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▪Macroeconomia keynesiana. Hipóteses Básicas da Macroeconomia Keynesiana. As Funções Consumo e Poupança. Determinação da Renda de Equilíbrio. O Multiplicador Keynesiano. Os Determinantes do Investimento. Determinação da Renda de Equilíbrio: Modelo Keynesiano Simples (O Lado Real) Hipóteses e Princípio Geral do Modelo Keynesiano ▪ Simonsen e Cysne (1994) destacam que a obra keynesiana engloba três grupos de importantes contribuições, as quais constituíram a base para a moderna macroeconomia: ▪ (1) Metodológica: Keynes ordenou os conceitos básicos da contabilidade nacional. Os conceitos de produto, renda, poupança, investimento, etc., como hoje são entendidos, seguem as definições do livro II da Teoria Geral. Determinação da Renda de Equilíbrio: Modelo Keynesiano Simples (O Lado Real) ▪ (2) Teórica: “Keynes dissecou o funcionamento da economia na ausência do “leiloeiro” walrasiano. O que Keynes percebeu é que, fora do equilíbrio walsariano, a Lei de Say (para ele, sinônimo da identidade de Walras) não faz sentido, pois a oferta excedente – isto é, encalhada por falta de mercado – pode não gerar renda nenhuma, e como tal não cria demanda efetiva. O princípio da demanda efetiva contradiz a lei de Say”. As três grandes contribuições teóricas, conforme Simonsen e Cysne (1994), compreendem os seguintes aspectos: (a) a explicação apresentada para a rigidez dos salários nominais à queda; (b) a relação entre a procura de moeda e a taxa de juros; (c) a função consumo agregada. Determinação da Renda de Equilíbrio: Modelo Keynesiano Simples (O Lado Real) ▪ (3) Normativo: no plano normativo, Keynes construiu os argumentos a favor da política fiscal compensatória. ▪ Keynes refutou os postulados da economia clássica, partindo de três críticas básicas: Determinação da Renda de Equilíbrio: Modelo Keynesiano Simples (O Lado Real) - Lei de Say: propôs o princípio da demanda efetiva em sua substituição; - Flexibilidade dos preços: considerou que o salário nominal apresentava-se rígido, sobretudo no sentido de sua redução e não flexível como supunham os clássicos; - Demanda de moeda: introduziu a interligação do lado real da economia com o lado monetário e financeiro por meio da incorporação da demanda de moeda especulativa, em que previa um caso especial denominado de armadilha da liquidez. A idéia básica da proposição keynesiana: Princípio da demanda efetiva. ▪ O produto (renda) é determinado pela demanda agregada, não existindo restrições pelo lado da oferta para a expansão do produto ▪ No caso do modelo clássico, o nível de produto é considerado dado e independente do nível de preços, caracterizando uma função oferta agregada vertical de pleno emprego no nível de produto de pleno-emprego (inelástica a preços). ▪ Mas no caso keynesiano as empresas podem oferecer qualquer quantidade a um nível de preços estabelecido, isto é, a oferta agregada é infinitamente elástica em relação aos preços (oferta agregada horizontal), de tal forma que a demanda agregada é que determina o nível de produto. Essa suposição equivale a considerar que a situação de equilíbrio da economia prevalecente ocorre com desemprego e que, de acordo com o princípio da demanda efetiva, nesse modelo, os preços são constantes e a variável de ajuste é a quantidade, pelo fato de que as empresas produzem justamente o necessário para atender a demanda. A idéia básica da proposição keynesiana: Princípio da demanda efetiva. ▪Examinando-se o modelo keynesiano simples, deve-se destacar que sua lógica é consistente com situações em que há capacidade ociosa na economia. Uma vez alcançado o limite da capacidade produtiva, uma expansão de demanda levará, como no modelo clássico, à elevação dos preços. Portanto, as conclusões desse modelo são válidas para situações de desemprego. OModelo Keynesiano Simples Economia Fechada e sem Governo OModelo Keynesiano Simples Função Consumo: C = C(Y) e supondo uma relação linear: C = co + c1Y co - consumo autônomo: independe da renda; c1 - propensão marginal a consumir: 0 ≤ c1 ≤ 1 OModelo Keynesiano Simples Condição de equilíbrio: Oferta agregada = demanda agregada ⇔ OA = DA Oferta agregada: OA = Y Demanda agregada: DA = Co + C1Y + I Y = co + c1Y + I Y − c1Y = co + I (1− c1)Y = co + I OModelo Keynesiano Simples Condição de equilíbrio: OModelo Keynesiano Simples ▪O equilíbrio pode ser também expresso por meio da utilização da função poupança agregada, conforme está apresentado na seguinte figura: