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RESUMO COMPLETO EMPRESARIAL

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RESUMO DIREITO EMPRESARIAL III – AV1
AULA 15/02/17
TÍTULOS DE CRÉDITO
É um documento que tem como objetivo representar o crédito.
O crédito se pauta em dois fundamentos: confiança e lastro temporal. Ex.: entreguei o título hoje para pagar um bolsa à Maria (confiança), mas o pagamento só ocorrerá daqui 30 dias, por exemplo. Portanto, sempre tem esse lastro temporal.
Alguns doutrinadores começaram a questionar se o cheque (não é o pré-datado) seria um título de crédito porque não haveria esse lastro temporal. Isto porque o cheque seria ordem de pagamento à vista. Ex.: se eu emitir um cheque hoje para pagar a bolsa, a Maria poderá ir lá no caixa sacar o dinheiro. No entanto, isso caiu por terra e hoje é pacífico que o cheque é sim um título de crédito, pois ainda que esse tempo seja curto, existe um lastro temporal. 
LETRA DE CÂMBIO: ainda é utilizada no meio rural
LEI UNIFORME DE GENEBRA (LUG): tratado internacional cujo objetivo foi a uniformização da disciplina jurídica dos títulos de crédito. A incorporação desta lei deu origem ao Decreto 57.663/66. Tal decreto tem por base dois títulos de crédito, que são a letra de câmbio e a nota promissória. Entretanto, é norma supletiva que se aplica aos demais títulos de crédito. 
CHEQUE: Lei 7357/85
DUPLICATA: Lei 5474/68
Obs.: Art. 903, CCB – o disposto no código civil só se aplica aos títulos de crédito se não houver lei especial. Logo, ele só regula títulos de créditos atípicos.
CONCEITO DE TÍTULOS DE CRÉDITO
Art. 887. “O título de crédito, documento necessário ao exercício do direito literal e autônomo nele contido, somente produz efeito quando preencha os requisitos da lei”.
O artigo 887, CCB traz o conceito de título de crédito: são documentos necessários (1) ao exercício do direito literal (2) e autônomo(3) nele contido.
PRINCÍPIOS
1 – PRINCÍPIO DA CARTULARIDADE: vem de cártula, de papel, de documento, ou seja, você precisa da cártula (do papel) para exercer o direito contido nele.
Obs.: art. 889, §3º do CCB – “O título poderá ser emitido a partir dos caracteres criados em computador ou meio técnico equivalente e que constem da escrituração do emitente, observados os requisitos mínimos previstos neste artigo”.
Tal dispositivo permite a criação de títulos de crédito por meio de computador. A partir disso surge a discussão se existem títulos de crédito virtuais. Assim, o princípio da cartularidade seria relativizado. Para Luiz Emyddio tal princípio deveria ser substituído pelo princípio da incorporação ou imagem de incorporação. Logo, você não necessariamente precisa apresentar a cártula, mas pelo menos uma imagem. Sendo que nesta imagem você teria um direito incorporado nela.
Ocorre que isto ainda é tecnicamente inviável, visto que todo os títulos de crédito são documentos formais. Isto é, são documentos que para ter validade jurídica como título de crédito precisam preencher requisitos legais trazidos pelo art. 1º da LUG. Logo, faltando qualquer um deles o documento não tem validade jurídica. Sendo que um desses requisitos exigidos é a assinatura de quem emite o título. Embora no meio virtual exista a assinatura digital, é preciso destacar que só terá acesso àquele documento quem tem a chave pública e os títulos de crédito não raras vezes possuem mais de uma assinatura e na assinatura digital isso ainda não é possível.
Ex.: Luciana recebeu um cheque nominal de terceiro; ela quer comprar o tênis do Wallace com este cheque que é no valor de R$500,00. Para isso ela assina no verso do cheque (endosso) e entrega ao Wallace; quando ela faz este endosso ela está transmitindo esse crédito para o Wallace. Então, se o Wallace for no banco para sacar o dinheiro o banco irá pagar. No entanto, caso não tivesse ocorrido o endosso (assinatura no verso) o banco não faria esse pagamento ao Wallace.
Portanto, o ENDOSSO é uma mera assinatura. É o ato pelo qual eu faço circular o crédito.
2 – PRINCÍPIO DA LITERALIDADE: o direito contido no título é aquele que está literalmente ou exatamente descrito nele. Nada mais, nada menos.
AULA 21/02/17
3 – PRINCÍPIO DA AUTONOMIA (PROVA): este princípio subdivide em dois subprincípios – abstração e inoponibilidade das exceções pessoais ao 3º de boa-fé.
Exemplo: WALLACE emitiu nota promissória para LEIDIANE no valor de 5 MIL REAIS com vencimento em 20/03/17; LEIDIANE usou essa nota promissória para pagar o RÔMULO. Para isso ela pega o verso do título e assina nele, ou seja, faz um ENDOSSO. Quando ela faz essa assinatura ela estará transmitindo o crédito que é dela, para o RÔMULO; RÔMULO utiliza essa mesma nota promissória para pagar a BAIANA. Para isso ele também assina no verso (faz um endosso) e entrega a nota promissória para a BAIANA. 
WALLACE ---------5.000,00------------ LEIDIANE--------5.000,00----------RÔMULO---------5.000,00------------BAIANA
Em todos os títulos de crédito, no dia do vencimento o credor tem que apresentar o título ao devedor. Então, no dia 20/03/17, a Baiana tem que apresentar o título ao devedor principal. 
DEVEDOR PRINCIPAL é aquele que quando quita o título faz com que todas as demais obrigações presentes no título sejam extintas, inclusive aquela que deu origem a ele.
Neste exemplo temos algumas obrigações: se o Wallace paga o título, todas as demais obrigações serão extintas inclusive a dele, que deu origem ao título.
Imagine que a Baiana foi no Wallace e ele diz que não irá pagar. Wallace alega que Leidiane comprou bebida contrabandeada de Rômulo e que isso representa vício do negócio jurídico (objeto ilícito), ou seja, esse vício contamina o negócio jurídico (título) e por isso não irá pagar. Ocorre que tal situação não seria razoável.
Portanto, pelo princípio da abstração, o título de crédito se abstrai do negócio jurídico. O título só representa uma relação de crédito e débito. Razão pela qual o vício do negócio jurídico não contamina o título, pois o objetivo principal dos títulos de crédito é a circulação do crédito.
A abstração vem dizer que o título de crédito se abstrai do negócio jurídico. Portanto, se o negócio estiver viciado, isto não contaminará o título de crédito.
No Direito Cambial a única coisa que se discute é a relação de crédito e débito. Isto é, quem deve? Quanto deve? Quando tem que pagar? Já o Direito Civil discute o negócio jurídico, ou seja, o porquê deve?
A ação para se discutir o negócio jurídico é um processo de conhecimento. Ao final, você chega na constituição de um direito e só depois você parte para a execução. Já nos títulos de crédito, se eu tenho o título o direito já está constituído. Logo, a ação será de execução.
Ex.: uma empresa comprou produtos alimentícios; ao receber a mercadoria a empresa pagou o motorista do caminhão com um cheque; motorista endossou o cheque e repassou ao posto de combustível; empresa viu que parte da mercadoria estava estragada e sustou o cheque. No entanto, a empresa terá que pagar o cheque ao posto, pois se trata de um terceiro de boa-fé.
Assim, o vício do negócio jurídico só não contamina o título também por conta do princípio da inoponibilidade das exceções pessoais ao terceiro de boa-fé. Como ocorreu no caso do posto de combustível e da Baiana.
Inoponibilidade significa que não pode ser alegado vícios do negócio jurídico ao terceiro de boa-fé. Portanto, a abstração e a inoponibilidade proporcionam a autonomia. Logo, a AUTONOMIA significa que as obrigações presentes no título são autônomas e por essa razão o vício de uma não contamina a outra.
ATENÇÃO: a partir do momento que o título vai circulando forma-se a cadeia cambial. Em todos os títulos de crédito, venceu o título, o credor tem que buscar o devedor principal. Este pagando, extinguem as demais obrigações. Caso o devedor não pague o credor terá que fazer prova no título que este não foi pago pelo devedor principal. Esta prova é feita através de um PROTESTO por falta de pagamento (meio de prova), ou seja, um meio de coagir o pagamento, um meio de se provar o descumprimento de uma obrigação. Com o título protestado o credor passa a ter o direitode ação em face do co-devedores.
Obs.: no exemplo da Baiana, ela não precisa ter o título protestado para cobrar do Wallace, mas se ela protestou o título ela poderá cobrar do Wallace (devedor principal) e ainda de qualquer co-devedor, ou seja, poderá cobrar da Leidiane ou do Rômulo também. Logo, o direito de cobrar dos co-devedores vai surgir com o título protestado, salvo cláusula em contrário. Assim, com o título protestado a Baiana poderá cobrar de qualquer um independente da ordem.
ATENÇÃO: só se obriga no título quem assina nele. 
Ex.: Imagine que a Baiana foi buscar o pagamento na Leidiane; se a Leidiane pagar para Baiana, esta satisfez seu direito, assim como Rômulo. Agora, a Leidiane só satisfez a obrigação de devedora e não de credora. Assim, quando alguém da cadeia paga extingue tudo que está para baixo e restará para essa pessoa o direito de cobrar de quem está em cima.
Obs.: só pode protestar depois de cobrar do devedor principal. Ocorre que é comum na prática ao invés de ir no devedor principal já ir direto no cartório do protesto porque o protesto tem um procedimento de intimação do devedor. O protesto intima o devedor para pagar e se ele paga o título não vai ser protestado. Se ele não paga já é registrado o protesto e já vai ter a prova que o devedor principal não pagou o título.
A partir do momento que o título começa a circular e surge a cadeia cambial, todos que se obrigaram no título passam a ser devedores solidários, porém, a solidariedade cambial difere da civil conforme se vê abaixo:
Ex.: solidariedade civil. Professora vendeu a casa para Helen, Rogério e Luciana por 900 mil; se os três não pagarem a professora poderá acionar os três e cada um paga 300 mil ou aciona um deles e este paga os 900 e terá o regresso em relação aos demais de 300. Já na solidariedade cambial cada um não se obriga pela sua quota parte, mas sim pelo todo. Outra diferença é que na primeira se o Rogério for incapaz irá contaminar o negócio, já na cambial isso não ocorre.
