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PRINCIPIOS DO DIREITO DO TRABALHO.ppt

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PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO
1.CONCEITO:
De acordo com o Dicionário Aurélio:
PRINCÍPIO: do latim principiu - momento ou local ou trecho em que algo tem origem(...)
Preceito, regra, lei.
...
Na dinâmica das pessoas e sociedades, os princípios atuariam como enunciados que refletem e informam – em maior ou menor grau – as práticas individuais e sociais correspondentes.
Nas ciências: correspondem à noção de proposições ideais, fundamentais, construídas a partir de uma certa realidade e que direcionam a compreensão da realidade examinada.
Para Cretella Júnior: proposições que se colocam na base de uma ciência, informando-a.
Para Arnaldo Sussekind:
(...)são enunciados genéricos, explicitados ou deduzidos, do ordenamento jurídico pertinente, destinados a iluminar tanto o legislador, ao elaborar as leis dos respectivos sistemas, como ao intérprete, ao aplicar as normas ou sanar as omissões.
Américo Plá Rodriguez:
(...)linhas diretrizes que informam algumas normas e inspiram direta ou indiretamente uma série de soluções, pelo que podem servir para promover e embasar a aprovação de novas normas, orientar a interpretação das existentes e resolver os casos não previstos.
2. FUNÇÃO:
tríplice função: informativa, normativa, interpretativa.
Informativa: inspira o legislador a legislar a favor do bem jurídico que deve ser tutelado, e que vai servir de fundamento para o ordenamento jurídico.
Ex.: Princípio da Proteção ao Trabalhador. O legislador deve privilegiar o hipossuficiente.
Interpretativa: opera como critério orientador do juiz ou do intérprete.
Ex.: Princípio in dubio pro misero: quando a norma comportar mais de uma interpretação razoável, o intérprete deverá optar por aquela mais favorável ao trabalhador.
Normativa: atua criando um direito subjetivo, preenchendo o vazio existente no ordenamento jurídico.
1.PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO: desdobra-se em três regras: da norma mais favorável, condição mais benéfica e in dubio pro misero;
2.PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE DA RELAÇÃO DE EMPREGO;
3.PRINCÍPIO DA IRRENUNCIABILIDADE DE DIREITOS;
4. PRINCÍPIO DA PRIMAZIA DA REALIDADE;
5. PRINCÍPIO DA INALTERABILIDADE CONTRATUAL;
6. PRINCÍPIO DA INTANGIBILDADE SALARIAL.
1. PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO:
pode ser identificado com o princípio da igualdade substantiva ou igualdade proporcional em aplicação específica para o direito do trabalho. Dá substância, característica a todo o ramo do direito do trabalho.
Reconhece a necessidade, no Direito do Trabalho, de conferir ao pólo mais fraco da relação laboral, no caso o empregado, uma superioridade jurídica capaz de lhe garantir mecanismos destinados a tutelar direitos mínimos garantidos no ordenamento jurídico pátrio. 
É sair do formal para o real.
Tal princípio tenta impedir a exploração do capital sobre o trabalho humano, buscando melhorias na condição de vida dos obreiros, permitindo o bem-estar social desses trabalhadores.
A doutrina majoritária entende que o princípio da proteção é gênero que comporta três espécies: da norma mais favorável, da condição mais benéfica e in dubio pro misero.
1.1. Princípio da aplicação da norma mais favorável: consiste na aplicação da norma mais favorável ao obreiro, independentemente da hierarquia existente entre as normas.
Como escolher a norma mais favorável? Três teorias atuam em momentos distintos:
A) Teoria da Acumulação ou Atomista: prevê a aplicação dos dois instrumentos jurídicos, quais sejam, Convenção Coletiva e Acordo Coletivo de Trabalho, retirando da cada uma dessa normas as cláusulas mais favoráveis ao obreiro, aplicando-se, de forma isolada, aos contratos de trabalho.
b) Teoria do Conglobamento: aplica-se o instrumento jurídico que, no seu conjunto, for melhor para a vida do trabalhador. Prevalece o que for melhor, seja Acordo ou Convenção Coletiva de Trabalho. Art. 620, CLT.
A teoria é boa por preservar a norma negociada (seja Acordo ou Convenção).
C) Teoria do Conglobamento Mitigado ou Teoria dos Institutos: a norma mais favorável é buscada por meio de comparação das diversas regras sobre cada instituto ou matéria. Aprecia-se instituto por instituto.
Ex.: matéria salarial, duração do trabalho, garantia de emprego, etc.
1.2.Princípio da Condição mais benéfica: estabelece que as condições mais vantajosas ajustadas no contrato de trabalho do empregado ou mesmo as constantes no regulamento de empresa, prevalecerão, independentemente da edição de norma superveniente dispondo sobre a mesma matéria, estabelecendo nível protetivo menor.
