLARES com cadeias laterais eletricamente NEUTRAS * Cisteína possui o grupo tiol (-SH) – pode reagir com outros grupos cisteína –SH e formar pontes dissulfeto * Asparagina e glutamina: Atuam na desintoxicação da amônia no organismo * * * CLASSIFICAÇÃO DOS AMINOÁCIDOS Aminoácidos POLARES com cadeias laterais eletricamente negativas (ÁCIDOS) ▪ Possuem grupos carboxila ▪ Ácido glutâmico ▪ Ácido aspártico CLASSIFICAÇÃO DOS AMINOÁCIDOS Aminoácidos POLARES com cadeias laterais eletricamente positivas (BÁSICOS) ▪ Lisina ▪ Arginina ▪ Histidina AMINOÁCIDOS BIOLOGICAMENTE ATIVOS Triptofano: precursor da serotonina ▪ Importante na regulação do sono e do humor (depressão) Fenilalanina e tirosina: precursores da adrenalina, noradrenalina e dopamina ▪ Estimulante do SNC (dopamina - doença de Parkinson) ▪ Fenilcetonúria: ausência da enzima que converte fenilalanina em tirosina IONIZAÇÃO DOS AMINOÁCIDOS Quando um aminoácido é dissolvido na água, ele existe como um íon dipolar, ou zwitterion* *Zwitterion: do alemão “íon híbrido” IONIZAÇÃO DOS AMINOÁCIDOS Um zwitterion pode atuar como um ácido ou uma base IONIZAÇÃO DOS AMINOÁCIDOS Caráter anfótero ▪ Devido ao fato dos aminoácidos poderem agir tanto como um ácido, quanto como uma base, os aminoácidos são chamados de anfóteros ▪ Qualquer aminoácido livre, independente da sua cadeia lateral pode doar dois prótons IONIZAÇÃO DOS AMINOÁCIDOS Carga líquida: +1 Carga líquida: 0 Carga líquida: -1 Completamente protonada Parcialmente Protonada Zwitterion Completamente desprotonada pH 1 pH 7 pH 13 pI (ponto isoelétrico): pH no qual a carga líquida da molécula é zero LIGAÇÕES PEPTÍDICAS Os aminoácidos podem ser unidos pela formação de ligações covalentes, chamadas de ligações peptídicas Ligação peptídica é a ligação formada entre o grupo carboxila de um aminoácido e o grupo amina do próximo, com a liberação de uma molécula de água (síntese por desidratação) LIGAÇÕES PEPTÍDICAS Aminoácido 1 Aminoácido 2 Dipeptídeo PEPTÍDEOS Quando um número pequeno de aminoácidos se une por ligações peptídicas, são formadas moléculas chamadas de peptídeos Dipeptídeo: 2 aminoácidos Tripeptídeo: 3 aminoácidos PEPTÍDEOS De acordo com o número de resíduos de aminoácidos, podem ser denominados: ▪ Oligopeptídeos: poucos resíduos de aminoácidos ▪ Polipeptídeos: muitos resíduos de aminoácidos As proteínas são cadeias polipeptídicas! Tetrapeptídeo: 4 aminoácidos Pentapeptídeo: 5 aminoácidos PROTEÍNAS Proteínas são polímeros de aminoácidos, unidos por ligações peptídicas PROTEÍNAS As proteínas são sintetizadas na célula pelos ribossomos em um mecanismo chamado de tradução CLASSIFICAÇÃO DAS PROTEÍNAS A proteínas são as macromoléculas mais versáteis nos sistemas vivos e servem para funções cruciais em essencialmente todos os processos biológicos Podem ser classificadas de acordo com: ▪ Função ▪ Forma ▪ Estrutura FUNÇÕES DAS PROTEÍNAS ▪ Catalisadoras: acelera reações químicas (enzimas) ▪ Estruturais: participam na composição de várias estruturas do organismo, sustentando e promovendo rigidez (colágeno e queratina) ▪ Movimentação: promovem os movimentos de estruturas celulares, músculos (actina e miosina) ▪ Armazenamento: reservatório de aminoácidos essenciais e outros elementos (ovoalbumina, ferritina) FUNÇÕES DAS PROTEÍNAS ▪ Transporte: transporta diversos componentes (hemoglobina) ▪ Defesa do organismo: promovem a defesa do organismo contra microrganismos e substâncias estranhas (anticorpos) ▪ Regulação ou Hormonal: atuam como mensageiras químicas (GH, prolactina) ▪ Energética (4 kcal/g) CLASSIFICAÇÃO QUANTO À FORMA Com relação à forma, as proteínas podem ser classificadas em: ▪ Proteínas Fibrosas ▪ Proteínas Globulares PROTEÍNAS FIBROSAS ▪ Cadeias polipeptídicas