	SOLIDARIEDADE CIVIL
	SOLIDARIEDADE CAMBIAL
	PODE SER LEGAL OU CONVENCIONAL
	É SEMPRE LEGAL (se endossou o título já se torna devedor solidário. No entanto, essa solidariedade só surge depois que o devedor principal não paga)
	O VÍCIO DE UMA OBRIGAÇÃO CONTAMINA AS DEMAIS
	AS OBRIGAÇÕES SÃO AUTÔNOMAS (o vício de uma não contamina as demais)
	CADA DEVEDOR SE OBRIGA POR UMA QUOTA PARTE
	CADA DEVEDOR SE OBRIGA PELO VALOR INTEGRAL DO TÍTULO
	AS OBRIGAÇÕES SÃO SIMULTÂNEAS (eles se tornam devedores solidários ao mesmo tempo)
	AS OBRIGAÇÕES SÃO SUCESSIVAS
Obs.: por serem tão diferentes o professor Fábio Ulhoa defende que não há solidariedade cambial.
AULA 22/02/17
Relembrando aula passada.... Ex.: Natália emitiu nota promissória de 2 mil para pagar Rômulo; Rômulo compra excursão do Sérgio; Sérgio compra notebook do Rogério e Rogério compra os livros da Leidiane. No dia 22/03/17 (data do vencimento) a Leidiane vai buscar no devedor principal (Natália). Caso a Natália não pague, Leidiane terá que fazer um protesto por falta de pagamento. Protestando, surge o direito de ação para Leidiane cobrar dos co-devedores e inclusive do devedor principal.
Obs 1.: Natália é devedora principal porque ela é a única que quando pagar o título vai extinguir todas as demais obrigações presentes nele. Obs 2.: devedor principal nem sempre é aquele que emitiu o título, embora seja assim na nota promissória. No entanto, na letra de câmbio e duplicata por exemplo, não é assim.
CARACTERÍSTICAS DOS TÍTULOS DE CRÉDITO
1 – DOCUMENTOS FORMAIS: todos os títulos de crédito são documentos formais. Isso significa dizer que eles precisam preencher os requisitos legais para terem validade jurídica como título de crédito. O Art. 75 da LUG (dec. 57.663/96) traz todos os requisitos da nota promissória. Assim, faltando qualquer um dos requisitos não terá validade jurídica como nota promissória Ex.: não colocou o nome nota promissória
2 – TÍTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL: significa que todo título de crédito pode ser objeto de uma execução. Para entrar com uma execução judicial você precisa de um título executivo. Esse título executivo já é um título que tem um direito constituído. É um título que tem liquidez (representa um valor certo), certeza (da existência da dívida porque tem a assinatura do devedor e daqueles que endossaram) e exigibilidade (a partir do vencimento o valor se torna exigível). Portanto, todo título executivo enseja essas três características.
Título executivo judicial é uma sentença, ou seja, já teve todo processo de conhecimento e ao final foi sentenciado que João deve para Maria 2 mil reais. Neste caso tem-se um título executivo judicial. Já o título de crédito não é resultante de um processo judicial. Logo, é um título executivo extrajudicial.
3 – TÍTULO DE APRESENTAÇÃO: decorre do princípio da cartularidade, ou seja, precisa apresentar o título para obter o direito contido nele.
4 – DOCUMENTOS DE RESGATE: significa que é possível resgatar o valor do título a qualquer tempo, mesmo antes do vencimento.
Muito empresário trabalha vendendo a crédito. Ocorre que chega em determinado momento que ele tem muito crédito para receber, mas não tem dinheiro para pagar conta. Daí ele pode se valer de uma operação bancária denominada desconto bancário.
Ex.: uma malharia vendeu para um loja um número grande de camisas; essa loja emitiu então uma duplicata; essa duplicata vence em 22/03/17; ocorre que a malharia precisa de dinheiro hoje; ela então vai ao banco e celebra um contrato de desconto bancário; ela pega esse título de crédito e faz um endosso transmitindo o título para o banco; o banco então já antecipa o valor do título para a malharia descontando uma taxa “x” (título de 10 mil – 1000 taxa e entrega para malharia apenas 9 mil reais). Caso o cliente não pague o banco tem o regresso em relação a malharia.
5 – ENSEJAM OBRIGAÇÃO QUESÍVEL: o título de crédito é quesível (querable) porque o credor vai atrás do devedor para receber. Já na “portable” o devedor vai atrás do devedor. 
6 – NATUREZA “PRO SOLVENDO”: em regra os títulos são pro solvendo, ou seja, são emitidos para o pagamento de um negócio jurídico. Agora, desde que haja cláusula expressa, é possível que o título seja emitido com natureza pro-soluto. Significa dizer que o negócio jurídico se aperfeiçoa com a mera entrega do título e não com seu pagamento. 
Ex.: se a nota promissória emitida pela Natália tivesse sido emitida com natureza pró soluto, no momento que ela entregou o título para o Rômulo e pegou o celular o negócio jurídico já está finalizado. Aí imagina que ela pegou o celular e descobriu que está com defeito. Ela não poderá devolver, não poderá discutir o negócio jurídico. Logo, a única alternativa será executar o título.
Ex.: Luciana vendeu casa para o Rômulo que pagou com uma nota promissória no valor de 2 milhões; se não tem cláusula expressa a nota promissória foi em caráter pró-solvendo (se aperfeiçoa com o efetivo pagamento); no dia do vencimento o Rômulo não pagou; Luciana poderá desfazer o negócio jurídico ou executar o título. Já se fosse pró-soluto não poderia desfazer, mas tão somente executar a nota promissória.
Obs.: é possível que títulos de crédito sejam emitidos vinculados à contratos. Ocorre que isso não está de acordo com a natureza do título porque acaba inviabilizando sua circulação, pois se essa vinculação consta na nota promissória os vícios poderão ser alegados ainda que o terceiro esteja de boa-fé.
7 – OBJETIVAM A CIRCULAÇÃO DE CRÉDITO: todo título de crédito objetiva a circulação do crédito.
AULA 07/03/17
Relembrando aula passada... Ex.: Leidiane emitiu nota promissória no valor de 5 mil para comprar cadernos do Rômulo com vencimento em 07/04/17; Rômulo endossou esta nota promissória para comprar o notebook do Sérgio; Sérgio endossou a nota promissória e comprou a TV de 50 polegadas da Paula; Paula endossou a nota e comprou a TV da Maria Cláudia; no dia do vencimento a Maria Cláudia deverá buscar o pagamento junto a Leidianeporque ela é a devedora principal; Lembrando que devedor principal é aquele que quando paga o título extingue todas as demais obrigações representadas nele e inclusive a que deu origem a ele; Porém, se a Leidiane não pagar a Maria deverá fazer um PROTESTO POR FALTA DE PAGAMENTO e aí depois poderá cobrar de qualquer um independente da ordem
CLASSIFICAÇÃO DOS TÍTULOS DE CRÉDITO
A – QUANTO AO MODELO
LIVRE: você sempre tem que atentar para os requisitos legais (títulos de crédito são documentos formais, faltando um dos requisitos não terá validade jurídica como título de crédito). Mas no que diz respeito ao modelo (design) a nota promissória e a letra de câmbio têm um modelo livre, ou seja, você pode constituir tais títulos de qualquer forma. Isto é, têm um modelo determinado. Ex.: desde que atenda aos requisitos legais a nota promissória pode ser feita, por exemplo, numa folha de caderno. 
VINCULADO: possui um modelo determinado ex.: cheque
Obs.: a duplicata tem divergência, mas está mais para ser vinculada.
B – QUANTO À HIPÓTESE DE EMISSÃO
CAUSAL: é aquele que só pode ser emitido em razão de um negócio jurídico específico, determinado (que é a compra e venda mercantil à prazo ou prestação de serviço). Por exemplo, no compra dos cadernos do Rômulo pela Leidiane, ela não poderia ter emitido uma duplicata. Isso porque a duplicata é um título causal e só pode ser emitida em razão de compra e venda mercantil à prazo ou prestação de serviços nos termos da lei de duplicata. Frise-se que compra e venda mercantil é aquela realizada entre empresários (comprador e vendedor são empresários).
NÃO CAUSAL (abstrato): é aquele que pode ser emitido em decorrência de qualquer negócio jurídico. Por exemplo, você vai comprar um livro na livraria você pode emitir um cheque; você vai fazer uma doação para uma instituição você pode emitir um cheque. Veja, o cheque, a nota promissória e a letra de câmbio podem ser emitidos em razão de qualquer negócio jurídico.
C – QUANTO À ESTRUTURA
PROMESSA DE PAGAMENTO: é como a nota promissória. No título, há só alguém prometendo pagar outra pessoa. S estrutura do título é: SACADOR (emitente) ----------promete pagar ao------ TOMADOR (beneficiário). Ex.: nota promissória
ORDEM DE PAGAMENTO: tem títulos que a estrutura não é de promessa, mas de ordem de pagamento. Por exemplo: no CHEQUE aparece que o devedor (correntista) deu uma ordem para que o banco pague ao credor do cheque. Portanto, na ORDEM DE PAGAMENTO surgem três figuras:
SACADOR (quem emite o título) --------dá uma ordem para o------- SACADO (que no exemplo do cheque é o banco) ----e o sacado vai pagar para o --------TOMADOR (beneficiário)
Ex.: cheque, duplicata e letra de câmbio.
D – QUANTO À CIRCULAÇÃO
Primeiro, é preciso esclarecer que o título pode ser NOMINAL (é aquele que tem a identificação do seu credor) ou AO PORTADOR (não tem a identificação do credor, mas o credor é quem porta o título. Ex.: cheque abaixo de 100 reais). Portanto, o título ao portador circula por mera tradição. Já no título nominal, o devedor só deve pagar para quem está indicado no título como credor. Portanto, o título nominal não pode circular só por mera tradição. É necessário que seja feito um endosso. Logo, título nominal circula por endosso e o que autorização a circulação do título por endosso é a cláusula à ordem, ou seja, é ela que autoriza a circulação por endosso.
NOMINAL À ORDEM: título que possui a CLÁUSULA À ORDEM (AO). Título nominal à ordem só pode circular por endosso ou cessão de crédito. Ex.: pago por esse cheque a fulano de tal ou à sua ordem.
NOMINAL NÃO À ORDEM: Cláusula NÃO À ORDEM é que impede a circulação do título por endosso. Pode circular desde que por cessão de crédito.
Art. 11 da LUG – “Toda letra de câmbio, mesmo que não envolva expressamente a cláusula à ordem, é transmissível por via de endosso”. 
Alínea 1ª “Quando o sacador tiver inserido na letra as palavras "não à ordem", ou uma expressão equivalente, a letra só é transmissível pela forma e com os efeitos de uma cessão ordinária de créditos”. 
