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UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Administração Álvaro Domingos Malzoni Júnior Francisco Padilha Bezerra Neto Leandro Archiere Pereira Márcio Rodrigues Coimbra ADMINISTRAÇÃO DE SHOPPING CENTERS Plaza Shopping Empreendimentos Ltda São Paulo/SP LINS – SP 2009 ÁLVARO DOMINGOS MALZONI JÚNIOR FRANCISCO PADILHA BEZERRA NETO LEANDRO ARCHIERE PEREIRA MÁRCIO RODRIGUES COIMBRA ADMINISTRAÇÃO DE SHOPPING CENTERS Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Administração, sob orientação da Prof.ª M.Sc. Máris de Cássia Ribeiro Vendrame e orientação técnica da Prof.ª Especialista Ana Beatriz Lima. LINS – SP 2009 ÁLVARO DOMINGOS MALZONI JÚNIOR FRANCISCO PADILHA BEZERRA NETO LEANDRO ARCHIERE PEREIRA MÁRCIO RODRIGUES COIMBRA ADMINISTRAÇÃO DE SHOPPING CENTERS Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, para obtenção do título de Bacharel em Administração. Aprovada em: ______/______/______ Banca Examinadora: Prof.ª Orientadora: Máris de Cássia Ribeiro Vendrame Titulação: Mestre em Administração pela Universidade Metodista de Piracicaba – UNIMEP-SP. Assinatura: ______________________________________ 1° Prof(a): ______________________________________________________ Titulação: _______________________________________________________ _______________________________________________________________ Assinatura: ______________________________________ 2° Prof(a): ______________________________________________________ Titulação:_______________________________________________________ _______________________________________________________________ Assinatura: ______________________________________ AOS MEUS PAIS, NADIR E ÁLVARO: Pelo homem que hoje sou. Pessoas fundamentais na formação do meu caráter e de minha dignidade. Minha mãe que, em especial, sempre manteve as esperanças da realização desse sonho. Sonho este pertencente a mim e principalmente a vocês, meus pais. Agradeço a Deus todos os dias por terem me dado a graça de tê-los em minha vida. À MINHA ESPOSA ELIANE: Pessoa muito importante em minha vida. Super mãe, super mulher. Graças à principalmente seu incentivo, decidi retornar os estudos. Agradeço a paciência com os trabalhos até tarde em nosso lar e também pelo incentivo nos momentos de fraqueza e por sempre estar ao meu lado nos momentos de alegria e, principalmente, nas dificuldades. ÀS MINHAS FILHAS JULIANA E VICTÓRIA: Graças a vocês tive a oportunidade de me sentir um herói, um vencedor. Encheram-me de orgulho quando pude ouvir a satisfação que vocês tinham ao ver o papai na faculdade. No auge dos meus 42 anos pude novamente me sentir um jovem e felizmente pude perceber o exemplo que me tornarei a vocês com meu retorno aos estudos. Amo demais vocês, minhas lindinhas. AOS AMIGOS: Com certeza são muitos e todos me incentivaram durante esta minha trajetória. Não poderia deixar de citar o nome de três amigos em especial, Márcio, Neto e Leandro. Guerreiros e parceiros. Amigos que por muitas vezes me ajudaram com os estudos e com os trabalhos. Tenho a certeza de que vocês muito contribuíram para que este ciclo em minha vida se concluísse. “ Estamos juntos parceiros ”. Álvaro Domingos Malzoni Júnior À MINHA FAMÍLIA: Que me ensinou o valor e a base de uma boa família. Aos meus pais que sempre me ensinaram o correto, sempre me dando a liberdade para realizar minhas próprias escolhas, acreditando e acompanhando os meus sonhos. À minha irmã que é uma pessoa iluminada e especial em minha vida e que tenho o privilégio de dividir o mesmo sangue. Sou muito grato por tudo que minha família pôde me conceder, especialmente educação, valores, humildade, sinceridade, felicidade, respeito, liberdade e amor. Obrigado por existirem em minha vida. Amo muito vocês. AOS AMIGOS DA FACULDADE: Pessoas que estiveram comigo durante essa longa trajetória. Amigos que jamais esquecerei. Foi muito bom poder compartilhar de momentos agradáveis e de alguma forma poder fazer parte da vida de vocês. AOS PROFESSORES E ORIENTADORES: Pelo conhecimento e experiência apresentados durante os anos. Pessoas que acreditaram na conclusão de uma das etapas mais importantes da vida de um profissional. Obrigado ! Francisco Padilha Bezerra Neto À FAMÍLIA: À minha mãe Edina, ao meu pai Francelino e ao meu irmão Leonardo, pois são sem sombra de dúvida os meus pilares de sustentação, de estímulo, de esperança, são o meu porto seguro. Dedico a vocês toda e qualquer vitória que já obtive ou obterei. Como é bom tê-los ao meu lado. Amo vocês. AOS AMIGOS: Às pessoas que tenho o privilégio de chamar de amigos e amigas, mas que não citarei nomes para não ser injusto com algum que venha a esquecer de mencionar. Estes indivíduos que, pensando bem, são poucos que conseguem transformar simples ocasiões em momentos memoráveis, aflições em sorrisos, adversidades em oportunidades, eles têm lugar cativo em meu coração, fazem toda a diferença em minha vida. Faz-me bem estar com vocês. AOS PROFESSORES: Aos bons professores que tive ao longo da vida, pessoas que transmitiram muito mais do que conhecimento, demonstraram ética, dedicação e fé, apontando caminhos para o crescimento pessoal e profissional, os quais trilharei me espelhando em seus ensinamentos. À BRUNA: Por ser uma pessoa admirável que encara a vida com um sorriso no rosto e com anseio de intensidade no seu dia-a-dia. Estar com você me influencia a ser uma pessoa melhor. Te adoro. Leandro Archiere Pereira À MINHA MÃE ROSE E MEU IRMÃO LUCIANO: Minha família, meus ídolos, meus amigos, meus heróis. Mãe, bendita és tu entre as mulheres. Exemplo de mulher. Mulher guerreira, batalhadora, humilde e sonhadora. Nada disso teria acontecido se você não existisse em minha vida. Meu irmão, meu maior companheiro. Meu amigo, meu protetor. O homem que mais admiro nessa vida. Você sempre acreditou no meu sonho e foi o principal alicerce para que esse ciclo se concluísse. Todos meus esforços, toda a minha dedicação, toda a minha superação faz parte da enorme gratidão e amor que tenho por vocês. Esse trabalho é dedicado principalmente e, especialmente, a vocês. Imenso é meu amor, respeito e gratidão. Deus os abençoe sempre. Amo vocês. À MINHA IRMÃ JULIANA E MEUS SOBRINHOS PEDRO E MARIA EDUARDA: Por estarem sempre ao meu lado. Pela união e amor sempre dedicado a mim. Obrigado, minha irmã, por trazer ao mundo os anjinhos mais lindos da vida do “tio Márcio”. Amo vocês. AOS AMIGOS E PARCEIROS ÁLVARO, NETO E LEANDRO: Por terem estado sempre ao meu lado nessa longa trajetória, ora de alegrias, ora de conflitos. Juntos, sempre estivemos. Juntos, permanecemos. Sem esse verdadeiro elo de amizade nada teria acontecido. Vocês foram meus grandes parceiros e farão sempre parte da minha história. Obrigado por tudo, meus amigos. ÀS TIAS NÊ E CELINA: Por serem pessoas que fazem com que a palavra “família” tenha sentido em minha vida. Tia Nê, Tio Nal, Tia Cê, Tio Fernando e meus primos, Carolina, Rodrigo e Renan, pessoasque respeito e que fizeram com que esse sonho se concretizasse. Sem vocês nada teria acontecido. Márcio Rodrigues Coimbra AGRADECIMENTOS A DEUS: Por ser o grande mentor da minha vida. Deus que me conduz e me conforta nos momentos de dificuldades. Deus que me orienta em toda a jornada, permitindo que eu possa seguir confiante minha longa trajetória. Deus, lhe agradeço por todos os dias de minha vida. À EMPRESA E À ABRASCE: Por abrirem suas portas criando a possibilidade para a realização dessa pesquisa. Estiveram sempre prontas a nos atender, fornecendo informações, matérias de pesquisas e dados para o desenvolvimento do trabalho. AOS PROFESSORES E ORIENTADORES: Pelo conhecimento que nos transmitiram. Pelos inúmeros esforços de incentivo para que pudéssemos crescer como profissionais e nos tornarmos aptos para proceder diante das adversidades do mercado de trabalho. AO MEU PRIMO PAULO MALZONI: Que sempre nos recebeu de braços abertos e que dispôs do seu tempo para o esclarecimento de dúvidas, fornecendo valiosas informações. Álvaro Domingos Malzoni Júnior AGRADECIMENTOS A DEUS: Agradeço a ele por tudo. Pela família que me concedeu, pelos amigos que colocou em minha vida e, principalmente, por me dar saúde e paz durante toda a vida. Agradeço também por me dar força, perseverança e gana para completar mais um objetivo dos muitos que tenho em minha vida. Deus, ao senhor, meu muito obrigado. AOS PARCEIROS DE TRABALHO: Álvaro, Márcio e Leandro, que por muito tempo estivemos juntos realizando as tarefas que nos foram passadas. Houve momentos bons. Houve momentos ruins. Acredito que nada é por acaso. Agradeço a vocês por tudo. Obrigado. À SRA. NADIR E SR. ÁLVARO: Por terem nos recebido em sua casa com muita hospitalidade e carinho para a realização do trabalho. À EMPRESA Pela total motivação, conhecimento e entendimento oferecidos ao grupo, oferecendo-nos a oportunidade da realização da pesquisa, através do tempo disponibilizado, informações e