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Rorschach – Orientações Gerais para Interpretação

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Rorschach – Orientações Gerais para Interpretação
Processamento da informação
Este tópico associa-se aos processos cognitivos envolvidos na entrada de informação (input), isto é, aos processos que operam sobre a maneira como a informação é recebida. Assim, indica como as pessoas abordam a experiência, para quais elementos do campo de estimulação elas dirigem mais sua atenção e como processam os estímulos. Fazem parte deste tópico os dados: 
Lambda (L): mede a proporção de respostas de forma pura que o indivíduo oferece. Nos mostra o conjunto de ocasiões nas quais o indivíduo simplifica suas percepções, ou seja, naquelas em que elimina, como dados significativos, para incluir na articulação verbal das respostas, todos aqueles que, estando no campo de estímulos (cor, claro-escuros, perspectiva, etc) não são Forma, utilizando somente o controle intelectual e evitando processar emoções e atribuir complexidade a seus perceptos. Quando Lambda (L)↑ mostra que o indivíduo simplifica excessivamente suas percepções, evitando com isso processar a emoção e deixar-se invadir pelos afetos. Dada a excessiva simplificação, acaba por perder a captação de aspectos-chave da informação externa e, com isso, suas respostas acabam por ser menos ricas, matizadas e adaptativas quanto seu desenvolvimento cognitivo lhe permitiria elaborar se não existisse esse estilo superelaborador.
Índices OBS (estilo Obsessivo) e HVI (Hipervigilância): Ambas as constelações assinalam estilos peculiares de registro e codificação dos dados procedentes do campo de estímulos, que podem ser relacionados com formas específicas de enfrentar problemas. É pouco frequente o achado positivo desses índices e, por isso, muito importante a sua presença.
- Estilo Obsessivo (OBS): Quando positivo assinala que o indivíduo mostra uma tendência marcada ao perfeccionismo, a recolher a informação de modo minucioso. Indicam que o indivíduo está muito preocupado em não falhar, em não errar e para isso esforçam-se em ser muito convencionais, diminuindo assim o uso de suas capacidades mais criativas e pessoais, em função do correto. Sua presença reflete uma tendência 3xcessiva à meticulosidade e ao perfeccionismo, que pode provocar problemas ao indivíduo em determinadas situações, por exemplo, naquelas que requerem uma resposta muito rápida ou nas que se revestem de muita complexidade. Nas primeiras tende a ser lento em seus processamentos e, nas segundas, se perde em detalhes sem importância. O OBS positivo indica, então, uma modalidade peculiar no registro e codificação dos estímulos, caracterizada pela meticulosidade, cautela, convencionalidade e perfeccionismo, que também influi nos processos de tradução dos mesmos.
Hipervigilância (HVI): Sua presença indica que o indivíduo apresenta um estado de alerta contínuo, uma atitude desconfiada e temerosa em relação ao meio. São pessoas reservadas, cautelosas, susceptíveis, que desconfiam por princípio de tudo o que não conhecem e que, antes de relaxar-se e poder se sentir seguros, necessitam processar muito cuidadosamente a maior quantidade possível de dados do campo de estímulos. Duas possibilidades: 1ª) essa atitude reverterá em percepções muito corretas e agudas, que aumentarão a eficiência adaptativa do indivíduo; 2ª) representará uma clara tendência paranoica, e em consequência o indivíduo necessitará investir uma grande quantidade de energia para manter esse continuo estado de alerta e prevenir supostos perigos.
ESFORÇO CRIATIVO: Zf (no que se refere a iniciativa e motivação...)
Zf representa o número de vezes que o indivíduo dá pontuação Z em seu protocolo. Cada vez que isso ocorre, a pessoa está pondo em jogo elementos cognitivos, afetivos e motivacionais mediante os quais organiza e atribui um sentido, ou seja, cria uma relação significativa entre os elementos de um campo de estímulos desestruturado. Uma pontuação Z assinala um esforço criativo, por parte do indivíduo, dado por uma organização previamente inexistente. Assim, Zf nos informa sobre a quantidade de iniciativa ou motivação que o indivíduo desenvolveu em seu protocolo, sendo que o esperado é um Zf ao redor de 40% de R (40% do total de respostas dadas).
ESFORÇO CRIATIVO: Zf (no que se refere a iniciativa e motivação...)
Zf representa o número de vezes que o indivíduo dá pontuação Z em seu protocolo. Cada vez que isso ocorre, a pessoa está pondo em jogo elementos cognitivos, afetivos e motivacionais mediante os quais organiza e atribui um sentido, ou seja, cria uma relação significativa entre os elementos de um campo de estímulos desestruturado. Uma pontuação Z assinala um esforço criativo, por parte do indivíduo, dado por uma organização previamente inexistente. Assim, Zf nos informa sobre a quantidade de iniciativa ou motivação que o indivíduo desenvolveu em seu protocolo, sendo que o esperado é um Zf ao redor de 40% de R (40% do total de respostas dadas). 
Quando o Zf(↑), estamos diante de indivíduos com alto nível motivacional, que investem maior esforço do que esperado no trabalho de processamento das informações. Quando Zf(↓), pode-se considerar que se trata de um indivíduo que possue pouca capacidade cognitiva ou, então, com um nível escasso de motivação e iniciativa.
Zd = indica o quanto a coleta e codificação informativas se realizam com facilidade e sem perda da precisão, ou seja qual a capacidade de registrar os elementos mais importantes do campo de estímulos, sem deter-se em aspectos acessórios e sem perder o ponto chave de informação. Zd = 0, assinala que a coleta e codificação da informação se realizam com facilidade e sem perda da precisão. Zd < - 3 indica a presença de um indivíduo hipoincorporador em sua atividade exploratória. São pessoas que realizam um exame pouco cuidadoso do campo de estímulos, uma sondagem apressada que não recolhe dados suficientemente importantes e que decidem a sua resposta de maneira precipitada, sem esperar que apareçam pontos chave da informação. Diminuição da eficácia das soluções dadas.
PROPORÇÃO W:D:Dd: Essa proporção indicará como a pessoa distribui sua atenção sobre os estímulos e quanto esforço cognitivo está envolvido nessa ação. Essa proporção é o resultado do interjogo dos dados descritos em W, D e Dd.
