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50
CURSO DE DIREITO
DISCIPLINA: DIREITO FINANCEIRO E TRIBUTÁRIO II
PROFª ALUNO:
DATA: 
Bibliografia básica:
ALEXANDRE, Ricardo. Direito Tributário Esquematizado.
CALMON. Sacha. Curso de Direito Tributário Brasileiro. Rio de Janeiro: Forense.
CARNEIRO, Claudio. Direito Tributário e Financeiro. São Paulo: Saraiva.
CARNEIRO, Claudio. Processo Tributário (Administrativo e Judicial). São Paulo: Saraiva.
MACHADO, Hugo de Brito.  Curso de Direito Tributário. São Paulo: Malheiros.
SABBAG, Eduardo. Manual de Direito Tributário. São Paulo: Saraiva, 2010.
TORRES, Ricardo Lobo.  Curso de Direito Financeiro e Tributário. Rio de Janeiro: Renovar.
ROSA JR., Luiz Emygdio F. da.  Manual de Direito Financeiro & Direito Tributário. Rio de Janeiro: Renovar.
UNIDADE 1 – CRÉDITO TRIBUTÁRIO (art. 139 a 150 CTN)
1.1. Conceito e teorias sobre o nascimento
1.2. Lançamento: conceito, elementos e natureza jurídica
1.3. Princípios específicos do lançamento
1.4. Modalidades de lançamento.
1.1 – CONCEITO E TEORIAS SOBRE O NASCIMENTO 
O direito tributário trata dos meios de prover os cofres públicos dos recursos necessários à manutenção do aparelho administrativo e satisfazer as necessidades sociais e coletivas. Daí a razão da escolha de fatos da vida econômica das pessoas – fatos geradores – que, estabelecendo entre estas e o Estado uma relação jurídica de natureza obrigacional, vão resultar na constituição de um crédito tributário em favor do Estado. 
Conceito = “Quando verificado no mundo dos fatos a situação definida em lei como fato gerador do tributo, nasce a obrigação tributária. Tal obrigação consiste num vínculo jurídico transitório entre o sujeito ativo (credor) e o sujeito passivo (devedor) e tem por objeto uma prestação em dinheiro.” (ALEXANDRE, Ricardo. Direito Tributário Esquematizado).
O crédito tributário decorre da obrigação principal e tem a mesma natureza jurídica desta (art. 139 CTN). Enquanto a obrigação, de natureza abstrata, envolve uma relação de débito, o crédito tributário, materialização dessa obrigação, constitui um devedor na relação jurídica. 
O crédito tributário se constitui pelo lançamento, assim entendido como uma atividade administrativa vinculada e obrigatória, tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo o caso, propor a aplicação da penalidade cabível (art. 142 do CTN).
	
	Lei + FG = OT
	
	OT + Lançamento Tributário = Crédito Tributário
Pode-se dizer que, enquanto o fato gerador faz nascer a obrigação tributária, o lançamento a torna exigível. Diferente de quando inscrito em dívida ativa que é exequível.
Lançamento tributário não se confunde com lançamento contábil. Conquanto, seja igualmente, um procedimento tendente a efetuar o registro de um acontecimento, sua natureza, aqui, é inteiramente diferente da sua natureza, aqui, é inteiramente diferente da sua natureza na prática contábil.
Consiste o lançamento do crédito tributário numa série de atos praticados pelo agente do fisco respectivo no exercício de uma função interna ou externa. Uma vez lançado o tributo, o sujeito passivo deve ser notificado regularmente (art. 145). O lançamento só pode ser alterado nos seguintes casos: Impugnação: pelo sujeito passivo; Recurso de ofício: pelo sujeito ativo;Iniciativa de ofício da autoridade administrativa: pelo sujeito ativo
1.2 – LANÇAMENTO (art. 142 a 146 CTN)
Lançamento (Art. 142 CTN) – “Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributária, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo o caso, propor a aplicação da penalidade cabível”.
Apesar de ser o lançamento atividade administrativa, é impossível na maior parte das vezes o fisco prescindir da participação do sujeito passivo nessa atividade. Com efeito, em duas das três modalidades de lançamento, o procedimento inicia-se com a informação prestada pelo sujeito passivo sobre os elementos que integram a obrigação tributária. Sem essa colaboração, não teria a administração como conhecer, digamos, todas as fontes de rendimentos de um contribuinte, para efeito de tributação pelo imposto de renda.
No entanto, isto não quer dizer que o lançamento seja atividade do sujeito passivo, nem mista sequer. O lançamento é um ato de conhecimento do fato gerador da obrigação, de apuração do quantum devido e de identificação do devedor da relação. Somente a prestação de informações, necessária ao conhecimento do fato, cabe, nestes casos, ao sujeito passivo.
É ato privativo da autoridade administrativa; verifica a ocorrência do FG da obrigação correspondente; determina a matéria tributável; calcula o montante do tributo devido; identifica o sujeito passivo; propõe a penalidade, se cabível no caso.
1.2.1 - NATUREZA JURÍDICA DO LANÇAMENTO: teorias[1: vide <https://www.youtube.com/watch?v=AJZhH1t1Wmw>]
Segundo o artigo 142 do Código Tributário Nacional, o lançamento consiste em um procedimento administrativo privativo da autoridade administrativa, tendente a verificar a ocorrência do fato gerador e a matéria tributável, a definir o montante e identificar o sujeito passivo.
  A doutrina, no entanto, divide-se acerca da natureza jurídica do lançamento. Para alguns, o lançamento administrativo é um procedimento, no sentido de que, por afetar direitos dos administrados, há de ser desenvolvido com obediência a certas formalidades legalmente impostas. Assim, por exemplo, há de ser sempre assegurado o direito de defesa ao contribuinte, que abrange o direito de uma decisão da autoridade, bem como o direito de recorrer dessa decisão a instância administrativa superior.
Para outra parte da doutrina, como o Professor Paulo de Barros, entende que o lançamento é ato jurídico e não procedimento, como consta do art. 142 do Código Tributário Nacional. Consiste, muitas vezes, no resultado de um procedimento mas com ele não se confunde. É preciso dizer que o procedimento não é imprescindível para o lançamento, que pode consubstanciar ato isolado, independente de qualquer outro.
Paulo de Barros ensina que o lançamento é um ato jurídico administrativo, da categoria dos simples, constitutivos e vinculados, mediante o qual se insere na ordem jurídica brasileira uma norma individual e concreta, que tem como antecedente o fato jurídico tributário, e como consequência, a formalização do vínculo obrigacional, pela individualização dos sujeitos ativo e passivo, a determinação do objeto da prestação, formado pela base de cálculo e correspondente alíquota, bem como pelo estabelecimento dos termos espaço-temporais em que o crédito há de ser exigido.
- TEORIAS
As teorias declaratória e constitutiva do crédito tributário. A obrigação tributária nasce antes do crédito?
Há grande discussão acerca da natureza jurídica do lançamento, sendo que existem, basicamente, três entendimentos a respeito, quais sejam: natureza declaratória do crédito tributário; natureza constitutiva do lançamento tributário; e, por fim, a natureza híbrida, isto é, constitutiva do crédito e declaratória do lançamento.
 A primeira corrente doutrinária defende a natureza declaratória, não possuindo o lançamento o condão de criar, modificar ou extinguir direitos, mas sim declarar o direito anterior consubstanciado na obrigação tributária, o que, por sua vez, surge com a ocorrência do fato previamente descrito na lei.
 A segunda corrente prefere a natureza constitutiva do lançamento, na qual o lançamento apenas irá declarará o crédito tributário, valendo-se, para tanto, de uma leitura simplista do artigo 142 do CTN, não merecendo, portanto, maior análise.
Ademais, argumentam que o lançamento decorre da constatação de que ele tem em conta as circunstâncias de fato no momentoda ocorrência do fato jurídico tributário e a lei vigente na época em que este último se realiza, consoante os ditames do art. 144 do CTN.
Sobre o lançamento, vale a transcrição de Paulo de Barros Carvalho:
“Meditemos sobre a construção desse segmento de linguagem. Seu conteúdo semântico será o relato de um evento do passado, devidamente caracterizado no tempo e no espaço. Dizendo de outro modo, o enunciado de que tratamos declara ter ocorrido uma alteração no plano físico-social. Nesse sentido, vale dizer que o fato jurídico tributário tem caráter declaratório. Aí esta o motivo pelo qual se aplica ao fato a legislação em vigor no momento em que o evento ocorreu. Entretanto, podemos esquecer que o relato do acontecimento pretérito é exatamente o modo como se constitui o fato, como essa entidade aparece e é percebida no recinto do direito, o que nos autoriza a proclamá-lo como constitutivo do evento que, sem esse relato, quedaria à margem do universo jurídico. Por outros torneios, o enunciado projeta-se para o passado, recolhe o evento e, ao descrevê-lo, constitui-se como fato jurídico tributário. Retenhamos esses dois aspectos: o enunciado do antecedente da norma individual e concreta que analisamos se constitui como fato ao descrever o evento”. (Carvalho, Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário. São Paulo: Saraiva. 2003. p. 402/403).