importante orientações. AOS MEUS AMIGOS: Pessoas que cresceram ao meu lado tendo momentos felizes e também tristes. Pessoas que levarei por toda muita vida com muito carinho. Lembrarei sempre que vocês fizeram e fazem parte da minha vida. Muito Obrigado. Francisco Padilha Bezerra Neto AGRADECIMENTOS A DEUS: Por permitir que mais essa etapa fosse concluída com saúde e aprendizado. AOS MEUS PAIS: Por terem me ensinado a ter caráter, personalidade e fé, ser honesto e perseverante. Vocês foram, são e sempre serão meus eternos professores da vida. Muito Obrigado! AOS PARCEIROS: Ao Álvaro e ao Neto, pela incomparável dedicação ao trabalho, ao Márcio, pelo empenho e comprometimento com a pesquisa e com o grupo, pois foi por muitas vezes o mais proativo e esperançoso de todos nós. Pelos momentos, ocasiões e fatos que marcaram, nos alegraram e jamais esqueceremos. Sorte e sucesso a todos vocês. À SRA. NADIR E SR. ÁLVARO: Por terem aberto as portas de sua casa, nos recebido e tratado com extrema delicadeza e amabilidade, proporcionando a realização de nosso trabalho. É uma amizade que levarei comigo para sempre. Muito obrigado ! Leandro Archiere Pereira AGRADECIMENTOS A DEUS: Pela graça recebida durante a vida. Por ter me ofertado através de sua misericórdia muita saúde, força, dignidade, ética, harmonia e profissionalismo. Por iluminar meu caminho direcionando minha fé e objetivos para a realização de todas as etapas almejadas. À EMPRESA: Por ter sido um dos principais motivadores de nossa pesquisa oferecendo oportunidade em explorar a funcionalidade do empreendimento e do setor. Ao Grupo Vitor Malzoni pelo acompanhamento, pela disponibilidade de tempo, pela orientação atribuída, em especial, por intermédio do Sr. Marco Charro. À ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE SHOOPING CENTERS (ABRASCE): Por ter sido um importante mecanismo de pesquisa. Pela total atenção disponibilizada, por cada diálogo estabelecido, por cada solicitação atendida e, principalmente, pela total confiança dedicada ao projeto. AOS PROFESSORES E ORIENTADORES: Por contribuírem, através da sabedoria, para o descobrimento de possibilidades e novos desafios. Pelo acompanhamento constante, pela paciência, pela motivação e por acreditarem na realização de nosso projeto e na conclusão desse ciclo tão importante em nossas vidas. AO SR. ÁLVARO MALZONI E SRA. NADIR MALZONI: Pela excelente hospitalidade dedicada em nossas visitas à empresa. Por terem aberto as portas de seu lar nos acolhendo com imenso carinho e dedicação. AOS AMIGOS: Que sempre fizeram parte da minha vida. Juntos aprendemos, evoluímos, sonhamos e batalhamos. Amigos que sempre acreditaram nos meus sonhos e nunca questionaram meu potencial. Amigos que entenderam a minha ausência e estiveram sempre a meu lado quando foram solicitados. Márcio Rodrigues Coimbra RESUMO O sucesso dos grandes centros de consumo, alcançado pela profissionalização e aperfeiçoamento de um modelo de varejo que agrega valor ao momento da compra, seduz o público no que tange aos cinco sentidos e à emoção. Tais empreendimentos oferecem conveniência e segurança aliados à modernidade e progresso. O setor de shopping centers no Brasil revela números significativos de crescimento, demonstrando pluralidade de possibilidades e boas perspectivas. Ressalta-se o deslocamento de foco dos investimentos para mercados menos saturados, com maior potencial de expansão, com áreas menos valorizadas e mais disponíveis para negócios, o que faz migrar as fontes de capital e recursos para os países ou regiões de economia emergente. Os shoppings tornaram-se grande propulsor do crescimento urbano, valorização imobiliária e geração de empregos. O desenvolvimento e administração desses centros devem estar galgados na familiarização das condições das instalações e no conhecimento específico de sua forma de gestão. Baseado nos bons resultados e expectativas para o futuro, o presente trabalho aborda características específicas na gestão do segmento através da obtenção e melhor distribuição das receitas adquiridas por meio de aluguel, condomínio e fundo de promoção. A empresa estudada foi a Plaza Shopping Empreendimentos Ltda., situada na cidade de São Paulo desde 1991, reconhecida pela ampla experiência na administração de shopping centers. Como resultado da pesquisa, verificou-se a eficácia da utilização de aluguel, condomínio e fundo de promoção, principais fontes de recursos, para a manutenção da funcionalidade e lucratividade do empreendimento, demonstrando a significância da compreensão de sua obtenção, normas, controle e aplicações. Palavras-chave: Administração; Aluguel; Condomínio; Fundo de Promoção; Shopping Center. ABSTRACT The success of the great consuption centers, achieved by the professionalization and development of a retail pattern that assembles value to the customer, seduces the public regarding the five senses and emotion. Such developments offer convenience and security combined with modernity and progress. The mall industry in Brazil shows significant numbers of growth, showing a plurality of possibilities and prospects. Emphasizes the shift of investment focus to less saturated markets with greatest potential for expansion,with less valuable areas and more available to businesses and it makes the capital and resources migrate to emerging economies countries or regions. Malls have become a major engine of growth in urban estates valorization and job creation. The development and management of these centers must be aligned and conversant in the conditions of the facilities and knowledge of their specific form of management. Based on good results and expectations for the future, this paper discusses specific features in the management of the sector through better distribution of revenue acquired through rent, fees and promotion fund. The company studied was the Plaza Shopping Empreendimentos Ltda., Located in São Paulo since 1991, recognized the broad experience in managing malls. As a result of research, it was the effective use of rent, fees and promotion fund, the main sources of funds for maintaining the functionality and profitability of the enterprise, demonstrating the significance of understanding to acquire, rules, control and applications . Keywords: Management. Rental. Condominium. Promotion Fund. Mall LISTA DE FIGURA Figura 1: Organograma Plaza Shopping Empreendimentos.............................23 Figura 2: Foto do Shopping Center Paulista......................................................27 Figura 3: Foto do Shopping Center West Plaza…………………………………..28 Figura 4: Foto do Shopping Center Higienópolis...............................................29 Figura 5: Foto do Shopping Center Plaza Sul...................................................30 Figura 6: Foto do Shopping Center Botafogo Praia...........................................31 Figura 7: Shopping The Grove (Los Angeles, EUA)……………………………..52 Figura 8: Shopping Jardim Open Malls……………………………………………54 Figura 9: Terraço Shopping………………………………………………………....54 Figura 10: Logotipo ABRASCE..........................................................................58 LISTA DE QUADROS Quadro 1: Funções do gerente de segurança...................................................26 Quadro 2: Estabelecimentos comerciais que se tornaram grandes lojas de departamento.....................................................................................................35 Quadro 3: O surgimento dos shopping centers no Brasil..................................36 Quadro 4: Classificação por tipo de empreendimentos.....................................40 Quadro 5: O setor atualmente...........................................................................41 Quadro 6: Divisão dos shopping no Brasil por região........................................42 Quadro 7: Os shoppings nas principais capitais do Brasil.................................43 Quadro 8: Hierarquia das necessidades humanas de Abraham Maslow..........51 Quadro 9: Cálculo do ponto de equilíbrio para o aluguel percentual.................69 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ABL: Área Bruta Locável ABRASCE: Associação Brasileira de Shopping Centers CCS: Centros de Conveniência e Serviços ICSC: International Council of Shopping Centers IGPM: Índice Geral dos Preços do Mercado IPC: Índice de Preço ao Consumidor IPDM: Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento de Mercado IPTU: Imposto Predial e Territorial Urbano MAC: Manutenção de Área Comum PIB: Produto Interno Bruto SAC: Serviço de Atendimento ao Consumidor SEBRAE: Serviço Brasileiro de Apoio às Micros e Pequenas Empresas SUMÁRIO INTRODUÇÃO...................................................................................................18 CAPÍTULO I – PLAZA SHOPPING EMPREENDIMENTOS LTDA .................20 1 HISTÓRICO DA EMPRESA.........................................................20 1.1 Grupo Vitor