Respostas W – Quando na média (de 1/3 a ½ das respostas do teste) (o que se destaca com característica total) é indicativo de interesse e esforço em processar os dados de maneira a tentar abranger todos os aspectos de uma situação, demonstrando capacidade para fazer elaborações e síntese e desenvolver um raciocínio complexo. Um W(↑) é indicativo de um comprometimento da atenção às questões comuns (D) e dificuldade para realizar uma análise mais cuidadosa das situações (Dd). Um W (↓) relaciona-se à dificuldade para estabelecer relações entre os fatos, fazer sínteses ou ter um raciocínio abstrato. (NÃO CONSEGUE VER A SITUAÇÃO COMO UM TODO)
Respostas D – Quando na média (cerca de 1/2 das respostas ao teste) é indicativo de adequada atenção aos aspectos mais comuns, convencionais e fáceis do campo de estimulação (mais obvio em relação a realidade, mais objetivo). As respostas D na média indicam, portanto, um senso mais prático e um raciocínio mais concreto. 
Respostas D elevadas (↑) em detrimento a W ou Dd, indica um exame excessivamente convencional das situações, no qual os indivíduos se mostram bastante atentos aos aspectos comuns do que encontram, mas não o suficiente quanto ao modo em que os eventos se relacionam entre si (W) ou a aspectos incomuns (Dd) dessas situações. 
ão pessoas demasiadamente convencionais, que se sentem pouco à vontade em situações que exigem flexibilidade, imaginação e criatividade. Carecem de orientação global, mostrando baixa capacidade de reconhecer como eventos individuais se relacionam uns com os outros e se integram para formar unidades globais (dificuldade de análise e síntese) (SE ATEM DEMAIS AO ESSENCIAL, NÃO BUSCA PELA SITUAÇÃO TOTAL, E NÃO CAPTA DETALHES). Um D rebaixado (↓) pode indicar atenção acentuada aos aspectos globais (W) ou incomuns
(Dd) das experiências, em lugar do que é comum ou trivial. 
Respostas Dd – Quando na média (cerca de 1/6 das respostas do teste) As respostas Dd indicam atenção aos aspectos incomuns da experiência e análise mais cuidadosa do estímulo, podendo também estar associada ao perfeccionismo e a tendência obsessivas. Quando Dd(↑) é indicativo da desconsideração do que é óbvio (D) e ser pouco convencional, o que pode se transformar em desadaptação (estranheza e excentricidade), bem como, revela uma possível dificuldade em enxergar o todo de uma situação (W) Assim, Dd(↑) geralmente indica uma preocupação desajustada com os aspectos incomuns da experiência. Dd(↓)será indicativo da dificuldade para captar os aspectos sutis e incomuns de uma situação.
ÍNDICE DE ASPIRAÇÃO INTELECTUAL:
Comparação W:M - Indica, no geral, o quanto o indivíduo é capaz de aspirar e realizar intelectualmente. Este aspecto é avaliado principalmente pela proporção W : M (respostas globais em comparação com as respostas de movimento humano), sendo esperado uma proporção de 2 : 1, ou seja, duas respostas globais para cada resposta de movimento humano (= o sujeito consegue elaborar e colocar em prática). Quando W for maior que o dobro de M significa uma ambição intelectual que excede as reais capacidades do indivíduo. Se M é maior que a metade de W, está-se diante de uma pessoa cautelosa e conservadora ao estabelecer objetivos para seu desempenho. Revela um rendimento aquém do potencial e uma inibição da produtividade que pode ser defesa contra o temor à competição. 
Entretanto, deve ser relacionado com o Tipo de Vivência (EB). Nestes casos, um indivíduo introversivo o esperado é de 1,5 : 1,0, em ambiguais 2 : 1 e em extratensivos 3 : 1.
Qualidade do Desenvolvimento (DQ) - A qualidade do desenvolvimento mostra como a pessoa realiza as operações cognitivas de análise e síntese, atribuindo uma relação significativa entre os estímulos apreendidos. DQ+ é indicativo de nível intelectual superior, denotando boa capacidade para realizar processamentos sofisticados. O DQo costuma ser o tipo de reposta mais frequente, envolvendo menos complexidade, sendo bem adaptada à tarefa. Em outras palavras, reflete um funcionamento correto, sem grandes esforços criativos, um modo de processamento modesto e conservador, mas adaptado às exigências da tarefa. DQv, por sua vez, indica funcionamento cognitivo imaturo ou primitivo, seja em razão de rebaixamento intelectual, seja em razão de necessidade de não se comprometer com ideias ou pensamentos, o que demonstra indefinição e menor eficiência cognitiva. O DQv/+ envolve mais esforço cognitivo que o DQv, mas ainda não de forma eficaz.
Respostas PSV (Perseveração). Não são muito frequentes e podem indicar desde uma rigidez de processamento, pobreza de associações, déficit intelectual ou preocupações específicas que bloqueiam o pensamento. (Enxerga as situações de uma determinada forma, falta flexibilidade de pensamento. Há uma grande rigidez)
Mediação 	
Indica em que medida o sujeito emite respostas convencionais e aceitáveis no que se refere à percepção da realidade. Revela como a pessoa percebe a realidade entre um extremo ultra convencional até o outro excessivamente idiossincrático. Como a representação conceitual que a pessoa faz da realidade orienta suas ações no ambiente, este mundo representacional media o contato com a realidade. Fazem parte desta variável os seguintes dados:
Lambda (L): mede a proporção de respostas de forma pura que o indivíduo oferece. Nos mostra o conjunto de ocasiões nas quais o indivíduo simplifica suas percepções, ou seja, naquelas em que elimina, como dados significativos, para incluir na articulação verbal das respostas, todos aqueles que, estando no campo de estímulos (cor, claro-escuros, perspectiva, etc) não são Forma, utilizando somente o controle intelectual e evitando processar emoções e atribuir complexidade a seus perceptos. Quando Lambda (L)↑ mostra que o indivíduo simplifica excessivamente suas percepções, evitando com isso processar a emoção e deixar-se invadir pelos afetos. Dada a excessiva simplificação, acaba por perder a captação de aspectos-chave da informação externa e, com isso, suas respostas acabam por ser menos ricas, matizadas e adaptativas quanto seu desenvolvimento cognitivo lhe permitiria elaborar se não existisse esse estilo superelaborador.
