Pena cumprida no estrangeiro

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Pena cumprida no estrangeiro
Dispõe o artigo 8º do Código Penal que: 
“A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas.”
 
 			Essa disposição só é aplicável as hipóteses de extraterritorialidade incondicionada (art. 7º, inciso I, alíneas a, b, c, d, do CP). 
 			Assim é porque o artigo 7º, § 2º, alínea “d”, do CP, que trata das hipóteses de extraterritorialidade condicionada, estabelece a seguinte condição objetiva de punibilidade: “não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido pena”.
			Logo, o disposto no artigo 8º só se aplica àquelas hipóteses em que o fato foi julgado no estrangeiro, e ali imposta e cumprida pena, e o mesmo fato foi também julgado no Brasil e aqui imposta e cumprida a pena (fato julgado no Brasil e no Exterior, imposta pena aqui e ali).
			Nessas hipóteses:
Caso tenha sido imposta pena de natureza diversa daquela pena imposta no Brasil, haverá atenuação da pena imposta no Brasil ( ex: multa no estrangeiro + prisão no Brasil = prisão atenuada no Brasil).
Caso tenha sido imposta a mesma espécie de pena no estrangeiro e no Brasil (por exemplo pena de multa imposta no exterior e pena de multa imposta no Brasil, ou pena de prisão no Brasil e pena de prisão imposta no exterior) a pena aplicada no exterior será computada (diminuída, extraída, debitada) na pena Brasileira. 
 			Problema: O Pacto de São José da Costa Rica, que é considerado norma constitucional em virtude da Emenda Constitucional 45/04, no artigo 8º, n. 4, proíbe que uma pessoa seja julgada duas vezes pelo mesmo fato. Para alguns autores essa disposição teria revogado o artigo 8º, do CP. Para outros, o artigo 8º, do CP, não foi revogado porque a proibição estabelecida no Pacto refere-se somente a julgamentos de um mesmo país. Quando se trata de julgamentos de países diverso a disposição no Pacto não seria aplicável e, por conseguinte, mantida estaria a disposição do artigo 8º do CP.