OModelo Keynesiano Simples ▪Hiato Inflacionário (no modelo keynesiano) simples: corresponde ao excesso de demanda agregada em uma situação de pleno emprego. Hiato Inflacionário (HI) OModelo Keynesiano Simples ▪Economia Fechada com Governo C = C(Yd ) , sendo: Yd = Y − T + R , onde: Yd = renda disponível; Y = renda nacional; T = arrecadação de impostos; R = transparências do governo ao setor privado. OModelo Keynesiano Simples ▪Economia Fechada com Governo ▪A função Tributação pode ser expressa de modo simplificado como: ▪Gastos do Governo = G (exógeno) OModelo Keynesiano Simples ▪Função Consumo: C = co + c1(Y − T) = co + c1(Y − to− t1Y) Demanda Agregada: DA = C + I + G No equilíbrio: Y = C + I + G OModelo Keynesiano Simples No equilíbrio: Y = co + c1(Y − to − t1Y) + I + G Y = co + c1Y − c1to − c1t1Y + I + G Y − c1(1− t1)Y = co − c1to + I + G Multiplicador de Alíquota de Impostos ▪Qual é o efeito sobre a renda decorrente de variações nas alíquotas de impostos? ▪Deve-se notar que a alíquota de impostos afeta a inclinação da função demanda agregada, que é dada pela propensão marginal a gastar: c1(1− t) . Uma variação inicial na alíquota de impostos de t para t’ acarretará uma variação no consumo dado por (Y1 é a renda inicial): ▪C'−C = −c1Y1(t − t') Multiplicador de Alíquota de Impostos ▪ΔDA = C'−C = −c1Y1Δt ▪Esse aumento no consumo levará a impactos secundários devido à nova propensão marginal a gastar, que incidirá sobre a variação inicial da renda decorrente da variação inicial dos gastos. A nova sequencia de gastos determina a variação final da renda: Multiplicador de Alíquota de Impostos ▪Outra forma de determinarmos é a seguinte: Multiplicador do Orçamento Equilibrado ▪Para avaliarmos o impacto total do setor público sobre o nível de renda, podemos combinar o total de arrecadação e gastos, considerando o orçamento público (OP) de modo simplificado como: ▪OP = T − G ▪OP = tY − G ▪Para um dado nível de gastos, o saldo orçamentário é dependente da renda, pois quanto maior a renda maior a arrecadação. Então, quanto mais deficitário o orçamento, maior o impacto da política fiscal expansionista. Multiplicador do Orçamento Equilibrado ▪Será que uma ampliação dos gastos levará a um crescimento de renda suficiente para levar a um crescimento na arrecadação que compense o aumento de gastos? Supondo um aumento nos gastos ΔG qualquer: ▪ (1) a variação nos gastos provocará uma variação na renda dada por: Multiplicador do Orçamento Equilibrado ▪ (2) esta variação na renda resultará numa variação na arrecadação de : ▪ (3) o impacto sobre o orçamento público será, então, de: Multiplicador do Orçamento Equilibrado Multiplicador do Orçamento Equilibrado – Teorema do Orçamento Equilibrado ou Teorema de Haavelmo ▪ será igual ao montante de variação nos impostos e nos gastos. Economia Aberta ▪A condição de equilíbrio Y = DA transforma-se em: Economia Aberta ▪Y = C + T + S ▪DA = C + G + I + X −M ▪C + T + S = C + G + I + X −M ▪T + S +M = G + I + X ▪ Esta forma de determinar o equilíbrio macroeconômico é a chamada ótica dos vazamentos e injeções de renda. Aumentos em T, S, M representamvazamentos nos fluxos de renda, deslocando a curva de demanda agregada para baixo. Aumentos nos gastos com: I, G e X representam injeções nos fluxos de renda da economia – a demanda agregada, desloca-se para cima. Fatores Determinantes do Investimento ▪O investimento na teoria keynesiana é determinado pela comparação entre a taxa de juros de mercado (r) e a eficiência marginal do capital (EMK) ou a taxa de retorno do capital investido. Como a EMK é considerada constante no curto prazo, quanto maior a taxa de juros menor será o volume de investimento. Diz-se, então, que o investimento é influenciado negativamente pela taxa de juros. Fatores Determinantes do Investimento ▪ Keynes considerava o investimento como o componente da demanda agregada mais fortemente influenciado pelas expectativas dos empresários sobre o ambiente econômico. Nas contas nacionais, os investimentos incluem investimentos fixos (aquisição de equipamentos e estruturas duráveis), investimentos em construção residencial e alterações em estoques. Dedica-se atenção inicial aos investimentos em capital fixo, ou seja, em máquinas e equipamentos e em construções. Tradicionalmente, a teoria do investimento considera que este depende: ▪ (1) negativamente da taxa de juros; ▪ (2) positivamente da lucratividade futura esperada de projetos de investimento.
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