XA% ( = ) - revela a capacidade da pessoa para perceber os fatos de modo relativamente objetivo e adequado com um mínimo de distorções subjetivas. WDA% ( = ) - Indicativo da capacidade de perceber os fatos de modo adequado, desconsiderando-se distorções que possam ser decorrentes de um recorte inusual da situação observada. Quando XA% e WDA% (↑), indica a presença de um excesso de subjetividade que pode interferir no raciocínio lógico.
P↑ - Pode indicar preocupação com o convencional. Excessiva exigência de adequação social e aceitação pelos outros, o que pode algumas vezes ser sinal de dependência. Pessoa excessivamente presa ao senso comum. P(↓) indicativo de um grau incomum de idiossincrasia, enquanto que o P(=) é indicativo de que o indivíduo é capaz de perceber o que é de senso comum. 
X+% (=) Está relacionado com o grau de convencionalismo do indivíduo, se este percebe as situações como a maioria das pessoas, indicando adequado contato com a realidade. X+%(↑) Trata-se de hiperconvencionalidade. Indivíduos que procuram desesperadamente a exatidão, que preferem não arriscar a introduzir elementos pessoais nas suas percepções e que funcionam como escravos da realidade, eliminando a própria originalidade. Perfeccionismo e objetividade exacerbada. X+%(↓) indicativo de indivíduo pouco convencional em suas percepções, ou seja, na maioria das vezes não percebe as situações como a maioria das pessoas, mas sim de modo mais pessoal. Nestes casos observar Xu%, pois, se elevado, trata-se de um leve afastamento das percepções comuns.
F+% é a medida mais específica do ajustamento por se referir somente às respostas de Forma Pura. Interpretação semelhante ao X+%. Assim, Está relacionado com o grau de convencionalismo do indivíduo, se este percebe as situações como a maioria das pessoas, indicando adequado contato com a realidade. F+%(↑) Trata-se de hiperconvencionalidade. Indivíduos que procuram desesperadamente a exatidão, que preferem não arriscar a introduzir elementos pessoais nas suas percepções e que funcionam como escravos da realidade, eliminando a própria originalidade. Perfeccionismo e objetividade exacerbada. F+%(↓) indicativo de indivíduo pouco convencional em suas percepções, ou seja, na maioria das vezes não percebe as situações como a maioria das pessoas, mas sim de modo mais pessoal. Nestes casos observar Xu%, pois, se elevado, trata-se de um leve afastamento das percepções comuns.
X-%↑ - Pode indicar a presença de problemas mediacionais, ou seja, tendência a formar impressões errôneas da realidade, a interpretar inadequadamente as ações e intenções dos outros, a se equivocar na compreensão dos fatos. Indica também comportamentos não convencionais, distorção na percepção, visão dos fatos mais individualista e idiossincrática. Dificuldade de adaptação. Tendência a tirar conclusões inadequadas e sem fundamento. X-%(=) forma impressões adequadas da realidade, interpretando corretamente as ações e intenções dos outros, não se equivocando na percepção dos fatos. Comportamento convencional, sem distorção na percepção, visão dos fatos idêntica aos da maioria das pessoas. Não demonstra dificuldade de adaptação, não tirando conclusões inadequadas e sem fundamento. 
S-% indica a presença de afetos negativos em função de possíveis distorções perceptivas. Respostas S associadas ao FQ – indicam que as distorções na compreensão dos fatos podem ser consequência de afetos negativos tais como a raiva. Nos momentos de raiva é que a pessoa fica mais propensa a distorcer ou se equivocar em relação à realidade. Assim, traz informações sobre o grau em que as interferências emocionais podem estar distorcendo
os processos de mediação do indivíduo. S-% supera os 40%, teremos uma pessoa com fortes interferências emocionais em suas possíveis distorções perceptivas, ou seja, o negativismo ou a raiva estão contribuindo para o seu afastamento do convencional.
Xu%↑- Indica um modo mais subjetivo e idiossincrático de compreender os fatos, mas não necessariamente patológico. Pode tratar-se de excentricidade. Superior a 25% assinala grau preocupante de afastamento do convencional. Xu% (=) indica tendências típicas e adaptativas de perceber as pessoas e os eventos de forma precisa, mas eventualmente idiossincráticas. Xu%(↓) indica indivíduos mais convencionais do que a maioria das pessoas no que se refere às impressões que formam, com pouca probabilidade de enveredar por caminhos que a maioria evita. 
Ideação 
As variáveis deste bloco trazem informações sobre como as pessoas pensam a respeito de suas experiências e impressões e dos eventos de suas vidas. Elas indicam se as pessoas pensam de maneira lógica, coerente e flexível ou, ao contrário, se há indicadores de processamento ilógico, incoerente ou permeado por preocupações.
EB introversivo: o tipo vivencial introversivo nos indica que o indivíduo prefere usar a ideação no momento de resolver problemas. Tenderá a esperar até considerar todas as possíveis alternativas antes de tomar uma decisão, a não processar a emoção enquanto procura soluções, e a se basear fortemente em sua própria avaliação interna na hora de elaborar seus juízos. Seu estilo básico de resposta é o uso do pensamento e, na maioria das vezes, tenderá a utilizá-lo automaticamente, assim como o destro tende a usar preferencialmente a mão direita.
EBPer: Observar se este dado é positivo. Em tal caso, representa uma acentuada falta de flexibilidade ao enfrentar situações, ou seja, o indivíduo tenderá a agir sempre da mesma maneira, independentemente da situação de que se trate, e com isso se dificultará a obtenção de condutas adaptativas. Um indivíduo com EBPer positivo tenderá a usar exageradamente os mecanismos ideativos na solução de todos os problemas que se lhe coloquem, mesmo quando esse estilo possa ser menos eficiente ou mesmo inapropriado em uma circunstância particular, o que diminuirá sua eficácia na busca de soluções adequadas e na tomada de decisões corretas.
Lado esquerdo da eb: (consideram-se os FM e m dados no protocolo). Estes representam a ideação não deliberada, ou seja, à que se inicia e age sem a intervenção voluntária do indivíduo.
