Revolução Russa: Antecedentes e Contexto

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HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA II
Profª. Joselia de Castro Silva
Aula 2 – Revolução Russa
REVOLUÇÃO RUSSA– AULA 02
HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA II
REVOLUÇÃO RUSSA– AULA 02
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CONTEÚDO PROGRAMÁTICO DESTA AULA
Relacionar argumentos para compreender o período anterior a Revolução Russa; 
 
Reconhecer o desgaste do regime monárquico; 
 
Comparar os projetos revolucionários após a revolução; 
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Nesta aula, veremos a situação da Rússia no período que antecede a revolução. Destacaremos sua participação na Primeira Guerra e sua retirada do conflito, além da adoção do socialismo.
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 A Rússia do final do século XIX era considerada uma potência importante no jogo político do período, primordialmente devido a sua extensão territorial e seu grande número de habitantes. No entanto, ao contrário de outros países europeus, ela pouco se modernizara diante do desenvolvimento do capitalismo, mantendo-se agrária e com características feudais. Aproximadamente 80% de sua população residia no campo. 
Panorama da Rússia no final do século XIX 
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A elite russa era formada por nobres, grandes latifundiários, Igreja e Exército, governada sob o regime monárquico representado na figura do czarismo. A maioria da população era formada por mujiques, trabalhadores camponeses que ganhavam seu sustento com o trabalho nas terras dos nobres, em condições pouco diferentes dos servos medievais. Essa situação começou a mudar, ainda que pouco, a partir de 1861, com a criação dos Estatutos da Emancipação, que concedeu aos mujiques a possibilidade de comprar terras, ainda que na teoria. 
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O governo czarista tinha como principal característica sua centralização e autoritarismo, ainda que alguns governantes tenham se destacado por seu progressismo. A mais importante dinastia, que esteve no poder durante longo tempo, foi a casa dos Romanov. 
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No império russo, a nobreza tinha um papel muito significativo, estando as decisões tomadas pelo imperador sujeitas também a sua apreciação pois ela fazia parte do poder, ocupando funções administrativas e monopolizando os mais importantes cargos políticos. 
O czar Alexandre II, que reinou entre 1855 e 1881, defensor do liberalismo e da modernização das estruturas do Estado, procurou mudar a situação dos camponeses. Ele aboliu a servidão e anistiou as dívidas dos mujiques, de acordo com os Estatutos de Emancipação. 
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Czar Alexandre II
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O governo de Alexandre II, ainda que guardasse fortes características liberais, era uma nobreza centralista e por isso reprimia violentamente a oposição. Os niilistas, grupo que defendia o uso da razão, embora pacíficos, a princípio, foram igualmente reprimidos. A eles é atribuído o assassinato do czar em 1881. Com sua morte, ascendeu ao trono Alexandre III, responsável pelo início do salto industrial russo, ainda que o país mantivesse sua estrutura agrária. 
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centralização do poder;
autoritarismo;
perseguição política;
predominância dos interesses das elites;
Características do regime czarista:
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Em 1904, ocorre um conflito entre Rússia e Japão, conhecido como guerra russo-japonesa. Ambos disputavam as regiões da Coreia e da Manchúria, importantes para o processo de industrialização e expansionismo de ambos os países. Devido a superioridade militar e bélica do Japão, este venceu a guerra, empreendendo uma forte derrota ao “gigante de pés de barro”. A derrota russa agravou a já frágil situação do país, deixando um saldo de muitos mortos e aumentando ainda mais a insatisfação com o regime czarista. 
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Em janeiro de 1905 uma manifestação popular ocupou a frente do palácio real de inverno, localizado na capital, São Petersburgo. Os manifestantes desejavam ver o czar e demandavam a implantação de uma Assembleia Constituinte. A manifestação não foi violenta e seus participantes não estavam armados. Eram, em sua maioria, trabalhadores das fábricas que estavam em greve por melhores condições de trabalho. As exigências não diferiam daquelas feitas por outros trabalhadores ao redor da Europa: regulamentação da jornada de trabalho e aumento salarial eram alguns dos principais itens da pauta dos manifestantes. Além disso, defendia-se o sufrágio universal e, é claro, o fim da guerra russo japonesa. 
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A guarda do czar foi chamada para conter os manifestantes, o que foi feito com o uso de intensa brutalidade, resultando em muitos mortos e feridos. O episódio ficou conhecido como Domingo Sangrento e piorou ainda mais a imagem do czar perante a população, revelando aspectos de um governo cada vez mais autoritário. O aumento da insatisfação com o regime crescia a passos largos ...