Mais adiante, o jurista, prossegue:
“(...) Disso, advém uma conclusão importante: todos os elementos utilizados para a composição do enunciado relacional são extraídos do fato e não do evento, que já se consumiu ao transformar-se no enunciado do antecedente normativo. A montagem da relação jurídica não retroage ao instante da verificação do evento, para dele retirar os dados de que necessite, em ordem à qualificação dos sujeitos e à quantificação do débito tributário, pois tudo está no enunciado factual e, o que lá não estiver, foi desprezado pelo editor da norma, ao selecionar as propriedades do evento, sendo, dessa maneira, irrelevantes juridicamente.Só numa formulação apressada poderíamos supor que o autor da regra volta ao passado para vasculhar a ocorrência e dela extrair ingredientes que venha a utilizar na relação obrigacional. Isso é mera aparência sugerida pelo exame do primeiro instante. Todas as informações necessárias à compostura do liame obrigacional do conseqüente serão recolhidas ao lado, na linguagem do antecedente. Se o sujeito que vai expedir a norma tem ao seu alcance todos os elementos que foram filtrados do evento para constituir o fato jurídico tributário, que contingência poderia compeli-lo a regressar àquela ocorrência ? Não se pode menos do que concluir, de modo peremptório, que o conseqüente é, todo ele, constitutivo de um vínculo que passou a existir, para o direito, com o correspondente enunciado relacional”. (Carvalho, Paulo de Barros. Obra citada. p.403-404).
Com fulcro na citação supra, pelo entendimento do professor Paulo de Barros, no sentido de que o lançamento é um ato que constitui o crédito tributário, visto que o mero evento não faz surgir a obrigação tributária.
Esta somente se constitui com o lançamento, no qual a autoridade competente analisa o evento e o transforma em linguagem competente, fazendo surgir o crédito tributário. Logo a obrigação nasce junto com o crédito tributário, no momento do lançamento.
1.2.2 - 	PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS DO LANÇAMENTO
DA IMUTABILIDADE DO LANÇAMENTO
O lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo só pode ser alterado em virtude de: a) impugnação do sujeito passivo (administrativa ou judicial); b) recurso de ofício; c) iniciativa de ofício da autoridade administrativa, nos casos previstos no art. 149 CTN.
DA INALTERABILIDADE DO LANÇAMENTO (art. 146 CTN)
“A modificação introduzida, de ofício ou em conseqüência de decisão administrativa ou judicial, nos critérios jurídicos adotados pela autoridade administrativa no exercício do lançamento somente pode ser efetivada, em relação a um mesmo sujeito passivo, quanto a fato gerador ocorrido posteriormente à sua introdução”. 
NOTA: 
1) Posição da doutrina: a imutabilidade do lançamento é a regra e a revisão é exceção, que deve obedecer à lista taxativa contida nos arts. 145 e 149 do CTN. 
Questão pacífica na doutrina que o Art. 146 do CTN determina que há proibição da revisão de lançamentos já efetuados com suporte na alegação de existência de “erros de direito”.
Eduardo Sabbag ensina que “é incabível o lançamento suplementar motivado por erro de direito”.
Para Leandro Paulsen o Art. 146/CTN determina que os critérios jurídicos adotados pela autoridade no lançamento não poderão ser modificados. Já o Art. 149/CTN estipula os casos em que o lançamento será revisto de ofício, e se somente nesses é que poderá um mesmo fato ser refiscalizado. A fiscalização, nos demais casos, não altera o lançamento, sob pena de violar o ato jurídico. Ressalta que a imutabilidade do ato contém uma dupla proteção. Uma, ao contribuinte, que tem a garantia de não ser perseguido pelo Fisco, e duas, ao funcionário que terá a validade de seu trabalho respeitada
Para Ricardo Lobo Torres, a autoridade administrativa, depois de efetivado o lançamento, não pode alterá-lo sob o argumento de que a interpretação jurídica adotada não era a correta, a melhor ou a mais justa. Nem mesmo se os Tribunais Superiores do País firmarem orientação jurisprudencial em sentido diverso daquela que prevaleceu no lançamento, (...), poderá o agente fazendário modificar o ato para agravar a situação dos contribuintes.
2) Posição da jurisprudência: O extinto Tribunal Federal de Recursos editou uma Súmula sobre o tema, ementada sob o n° 227, a qual continua sendo amplamente utilizada até hoje; O STF já se pronunciou sobre o tema no RE 62.252 e o STJ pacificou o entendimento quanto a esta matéria ao julgar recurso especial nº 1130545 RJ no qual foi reconhecida Repercussão Geral.
1.4 – MODALIDADES DE LANÇAMENTO: Por declaração; De ofício (ou direto); Por homologação.
 – LANÇAMENTO POR DECLARAÇÃO (art. 147, do CTN)
Ocorre quando depende da prestação de informações, quanto à matéria de fato, pelo contribuinte, ou por terceiro, ao fisco, sendo estas informações, portanto, indispensáveis à efetivação do lançamento.
O lançamento por declaração ocorre em relação àqueles impostos em que o fisco só toma ciência da ocorrência do fato gerador, ou de circunstâncias específicas com ele relacionadas, se informado pelo contribuinte, ou por terceiro, os impostos de importação (II) e de exportação (IE), o imposto de transmissão causa mortis e causa doação (ITCD) e o imposto sobre transmissão inter vivos (ITBI). 
– LANÇAMENTO DE OFÍCIO OU DIRETO (art. 149 do CTN)
O lançamento de ofício é aquele feito pela Administração sem a participação do sujeito passivo da obrigação tributária, como ocorre com o IPTU, nas taxas e na contribuição de melhoria.
– LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO (art. 150 do CTN)
Ocorre quando o contribuinte tem por lei a obrigação de antecipar o pagamento do tributo sem prévio exame da autoridade administrativa, e opera-se pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente o homologa. Esse pagamento antecipado pelo contribuinte ocorre no tocante ao ICMS, IPI, IOF, IR, ITR e contribuições sociais, porque o contribuinte recolhe os referidos impostos sem haja lançamento por parte da Administração.
Deve-se recusar a expressão AUTOLANÇAMENTO para rotular este pagamento antecipado pelo contribuinte por duas razões. Primeiro, porque o lançamento corresponde a uma atividade administrativa. Segundo, porque, como explicado mais adiante, a mencionada atividade desempenhada pelo contribuinte não implica em lançamento, e da mesma forma a atividade do agente público que a homologar. Daí entendermos que o denominado lançamento por homologação nada tem de lançamento porque corresponde a uma atividade da autoridade administrativa que apenas homologa o pagamento antecipado feito pelo contribuinte. Neste caso, portanto,não há lançamento porque inexiste procedimento administrativo visando à constatação da ocorrência do fato gerador e a sua valoração qualitativa e quantitativa, como dita no art. 142.
NOTA: o tipo de tributo não deve servir de base para descobrir qual a modalidade de lançamento, pois um mesmo imposto pode ter mais de uma modalidade de lançamento. Ex: ICMS (por homologação, por declaração [na importação] e de ofício)
CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL
TÍTULO III
Crédito Tributário
CAPÍTULO I
Disposições Gerais
 Art. 139. O crédito tributário decorre da obrigação principal e tem a mesma natureza desta.
 Art. 140. As circunstâncias que modificam o crédito tributário, sua extensão ou seus efeitos, ou as garantias ou os privilégios a ele atribuídos, ou que excluem sua exigibilidade não afetam a obrigação tributária que lhe deu origem.
 Art. 141. O crédito tributário regularmente constituído somente se modifica ou extingue, ou tem sua exigibilidade suspensa ou excluída, nos casos previstos nesta Lei, fora dos quais não podem ser dispensadas, sob pena de responsabilidade funcional na forma da lei, a sua efetivação ou as respectivas garantias.
CAPÍTULO II
Constituição de Crédito Tributário
SEÇÃO I
Lançamento
Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível.
 Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional.
Art. 143. Salvo disposição de lei em contrário, quando o valor tributário esteja expresso em moeda estrangeira, no lançamento far-se-á sua conversão em moeda nacional ao câmbio do dia da ocorrência do fato gerador da obrigação.
Art. 144. O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada.
 § 1º Aplica-se ao lançamento a legislação que, posteriormente à ocorrência do fato gerador da obrigação, tenha instituído novos critérios de apuração ou processos de fiscalização, ampliado os poderes de investigação das autoridades administrativas, ou outorgado ao crédito maiores garantias ou privilégios, exceto, neste último caso, para o efeito de atribuir responsabilidade tributária a terceiros.
 § 2º O disposto neste artigo não se aplica aos impostos lançados por períodos certos de tempo, desde que a respectiva lei fixe expressamente a data em que o fato gerador se considera ocorrido.
 Art. 145. O lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo só pode ser alterado em virtude de:
I - impugnação do sujeito passivo;
II - recurso de ofício;
III - iniciativa de ofício da autoridade administrativa, nos casos previstos no artigo 149.
 Art. 146. A modificação introduzida, de ofício ou em conseqüência de decisão administrativa ou judicial, nos critérios jurídicos adotados pela autoridade administrativa no exercício do lançamento somente pode ser efetivada, em relação a um mesmo sujeito passivo, quanto a fato gerador ocorrido posteriormente à sua introdução.
SEÇÃO II
Modalidades de Lançamento
  Art. 147. O lançamento é efetuado com base na declaração do sujeito passivo ou de terceiro, quando um ou outro, na forma da legislação tributária, presta à autoridade administrativa informações sobre matéria de fato, indispensáveis à sua efetivação.
§ 1º A retificação da declaração por iniciativa do próprio declarante, quando vise a reduzir ou a excluir tributo, só é admissível mediante comprovação do erro em que se funde, e antes de notificado o lançamento.
§ 2º Os erros contidos na declaração e apuráveis pelo seu exame serão retificados de ofício pela autoridade administrativa a que competir a revisão daquela.