FM = processos ideativos provocados por estados de insatisfação de necessidades básicas, tanto primárias (fome, sede, etc) como secundárias (sucesso, prestígio). Seria o tipo de ideação que aparece quando não estamos pensando deliberadamente em algo concreto. Quando FM ↓ não é indicativo de situação saudável, pois se espera que esteja sempre presente. Importante: a ausência não pressupõe a eliminação das necessidades básicas, mas a eliminação de seu registro por parte do indivíduo. Quando FM ↑ o indivíduo está sofrendo um aumento do desconforto interno, proveniente de seus estados de necessidade, que se manifestam em forma de tensão e de aumento da ideação periférica. Os efeitos negativos são: dificuldades nos processos de atenção, concentração, problemas para conciliar o sono e o aumento da sobrecarga interna.
O m: supõe a vertente ideacional do desconforto situacionalmente provocado. É uma variável claramente reativa e, quando aparece aumentada, indica que o indivíduo está sendo afetado por circunstâncias externas que lhe estão causando sérios incômodos e mal-estares, está vivendo uma situação estressante, à qual reage com um aumento da atividade ideativa periférica.
a : p – As relações a : p constituem expressões de um estilo de resposta quando os movimentos passivos ultrapassam os ativos. Assim, se encontramos p > a + 1, estaremos diante de uma pessoa que tende a adotar um papel passivo nas suas relações interpessoais, que costuma se colocar como sujeito paciente das ações dos demais e que vai esperar que os outros solucionem seus problemas. Quando a > p estaremos diante de uma pessoa que tende a adotar um papel ativo nas suas relações interpessoais, que não costuma se colocar como sujeito paciente das ações dos demais e que não vai esperar que os outros solucionem seus problemas. 
Ma : Mp – A relação Ma : Mp se refere especificamente ao funcionamento das atitudes ideacionais do indivíduo quando utiliza o pensamento deliberado e entram em jogo as relações interpessoais. Os elementos interpretativos são os já citados para a : p, já que Ma : Mp está contido nela e os matizes que acrescenta são os que dizem respeito à ideação voluntariamente iniciada e o mundo relacional. Quando Mp>Ma aparece, trata-se de um indivíduo que tende a substituir a realidade pela fantasia quando utiliza o pensamento deliberado, principalmente diante de situações estressantes. Mp<Ma aparece, trata-se de um indivíduo que tende a não substituir a realidade pela fantasia quando utiliza o pensamento deliberado, principalmente diante de situações estressantes.
2AB + (Art + Ay) – (índice de intelectualização) Sugere o uso do mecanismo de intelectualização, isto é, um esforço cognitivo para neutralizar o impacto das experiências afetivas se distanciando delas. Indica ingenuidade em lidar com situações, em decorrência da distorção de seu verdadeiro impacto e incapacidade em lidar com sentimentos de maneira pura, direta e genuína. Pessoas com esse tido de conteúdo podem desorganizar-se quando a carga de estimulação afetiva aumenta muito. Quando este índice aparece positivo, o indivíduo tende a ser mais vulnerável à desorganização em situações de sobrecarga emocional, porque esta estratégia ideativa, que ele utiliza abusivamente, tende a perder eficácia ao aumentar a intensidade dos estímulos afetivos.
Respostas M (-): São extremamente infrequentes, mas, se em um protocolo aparece mais de uma, multiplica-se a probabilidade de que existam dificuldades importantes no pensamento do indivíduo. Se aparecem mais de duas pode ser quase certo que o pensamento dessa pessoa sofra desorientação ou possua traços psicóticos.
Sum6 e WSum6 – A variável Sum6 consiste na soma da quantidade de cada um dos 6 códigos especiais críticos (DV, INCOM, DR, FABCOM, ALOG, CONTAM). Já WSum6 consiste na soma ponderada desses códigos especiais. Sum6 e WSum6 sinalizam a presença de laterações de pensamento e percepção que, quando em níveis acima dos esperados, indicam falha no contato com a realidade. Esses códigos são utilizados para identificar lapsos, deslizamentos ou falhas lógicas no curso da ideação. A maioria dos indivíduos apresentam em seus protocolos alguns desses códigos sem que isso pressuponha motivo de preocupação, como ocorre quando encontramos alguma resposta peculiar, mas isolada, ou seja, que não representa um estilo habitual no funcionamento do indivíduo. Nesses casos se trata de um aumento da dificuldade a esse estímulo concreto, que provoca um leve deslize cognitivo, sem grandes consequências.
Respostas M none: As respostas abstratas ou simbólicas (experiências sensoriais) em que se classifica o movimento como humano, mas não se é possível se indicar a forma. Quando surgem isoladas em um protocolo, assinalam uma intensificação do mecanismo de intelectualização ante um estímulo concreto. Se se observa mais de uma, representam uma forma de distanciamento que supõe um evidente desprezo do campo de estímulos, operação ideativa que contém traços que se assemelham às do tipo alucinatório.
Afeto
As emoções correspondem a padrões de comportamento para lidar com eventos ambientais significativos à sobrevivência. São eventos psicológicos de curto período de tempo que consistem em pacotes de respostas – incluindo alteração da atenção, tônus muscular, ativação de memórias associadas, organização do meio fisiológico para determinadas respostas e comportamentos expressivos – as quais representam modos eficientes de adaptação ao meio. As emoções infiltram-se no pensamento, tendo
impacto no julgamento, decisão e comportamento. As emoções variam de complexidade e qualidade, sendo experienciadas como prazerosas ou desprazerozas. Amor, ódio, angústia ou ansiedade, alegria, tristeza, raiva, triunfo, frustração e assim por diante constituem vivências e sentimentos que emergem das experiências de satisfação ou insatisfação das necessidades. 