ATENÇÃO: muito comum cair em prova a seguinte frase: o cheque não à ordem não pode circular ou a cláusula não à ordem inviabiliza a circulação do título. Tais afirmativas estão ERRADAS, pois independente disso todos os títulos vão poder circular por CESSÃO DE CRÉDITO (é um instituto do direito civil). Então se um título circular por cessão de crédito, vícios do negócio jurídico poderão ser alegados. Portanto, se um título tiver a cláusula não à ordem poderá circular desde que por cessão de crédito. 
AO PORTADOR: poderá circular por tradição, por endosso e também por cessão de crédito.
ENDOSSO PRÓPRIO/ COMUM OU TRANSLATÍCIO: ato pelo qual se transmite o crédito.
É possível que a gente transforme um título nominal em título ao portador e vice-versa. Isso vai ser feito em razão do tipo de endosso que iremos realizar:
ENDOSSO EM PRETO: aquele que identifica o credor.
ENDOSSO EM BRANCO: não identifica o credor.
Obs.: a nota promissória no ato da sua emissão sempre será nominal, porque o nome do tomador é requisito de validade do título. 
Ex.: Leidiane emitiu nota promissória no valor de 5 mil para comprar cadernos do Rômulo com vencimento em 07/04/17; Rômulo endossou esta nota promissória para comprar o notebook do Sérgio; Sérgio endossou a nota promissória e comprou a TV de 50 polegadas da Paula; Paula endossou a nota e comprou a TV da Maria Cláudia.
Quando o título então foi emitido ele é nominal à ordem (se não tem cláusula não à ordem). Para o Rômulo transferir o seu crédito não poderá fazer por mera tradição, pois título nominal só circula por endosso. Quando Rômulo endossa o título sem especificar o credor (só assinou no verso), ele está fazendo um endosso em branco. Significa que ele era credor e está transferindo o seu crédito para alguém. Assim, se ele não identificou o credor o título que era nominal passa a ser ao portador. O Sérgio então para comprar a TV da Paula não precisa fazer endosso, pois se trata de um título ao portador (circula por mera tradição); Assim também acontece com a Paula. Maria na data do vencimento foi buscar o pagamento na Leidiane. Esta deverá pagar porque o título está ao portador (Rômulo fez um endosso em branco); Caso Leidiane não pague Maria Cláudia terá que fazer um protesto por falta de pagamento e esta poderá cobrar de todos que assinaram no título. Logo, aqueles que apenas entregou o título sem ter assinado nele não possuem obrigação cambial e por isso não podem sofrer execução do título. 
ATENÇÃO: só se obriga no título quem assina nele.
Ex.: Por outro lado, imagine que a Leidiane emitiu o título em favor do Rômulo e ele fez um endosso em preto (identificou para quem está transmitindo o crédito. Ex.: Rômulo endosso ao Sérgio). Título era nominal quando foi transmitido em favor do Rômulo e continua nominal. Logo, para transferir o crédito, o Sérgio terá que fazer endosso. Portanto, toda vez que você pega um título que o último endosso foi em preto esse título é nominal. Já se o último endosso foi em branco, esse título é ao portador.
AULA 14/3/17
Relembrando a aula passada.... Ex.: Natália (sacadora ou subscritora – quem emite o título) emitiu uma nota promissória de 10 mil para comprar a moto da Luciana (tomadora) com vencimento no dia 14/04/17; 
Obs.: vimos que no ato de emissão a nota promissória sempre é um título nominal porque tem a identificação de quem é o seu credor; vimos também que a nota promissória é uma espécie de título de crédito que se estrutura como promessa de pagamento em que aparece as figuras do sacador/subscritor e tomador;
Luciana vai comprar os livros da Leidiane e para transferir o seu crédito precisará fazer um endosso (em preto ou em branco); imagine que a Luciana fez um endosso em branco transformando o título que era nominal em título ao portador; Leidiane quer usar o título para comprar uma viagem do Sérgio, ela não necessariamente precisará endossar para transferir o título, pois título ao portador circula por endosso, cessãode crédito ou mera tradição; Sérgio quer usar o título para comprar o carro do Wallace. Neste caso Sérgio também não precisa fazer endosso; No dia do vencimento Wallace tem que buscar o pagamento no devedor principal, que neste caso é a Natália; Esta deverá pagar, pois se trata de um título ao portador e não nominal. Logo, o credor é quem porta o título. Caso ela não pague, Wallace terá que fazer um protesto por falta de pagamento e poderá buscar o pagamento daqueles que assinaram no título. Ressalta-se que os demais poderão ser cobrados se a fundamentação da cobrança for o negócio jurídico e não o título, mas não poderão sofrer a execução do título de crédito.
Por outro lado, imagine agora a seguinte situação:
Ex.: Natália emitiu o título à Luciana (nominal); esta não endossou e simplesmente entregou o título à Leidiane; esta para comprar a viagem do Sérgio endossou o título; Leidiane fez um endosso em preto ao Sérgio, transformando o título em nominal e por isso Sérgio só poderá transferir o título se fizer endosso; Sérgio para comprar o título do Wallace fez um endosso em branco; no dia do vencimento Wallace vai receber o pagamento da Natália. Neste caso ela não deverá pagar Wallace.
PORTADOR LEGÍTIMO – ART. 16 DA LUG (PROVA)
Art. 16. “O detentor de uma letra é considerado portador legitimo se justifica o seu direito por uma serie ininterrupta de endossos, mesmo se o último for em branco. Os endossos riscados consideram-se, para este efeito, como não escritos”.
Para verificar quem é o portador legítimo é preciso analisar em PRIMEIRO LUGAR se o título é nominal ou ao portador. Se for nominal, é preciso verificar se a pessoa que vai receber o crédito é aquela que está indicada no título como credor. Já se for ao portador, quem portar o título é o credor. Em SEGUNDO LUGAR, é preciso analisar se há ininterrupção da cadeia cambial. Isto é, a cadeia cambial não pode ter sido interrompida em nenhum momento.
Essa interrupção deve ser analisada obrigação por obrigação. Assim, se em algum momento o título era nominal e o credor não fez endosso. É isso que provoca a interrupção.
Ex.: no exemplo acima, quando o título foi emitido para Luciana ele era nominal. Logo, só circula por endosso. Como Luciana não endossou, gerou um interrupção da cadeia cambial. Isto é, quando alguém está identificado no título e o transfere sem realizar o endosso, gera interrupção da cadeia. Por esse motivo, no exemplo acima, por mais que o título esteja ao portador e teoricamente aquele que está portando o título é o credor legítimo. Por causa dessa interrupção na cadeia cambial, Wallace não será credor legítimo.
ATENÇÃO: só há interrupção quando o título em algum momento estiver nominal e o credor não realizar o endosso, seja ele em preto ou em branco.
Art. 14 da LUG “O endosso transmite todos os direitos emergentes da letra. Se o endosso for em branco, o portador pode”: 
1º) preencher o espaço em branco, quer com o seu nome, quer com o nome de outra pessoa; 2º) endossar de novo a letra em branco ou a favor de outra pessoa; 3º) remeter a letra a um terceiro, sem preencher o espaço em branco e sem a endossar. 
Ex.: Sérgio realizou endosso em branco para Wallace; 1º - Wallace poderá preencher: endosso ao Wallace; agora, Imagine que o Wallace usou o título para comprar da Paula um anel para namorada dele; Wallace pode preencher com nome da Paula, endosso à Paula; 2º - Se o título estiver em branco ele pode endossar, mas não precisa; 3º - simplesmente entregar o título sem fazer endosso.
Ex.: Natália emitiu um título em favor da Luciana; Luciana tinha que fazer endosso e fez um endosso em branco entregando o título para Leidiane; Leidiane não precisa fazer endosso e não fez, entregando o título para o Sérgio; Sérgio quando foi comprar o carro do Wallace, fez um endosso ao Wallace embora não precisasse porque o título estava ao portador. Dia o vencimento Wallace foi buscar o pagamento na Natália. Ela terá que pagar? Primeiro deve ser analisado se o título está nominal ou ao portador e neste caso ele está nominal. Sendo que quem apareceu para buscar o pagamento é aquele que está no título. Em segundo lugar deve observar se houve interrupção da cadeia cambial. Como neste caso não houve interrupção, Natália deve pagar Wallace. Caso Natália não pague Wallace deverá realizar um protesto por falta de pagamento; Wallace poderá buscar o pagamento da Natália, Luciana e do Sérgio. Exceto da Leidiane, porque ela não assinou no título.
Diferentemente seria: Ex.: título foi emitido pela Natália em favor da Luciana; Luciana fez um endosso em preto à Leidiane (nominal); Leidiane entregou o título para o Sérgio e não realizou endosso; Sérgio realiza o endosso e entrega o título ao Wallace. Wallace foi receber o pagamento da Natália. Neste caso o título está nominal e a mesma pessoa indicada no título é que aparece para receber. Ocorre que houve interrupção da cadeia cambial quando Leidiane não realiza o endosso. A consequência disso é que o devedor não deve pagar o credor, pois este não é considerado portador legítimo. Portanto, Wallace terá que discutir negócio jurídico.
QUEM PODE FAZER O ENDOSSO? Sempre o credor
PODE HAVER ENDOSSO PARCIAL? Não, pois ele é nulo por lei.
Art. 12. “O endosso deve ser puro e simples. Qualquer condição a que ele seja subordinado considera-se como não escrita”. 
“O endosso parcial é nulo”. 
“O endosso ao portador vale como endosso em branco”. Ex.: endosso ao portador. Isto é a mesma coisa que endosso em branco.
O ENDOSSO PODE SER FEITO PARA QUEM? 
Art. 11 alínea 2ª da LUG – “O endosso pode ser feito mesmo a favor do sacado, aceitando ou não, do sacador, ou de qualquer outro coobrigado. Estas pessoas podem endossar novamente a letra”. 
Isso quer dizer que o endosso pode ser feito para o sacador (caso da nota promissória) ou alguém que já figure no título. Porém, isso traz consequências:
Ex.: imagine que o Wallace vai comprar uma joia para namorada dele e quer fazer o pagamento à vendedora Natália através de uma nota promissória que recebeu; Wallace então faz um endosso à Natália que já era a devedora principal; Assim quando o endosso é feito para o devedor principal, credor e devedor se confundem na mesma pessoa. Assim, opera-se o instituto da CONFUSÃO, sendo esta uma das causas de extinção da obrigação.
Quando o endosso é feito para alguém que já figurou no título, esse endosso é chamado ENDOSSO DE RETORNO. Quando esse endosso de retorno é feito para o devedor principal, opera-se a confusão.
CONFUSÃO: quando o endosso de retorno for feito ao devedor principal, operar-se-á a CONFUSÃO, representando causa extintiva de TODAS as obrigações cambiais.