Art. 148. Quando o cálculo do tributo tenha por base, ou tome em consideração, o valor ou o preço de bens, direitos, serviços ou atos jurídicos, a autoridade lançadora, mediante processo regular, arbitrará aquele valor ou preço, sempre que sejam omissos ou não mereçam fé as declarações ou os esclarecimentos prestados, ou os documentos expedidos pelo sujeito passivo ou pelo terceiro legalmente obrigado, ressalvada, em caso de contestação, avaliação contraditória, administrativa ou judicial.
 Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela autoridade administrativa nos seguintes casos:
 I - quando a lei assim o determine;
 II - quando a declaração não seja prestada, por quem de direito, no prazo e na forma da legislação tributária;
  III - quando a pessoa legalmente obrigada, embora tenha prestado declaração nos termos do inciso anterior, deixe de atender, no prazo e na forma da legislação tributária, a pedido de esclarecimento formulado pela autoridade administrativa, recuse-se a prestá-lo ou não o preste satisfatoriamente, a juízo daquela autoridade;
  IV - quando se comprove falsidade, erro ou omissão quanto a qualquer elemento definido na legislação tributária como sendo de declaração obrigatória;
   V - quando se comprove omissão ou inexatidão, por parte da pessoa legalmente obrigada, no exercício da atividade a que se refere o artigo seguinte;
  VI - quando se comprove ação ou omissão do sujeito passivo, ou de terceiro legalmente obrigado, que dê lugar à aplicação de penalidade pecuniária;
  VII - quando se comprove que o sujeito passivo, ou terceiro em benefício daquele, agiu com dolo, fraude ou simulação;
  VIII - quando deva ser apreciado fato não conhecido ou não provado por ocasião do lançamento anterior;
IX - quando se comprove que, no lançamento anterior, ocorreu fraude ou falta funcional da autoridade que o efetuou, ou omissão, pela mesma autoridade, de ato ou formalidade especial.
Parágrafo único. A revisão do lançamento só pode ser iniciada enquanto não extinto o direito da Fazenda Pública.
Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, opera-se pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa.
§ 1º O pagamento antecipado pelo obrigado nos termos deste artigo extingue o crédito, sob condição resolutória da ulterior homologação ao lançamento.
§ 2º Não influem sobre a obrigação tributária quaisquer atos anteriores à homologação, praticados pelo sujeito passivo ou por terceiro, visando à extinção total ou parcial do crédito.
§ 3º Os atos a que se refere o parágrafo anterior serão, porém, considerados na apuração do saldo porventura devido e, sendo o caso, na imposição de penalidade, ou sua graduação.
§ 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considera-se homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação.
CURSO: DIREITO
PRO
DISCIPLINA: DIREITO FINANCEIRO E TRIBUTÁRIO II
ALUNO(A):___________________________________________________________
EXERCÍCIO - UNIDADE 1
1) Na hipótese de lançamento tributário, quando se opera pelo ato em que a autoridade administrativa fiscal competente, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressa ou tacitamente homologa o recolhimento de tributos, cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento, não há necessidade de prévia anuência do Fisco. Nesse caso, a modalidade de lançamento tributário configura-se como
(A) direto. 
(B) por declaração. 
(C) por arbitramento. 
(D) por homologação. 
(E) por autolançamento
2) Uma vez notificado o sujeito passivo da realização do lançamento tributário, este ...
(A) constituio crédito tributário em definitivo, não sendo mais possível sua revisão ou modificação administrativa. 
(B) só pode ser alterado na hipótese exclusiva de impugnação do sujeito passivo. 
(C) constitui a obrigação tributária em definitivo, somente sendo possível sua revisão ou modificação de ofício pela autoridade administrativa, em caso de erro evidente. 
(D) somente pode ser alterado nas hipóteses de impugnação do sujeito passivo, em decorrência de recurso de ofício ou em virtude de iniciativa de ofício da autoridade administrativa, nos casos previstos no Código Tributário Nacional.
(E) não pode ser revisto ou modificado, mas admite sua anulação por decisão judicial ou por ato de ofício de autoridade administrativa competente. 
3) LUCIANA DA SILVA apresentou à Secretaria da Receita Federal (SRF) declaração do IRPF relativa ao exercício de 2014, com dados falsos, almejando sonegar parte do tributo. A falsidade não foi detectada de início e a contribuinte efetuou pagamento do imposto. Meses depois, a SRF verificou o estratagema desta contribuinte e, de ofício, reviu o lançamento. Indaga-se: Quais espécies de lançamentos tratam este caso hipotético, respectivamente?
(A) Lançamento por declaração, de ofício e por homologação.
(B) Lançamento de ofício, por declaração e autolançamento. 
(C) Lançamento por homologação e de ofício. 
(D) Lançamento por declaração e de ofício.
4) Assinale a opção INCORRETA:
(A) Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento.
(B) O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada.
(C) O lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo só pode ser alterado em virtude de impugnação ou recurso administrativo.
(D) A modificação introduzida nos critérios jurídicos adotados pela autoridade administrativa no exercício do lançamento somente pode ser efetivada, em relação a um mesmo sujeito passivo, quanto a fato gerador ocorrido posteriormente à sua introdução.
(E) A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional.
5) Juan José contratou um contador para fazer a sua declaração de imposto de renda. Como resultado da declaração apresentada, restou apurado o dever de recolher pouco mais de cinco mil reais. O contador entrega a Juan José a declaração impressa e em versão digital, acompanhada da guia de recolhimento da primeira parcela, dentro do prazo legal e orienta Juan a recolher as demais parcelas. Juan José recebe e paga a primeira parcela, mas se esquece de fazer qualquer pagamento nos meses seguintes. Juan José se habilita em um certame público para prestar serviços públicos como temporário em virtude de grande evento esportivo que ocorrerá em sua cidade, conduzido pelas forças armadas. Para isso, ele terá que apresentar as certidões que comprovem sua regularidade fiscal. Juan solicita à Receita Federal e recebe a informação de que em seu nome consta dívida ativa inscrita pelo não pagamento do imposto de renda declarado. Insurge-se e entra em contato com seu contador que lhe relembra que deveria pagar as demais parcelas pela declaração feita recentemente, mas ele reclama que a Receita Federal do Brasil inscreveu seu nome na dívida ativa sem sequer lhe notificar. Assinale a única alternativa que se coaduna com o caso descrito:
(A) trata-se de um exemplo de lançamento por declaração, como descrito no art.147 do CTN.
(B) trata-se de um exemplo clássico de lançamento por homologação, como descrito no art. 150 do CTN.
(C) O STJ nunca editou súmulas consolidando o entendimento de que o tributo declarado e não pago legitima o fisco a proceder atos de cobrança sem qualquer notificação ao contribuinte.
(D) trata-se de um exemplo clássico de lançamento de ofício, como descrito no art. 149 do CTN.
6) Antônio, prestador de serviço de manutenção e reparo de instrumentos musicais, sujeito à incidência do Imposto Sobre Serviços (ISS), deixou de recolher o tributo incidente sobre fato gerador consumado em janeiro de 2013 (quando a alíquota do ISS era de 5% sobre o total auferido pelos serviços prestados e a multa pelo inadimplemento do tributo era de 25% sobre o ISS devido e não recolhido). Em 30 de agosto de 2013, o Município credor aprovou lei que: (a) reduziu para 2% a alíquota do ISS sobre a atividade de manutenção e reparo de instrumentos musicais; e (b)reduziu a multa pelo inadimplemento do imposto incidente nessa mesma atividade, que passou a ser de 10% sobre o ISS devido e não recolhido. 
Em fevereiro de 2014, o Município X promoveu o lançamento 
do imposto, exigindo do contribuinte o montante de 
R$ 25.000,00 – sendo R$ 20.000,00 de imposto (5% sobre 
R$ 400.000,00, valor dos serviços prestados) e R$ 5.000,00 a título de multa pela falta de pagamento (25% do imposto devido). Sobre a hipótese apresentada, assinale a afirmativa correta. 
A)O lançamento está correto em relação ao imposto e à multa. 
B)O lançamento está incorreto tanto em relação ao imposto (que deveria observar a nova alíquota de 2%) quanto em relação à multa (que deveria ser de 10% sobre o ISS
devido e não recolhido). 
C)O lançamento está correto em relação à multa, mas incorreto em relação ao imposto (que deveria observar a nova alíquota de 2%). 
D)O lançamento está correto em relação ao imposto, mas incorreto em relação à multa (que deveria ser de 10% sobre o ISS devido e não recolhido). 
CURSO DE DIREITO
DISCIPLINA: DIREITO FINANCEIRO E TRIBUTÁRIO II
TIURMA:
ALUNO:
DATA: 
Unidade 2 – Suspensão, extinção e exclusão do crédito tributário
2.1. Suspensão do crédito tributário: conceito, efeitos, causas. 
2.2. Extinção do crédito tributário: conceito, causas de extinção, enfoque especial sobre a compensação e a restituição de tributos. 
2.3. Decadência e prescrição do crédito tributário: distinção entre decadência e prescrição, características peculiares, modalidades de prescrição tributária. 
2.4. Exclusão do crédito tributário: visão geral, isenção – conceito e institutos afins, classificação; anistia – conceito, institutos afins e classificação.