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A repercussão deste ato de violência foi enorme. Uma greve geral foi conclamada entre os trabalhadores e mesmo as forças militares aderiram aos protestos. O mais famoso levante militar ocorreu no Encouraçado Potemkin, no qual marinheiros se revoltaram contra as péssimas condições as quais eram submetidos no navio a se amotinaram. Os marinheiros contaram com o apoio da população e, apesar da repressão sofrida pelo movimento, ele acabou se tornando, junto com o Domingo Sangrento, um símbolo do anacrônico sistema político russo. 
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Esse acontecimento foi retratado por Sergei Eisenstein no filme Encouraçado Potemkim, de 1925. Vamos ver uma pequena parte dessa obra prima !!
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Buscando a conciliação com o povo, o czar Nicolau II lançou o Manifesto de Outubro, que previa a instalação de uma monarquia constitucional. Mas, atender a esta demanda não foi suficiente para melhorar os ânimos. Os trabalhadores que haviam feito as greves passaram a se organizar em sovietes, conselhos que passaram a existir em todo o território russo. O governo também se comprometeu a instaurar um parlamento, criando a Duma.
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Destaca-se que a Duma teve seu poder limitado pela interferência constante do czar, o que gerou diversas críticas ao mesmo. Insatisfeito com essas críticas, o czar fechou a Duma, substituindo-a por um outro parlamento, ainda mais elitista. A inaptidão do imperador para governar
era cada vez mais clara ...
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A oposição crescia cada vez mais e vários grupos surgiam na Rússia, dentre eles os anarquistas e os socialistas. 
Os socialistas se dividiam em mencheviques (minoria), que defendiam a aplicação das ideias de Marx, nas quais o socialismo só seria possível após uma crise do capitalismo, e bolcheviques (maioria), que defendiam a implantação do socialismo pela via revolucionária, pregando a ditadura do proletariado. 
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O último golpe ao czarismo ocorreu com a entrada da Rússia na Primeira Guerra. Os russos pretendiam ampliar suas possessões territoriais, desejando acesso ao Mediterrâneo porém, não contavam com a lentidão do conflito, o que agravou ainda mais a situação interna do país. 
Muitos camponeses foram convocados para lutarem na guerra e, despreparados, mal armados e sem técnicas de guerra, tornaram-se alvos cada vez mais fáceis no decurso do conflito. As perdas humanas eram cada vez mais intensas e muitos soldados desertavam. A guerra tornou o czar ainda mais impopular e acirrou o conflito interno que o país vivia.
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Em 1917, nova onda de greves assolou o país. Trabalhadores, soldados e marinheiros aderiram aos esforços grevistas em fevereiro daquele ano. Não restava alternativa ao czar a não ser a renúncia, o que de fato ocorreu. Foi instaurada uma república, liderada pelos mencheviques, sob o comando de Alexander Kerensky. Os mencheviques realizaram uma revolução democrático-burguesa, mantiveram o país na guerra e não atenderam as reivindicações dos trabalhadores. 
Os bolcheviques, sob a liderança de Lenin, cresciam cada vez mais, contando com o apoio da população, criando o lema “Paz, terra e pão”. 
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Ao assumir o governo, em outubro de 1917, a principal atitude dos bolcheviques foi retirar a Rússia da guerra, através do Tratado de Brest-Litovski. Toda a família real czarista foi executada, acabando com a monarquia russa de fato. Bancos e fábricas foram estatizados.
A transição não se deu sem oposições, principalmente dos mencheviques e dos monarquistas. Iniciou-se uma guerra civil, que durou até 1921. Para essa guerra, foi formado o Exército Vermelho. Lutaram contra o Exército Branco e contra forças estrangeiras, que desejavam o fracasso da revolução. E por que desejavam esse fracasso ?
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Os bolcheviques venceram, mas com muito custo para o país. A fome assolava os campos, a economia estava completamente desorganizada e uma nova revolta era iminente. As manifestações camponesas eram frequentes e reprimidas pelo Exército Vermelho, o que não diferia muito da prática czarista. O Estado confiscou a produção agrícola e centralizou a distribuição de gêneros básicos, o que foi chamado de “comunismo de guerra” e provocou, como não podia deixar de ser, grande descontentamento. 
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Lênin criou a NEP (Nova Política Econômica), que previa a liberdade de comércio e a propriedade privada, aliando princípios capitalistas e socialistas.
Foi instituído o sistema de Partido único e criada, em 1922, a URSS (União Das Repúblicas Socialistas Soviéticas). Lenin morre em 1924 e Trotsky e Stalin passam a disputar a liderança do país.
Trotsky defendia a revolução permanente e Stalin, a revolução em um único país. A proposta de Stalin foi vencedora e ele assumiu o poder na URSS. 
Temendo represálias da parte de Stalin, Trotsky foge e se refugia no México, sendo assassinado em 1940. 
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NESSA AULA VOCÊ:
Descreveu a situação da Rússia no final do século XIX início do século XX;
Distinguiu os diversos conflitos internos e externos que assolaram a Rússia antes de 1917;
Identificou os grupos que disputavam o poder no país após a instauração da URSS;