A maneira como uma pessoa lida com suas emoções interfere em vários aspectos da sua existência, do funcionamento cognitivo à sua capacidade de adaptação no relacionamento com os outros. Sua expressão pode variar de intensidade, indo da forma mais abrupta, primária, explosiva, ao outro extremo da contensão máxima, negação ou transformações no seu oposto. Com o desenvolvimento e o amadurecimento, aprendemos a lidar de modo mais eficiente e adaptativo com as emoções, modulando, canalizando e ajustando a expressão emocional conforme as circunstâncias externas. Fazem parte desta variável os seguintes aspectos:
Índice de Depressão (DEPI): Quando este índice é ↓5 (entre 0 e 4) não é significativo (nada a interpretar. Quando DEPI = 5, o indivíduo apresenta muitos traços que são encontrados normalmente entre os diagnosticados com depressão ou transtorno afetivo, mas também pode mostrar que a organização psicológica desse indivíduo o torna mais vulnerável que os demais para cair em depressão ou sofrer alterações bruscas de humor, sem que isso signifique que as esteja padecendo no momento atual. Quando DEPI ↑ 5, teremos maior segurança em afirmar que o indivíduo esteja sofrendo a experiência de uma séria perturbação do estado de animo, ou seja, uma grave depressão.
EB extratensivo e EBPer: oferece informação importante sobre como as emoções influem em algumas das operações psicológicas do indivíduo. Quando extratensivo, o indivíduo tende a mesclar os sentimentos com seus processos cognitivos, ou seja, vai processar afeto enquanto elabora operações na resolução de problemas ou tomadas de decisões. Nestas pessoas, as emoções exercem uma maior influência em toda a sua atividade psicológica, com isso os transtornos afetivos terão consequências muito mais devastadoras nelas do que nos indivíduos introversivo.
Indivíduos extratensivos costumam ser mais lábeis nas trocas e descargas emocionais, preocupam-se menos em postergar ou modular suas experiências afetivas e tendem a usar essas trocas como fonte principal de obtenção de gratificação, ou seja, para eles o contato com os demais e o processamento de emoção é prioritário, sendo menos importante o controle das descargas.
O EB Ambigual: mostram-se muito mais inconsistentes, inclusive no nível das constantes reações neurofisiológicas, cometem mais erros e acertam menos. Não tem um estilo definido de resposta básica e, por isso, processarão afeto ou tenderão a usar a ideação aleatoriamente, sendo muito mais imprevisíveis em sua conduta.
FC: FC + C: nos indicará as proporções que os diferentes tipos e experiências emocionais deliberadas alcançam em um protocolo completo. Em adultos, espera-se encontrar FC>CF + C em uma proporção aproximada de 2:1 e com C Pura = 0. Se presentes, estes dados indicam que o indivíduo tem o controle de seus afetos sem, no entanto, um certo relaxamento quando maneja as emoções. Quando FC>CF + C em uma proporção aproximada de 2;1 e com C Pura > 0, esse indivíduo costuma controlar quase sempre seus afetos, como a maioria das pessoas mas, às vezes, ele sofre de lapsos nesse controle, durante os quais ocorrem descargas bruscas e não moduladas. 
Respostas C: menor esforço cognitivo, descarga irrestrita das emoções, processamento mais passivo. Indica falhas em modular o impulso. Revela inabilidade em interceder cognitivamente no processamento emocional em razão da experiência afetiva ser muito intensa.
Sum C’ : WSumC: Relaciona o grau de constrição afetiva (C’) com o nível de processamento de emoções deliberadas que o indivíduo habitualmente utiliza (WsumC). Espera-se que o lado esquerdo seja muito inferior ao direito. Quando ocorre o contrário (SumC’ > WSumC), significa que a pessoa interioriza excessivamente, ao invés de descarregar e realizar trocas afetivas que deveriam ser exteriorizadas, aumentando, com isso, sua tensão interna e favorecendo a derivação ao corpo dos conflitos psíquicos.
Afr : Informa sobre a responsividade do indivíduo aos estímulos emocionais, ou seja, em que medida o indivíduo processa mais ativamente quando enfrenta situações afetivamente intensas. Afr(=) indica que o indivíduo apresenta uma tendência à processar a estimulação emocional na mesma medida que a maioria. Se o Afr(↑) está elevado, estamos diante de uma pessoa que parece se sentir atraída pela estimulação emocional. Indivíduos que se sentem provocados ou reforçados pelas situações afetivamente carregadas, são mais produtivos nestas situações e as procuram ativamente. Essa tendência pode ser negativa se existem problemas de controle na modulação da expressão dos afetos (FC: CF + C), pois a busca de estimulação emocional aumentará a frequência de necessidades de trocas e com isso aumentam as possibilidades de problemas de descontrole. 
Quando Afr(↓), o indivíduo tem menos desejo ou interesse em processar estímulos afetivos. São pessoas que preferem não estar envolvidas em situações emocionalmente intensas. Essa tendência neutraliza os problemas de descontrole, se existirem, pois evitarão as situações que os exacerbam.
Respostas S: Dependendo do grau em que interpreta os espaços em branco, o indivíduo mostrará uma busca de independência e autoafirmação que acentua os componentes mais individuais da pessoa, sem indicar nada de patológico, ou dará indícios de um estilo de oposição e negativismo que indica rejeição às demandas reais das situações e, com isso, dificuldades de adaptação. Assim, de modo geral, indica tendência à assertividade, busca de independência e autoafirmação ou negativismo, hostilidade e oposicionismo. S(=) indica que o indivíduo é capaz de se auto afirmar, dizer não e manter seus aspectos mais pessoais quando responde a exigências externas, ou seja, é um indicador de que a pessoa realiza esforços para manter sua autonomia. Quando S(↑), observa-se a presença de dificuldades de adaptação, pois os componentes hostis do indivíduo estão muito acentuados, indicando rejeição às demandas reais das situações. S(↓)não é significativo, portanto, não interpretar.
Blends:R: Nas respostas mistas, o indivíduo trabalha, simultaneamente, com mais de um determinante, desenvolvendo uma atividade cognitiva mais elaborada e difícil do que é esperado ou necessário. São produto de uma considerável atividade de análise e síntese dos elementos do campo de estímulos. Assim, quando o resultado for abaixo do esperado (↓) mostrará ou limitações intelectuais nas quais o funcionamento cognitivo do indivíduo é menos complexo do que caberia esperar, ou uma excessiva tendência à simplificação que produz empobrecimento psicológico e dificuldades no manejo da estimulação emocional complexa. Quando acima do esperado (↑), duas possibilidades devem ser consideradas: a) quando na presença de recursos abundantes, o aumento da complexidade pode ser benéfico, na medida que indica uma especial sensibilidade aos estímulos e uma boa capacidade de processá-los, o que vai enriquecer suas respostas às situações; b) quando na presença de recursos limitados ou problemas de controle ou modulação, haverá aumento das possibilidades de que se arrisquem a estabilidade e a coerência interna do indivíduo. 