2.1 – A SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO (art. 151 do CTN, com as alterações dadas pela Lei Complementar nº 104/2001)
Ocorrendo o fato gerador, a obrigação tributária concretiza-se e a autoridade administrativa, sob pena de responsabilidade funcional, deve desempenhar a atividade correspondente ao lançamento para constituir o crédito tributário. Entretanto, a exigibilidade do crédito tributário fica suspensa, em caráter excepcional, nos casos previstos no art. 151, ou seja, o crédito tributário foi constituído mas não poderá ser exigido do contribuinte nas seguintes hipóteses:
2.1.1 Causas ou modalidades da  suspensão da exigibilidade do crédito tributário:
“Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário:[2: MORDER LIMPAR - mnemônico para os casos de suspensão da exigibilidade do crédito tributário.]
I - moratória;
II - o depósito do seu montante integral;
III - as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário administrativo;
IV - a concessão de medida liminar em mandado de segurança.
V – a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação judicial; 
VI – o parcelamento.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não dispensa o cumprimento das obrigações acessórias dependentes da obrigação principal cujo crédito seja suspenso, ou dela conseqüentes.”
Moratória - consiste na concessão de novo prazo para o cumprimento da obrigação tributária principal por razões de ordem pública. Segundo Aliomar Baleeiro a moratória consiste na concessão legal de um período de tolerância na exigência de dívidas, não a determinado contribuinte, mas a toda uma categoria deles, conforme a atividade profissional, a região, ou outro critério. Pode ser também geral, abrangendo todas e quaisquer dívidas, em caso de crisepolítica ou econômica de extrema gravidade. É medida de ordem pública em caso de calamidade pública, como seca, enchente, terremoto, etc, numa cidade ou região, ou de comoção política, que perturba violentamente a economia, causando pânico financeiro ou impossibilidade material de satisfação das dívidas. 
A regra geral é a concessão de forma autônoma da moratória. Trata-se da previsão para que a própria pessoa jurídica de Direito Público competente para instituir o tributo a conceda. Assim, temos que o ente competente para instituir determinado tributo, é competente também para conceder moratória, uma vez que a competência tributária compreende a competência legislativa plena, nos termos no art. 6º do CTN.
Entretanto, o próprio CTN prevê uma exceção, permitindo à União a concessão de moratória em caráter geral, quanto a tributos de competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. Nessa situação, estaremos diante da moratória heterônoma, eis que concedida por um ente diverso daquele que detém a competência tributária.
Não obstante a referida exceção, a União não pode conceder a moratória heterônoma livremente. Alguns requisitos devem ser cumpridos para que essa situação se torne possível: a moratória deve simultaneamente ser concedida quanto aos tributos de competência federal e às obrigações de direito privado.
Nota: o aluno deve esgotar a moratória do art. 152 ao 155 do CTN.
Depósito do seu montante integral 
O contribuinte, ao propor ação judicial em face da Fazenda Pública para questionar o valor do crédito tributário cobrado ou para anulá-lo, poderá realizar depósito judicial, em dinheiro e no valor integral, com intuito de impedir o ajuizamento da ação de execução pela Fazenda Pública e evitar a correção monetária.
Não há dúvidas de que o depósito também poderá ser utilizado nos processos administrativos, porém seus efeitos apenas prevenirão a mora, uma vez que a exigibilidade do crédito tributário já estará suspensa em função da impugnação ou do recurso administrativo.
Reclamações e recursos - ambos são utilizados no processo administrativo tributário. As reclamações, que tecnicamente chamam-se impugnações, são defesas do sujeito passivo que, não concordando com o lançamento, contesta-o mediante petição à Justiça Administrativa. Do julgamento desta reclamação cabe recurso. Durante o período em que o processo se desenrolar o CT estará suspenso.
Concessão de liminar em mandado de segurança - o mandado de segurança é o remédio judicial de que dispõe o cidadão para proteção de direito líquido e certo (CF, art. 5o , LXIX), devendo ser impetrado no prazo de 120 dias a contar da data em que o contribuinte teve ciência do ato de cobrança do tributo. O mandado de segurança, p.ex., é meio hábil para o contribuinte impugnar a inscrição do débito fiscal em dívida ativa considerada ilegal.
Concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação judicial - o artigo 273 do CPC estabelece um conjunto de requisitos e pressupostos que o juiz deve observar para antecipar a decisão. Há uma questão polêmica acerca deste instituto no concerne a possibilidade ou não de se conceder tutela antecipada contra a Fazenda Pública, pois existe uma lei que príbe tal concessão. Entretanto, com o advento da LC 104/2001, entendem os juristas que tal inciso revogou tacitamente a proibição estabelecida nai Lei 9494/97.
Parcelamento - para a maioria da doutrina o inciso acrescentado não trouxe nenhuma novidade porque há muito já se entende que o parcelamento é uma espécie de moratória e consideram dispensável a inclusão deste inciso. Não confunda Parcelamento (divisão do pagamento) com Moratória (dilação do prazo).
No parcelamento são exigíveis juros e multa, na moratória não.
2.1.2 Questões controvertidas:
1) A suspensão pode ocorrer antes do crédito se tornar exigível?
CARVALHO (1993, p. 288) acentua que só existe suspensão da exigibilidade do crédito tributário depois dele já lançado: “Por exigibilidade do crédito tributário havemos de compreender o direito que o credor tem de postular, efetivamente, o objeto da obrigação, e isto só ocorre, como é óbvio, depois de tomadas todas as providências necessárias à formalização da dívida, com a lavratura do ato de lançamento tributário.”
TORRES (2008, p. 231) entende que “a suspensão só vai operar após a data em que o crédito se tornar exigível.”
MACHADO (1993, p. 123) afirma que a causa de suspensão antes da constituição do crédito tributário não é, na realidade, suspensão, mas sim impedimento.
AMARO (2010, p. 404) ensina que “As causas de suspensão do crédito tributário (inclusive a moratória, incluída como tal pelo CTN) podem ocorrer mesmo antes do lançamento e, portanto, não pressupõem a existência de ‘crédito tributário’ no sentido que lhe deu o código (de entidade que só se constituiria pelo lançamento)”.
ÁVILA (2009, p. 314) apoia a tese de possibilidade de suspensão do crédito tributário antes do lançamento: “Embora o Código Tributário Nacional faça referência ao crédito tributário, supondo-se já ter havido o lançamento, em muitos casos a suspensão opera-se em momento anterior à própria constituição do crédito tributário. Nestes casos, as causas suspensivas servirão para momentaneamente dispensar o contribuinte do cumprimento da obrigação tributária, seja principal ou acessória, mas jamais poderão impedir que a Autoridade administrativa proceda o lançamento, sobretudo porque a Fazenda Pública poderá decair do direito de constituir o crédito tributário.” 
2) Suspensão do crédito tributário ou suspensão da exigibilidade do crédito tributário?
O Capítulo III do Livro Segundo do Código Tributário Brasileiro apresenta-se como suspensão do crédito tributário. Entretanto, o art. 151 desse mesmo código assinala que os seus seis incisos são causas de suspensão da exigibilidade do crédito tributário.
“CAPÍTULO III
Suspensão do Crédito Tributário
Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário:"
A doutrina pátria diverge acerca do tema. Sendo que para o posicionamento majoritário, o art. 151 do CTN suspende a exigibilidade do crédito tributário
Pergunta-se: qual o posicionamento do STF?Sugestão de leitura do artigo:
http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=8970
CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL
CAPÍTULO III
Suspensão do Crédito Tributário
SEÇÃO I
Disposições Gerais
 Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário:
  I - moratória;
 II - o depósito do seu montante integral;
  III - as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário administrativo;
  IV - a concessão de medida liminar em mandado de segurança.
  V – a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação judicial; 
  VI – o parcelamento. 
  Parágrafo único. O disposto neste artigo não dispensa o cumprimento das obrigações assessórios dependentes da obrigação principal cujo crédito seja suspenso, ou dela conseqüentes.
SEÇÃO II
Moratória
Art. 152. A moratória somente pode ser concedida:
I - em caráter geral:
a) pela pessoa jurídica de direito público competente para instituir o tributo a que se refira;
b) pela União, quanto a tributos de competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, quando simultaneamente concedida quanto aos tributos de competência federal e às obrigações de direito privado;
II - em caráter individual, por despacho da autoridade administrativa, desde que autorizada por lei nas condições do inciso anterior.
Parágrafo único. A lei concessiva de moratória pode circunscrever expressamente a sua aplicabilidade à determinada região do território da pessoa jurídica de direito público que a expedir, ou a determinada classe ou categoria de sujeitos passivos.
Art. 153. A lei que conceda moratória em caráter geral ou autorize sua concessão em caráter individual especificará, sem prejuízo de outros requisitos:
I - o prazo de duração do favor;
II - as condições da concessão do favorem caráter individual;
III - sendo caso:
a) os tributos a que se aplica;
b) o número de prestações e seus vencimentos, dentro do prazo a que se refere o inciso I, podendo atribuir a fixação de uns e de outros à autoridade administrativa, para cada caso de concessão em caráter individual;
c) as garantias que devem ser fornecidas pelo beneficiado no caso de concessão em caráter individual.
Art. 154. Salvo disposição de lei em contrário, a moratória somente abrange os créditos definitivamente constituídos à data da lei ou do despacho que a conceder, ou cujo lançamento já tenha sido iniciado àquela data por ato regularmente notificado ao sujeito passivo.
 Parágrafo único. A moratória não aproveita aos casos de dolo, fraude ou simulação do sujeito passivo ou do terceiro em benefício daquele.