Malzoni......................................................................20 1.1.1 Ultracred.......................................................................................20 1.1.2 Ultracred e Vendex.......................................................................20 1.2 Surgimento do empreendimento..................................................21 1.3 Plaza Shopping Empreendimentos..............................................22 1.3.1 Organograma................................................................................23 1.3.2 Departamentos.............................................................................23 1.3.3 Principais deveres e responsabilidade.........................................24 1.3.3.1 Gerente financeiro........................................................................24 1.3.3.2 Gerente de manutenção...............................................................24 1.3.3.3 Gerente de marketing...................................................................25 1.3.3.4 Gerente Comercial .......................................................................25 1.3.3.5 Gerente de segurança..................................................................26 1.4 Os shopping centers.....................................................................26 1.4.1 Shopping Paulista.........................................................................26 1.4.2 Shopping West Plaza………………………………………………...27 1.4.3 Shopping Pátio Higienópolis……………………………………..….28 1.4.4 Shopping Plaza Sul…………………………………………………..29 1.4.5 Shopping Botafogo Praia……………………………………………30 1.5 Brookfield Asset Management Inc. ..............................................31 CAPÍTULO II – SHOPPING CENTER...............................................................33 2 CONCEITO DE SHOPPING CENTERS…...................................33 2.1 O surgimento dos shopping centers.............................................34 2.2 A evolução do comércio varejista no Brasil..................................34 2.3 Tipos de shopping centers............................................................37 2.3.1 Regional Center............................................................................37 2.3.2 Superregional center....................................................................38 2.3.3 Neighborhood Center...................................................................38 2.3.4 Community Center........................................................................38 2.3.5 Lifestyle center………...................................................................38 2.3.6 Power center………......................................................................39 2.3.7 Theme / festival center.................................................................39 2.3.8 Outlet center.................................................................................39 2.4 Classificação dos empreendimentos............................................40 2.5 O setor atualmente.......................................................................40 2.6 Administrando shopping Center...................................................44 2.6.1 Limpeza e paisagismo..................................................................45 2.6.2 Manutenção dos equipamentos e da edificação..........................45 2.6.3 Segurança....................................................................................46 2.6.4 Marketing......................................................................................46 2.6.5 Orçamento....................................................................................462.6.6 Planejamento................................................................................46 2.6.7 Locação........................................................................................47 2.6.8 O que os lojistas esperam da administração................................47 2.6.9 O que a administração espera dos lojistas...................................48 2.6.10 O mix de lojas...............................................................................49 2.7 Atendendo às necessidades do consumidor................................49 2.8 Tendências do setor.....................................................................51 2.8.1 Open Malls....................................................................................52 2.8.1.1 Estilo Open Malls..........................................................................53 2.8.1.2 Open Malls e o Brasil....................................................................53 2.9 Associação Brasileira de Shopping Centers (ABRASCE)............55 2.9.1 Visão.............................................................................................55 2.9.2 Missão..........................................................................................56 2.9.3 Serviços aos associados..............................................................56 2.9.3.1 Interesse de classe.......................................................................56 2.9.3.2 Relações Externas........................................................................57 2.9.3.3 Grupos de trabalho.......................................................................57 2.9.4 Revista Shopping Center..............................................................57 2.9.4.1 Publicações e pesquisas..............................................................58 2.9.5 Logotipo........................................................................................58 2.10 Principais receitas e despesas na administração de um shopping centers..........................................................................................58 2.10.1 Receitas na administração de um shopping center......................59 2.10.2 Despesas na administração de um shopping center....................59 2.10.3 Aluguel..........................................................................................60 2.10.3.1 Aluguel mínimo.............................................................................61 2.10.3.2 Aluguel percentual........................................................................61 2.10.4 Fundo de promoção......................................................................61 2.10.5 Condomínio..................................................................................62 CAPÍTULO III – PESQUISA.............................................................................63 3 INTRODUÇÃO.............................................................................63 3.1 Relato e discussão sobre Administração de Shopping Centers na Plaza Shopping Empreendimentos Ltda......................................64 3.1.1 Administrando o aluguel...............................................................64 3.1.1.1 Aluguel mínimo.............................................................................66 3.1.1.2 Aluguel percentual ou variável......................................................67 3.1.1.3 Fiscalização..................................................................................69 3.1.2 Administrando o condomínio........................................................70 3.1.3 Administrando o fundo de promoção............................................74 3.1.3.1 Associação de lojistas..................................................................74 3.1.3.2 Fundo de promoção......................................................................75 3.1.3.2.1 Marketing em shopping center.....................................................76 3.1.3.2.2 Plano de marketing em shopping center......................................77 3.2 Parecer final sobre o caso…………………………………………..78 PROPOSTA DE INTERVENÇÃO......................................................................79 CONCLUSÃO....................................................................................................80 REFERÊNCIAS ................................................................................................81 APÊNDICES......................................................................................................85 18 INTRODUÇÃO O setor varejista não é o mesmo desde o surgimento dos grandes centros de compra construídos e administrados para o sucesso das vendas de seus condôminos. Tais centros se aperfeiçoam cotidianamente em atrair, conquistar, encantar e fidelizar cada vez mais consumidores, demonstrando dedicação em sanar as falhas no atendimento às necessidades e objetivos da população pelo comércio tradicional, além de empenhar-se no processo de surpreender positivamente os clientes. Um shopping center tem lojas de segmentos variados, e também praça de alimentação, áreas de lazer e serviços. Possui âncoras ou características estruturais e mercadológicas especiais, que funcionam como força de atração ( MEIRA, 1996, p.50). O setor de shopping centers no Brasil encontra-se em um vertiginoso processo de desenvolvimento contínuo e consistente, por meio de amadurecimento e profissionalização, além de investimentos nacionais e estrangeiros em oportunidades e tendências. O momento impõe inovação e ousadia, sem esquecer o planejamento, pois apesar do país ainda ser um canteiro de possibilidades para o segmento, tudo isso é notado pelo mundo e a percepção de nichos e lacunas no mercado devem ser observadas e preenchidas rapidamente. Apesar da crise econômica que afligiu o mundo em 2009, o comércio varejista brasileiro continua se reinventando, aperfeiçoando e especializando, orientado por uma política econômica mais estável, buscando uma gestão eficaz e auto-sustentável. O shopping center e os diversos formatos de centros de compra com níveis de desenvolvimento e aceitação expressivos constituem grande parte do progresso do setor varejista que pesquisa, estuda e planeja; focado no resultado. Diante de tantos dados e informações relevantes, percebe – se a necessidade de conhecer e entender como são regidos esses peculiares empreendimentos de sucesso. 