CP – Cor Projetada: Trata-se de resposta pouco frequente, assinalando peculiaridades na reação do indivíduo à experiência afetiva. Refletem certa simplicidade emocional pela qual se procura encobrir sentimentos disfóricos (fraqueza, dor, ansiedade) pela introdução forçada de uma emoção eufórica, mas irreal. Quando CP > 0, o indivíduo tende a negar a presença de afetos não prazerosos e os substitui por falsas emoções.
Autoimagem
Autoimagem é a visão de si mesmo e corresponde à maneira como as características do self
estão representadas internamente – algumas baseadas em experiências reais e outras em experiências imaginárias. A Visão de si mesmo pode ser, algumas vezes, muito parcial e incompleta e outras mais integradas. A autoestima relaciona-se ao valor que essa representação possui, julgada com base em fontes externas. Assim, supõe uma estimação do valor pessoal frente a de outros, que também pode ser real ou imaginária e que influi nas avaliações das próprias condutas e no estabelecimento dos objetivos que o indivíduo se propõe atingir. Fazem parte deste agrupamento os seguintes dados:
3r+(2)/R (índice de egocentrismo): Este índice proporciona uma estimativa da auto preocupação da pessoa. Constitui uma medida da conduta de atenção que o indivíduo dirige a si mesmo, ou seja, seu nível de autocentramento e, em muitos casos, oferece também dados sobre a sua autoestima. 3r+(2)/R (↑)indica que o indivíduo tende a centrar-se em si mesmo muito mais do que é habitual, ou seja, terá uma preocupação inusual por seu próprio self, o que, com frequência, levará a um reduzido interesse pelo mundo exterior. São indivíduos que tendem a priorizar exageradamente seu ponto de vista, mostrando dificuldade para ver as coisas a partir de outras óticas, sendo mais difícil para eles se colocar na posição dos demais. 3r+(2)/R (↓) indica indivíduos que se preocupam pouco com suas necessidades, que não se consideram, de maneira suficiente, a si mesmos como foco de atenção e que têm uma imagem pessoal claramente desvalorizada. São pessoas que não confiam em seus próprios recursos e que se deixam influenciar excessivamente pelos demais, sem serem capazes de manter seus próprios pontos de vista. Quando o índice de egocentrismo é baixo, o autocentrismo e a auto estima são baixos.
Fr + rF: Assinalam a existência de componentes narcisistas integrados na organização da personalidade do indivíduo, que vão dar características especiais a seu funcionamento psicológico. Se Fr + rF > 0, indica a existência de um elemento dominante no conceito que a pessoa tem de si mesma, que traz consigo uma tendência marcada a superestimar a valia pessoal. Tendência a autoglorificação, que vai dominar ou, pelo menos, influir em grande parte nas percepções do mundo circundante e nas transações do indivíduo com o seu meio. A presença de reflexos pode ser interpretada como um elemento dificultoso ao alcance da maturidade pessoal e do equilíbrio das decisões e condutas do indivíduo. As características de tipo narcisista na organização da personalidade dão lugar a um estilo básico de resposta, que gera uma necessidade de reafirmação ou confirmação contínua e exagerada da própria valia.
FD ou FOOD: Tendência a apresentar comportamentos dependentes. Expectativa de que os outros serão tolerantes em relação às suas necessidades. 
An + Xy: Os dois componentes desta fórmula estão relacionados com um aumento da preocupação com o corpo, o que pode trazer informação sobre determinadas alterações da autoimagem e das atitudes em relação a si mesmo. Duas ou mais respostas deste tipo, o indivíduo estará mais preocupado do que o habitual com o seu funcionamento corporal.
MOR : Geralmente traz informações sobre o grau dos prejuízos da autoimagem e algumas características desse prejuízo. O emprego acumulativo de um determinado termo dos que usam para MOR, COMO MORTO, QUEBRADO, MACHUCADO, PODRE, ETC., FORNECE INDÍCIOS DE COMO O INDIVÍDUO CONCEBE A SI MESMO. Por outro lado, existem respostas MOR relativamente comuns, como “animais lutando que se feriram” e outras, muito mais terríveis, e que assinalam danos mais irreparáveis como “o feto morto e podre de uma mulher que abortou”; evidentemente, o material projetivo existente em ambas tem um alcance muito diferente para a compreensão dos prejuízos na autoimagem do indivíduo.
Relacionamento Interpessoal
As variáveis que formam este agrupamento representam algumas da necessidades, atitudes, preconceitos e estilos de resposta que o indivíduo mantém no campo de suas relações com os demais. Suas modalidades de percepção do meio e das interações que nele se produzem vão determinar, ou pelo menos influir, no estabelecimento de seus vínculos com outros semelhantes. Fazem parte deste agrupamento os seguintes aspectos:
CDI: representa uma medida das dificuldades do indivíduo no manejo da complexidade da vida cotidiana. Esperado valores muito baixos. Quando CDI ↑ 3, a pessoa tem problemas para enfrentar com eficiência as demandas comuns de seu meio social, de modo que assinalaria uma certa inaptidão ou déficit para tudo o que seja relacional. São indivíduos que tem tendência a ter problemas na interação com os que os rodeiam, costumam estabelecer relações pessoais mais superficiais e pouco duradouras e podem parecer, frequentemente, mais distantes, inaptos, frágeis ou menos sensíveis às necessidades e interesses do outro.
COP: Este tipo de resposta aparece em quase todos os protocolos de não pacientes. Supõem a atribuição de atitudes cooperativas às relações, elas representam a tendência a estabelecer vínculos positivos nos quais predominam os aspectos amáveis e acolhedores em relação aos demais. Sua presença pode ser entendida como sinal de prognóstico favorável, sendo um bom indicador para avaliar a oportunidade de uma alta terapêutica, embora não deva ser interpretada de maneira isolada, mas relacionada a outras variáveis, especialmente à presença de AG. 
AG: A codificação AG representam uma maior tendência a manter atitudes hostis em relação aos demais. Assim, quanto maior o número de Ag no protocolo, maior a probabilidade de condutas agressivas, tanto verbais quanto não verbais. Nessas pessoas são mais frequentes as atitudes negativas em relação ao meio, pois elas tendem a considerar o seu meio social carregado de agressividade e, ao ter assumido tal ideia, comportam-se como tal.