COMPENSAÇÃO: caso o endosso de retorno seja realizado para um codevedor operar-se-á a COMPENSAÇÃO, mas somente em relação àqueles que figurarem na cadeia como credores e devedores do portador ao mesmo tempo. 
AULA 15/03/17
Relembrando a aula passada.... Júlia (sacadora/subscritora) -------Rômulo (tomador/1º endossante) fez endosso em branco transformando o título em ao portador ----------Sérgio--------Gabi (1ª endossatária/2ª endossante) fez endosso em preto (título voltou a ser nominal--------Fernanda (2ª endossatária). Fernanda então tem que receber o pagamento da Júlia (devedor principal), mas a Júlia deve pagar para Fernanda. 1º analisa se o título está nominal ou ao portador (neste caso está nominal à Fernanda). Logo, analisando este ponto Júlia deve pagar porque foi a Fernanda que buscou o pagamento. No entanto, deve-se analisar ainda se houve interrupção na cadeia cambial. Como neste caso não houve interrupção (situação na qual o título está nominal e não for realizado endosso) Júlia deverá pagar. Se a Júlia não pagar Fernanda deverá realizar um protesto por falta de pagamento. Fernanda então poderá cobrar daqueles que assinaram no título, ou seja, só não poderá cobrar do Sérgio.
Art. 15. O endossante, salvo cláusula em contrário, é garante tanto da aceitação como do pagamento da letra. O endossante pode proibir um novo endosso, e, nestecaso, não garante o pagamento às pessoas a quem a letra for posteriormente endossada.
A primeira parte do artigo quer dizer que aquele que endossou, desde que não tenha estipulado cláusula em contrário, o endossante garante o pagamento a partir do momento que realizou o endosso. Por outro lado, o endossante pode colocar uma cláusula dizendo que não garante o pagamento (CLÁUSULA SEM GARANTIA AO PAGAMENTO). Tal cláusula é inserida no próprio título.
Aproveitando este mesmo exemplo, vamos imaginar que o Sérgio também fez endosso e colocou a cláusula sem garantia em pagamento. Neste caso, se Fernanda realizasse o protesto Sérgio não poderia ser cobrado.
ATENÇÃO: A cláusula inserida pelo endossante só tem efeito para ele mesmo.
Já a segunda parte do dispositivo traz a CLÁUSULA DE PROIBIÇÃO DE NOVO ENDOSSO. Caso o endossante não queira que o título circule mais basta colocar esta cláusula. Ex.: Imagine que o Sérgio fez um endosso para Gabi e proibiu que fosse realizado um novo endosso inserindo a cláusula. Quando ele faz isso ele está endossando, mas apenas garantindo o pagamento até o seu endossatário. A consequência é a seguinte: vamos imaginar que Gabi embora tenha sido proibida faça um novo endosso. Este endosso que ela fez será plenamente válido, mas não terá efeitos apenas perante aquele que inseriu a cláusula, ou seja, o Sérgio. Porque a cláusula inserida pelo endossante só tem efeitos para ele.
A diferença prática entre elas é a seguinte: imagine que Fernanda não recebeu o pagamento da Júlia e fez o protesto; Fernanda foi lá e buscou o pagamento da Gabi; Gabi pagou e Fernanda então saiu da cadeia cambial; Gabi poderá cobrar de quem está acima dela; Quando o Sérgio insere a cláusula de proibição de novo endosso, a Gabi poderá buscar o pagamento do Sérgio porque ele proibiu NOVO endosso, ou seja, ele garante o pagamento apenas até a Gabi. Logo, ela poderá buscar o pagamento de Sérgio. Por outro lado, se Sérgio inserisse a cláusula SEM GARANTIA AO PAGAMENTO, Gabi e nem outro da cadeia poderia buscar o pagamento no Sérgio.
Portanto, quem insere a cláusula SEM GARANTIA AO PAGAMENTO não pode ser cobrado por ninguém. Já quem insere a cláusula de PROIBIÇÃO DE NOVO ENDOSSO, só pode ser cobrado por seu endossatário.
OUTRAS ESPÉCIES DE ENDOSSO (ENDOSSO IMPRÓPRIO)
ENDOSSO MANDATO: ART. 18 DA LUG
Art. 18. Quando o endosso contém a menção "valor a cobrar" (valeur en recouvrement), "para cobrança" (pour encaissement), "por procuração" (par procuration), ou qualquer outra menção que implique um simples mandato, o portador pode exercer todos os direitos emergentes da letra, mas só pode endossá-la na qualidade de procurador. 
Os coobrigados, neste caso, só podem invocar contra o portador as exceções que eram oponíveis ao endossante.
O mandato que resulta de um endosso por procuração não se extingue por morte ou sobrevinda incapacidade legal do mandatário.
Quando alguém faz um endosso mandato, está constituindo um mandatário. Neste caso, transfere-se o exercício do direito, mas não sua titularidade.
Quem recebe o título por endosso mandato pode fazer um novo endosso, desde que seja na modalidade endosso mandato.
ENDOSSO CAUÇÃO: ART. 19 DA LUG
Art. 19. “Quando o endosso contém a menção "valor em garantia", "valor em penhor" ou qualquer outra menção que implique uma caução, o portador pode exercer todos os direitos emergentes da letra, mas um endosso feito por ele só vale como endosso a título de procuração”. 
“Os coobrigados não podem invocar contra o portador as exceções fundadas sobre as relações pessoais deles com o endossante, a menos que o portador, ao receber a letra, tenha procedido conscientemente em detrimento do devedor”. 
Endosso caução é quando o título é dado em garantia a uma outra obrigação. Quem recebeu, por exemplo, um cheque com endosso caução, só poderá fazer novo endosso na modalidade endosso mandato.
ENDOSSO PÓSTUMO: ART. 20 DA LUG
Art. 20. “O endosso posterior ao vencimento tem os mesmos efeitos que o endosso anterior. Todavia, o endosso posterior ao protesto por falta de pagamento, ou feito depois de expirado o prazo fixado para se fazer o protesto, produz apenas os efeitos de uma cessão ordinária de créditos”. 
“Salvo prova em contrário, presume-se que um endosso sem data foi feito antes de expirado o prazo fixado para se fazer o protesto”. 
Endosso póstumo é o endosso realizado depois que o título já estiver protestado por falta de pagamento ou depois de expirado o prazo para protesto por falta de pagamento. Este endosso tem os efeitos de uma cessão de crédito e a consequência disso é que saímos do direito cambial e entramos na seara do direito civil. Logo, poderão ser alegado, por exemplo, vícios do negócio jurídico; não se opera a abstração e autonomia.
AULA 21/03/17
Correção do teste: Questão 1 – Júlio, no vencimento, tem que buscar o pagamento do devedor principal. Alcir poderá ser cobrado caso o devedor principal não pague e o título seja protestado por falta de pagamento. Questão 2: A abstração e autonomia só vai verificar se o terceiro estiver de boa-fé. Portanto, neste caso o emitente poderá se recusar ao pagamento do título porque nesse caso o vício do negócio vai contaminar o título porque quem recebeu foi um terceiro de má-fé. Logo, não se verifica o princípio da inoponibilidade ao terceiro de boa-fé. Questão 3: Porque representa um valor que pode ser resgatado a qualquer momento. Exemplo disso é que ele pode ser objeto daquela relação contratual de desconto bancário.
Relembrando a aula passada... GABI emitiu nota promissória em favor do SÉRGIO no valor de 10 mil reais com vencimento em 21/05/17 (obrigatoriamente quando é emitida a nota promissória é nominal); Sérgio compra pacote de viagem e pra isso faz ENDOSSO EM BRANCO (necessariamente precisa endossar porque o título estava nominal. Título nominal só circula por endosso senão gera interrupção na cadeia) e entregou o título para VANESSA; VANESSA faz ENDOSSO EM PRETO para RÔMULO (quando Vanessa recebeu o título ele estava ao portador e por isso podia transferir por mera tradição); RÔMULO então faz ENDOSSO EM PRETO para SÉRGIO.
Sérgio então, na data do vencimento vai buscar o pagamento de Gabi (devedora principal) e se a Gabi pagar extingue as obrigações. Agora, se ela não pagar o Sérgio terá que fazer um protesto por falta de pagamento; Com o título protestado o Sérgio poderá buscar o pagamento de qualquer um da cadeia independente da ordem; Sérgio então foi buscar o pagamento do Rômulo. Se o Rômulo paga os 10 mil para o Sérgio este sai; mas o Rômulo terá o regresso em relação a Vanessa e ao próprio Sérgio; Rômulo então pode alegar que não vai pagar porque o Sérgio lhe deve o mesmo valor e ao invés de pagar os 10 mil pede para compensar o crédito e o débito; Se o Sérgio resolve cobrar da Vanessa ocorre a mesma situação porque ela também tem o regresso em relação ao Sérgio; Então no fim das contas o Sérgio só poderá cobrar da Gabi. Por outro lado, caso a Gabi figurasse por último na cadeia, ocorreria a CONFUSÃO, ou seja, devedor principal e credor são a mesma pessoa.
AVAL
Ex.: Gabi-----10 mil------Dani---------Vanessa-------Rômulo-------Dani
FIANÇA X AVAL: o Aval nada mais é do que uma GARANTIA cambial, diferente da fiança que é uma garantia contratual e portanto, os princípios aplicados à fiança são aqueles do direito civil. Então, por exemplo, não tem fiança em cheque, será AVAL. Assim, toda principiologia aplicada ao aval é aquela aplicada aos títulos de crédito. Além disso, no aval não existem benefício de ordem e os vícios de uma obrigação não contamina a outra
Ex.: GABI emitiu a nota promissória no valor de 10 mil para comprar uma viagem da DANI; Dona Regina, mãe da Gabi, entra no título como avalista da Gabi (Regina aval para Gabi)
Por força do PRINCÍPIO DA LITERALIDADE (todos os atos são praticados no título) o aval é dado no próprio título e por costume o aval é dado no ANVERSO (frente) do título (diferente do endosso que é feito no verso do título), mas nada impede que o aval seja feitono verso também. Assim, o aval constitui na assinatura do avalista com a identificação de quem está sendo avalizado. Vale frisar que quem se torna avalista entra para a cadeia cambial. De modo que ele se torna mais um garantidor fazendo parte da solidariedade cambial.
Ex.: no exemplo acima imagine que DANI foi buscar o pagamento de GABI e ela não pagou; A Dani faz uma protesto por falta de pagamento e poderá buscar o pagamento de qualquer um da cadeia, inclusive da dona Regina (avalista).