19 A administração de um shopping center tem como pilares centrais de suas receitas perante os lojistas, o aluguel, o condomínio e o fundo de promoções, que capitalizam a administração do shopping para a manutenção de todas e quaisquer atividades organizacionais e promocionais. Com o objetivo de verificar as características e funções de aluguel, condomínio e fundo de promoção na gestão de shopping center foi realizada uma pesquisa de campo na empresa Plaza Shopping Empreendimentos Ltda. (PSE), na cidade de São Paulo, no período de fevereiro a outubro de 2009. A pergunta problema que norteou a pesquisa foi: Os três pilares: aluguel, condomínio e fundo de promoções, adotados pela empresa Plaza Shopping Empreendimentos Ltda. são suficientes e eficazes na busca da organização e funcionalidade de shopping centers? Em resposta à pergunta problema surgiu a seguinte hipótese: Aluguel, condomínio e fundo de promoções, sendo as principais formas de receita dos shoppings centers, são suficientes para compor um faturamento que além de arcar com os custos e despesas, gere lucro e possibilite a facilidadena tomada de decisões na administração da Plaza Shopping Center Empreendimentos Ltda. Para a realização da pesquisa, utilizou-se dos métodos de observação sistemática, histórico e de estudo de caso. O trabalho está assim estruturado: Capítulo I, aborda sobre a evolução histórica da empresa Plaza Shopping Empreendimentos Ltda. Capítulo II, discorre sobre a fundamentação teórica da Administração de Shopping Centers. Capítulo III, demonstra a pesquisa realizada. Por fim, são apresentadas a Proposta de Intervenção e Conclusão. CAPÍTULO I 20 PLAZA SHOPPING EMPREENDIMENTOS 1 HISTÓRICO DA EMPRESA 1.1 Grupo Vitor Malzoni O Grupo Vitor Malzoni começou sua história no setor agrícola, na área de café. Após um grande período neste setor, o grupo decidiu migrar para o setor financeiro, criando assim, a Casa Bancária Irmãos Malzoni, onde passou a financiar as plantações de café. 1.1.1 Ultracred Criada, na década de 70, após o sucesso da Casa Bancária Irmãos Malzoni, a Ultracred tinha como principal objetivo criar crédito pessoal. Na mesma época, a Ultracred fez uma associação com a Vendex, da Holanda, começando, assim, uma história de sucesso. 1.1.2 Ultracred e Vendex A Vendex tinha um histórico no varejo nos Estados Unidos e principalmente na Europa. Com a união do varejo com a financeira era possível conseguir envolver as duas pontas, sendo assim, a Ultracred administrando a parte financeira e a Vendex a do varejo. No início da década de 80, a parceria começa a ter grandes lucros. Em 1984 o dono da Vendex, Dresman,entra em contato com Paulo Malzoni (Grupo 21 Vitor Malzoni) dizendo sobre a oportunidade de comprar a Sears (loja de departamento) no Brasil, pois a mesma queria encerrar suas operações no Brasil pelo fato de passarem por uma série de problemas nos Estados Unidos. Na época, o Grupo Vitor Malzoni não tinha experiência em varejo, mas a Vendex tinha um imenso histórico pelo mundo, com várias cadeias de lojas. Então, a ideia era o Grupo Vitor Malzoni realizar o crédito pessoal, ou seja, o financiamento direto ao cliente, onde ter uma cadeia de lojas de departamento era uma maneira de fazer mais financiamentos ao consumidor das lojas através de seus próprios produtos e, consequentemente, entrando no ramo do varejo, existindo assim,a possibilidade de alavancar o setor financeiro. Com a maior operação feita no Brasil na época, o Grupo Vitor Malzoni aceitou comprar a Sears em sociedade com a Vendex. Sendo que a parte financeira da operação ficaria com o Grupo Malzoni e quem tomaria conta da parte de varejo seria a Vendex. Porém, o que mais chama a atenção de Paulo Malzoni foram os imóveis que a Sears tinha, tanto em qualidade, quanto em localização, ou seja, mesmo a operação não dando certo, a compra já estaria valendo a pena pela quantidade de lojas e terrenos muito bem localizados. Na década de 80 a operação de varejo no Brasil não era muito lucrativa, pelo contrário, era deficitária. Porém, as lojas que estavam localizadas nos shoppings centers eram mais rentáveis do que as demais. Percebe- se naquele momento que as lojas fora dos shoppings centers ocupavam áreas enormes que eram muito mal utilizadas. Logo surge a ideia por parte do Grupo Victor Malzoni de mudar o conceito de loja de departamento para shopping centers e colocar em cada shopping center uma loja menor da Sears. 1.2 Surgimento do Empreendimento Na época, a Vendex não era favorável à construção de um shopping center, principalmente na Avenida Paulista. A construção de um shopping center era um negócio do ramo imobiliário, ou seja, na visão da Vendex eles iriam entrar em um ramo onde ambos não 22 tinham experiência, pois o que entendiam mesmo era da parte de varejo e da financeira. Após muitas reuniões, as duas partes acabaram entrando em um acordo e ficou decidido, então, que seria construído um shopping center na Avenida Paulista, o Shopping Paulista. Porém, havia um grande problema, construir um shopping center sem desmanchar a loja da Sears, ou seja, levantar o prédio sem parar com a operação da loja e, consequentemente, sua receita, pois a mesma era considerada a melhor loja do grupo. A partir do que ficou decidido, o Grupo Vitor Malzoni foi buscar no Japão uma tecnologia que permitia a construção do shopping center sem deixar de operacionalizar a loja. A construção começou a ser feita embaixo da loja, ou seja, as pessoas estavam comprando normalmente e logo abaixo das lojas havia um “paliteiro” (vários pilares de apoio escorando a superfície, enquanto a obra estava sendo realizada). Assim, inicia-se a construção do primeiro shopping da rede, o Shopping Paulista, inaugurado em Novembro de 1989, considerando assim a entrada do Grupo Vitor Malzoni no ramo de shopping centers no Brasil. Ao mesmo tempo em que o Shopping Paulista começou ser altamente rentável, o mesmo não acontecia com a Sears, que cada vez mais fechava no prejuízo. Em 1992, a operação da Sears perdia muito dinheiro e ficou resolvido que sua operação no Brasil seria encerrada. Junto com o fim da Sears no Brasil, o Grupo Vitor Malzoni decidiu terminar a sociedade com a Vendex, criando, então, a Plaza Shopping Empreendimentos Ltda. 1.3 Plaza Shopping Empreendimentos Com o sucesso do Shopping Paulista, primeiro shopping center da rede, o Grupo Vitor Malzoni, que nesse momento não tinha mais a Vendex como sócia, começou a perceber que o ramo de shopping center era um grande negócio que deveria ser trabalhado pois existiam perspectivas positivas. Surge 23 nesse momento uma nova administradora no setor de shopping centers no país, a Plaza Shopping Empreendimentos Ltda. A Plaza Shopping Empreendimentos Ltda. é uma administradora de shopping centers responsável pelo controle administrativo e funcional dos shoppings em questão. A administração é responsável pela gestão do dia-a-dia do centro comercial, ou seja, dos chamados serviços comuns. Em certos casos, as funções vão mais além e incluem a comercialização das lojas, a realização de estudos de mercado, a promoção estratégica do centro comercial, entre outras. A Plaza Shopping Empreendimentos Ltda. é responsável pela administração dos shoppings: Paulista, West Plaza, Pátio Higienópolis e Plaza Sul, na cidade de São Paulo e Botafogo Praia, na cidade do Rio de Janeiro. A administração de um centro comercial é normalmente dirigida por um diretor-geral, superintendente ou gerente-geral, auxiliado por vários responsáveis de departamentos especializados. Os departamentos normalmente são: comercial, operações, financeiro e marketing. 