FOOD: Tendência a apresentar comportamentos dependentes. Expectativa de que os outros serão tolerantes em relação às suas necessidades. 
Isolate/R: Dado que todas as categorias de conteúdo, com exceção de Animal e Humano, aparecem com uma frequência muito baixa na maioria dos protocolos, parece lógico supor que um aumento significativo em qualquer uma delas possa ter importância interpretativa. Assim, o aumento do conjunto de Bt+Cl+Ge+Ls+Na, parecem estar relacionado com o isolamento ou o retraimento social. Um índice de isolamento acima da média, pode-se falar de sujeitos menos envolvidos que o habitual nas interações sociais. Esta situação se agrava se aparecem COP(↓) e Afr(↓), pois estas variáveis assinalariam que essa pessoa tem dificuldades sérias para estabelecer e manter relações interpessoais significativas e gratificantes. O índice de isolamento rebaixado não tem importância interpretativa.
H : (H) + Hd + (Hd): Indica a relação do interesse interpessoal. O esperado (10 anos em diante) que H pura seja maior do que (H) + Hd + (Hd), dado que assinala que a própria imagem e a percepção do outro estão fundamentalmente construídas sobre experiências reais e não sobre fantasias, ou seja, que o indivíduo baseou a maioria das formulações sobre si mesmo e sobre os demais em interações ocorridas com o meio externo. Quando (H) + Hd + (Hd) ↑ que H pura, trata-se de indivíduos menos amadurecidos ou com noções mais distorcidas sobre si mesmo e sobre os demais.
Neste caso, será necessário ver se predominam Hd ou (H). No primeiro caso Hd, o indivíduo tem uma percepção mais limitada e distorcida do ser humano (de si e do outro) e tenderá a manter uma estilo de contato retraído ou paranóico. No segundo caso (H), trata-se de uma auto-imagem e a percepção do outro baseadas em experiências imaginárias do que reais.
(H) + (A) : (H) + (Hd) + (Ad): Assinala a frequência de Para-Humanos e Para-animais no protocolo. Esperado uma frequência baixa desses conteúdos e um predomínio do lado esquerdo desta relação, de maneira que se a soma de ambos os lados for maior do que três em adultos, maior de quatro em adolescentes ou maior que cinco em crianças menores
de 13 anos, o indivíduo pode estar interpretando mal seu ambiente social e sua autoimagem, porque grande parte das suas conceitualizações vão se basear em dados imaginários.
 H + A : (H) + Hd + Ad: apreende a frequência de percepções parcializadas. Espera-se que predomine claramente o lado esquerdo, em uma proporção de 4:1. Quando o lado direito aparece aumentado, trata-se de indivíduos retraídos e que percebem com suscetibilidade o meio humano, tendo uma perspectiva distorcida de si mesmos e do seu meio social e tendendo a apresentar marcados componentes paranoicos.
Tipo de vivência, Recursos, Controle e tolerância ao estresse
O tipo de vivência (EB) refere-se a uma tipologia que indica como as pessoas funcionam de um modo mais ou menos típico ao resolver problemas e tomar decisões. Cada tipo revela um estilo diferente de lidar com as situações cotidianas que o caracteriza e torna suas ações mais ou menos previsíveis. Além do tipo de vivência, temos os recursos, controle e tolerância ao estresse. As variáveis pertencentes a este agrupamento referem-se às possibilidades ou à habilidade de um indivíduo para utilizar seus recursos disponíveis, formular e levar a cabo suas decisões e a atuar de forma eficaz para si mesmo. Assim, dizemos que uma pessoa apresenta uma capacidade de controle adequada quando, na maioria das vezes, pode iniciar e manter a direção de suas condutas ou, quando os estímulos irritativos que agem em seu interior não ultrapassam suas capacidades para procurar uma resposta significativa, de modo que a maioria ou todas as condutas estão sob seu controle. Em consequência, juntamente a uma capacidade de controle adequada existirá uma eficaz tolerância ao estresse, pois quanto maior for a capacidade para manter a direção da própria conduta, maior será a habilidade para suportar aumentos da tensão psíquica. Este tópico associa-se aos seguintes dados:
R: O número total de respostas (R) dadas ao teste está associado à capacidade de produzir ideias e à produtividade sob o ponto de vista quantitativo em geral (mínimo necessário 14), um número maior que 25 (a média e cerca de 22respostas) significa capacidade para ser produtivo e, portanto, é um índice de bom potencial intelectual. Quando o R está elevado (↑) associa-se à energia e motivação. Quando o R está rebaixado (↓) é indicativo de inibições, resistências e desinteresse.
Lambda (L): mede a proporção de respostas de forma pura que o indivíduo oferece. Nos mostra o conjunto de ocasiões nas quais o indivíduo simplifica suas percepções, ou seja, naquelas em que elimina, como dados significativos, para incluir na articulação verbal das respostas, todos aqueles que, estando no campo de estímulos (cor, claro-escuros, perspectiva, etc) não são Forma, utilizando somente o controle intelectual e evitando processar emoções e atribuir complexidade a seus perceptos. Quando Lambda (L)↑ mostra que o indivíduo simplifica excessivamente suas percepções, evitando com isso processar a emoção e deixar-se invadir pelos afetos. Dada a excessiva simplificação, acaba por perder a captação de aspectos-chave da informação externa e, com isso, suas respostas acabam por ser menos ricas, matizadas e adaptativas quanto seu desenvolvimento cognitivo lhe permitiria elaborar se não existisse esse estilo superelaborador.
EB: Ou tipo de vivência, caracteriza um estilo preferencial de resolver problemas ou enfrentar as situações de vida. Um lado da proporção deve ser pelo menos 1 ponto maior que o outro para caracterizar os estilos introversivo e extratensivo. Apura-se o EB por meio da comparação das respostas de movimento humano (M), em relação à soma ponderada de todas as respostas de cor (C). Quatro tipos de vivência ou EB são possíveis:
- Introversivo - (M>WSumC): Indivíduos, cujas as respostas de movimento humano se encontram em maior quantidade que a soma ponderada de respostas de cor, que se caracterizam pela preferência em usar a ideação ou deliberação racional para resolver problemas. Possuem a tendência a apresentar dificuldades para agir. Tende a usar a vida mental nas gratificações básicas. Prefere deixar as emoções no nível periférico. Prefere atrasar ações para considerar todas as alternativas antes de responder. Prefere uma lógica precisa e não complicada; evita ensaio e erro e é menos tolerante quando os erros ocorrem. Pessoas mais contemplativas do que expressivas.