Art. 155. A concessão da moratória em caráter individual não gera direito adquirido e será revogado de ofício, sempre que se apure que o beneficiado não satisfazia ou deixou de satisfazer as condições ou não cumprira ou deixou de cumprir os requisitos para a concessão do favor, cobrando-se o crédito acrescido de juros de mora:
I - com imposição da penalidade cabível, nos casos de dolo ou simulação do beneficiado, ou de terceiro em benefício daquele;
II - sem imposição de penalidade, nos demais casos.
Parágrafo único. No caso do inciso I deste artigo, o tempo decorrido entre a concessão da moratória e sua revogação não se computa para efeito da prescrição do direito à cobrança do crédito; no caso do inciso II deste artigo, a revogação só pode ocorrer antes de prescrito o referido direito.
Art. 155-A. O parcelamento será concedido na forma e condição estabelecidas em lei específica. 
§ 1o Salvo disposição de lei em contrário, o parcelamento do crédito tributário não exclui a incidência de juros e multas. 
§ 2o Aplicam-se, subsidiariamente, ao parcelamento as disposições desta Lei, relativas à moratória.  
§ 3o Lei específica disporá sobre as condições de parcelamento dos créditos tributários do devedor em recuperação judicial. 
 § 4o A inexistência da lei específica a que se refere o § 3o deste artigo importa na aplicação das leis gerais de parcelamento do ente da Federação ao devedor em recuperação judicial, não podendo, neste caso, ser o prazo de parcelamento inferior ao concedido pela lei federal específica.
CURSO: DIREITO 
PROFESS
DISCIPLINA: DIREITO FINANCEIRO E TRIBUTÁRIO II
ALUNO(A):_______________________________________________________________
EXERCÍCIO - UNIDADE 2 - SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO
1. Não é hipótese de suspensão do crédito tributário
(A) a moratória.
(B) o depósito de seu montante integral.
(C) o parcelamento.
(D) a compensação.
 
2. Examine as seguintes proposições.
I - O parcelamento do crédito tributário não exclui a incidência de juros e multas. 
II - A concessão de Liminar em Mandado suspende a exigibilidade do crédito tributário. 
III - O pedido de Tutela Antecipada suspende a exigibilidade do crédito tributário. 
IV - É inconstitucional a Lei que condiciona ao prévio depósito integral do débito tributário, a admissibilidade de reclamações administrativas e respectivos recursos destinados a desconstituí-lo na órbita administrativa (Súmula Vinculante nº 28). 
V - A moratória heterônoma é aquela que pode ser instituída pela União, em situações de extrema gravidade, sobre tributos da competência de outros entes políticos, desde que também decretada para os tributos federais. 
(A) As proposições I e III estão erradas. 
(B) As proposições I, II, IV e V estão corretas. 
(C) As proposições II, III e IV estão corretas. 
(D ) As proposições I, IV e V estão corretas.
(E) Somente a proposição IV está correta. 
3. O direito tributário trata dos meios de prover os cofres públicos dos recursos necessários à manutenção do aparelho administrativo e satisfazer as necessidades sociais e coletivas. Daí a razão da escolha de fatos da vida econômica das pessoas – fatos geradores – que, estabelecendo entre estas e o Estado uma relação jurídica de natureza obrigacional, vão resultar na constituição de um crédito tributário em favor do Estado. O estudo do crédito tributário envolve os arts. 139 a 193 do CTN onde são abordados vários temas que o envolvem. Assim pode-se afirmar que:
a) o lançamento é atividade discricionária da Administração, embora dela privativa.
b) as espécies de lançamento são: direto, por homologação e autolançamento.
c) a moratória aproveita aos casos de dolo, fraude ou simulação do sujeito passivo ou do terceiro em benefício daquele.
d) enseja consignação judicial da importância do crédito tributário a recusa da Fazenda em receber o crédito.
2.2. EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO: CONCEITO, CAUSAS DE EXTINÇÃO, ENFOQUE ESPECIAL SOBRE A COMPENSAÇÃO E A RESTITUIÇÃO DE TRIBUTOS. 
2.2.1 – CAUSAS OU MODALIDADES DE EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO (art. 156 do CTN)
“Art. 156. Extinguem o crédito tributário:
I - o pagamento;
II - a compensação;
III - a transação;
IV - remissão;
V - a prescrição e a decadência;
VI - a conversão de depósito em renda;
VII - o pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos termos do disposto no artigo 150 e seus §§ 1º e 4º;
VIII - a consignação em pagamento, nos termos do disposto no § 2º do artigo 164;
IX - a decisão administrativa irreformável, assim entendida a definitiva na órbita administrativa, que não mais possa ser objeto de ação anulatória;
X - a decisão judicial passada em julgado.
XI – a dação em pagamento em bens imóveis, na forma e condições estabelecidas em lei. (Inciso incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001)
Parágrafo único. A lei disporá quanto aos efeitos da extinção total ou parcial do crédito sobre a ulterior verificação da irregularidade da sua constituição, observado o disposto nos artigos 144 e 149.”
I - Pagamento - é a forma universal de extinção de obrigações. Pago o CT ele se extingue.
II - Compensação - as duas partes devem ser credoras e devedoras entre si. Créditos vencidos ou vincendos, líquidos e certos podem ser compensados. Deve existir acordo entre as partes e autorização legal. Vide art. 170 CTN.
NOVIDADE: “Art. 170-A. É vedada a compensação mediante o aproveitamento de tributo, objeto de contestação judicial pelo sujeito passivo, antes do trânsito em julgado da respectiva decisão judicial. (Artigo incluído pela LC nº 104, de 10.1.2001)”
III -Transação - é o ato jurídico pelo qual se extinguem obrigações litigiosas, mediante concessões recíprocas do devedor e do credor, na forma da lei. No direito trabalhista, tem sido regra para solução de muitos litígios.
IV - Remissão - é o perdão, total ou parcial, do CT regularmente constituído. Só por lei. É utilizada constantemente nas três esferas políticas. Não se deve confundir remissão (ato de remitir=perdoar) com remição (ato de remir=resgatar).
V - Prescrição e decadência (art. 173 e 174 CTN) 
VI - Conversão do depósito em renda (depósito administrativo ou judicial) vimos que o depósito do montante integral suspende a cobrança do CT. Mas, esse depósito feito em bancos oficiais não é eterno, pois senão ficaria eternamente suspenso. Normalmente o contribuinte faz este depósito para entrar com ação judicial contra o sujeito ativo. A decisão final poderá ser-lhe favorável ou não. Sendo favorável o banco devolve o depósito ao contribuinte. Sendo desfavorável o banco transfere o depósito para o sujeito ativo, o dinheiro depositado passa a ser renda (receita). Neste momento, o depósito converteu-se em renda e o CT estará extinto. 
VII - Pagamento antecipado e a homologação do lançamento  ocorre quando o sujeito passivo recolhe o CT sem o prévio exame da autoridade administrativa, que deverá homologar o lançamento expressamente. Se não o fizer ocorrerá a homologação tácita e o CT será considerado extinto.
Lembre-se: enquanto não homologado, o pagamento antecipado está sob condição resolutória de ulterior homologação do lançamento.
VIII - Consignação em pagamento(art. 164) sempre que o devedor quiser pagar sua dívida e o credor não a quiser recebê-la por qualquer motivo, o devedor pode ingressar com a ação de consignação em pagamento. A importância que pretende pagar fica depositada em Juízo. Julgamento pode ser favorável ou desfavorável. Sendo favorável ao sujeito passivo, o pagamento depositado em Juízo é convertido em renda para o sujeito ativo. Sendo desfavorável não extingue o CT e o sujeito passivo pagará os acréscimos moratórios.
IX - a decisão administrativa irreformável, assim entendida a definitiva na órbita administrativa, que não mais possa ser objeto de ação anulatória  no direito tributário o sujeito passivo tem dois caminhos para suas reclamações: administrativo ou judiciário. No âmbito administrativo, o sujeito passivo defende-se e a autoridade competente profere decisão que pode ser definitiva ou não. Se esta decisão for favorável e definitiva, o crédito tributário estará extinto.
Lembre-se: a ação anulatória prevista no inciso IX do art. 156 do CTN não existe no nosso direito processual. Discussão boa é a que defendem alguns que as decisões administrativas contrárias à Fazenda Pública podem ser revistas pelo Poder Judiciário (minha dissertação de mestrado – UNAMA).
Decisão judicial transitada em julgado - o entendimento é o mesmo do item anterior, só que ocorre no Poder Judiciário.
Dação em pagamento em bens imóveis - consiste em permitir ao contribuinte que pague o crédito tributário em imóveis, conforme dispuser a lei. No Estado do Pará, a lei permitirá que somente os créditos tributários inscritos na Dívida Ativa possam ser extintos pela dação em pagamento em imóveis.
Vide Lei nº 13.313, de 2016:
Art. 4º O crédito tributário inscrito em dívida ativa da União poderá ser extinto, nos termos do inciso XI do caput do art. 156 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional, mediante dação em pagamento de bens imóveis, a critério do credor, na forma desta Lei, desde que atendidas as seguintes condições:                      
I - a dação seja precedida de avaliação do bem ou dos bens ofertados, que devem estar livres e desembaraçados de quaisquer ônus, nos termos de ato do Ministério da Fazenda; e                  
II - a dação abranja a totalidade do crédito ou créditos que se pretende liquidar com atualização, juros, multa e encargos legais, sem desconto de qualquer natureza, assegurando-se ao devedor a possibilidade de complementação em dinheiro de eventual diferença entre os valores da totalidade da dívida e o valor do bem ou dos bens ofertados em dação.                   