1.3.1 Organograma Fonte: Plaza Shopping Empreendimentos Ltda., 2009 Fig.1 Organograma Plaza Shopping Empreendimentos Ltda. 1.3.2 Departamentos a) o departamento financeiro tem em média 6 funcionários; 24 b) o departamento de manutenção tem em média 75 funcionários contratados mais 110 terceirizados; c) o departamento de marketing tem em média 4 funcionários; d) o departamento comercial tem em média 3 funcionários; e) o departamento de segurança tem em média 121 funcionários. 1.3.3 Principais Deveres e Responsabilidades 1.3.3.1 Gerente Financeiro a) responsável pelo cumprimento do cash flow de aluguel, condomínio e fundo de promoções; b) responsável pela elaboraçãodo cash flow de aluguel, condomínio e fundo de promoções; c) coordena o departamento jurídico; d) analisa e avalia todos os contratos; e) realiza todos os pagamentos a fornecedores; f) responsável pela cobrança de inadimplência; g) faz acordos para recebimento de valores em atraso. 1.3.3.2 Gerente de Manutenção a) coordena o trabalho de empresas terceirizadas em manutenção (elevadores, escadas rolantes, entre outros); b) faz manutenção preventiva e corretiva de toda a área elétrica, hidráulica e equipamentos; c) coordena a empresa contratada para a limpeza; 25 d) controle de pragas; e) marcenaria e pintura; f) atendimentos emergenciais a lojistas. 1.3.3.3 Gerente de Marketing a) responsável pelo cash do fundo de promoções; b) elabora campanhas promocionais (como: do dia dos namorados, dia dos pais, natal, entre outras), vendem-se as promoções; c) elabora campanhas institucionais (o shopping tal é o melhor ...); vende- se o status dele; d) faz reuniões com os lojistas e discute performance; e) coordena o trabalho da assessoria de imprensa; f) divulga e representa o shopping; g) responsável pelo Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC); h) analisa os melhores veículos de comunicação para a realização do marketing do empreendimento. 1.3.3.4 Gerente Comercial a) trabalha o mix de lojas do shopping; b) apresenta propostas de novas operações ao gerente geral. Se aprovadas, negocia condições comerciais (luvas e aluguel); c) acompanha a elaboração do contrato até sua assinatura; d) providencia toda a documentação para o contrato; e) acompanha a concorrência em relação a novas operações; f) antecipa problemas (lojistas abaixo da performance). 1.3.3.5 Gerente de Segurança 26 Coordena estes serviços no shopping e possui noções de legislação criminal. Shopping Lojistas Clientes Segurança preventiva X X X Segurança proativa X X X Prevenção de acidentes X X X Bombeiros, manutenção preventiva X X Inspeção de equipamentos de combate a incêndio X X Primeiros socorros X X X Controle de acesso X X X Fonte: Elaborada pelos autores, 2009 Quadro 1: Funções do Gerente de Segurança 1.4 Os Shopping Centers 1.4.1 Shopping Pátio Paulista Inaugurado em novembro de 1989, está localizado no bairro da Bela Vista junto ao principal centro financeiro da cidade de São Paulo, região de alto crescimento demográfico e constantes lançamentos imobiliários. O Shopping é composto por 5 pisos, 222 lojas distribuídas em uma área de terreno no total de 9.925 m² e 78.105 m² de áreas construída. Possui uma Área Bruta Locável (ABL) de 23.516 m², 03 lojas âncoras, 03 mega-lojas, 09 salas de cinema e 1050 vagas para estacionamento. Em novembro de 2007, o Shopping entregou ao público paulistano sua primeira fase de expansão e revitalização, que incluiu a inauguração da nova 27 fachada, recebendo um relógio exclusivo de 5 m² de diâmetro e teve o piso Treze de Maio totalmente revitalizado. A segunda fase das obras encerrou-se em 2009. Após o término da primeira fase de expansão e revitalização do Shopping Pátio Paulista, incorporou-se o conceito Pátio ao empreendimento, com inauguração de novas lojas de grandes marcas, restaurantes, cafeteria e salas de cinema. Fonte: www.shoppingpaulista.com.br (2009) Fig.2 Foto do Shopping Center Paulista 1.4.2 Shopping West Plaza Inaugurado em maio de 1991 no bairro Água Branca em São Paulo é composto por 4 pisos, 240 lojas distribuídas em uma área de terreno total de 18.860 m² e 109.971 m² de área construída. Possi uma ABL de 33.610 m², 03 lojas âncoras, 02 mega-lojas, 02 salas de cinema e 2.500 vagas para estacionamento. O Shopping West Plaza desde então, tornou-se um grande centro de lazer e compras na Zona Oeste da cidade de São Paulo. 28 Ele é o único Shopping de São Paulo composto por um amplo boulevard arborizado e três grandes blocos interligados por passarelas de vidro. Fonte: www.westplaza.com.br, 2009 Fig.3 Foto do Shopping Center West Plaza 1.4.3 Shopping Pátio Higienópolis Inaugurado em outubro de 1999 em São Paulo, o Shopping é composto por 6 pisos, 245 lojas distribuídas em uma área de terreno no total de 14.230 m² e 76.820 m² de áreas construídas. Possui uma ABL de 26.260 m², 03 lojas âncoras, 03 mega-lojas, 06 salas de cinema e 1350 vagas para estacionamento. Localizado no bairro de Higienópolis, na região central da cidade, é um shopping direcionado aos consumidores de classe média-alta e alta. A arquitetura original é típica de um casarão, sem quaisquer indicações visuais ou logomarcas, o que torna um centro comercial camuflado dentro da região. A organização do shopping é em formato cilíndrico, com seis pisos, o que o tornando-se verticalizado. 29 A praça de alimentação e lazer está localizada no último piso, possui uma âmpla cúpula de vidros fornecendo iluminação natural. Também neste piso, encontra-se um dos principais teatros da capital paulista. Fonte: www.patiohigienopolis.com.br, 2009 Fig.4 Foto do Shopping Center Pátio Higienópolis O shopping conta ainda com uma academia de ginástica e uma casa de jogos eletrônicos. Durante a construção, a população do bairro não aceitava o shopping center, alegando que o trânsito seria caótico, entre outros problemas. 1.4.4 Shopping Plaza Sul Com um público mensal de aproximadamente 750 mil pessoas, o Shopping Plaza Sul é hoje uma referência para quem mora, estuda e trabalha nas regiões próximas a ele. 30 O shopping possui 220 lojas, sendo 4 âncoras, 2 Praças de Alimentação com acesso a rede wi-fi, 6 salas de cinema , 1 Praça de Eventos, Alameda de Serviços e Family Room, além de 1368 vagas de estacionamento. Uma das principais características do Shopping Plaza Sul é, além de ser um centro de compras e de lazer, conta com serviços diferenciados, como: facilidades para deficientes, Projeto Reflorescer (atividades culturais para clientes da terceira idade) e o Family Room (um complexo destinado às famílias e é composto por fraldário, lactário, banheiro infantil, empréstimos de carrinhos de bebê e Kid's Place, lugar onde os pais podem deixar as crianças enquanto fazem compras). Fonte: www.shoppingplazasul.com.br, 2009 Fig.5 Foto do Shopping Center Plaza Sul 1.4.5 Shopping Botafogo Praia Com vista em frente ao Pão-de-Açúcar, que é um dos principais cartões postais do Rio de Janeiro, sua localização estratégica com visão panorâmica e deslumbrante para a Enseada de Botafogo são apenas alguns dos diferenciais 31 do Shopping que auxiliaram na revitalização do bairro Botafogo, no Rio de Janeiro. Inaugurado em novembro de 1999 no bairro Botafogo no Rio de Janeiro, o Shopping é composto por 8 pisos, 145 lojas distribuídas em uma área de terreno um total de 5.790 m² e 57.610 m² de áreas construídas. Possui uma ABL de 15.209 m², 03 lojas âncoras, 06 mega-lojas, 06 salas de cinema e 1.000 vagas para estacionamento. Tudo isso numa arquitetura que valoriza a iluminação natural e aproveita a paisagem da cidade maravilhosa para enfeitar ainda maisos corredores. Seu acesso é mais um atrativo pela proximidade com metrô e linhas de ônibus que passam pelo empreendimento, como também pelo mix renovado de lojas. Fonte: www.botafogopraiashopping.com.br, 2009 Fig.6 Foto do Shopping Center Botafogo Praia 1.5 Brookfiel Asset Manegement Inc. A Brookfield Asset Management Inc., antiga Brascan Brazil Real Estate Partners, uma das empreendedoras de shopping centers mais bem sucedidas do Brasil é atuante de maneira global. 32 A Brookfield iniciou suas atividades no país em 1899, no setor de transportes, energia e gás para as cidades do Rio de Janeiro e São Paulo. Suas atividades englobam planejamento, desenvolvimento, operação, administração e comercialização de shopping centers de médio e grande portes destinados a diversos segmentos de renda. Atua nos setores agropecuário, imobiliário, de geração e transporte de energia elétrica, shopping centers, hotelaria, reflorestamento, corretagem de seguros e serviços financeiros. O setor imobiliário foi criado no Rio de Janeiro em abril de 1978 com pouco mais de uma dúzia de funcionários. O crescimento foi tão rápido que, em 1981 já era inaugurada a filial paulista. Dois anos mais tarde, com a compra do Rio Sul Shopping Center, a empresa consolidava-se em três ramos distintos: incorporação, hotelaria e shopping centers. Em março de 2006, como resultado de uma reorganização societária visando a uma maior eficiência, a Brookfield Shopping Center desligou-se da área imobiliária. No ano de 2007, o até então Brascan, compra do Grupo Vitor Malzoni cinco shoppings administrados pela Plaza Shopping Empreendimentos Ltda. Transação essa realizada na casa de U$$1,1 bilhão, segundo a Associação Brasileira de Shopping Centers (ABRASCE, 2008). Após a transação, a Plaza Shopping Empreendimentos Ltda. continua suas atividades como administradora dos shoppings que foram adquiridos pela Brookfield Shopping Centers. 