Ex.: Dona Cleuza entrou avalizando Vanessa no título; Dani foi buscar do devedor principal e este não pagou; Dani faz o protesto e poderá buscar o pagamento de qualquer um e inclusive da dona Regina e dona Cleuza. Vamos imaginar que a Dani buscou o pagamento da Cleuza e esta pagou; extingue para quem está embaixo, então sai fora da cadeia o Rômulo e a Dani; A dona Cleuza passa então a ser credora; Ela poderá buscar o pagamento então do seu avalizado e de quem está acima dela na cadeia; ela não terá que buscar necessariamente primeiro do seu avalizado, poderá buscar de qualquer um independente de ordem.
PRINCÍPIO DA AUTONOMIA ART. 32 DA LUG
PRINCÍPIO DA EQUIVALÊNCIA 
“Art. 32. O dador de aval é responsável da mesma maneira que a pessoa por ele afiançada (LEIA-SE AVALIZADA) 
A sua obrigação mantém-se, mesmo no caso de a obrigação que ele garantiu ser nula por qualquer razão que não seja um vício de forma. 
Se o dador de aval paga a letra, fica sub-rogado nos direitos emergentes da letra contra a pessoa a favor de quem foi dado o aval e contra os obrigados para com esta em virtude da letra”. 
Como o aval é uma garantia cambial, a principiologia que se aplica ao aval é a do direito cambial. Assim, pelo PRINCÍPIO DA AUTONOMIA, o vício da obrigação da Vanessa (imagine que ela era incapaz), por exemplo, não contamina a obrigação da dona Cleuza. Portanto, a obrigação do avalista permanece válida ainda que a obrigação do avalizado (quem recebe o aval) seja nula, pois as obrigações são autônomas, ou seja, o vício de uma não contamina as demais. 
PRINCÍPIO DA EQUIVALÊNCIA: a natureza da obrigação do avalista é equivalente (idêntica) a natureza da obrigação da avalizado. Isso significa que se alguém avaliza um devedor principal, vai ser considerado um devedor principal. Agora, se alguém avaliza co-devor vai ser considerado co-devedor
Ex.: Regina avalizou Gabi (devedora principal); então no dia do vencimento a Dani poderá buscar o pagamento da Gabi ou da Regina. Isto é, neste caso não precisa de protesto para buscar o pagamento da dona Regina, pois ela é considerada devedora principal. Se a dona Regina paga, extingue a obrigação em relação aos demais e só restaria para ela o regresso em relação a Gabi. Por outro lado, em relação a dona Cleuza precisaria de protesto, pois como ela está avalizando co-devedora, ela é considerada como tal.
POSSIBILIDADE DO AVAL PARCIAL (CUIDADO): o art. 30 da LUG autoriza o aval parcial tanto na nota promissória quanto na letra de câmbio. Já o cheque pode haver aval parcial, mas porque a lei do cheque autoriza. Quanto a duplicata, a lei de duplicata (5474/68) não diz nada, mas como esta lei diz que a LUG é norma supletiva, poderá haver aval parcial na duplicata. Agora o Código Civil diz que é nulo o aval parcial. Porém, Código Civil só se aplica a títulos de crédito atípicos. Logo, não se aplica a vedação a nota promissória, letra de câmbio, cheque e duplicata.
Art. 30. “O pagamento de uma letra pode ser no todo ou em parte garantido por aval. Esta garantia é dada por um terceiro ou mesmo por um signatário da letra”. No entanto, vale lembrar que não pode haver endosso parcial, pois este é nulo.
FORMA DO AVAL PARCIAL - art. 31 da LUG
Art. 31. “O aval é escrito na própria letra ou numa folha anexa. Exprime-se pelas palavras "bom para aval" ou por qualquer fórmula equivalente; e assinado pelo dador do aval”. 
“O aval considera-se como resultante da simples assinatura do dador aposta na face anterior da letra, salvo se se trata das assinaturas do sacado ou do sacador”. 
“O aval deve indicar a pessoa por quem se dá. Na falta de indicação, entender-se-á pelo sacador”. 
ATENÇÃO: O art. 31 da LUG parte final (PROVA) (“O aval deve indicar a pessoa por quem se dá. Na falta de indicação, entender-se-á pelo sacador”) refere-se ao AVAL EM BRANCO. Portanto, se houver uma assinatura na frente do título (além da do emitente) sem especificação do que seja, presume-se que aquilo é um aval em branco. Este é aquele que se presume que foi dado em favor do sacador da nota promissória (sacador na nota promissória é o devedor principal). Porém, no caso da letra de câmbio o sacador não é o devedor principal, o devedor principal na letra de câmbio é o aceitante. Assim, no caso da letra de câmbio não é correto dizer que a presunção do aval em branco é em favor do devedor principal, pois este não é o sacador como ocorre na nota promissória.
AULA 28/03/17
Relembrando... na nota promissória o sacador emite o título prometendo pagar ao tomador; o tomador começa a circular o título (é o primeiro endossante) aí aprece o 2º endossante, 3º endossante... Então o portador do título no vencimento tem que apresentar o título ao sacador que na nota promissória é o devedor principal. Se ele pagar extingue todas as obrigações e se não pagar tem que fazer protesto e pode buscar o pagamento de todos os co-devedores. Ainda vimos que um terceiro que entra avalizando alguém no título entra como mais um garantidor; se tiver avalizando devedor principal também será considerado como tal e se tiver avalizando co-devedor será consierado co-devedor.
AVAL SUCESSIVO: Ex.: imagine que o sacador (Sérgio) foi avalizado pela mãe Vanda; Bruno, irmão do Sérgio, veio avalizando a Vanda. Veja, neste caso temos o avalista do avalista. Isso que é chamado de aval sucessivo. Quando temos essa situação tanto Vanda quanto Bruno serão considerados devedores principais assim como o Sérgio. Imagine que Bruno fez o pagamento, ele terá direito de regresso em relação a Vanda e ao Sérgio.
AVAL SIMULTÂNEO: Ex.: Gabi fez um endosso no título e entraram avalizando a Gabi os pais dela (Frank e Regina), ou seja, aqui temos duas pessoas avalizando uma e não avalista do avalista. É como se mais de uma pessoa ocupasse um único lugar na cadeia. 
ATENÇÃO: Quando mais de uma pessoa ocupa um único lugar na cadeia a solidariedade entre essas pessoas será a do direito civil e não do direito cambial. Ex.: Então vamos imaginar que um título vale 1000 mil reais; o endossante 4 foi buscar o pagamento de seu Frank e Regina; o endossante vai entrar acionando os dois e cada um deverá para ele 500 reais, ou seja, cada um responsável por sua cota parte. Ou então Regina paga os 1000 e terá o regresso em relação ao Frank de 500 reais. Os dois juntos funciona como um avalista em meio a cadeia, então os dois juntos entram para solidariedade cambial normal, ou seja, respondem pelos 1000 mil reais; daí se eles pagam extingue a cadeia de quem está abaixo e têm o regresso em relação ao seu avalizado e quem está acima. Agora, entre eles (Frank e Regina) a solidariedade é do direito civil, de modo que cada um se responsabiliza pela sua parte.
Obs.: um título pode ser emitido por duas pessoas (sacadores), entre eles ocorre a solidariedade civil. No entanto, perante os demais da cadeia aparecem como uma única pessoa e assim o que vigora é a solidariedade cambial. Veja se mais de uma pessoa for responsável por um único endosso, forem sacadores, entre eles opera a solidariedade civil.
LETRA DE CÂMBIO
ACEITE: EX.: SACADOR (Sérgio)-----------SACADO (Leidiane)-------TOMADOR (Luciana)---------ROGÉRIO-------MARIA.. Leidiane deve para o Sérgio 200 reais; Sérgio então compra um livro da Lucina no mesmo valor; Sérgio para pegar o livro e dar uma garantia para Luciana, ele pode entregar um título de crédito para ela; Sérgio pode emitir um LETRA DE CÂMBIO em que ele dá uma ORDEM para Leidiane, na qual ao invés da Leidiane pagaros 200 reais para ele, ela pague direto para Luciana. Veja, a letra de câmbio não é uma promessa de pagamento como é a nota promissória, ela é uma ordem da pagamento.
Diferente da nota promissória, na LETRA DE CÂMBIO nós temos três figuras que é o SACADOR (quem emite o título. Ele é devedor e credor ao mesmo tempo), SACADO (quem recebe a ordem de pagar – é só devedor) e o TOMADOR (que é o beneficiário do título - credor). Então, no exemplo acima, a Leidiane deve para o Sérgio que deve para Luciana. Logo, Sérgio manda a Leidiane pagar direto para Luciana.
Na letra de câmbio quem fica com o título também é o credor (que no caso é a Luciana); a Luciana pode endossar assim como ocorre na nota promissória. Tudo sobre endosso e aval estudado na nota promissória se aplica na letra de câmbio. A única diferença será que a nota promissória é promessa de pagamento e a letra de câmbio é uma ordem de pagamento, surgindo assim três personagens e não dois.
Ex.: SACADOR (Sérgio)-----------SACADO (Leidiane)-------TOMADOR (Luciana)---------ROGÉRIO-------MARIA. Imagine que Luciana endossou o título para Rogério e este endossou para Maria. 
EMISSÃO: 28/03/17 e VENCIMENTO: 04/04/17
No caso da LETRA DE CÂMBIO o portador do título tem até UM DIA ANTES DO VENCIMENTO (então pode levar a qualquer momento) para apresentar o título para o sacado para este dizer se ACEITA se obrigar no título ou NÃO ACEITA. O aceite é o ato pelo qual o sacado se obrigado no título, deixando de ser sacado e tornando-se ACEITANTE. Agora, esse aceite na letra de câmbio é facultativo. Portanto, no exemplo, Maria tem até dia 03/04/17 para o sacado (Leidiane) aceitá-lo ou não. Se o sacado der seu aceite, ele assume a obrigação cambial e deixa de ser sacado e torna-se aceitante.
Ex.: imagine que a MARIA foi fez a apresentação do título no dia 29/03/17 (um dia depois da emissão) para Leidiane; esta não é obrigada a aceitar; mas imagine que ela aceitou; lembrando que só se obriga no título quem assina nele; se a Leidiane aceitou a Maria terá que esperar o vencimento e a partir daí o funcionamento é igual da nota promissória, ou seja, no dia do vencimento o credor tem que apresentar o título ao devedor principal; se este paga extingue todas as obrigações e se não paga deve ser feito protesto por falta de pagamento podendo cobrar dos demais codevedores; ocorre que na LETRA DE CÂMBIO O DEVEDOR PRINCIPAL (aquele que quando paga a obrigação extingue todas as obrigações presentes no título inclusive a que deu origem ao título) É O ACEITANTE E NÃO O SACADO, pois este não tem obrigação cambial até aceitar o título e se tornar aceitante. Assim, se o aceitante não pagar o portador terá que fazer o protesto por falta de pagamento e buscar o pagamento de todos os codevedores.