Tem como corolário (consequência) a regra do direito adquirido, contida no art. 5º, XXXVI da CRFB.
Em suma: o princípio da condição mais benéfica opera a parte meramente contratual.
1.3.Princípio in dubio pro misero: princípio de direito material que informa ao intérprete a optar, dentre duas ou mais informações possíveis, ou mesmo normas de conteúdo duvidoso (dúvida razoável sobre o alcance da norma legal e não estar em desacordo com a vontade expressa do legislador), que deve prevalecer a melhor interpretação para o empregado. Opta-se pela norma mais favorável.
Não confundir com regra de julgamento – aplica-se o ônus da prova – arts. 818, CLT e 333, CPC, ou seja, impõe-se a prova do fato constitutivo do direito ao autor e ao demandado cabe a prova do fato modificativo, extintivo e impeditivo do direito.
2.PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE DA RELAÇÃO DE EMPREGO: 
.o contrato, em regra, é de trato sucessivo;
.prazo indeterminado como garantia para o trabalhador;
Conseqüências:
-preferência pelos contratos por prazo indeterminado; contratos a termo surgem como exceção;
- possibilidade modificações no contrato (mais benéficas – promoções);
- possibilidade de interrupções e suspensões;
-possibilidade de continuidade do contrato mesmo com mudança de empregador – sucessão;
-empregador tem o ônus de provar o motivo da dispensa – Enunciado 212 TST.
3.PRINCÍPIO DA IRRENUNCIABILIDADE OU DA INDISPONIBILIDADE DE DIREITOS: 
o referido princípio torna os direitos dos trabalhadores indisponíveis, inderrogáveis e irrenunciáveis.
Logo: o que se pode renunciar ou transacionar na área trabalhista:
Renúncia: pressupõe ato unilateral de vontade da parte, por meio do qual ela se despoja de um direito de que é titular, sem correspondente concessão pela parte beneficiada pela renúncia.
Transação: ato bilateral. Faz-se concessões recíprocas, envolvendo questões fáticas ou jurídicas duvidosas.
Logo: deve-se observar a natureza do direito objeto da renúncia ou da transação: se o objeto em questão decorre de norma imperativa ou de norma dispositiva. 
Na relação de emprego: art. 444 CLT:
as relações contratuais de trabalho podem ser objeto de livre estipulação das partes interessadas em tudo quanto não contravenha às disposições de proteção ao trabalho, aos contratos coletivos que lhes sejam aplicáveis e às decisões das autoridades competentes.
Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia.
Assim, mesmo na seara contratual é muito estreito o campo para utilização da renúncia e da transação no Direito do Trabalho.
-Justifica-se a renúncia quando há excepcional interesse obreiro, ainda que pareça que tal ato importou em prejuízo ao empregado. 
Ex: cláusula prevendo promoção por antiguidade; renúncia do empregado pelo fato de que tal promoção acarretaria mudança no dia a dia do trabalhador que não lhe interessa.
A transação deve pressupor sempre objeto duvidoso – caberia quando a interpretação de uma cláusula contratual escrita causa dúvida, ou quando um direito pactuado verbalmente é objeto de controvérsia.
 Ex: cláusula prevendo pagamento de 14° salário quando o lucro da empresa for maior que 10%; mas há dúvida se tal lucro se refere ao líquido ou ao bruto – caberia uma transação para resolver tal situação.
4. PRINCÍPIO
DA PRIMAZIA DA REALIDADE DOS FATOS:
Determina o princípio que a verdade real prevalecerá sobre a verdade formal (fatos reais sobre a forma). O que importa é o que realmente aconteceu, e não o que está escrito.
Objetiva, ademais, impedir procedimentos fraudulentos do empregador como nos casos de tentativas de mascarar vínculo de emprego existente, conferir direito menores que os devidos, etc.
Aplicação para ambos: empregado e empregador? O empregador, na verdade, deve demonstrar algum tipo de vício da vontade ou fraude. Ex: cartões de ponto maliciosamente registrados com horas extras inexistentes; empregado que de má fé registra aumento de salários para colegas etc.
5. PRINCÍPIO DA INALTERABILIDAE CONTRATUAL LESIVA:
Origina-se na cláusula pacta sunt servanda;
Art. 468, CLT;
Permite-se, de maneira unilateral (jus variandi), pequenas variações no contrato de trabalho, desde que não cause prejuízo ao obreiro.
6. PRINCÍPIO DA INTANGIBILIDADE SALARIAL:
Estabelece que esta parcela justrabalhista merece garantias diversificadas da ordem jurídica, assegurando seu valor, montante e disponibilidade em benefício do obreiro. 
Caráter alimentar.

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