33 CAPÍTULO II SHOPPING CENTER 2 CONCEITO DE SHOPPING CENTERS O International Council of Shopping Centers (ICSC) define nos Estados Unidos: Shopping center é um grupo de estabelecimentos comerciais unificados arquitetonicamente e construído em terreno planejado e desenvolvido. O shopping center deverá ser administrado como uma unidade operacional, sendo o tamanho e tipo de lojas existentes relacionados diretamente com a área de influência comercial a que esta unidade serve. (PINTO, 2001, p.1). Segundo Pinto (2001), o shopping center encerra um grupo de lojas que obedeceram a um planejamento prévio e são unificadas não só pela arquitetura como também por uma administração única, sujeita a normas contratuais padronizadas, podendo ser classificadas de acordo com as suas configurações. As lojas devem obedecer a uma distribuição no estabelecimento global, de acordo não só com o tamanho e tipos de lojas, como a exploração de ramos diversificados. Shopping center é como um grupo de negócios de varejo planejado, desenvolvido, possuído e administrado como uma unidade, afirma Meira;Costa (1997). Um shopping convencional tem lojas de segmentos variados, praças de alimentação, áreas de lazer e serviços. Ele possui âncoras ou características estruturais e mercadológicas especiais que funcionam como força de atração. Nas grandes cidades, costumam ser de grande porte e as lojas são locadas por comerciantes mediante o pagamento de luvas. 34 O administrador do shopping estabelece um aluguel mínimo e um percentual sobre o faturamento da loja. Acrescenta-se a necessidade de uma área de estacionamento que permita adequada entrada e saída, com distâncias as mais reduzidas possíveis, da vaga de estacionamento à entrada das lojas. A BRMALLS Participações S.A, uma das maiores empresas em administração e comercialização de shopping centers no Brasil, considera shopping centers empreendimentos comerciais que reúnem em um só conjunto arquitetônico lojas comerciais, serviços de utilidade pública, casas de espetáculo, cinemas e estacionamento, dentre outros estabelecimentos comerciais. 2.1 O surgimento dos shopping centers Segundo Pinto (2001), os shopping centers surgiram nos Estados Unidos nos anos 50, após a Segunda Guerra Mundial, influenciados pelo aumento do poder aquisitivo da população norte-americana, pelo desenvolvimento da indústria automobilística e também pela descentralização das periferias, entre outros fatores. Essas inovações relacionadas tanto à estrutura quanto à dinâmica da atividade comercial nos Estados Unidos podem ser compreendidas como elementos originários do que viriam a se constituir os futuros centros de comercialização e consumo no urbano capitalista, afirma Pinto (2001). 2.2 A Evolução do Comércio Varejista no Brasil A evolução histórica do varejo em âmbito mundial está relacionada ao cenário sócioeconômico e estrutural das cidades, associando-se a existências de pessoas, dinheiro, ao relacionamento e à necessidade da compra e de venda de bens e serviços. 35 Conforme Giuliani (2003), o varejo no Brasil inicia-se na metade do século XIX, com estabelecimentos comerciais visando atender à aristocracia com produtos importados e que se tornariam grandes lojas de departamento e referência no varejo. ESTABELECIMENTOS COMERCIAS ANO Casa Masson 1871 Casas Pernambucanas 1906 Mesbla 1912 Mappin Stores 1913 Lojas Americanas 1929 Sears 1949 Fonte: Giuliani, 2003, pag. 25 Quadro 2: Estabelecimentos comerciais que se tornaram grandes lojas de departamento O avanço do varejo no Brasil estabeleceu-se por consequência da política desses estabelecimentos comerciais que introduziram métodos de vendas e exposição de mercadorias e uma organização reformulada quanto ao sistema de compras, afirma Giuliani (2003). Tais práticas gerenciais baseavam-se nos modelos de lojas já existentes nos Estados Unidos e Europa, chegando ao país principalmente com capital estrangeiro e sempre com significativo atraso. A industrialização e o consequente capitalismo que proporcionaram o aparecimento de tais comércios são os principais responsáveis pelo crescimento e desenvolvimento de infraestrutura das cidades mais populosas, gerando grandes mudanças no panorama sócio-político-cultural, influenciadas pela urbanização que se potencializou no período pós-guerra. (GIULIANI;LEITÃO, 2003) As transformações ocasionaram alterações nas relações e nas formas de comercialização entre indústria, comércio e consumidores, indicando um 36 momento favorável à concepção de novos tipos de estabelecimentos varejistas. O varejo está continuamente se adaptando às mudanças na cultura, economia, tecnologia e concorrência e seu sucesso baseia-se na capacidade de adaptação às tendências de consumo, que devem ser acompanhadas por meio de pesquisas, análises e observações. (GIULIANI, 2003) Fundamentado nesse cenário, surgem os shopping centers, que têm como principais desencadeadores e propulsores o desenvolvimento do setor imobiliário, mudanças nos hábitos de consumo, aumento na sociedade consumidora, novas formas de créditos tanto para o empresário como para o consumidor, utilização de meios de comunicação em massa e o crescimento dos grandes centros urbanos do país que levou à necessidade de descentralizaçãode vários setores do comércio varejista. Segundo Potsch, Souza Filho (1997), o shopping center tem suas raízes normalmente em empresas construtoras, escritórios imobiliários ou, em alguns casos, em lojas comerciais de sucesso. No Brasil, o primeiro shopping center inaugurado foi o Iguatemi na cidade de São Paulo, em 1966, seguido cinco anos mais tarde pelo surgimento de novos empreendimentos, fazendo com que o setor brasileiro de shopping centers apresentasse um notável crescimento em termos de ABL, faturamento e empregos gerados. (PINTO,2001) Continuação O SURGIMENTO DOS 10 PRIMEIROS SHOPPING CENTERS DO BRASIL CIDADE ESTADO ANO São Paulo São Paulo 1966 Brasília Distrito Federal 1971 Londrina Paraná 1973 São Paulo São Paulo 1975 Salvador Bahia 1975 São Paulo São Paulo 1976 Belo Horizonte Minas Gerais 1980 Rio de Janeiro Rio de Janeiro 1980 Campinas São Paulo 1980 37 Conclusão São Bernardo do Campo São Paulo 1980 Fonte: Elaborado pelos autores, 2009. Quadro 3: O surgimentos dos shopping centers no Brasil 2.3 Tipos de Shopping Centers No Brasil, a Associação Brasileira de Shopping Centers (ABRASCE) adota um padrão diferente onde considera como centros de compras apenas os empreendimentos com mais de 5.000 metros quadrados de área bruta locável (ABL) e que tenham a maior parte dessa área negociada no regime de locação com os lojistas. Dessa forma, empreendimentos pequenos que são contabilizados nos Estados Unidos como Neighborhood Centers não entram na classificação brasileira. Conforme Williams (2008), o International Council of Shopping Centers (ICSC) define os diversos tipos de shopping centers como regional center, superregional center, neighborhood center, community center, lifestyle center, power center, theme/festival center e outlet center. 2.3.1 Regional Center Focado em vestuário com itens de variedade, geralmente é um shopping fechado. O shopping, definido como um estilo regional center tem como alicerce as lojas e os departamentos completos. Tem uma ABL entre 36 mil e 76 mil metros quadrados, com duas ou mais âncoras, que normalmente são lojas de departamentos, lojas de descontos ou varejistas de vestuário.De 50% a 70% do shopping são ocupadas pelas âncoras e a área de influência primária varia de cinco a 15 milhas. 38 2.3.2 Superregional Center Semelhante aos regionais centers, mas com maior variedade e sortimento. Sua ABL supera os 76 mil metros quadrados e conta com no mínimo três lojas-âncora, que normalmente são lojas de departamentos, lojas de descontos ou varejistas de vestuário. De 50% a 70% da área do shopping são ocupadas pelas âncoras e área de influência primária varia de cinco a 25 milhas. 2.3.3 Neighborhood Center Formato de conveniência, com ABL entre 2.700 metros quadrados a 13.500 metros quadrados, geralmente é um shopping aberto. Conta com pelo menos uma loja-âncora, ocupa de 30% a 50% da área do centro de compras. 2.3.4 Community Center Focado na oferta de itens de conveniência e de variedades, tem ABL entre 9 mil metros quadrados a 31,5 mil metros quadrados. Conta com pelo menos duas âncoras, ocupam de 40% a 60% da área do shopping. 2.3.5 Lifestyle Center Conceito focado no público de maior poder aquisitivo, é um centro de compras ao ar livre com muitas opções de lazer e alimentação. Normalmente 39 tem entre 13,5 mil a 45 mil metros quadrados, até duas âncoras, que costumam ser livrarias, cinemas ou pequenas lojas de departamentos. As âncoras ocupam no máximo 50% da área do shopping e seu raio de influência primária é de oito a 12 milhas. 