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CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DO CEARÁ AMANDA A. DA R. VASCONCELOS DAVID DE SOUSA RIBEIRO RAYANNE OLIVEIRA MOTA 1 2 2 4 ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL versus ORIENTAÇÃO VOCACIONAL E AS HABILIDADES REQUERIDAS DO ORIENTADOR 1 2 2 4 5 FORTALEZA 2017 Tanto a Orientação Vocacional quanto a Orientação Profissional são processos importantes que podem ser solicitados em qualquer altura da vida e, embora se completem e se assemelhem em certos aspectos, são duas questões diferentes. Alguns autores afirmam que o termo orientação vocacional esteja obsoleto, pois ele é voltado apenas para a "descoberta" de uma profissão baseada em características psicológicas das pessoas. Porém, atualmente, sabe-se que não é somente isso que influencia a escolha profissional, mas também o conhecimento de mercado, carreira, profissões, etc. Então a orientação profissional levaria em conta mais fatores para a escolha profissional. Há também a diferença de que orientação profissional é aplicada a pessoas já inseridas no mercado de trabalho, não somente alunos. “O conceito vocacional tem sido entendido como referente à vocação. Vocação, do latim vocatione, significa ato de chamar, escolha, chamamento, predestinação, tendência, disposição, talento, aptidão. O conceito profissional é definido “como respeitante ou pertencente à profissão, ou a certa profissão”; “que exerce uma atividade por profissão ou ofício”…” (Melo-Silva, Lassance, & Soares, 2004, p.3) Vocacional é um termo que surge a partir da palavra vocação, que vem do latim vocatione e significa predestinação. Segundo Parsons (1909), a orientação vocacional pode ser dividida por princípios como: compreensão de si mesmo, conhecimento de requisitos e condições de sucesso, e por último, uma resultante destes dois fatores. Sendo assim, esta é centrada em descobrir as aptidões e interesses do sujeito em questão e em que área o mesmo faria melhor uso de seus conhecimentos prévios, interesses e ferramentas. A orientação vocacional pretende ajudar a pessoa a conhecer o seu perfil e, assim, perceber quais são suas áreas de interesse, o que vai bem além dos testes. Porém, oferecer apenas algumas opções de carreira pode deixar o avaliado sem respostas concretas o suficiente. “É nessa lacuna que a orientação profissional se consolida, já que para optar por determinada carreira é preciso ter conhecimento da mesma” - explica André Moraes, sócio-diretor da Talento e Profissão, empresa especializada em orientar jovens quanto à escolha profissional. A orientação profissional está diretamente ligada com o comportamento e aspirações pessoais. O conceito de orientação profissional, segundo a perspectiva da psicologia educacional, trata-se da ajuda dada a um indivíduo para fazer uma escolha adequada ao seu progresso profissional, de acordo com as suas características em relação com a oferta existente no mercado de trabalho. Ou seja, a orientação profissional tem como base uma oportunidade pré-existente dentro de uma área na qual o indivíduo já se encaixe e/ou apresente interesse, orientando assim o profissional como melhor se colocar diante dela. Constitui-se como um método complementar, que pode tornar a decisão mais embasada. No processo de orientação profissional, busca-se auxiliar o indivíduo na descoberta de seus conhecimentos e de suas habilidades, assim como conhecer as fontes de treinamento para aprimorar as suas competências profissionais. Estudos apontam a necessidade de uma boa formação do profissional de psicologia que venha a trabalhar como orientador profissional, caracterizando a necessidade de que os professores incentivem esses futuros profissionais a serem criativos e reflexivos por meio da transposição didática. Tendo em vista que a transposição didática implica na transformação dos saberes para que possam ser ensinados, em relação a formação do orientador profissional, tal transformação deve levar em consideração os