- Extratensivo – (M<WSumC): Preferência por usar interações e trocas afetivas com o ambiente para obter gratificações. Tendência a mesclar emoções com atividade cognitiva na resolução de problemas, o que pode gerar padrões mais complexos de ideação. Maior tendência à labilidade e irritação. Tendência a usar estratégias de ensaio e erro no enfrentamento de problemas e maior tolerância aos erros. Aceitação de sistemas lógicos não tão precisos e marcados por ambiguidades. Preocupam-se menos em postergar ou modular experiências afetivas. Contato com as pessoas é mais importante que resolver os problemas. Pessoas mais expressivas do que contemplativas. 
- Ambigual – (M=WSumC): Indivíduos mais inconsistentes que usam o afeto e a ideação aleatoriamente, com menor eficiência para resolver problemas. Pessoas imprevisíveis e com mais dificuldade de adaptação.
- Coartado – (M=WSumC=0): A pessoa não apresenta respostas M nem respostas de cor. Neste caso, o formalismo, a rigidez, o distanciamento das experiências com menor envolvimento pessoal com o mundo exterior ou interior costuma provocar um funcionamento mental superficial e simplificado.
EA (Experiência Efetiva): Índice de recursos acessíveis para formular decisões e implementá-las para lidar com as demandas experienciadas. Extensão que os recursos estão organizados de maneira acessível tanto à ideação deliberada quanto à experiência afetiva. Valores acima da média, ou seja, EA (↑) indicam que a pessoa consegue mobilizar recursos para atender as demandas, seja pensando sobre as demandas do ambiente, seja experimentando e expressando sentimentos sobre as situações, sendo EA (↓), o contrário.
EBPer: A presença assinala um estilo de caráter rígido, mostrando uma falta de flexibilidade que pode incapacitar o indivíduo a se adaptar com agilidade às demandas de novas situações. Trata-se de uma preferência básica de resposta, tornando-se um obstáculo para a tolerância a situações de estresse, pois o indivíduo adulto vive habitualmente em um mundo que se modifica, onde surgem continuamente situações novas e complexas.
eb: ou experiência de base. No que se refere as suas relações com o controle e tolerância ao estresse, interessa saber que seus componentes se referem à estimulação não deliberadamente iniciada, e, com isso, seu aumento acima dos recursos acessíveis para o indivíduo provoca situações de sobrecarga. Nelas, a pessoa não consegue organizar sua conduta em função das exigências externas das situações, mas o excesso de estimulação interna interfere no processamento da informação e no ajustamento das respostas, diminuindo bastante sua eficácia. O aumento da tensão interna predispõe a situações de perda de controle, pois tende a agir de maneira impulsiva, em função da pressão da própria estimulação.
es: estimulação vivenciada. Trata-se de de um índice bruto sobre a experiência de estimulação interna vivida pelo indivíduo, tais como irritação, desconforto ou incômodo. É composto de estímulos que agem no interior da pessoa, sem que esta deliberadamente os inicie ou possa fazê-los parar de modo direto. Representam disparadores de tensão interna diante dos quais é necessário gerar condutas deliberadas para poder recuperar a homeostase, agindo como sistemas de sinais que incitam à ação. Sua ausência não representa um sinal favorável.
es – (Estimulação Sentida): Nível de demandas emocionais e ideacionais impostas sobre as pessoas pelos eventos internos e externos de suas vidas. Está associado a atividades mentais fora da esfera do controle consciente. Quando acima do esperado, ou seja, es(↑) indica maior probabilidade de que a intensidade
e frequência da estimulação vivenciada sejam mais exigentes do que as ações que a pessoa é capaz de preparar e implementar no momento. Indica que a pessoa não forma decisões adequadamente e não as implementa totalmente. São pessoas vulneráveis à impulsividade no pensamento e/ou comportamento. Quando es (↓) ocorre exatamente o contrário.
D = EA-es (Manejo do Estresse): Verifica-se se o resultado da subtração ente EA – es é positivo ou negativo. Constitui-se no índice dos recursos disponíveis que o indivíduo conta para iniciar condutas deliberadas, ou seja, aqueles que ele pode “agarrar” para tomar decisões e as pôr em prática. Se EA supera es, é alto o controle, o que indica maior tolerância ao estresse (recursos abundantes em relação às demandas). Se es é maior que EA, a hipótese é de que exista um baixo controle em situações estressantes, dificultando a tomada adequada de decisões (recursos insuficientes em relação às demandas).
Adj es: ou es Ajustada reflete os aspectos da estimulação interna mais crônicos e persistentes (FM, V, C’ e T) retirando as instáveis (m e Y).
Adj D: ou D Ajustada constitui-se num excelente indicador da capacidade do indivíduo para manter o controle e direção de suas condutas em condições habituais, retirados os fatores de sobrecarga situacional. Em adultos, espera-se que apresentem uma D Ajustada no intervalo zero, o que equivale a dizer que existe uma tolerância adequada diante das tensões da vida cotidiana, de modo que somente diante de circunstâncias de estresse intenso, prolongado ou inesperado os controles do indivíduo poderiam falhar de maneira significativa. Se D Ajustada ↑ (atinge valores +1, +2, etc.) o indivíduo possui uma capacidade de controle e tolerância ao estresse fora do comum, pois conta com muitos recursos disponíveis para manejar folgadamente suas necessidades e tensões, e responder ás demandas que lhe se apresentam. D Ajustada ↓ (menor que zero), estamos diante de uma pessoa que tem a sua disposição menos recursos dos requeridos para enfrentar seus disparadores internos. São indivíduos sobrecarregados, que recebem mais estimulação irritativa do que seus recursos permitem para gerar respostas destinadas a enfrentar e recuperar a homeostase. Predispõe a um funcionamento ineficaz.

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