2.3.6 Power Center Caracteriza-se por ter poucas lojas e a maior parte é de grande superfície. Tem normalmente entre 22,5 mil a 54 mil metros quadrados de ABL, contando com pelo menos três lojas-âncora, que usualmente são home centers, lojas de descontos, clubes de atacado e category killers. De 75% a 90% da área do shopping são utilizadas pelas âncoras, que atraem um público primário em um raio de cinco a dez milhas. 2.3.7 Theme / Festival Center Formato de shopping focado em lazer, turismo e serviços. Tipicamente, tem entre 7,2 mil a 22,5 mil metros quadrados, sem um número definido de âncoras. Os operadores mais importantes são restaurantes e opções de lazer. 2.3.8 Outlet Center Os Outlet Centers são conhecidos por ser em considerados como centro de compras com pontas de estoque de fabricantes. Tem entre 4,5 mil a 36 mil metros quadrados de ABL e atrai um público que pode se deslocar até 75 milhas para comprar. 40 2.4 Classificação dos Empreendimentos De acordo com os critérios adotados pela ABRASCE e as definições dos ramos de varejo em Shopping Center, segue uma classificação atualizada onde sua aplicação é recomendada aos shopping centers em geral, como instrumento de aferição estatística e apoio gerencial. Fonte: ABRASCE, 2009 Quadro 4: Classsificação por tipo de empreendimentos 2.5 O Setor Atualmente Segundo ABRASCE (2009), atualmente no Brasil o setor de shopping centers conta com 384 empreendimentos. Possui uma ABL de 8,9 milhões de metros quadrados, faturamento em 2008 de R$ 64,6 bilhões com crescimento de 11,4% em relação ao ano anterior, um total de 65.500 lojas, 720.890 empregos gerados, um tráfego de 325 milhões de pessoas por mês. A distribuição geográfica deste total de malls pelo país é de 55% no sudeste, 19% no sul, 14% no nordeste, 9% no centro-oeste e 3% no norte, 41 tendo os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, o maior número de unidades, com 130, 50, 29 e 29 respectivamente. (ABRASCE,2009). Fonte: ABRASCE, 2009 Quadro 5: O setor atualmente A cidade de São Paulo, com 49 shoppings, dispara como a que tem a maior quantidade. Em seguida, vem o Rio de Janeiro com 32 e Belo Horizonte, com 15. As expectativas, segundo a ABRASCE, que só contabiliza unidades acima de 5000 metros quadrados de ABL, são de inaugurar em todo o território brasileiro nos anos de 2009 e 2010 mais 10 e 22 empreendimentos, respectivamente. O mercado de shopping centers é responsável por 18,3% do varejo nacional e por 2% do Produto Interno Bruto (PIB) e entre 2006 e 2008 cresceu 28%. Resultados esses, são reflexos de ações como os investimentos de grupos internacionais no mercado nacional, abertura de capital na bolsa de valores e excelente gestão de seus administradores. (ABRASCE, 2009). 42 Fonte: ABRASCE (2009) Quadro 6: Divisão dos shoppings no Brasil por regiões A proposta dos shoppings, em oferecer segurança e a facilidade de encontrar tudo no mesmo lugar, aliada à ideia de modernidade e progresso, foram os maiores atrativos para os brasileiros elegerem esses empreendimentos como lugar privilegiado para compras e lazer. (ABRASCE, 2009) O Instituto de Pesquisas e Desenvolvimento de Mercado (IPDM), por encomenda da ABRASCE, comprovou os benefícios da implantação de um shopping center na economia nacional demonstrando o grande impacto sócioeconômico gerado pelo setor. Segundo a ABRASCE (2009), os principais pontos de destaque na avaliação estão nocrescimento da arrecadação tributária, principalmente relativa ao Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). As cidades com shopping centers tiveram 31% de aumento na arrecadação desse imposto, contra 20% das que não possuem centros de compras. Quanto à geração de empregos: nas cidades que possuem centros de compras houve crescimento de 24% nas ofertas de postos de trabalho, sendo que as cidades equivalentes que não possuem shopping tiveram crescimento de apenas 13% nos postos de trabalho. 43 Fonte: ABRASCE, 2009 Quadro 7: Os shoppings nas principais capitais do Brasil O surgimento dos centros de compras, além da valorização imobiliária, provocam uma reativação de estabelecimentos de comércio e serviços no entorno, derrubando a filosofia de que o setor de shoppings prejudica o comércio de rua tradicional. Os shopping tornaram-se um grande propulsor de desenvolvimento, crescimento urbano, valorização imobiliária e geração de empregos. A indústria de shopping centers no Brasil passa por um momento fantástico de expansão, reformulação, profissionalização e consolidação; superior e mais consistente do que o crescimento observado nas décadas de 80 e 90. 44 Esse fator somado aos desempenhos modestos e insatisfatórios dos mercados americano, canadense e europeu, revela e justifica que países em desenvolvimento sejam vistos como oportunidades reais de lucro, devido a lacunas ainda não exploradas no comércio local. (ABRASCE,2009) Pensando na evolução do setor, as atenções têm se voltado às novas tendências e formatos de empreendimentos mais abertos, amplos e arejados. De acordo com Williams (2008), conceitos multiuso, integrando escritórios, áreas residenciais e até mesmo serviços de saúde, bem-estar e complexos hospitalares, com lojas, entretenimento, lazer e outros serviços pessoais em concepções arquitetônicas que interagem e integram o ambiente, se afastam dos modelos mais tradicionais (fechados e com menor relação com o mundo exterior). Atualmente, o comércio varejista brasileiro continua se reinventando, aperfeiçoando e especializando, orientado por uma política econômica mais estável, buscando uma gestão eficaz e autosustentável. O shopping center e os diversos formatos de centros de compra com níveis de desenvolvimento e aceitação expressivos constituem grande parte do progresso do varejo que pesquisa, estuda e planeja, focados no aprimoramento do setor. Acompanhando as tendências mundiais, influenciadas principalmente pelas exigências do mercado de dos clientes, os shoppings brasileiros estão, desde o início da década, passando por uma total readequação. Novos conceitos, como as chamadas áreas open malls, além do uso misto conjugando o espaço de compras, trabalho e convivência, são as novidades do segmento para agregar valor e, com isso, elevar o número de consumidores.(WILLIAMS,2008) 2.6 Administrando Shopping Center Segundo ICSC (1997), o administrador de shopping center pode ser o 45 próprio empreendedor, um funcionário do empreendedor ou um prestador de serviços, isto é, um administrador ou empresa administradora que opera o shopping mediante um contrato com o empreendedor. Sua maior responsabilidade é aumentar o valor da propriedade – o shopping center. Para fazê-lo, os administradores devem estar totalmente familiarizados com as condições básicas da instalação do seu centro – como é a edificação onde está instalado, como funciona, como está operando e quais são os resultados, além de conhecer as estimativas dos relatórios financeiros. O melhor modelo estratégico para um shopping altamente produtivo está baseado em uma experiência de compra que dá aos clientes o que eles querem. Embora isso seja óbvio, não é sempre praticado nos shoppings tradicionais. (WILLIAMS, 2008) A administração de shopping centers tem como bases que eles requerem muito entendimento e atenção. 2.6.1 Limpeza e Paisagismo Para que um shopping apresente bons resultados, ele precisa ter um bom visual. Os clientes devem sentir que o shopping é um lugar agradável e convidativo para se visitar. É fundamental mantê-lo bem cuidado, limpo e atraente para que os consumidores não sejam desencorajados a visitar e comprar em suas lojas, enfatiza ICSC (1997). 2.6.2 Manutenção dos Equipamentos e da Edificação Um shopping bem conservado diminui seus custos operacionais, o que certamente ocasionará um impacto direto no fluxo de caixa e nos lucros, afirma ICSC (1997). 46 2.6.3 Segurança A segurança é normalmente exercida por funcionários do shopping ou terceirizada, através de contratos com empresas de prestação de serviços. O agente de segurança atua tanto para os clientes quanto para os lojistas. (ICSC,1997) 2.6.4 Marketing O marketing para shopping centers deve ser planejado para melhorar as vendas dos lojistas e, também, para melhorar os contratos de locação. (ICSC,1997) 2.6.5 Orçamento É um anteprojeto ou um plano financeiro. Ele detalha o que o administrador acredita ser as despesas e receitas reais do shopping. Os orçamentos devem ser desenvolvidos em detalhes, com cada item projetado e devidamente documentado. (ICSC,1997) 2.6.6 Planejamento Em qualquer projeto ou realização no shopping, é necessário montar uma programação, um plano para aprimoramento das ações pretendidas. É recomendado que se intere com os profissionais dos setores alvo. (ICSC,1997) 47 2.6.7 Locação Segundo ICSC (1997), os ganhos de um shopping center advêm da locação e, qualquer que seja o tamanho do shopping, o mesmo sobrevive dos aluguéis. Para assegurar que melhores padrões de limpeza, paisagismo e manutenção sejam atingidos, os administradores geralmente marcam e fazem inspeções sistemáticas em intervalos regulares, adequados ao funcionamento do shopping, os quais segundo ICSC (1997) incluem: a) inspeções diárias das áreas comuns, tais como, calçadas, iluminação interna, banheiros, e outros, para assegurar que a boa aparência do shopping seja mantida todos os dias; b) inspeções semanais das condições das áreas de estacionamento e paisagismo externo; c) inspeções trimestrais e checagem na manutenção dos equipamentos, tais como: unidades de ar condicionado, elevadores, escadas rolantes, geradores e torres de refrigeração. 