arranjadas em fitas longas ou folhas ▪ Desempenham papéis estruturais importantes na anatomia e fisiologia dos vertebrados, fornecendo suporte, proteção e forma ▪ Colágeno (tendões e osso), queratina (cabelo, pele, unha), e elastina (tecido conjuntivo elástico) PROTEÍNAS GLOBULARES ▪ Cadeias polipeptídicas empacotadas em uma forma esférica ▪ Estruturalmente mais complexas ▪ Podem atuar como enzimas, hormônios, transportadores de outras moléculas pelas membranas celulares e carreadoras de aminoácidos ▪ Hemoglobinas, imunoglobulinas, ovoalbumina CLASSIFICAÇÃO QUANTO À ESTRUTURA Simples: formada exclusivamente por aminoácidos Conjugada: possui uma parte não-proteica (grupo prostético) ▪ Glicoproteína: carboidrato ▪ Lipoproteína: lipídio ▪ Fosfoproteína: fósforo PROTEÍNAS As proteínas apresentam diferentes níveis de organização ESTRUTURA PRIMÁRIA ▪ Nível mais simples de organização ▪ Sequência linear de aminoácidos mantidos juntos por ligações peptídicas Extremidade amino-terminal Extremidade carboxi- terminal ESTRUTURA PRIMÁRIA A sequência dos aminoácidos é determinada pelo DNA ▪ Determina a estrutura tridimensional e função da proteína ▪ Alterações na sequência dos aminoácidos podem resultar em função anormal e doença ▪ Ex.: Anemia falciforme (resultado da substituição do glutamato por uam valina na posição 6 da cadeia beta de hemoglobina) ESTRUTURA SECUNDÁRIA Arranjo espacial de aminoácidos próximos entre si na sequência primária da proteína Estabilizada por pontes de hidrogênio entre ligações peptídicas Pode ocorrer de duas formas: ▪ α-hélice ▪ Folha β pregueada α-hélice Folha β pregueada α-hélice Folha β pregueada ESTRUTURA TERCIÁRIA ▪ Estrutura tridimensional completa de um polipeptídeo ▪ Conformação espacial da proteína inteira (3D) ▪ Estabilizada pelas interações entre as cadeias laterais e pontes dissulfeto ESTRUTURA QUATERNÁRIA Algumas proteínas podem ser formadas por mais de uma cadeia polipeptídica (subunidades), unidas por ligações não covalentes ▪ Dímero: duas subunidades ▪ Tetrâmero: quatro subunidades ▪ Estrutura quaternária: arranjo espacial de subunidades ESTRUTURA QUATERNÁRIA DESNATURAÇÃO DE PROTEÍNAS Quando uma proteína é exposta a condições não-fisiológicas, pode ocorrer rompimento e perda da conformação nativa Perda da atividade biológica Desnaturação proteica DESNATURAÇÃO DE PROTEÍNAS Causas: ▪ Alterações extremas do pH ▪ Extremos na força iônica ▪ Detergentes ▪ Aumento na temperatura ▪ Reação com metais pesados DESNATURAÇÃO DE PROTEÍNAS ▪ Não atinge a estrutura primária ▪Maioria das proteínas: irreversível ▪ Proteínas desnaturadas são frequentemente insolúveis e precipitam em solução RENATURAÇÃO DE PROTEÍNAS ▪ A desnaturação pode, sob condições ideais, ser reversível (minoria) ▪Ocorre o re-enovelamento da cadeia polipeptídica à sua conformação nativa, quando o agente desnaturante é retirado do meio em que a proteína se encontra Renaturação proteica Desnaturação Renaturação REVISANDO... 1. O que é um aminoácido? Descreva sua estrutura básica. 2. O que confere atividade óptica aos aminoácidos (formação de isômeros)? Qual aminoácido não possui isômero? Por que? 3. O que são aminoácidos essenciais e não-essenciais? 4. Como os aminoácidos podem ser classificados em relação às suas cadeias laterais? 5. O que é ponto isoelétrico de um aminoácido? 6. O que é ligação peptídica? 7. Cite as funções das proteínas que as tornam tão importantes. 8. Diferencie proteína fibrosa de proteína globular. 9. Caracterize estruturas primária, secundária, terciária e quaternária. 10. O que é desnaturação proteica? Esse processo pode ser reversível? Que fatores podem levar ao processo de desnaturação?
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