**SE O SACADO NÃO ACEITAR**? Neste caso não teremos aceitante e consequentemente não teremos devedor principal. É por isso que o portador do título vai ter que garantir o seu direito de ação contra os codevedores e ele faz isso fazendo um protesto. A RECUSA DO ACEITE PROVOCA O VENCIMENTO ANTECIPADO DO TÍTULO. Logo, o portador terá que fazer um PROTESTO POR FALTA DE ACEITE e mesmo antes do vencimento poderá buscar o pagamento dos codevores, já que o título não tem devedor principal. Veja, aqui não é um protesto por falta de pagamento, pois não houve recusa em pagar o título, mas sim em aceitá-lo.
Obs.: o protesto por falta de aceite tem que ser feito só pode ser feito até o período do aceite, ou seja, até um dia antes do vencimento, já o protesto por falta de pagamento tem que ser feito até o primeiro dia útil ao vencimento. Se o portador perdeu o prazo para protestar por falta de aceite ele não poderá mais fazê-lo. Ocorre que o título sem protesto só pode ser executado contra o devedor principal e como não há neste caso devedor principal (já que sacado não aceitou) o portador não poderá executar este título, ou seja, perde o seu direito de ação em relação à todos, inclusive em relação a quem emitiu o título.
ESPÉCIES DE LETRA DE CÂMBIO: à vista, a um certo termo de vista, a um certo termo da data e pagável num dia fixado (em data certa). Art. 33 da LUG. Tais espécies são determinadas em razão do seu vencimento.
LETRA DE CÂMBIO À VISTA: não tem data de vencimento. Logo, vence no dia que o portador apresentar para o sacado, razão pela qual NÃO TERÁ ACEITE. Então, caso o sacado pague extingue todas as obrigações. Caso ele não pague, no dia seguinte o portador já terá que fazer o protesto por falta de pagamento. Com base no art. 34 da LUG, por mais que a letra de câmbio à vista não tenha um dia de vencimento específico, o portador deverá apresentá-la para pagamento DENTRO DE UM ANO ao sacado.
LETRA DE CÂMBIO A UM CERTO TERMO DE VISTA (atenção): o vencimento vai ser a um certo período que começa a contar do dia que o título foi apresentado para aceite. Então essa letra de câmbio não terá um vencimento nela, ou seja, terá por exemplo: vencimento - 10 dias da vista; 1 mês da vista. Da vista quer dizer o dia da apresentação do título para o aceite do sacado. Da mesma foram que o aceite, esta também deve ser apresentada ao aceita dentro do prazo de UM ANO. Art. 23 da LUG
LETRA DE CÂMBIO A UM CERTO TERMO DE DATA: aquela que vem com vencimento: ex.: vencimento em um mês. Então, vence dentro de um mês da data de emissão.
LETRA DE CÂMBIO PAGÁVEL NUM DIA FIXADO (EM DATA CERTA): quando vai ter uma data determinada de vencimento. É a mais comum. Ex.: vencimento em 04/04/17
AULA 29/03/17
Relembrando a aula passada... Geraldo comprou a pasta do Paulo por 500 reais; Paulo comprou mochila do Rômulo por 500 reais com vencimento em 15/04/17. Para isso Paulo (sacador) emite uma Letra de câmbio dando uma ORDEM DE PAGAMENTO para que o Geraldo (sacado) pague ao Rômulo (tomador). Como no ato de emissão a letra de câmbio também é nominal assim como a nota promissória, Rômulo fez um endosso em branco para comprar o tênis do Wallace; Wallace fez endosso em branco comprando a bolsa da Luciana.
Paulo (sacador)-----Geraldo (sacado)---Rômulo (tomador)----Wallace------Leidiane------Luciana. Emissão: 29/03/17; Vencimento: 15/04/17; 
Neste caso, com o título em mãos Luciana tem até um dia antes do vencimento para apresentar o título ao sacado (Geraldo) para verificar se ele aceita ou não. Vamos imaginar que a data da apresentação para aceite foi em 4/4/17; se Geraldo aceitar ele assume a obrigação de pagar o título, deixando de ser sacado e se tornando aceitante; sendo que o aceitante é o devedor principal do título. Se título foi apresentado em 04/04/17 e o vencimento é no dia 15; Luciana agora, com o título aceito, terá que aguardar o dia do vencimento para então ir até Geraldo buscar o pagamento (devedor principal). Se Geraldo não paga Luciana terá que fazer o protesto por falta de pagamento e aí pode buscar o pagamento de todos os codevedores. Agora, se Geraldo não aceitou, ele não assume obrigação cambial e não se torna devedor principal (aceitante); lembrando que a recusa do aceite gera o vencimento antecipado do título; a Luciana então terá que fazer o PROTESTO POR FALTA DE ACEITE e mesmo antes do vencimento ela já poderá buscar o pagamento dos codevedores.
QUEM DÁ O ACEITE? é o sacado. Embora a lei traga também o aceite por intervenção, que é alguém que intervém em nome do sacado e aceita o título para ele. Só que isso está muito em desuso.
PRAZOS PARA O ACEITE (ART. 22 DA LUG)? A lei diz que é até o vencimento, mas lembrando que nenhum ato pode ser praticado no dia do vencimento além do pagamento, então até UM DIA ANTES DO VENCIMENTO. No entanto, o sacador pode estipular condições nesse prazo de apresentação. Ex.: o título deve ser apresentado a partir do dia 10/4 ou até o dia 10/4. Isso para evitar que o título vença antes no caso de recusa de aceite. Cláusula inserida pelo sacador vale para todos da cadeia, pois foi ele que criou o título. Agora, quanto ao endossante, ele até pode mexer nesses prazos, mas só terá efeito para ele mesmo.
CLÁUSULA DE PROIBIÇÃO DE ACEITE (ART. 22, alínea 2ª, LUG):significa que o título só vai ser apresentado para pagamento. Se o sacado pagar extingue as obrigações e se ele não pagar deverá ser feito um protesto por falta de pagamento, mas neste caso o sacado não poderá ser cobrado, pois ele não assumiu obrigação cambial.
Atenção: esta cláusula de proibição de aceite não cabe na LETRA DE CÂMBIO A UM CERTO TERMO DE VISTA, pois o prazo para vencimento na LETRA DE CÂMBIO A UM CERTO TERMO DE VISTA começa a contar do dia que o título foi apresentado para aceite, ou seja, se houver a cláusula de proibição de aceite esta letra não irá vencer.
CLÁUSULA SEM GARANTIA AO ACEITE (ART. 15, alínea 1ª, LUG): significa que o endossante não sofre as consequências de uma recusa do aceite (que é o vencimento antecipado do título). Então, se o endossante não garante o aceite, significa que ele não pode ser cobrado antes do vencimento do título, mas depois do vencimento ele poderá ser cobrado normalmente caso tenha sido feito o protesto por falta de aceite.
ACEITE LIMITATIVO/ACEITE MODIFICATIVO (ART. 26, LUG): em regra o aceite é puro e simples, mas o sacado pode limitar o seu aceite, ou seja, se ele pode se recusar a dar o aceite ele pode aceitar só parte do valor do título. 
Ex.: quando a Luciana levou o título para o Geraldo, este alegou que não devia 500 reais para o Paulo, mas sim 300. Então Geraldo diz que aceita, mas apenas 300 reais. Isso significa que aceitou 300 e não aceitou 200; o efeito disso é que a parte que ele aceitou a Luciana deverá aguardar o vencimento e ir buscar o pagamento neste dia; caso Geraldo não pague ela deverá fazer um protesto por falta de pagamento; quanto a parte não aceita (200), gera o vencimento antecipado e a Luciana então já poderá fazer um protesto por falta de aceite e buscar o pagamento dos codevedores. Repare, esta é a única situação que teremos dois tipos de aceite. Essa situação é chamada de ACEITE LIMITATIVO (“O aceite é puro e simples, mas o sacado pode limitá-lo a uma parte da importância sacada”.)
Já o ACEITE MODIFICATIVO (“Qualquer outra modificação introduzida pelo aceite no enunciado da letra equivale a uma recusa de aceite. O aceitante fica, todavia, obrigado nos termos do seu aceite”.), terá o efeito de uma recusa do aceite do valor total. Ex.: imagine que a Luciana apresentou o título para o Geraldo, ele reconhece que deve 500 reais, mas diz que vai pagar em 5 x 100. Veja, isso não é um aceite limitativo, pois ele aceitou o valor total, mas colocou uma modificação. Modificação essa que terá o efeito de uma recusa de aceite. No entanto, o aceitante se obriga nos termos do aceite. Portanto, caberá a Luciana duas opções: fazer o protesto por falta de aceite (porque a modificação tem efeito de recusa) e já buscar o pagamento dos demais codevedores ou então vai aceitar a modificação colocada pelo aceitante e receber as 5 parcelas de 100 reais.
AULA 04/04/17
REQUISITOS DE VALIDADE DA LETRA DE CÂMBIO: art. 1º LUG
Art. 1º. “A letra contém: 1. a palavra "letra" inserta no próprio texto do título e expressa na língua empregada para a redação desse título; 2. o mandato puro e simples de pagar uma quantia determinada; 3. o nome daquele que deve pagar (sacado); 4. a época do pagamento; 5. a indicação do lugar em que se deve efetuar o pagamento; 6. o nome da pessoa a quem ou à ordem de quem deve ser paga; 7. a indicação da data em que, e do lugar onde a letra é passada; 8. a assinatura de quem passa a letra (sacador)”. 
O nome da pessoa a quem ou à ordem de quem deve ser paga é o TOMADOR. Tal requisito é que vem nos informar que no ato de emissão a letra de câmbio é um título nominal, pois se não tiver o nome do tomador o título não terá validade jurídica como letra de câmbio. Por isso o tomador da letra de câmbio sempre tem que fazer endosso.
- REQUISITOS SUPRÍVEIS (art. 2º da LUG): 
Art. 2º. O escrito em que faltar algum dos requisitos indicados no artigo anterior não produzirá efeito como letra, salvo nos casos determinados nas alíneas seguintes: 
A letra em que se não indique a época do pagamento entende-se pagável à vista. 
Na falta de indicação especial, o lugar designado ao lado do nome do sacado considera-se como sendo o lugar do pagamento, e, ao mesmo tempo, o lugar do domicilio do sacado.