três aspectos inerentes a este processo: o conhecimento teórico, a habilidade prática e a condição pessoal necessárias ao profissional. No que se refere à habilidade prática, este aspecto pode ser desenvolvido da mesma forma do que o aspecto anterior. É fundamental que o psicólogo seja registrado no CRP de sua região e tenha cursos/formações na área de Orientação Profissional, Avaliação Psicológica e conhecimentos de testes. Os psicólogos que fazem aconselhamento de carreira usam modelos auto- refletivos desenvolvidos pela psicologia do eu, pela psicologia centrada no cliente, pelas terapias cognitivas, e outros modelos que conceitualizam o eu e que clarificam as escolhas através de atividades de atribuição de sentido como sejam a clarificação de valores, exercícios de formação da identidade e a análise das narrativas de vida (Savickas, p.29). A avaliação psicológica de uma pessoa que pretende escolher a sua carreira não pode estar ligada somente aos testes. Isoladamente, eles não são suficientes. É necessária uma análise do contexto socioeconômico, familiar, político, dentre outros aspectos, da pessoa, através também de observação e entrevistas. Os vinte minutos de aplicação de uma avaliação não podem ser tão decisivos. Tendo estes aspectos em vista, se faz necessário um acompanhamento terapêutico que leve o indivíduo ao autoconhecimento de suas aspirações pessoais e no âmbito trabalhista. No que concerne à orientação vocacional e profissional de adolescentes, a par dos inventários, o psicólogo tem à sua disposição outras técnicas e estratégias como a comparação entre a aptidão intelectual e as discrepâncias entre as aspirações do adolescente e as expectativas profissionais deste e dos pais, de acordo com testes necessários para esse efeito (Noronha & Ambiel, 2006). Especialistas brasileiros na área de orientação profissional indicam que para uma intervenção eficaz, deve-se analisar todo o contexto por meio de métodos e instrumentos psicológicos, de modo a disponibilizar serviços adequados, fundamentados teórica e empiricamente. “Ser psicólogo implica, logicamente, deixar de ser qualquer outra coisa [...]” (BOHOSLAVSKY, 1993 apud ANDRADE, MEIRA & VASCONCELOS, 2002). Levando esse pressuposto em consideração, é necessário que o psicólogo esteja sempre atento e se renovando diante das novas perspectivas sociais, econômicas e práticas, estando também ciente das mudanças no mercado de trabalho. As qualidades desejáveis ao orientador seriam: uma sólida formação teórica em psicologia, principalmente psicologia educacional e do desenvolvimento, conhecimento em dinâmicas de grupo, técnicas de exploração da personalidade e psicopatologia, prática clínica, empatia, equilíbrio emocional para colocar-se no lugar do outro, reconhecimento de sua própria ideologia, respeito pelos outros e aceitação dos seus limites. Referências ANDRADE, Josemberg M. de, MEIRA, Girlene R. de Jesus Maja, & VASCONCELOS, Zandre B. de. (2002). O processo de orientação vocacional frente ao século XXI: perspectivas e desafios. Psicologia: Ciência e Profissão, 22(3), 46-53, Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98932002000300008. Acessado em 25/09/2017 MELO-SILVA, L-M., LASSANCE, M.C.P., & SOARES, D.H. (2004). A Orientação Profissional no contexto da Educação e Trabalho. Revista Brasileira de Orientação Profissonal. 5(2), p.31-52. Acessado em 26/09/2017 em http://atividadeparaeducacaoespecial.com/wp- content/uploads/2014/09/educa%C3%A7%C3%A3o-e-trabalho.pdf MOURA, Amanda. Entendendo a diferença entre orientação profissional e vocacional. O GLOBO (2011). Disponível em https://oglobo.globo.com/economia/emprego/entendendo-diferenca-entre-orientacao-profissional-vocacional-2745279. Acessado em 26/09/2017. NORONHA, A.P.P., & AMBIEL, R.A.M. (2006). Orientação profissional e vocacional: análise da produção científica. Psico-USF, V.11, nº1, p.75-84. Acessado em 25/09/2017 em http://www.scielo.br/pdf/pusf/v11n1/v11n1a09.pdf
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