§ 1º O disposto no caput não se aplica aos créditos tributários referentes ao Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte - Simples Nacional
§ 2º Caso o crédito que se pretenda extinguir seja objeto de discussão judicial, a dação em pagamento somente produzirá efeitos após a desistência da referida ação pelo devedor ou corresponsável e a renúncia do direito sobre o qual se funda a ação, devendo o devedor ou o corresponsável arcar com o pagamento das custas judiciais e honorários advocatícios.
§ 3º A União observará a destinação específica dos créditos extintos por dação em pagamento, nos termos de ato do Ministério da Fazenda.    
2.2.2- PAGAMENTO INDEVIDO (art. 165 a 169) ==> restituição ou repetição do indébito tributário
O direito à restituição do indébito encontra fundamento no princípio que veda o locupletamento sem causa, à semelhança do que ocorre no direito privado. A restituição – diz o CTN – pode ser total ou parcial, entretanto a restituição há de ser sempre total.
É irrelevante, para efeito do direito à restituição, a modalidade de pagamento do tributo (art. 162); mesmo o pagamento em estampilha (selo) pode ser objeto de restituição, nos casos ressalvados pelo § 4o do art. 162 e também outras modalidades de extinção do crédito tributário, inclusive compensação, conversão do depósito em renda.
Igualmente, não importa a modalidade de lançamento (de ofício, por declaração ou por homologação).
O CTN é expresso ao reconhecer o direito à restituição, independentemente de prévio protesto (vale dizer, sem necessidade de nenhuma ressalva prévia quanto ao caráter indevido do pagamento), e ainda que o pagamento tenha sido espontâneo (art. 165). Daí o entendimento de que o pagamento de certa quantia, a título de tributo, embora sem nenhuma ressalva, não implica, portanto, “confissão de dívida tributária”. 
2.2.2.1 – RESTITUIÇÃO DE TRIBUTOS INDIRETOS (art. 166)
Estabelece o art. 166 do CTN: “A restituição de tributos que comportem, por sua natureza, transferência do respectivo encargo financeiro somente será feita a quem prove haver assumido referido encargo, ou, no caso de tê-lo transferido a terceiro, estar por este expressamente autorizado a recebê-la”.
Crítica: Em rigor, é inadequada a atribuição desta ou daquela natureza ao valor recolhido, pois, se se trata de indébito, aquilo que se recolheu não foi tributo, nem direto nem indireto. Se, numa dada situação, não havia tributo a recolher, e alguém foi posto na condição de devedor, o direito à restituição deriva do fato do pagamento indevido, independentemente da análise que se possa fazer sobre as características do tributo a cujo título (indevidamente) tenha sido feito o recolhimento. 
O preceito reporta-se aos chamados “tributos indiretos”, que, incidindo embora sobre o contribuinte “A” (de direito), repercutem financeiramente sobre um terceiro (contribuinte de fato), que acaba suportando o ônus do tributo, embutido geralmente no preço de bens ou serviços. A repercussão, fenômeno econômico, é difícil de precisar. Por isso esse dispositivo tem gerado inúmeros questionamentos na doutrina.
Vide Súmula 546 do STF – “Cabe a restituição do tributo pago indevidamente, quando reconhecido por decisão que o contribuinte de jure não recuperou do contribuinte de facto o quantum respectivo.”
Vide também a Súmula 71 STF - "Embora pago indevidamente, não cabe restituição de tributo indireto. Jurisprudência posterior ao enunciado."
NOTA: TRIBUTOS DIRETOS (POR PERCUSSÃO) E TRIBUTOS INDIRETOS ( OU POR REPERCUSSÃO)
São diretos aqueles em que o contribuinte de direito também é contribuinte de fato; não há transferência do encargo tributário a outrem. Ex: Imposto de Renda, IPVA, IPTU, IOF, ...
São indiretos quando o contribuinte de direito (aquele previsto na Lei) e o contribuinte de fato são pessoas diferentes, havendo a transferência do ônus tributário para este, ou seja, uma vez que o consumidor final é que, de fato, acaba por suportar a carga tributária, embora não seja designado pela lei como contribuinte desses impostos:
 Ex: ICMS, IPI, ISSQN, PI e COFINS.
2.2.2.2 – RESTITUIÇÃO DE JUROS E PENALIDADES (art. 167)
 “A restituição total ou parcial do tributo dá lugar à restituição, na mesma proporção, dos juros de mora e das penalidades pecuniárias, salvo as referentes a infrações de caráter formal não prejudicadas pela causa da restituição.”
O dispositivo está mal redigido. Não é, como ele diz, a restituição do tributo que dá lugar à devolução dos juros e penalidades. Estes são restituíveis por serem indevidos, e não porque tenha sido também efetuado um outro recolhimento indevido, a título de tributo. È claro que haverá situações em que serão proporcionais os valores indevidamente recolhidos (a título de tributo e de juros ou de penalidade), mas poderá ocorrer que o tributo seja devido, e o juro indevido (ou devida a penalidade), e nem por isso se negará o direito à restituição. Casos haverá, ainda, onde inexista recolhimento de tributo, mas sim de penalidade, e esta seja indevida, ensejando, da mesma forma, a restituição.
O § único prevê o direito ao recebimento de juros sobre o valor restituendo, a partir do trânsito em julgado da decisão que determinou a restituição.
2.2.2.3 – PRAZOS EXTINTIVOS (art. 168)
A restituição deve ser pleiteada no prazo de 5 anos (prazo decadencial),contados do dia do pagamento indevido (inciso I).
Se a repetição se procede à vista de modificação de decisão condenatória (por força da qual fora feito o pagamento, afinal julgado indevido), aquele prazo se conta da data em que se tornar definitiva a decisão administrativa ou em que transitar em julgado a decisão judicial modificativa (inciso II).
O prazo é para pleitear junto as vias administrativas ou judicial. 
Caso opte pelo procedimento administrativo e não tenha sucesso, o solvens (quem pagou indevido) terá mais 2 anos (prazo prescricional) para ingressar em juízo, contados após a decisão denegatória do pedido.
O § único prevê a interrupção do prazo de 2 anos, a contar do início da ação judicial e o seu recomeço por metade (um ano) a contar da data da intimação do representante da Fazenda Pública.
Para efeito de interpretação do inciso I do art. 168 da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 – Código Tributário Nacional, a extinção do crédito tributário ocorre, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, no momento do pagamento antecipado de que trata o § 1o do art. 150 da referida Lei.
Nota: o aluno deve esgotar os arts. 165 a 169 do CTN
2.3. DECADÊNCIA E PRESCRIÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO
A decadência não se confunde com a prescrição, embora se assemelhem num único ponto: as duas têm o mesmo fundamento, que se traduz pela inércia do titular de um direito em exercitá-lo por um espaço de tempo determinado em lei, pelo que o Direito não mais permite o seu exercício visando a maior estabilidade das relações jurídicas. As distinções são, no entanto, nítidas, pois enquanto a decadência atinge o direito em si mesmo, a prescrição alcança apenas o direito de ação. 
Pondo fim à divergência doutrinária, o STF firmou entendimento que com a lavratura do auto de infração consuma-se o lançamento do crédito tributário. Assim, a decadência só é admissível no período anterior a essa lavratura, e entre a sua ocorrência e até que flua o prazo para interposição de recurso administrativo pelo contribuinte, ou enquanto não for decidido o recurso porventura interposto, não mais corre prazo de decadência, e ainda não se iniciou a fluência do prazo para a prescrição. Entretanto, para que não se cogite mais de decadência, por estar constituído o CT, é necessário que a notificação ao contribuinte seja feita dentro do prazo de 5 anos (art. 173, I CTN). O prazo prescricional fluirá, no caso, do decurso do prazo legal sem interposição de recurso administrativo, ou da decisão definitiva sobre o recurso interposto, após o decurso do prazo legal a contar da notificação ao sujeito passivo, porque estará constituído definitivamente o CT.
NOTAS IMPORTANTES:
1) Antes do lançamento só pode haver a decadência e após o lançamento só pode haver prescrição (regra geral);
2) Ver diferença entre suspensão e interrupção de prazo prescricional;
3) Saber quando é a data da constituição definitiva, pois é o termo inicial para o prazo prescricional;
Artigo 174 – A ação para cobrança do crédito tributário prescreve em 5 (cinco) anos, contados da data de sua constituição definitiva. 
Parágrafo único. A prescrição se interrompe: 
I – pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal; 
II- pelo protesto judicial; 
III – por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor; 
IV – por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe em reconhecimento do débito pelo devedor.
CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL
CAPÍTULO IV
Extinção do Crédito Tributário
SEÇÃO I
Modalidades de Extinção
Art. 156. Extinguem o crédito tributário:
I - o pagamento;
II - a compensação;
III - a transação;
IV - remissão;
V - a prescrição e a decadência;
VI - a conversão de depósito em renda;
VII - o pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos termos do disposto no artigo 150 e seus §§ 1º e 4º;
VIII - a consignação em pagamento, nos termos do disposto no § 2º do artigo 164;
IX - a decisão administrativa irreformável, assim entendida a definitiva na órbita administrativa, que não mais possa ser objeto de ação anulatória;
X - a decisão judicial passada em julgado.