A letra sem indicação do lugar onde foi passada considera-se como tendo-o sido no lugar designado, ao lado do nome do sacador. 
Obs.: a época do vencimento é requisito suprível, pois se faltar, ou seja, estiver em branco, o art. 2º estabelece que o vencimento será à vista.
Obs.: o lugar onde se deve efetuar o pagamento também é requisito suprível, ou seja, se não tiver indicação do lugar onde o título foi emitido, vai considerar o lugar que estiver ao lado do nome do SACADO.
Obs.: o local de emissão da letra de câmbio também é requisito suprível, ou seja, estando em branco o local da emissão será considerado o lugar ao lado do nome do SACADOR.
**ATENÇÃO** Ex.: imagine que o pai da Leidiane, a qual figurava como SACADA em um título, veio e deu uma aval a Leidiane; o título foi apresentado pelo Paulo a Leidiane e esta não aceitou; neste caso o aval dado ao sacado não tem validade, pois não tem como avalizar uma obrigação que não existe (já que ela não aceitou) No entanto, o aval dado ao aceitante é válido.
Obs.: se o sacado se recusa a aceitar ele não tem obrigação nenhuma no título; então um endosso de retorno feito a um sacado (não assumiu obrigação) corresponde a um endosso de retorno feito para um terceiro qualquer. Ao passo que um endosso de retorno feito para o aceitante gera a confusão, pois é um endosso de retorno feito para o devedor principal.
REQUISITOS DE VALIDADE DA NOTA PROMISSÓRIA – art. 75 da LUG
REQUISITOS SUPRÍVEIS: art. 76, LUG. São os mesmos da letra de câmbio.
O vencimento é um requisito suprível, se não houver dia do vencimento, entende-se que ela é à vista. Do mesmo modo, embora seja à vista, o credor terá um ano da data da emissão para apresentar o título para o sacador. 
O segundo requisito suprível é o local do pagamento, não havendo local, considera o local de pagamento e ao mesmo tempo do domicílio do sacador.
A nota promissória que não contenha o lugar onde foi passada, será o local indicado ao lado do nome do subscritor.
LETRA DE CÂMBIO X NOTA PROMISSÓRIA – ART. 77 DA LUG
Apenas a estrutura é diferente. A nota promissória é uma promessa de pagamento: eu sacador prometo pagar a você tomador; Já a Letra de Câmbio se estrutura como uma ordem de pagamento, em que o sacador dá uma ordem para que o sacado pague ao tomador. Então, tudo da letra de câmbio se aplica à nota promissória naquilo que lhe é compatível.
NOTA PROMISSÓRIA A UM CERTO TERMO DA VISTA: ART. 78, DA LUG
Na nota promissória a um certo termo da vista o portador tem o prazo de um ano para apresentar o título ao subscritor (sacador) para este dar o seu visto. Este visto serve exclusivamente para começar a contar o prazo de vencimento, ou seja, este visto não tem a mesma função do aceite na letra de câmbio (que serve para iniciar a contagem do vencimento e para o sacado tornar-se devedor principal). Desta forma, havendo a recusa do subscritor terá que ser feito um protesto por falta de visto. A partir do protesto por falta de visto começa a contar o prazo de vencimento. Aqui, a recusa em dar o visto não provoca o vencimento antecipado.
PRESCRIÇÃO – ART. 70, LUG
Diz respeito a perda do prazo para entrar com a ação cambial cabível, que é a execução, pois esta é a única ação que tem como fundamento o título, judicial ou extrajudicial, sendo que o título de crédito é por excelência extrajudicial. No entanto, haverá outros mecanismos judiciais. Ex.: ação monitória
PRAZO DE PRESCRIÇÃO: 
Quando a ação for contra o ACEITANTE (LC) E SACADOR (NP) prescreve em 3 ANOS da data do vencimento. Lembrando que não precisa de protesto para executá-los;
Quando a ação for contra CO DEVEDOR prescreve em 1 ANO DA DATA DO PROTESTO por falta de aceite ou pagamento.
Quando se tratar de ação de regresso contra co-devedor o prazo é de 6 MESES.
Ex.: Paulofoi buscar o pagamento da Leide (aceitante) e esta não pagou; Paulo fez protesto por falta de pagamento; Paulo buscou o pagamento da Amanda e esta pagou; se a Amanda pagou para o Paulo extingue a cadeia para baixo e restou para Amanda o direito de cobrar de quem está acima dela (Vanessa, Sérgio e dá aceitante Leide). Neste caso, é uma AÇÃO DE REGRESSO e para esta ação o prazo de prescrição é de 6 MESES CONTADOS DO PAGAMENTO.
CLÁUSULA SEM DESPESAS: o efeito dela é dispensar o protesto para buscar pagamento dos co-devedores. Neste caso a prescrição conta 1 ANO A PARTIR DO VENCIMENTO.
Ex.: imagine que Amanda colocou a cláusula sem despesas; apresentou o título para Leide e ela aceitou; Paulo esperou o vencimento; no vencimento Paulo foi receber o pagamento da Leidiane e ela não pagou; o prazo para protesto é o primeiro dia útil seguinte ao vencimento; imagine que Paulo perdeu o prazo para protesto; neste caso Paulo vai poder buscar o pagamento apenas da Amanda, pois a cláusula inserida pela endossante só tem efeito para ele mesmo.
AULA 05/04/17 – APÓS AV1
Correção do teste... Lucicleide no dia 12/02/17 sacou uma nota promissória com vencimento para o dia 05/05/17 representando uma promessa de pagamento para Manoela no valor de 1.000,00; Manoela endossou em branco e transmitiu a Waldisnei; este endossou à Saradona; Saradona para Acácia; Acácia endossou em branco e entregou título a Pietra e colocou cláusula de proibição de novo endosso; Pietra entregou a Igor; Igor endosso à Luiza.
O endosso feito por Igor é nulo? Não, é plenamente válido, pois a cláusula de proibição de novo endosso inserida pelo endossante só gera efeito para ele mesmo. Logo, só gera efeito para Acácia.
Imagine que Cássio tenha deixado de realizar um endosso. Qual será a consequência de seu ato? Cássio atua em nome da Saradona e se esta deixa de fazer o endosso ocorreria a interrupção da cadeia porque o título era nominal.
Se o Waldisnei deixar de fazer o endosso? Não acontece nada, pois como o título estava ao portado circula por mera tradição. A única consequência é que ele não se obrigará no título.
Luiza não poderá buscar o pagamento da Acácia porque ela colocou a cláusula de proibição de novo endosso, bem como não poderá buscar o pagamento da Pietra porque ela não assinou no título.
PRAZO DE PROTESTO: na letra de câmbio o prazo para o protesto por falta de aceite é até um dia antes do vencimento. Já o protesto por falta de pagamento é o 1º dia útil seguinte ao do vencimento (art. 28 do decreto 2044/1908)
CHEQUE – LEI 7357/85: esta lei do cheque não revogou a LUG do cheque; Cheque trata-se de um título de crédito típico que é ordem de pagamento assim como a letra de câmbio;
OPERACIONALIZAÇÃO: SACADOR(emitente) vai dar a ordem ao SACADO (banco ou equiparado) para pagar ao TOMADOR(beneficiário).
Um dos requisitos de validade do cheque é que o sacado seja necessariamente um banco ou instituição financeira equiparada, sob pena desse título não ter validade jurídica como cheque. O banco recebe a ordem de pagar ao tomador porque existe uma relação contratual prévia (contrato de depósito bancário que normalmente vem na forma de conta corrente).
CHEQUE PRÉ-DATADO/PÓS DATADO: art. 32, LC - Art . 32 “O cheque é pagável à vista. Considera-se não-escrita a qualquer menção em contrário. “
Para a lei o cheque é uma ordem de pagamento à vista e qualquer cláusula que você coloque que vai de encontro a isso é como se ela fosse não inscrita. (ex.: “bom para”)
Para doutrina cheque PÓS DATADO é esse que se coloca data futura ou “bom para”. A doutrina vem dizer que cheque PRÉ-DATADO é o cheque que você coloca como data de emissão uma data anterior. Por outro lado, aquele é chamado pela jurisprudência e pelos costumes de CHEQUE PRÉ-DATADO. Tanto é que temos a SÚMULA 370 DO STJ (“Caracteriza dano moral a apresentação antecipada de cheque pré-datado”).
Embora de acordo com a lei essa cláusula de “bom para” seja como se não existisse, nossa jurisprudência aceita o cheque pré-datado.
PRAZO DE APRESENTAÇÃO DO CHEQUE: o prazo que o credor tem para apresentar o cheque no banco é de 30 DIAS se o cheque for da MESMA PRAÇA (mesmo município). Ex.: emitido em JF para ser pago em JF). Agora, se o cheque for PRAÇA DIVERSA esse prazo será de 60 DIAS.
Ex.: cheque emitido em 05/04/17 tem até 05/05/17 (30 dias corridos). Depois desse prazo, ou seja, perdi esse prazo de 30 dias, eu ainda poderei apresentar esse cheque ao banco para este pagar, pois o banco pode pagar esse cheque até que ele esteja prescrito.
PRESCRIÇÃO DO CHEQUE: o cheque prescreve em 6 MESES, mas esse prazo de 6 meses começa a contar do fim do prazo de apresentação. Logo, no exemplo acima, o cheque estaria prescrito em 05/11/17. Lembrando que quando o título está prescrito você não tem mais o direito de executá-lo.
Imagine que o cheque foi apresentado no banco e não tem fundos; o cheque volta com um carimbo; você pode ainda no prazo de apresentação apresentar uma segunda vez; também não foi pago por falta de fundos; se não conseguiu receber uma segunda vez por falta de fundos terá que fazer uma execução judicial. Isso se o título ainda não estiver prescrito.
Ex.: imagine que o cheque foi endossado; Rômulo vendeu os móveis para Luciana e ela emitiu um cheque para ele; Rômulo comprou presente para mulher com esse cheque entregando-o a Leidiane; Leidiane apresentou o cheque duas vezes e em ambas voltou por falta de fundos; Esta então vai entrar com uma execução desse cheque; poderá executar a Luciana e o Rômulo. Todavia, não precisará do protesto para executar o co-devedor (Rômulo), pois o carimbo do banco já faz às vezes do protesto.
Obs.: cheque prescrito caberá ação monitória ou ação de cobrança, mas esta o fundamento não é o título e sim o negócio jurídico. Logo, o cheque vai ser só meio de prova.