2.6.8 O que os lojistas esperam da administração De acordo com ICSC (1997), os lojistas esperam que a administração do shopping center zele por: a) dependências limpas, seguras e atraentes; b) cláusulas adicionais ao contrato de locação, incluindo a definição do horário de funcionamento do shopping, o estacionamento para funcionários e a comunicação visual; c) procedimentos contábeis oportunos e exatos; 48 d) cálculos corretos para a manutenção das áreas comuns, os seguros, as taxas imobiliárias, despesas de marketing controladas, monitoradas e justificativas para aumentos; e) bom planejamento de marketing e de promoções de vendas; f) qualidade de localização, de projeto e de construção; g) bom mix de mercadorias e estratégias de locação; h) excelentes resultados de vendas e lucros. 2.6.9 O que a administração espera dos lojistas: Conforme ICSC (1997), a administração do shopping espera que oslojistas: a) sejam comerciantes competentes; b) sejam pontuais nos pagamentos de todas as despesas contratuais; c) tenham uma loja atraente e bem conservada; d) tenham uma loja com bom estoque; e) sejam vendedores bem treinados e apessoados; f) realizem publicidade constante e de qualidade; g) tenham um bom volume de vendas; h) tenham cooperação. Segundo Pinto (2001), o proprietário do shopping tem interesse no bom êxito dos negócios dos lojistas, pois participa de seu faturamento, permitindo, em contrapartida, uma competição benéfica e de equilíbrio entre os comerciantes. Os grandes departamentos agem como lojas âncoras, mas não prejudicam, pelo contrário, favorecem as lojas menores – lojas magnéticas, que usufruem os benefícios de seu aviamento e os excessos de sua expansão 49 são recebidos lucrativamente pelas lojas menores. 2.6.10 O mix de lojas O shopping deve ter a combinação certa de lojas. Deve-se atentar para as categorias de varejo e o mix de mercadorias para ver se o tipo de produto ou serviço oferecido naquelas lojas é a mais acertada para o mercado do shopping. Verificar também se o mix de lojas é de alto ou de médio padrão, se é um outlet de fábrica, ou de outro tipo e se está funcionando tão bem quanto possível. (GIULIANI;LEITÃO,2003) 2.7 Atendendo as Necessidades do Consumidor Segundo Berelson;Steiner (apud MEIRA,1996), as necessidades humanas é um estado interior que impulsiona, ativa ou move (motiva) e que dirige ou canaliza o comportamento para metas. Conforme Assel (apud MEIRA,1996), os motivos são impulsos gerais que definem as necessidades de um consumidor e dirigem o comportamento em direção ao atingimento dessas necessidades. A diferenciação entre necessidade e desejo de forma mais clara é que enquanto a necessidade é internalizada, às vezes inconsciente; o desejo é a necessidade tornada manifesta, qual o indivíduo tem plena consciência dele, afirma Schiffman;Kanuk (apud MEIRA,1996). De acordo com Giuliani,Leitão (2003), o que determina o comportamento de compra de um consumidor são fatores como as variáveis geográficas, demográficas e socioeconômicas somadas, ainda, aos condicionantes comportamentais, como: grau de fidelidade, meio de transporte, benefícios, atributos, localização da loja e formas de pagamento. 50 Fazer previsões quanto às tendências de consumo é algo um tanto obscuro pelas características de um mercado em constante mudança, por isso o varejo precisa planejar e articular as estratégias, baseado na tentativa de entender os novos rumos do comportamento do consumidor. O momento da compra é efetivamente um momento de prazer, é uma ocasião em que se realiza um desejo, uma necessidade. Os tradicionais centros de compras das cidades com suas ruas congestionadas; com poluição física, química, sonora e visual; com problemas de tráfego e mesmo de segurança, deixaram de oferecer um o ambiente adequado para um momento socialmente importante, como o ato da compra. (MEIRA,1996) O shopping Center restabeleceu a dignidade do ambiente da compra que não pode ser reduzida a uma mera transação comercial. Tornar mais rico e bonito o momento da compra é certamente uma contribuição para uma melhor qualidade de vida, afirma Geyer( apud PINTO, 2001). Uma das vantagens dos shopping centers é a disponibilidade de ofertas em um mesmo local, oferecendo conveniência de produtos ou serviços com fácil acesso, pouco tempo e esforço para comparação de preços, qualidade e especialidade, objetivando, assim, satisfazer as novas tendências de consumo. Segundo Giuliani,Leitão (2003), as principais necessidades ou tendências que o consumidor procura perceber ao fazer compras em um shopping center é segurança, controle social, comodidade, experiência social, satisfação, diversão e entretenimento. A grande tendência é a procura por compras que envolvem um conjunto de experiências memoráveis ao produto ou serviço, ou ainda, casos em que o lazer é a abertura emocional para o consumo, podendo estar menos direcionado a produtos tangíveis e cada vez mais às sensações. (GIULIANI;LEITÃO, 2003) Conforme Maslow (apud MEIRA,1996), as pessoas estariam em um estado motivacional permanente, mas a natureza na motivação pode ser diferente de grupo para grupo ou de pessoa para pessoa, em situações específicas. 51 Auto-Realização Auto-desenvolvimento e realização pessoal. Um desejo de conhecer e organizar um sistema de valores. Estima Auto-estima, prestígio, reconhecimento e status. Esforço em atingir um alto posicionamento em relação a outros, inclusive dominação e reputação. Sociais Sensação de participação, de afiliação, de amor e amizade. Ser aceito pelos membros da família e associados próximos. Segurança Preocupação com sobrevivência física incluindo segurança, abrigo, defesa, proteção e estabilidade. Fisiológicas Fundamentais à sobrevivência, como alimentação, água, sono e afins. Fonte: MEIRA,1996, p.51. Quadro 8: Hierarquia das necessidades humanas de Abraham Maslow Os indivíduos dificilmente atingiriam o estado de total satisfação, a não ser por certos períodos de tempo. Além disso, quando um desejo fosse satisfeito, outro surgiria em seu lugar, num processo contínuo de satisfação/renovação. Para Maslow, as necessidades humanas estariam em uma hierarquia de importância de satisfação para os indivíduos, iniciando-se com as fisiológicas, seguidas por: segurança, sociais, estima e de autorealização. 2.8 Tendência do Setor No comércio varejista, as transformações são cada vez mais constantes devido, principalmente, a maiores exigências do consumidor de um maior investimento de capital estrangeiro e de uma visão cada vez mais empreendedora dos profissionais da área, que buscam não só a inovação, como também a superação das expectativas e a qualidade total em relação aos clientes. O universo dos shoppings acompanha essas mudanças. 52 A tendência do universo dos shoppings é de deixarem de ser somente templos de consumo e passarem a ser verdadeiras áreas de convivência, com estilo cada vez mais voltado ao tradicional e, sendo priorizado, o uso de espaços abertos e um cuidado cada vez mais voltado ao planejamento arquitetônico, afirma Araujo (2007). 2.8.1 Open Malls Segundo a ABRASCE (2008), uma melhor definição para os Open Malls seria a utilização dos conceitos de uso-misto e de estilo de vida, apontando para um futuro de conforto, comércio, lazer e conveniência, agregando o modernismo com o tradicional, assemelhando os templos de consumo como verdadeiros bairros organizados ao ar livre. Fonte: http://www.mypre.com , 2009 Fig.7 Shopping The Grove ( Los Angeles, EUA) Os Open Malls são um novo formato do comércio varejista dos shopping centers que visam à utilização de espaços abertos e apostam no paisagismo 53 para conquistar os consumidores, que estão cada vez mais focados num estilo de vida mais saudável. (ARAUJO,2007) 2.8.1.1 Estilo Open Malls Conforme Araújo (2007), essa nova tendência do universo dos shoppings, incorporado ao conceito de estilo de vida caracteriza-se por buscar um grande investimento no paisagismo aliado à sustentabilidade – um maior aproveitamentos das áreas verdes, da ventilação, da luz natural e da sensação
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