XI – a dação em pagamento em bens imóveis, na forma e condições estabelecidas em lei.              (Incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001)         (Vide Lei nº 13.259, de 2016)
Parágrafo único. A lei disporá quanto aos efeitos da extinção total ou parcial do crédito sobre a ulterior verificação da irregularidade da sua constituição, observado o disposto nos artigos 144 e 149.
SEÇÃO II
Pagamento
 Art. 157. A imposição de penalidade não ilide o pagamento integral do crédito tributário.
 Art. 158. O pagamento de um crédito não importa em presunção de pagamento:
I - quando parcial, das prestações em que se decomponha;
II - quando total, de outros créditos referentes ao mesmo ou a outros tributos.
 Art. 159. Quando a legislação tributária não dispuser a respeito, o pagamento é efetuado na repartição competente do domicílio do sujeito passivo.
 Art. 160. Quando a legislação tributária não fixar o tempo do pagamento, o vencimento do crédito ocorre trinta dias depois da data em que se considera o sujeito passivo notificado do lançamento.
Parágrafo único. A legislação tributária pode conceder desconto pela antecipação do pagamento, nas condições que estabeleça.
Art. 161. O crédito não integralmente pago no vencimento é acrescido de juros de mora, seja qual for o motivo determinante da falta, sem prejuízo da imposição das penalidades cabíveis e da aplicação de quaisquer medidas de garantia previstas nesta Lei ou em lei tributária.
§ 1º Se a lei não dispuser de modo diverso, os juros de mora são calculados à taxa de um por cento ao mês.
§ 2º O disposto neste artigo não se aplica na pendência de consulta formulada pelo devedor dentro do prazo legal para pagamento do crédito.
 Art. 162. O pagamento é efetuado:
I - em moeda corrente, cheque ou vale postal;
II - nos casos previstos em lei, em estampilha, em papel selado, ou por processo mecânico.
§ 1º A legislação tributária pode determinar as garantias exigidas para o pagamento por cheque ou vale postal, desde que não o torne impossível ou mais oneroso que o pagamento em moeda corrente.
 § 2º O crédito pago por cheque somente se considera extinto com o resgate deste pelo sacado.
 § 3º O crédito pagável em estampilha considera-se extinto com a inutilização regular daquela, ressalvado o disposto no artigo 150.
 § 4º A perda ou destruição da estampilha, ou o erro no pagamento por esta modalidade, não dão direito a restituição, salvo nos casos expressamente previstos na legislação tributária, ou naquelas em que o erro seja imputável à autoridade administrativa.
 § 5º O pagamento em papel selado ou por processo mecânico equipara-se ao pagamento em estampilha.
Art. 163. Existindo simultaneamente dois ou mais débitos vencidos do mesmo sujeito passivo para com a mesma pessoa jurídica de direito público, relativos ao mesmo ou a diferentes tributos ou provenientes de penalidade pecuniária ou juros de mora, a autoridade administrativa competente para receber o pagamento determinará a respectiva imputação, obedecidas as seguintes regras, na ordem em que enumeradas:
I - em primeiro lugar, aos débitos por obrigação própria, e em segundo lugar aos decorrentes de responsabilidade tributária;
II - primeiramente, às contribuições de melhoria, depois às taxas e por fim aos impostos;
III - na ordem crescente dos prazos de prescrição;
IV - na ordem decrescente dos montantes.
Art. 164. A importância de crédito tributário pode ser consignada judicialmente pelo sujeito passivo, nos casos:
I - de recusa de recebimento, ou subordinação deste ao pagamento de outro tributo ou de penalidade, ou ao cumprimento de obrigação acessória;
II - de subordinação do recebimento ao cumprimento de exigências administrativas sem fundamento legal;
III - de exigência, por mais de uma pessoa jurídica de direito público, de tributo idêntico sobre um mesmo fato gerador.
§ 1º A consignação só podeversar sobre o crédito que o consignante se propõe pagar.
 § 2º Julgada procedente a consignação, o pagamento se reputa efetuado e a importância consignada é convertida em renda; julgada improcedente a consignação no todo ou em parte, cobra-se o crédito acrescido de juros de mora, sem prejuízo das penalidades cabíveis.
SEÇÃO III
Pagamento Indevido
Art. 165. O sujeito passivo tem direito, independentemente de prévio protesto, à restituição total ou parcial do tributo, seja qual for a modalidade do seu pagamento, ressalvado o disposto no § 4º do artigo 162, nos seguintes casos:
I - cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido ou maior que o devido em face da legislação tributária aplicável, ou da natureza ou circunstâncias materiais do fato gerador efetivamente ocorrido;
II - erro na edificação do sujeito passivo, na determinação da alíquota aplicável, no cálculo do montante do débito ou na elaboração ou conferência de qualquer documento relativo ao pagamento;
III - reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão condenatória.
Art. 166. A restituição de tributos que comportem, por sua natureza, transferência do respectivo encargo financeiro somente será feita a quem prove haver assumido o referido encargo, ou, no caso de tê-lo transferido a terceiro, estar por este expressamente autorizado a recebê-la.
Art. 167. A restituição total ou parcial do tributo dá lugar à restituição, na mesma proporção, dos juros de mora e das penalidades pecuniárias, salvo as referentes a infrações de caráter formal não prejudicadas pela causa da restituição.
 Parágrafo único. A restituição vence juros não capitalizáveis, a partir do trânsito em julgado da decisão definitiva que a determinar.
Art. 168. O direito de pleitear a restituição extingue-se com o decurso do prazo de 5 (cinco) anos, contados:
I - nas hipótese dos incisos I e II do artigo 165, da data da extinção do crédito tributário;            (Vide art 3 da LCp nº 118, de 2005)
II - na hipótese do inciso III do artigo 165, da data em que se tornar definitiva a decisão administrativa ou passar em julgado a decisão judicial que tenha reformado, anulado, revogado ou rescindido a decisão condenatória.
Art. 169. Prescreve em dois anos a ação anulatória da decisão administrativa que denegar a restituição.
 Parágrafo único. O prazo de prescrição é interrompido pelo início da ação judicial, recomeçando o seu curso, por metade, a partir da data da intimação validamente feita ao representante judicial da Fazenda Pública interessada.
SEÇÃO IV
Demais Modalidades de Extinção
Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda pública.            (Vide Decreto nº 7.212, de 2010)
 Parágrafo único. Sendo vincendo o crédito do sujeito passivo, a lei determinará, para os efeitos deste artigo, a apuração do seu montante, não podendo, porém, cominar redução maior que a correspondente ao juro de 1% (um por cento) ao mês pelo tempo a decorrer entre a data da compensação e a do vencimento.
Art. 170-A. É vedada a compensação mediante o aproveitamento de tributo, objeto de contestação judicial pelo sujeito passivo, antes do trânsito em julgado da respectiva decisão judicial.                (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001)
Art. 171. A lei pode facultar, nas condições que estabeleça, aos sujeitos ativo e passivo da obrigação tributária celebrar transação que, mediante concessões mútuas, importe em determinação de litígio e conseqüente extinção de crédito tributário.
 Parágrafo único. A lei indicará a autoridade competente para autorizar a transação em cada caso.
Art. 172. A lei pode autorizar a autoridade administrativa a conceder, por despacho fundamentado, remissão total ou parcial do crédito tributário, atendendo:
I - à situação econômica do sujeito passivo;
II - ao erro ou ignorância excusáveis do sujeito passivo, quanto a matéria de fato;
III - à diminuta importância do crédito tributário;
IV - a considerações de eqüidade, em relação com as características pessoais ou materiais do caso;
V - a condições peculiares a determinada região do território da entidade tributante.
Parágrafo único. O despacho referido neste artigo não gera direito adquirido, aplicando-se, quando cabível, o disposto no artigo 155.
Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se após 5 (cinco) anos, contados:
I - do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado;
II - da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado.
Parágrafo único. O direito a que se refere este artigo extingue-se definitivamente com o decurso do prazo nele previsto, contado da data em que tenha sido iniciada a constituição do crédito tributário pela notificação, ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatória indispensável ao lançamento.
Art. 174. A ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em cinco anos, contados da data da sua constituição definitiva.
Parágrafo único. A prescrição se interrompe:
I – pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução fisca;
lII - pelo protesto judicial;
III - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;
IV - por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe em reconhecimento do débito pelo devedor.
CURSO: DIREITO 
PROFESSORDISCIPLINA: DIREITO FINANCEIRO E TRIBUTÁRIO II
ALUNO(A):_______________________________________________________________
TURMA:
EXERCÍCIOS - UNIDADE 2 - EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO
1. Esgotado o prazo legal para lançamento de tributo sem que a Fazenda Pública o tenha efetuado, ocorre a situação de 
(A) exclusão.
(B) suspensão.
(C) decadência.
(D) prescrição.
2. A restituição de tributo que comporte, por sua natureza, transferência do respectivo encargo financeiro, será deferida 
(A) ao contribuinte de fato, sem exceção, desde que comprove o desembolso do tributo devido.
(B) ao contribuinte de direito, sem exceção.
(C) ao responsável pela obrigação tributária, indiscriminadamente.
(D) a quem prove haver assumido o referido encargo, ou no caso de tê-lo transferido a terceiro, estar autorizado a recebê-la.
3. A contagem do prazo de prescrição da ação para cobrança do crédito tributário inicia-se 
(A) na data da constituição definitiva do crédito tributário. 
(B) na data da ocorrência do fato gerador. 
(C) na data do protesto inicial. 
(D) no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que ocorre o lançamento. 