ATENÇÃO: algumas câmaras do STJ entendem que pelo fato do cheque ser uma ordem de pagamento à vista, inicia-se a contagem do prazo da apresentação da data de emissão e não da data do “bom para”.
Parágrafo único do art. 32– “O cheque apresentado para pagamento antes do dia indicado como data de emissão é pagável no dia da apresentação.”
Ex.: preencho um cheque como data de emissão uma data futura (em 05/04/17 emito um cheque como 05/05/17); credor vai ao banco amanhã (06/04/17); o banco terá que pagar e não tem nenhuma responsabilidade sobre esse pagamento. Neste caso, o devedor poderá entrar com ação de danos morais justamente por conta da súmula 370 STJ.
REQUISITOS DE EMISSÃO DO CHEQUE: art. 4º da LC – fundos disponíveis junto ao sacado e haver relação contratual prévia entre emitente e sacado.
Art .4º “O emitente deve ter fundos disponíveis em poder do sacado e estar autorizado a sobre eles emitir cheque, em virtude de contrato expresso ou tácito. A infração desses preceitos não prejudica a validade do título como cheque.”
Se você emite um cheque sem fundos ele não perde a validade jurídica como cheque, ou seja, o cheque é plenamente válido. Por isso que ter fundos disponíveis junto ao sacado é requisito de emissão e não de validade.
Ex.: cancelei minha conta no ITAÚ, mas emiti um cheque; esse cheque tem validade jurídica porque essa relação contratual é requisito de emissão e não de validade. Assim, como não vai conseguir receber porque a conta foi encerrada, o credor terá que executar o cheque.
AULA 19/04/17
Tudo que vimos sobre endosso e aval se aplica ao cheque. No que diz respeito ao aceite não se aplica. 
ESPÉCIES DE CHEQUE
CHEQUE VISADO (art. 7º LC): muito utilizado para pagamento de valor alto. É um cheque emitido pelo correntista e o banco vai dar um visto neste cheque. Este visto assegura que existem fundos disponíveis para cobrir esse cheque. Para garantir esse valor o banco então separa na minha conta o valor do cheque e este valor vai ficar destinado para o pagamento daquele cheque específico. Porém, vai ficar separado esse valor durante o prazo de apresentação que é de 30 dias se for da mesma praça e 60 dias se for praça diversa. Ex.: cheque de 80 mil paracompra de um carro.
Art .7º “Pode o sacado, a pedido do emitente ou do portador legitimado, lançar e assinar, no verso do cheque não ao portador e ainda não endossado, visto, certificação ou outra declaração equivalente, datada e por quantia igual à indicada no título.”
§ 1º A aposição de visto, certificação ou outra declaração equivalente obriga o sacado a debitar à conta do emitente a quantia indicada no cheque e a reservá-la em benefício do portador legitimado, durante o prazo de apresentação, sem que fiquem exonerados o emitente, endossantes e demais coobrigados. 
§ 2º - O sacado creditará à conta do emitente a quantia reservada, uma vez vencido o prazo de apresentação; e, antes disso, se o cheque lhe for entregue para inutilização
CHEQUE ADMINISTRATIVO: com o mesmo objetivo do cheque visado nós temos o cheque administrativo, só que este é o cheque no qual o banco aparece como emitente e sacado. É emitido pelo banco contra ele mesmo. Muito utilizado em cartório de protestos. Art. 9º, inciso III. 
CHEQUE CRUZADO (art. 44, LC): indica que o pagamento desse cheque só pode ser feito a banco. Então, se você é credor de cheque cruzado você não consegue receber ele na “boca do caixa”. Você tem que depositá-lo na conta e o valor é entregue ao banco do qual você é correntista.
- CHEQUE COM CRUZAMENTO GERAL: é quando entre as linha não tem nada escrito ou escrito banco. Já CHEQUE COM CRUZAMENTO ESPECIAL é quando entre as linhas você tem a identificação de um determinado banco. Isso significa que esse cheque só pode ser depositado no banco indicado entre as linhas.
Obs.: Um cheque com cruzamento geral pode ser transformado em cheque com cruzamento especial, mas o contrário não ocorre.
MEIOS PARA IMPEDIR O PAGAMENTO DO CHEQUE
*vale lembrar que cheque sem fundos tem validade jurídica como cheque, pois fundos disponíveis é requisito de emissão e não de validade.
CONTRA ORDEM OU REVOGAÇÃO: tem o objetivo de evitar o pagamento do cheque. Deve ser requerido ao banco, é feito aviso epistolar (aviso por carta), só que hoje é feito no próprio caixa eletrônico, e não cabe ao banco julgar as razões. Só produz efeitos após o prazo de apresentação (30 ou 60 dias).
Ex.: Luciana emitiu um cheque para Paula; a Paula pode apresentar o cheque dentro de 30 dias (mesma praça) + 6 meses que é o prazo da prescrição; para que Luciana não precise ficar mantendo fundos esse tempo todo ela se utiliza da contra ordem. Significa então que Paulo só pode apresentar o cheque ao banco para receber de forma mais fácil dentro de 30 dias. Aí Luciana é obrigada a manter os fundos nesses 30 dias. Se Paula entrar com esse cheque após esse prazo o banco pode se recusar a pagar. Porém, Paula poderá executar Luciana.
A contra ordem tem o objetivo de revogar o título, então se você pediu não pode mais desistir dela.
SUSTAÇÃO OU OPOSIÇÃO: a sustação pode ser feita pelo emitente e pelo portador. Também tem o objetivo da sustação é impedir que o cheque seja pago. A sustação produz efeitos a qualquer tempo. Diferente da contra ordem, na sustação você pode voltar atrás.
Obs.: dentro do prazo de apresentação pode pedir só a sustação. Se já tiver passado o prazo de apresentação pode pedir a contra ordem ou a sustação.
DUPLICATA – LEI 5474/68 (LD)
É chamada de título de crédito impróprio, pois não proporciona a circulação de forma integral. Isso porque a duplicata é um título de crédito causal, ou seja, só pode ser emitida em razão de um negócio jurídico específico, que é sempre uma compra e venda mercantil (entre empresários) à prazo (o prazo entre a entrega da mercadoria e o efetivo pagamento é de pelo menos 30 dias) ou prestação de serviços. Duplicata não pode ser emitida para consumidor. Duplicata é diferente de boleto bancário.
Art .”1º Em todo o contrato de compra e venda mercantil entre partes domiciliadas no território brasileiro, com prazo não inferior a 30 (trinta) dias, contado da data da entrega ou despacho das mercadorias, o vendedor extrairá a respectiva fatura para apresentação ao comprador.”
FATURA OU NOTA FISCAL FATURA: toda vez que se tem uma compra e venda mercantil à prazo é OBRIGATÓRIA a extração de uma fatura. Esta é um documento que vai demonstrar aquele negócio jurídico. Na fatura consta a mercadoria que foi negociada, a quantidade da mercadoria, a qualidade, o preço, a data do negócio e do pagamento, ou seja, são informações sobre o negócio jurídico. Agora, é comum que ao invés de emitir a fatura, seja emitida uma nota fiscal fatura. A qual fará às vezes da nota fiscal (fins tributários) e fatura (fins empresariais).
Desta fatura ou nota fiscal fatura poderá ser extraída uma duplicata (não é obrigatória). Veja, quando temos uma compra e venda mercantil à prazo a fatura é obrigatória. Agora, a extração da duplicata a partir desta fatura é facultativa. A duplicata, diferente dos outros títulos, é causal, ou seja, está vinculada a essa compra e venda mercantil à prazo ou prestação de serviços. A duplicata é emitida a partir da fatura, inclusive, um dos requisitos de emissão da duplicata é o número da fatura. Aplica-se a duplicata os princípios do direito cambial.
Ex.: um empresário realizou a venda e não emitiu a duplicata; se o comprador não pagou, o empresário não poderá executar a fatura porque ela não é título executivo extrajudicial e nem tampouco poderá executar um boleto; Agora se tiver extraído uma duplicata daquela fatura ele poderia simplesmente em caso de inadimplência executar a duplicata por ser esta título de crédito. Além disso, pelo fato da duplicata ser título de crédito, ela é título de resgate e por isso o empresário poderá se utilizar da operação denominada desconto bancário.
AULA 02/05/17
FUNCIONAMENTO DA DUPLICATA: a partir da fatura o VENDEDOR (sacador) dá um ordem para o COMPRADOR (sacado) pagar a ele mesmo (vendedor), ou seja, o vendedor aparece ao mesmo tempo como sacador e TOMADOR.
Obs.: (PROVA) Uma duplicata não pode corresponder a mais de uma fatura (§2º do art. 2º da LD).
VENDA A PRESTAÇÃO: emiti a fatura e o pagamento vai ser feito em parcelas. Aí eu posso ter mais de uma duplicata que corresponde a cada prestação, ou seja, neste caso pode ser uma duplicata única ou uma por prestação.
REMESSA (art. 6º, LD): a remessa se refere ao envio da duplicata pelo vendedor para o comprador para que este dê o seu aceite. Na Letra de Câmbio o portador tem até um dia antes do vencimento para apresentar o título ao sacado para este aceitar ou não (aceite facultativo). Aqui, o sacador é que tem o prazo de 30 DIAS contados da extração (emissão) da duplicata para enviar o título para o comprador aceitar. 
Art . 6º A remessa de duplicata poderá ser feita diretamente pelo vendedor ou por seus representantes, por intermédio de instituições financeiras, procuradores ou, correspondentes que se incumbam de apresentá-la ao comprador na praça ou no lugar de seu estabelecimento, podendo os intermediários devolvê-la, depois de assinada, ou conservá-la em seu poder até o momento do resgate, segundo as instruções de quem lhes cometeu o encargo. 
§ 1º O prazo para remessa da duplicata será de 30 (trinta) dias, contado da data de sua emissão.
§ 2º Se a remessa for feita por intermédio de representantes instituições financeiras, procuradores ou correspondentes estes deverão apresentar o título, ao comprador dentro de 10 (dez) dias, contados da data de seu recebimento na praça de pagamento.
A remessa pode ser feita diretamente pelo vendedor ao comprador no prazo de 30 dias da emissão da duplicata. Mas também é muito comum contratar instituição financeira para fazer esse serviço. Se assim for (intermédio de terceiro), o prazo será de 10 dias contados do seu recebimento.
Em razão da causalidade da duplicata o ACEITE É OBRIGATÓRIO. Todavia, o comprador (sacado) poderá recusar o aceite, desde que se verifique as hipóteses do art. 8º, LD que representa um rol taxativo.
Art .8º “O comprador só poderá deixar de aceitar a duplicata por motivo de: I - avaria ou não recebimento das mercadorias, quando não

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