4. A pessoa jurídica XYZ Participações S.A., ao verificar que havia recolhido a maior o Imposto sobre a Renda de Pessoas Jurídicas - IRPJ - dos últimos dois anos, peticionou administrativamente, requerendo a repetição do indébito. No entanto, a Receita Federal do Brasil negou o pedido administrativo. Sobre a hipótese, assinale a afirmativa correta
(A) O prazo para o contribuinte ajuizar ação anulatória é de 2 (dois) anos, a contar da data da decisão administrativa que indeferiu o pedido de repetição
(B) O direito de pleitear a restituição extingue-se com o decurso do prazo de 10 (dez) anos, contados do pagamento espontâneo de tributo a maior
(C) Para que o contribuinte assegure seu direito à restituição do indébito tributário, é necessário o prévio protesto.
(D) O contribuinte somente poderá receber o indébito reconhecido por ação ordinária por meio de precatório, não sendo possível o recebimento via compensação tributária
5. Após verificar que realizou o pagamento indevido de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços - ICMS, determinado contribuinte requer administrativamente a restituição do valor recolhido. O órgão administrativo competente denega o pedido de restituição. Qual o prazo, bem como o marco inicial, para o contribuinte ajuizar ação anulatória dadecisão administrativa que denega a restituição? 
(A)2 (dois) anos contados da notificação do contribuinte da decisão administrativa. 
(B)5 (cinco) anos contados da notificação do contribuinte da decisão administrativa. 
(C)5 (cinco) anos contados do primeiro dia do exercício seguinte ao fato gerador. 
(D)1 (um) ano contado da data do julgamento. 
2.4. Exclusão do crédito tributário: visão geral, isenção – conceito e institutos afins, classificação; anistia – conceito, institutos afins e classificação.
2.4.1 – MODALIDADES DE EXCLUSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO (art. 175 do CTN)
Dispõe o CTN que são 2 (DUAS) as modalidades de exclusão do CT: isenção e anistia.
Deve-se interpretar a expressão exclusão do crédito no sentido de impedimento de sua constituição, sendo, portanto, exceção à regra estabelecida no § único do art. 142 do CTN, que estabelece o lançamento como sendo obrigatório e vinculado sob pena de responsabilidade funcional.
Na isenção e na anistia existe uma situação definida em lei como hipótese de incidência, o fato gerador ocorre, mas o CT não chega a se constituir pelo lançamento.
Assim, LEI + FG= OT// OT + lançamento= CT
Em princípio, o lançamento é peça fundamental para a constituição do Crédito Tributário (vide Súmula STJ 436).
Isenção (art. 176) ==> não existe um consenso na doutrina sobre o conceito de isenção. No conceito clássico, isenção é a dispensa legal do pagamento do tributo, uma vez que o FG ocorre, dá-se a incidência tributária, instaura-se a relação jurídica tributária e existe obrigação tributária. Se há incidência, o tributo é devido mas a lei dispensa o contribuinte do seu pagamento. Assim, o CT não se constitui, pois o lançamento não se efetiva por ser a isenção causa de exclusão do CT. Este conceito clássico é adotado pelo STF.
A isenção tributária, como a incidência, decorre de lei. É o próprio poder público competente para exigir tributo que tem o poder de isentar. A União, com o advento da atual Constituição Federal, não pode mais instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios (art. 151, inciso III, da Constituição Federal 1988). 
É a isenção um caso de exclusão ou, melhor dizendo, de dispensa do crédito tributário (artigo 175, inciso I, do Código Tributário Nacional -CTN). 
A maioria dos doutrinadores entendem que a isenção não impede o nascimento da obrigação tributária, mas, tão-somente, impede o aparecimento do crédito tributário, que corresponderia á obrigação surgida.  
Na isenção a obrigação tributária surge, mas a lei dispensa o pagamento do tributo. 
É assim, a isenção, algo excepcional que se localiza no campo da incidência tributária. Houve o fato gerador do tributo, porém a lei determina que o contribuinte deixe de arcar com a respectiva obrigação tributária.
Como exemplo, temos:
 AS ISENÇÕES DO IMPOSTO DE RENDA, que estão previstas no Regulamento do Imposto de Renda, e, entre elas, constam:
- ajuda de custo destinada a atender às despesas com transporte, frete e locomoção do beneficiado e seus familiares, em caso de remoção de um município para outro;
- a alimentação, o transporte e os uniformes ou vestimentas especiais de trabalho, fornecidos gratuitamente pelo empregador a seus empregados;
- os rendimentos auferidos em contas de depósitos de poupança;
– as diárias destinadas, exclusivamente, ao pagamento de despesas de alimentação e pousada, por serviço eventual realizado em município diferente do da sede de trabalho, inclusive no exterior; - etc.
Ainda, os portadores de doenças graves são isentos do Imposto de Renda desde que se enquadrem cumulativamente nas seguintes situações:
0s rendimentos sejam relativos a aposentadoria, pensão ou reforma (outros rendimentos não são isentos), incluindo a complementação recebida de entidade privada e a pensão alimentícia; e seja portador de uma das seguintes doenças:AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida), Alienação mental, Cardiopatia grave, Cegueira, Contaminação por radiação, Doença de Paget em estados avançados (Osteíte deformante), Doença de Parkinson, Esclerose múltipla, Espondiloartrose anquilosante, Fibrose cística (Mucoviscidose) Hanseníase, Nefropatia grave, Hepatopatia grave (observação: nos casos de hepatopatia grave somente serão isentos os rendimentos auferidos a partir de 01/01/2005), Neoplasia maligna, Paralisia irreversível e incapacitante, Tuberculose ativa.
- o ganho de capital (lucro) auferido na alienação de bens e direitos de pequeno valor. Quando se tratar de um imóvel adquirido até o ano de 1969, em caso de venda, há isenção sobre o ganho de capital. Já os imóveis adquiridos entre os anos de 1970 e 1988, não possuem isenção, mas contam com percentuais fixos para redução da alíquota incidente. Também há regras específicas, que permitem a isenção, que devem ser observadas quando se tratar da venda do único imóvel pertencente ao contribuinte ou quando parcela ou o total desse valor será aplicado na compra de outro imóvel residencial, por exemplo.
ISENÇÃO DE IPTU NO MUNICÍPIO DE BELÉM
A isenção do pagamento do IPTU é concedida, anualmente, mediante solicitação do interessado ou do seu representante legal, podendo ser renovada ou não.
Para os imóveis de uso residencial cujo valor venal seja até R$ 37.728,78 não é necessária a solicitação anual. As isenções são extensivas às taxas cobradas junto com o IPTU
Importante: O contribuinte deverá comunicar de imediato a Sefin quando deixar de satisfazer as condições para a manutenção do benefício de isenção, sob pena de aplicação das sanções previstas em Lei.
QUEM TEM DIREITO A ISENÇÃO?
IMÓVEIS DE PROPRIEDADE DE:
1. Ex-combatente da II Guerra Mundial que possua um imóvel urbano no Município, mediante apresentação do documento que comprove sua condição e desde que utilizado como sua residência, extensivo o benefício para sua viúva e filhos inválidos; e imóvel que serve de sede própria à Associação dos Ex-Combatentes do Brasil, seção do Pará;
2. Aposentado por invalidez, desde que não disponha de outra fonte de renda, senão a decorrente de aposentadoria e cuja renda não seja superior a 02 (dois) salários mínimos, nele resida e não possua outro imóvel no Município;
3. Cidadãos que tenham sido convocados como “soldados de borracha”, que possuam um imóvel urbano no Município, mediante apresentação do documento que comprove sua condição e desde que utilizado como sua residência, extensivo o benefício para sua viúva e filhos inválidos;
4. Clubes e entidades de práticas desportivas;
5. Instituição exclusivamente religiosa, cultural, artística e científica;
6. Centros comunitários, associações de classe e ONGs;
7. Sindicatos e federações;
8. Templos religiosos de qualquer culto, de imóveis alugados.(Lei nº 8.296/2000).
9. Imóveis tombados pelo patrimônio histórico mantidos em bom estado de conservação – Isenção Fumbel: válidos para os imóveis classificados nos incisos I, II, III e IV do Art. 34 da Lei Municipal nº7.709/1994 ( Lei do Patrimônio Histórico).
ISENÇÃO DE IPTU EXTENSIVA AS TAXAS AGREGADAS (Redação atribuída pelo art. 3º da Lei 8.623/2007).
1. Imóvel cedido gratuitamente para uso da Administração Direta e Indireta do Município de Belém,
2. Imóvel de propriedade de ex- combatente da II Guerra Mundial, extensiva a viúva e filhos inválidos,
3. Imóvel sede própria da Associação de ex- combatente da II Guerra Mundial,
4. Imóvel cujo valor venal não seja superior a R$ 37.728,78, EXCETO Territoriais, Não-residenciais, Alugados,Cedidos e Desocupados.
5. Imóvel de aposentado por invalidez ( Redação atribuída pela Lei 8.491/2005),
6. Imóvel dos cidadãos convocados como “soldados da borracha”
7. Imóvel sede da Cruz Vermelha, seção Pará,
8. Imóvel cujo ecossistema seja preservado ou restaurado.
ISENÇÃO DAS TAXAS:
1- ISENÇÃO DA TAXA DE URBANIZAÇÃO- Lei 7.933/98
1.1- os imóveis da administração direta e indireta do Município de Belém,
1.2- os templos de qualquer culto.
2- ISENÇÃO DA TAXA DE RESÍDUOS SÓLIDOS ( A

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